AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA JOÃO PAULO ASSUMPÇÃO REATTI ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO ARIPUANÃ/2013 AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA JOÃO PAULO ASSUMPÇÃO REATTI ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO “Trabalho apresentado com exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Especial.” ARIPUANÃ/2013 SUMÁRIO INTRODUÇÃO __________________________________________________03 1. REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________________06 1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA __________________06 1.2 EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA E INCLUSÃO __________________08 1.3 AÇÃO PEDAGÓGICA: DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E REALIDADE _________________________________________________13 1.4 ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A INCLUSÃO DO DEFICIENTE FÍSICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ____________________17 1.5 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA DEFICIENTES FÍSICOS ________20 1.5.1 Modalidades Esportivas ________________________________23 CONCLUSÃO ___________________________________________________26 REFERÊNCIAS _________________________________________________28 INTRODUÇÃO A Educação Física vem refletindo sobre a temática da deficiência, com o intuito de minimizar os problemas e assegurar a inclusão desse grupo minoritário. Especificadamente, nesse estudo será abordado um tipo de deficiência: a física. Em termos históricos, pode-se afirmar que as pessoas portadoras de deficiência eram excluídas da sociedade. A preconização do corpo máquina faz entender que quem não produz é representado como inválido, sem utilidade. Estas características são atribuídas indistintamente a todos que têm alguma deficiência, marginalizando-os, resta saber se os alunos da rede regular de ensino, ditos normais aceitarão as adaptações previstas para os deficientes físicos nas aulas de educação física e se os mesmos aceitarão ou não as atividades modificadas e auxiliarão nas atividades propostas, ou ainda se haverá rejeição aos alunos portadores de deficiência física na hora das aulas de Educação Física. A releitura da deficiência através da lente da inclusão se faz urgente e necessária. A inclusão pode beneficiar não só o incluído, mas todos que com ele estabelecerem interações. Além de uma escola inclusiva precisamos de um mundo inclusivo. Um mundo no qual todos devem ter acesso às oportunidades de ser e estar na sociedade de forma participativa, onde a relação entre o acesso às oportunidades e as características individuais não seja marcada por interesses econômicos, ou pela caridade pública. Nesse sentido, a Educação Física escolar pode se constituir como agente de inclusão. A atividade física adequada às possibilidades dos sujeitos, valoriza, integra à realidade, obtendo autonomia, autoconfiança e liberdade. JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO A Educação Física é uma disciplina que possibilita talvez mais do que as outras, espaços onde se pode dar início a mudanças significativas na maneira de programar o processo de aprendizagem, tendo em vista as diversas situações em que os dados do cotidiano associados à cultura de movimentos podem ser utilizados como objetos para reflexão. 04 A educação brasileira ao se esforçar para dar conta do desafio, que é imposto, vem propondo formas educacionais, metodologias alternativas e fundamentação teórica variada para a concretização da igualdade de oportunidades educacionais para pessoas que possuem alguma deficiência física. No entanto podemos também compreender, que a complexidade da questão sócio-educativacultural voltada para inclusão, que permeia a área da Educação e conseqüentemente a Educação Física é bastante grande e merecedora de destaque. A partir das considerações apresentadas, o presente trabalho pretende investigar como o professor de Educação Física Escolar faz as adaptações necessárias nas aulas de Educação Física para inclusão de alunos portadores de deficiência física. OBJETIVOS GERAL Analisar as adaptações necessárias nas aulas de Educação Física para inclusão de alunos portadores de deficiência física. ESPECÍFICOS Verificar a construção social da deficiência física; Conceituar deficiência física e inclusão; Verificar as adaptações necessárias para a inclusão do deficiente físico nas aulas de Educação Física; Mostrar que há possibilidade do deficiente físico praticar aulas de Educação Física. METODOLOGIA DA PESQUISA Esse estudo caracteriza-se por uma pesquisa descritiva que, segundo, CERVO e BERVIAN (1993, p. 55), caracterizam como 05 [...] aquela utilizada com o objetivo de observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-las. Estuda fatos e fenômenos [...] com a interferência do pesquisador. ESTRUTURA DO TRABALHO Na primeira parte do trabalho será enfocada a história da Educação física adaptada, uma modalidade muito recente na história do país. Na segunda parte a abordagem se dará entre a relação da educação física adaptada e a inclusão desses alunos na escola regular. Na terceira E quarta parte será enfocado adaptações necessárias para a inclusão do deficiente físico nas aulas regulares de educação física. Na quinta parte será abordado os benefícios que o esporte traz para os deficientes físicos, elencando as modalidades já existentes em que o deficiente possa estar participando. Para finalizar serão feitas as considerações finais sobre o tema discutido. 1. REFERENCIAL TEÓRICO A idéia da educação física adaptada é a de incluir o aluno com necessidades especiais nas atividades físicas promovidas pelas escolas do sistema regular de ensino, pois, muitas vezes, esses alunos são dispensados devido a sua condição. A atividade motora adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com necessidades especiais condições de aumentar o repertório de movimentos. 