AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
JOÃO PAULO ASSUMPÇÃO REATTI
ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO
ARIPUANÃ/2013
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
E
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
JOÃO PAULO ASSUMPÇÃO REATTI
ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO
“Trabalho apresentado com exigência
parcial para a obtenção do título de
Especialização em Educação Especial.”
ARIPUANÃ/2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO __________________________________________________03
1. REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________________06
1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA __________________06
1.2 EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA E INCLUSÃO __________________08
1.3 AÇÃO PEDAGÓGICA: DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E
REALIDADE _________________________________________________13
1.4 ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A INCLUSÃO DO DEFICIENTE
FÍSICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ____________________17
1.5 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA DEFICIENTES FÍSICOS ________20
1.5.1 Modalidades Esportivas ________________________________23
CONCLUSÃO ___________________________________________________26
REFERÊNCIAS _________________________________________________28
INTRODUÇÃO
A Educação Física vem refletindo sobre a temática da deficiência, com o
intuito de minimizar os problemas e assegurar a inclusão desse grupo minoritário.
Especificadamente, nesse estudo será abordado um tipo de deficiência: a física.
Em termos históricos, pode-se afirmar que as pessoas portadoras de
deficiência eram excluídas da sociedade. A preconização do corpo máquina faz
entender que quem não produz é representado como inválido, sem utilidade. Estas
características são atribuídas indistintamente a todos que têm alguma deficiência,
marginalizando-os, resta saber se os alunos da rede regular de ensino, ditos
normais aceitarão as adaptações previstas para os deficientes físicos nas aulas de
educação física e se os mesmos aceitarão ou não as atividades modificadas e
auxiliarão nas atividades propostas, ou ainda se haverá rejeição aos alunos
portadores de deficiência física na hora das aulas de Educação Física.
A releitura da deficiência através da lente da inclusão se faz urgente e
necessária. A inclusão pode beneficiar não só o incluído, mas todos que com ele
estabelecerem interações. Além de uma escola inclusiva precisamos de um mundo
inclusivo. Um mundo no qual todos devem ter acesso às oportunidades de ser e
estar na sociedade de forma participativa, onde a relação entre o acesso às
oportunidades e as características individuais não seja marcada por interesses
econômicos, ou pela caridade pública. Nesse sentido, a Educação Física escolar
pode se constituir como agente de inclusão. A atividade física adequada às
possibilidades dos sujeitos, valoriza, integra à realidade, obtendo autonomia,
autoconfiança e liberdade.
JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO
A Educação Física é uma disciplina que possibilita talvez mais do que as
outras, espaços onde se pode dar início a mudanças significativas na maneira de
programar o processo de aprendizagem, tendo em vista as diversas situações em
que os dados do cotidiano associados à cultura de movimentos podem ser utilizados
como objetos para reflexão.
04
A educação brasileira ao se esforçar para dar conta do desafio, que é
imposto,
vem
propondo
formas
educacionais,
metodologias
alternativas
e
fundamentação teórica variada para a concretização da igualdade de oportunidades
educacionais para pessoas que possuem alguma deficiência física. No entanto
podemos também compreender, que a complexidade da questão sócio-educativacultural
voltada
para
inclusão,
que
permeia
a
área
da
Educação
e
conseqüentemente a Educação Física é bastante grande e merecedora de
destaque.
A partir das considerações apresentadas, o presente trabalho pretende
investigar como o professor de Educação Física Escolar faz as adaptações
necessárias nas aulas de Educação Física para inclusão de alunos portadores de
deficiência física.
OBJETIVOS
GERAL
Analisar as adaptações necessárias nas aulas de Educação Física para
inclusão de alunos portadores de deficiência física.
ESPECÍFICOS
Verificar a construção social da deficiência física;
Conceituar deficiência física e inclusão;
Verificar as adaptações necessárias para a inclusão do deficiente físico nas
aulas de Educação Física;
Mostrar que há possibilidade do deficiente físico praticar aulas de Educação
Física.
METODOLOGIA DA PESQUISA
Esse estudo caracteriza-se por uma pesquisa descritiva que, segundo,
CERVO e BERVIAN (1993, p. 55), caracterizam como
05
[...] aquela utilizada com o objetivo de observar, registrar, analisar e
correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-las. Estuda fatos
e fenômenos [...] com a interferência do pesquisador.