1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA A história do esporte adaptado no mundo é relativamente recente. Os primeiros registros referem-se a treinamentos e competições de futebol para surdos, realizados na Inglaterra e nos Estados Unidos na primeira década do século XX. Algumas competições de atletismo para cegos também foram organizadas nos EUA a partir de 1920. Contudo, o grande desenvolvimento do esporte adaptado no mundo ocorreu após a II Guerra Mundial. Apesar de todas as suas conseqüências desastrosas, a II Guerra forçou a evolução de pesquisas e proporcionou às PPD condições melhores do que as anteriormente existentes. Muitos soldados, ao voltarem para seus países cegos, surdos, mutilados ou com lesões medulares, começaram a exigir do governo melhores condições de tratamento para que pudessem retornar à vida o mais próximo possível da normal. Assim, a partir de 1946, começaram a surgir nos Estados Unidos e na Inglaterra os primeiros movimentos organizados de esporte para portadores de deficiências físicas e sensoriais. (GREGUOL, 2011). Para SILVA et al (2008), aborda a idéia que nos primórdios houveram indícios de Pessoas com Deficiências, mas não podendo ser comprovados. No entanto existem algumas hipóteses que foram levantadas acerca de vida destas pessoas, resultado de registros em cavernas descobertas por arqueólogos. Esses arqueólogos encontraram dedos amputados, que podem ser notados nos desenhos das cavernas habitadas, uma incrível calosidade óssea com grande desvio da linha do fêmur e evidente encurtamento da perna (SILVA, 1986, apud 07 SILVA et al, 2008). Isto evidencia a existência na Pré-História de pessoas deficientes que sobreviveram por muitos anos. Já na idade média, segundo MELO (2009), a igreja atribuía as causas das deficiências ao sobrenatural, os deficientes eram vistos com seres possuídos por demônios. Neste tempo eram usados orfanatos, manicômios, prisões e outros tipos de instituições estatais para guardar os deficientes mentais. Concomitantemente começaram a surgir experiências positivas para contribuir com o avanço do conhecimento sobre os PCD, alguns exemplos, segundo MELO (2009), são: Frade Ponce de León (1509–1584) educou 12 crianças surdas com surpreendente êxito, e escreveu o livro Doctrina para los mudos-sordo e criou o método oral. Juan Pablo Bonet (1579–1633) publicou Reducción de las letrasy arte de enseñar a hablar a los mudos. Charles Michel de I’Epée (1712–1789) criou a primeira escola para surdos que, posteriormente, converteu-se no intuito Nacional Surdo-mudo. Valentín Haiiy (1806-1852) criou em Paris um Instituto para Crianças Cegas. Louis Braille (1806-1852) é ex-aluno de Valentin Haiiy e criador do Sistema Braille. Embora seja recente a abertura das instituições educacionais preparadas para atender essas pessoas com necessidades especiais, já havia relatos de tratamentos com a utilização da atividade física ou do exercício como tratamento médico e terapia. Existem indícios que o exercício terapêutico surge na china por volta de 3000 a.C de acordo com WINNICK (2004). Para SEAMAN; De PAUW (1989), apud STRAPASSON (2007), há uma diferença entre Educação especial e Educação Física Adaptada, ela está relacionada a constituição dos grupos. A primeira ele firma que não tem condições de se engajar de modo irrestrito de forma que não oferece se nenhum risco ao estudante, em atividades vigorosas de um programa de Educação Física, em virtude de suas limitações. Exigia se então um programa diferenciado em seus objetivos e instruções. 08 Atualmente tem mudado o sentido de pensamento a sociedade tem visado muito a questão da inclusão, a nova linha de pensamento nos diz que a Educação Física está orientada para ações que visam encorajar e promover a atividade física auto-determinada para todos os cidadãos durante a vida. O desafio consiste em saber lidar com o abundante potencial presente nas pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas, interagindo nos mais diferentes contextos. (GORGATTI; COSTA, 2005). No entanto a Educação Física Adaptada consiste em uma parte da Educação Física, cujo objetivo é o estudo e a intervenção profissional no universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática de atividades físicas. Seu foco então é o desenvolvimento da cultura corporal de movimento. Hoje, com a evolução das pesquisas na área da atividade motora, a Educação Física Adaptada busca, através de diversas estratégias, oferecer programas individualizados de atividades físicas para indivíduos que, por algumas deficiência ou distúrbio, não teriam benefícios ideais caso participassem de um programa convencional. 1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E INCLUSÃO A Educação Física, de acordo com SOUZA (2007), enfatiza o conhecimento e domínio corporal e busca, através de atividades lúdicas e esportivas, servir como importante elemento de desenvolvimento geral, aumentando o potencial de experimentação corporal de situações de aprendizagem e de aquisição de conceitos básicos. Desenvolve a autoconfiança, a auto-iniciativa e a auto-estima, além de atuar como elemento facilitador de um desenvolvimento motor adequado e propiciador de situações de interação social. A busca de uma escola inclusiva não se limita a política Nacional, mas a um fator Mundial. Processo esse deflagrado com diferentes intervenções políticas sociais, que ora são utilizadas de forma ditatorial, e ora que procuram buscar soluções para delinear algo novo com fundamentação nas bases escolares. 09 De acordo com LIMA (2001), o texto constitucional de 1988, menciona no Art.205, a educação como direito de todos e dever do Estado e da família. No Art. 206, verificamos princípio eminentemente democrático, cujo sentido é nortear a educação, citando: a igualdade de convicções não só para o acesso, mas também para a permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o pensamento; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas; a coexistência de instituições públicas e privadas; a existência de ensino público gratuito e a gestão democrática do ensino público. A linha mestra estabelecida pela Constituição é detalhada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) que vem ratificar normas sobre a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, inclusive às com deficiência. Idéias essas que também são descritas na Declaração Mundial, na Declaração de Direitos Humanos, na Constituição Federal promulgada em 1981, no Estatuto da Criança e dos Adolescentes, dentre outros. Seguindo uma tendência mundial, um dos verdadeiros objetivos da Educação Física, como ciência, manifesta-se pelo trato humano. No âmbito escolar, apresenta-se, também, como vetor interdisciplinar, permitindo direcionar sua projeção, desde a escolha do foco de estudo, até o ponto de convergência das demais disciplinas a serem vivificadas pelo ser humano. A convivência com pessoas com necessidades especiais é marcada, em cada época da história, por ações discriminatórias que geram representações preconceituosas. Na antiguidade as crianças eram mortas quando nasciam com máformação ou doentes. As que sobreviviam eram abandonadas e ficavam a deriva da sorte ou eram utilizadas por pessoas pobres para pedir esmola. Em outros locais eram vistas como "possuídas pelo demônio" e que precisavam ser purificadas. Esse fato mascarava flagelos e humilhações. (SASSAKI, 1997) O momento histórico em favor da integração da criança com deficiência inicia segundo BANK-MILKKELSEN (1980), apud SASSAKI (1997), nos países nórdicos quando se questionaram as práticas sociais e escolares de segregação. No Brasil conforme descreve WILL (1986), citado por SAINT-LAURENT (1997), o movimento inicia-se na década de 80, tendo seu transcorrer histórico até os dias de hoje. 10 A efetivação ocorre na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em 1990, que a seguir desencadeia em Salamanca, na Espanha, em 1994, na Conferência Mundial sobre necessidades educativas especiais, a proposição de promover a Educação para Todos, analisando fundamentalmente, as mudanças de políticas necessárias para favorecer o enfoque de uma educação integradora, sobretudo às com necessidades educacionais especiais. A Educação Física referendada, em dezembro de l997, nos Parâmetros Curriculares Nacionais / MEC, como disciplina curricular na grade de ensino das escolas regulares, vem resgatar a proposta da Educação para Todos, principalmente, no que se refere aos alunos que apresentam necessidades especiais, permanentes ou não. A educação para todos é um dos inalienáveis direitos cívicos, onde o conceito de igualdade expresso na frase “igualdade de oportunidades”, deflagra mais um fator de crise que sinaliza à busca de diferentes práticas pedagógicas, principalmente quanto as relações sociais. (LIMA, 2001). Para compreender e reconhecer as diferenças, identificar que o tempo não é igual para todos, e que todos têm direitos, é necessário que se abandone os rótulos, as classificações, os conceitos existentes, e os preconceitos formulados. É refletir e concretizar ações em busca do exercício pleno da cidadania de todo e qualquer indivíduo. É ultrapassar a tradição conteudista, onde a transmissão do conhecimentos científicos estabelecem-se como prontos e inquestionáveis, é considerar que os alunos não são “tábulas-rasas”. (LIMA, 2001). De acordo com DIVERSIDADE (1999), ser portador de alguma deficiência física inata ou adquirida por algum acidente é, sem dúvida, ser merecedor de um tipo específico de atenção, seja no campo pessoal, familiar, ou ainda no campo social. Deficiente é aquele que tem falta de partes físicas do corpo ou psíquica e normal é o conceito atribuído a quem não tem nenhum problema e/ou alteração física ou psíquica (FERREIRA, 2000). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1989), pessoas portadoras de deficiências (PPD) são aquelas que, por alguma condição motora, sensorial ou mental, vêem-se limitadas de viver plenamente. Daí pode-se concluir 11 que o indivíduo apresenta, ao nascer ou durante o decorrer de sua vida, algum distúrbio que lhe acarretará uma limitação. Nesse contexto, quando a escola trabalha com a prática de esporte, ela pode significar, no imaginário do deficiente, uma forma de evidenciar suas deficiências, retirando-o da convivência com os outros, significando sacrifício e exclusão. Por outro lado, pode também significar melhorias para a sua qualidade de vida, por proporcionar prazer e ser sentida como uma prática que não desconsidera sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia a sua eficiência e possibilidades. A condição de igualdade social nem sempre está presente no cotidiano do deficiente físico. No âmbito escolar nem todos conseguem uma vaga em uma instituição com serviço educacional adequado. Seria necessário que o acesso à escola com serviços especializados fosse para todos, em classes adequadas à idade, a fim de prepará-los para uma vida autônoma como membros plenos da sociedade. (INTEGRAÇÃO, 1999). Nos últimos anos, em todo o mundo, tem se falado muito no termo “acessibilidade”. Hoje em dia é muito comum se ouvir falar sobre o direito de todas as pessoas, independente de sua condição, à educação e à prática de atividades físicas. Diante desse quadro, muitos mecanismos legais têm sido criados para garantir esses direitos a todos os indivíduos. Assim, formalizou-se a partir da década de 50 a Educação Física Adaptada, que hoje pode ser definida como um conjunto de atividades, jogos, exercícios, ritmos e esportes, voltados para atender às necessidades especiais de indivíduos na área de Educação Física. (GREGUOL, 2011). Esses programas vieram inicialmente com a finalidade de possibilitar a inclusão de alunos portadores de deficiências físicas, mentais, visuais e auditivas em aulas de Educação Física escolar. A Inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, fato que vem se efetivando a partir da década de 70. A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. (SASSAKI, 1997). Segundo o autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, 