ESTRUTURA DO TRABALHO
Na primeira parte do trabalho será enfocada a história da Educação física
adaptada, uma modalidade muito recente na história do país.
Na segunda parte a abordagem se dará entre a relação da educação física
adaptada e a inclusão desses alunos na escola regular.
Na terceira E quarta parte será enfocado adaptações necessárias para a
inclusão do deficiente físico nas aulas regulares de educação física.
Na quinta parte será abordado os benefícios que o esporte traz para os
deficientes físicos, elencando as modalidades já existentes em que o deficiente
possa estar participando.
Para finalizar serão feitas as considerações finais sobre o tema discutido.
1. REFERENCIAL TEÓRICO
A idéia da educação física adaptada é a de incluir o aluno com necessidades
especiais nas atividades físicas promovidas pelas escolas do sistema regular de
ensino, pois, muitas vezes, esses alunos são dispensados devido a sua condição. A
atividade motora adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com
necessidades especiais condições de aumentar o repertório de movimentos.
1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
A história do esporte adaptado no mundo é relativamente recente. Os
primeiros registros referem-se a treinamentos e competições de futebol para surdos,
realizados na Inglaterra e nos Estados Unidos na primeira década do século XX.
Algumas competições de atletismo para cegos também foram organizadas nos EUA
a partir de 1920. Contudo, o grande desenvolvimento do esporte adaptado no
mundo ocorreu após a II Guerra Mundial. Apesar de todas as suas conseqüências
desastrosas, a II Guerra forçou a evolução de pesquisas e proporcionou às PPD
condições melhores do que as anteriormente existentes. Muitos soldados, ao
voltarem para seus países cegos, surdos, mutilados ou com lesões medulares,
começaram a exigir do governo melhores condições de tratamento para que
pudessem retornar à vida o mais próximo possível da normal. Assim, a partir de
1946, começaram a surgir nos Estados Unidos e na Inglaterra os primeiros
movimentos organizados de esporte para portadores de deficiências físicas e
sensoriais. (GREGUOL, 2011).
Para SILVA et al (2008), aborda a idéia que nos primórdios houveram
indícios de Pessoas com Deficiências, mas não podendo ser comprovados. No
entanto existem algumas hipóteses que foram levantadas acerca de vida destas
pessoas, resultado de registros em cavernas descobertas por arqueólogos.
Esses arqueólogos encontraram dedos amputados, que podem ser notados
nos desenhos das cavernas habitadas, uma incrível calosidade óssea com grande
desvio da linha do fêmur e evidente encurtamento da perna (SILVA, 1986, apud
07
SILVA et al, 2008). Isto evidencia a existência na Pré-História de pessoas deficientes
que sobreviveram por muitos anos.
Já na idade média, segundo MELO (2009), a igreja atribuía as causas das
deficiências ao sobrenatural, os deficientes eram vistos com seres possuídos por
demônios. Neste tempo eram usados orfanatos, manicômios, prisões e outros tipos
de instituições estatais para guardar os deficientes mentais.
Concomitantemente começaram a surgir experiências positivas para
contribuir com o avanço do conhecimento sobre os PCD, alguns exemplos, segundo
MELO (2009), são:
Frade Ponce de León (1509–1584) educou 12 crianças surdas com
surpreendente êxito, e escreveu o livro Doctrina para los mudos-sordo e criou o
método oral.
Juan Pablo Bonet (1579–1633) publicou Reducción de las letrasy arte de
enseñar a hablar a los mudos.
Charles Michel de I’Epée (1712–1789) criou a primeira escola para surdos
que, posteriormente, converteu-se no intuito Nacional Surdo-mudo.
Valentín Haiiy (1806-1852) criou em Paris um Instituto para Crianças Cegas.
Louis Braille (1806-1852) é ex-aluno de Valentin Haiiy e criador do Sistema
Braille.
Embora seja recente a abertura das instituições educacionais preparadas
para atender essas pessoas com necessidades especiais, já havia relatos de
tratamentos com a utilização da atividade física ou do exercício como tratamento
médico e terapia. Existem indícios que o exercício terapêutico surge na china por
volta de 3000 a.C de acordo com WINNICK (2004).