12 inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Para promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda a conviver dentro da diversidade humana, através da compreensão e da cooperação. (CIDADE; FREITAS, 1997). Na escola, pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente. (CARVALHO, 1998, p.170). A escola como espaço inclusivo têm sido alvo de inúmeras reflexões e debates. A idéia da escola como espaço inclusivo nos remete às dimensões físicas e atitudinais, que permeiam a área escolar, onde diversos elementos como a arquitetura, engenharia, o transporte, o acesso, experiências, conhecimentos, sentimentos, comportamentos e valores, dentre outros, coexistem, formando este lugar extremamente complexo. A discussão de uma escola para todos tem suscitado inúmeros debates sobre programas e políticas de inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais. A grande polêmica está centrada na questão de como promover a inclusão na escola de forma responsável e competente. Segundo BUENO e RESA (1995), a Educação Física Adaptada para alunos com deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados ao aluno com deficiência. É um processo de atuação docente com planejamento, visando atender às necessidades de seus educandos. A Educação Física na escola se constitui uma grande área de adaptação ao permitir a participação de crianças e jovens em atividades físicas, adequadas às suas possibilidades, proporcionando-lhes que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. O Programa de Educação Física, quando adaptado ao aluno com deficiência, possibilita-lhe a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de um melhor desempenho. (CIDADE; FREITAS, 1997). É importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo de deficiência, idade em que apareceu a deficiência, se foi repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. Implica, também, que esse educador conheça os diferentes 13 aspectos do desenvolvimento humano: biológico (físicos, sensoriais, neurológicos); cognitivo; motor; interação social e afetivo-emocional. (CIDADE; FREITAS, 1997). Para JUNIOR (2009, p.47): A atividade física ajuda qualquer pessoa, não só deficientes físicos, porque é capaz de melhorar a coordenação motora e a autoestima. No caso específico de um deficiente físico, há ainda o importante componente da socialização e da inclusão. O aluno passa a ter a oportunidade de praticar a mesma atividade que os demais, mesmo que dentro das suas limitações. O esporte amplia a capacidade de superação. As diferenças entre indivíduos são justificadas por meio de uma condição natural da existência de corpos naturalmente melhores e outros piores. Logo a Educação Física escolar se caracteriza pelo caráter de homogeneização, esse caráter aplicado a Educação Física escolar buscava retirar a responsabilidade pedagógico-social do educador. (DAÓLIO, 1995). Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre o outro, em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações. Com este pressuposto, sugere-se que a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência seja um processo de ensino-aprendizagem onde tanto o professor como o aluno aprendem e ensinam. Para PEDRINELLI (2002, p.54): Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações [...] Entretanto, quando falamos em inclusão e necessidades especiais, no ambiente escolar, devemos considerar que esta opção nos remete a uma série de abordagens e cada uma delas pode abranger uma população diferente. Portanto, inclusão não pode tratar somente de uma população específica (pessoas em condição de deficiência), colocando novamente de lado a atenção para com os alunos menos habilidosos, obesos, entre outros. 1.3 AÇÃO PEDAGÓGICA: DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E REALIDADE A Educação Física adaptada apresenta certa tendência em considerar as preferências culturalmente determinadas e familiarizadas da maioria da população 14 quanto às habilidades esportivas. Em decorrência desse contexto, aparentemente sem aspectos negativos, podemos observar que as aulas desenvolvem-se predominantemente em moldes esportivos, privilegiando um número bastante reduzido de modalidades. Todavia, esse tipo de ação, quando descontextualizado de uma proposta pedagógica, pode levar a uma prática esportivizada (PAES, 1996), destacando e ampliando as diferenças de habilidades e competências. Essas ações, em geral, parecem reforçar o desinteresse e o afastamento dos menos expressivos e menos habilidosos, os levado a solicitar a permissão do professor para deixar a aula, (des) motivados pela falta de oportunidades ou por comportamentos excludentes por parte de seus pares. Visando demonstrar as limitações da proposta integracionista, presentes na prática do contexto escolar, MITTLER (2003, p. 34) cita que “o aluno deve adaptarse à escola, e não há necessariamente uma perspectiva de que a escola mudará para acomodar uma diversidade cada vez maior dos alunos.” No processo integracionista, os atendimentos aconteciam nas instituições escolares, porém em salas separadas, rotuladas como salas para o ensino especial. O rótulo, ou classificação, dado aos que frequentavam tal espaço resultou no distanciamento entre estes e os demais alunos dentro da própria instituição escolar. Ao refletir sobre essa situação, SASSAKI (1997), diz que, nessa proposta, o que continua sendo evidenciado é o paradigma da segregação, ou seja, o movimento integracionista estaria reforçando as diferenças sociais e acentuando a discriminação, uma vez que houve apenas o encurtamento da distância física; o abismo atitudinal continuou. Tal fato revelou a dificuldade da escola – direção, docentes, administração, alunos – em trabalhar com as diferenças. Nem escola, nem sociedade estavam preparadas para atender alunos com deficiências. Não se pode descontextualizar a escola da sociedade; é preciso reconhecer que os valores e crenças que permeiam a sociedade permeiam do mesmo modo a escola. Os sujeitos que fazem parte do contexto social são os mesmos que atuam no ambiente escolar. Assim, o que acontece na escola é um reflexo da sociedade onde a escola está inserida. (MITTLER, 2003). 15 Tendo em vista os fracassos apresentados na proposta da integração escolar, em meados dos anos 1990 teve início um novo movimento denominado de inclusão escolar. Há quase um século, houve o reconhecimento dessa situação na educação, e grupos de defensores uniram forças e começaram a se organizar para contrabalançar tal injustiça. [...] As mudanças na educação ao longo dos anos assumiram muitas formas e progressos graduais foram feitos. Os desenvolvimentos têm sido cada vez mais progressivos rumo a critérios educacionais e sociais mais inclusivos. (STAINBACK, 2002, p. 15). Pode-se dizer que o paradigma da inclusão é o resultado de um movimento sócio-histórico-cultural, a fim de eliminar as práticas sociais excludentes que permearam o século XX, as quais, quando quantificadas por pesquisas viabilizadas por instituições como ONU e UNESCO, revelaram que boa parte da população mundial vivia à margem da sociedade, sem acesso a saúde e educação. Para MANTOAN (2002), tais dados podem ser considerados imorais quando confrontados aos discursos que enaltecem a ética, a justiça e os direitos humanos, considerados pela autora o tripé do ideário educacional. A complexidade do problema da exclusão social da pessoa com necessidades educacionais especiais não será equacionada apenas por meio da escola, todavia ela é um elemento essencial no conjunto de forças que podem favorecer as lutas contra-hegemônicas. De acordo com RIBEIRO (2009), no movimento em busca da valorização e do respeito às diferenças, a Organização das Nações Unidas tem papel relevante. Entre os documentos por ela elaborados, encontram-se a Declaração Universal dos Direitos das Pessoas com Retardamento Mental (1971) e dos Portadores de Deficiências (1975); o Ano Internacional dos Deficientes (1981); a Década dos Deficientes (1983-1992); a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990); o Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003). Na sequência, ocorreu a Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade (1994), organizada pela UNESCO, a qual resultou na Declaração de Salamanca, assinada por 92 países, que, segundo MITTLER (2003), é um marco histórico no processo da inclusão. Para SANTOS (2003), a Declaração de Salamanca, documento de domínio mundial, apontou novas perspectivas na área da educação especial, propagando a 16 inclusão escolar e social como direito inalienável de todas as pessoas, independentemente de raça, etnia, condições físicas e mentais. O paradigma da inclusão, que se fortaleceu mundialmente após a Declaração de Salamanca, parte primeiramente do reconhecimento da especificidade do sujeito, e não da sua deficiência. A Declaração de Salamanca explicita que a escola deve oferecer os serviços adequados para atender à diversidade da população. Isto constitui um avanço que incorpora as críticas à rigidez histórica do sistema de ensino e às exigências tradicionais de que os indivíduos se adaptem a eles (LAPLANE, 2004, p. 14). Referindo-se ao papel da escola no processo de inclusão, RODRIGUES (2009), diz que ela deve esforçar-se para atender de forma apropriada e com alta qualidade não somente aqueles que têm deficiência, mas todas as formas de diferença dos alunos sejam elas culturais, étnicas ou outras. Seguindo essa premissa, a inclusão escolar deve oferecer um ambiente o menos restritivo possível. Isso englobaria não somente a estrutura física da escola, mas também o atendimento do professor, os recursos pedagógicos específicos, a proposta curricular e o projeto pedagógico da escola, bem como o processo de avaliação. As resistências que envolvem o atendimento do aluno com deficiência no ensino regular, que expõem o professor como um dos principais agentes dessa realidade, espelham as condições de trabalho oferecidas, as quais estão associadas ao fato de a escola ter ou não uma proposta inclusiva. Do mesmo modo, podem estar relacionadas aos preconceitos atribuídos ao aluno com deficiência e que foram construídos socialmente, reincidindo no ambiente escolar. A escola, que antes era um espaço marcado pela homogeneidade e por um padrão de desempenho cognitivo, foi apresentada a uma diversidade, a uma nova proposta de ensino à qual ainda não teve tempo de se adequar. A demora deve-se ao fato de que, além das mudanças pedagógicas e administrativas, a escola necessita também estar sensível, estar disponível, por meio de seus agentes, a aceitar este desafio: atender com qualidade a diversidade do alunado. (RIBEIRO, 2009). 17 1.4 ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A INCLUSÃO DO DEFICIENTE FÍSICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Considerar a diversidade que se verifica entre os educandos nas instituições escolares requer medidas de flexibilização e dinamização do currículo para atender, efetivamente, às necessidades educacionais especiais dos que apresentam deficiência(s), altas habilidades (superdotação), condutas típicas de síndromes ou condições outras que venham a diferenciar a demanda de determinados alunos com relação aos demais colegas. Essas condições exigem a atenção da comunidade escolar para viabilizar a todos os alunos, indiscriminadamente, o acesso à aprendizagem, ao conhecimento e ao conjunto de experiências curriculares disponibilizadas ao ambiente educacional, a despeito de necessidades diferenciadas que possam apresentar. A Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação, segundo BUENO e RESA (1995), através da Resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação e que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. Por isso sabe-se que, muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada ou a Inclusão. De acordo com ROSADAS (1994), educação física adaptada é: Uma área do conhecimento em educação física e esportes que tem por objetivo privilegiar uma