Para SEAMAN; De PAUW (1989), apud STRAPASSON (2007), há uma
diferença entre Educação especial e Educação Física Adaptada, ela está
relacionada a constituição dos grupos. A primeira ele firma que não tem condições
de se engajar de modo irrestrito de forma que não oferece se nenhum risco ao
estudante, em atividades vigorosas de um programa de Educação Física, em virtude
de suas limitações. Exigia se então um programa diferenciado em seus objetivos e
instruções.
08
Atualmente tem mudado o sentido de pensamento a sociedade tem visado
muito a questão da inclusão, a nova linha de pensamento nos diz que a Educação
Física está orientada para ações que visam encorajar e promover a atividade física
auto-determinada para todos os cidadãos durante a vida.
O desafio consiste em saber lidar com o abundante potencial presente nas
pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das
atividades físicas, interagindo nos mais diferentes contextos. (GORGATTI; COSTA,
2005).
No entanto a Educação Física Adaptada consiste em uma parte da
Educação Física, cujo objetivo é o estudo e a intervenção profissional no universo
das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática de
atividades físicas. Seu foco então é o desenvolvimento da cultura corporal de
movimento.
Hoje, com a evolução das pesquisas na área da atividade motora, a
Educação Física Adaptada busca, através de diversas estratégias, oferecer
programas individualizados de atividades físicas para indivíduos que, por algumas
deficiência ou distúrbio, não teriam benefícios ideais caso participassem de um
programa convencional.
1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E INCLUSÃO
A Educação Física, de acordo com SOUZA (2007), enfatiza o conhecimento
e domínio corporal e busca, através de atividades lúdicas e esportivas, servir como
importante elemento de desenvolvimento geral, aumentando o potencial de
experimentação corporal de situações de aprendizagem e de aquisição de conceitos
básicos. Desenvolve a autoconfiança, a auto-iniciativa e a auto-estima, além de
atuar como elemento facilitador de um desenvolvimento motor adequado e
propiciador de situações de interação social.
A busca de uma escola inclusiva não se limita a política Nacional, mas a um
fator Mundial. Processo esse deflagrado com diferentes intervenções políticas
sociais, que ora são utilizadas de forma ditatorial, e ora que procuram buscar
soluções para delinear algo novo com fundamentação nas bases escolares.
09
De acordo com LIMA (2001), o texto constitucional de 1988, menciona no
Art.205, a educação como direito de todos e dever do Estado e da família. No Art.
206, verificamos princípio eminentemente democrático, cujo sentido é nortear a
educação, citando: a igualdade de convicções não só para o acesso, mas também
para a permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o
pensamento; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas; a coexistência de
instituições públicas e privadas; a existência de ensino público gratuito e a gestão
democrática do ensino público.
A linha mestra estabelecida pela Constituição é detalhada na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) que vem ratificar normas sobre
a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, inclusive às com deficiência.
Idéias essas que também são descritas na Declaração Mundial, na Declaração de
Direitos Humanos, na Constituição Federal promulgada em 1981, no Estatuto da
Criança e dos Adolescentes, dentre outros.
Seguindo uma tendência mundial, um dos verdadeiros objetivos da
Educação Física, como ciência, manifesta-se pelo trato humano. No âmbito escolar,
apresenta-se, também, como vetor interdisciplinar, permitindo direcionar sua
projeção, desde a escolha do foco de estudo, até o ponto de convergência das
demais disciplinas a serem vivificadas pelo ser humano.
A convivência com pessoas com necessidades especiais é marcada, em
cada época da história, por ações discriminatórias que geram representações
preconceituosas. Na antiguidade as crianças eram mortas quando nasciam com máformação ou doentes. As que sobreviviam eram abandonadas e ficavam a deriva da
sorte ou eram utilizadas por pessoas pobres para pedir esmola. Em outros locais
eram vistas como "possuídas pelo demônio" e que precisavam ser purificadas. Esse
fato mascarava flagelos e humilhações. (SASSAKI, 1997)
O momento histórico em favor da integração da criança com deficiência
inicia segundo BANK-MILKKELSEN (1980), apud SASSAKI (1997), nos países
nórdicos quando se questionaram as práticas sociais e escolares de segregação.
No Brasil conforme descreve WILL (1986), citado por SAINT-LAURENT
(1997), o movimento inicia-se na década de 80, tendo seu transcorrer histórico até
os dias de hoje.
10
A efetivação ocorre na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em
1990, que a seguir desencadeia em Salamanca, na Espanha, em 1994, na
Conferência Mundial sobre necessidades educativas especiais, a proposição de
promover a Educação para Todos, analisando fundamentalmente, as mudanças de
políticas necessárias para favorecer o enfoque de uma educação integradora,
sobretudo às com necessidades educacionais especiais.
A Educação Física referendada, em dezembro de l997, nos Parâmetros
Curriculares Nacionais / MEC, como disciplina curricular na grade de ensino das
escolas
regulares,
vem
resgatar
a
proposta
da
Educação
para
Todos,
principalmente, no que se refere aos alunos que apresentam necessidades
especiais, permanentes ou não.
A educação para todos é um dos inalienáveis direitos cívicos, onde o
conceito de igualdade expresso na frase “igualdade de oportunidades”, deflagra
mais um fator de crise que sinaliza à busca de diferentes práticas pedagógicas,
principalmente quanto as relações sociais. (LIMA, 2001).
Para compreender e reconhecer as diferenças, identificar que o tempo não é
igual para todos, e que todos têm direitos, é necessário que se abandone os rótulos,
as classificações, os conceitos existentes, e os preconceitos formulados. É refletir e
concretizar ações em busca do exercício pleno da cidadania de todo e qualquer
indivíduo.
É
ultrapassar
a
tradição
conteudista,
onde
a
transmissão
do
conhecimentos científicos estabelecem-se como prontos e inquestionáveis, é
considerar que os alunos não são “tábulas-rasas”. (LIMA, 2001).
De acordo com DIVERSIDADE (1999), ser portador de alguma deficiência
física inata ou adquirida por algum acidente é, sem dúvida, ser merecedor de um
tipo específico de atenção, seja no campo pessoal, familiar, ou ainda no campo
social.
Deficiente é aquele que tem falta de partes físicas do corpo ou psíquica e
normal é o conceito atribuído a quem não tem nenhum problema e/ou alteração
física ou psíquica (FERREIRA, 2000).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1989), pessoas
portadoras de deficiências (PPD) são aquelas que, por alguma condição motora,
sensorial ou mental, vêem-se limitadas de viver plenamente. Daí pode-se concluir
11
que o indivíduo apresenta, ao nascer ou durante o decorrer de sua vida, algum
distúrbio que lhe acarretará uma limitação.
Nesse contexto, quando a escola trabalha com a prática de esporte, ela
pode significar, no imaginário do deficiente, uma forma de evidenciar suas
deficiências, retirando-o da convivência com os outros, significando sacrifício e
exclusão. Por outro lado, pode também significar melhorias para a sua qualidade de
vida, por proporcionar prazer e ser sentida como uma prática que não desconsidera
sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia a sua eficiência e possibilidades.
A condição de igualdade social nem sempre está presente no cotidiano do
deficiente físico. No âmbito escolar nem todos conseguem uma vaga em uma
instituição com serviço educacional adequado. Seria necessário que o acesso à
escola com serviços especializados fosse para todos, em classes adequadas à
idade, a fim de prepará-los para uma vida autônoma como membros plenos da
sociedade. (INTEGRAÇÃO, 1999).
Nos últimos anos, em todo o mundo, tem se falado muito no termo
“acessibilidade”. Hoje em dia é muito comum se ouvir falar sobre o direito de todas
as pessoas, independente de sua condição, à educação e à prática de atividades
físicas. Diante desse quadro, muitos mecanismos legais têm sido criados para
garantir esses direitos a todos os indivíduos. Assim, formalizou-se a partir da década
de 50 a Educação Física Adaptada, que hoje pode ser definida como um conjunto de
atividades, jogos, exercícios, ritmos e esportes, voltados para atender às
necessidades especiais de indivíduos na área de Educação Física. (GREGUOL,
2011). Esses programas vieram inicialmente com a finalidade de possibilitar a
inclusão de alunos portadores de deficiências físicas, mentais, visuais e auditivas em
aulas de Educação Física escolar.
A Inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o
mundo, fato que vem se efetivando a partir da década de 70. A inclusão é a
modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com necessidades
especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. (SASSAKI,
1997).