população caracterizada como portadora de deficiência ou de necessidades especiais, e desenvolve-se através de atividades psicomotoras, esporte pedagógico, recreação e lazer especial, e técnicas de orientação e locomoção. (p.99). Esta área trabalha, ou direciona estudos às pessoas com necessidades educacionais especiais. Estas são chamadas desta forma pelo fato de apresentarem características físicas, psíquicas, de natureza genética, auditivas, visuais e múltiplas diferentes das pessoas ditas "normais". São pessoas que fogem do padrão de normalidade imposto pela sociedade. Dentre as pessoas com necessidades educacionais especiais estão os deficientes mentais, visuais, auditivos, físicos, com múltiplas deficiências, além dos superdotados ou pessoas com altas habilidades, as que apresentam síndromes 18 típicas neurológicas, psiquiátricas, psicológicas e as pessoas com dificuldades de aprendizagem. (CARVALHO, 1998). A oferta de atividades para esta população pode ser feita, segundo CARVALHO (1998), em atividades físicas terrestres e atividades físicas desenvolvidas no meio líquido, como forma de promoção de saúde e qualidade de vida, bem como na orientação para uma prática eficaz. Por isso, uma das atuações do profissional de Educação Física é estimular as necessidades, as possibilidades e as potencialidades destas pessoas quando elas se tornam alunos. É fato que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência e por vários motivos, entre eles, porque os professores não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. Ser portador de alguma deficiência física inata ou adquirida por algum acidente é, sem dúvida, segundo EDLER (1998), ser merecedor de um tipo específico de atenção, seja no campo pessoal, familiar, ou ainda no campo social. Para que o educando com deficiência física possa acessar ao conhecimento escolar e interagir com o ambiente ao qual ele freqüenta, faz-se necessário, segundo EDLER (1998), criar as condições adequadas à sua locomoção, comunicação, conforto e segurança. É o Atendimento Educacional Especializado, ministrado preferencialmente nas escolas do ensino regular, que deverá realizar uma seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento para o desempenho das atividades escolares. Nesse contexto, quando a escola trabalha com a prática de esporte, ela pode significar, no imaginário do deficiente, uma forma de evidenciar suas deficiências, retirando-o da convivência com os outros, significando sacrifício e exclusão. Por outro lado, pode também significar melhorias para a sua qualidade de vida, por proporcionar prazer e ser sentida como uma prática que não desconsidera sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia a sua eficiência e possibilidades. (MEC, 2002). 19 Conforme MARQUEZINE (1998, p.58), "as atividades lúdicas e psicomotoras, sendo espontâneas, livre de tensão, trazem sempre o prazer e, conseqüentemente, o aprendizado." Ainda, destaca-se que enquanto jogos, estes proporcionam "o aprender fazendo". As pessoas com necessidades educacionais especiais se desenvolvem , segundo SILVA (1998), através de sua interação com o ambiente que as rodeia e o nível dessa relação depende do potencial intelectual que possuem. Portanto, a recreação, o jogo, o brinquedo e as atividades psicomotoras, são meios de exploração e de desenvolvimento global, visando também, uma interação e integração social efetiva destas pessoas. Por isso, a prática pedagógica da Educação Física aliada às atividades psicomotoras recreativas, vem comprovar a necessidade de sua aplicação junto as pessoas com necessidades educacionais especiais, pois é uma possibilidade de desenvolvimento e integração com diferentes grupos e colaborando para a superação das dificuldades, pré-conceitos e das rotulações impostas à deficiência. A condição de igualdade social nem sempre está presente no cotidiano do deficiente físico. No âmbito escolar nem todos conseguem uma vaga em uma instituição com serviço educacional adequado. Seria necessário que o acesso à escola com serviços especializados fosse para todos, em classes adequadas à idade, a fim de prepará-los para uma vida autônoma como membros plenos da sociedade. (MEC, 2002). Esses mesmos deficientes têm seus direitos garantidos pela legislação. Mas a garantia se esvai, quando perante tantos desafios, que os tolhem e os retalham no exercício de sua cidadania, desanimam e se acomodam a condição de heteronomia. O preconceito e a discriminação se fazem concretos, pois suspeitamos que, por estarem presentes em toda parte, a sociedade desconhece como tratar essa diferença. Com a educação física apropriada aos deficientes, segundo EDLER (1998), poderíamos mostrar à sociedade que todo cidadão, deficiente ou não, é capaz de viver com suas deficiências, praticando alguma atividade física, sem que as pessoas os olhem com compaixão. Mas sim, como capazes de ampliar suas possibilidades nos campos axiológico, social, político e cultural. 20 Valores como determinação, cooperação, auto-superação, autoconfiança, socialização, bem como habilidades motoras e cognitivas, podem ser referenciados pela prática da atividade física. Ao trabalhar com o deficiente, precisamos intervir visando uma educação física que os conscientize de suas deficiências, mas que os faça desvelar suas possibilidades e motivá-los na busca de melhorias para a sua qualidade de vida, facilitando suas atividades cotidianas. (MEC, 2002). Se, ao contrário, segundo SASSAKI (1997), percebermos a Educação Física Escolar com a finalidade de treinamento físico, supostamente poderemos submeter esse indivíduo a um sofrimento maior, podendo até piorar a condição física, social e afetiva do praticante. No caso de educandos com graves comprometimentos motores, que necessitam de cuidados na alimentação, na locomoção e no uso de aparelhos ou equipamentos médicos, segundo SASSAKI (1997), faz-se necessário a presença de um acompanhante no período em que freqüenta a classe comum. São esses recursos humanos que possibilitam aos alunos com deficiência física a autonomia, a segurança e a comunicação, para que eles possam ser inseridos em turmas do ensino regular. Tornar a Educação Física uma prática emancipatória para os deficientes físicos é um desafio posto aos atuais e futuros profissionais de Educação Física. 