Segundo o autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações,
pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas,
12
inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Para promover uma
sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda a conviver dentro
da diversidade humana, através da compreensão e da cooperação. (CIDADE;
FREITAS, 1997).
Na escola,
pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da
vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares
onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos,
indiscriminadamente. (CARVALHO, 1998, p.170).
A escola como espaço inclusivo têm sido alvo de inúmeras reflexões e
debates. A idéia da escola como espaço inclusivo nos remete às dimensões físicas e
atitudinais, que permeiam a área escolar, onde diversos elementos como a
arquitetura, engenharia, o transporte, o acesso, experiências, conhecimentos,
sentimentos, comportamentos e valores, dentre outros, coexistem, formando este
lugar extremamente complexo. A discussão de uma escola para todos tem suscitado
inúmeros debates sobre programas e políticas de inclusão escolar de alunos com
necessidades educacionais especiais. A grande polêmica está centrada na questão
de como promover a inclusão na escola de forma responsável e competente.
Segundo BUENO e RESA (1995), a Educação Física Adaptada para alunos
com deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas
compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados
ao aluno com deficiência. É um processo de atuação docente com planejamento,
visando atender às necessidades de seus educandos.
A Educação Física na escola se constitui uma grande área de adaptação ao
permitir a participação de crianças e jovens em atividades físicas, adequadas às
suas possibilidades, proporcionando-lhes que sejam valorizados e se integrem num
mesmo mundo. O Programa de Educação Física, quando adaptado ao aluno com
deficiência, possibilita-lhe a compreensão de suas limitações e capacidades,
auxiliando-o na busca de um melhor desempenho. (CIDADE; FREITAS, 1997).
É importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao
seu aluno como: tipo de deficiência, idade em que apareceu a deficiência, se foi
repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que
estão prejudicadas. Implica, também, que esse educador conheça os diferentes
13
aspectos do desenvolvimento humano: biológico (físicos, sensoriais, neurológicos);
cognitivo; motor; interação social e afetivo-emocional. (CIDADE; FREITAS, 1997).
Para JUNIOR (2009, p.47):
A atividade física ajuda qualquer pessoa, não só deficientes físicos, porque
é capaz de melhorar a coordenação motora e a autoestima. No caso
específico de um deficiente físico, há ainda o importante componente da
socialização e da inclusão. O aluno passa a ter a oportunidade de praticar a
mesma atividade que os demais, mesmo que dentro das suas limitações. O
esporte amplia a capacidade de superação.
As diferenças entre indivíduos são justificadas por meio de uma condição
natural da existência de corpos naturalmente melhores e outros piores. Logo a
Educação Física escolar se caracteriza pelo caráter de homogeneização, esse
caráter aplicado a Educação Física escolar buscava retirar a responsabilidade
pedagógico-social do educador. (DAÓLIO, 1995).
Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a
considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender
sobre si mesmo e sobre o outro, em uma situação de diversidade de idéias,
sentimentos e ações. Com este pressuposto, sugere-se que a inclusão de crianças e
adolescentes com deficiência seja um processo de ensino-aprendizagem onde tanto
o professor como o aluno aprendem e ensinam.
Para PEDRINELLI (2002, p.54):
Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a
considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de
aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de
diversidade de idéias, sentimentos e ações [...]
Entretanto, quando falamos em inclusão e necessidades especiais, no
ambiente escolar, devemos considerar que esta opção nos remete a uma série de
abordagens e cada uma delas pode abranger uma população diferente. Portanto,
inclusão não pode tratar somente de uma população específica (pessoas em
condição de deficiência), colocando novamente de lado a atenção para com os
alunos menos habilidosos, obesos, entre outros.
1.3 AÇÃO PEDAGÓGICA: DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO E REALIDADE
A Educação Física adaptada apresenta certa tendência em considerar as
preferências culturalmente determinadas e familiarizadas da maioria da população
14
quanto às habilidades esportivas. Em decorrência desse contexto, aparentemente
sem aspectos negativos, podemos observar que as aulas desenvolvem-se
predominantemente em moldes esportivos, privilegiando um número bastante
reduzido de modalidades. Todavia, esse tipo de ação, quando descontextualizado
de uma proposta pedagógica, pode levar a uma prática esportivizada (PAES, 1996),
destacando e ampliando as diferenças de habilidades e competências. Essas ações,
em geral, parecem reforçar o desinteresse e o afastamento dos menos expressivos
e menos habilidosos, os levado a solicitar a permissão do professor para deixar a
aula, (des) motivados pela falta de oportunidades ou por comportamentos
excludentes por parte de seus pares.
Visando demonstrar as limitações da proposta integracionista, presentes na
prática do contexto escolar, MITTLER (2003, p. 34) cita que “o aluno deve adaptarse à escola, e não há necessariamente uma perspectiva de que a escola mudará
para acomodar uma diversidade cada vez maior dos alunos.”
No processo integracionista, os atendimentos aconteciam nas instituições
escolares, porém em salas separadas, rotuladas como salas para o ensino especial.
O rótulo, ou classificação, dado aos que frequentavam tal espaço resultou no
distanciamento entre estes e os demais alunos dentro da própria instituição escolar.
Ao refletir sobre essa situação, SASSAKI (1997), diz que, nessa proposta, o que
continua sendo evidenciado é o paradigma da segregação, ou seja, o movimento
integracionista
estaria
reforçando
as
diferenças
sociais
e
acentuando
a
discriminação, uma vez que houve apenas o encurtamento da distância física; o
abismo atitudinal continuou.
Tal fato revelou a dificuldade da escola – direção, docentes, administração,
alunos – em trabalhar com as diferenças. Nem escola, nem sociedade estavam
preparadas para atender alunos com deficiências. Não se pode descontextualizar a
escola da sociedade; é preciso reconhecer que os valores e crenças que permeiam
a sociedade permeiam do mesmo modo a escola. Os sujeitos que fazem parte do
contexto social são os mesmos que atuam no ambiente escolar. Assim, o que
acontece na escola é um reflexo da sociedade onde a escola está inserida.
(MITTLER, 2003).
15
Tendo em vista os fracassos apresentados na proposta da integração
escolar, em meados dos anos 1990 teve início um novo movimento denominado de
inclusão escolar.
Há quase um século, houve o reconhecimento dessa situação na educação,
e grupos de defensores uniram forças e começaram a se organizar para
contrabalançar tal injustiça. [...] As mudanças na educação ao longo dos
anos assumiram muitas formas e progressos graduais foram feitos. Os
desenvolvimentos têm sido cada vez mais progressivos rumo a critérios
educacionais e sociais mais inclusivos. (STAINBACK, 2002, p. 15).
Pode-se dizer que o paradigma da inclusão é o resultado de um movimento
sócio-histórico-cultural, a fim de eliminar as práticas sociais excludentes que
permearam o século XX, as quais, quando quantificadas por pesquisas viabilizadas
por instituições como ONU e UNESCO, revelaram que boa parte da população
mundial vivia à margem da sociedade, sem acesso a saúde e educação. Para
MANTOAN (2002), tais dados podem ser considerados imorais quando confrontados
aos discursos que enaltecem a ética, a justiça e os direitos humanos, considerados
pela autora o tripé do ideário educacional.
A complexidade do problema da exclusão social da pessoa com
necessidades educacionais especiais não será equacionada apenas por meio da
escola, todavia ela é um elemento essencial no conjunto de forças que podem
favorecer as lutas contra-hegemônicas.
De acordo com RIBEIRO (2009), no movimento em busca da valorização e
do respeito às diferenças, a Organização das Nações Unidas tem papel relevante.
Entre os documentos por ela elaborados, encontram-se a Declaração Universal dos
Direitos das Pessoas com Retardamento Mental (1971) e dos Portadores de
Deficiências (1975); o Ano Internacional dos Deficientes (1981); a Década dos
Deficientes (1983-1992); a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990); o
Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003). Na sequência, ocorreu a
Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e
Qualidade (1994), organizada pela UNESCO, a qual resultou na Declaração de
Salamanca, assinada por 92 países, que, segundo MITTLER (2003), é um marco
histórico no processo da inclusão.
Para SANTOS (2003), a Declaração de Salamanca, documento de domínio
mundial, apontou novas perspectivas na área da educação especial, propagando a
16
inclusão escolar e social como direito inalienável de todas as pessoas,
independentemente de raça, etnia, condições físicas e mentais.