1.5 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA DEFICIENTES FÍSICOS Praticar esporte, segundo PRANDI (2013), é uma forma que os portadores de deficiência dispõe para redescobrir a vida de uma forma ampla e global. Previne as enfermidades secundárias à deficiência e ainda promove a integração social, levando o indivíduo a descobrir que é possível, apesar das limitações físicas, ter uma vida normal e saudável. Abraçar uma atividade física pode transformar o dia-a-dia de um atleta especial e ainda fazer bem para a saúde do corpo e da mente. 21 Movimentar-se é a palavra de ordem. Não importa se o atleta tem como objetivo jogar profissionalmente ou de forma amadora. O importante é procurar uma modalidade esportiva que se adeque as condições e limites. Praticar atividade física tanto por competitividade quanto por diversão pode trazer ao indivíduo, segundo PRANDI (2013), benefícios físicos e psicológicos: Físicos - Agilidade, equilíbrio, força muscular, coordenação motora, resistência física, melhora das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestório, reprodutor e excretor), velocidade, ritmo, possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição, prevenção de deficiências secundárias, promoção e encorajamento do movimento, desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida diária, entre outros. Psíquica - melhora da auto-estima, aumenta a integração social, redução da agressividade, estímulo à independência e autonomia, experiência com as possibilidades, potencialidades e limitações, vivência de situações de sucesso e de frustração, motivação para atividades futuras, desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas, entre outros. É imprescindível, segundo PRANDI (2013), respeitar as limitações, adequando modalidades e objetivos pessoais. É preciso haver acompanhamento e muita atenção na hora de executar um movimento. É necessário respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes e o mais importante, estimular sempre o desenvolvimento da potencialidade individual. Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a Segunda Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muitos dos soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com seqüelas permanentes. Porem este evento, terrível, proporcional ao portador de deficiência, melhores condições de vida, pois os deficientes pósguerra eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma preocupação governamental (GUTTMAN, 1981, ADMS e COL., 1985; ALENCAR, 1986, apud CIDADE e FREITAS, 1997). O pós-guerra, de acordo com ASSUMPÇÃO (2002), criou uma situação emergencial, onde a construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional, 22 em todo o mundo foi extremamente necessária. Os programas de reabilitação destes diferentes centros perceberam que os esportes eram um importante auxiliar na reabilitação dos veteranos de guerra que adquiriram algum tipo de deficiência. As atividades desportivas foram introduzidas em programas de reabilitação pelo Dr. Ludwig Guttmann no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville no ano de 1944, como parte essencial no tratamento médico de lesados medulares, auxiliando na restauração e manutenção da atividade mental e na autoconfiança (GUTTMANN, 1981, apud CIDADE e FREITAS, 1997). Concordando com o Dr. Guttmann, SARRIAS (1976) apud CIDADE e FREITAS (1997), ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência, não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa. Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de necessidades educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência física, segundo CIDADE e FREITAS (1997), é a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada. A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário, segundo CIDADE e FREITAS (1997), para melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de manter os objetivos iniciais atingíveis. A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que, ainda segundo o mesmo autor, respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes, deve-se estar atento a todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o desenvolvimento da sua potencialidade. Assim como se tem os jogos olímpicos para os “ditos normais”, também se tem as paraolimpíadas, onde já há uma grande variedade de esportes adaptados para essas pessoas. 23 1.1.5 MODALIDADES ESPORTIVAS As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. As modalidades olímpicas são o arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol, halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol. (ABRADECAR, 2002). De acordo com ABRADECAR (2002), algumas das modalidades esportivas, as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, será apresentada, sendo: Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os lesados medulares. Todas as deficiências físicas podem participar desta modalidade esportiva, respeitando estas duas categorias, em pé e sentado. A participação em competições e o sistema de resultados são semelhantes à modalidade convencional olímpica. Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona. Esta é uma modalidade esportiva que sofre freqüentes modificações, visando possibilitar melhores condições técnicas para o desenvolvimento desta modalidade. Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações. Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais severos. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca. Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. Pequenas alterações foram realizadas nas regras do ciclismo convencional, melhorando a segurança e a classificação dos atletas de acordo com sua 24 deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os atletas participam de provas de estrada, velódromo e contra-relógio. Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na categoria de habilidades. Para isso é necessário analisar os possíveis deficientes que podem participar. Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes. Para participação em eventos competitivos todos os atletas são presos ao solo, possuindo os movimentos livres para tocar o corpo do adversário. Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão presente. Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos os atletas portadores de deficiência física do sexo masculino e feminino. A divisão de acordo com o peso corporal em 10 categorias. Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são realizadas apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações nas regras da competição. Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, sendo este aberto à participação de todos os portadores de deficiências físicas. Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com adaptações quanto as largadas, viradas e chegadas. As provas são variados e os estilos abrangem os estilos oficiais. As competições são realizadas entre atletas da mesma classe. Podem participar desta modalidade esportiva portadores de qualquer deficiência, sendo agrupados os portadores de deficiência visual e os demais. Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados cerebral, é possui características similares ao tênis de mesa. 25 Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados medulares com lesões altas - tetraplégicos - que realizam um jogo com bola de voleibol com objetivo de marcar pontos ao fazer com que a bola ultrapasse uma determinada linha no fundo da quadra. Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina. As regras sofrem apenas uma adaptação em relação ao tênis de campo convencional, sendo esta que a bola pode quicar duas vezes, a primeiro pingo deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e feminino, individual e em duplas. Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular, amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé ou sentado. As provas podem ser realizadas em duplas e individuais, sendo a classificação de acordo com o nível de deficiência. As regras sofrem poucas modificações, em relação ao tênis de mesa convencional. Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé. As equipes podem possuir atletas de ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência física. As provas podem ser realizadas utilizando pistola ou carabina. Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão desta modalidade em pé. A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por ser um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas (para as crianças, esse estimulo começa na escola), visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcanças os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida. CONCLUSÃO Pode-se concluir que as pessoas com que as pessoas com deficiência sofreram muito ao longo da história com discriminações e rotulações. Não se nega que essa situação, seja pela falta de informação ou por preconceito que deixou de existir. Mas que devido às suas lutas e conquistas, as pessoas com deficiência vêm ocupando cada vez mais os espaços e atividades que outrora não lhes eram permitido, ou seja, qualquer espaço social, inclusive as escolas e o direito de aprender e conviver em sociedade. A Educação Física Adaptada muito tem a contribuir para o desenvolvimento de pessoas com deficiência. Não apenas através de atividades físicas, mas também de todo o seu aparato sociológico, que foca suas intenções no sujeito e não na deficiência. A inclusão (escolar, social) é um processo contínuo, o qual nunca estará concluído. Uma sociedade inclusiva não se faz através de adaptações, mas de ações que permitam uma real participação de todos os indivíduos que compõe uma sociedade. O governo tem feito a sua parte: políticas públicas (educacionais) de inclusão e cursos de capacitação e/ou especialização, gratuitos, a seus funcionários (professores, supervisores, e outros da área escolar e não escolar). Mas o governo não pode estar nas salas de aula, ministrando disciplinas. Cabe aos educadores colocar em práticas os ideais de, mais do que uma escola, uma sociedade inclusiva. É muito importante o conhecimento sobre deficiência física, pelos professores, pois é através dele que o educador vai poder proporcionar um melhor atendimento ao portador de deficiência física, conseguindo assim uma maior satisfação em relação ao aprendizado. As leis existem para serem seguidas frente a situações específicas, mas para isso deve-se haver estrutura para as adaptações ao cumprimento das mesmas. O poder das políticas públicas poderá contribuir para criar espaços, assegurar direitos e deveres, promover projetos mais eficientes, mas não dá garantia nenhuma sobre uma verdadeira inclusão entre pessoas se de fato não nos envolvermos. Envolver dá trabalho, leva a responsabilidade e ao compromisso, ou seja, é caminhar a passos curtos. 27 Espera-se que a escola, ao abrir suas portas para tais alunos, informe-se e oriente-se com profissionais da educação e da saúde sobre as especificidades e instrumentos adequados para que aquele aluno encontre ali um ambiente propício, sem discriminações e que lhe proporcione o maior e melhor aprendizado possível. É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a cada necessidade educacional de alunos com deficiência os quais a natureza é capaz de produzir. REFERÊNCIAS ABRADECAR. Organização do desporto. 2002. <http://www.abradecar.gov.br>. Acesso em 06 set. 2012. Disponível em A EDUCAÇÃO especial na formação de profissionais. In: Revista Brasileira de Educação Especial. Piracicaba, v .1, n.2, p. 16-17, Mar. 1994. ASSUMPÇÃO, E. Um novo desafio da psicologia. 2002. Disponível em <http://www.esporteadaptado.com.br>. Acesso em 25 ago. 2012. BRASIL. 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