O paradigma da inclusão, que se fortaleceu mundialmente após a
Declaração
de
Salamanca,
parte
primeiramente
do
reconhecimento
da
especificidade do sujeito, e não da sua deficiência.
A Declaração de Salamanca explicita que a escola deve oferecer os
serviços adequados para atender à diversidade da população. Isto constitui
um avanço que incorpora as críticas à rigidez histórica do sistema de ensino
e às exigências tradicionais de que os indivíduos se adaptem a eles
(LAPLANE, 2004, p. 14).
Referindo-se ao papel da escola no processo de inclusão, RODRIGUES
(2009), diz que ela deve esforçar-se para atender de forma apropriada e com alta
qualidade não somente aqueles que têm deficiência, mas todas as formas de
diferença dos alunos sejam elas culturais, étnicas ou outras.
Seguindo essa premissa, a inclusão escolar deve oferecer um ambiente o
menos restritivo possível. Isso englobaria não somente a estrutura física da escola,
mas também o atendimento do professor, os recursos pedagógicos específicos, a
proposta curricular e o projeto pedagógico da escola, bem como o processo de
avaliação.
As resistências que envolvem o atendimento do aluno com deficiência no
ensino regular, que expõem o professor como um dos principais agentes dessa
realidade, espelham as condições de trabalho oferecidas, as quais estão associadas
ao fato de a escola ter ou não uma proposta inclusiva. Do mesmo modo, podem
estar relacionadas aos preconceitos atribuídos ao aluno com deficiência e que foram
construídos socialmente, reincidindo no ambiente escolar.
A escola, que antes era um espaço marcado pela homogeneidade e por um
padrão de desempenho cognitivo, foi apresentada a uma diversidade, a uma nova
proposta de ensino à qual ainda não teve tempo de se adequar. A demora deve-se
ao fato de que, além das mudanças pedagógicas e administrativas, a escola
necessita também estar sensível, estar disponível, por meio de seus agentes, a
aceitar este desafio: atender com qualidade a diversidade do alunado. (RIBEIRO,
2009).
17
1.4 ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A INCLUSÃO DO DEFICIENTE FÍSICO
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Considerar a diversidade que se verifica entre os educandos nas instituições
escolares requer medidas de flexibilização e dinamização do currículo para atender,
efetivamente, às necessidades educacionais especiais dos que apresentam
deficiência(s), altas habilidades (superdotação), condutas típicas de síndromes ou
condições outras que venham a diferenciar a demanda de determinados alunos com
relação aos demais colegas.
Essas condições exigem a atenção da comunidade escolar para viabilizar a
todos os alunos, indiscriminadamente, o acesso à aprendizagem, ao conhecimento e
ao conjunto de experiências curriculares disponibilizadas ao ambiente educacional, a
despeito de necessidades diferenciadas que possam apresentar.
A Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação,
segundo BUENO e RESA (1995), através da Resolução 3/87 do Conselho Federal
de Educação e que prevê a atuação do professor de Educação Física com o
portador de deficiência e outras necessidades especiais. Por isso sabe-se que,
muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não receberam
em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada
ou a Inclusão.
De acordo com ROSADAS (1994), educação física adaptada é:
Uma área do conhecimento em educação física e esportes que tem por
objetivo privilegiar uma população caracterizada como portadora de
deficiência ou de necessidades especiais, e desenvolve-se através de
atividades psicomotoras, esporte pedagógico, recreação e lazer especial, e
técnicas de orientação e locomoção. (p.99).
Esta área trabalha, ou direciona estudos às pessoas com necessidades
educacionais especiais. Estas são chamadas desta forma pelo fato de apresentarem
características físicas, psíquicas, de natureza genética, auditivas, visuais e múltiplas
diferentes das pessoas ditas "normais". São pessoas que fogem do padrão de
normalidade imposto pela sociedade.
Dentre as pessoas com necessidades educacionais especiais estão os
deficientes mentais, visuais, auditivos, físicos, com múltiplas deficiências, além dos
superdotados ou pessoas com altas habilidades, as que apresentam síndromes
18
típicas neurológicas, psiquiátricas, psicológicas e as pessoas com dificuldades de
aprendizagem. (CARVALHO, 1998).
A oferta de atividades para esta população pode ser feita, segundo
CARVALHO
(1998),
em
atividades
físicas
terrestres
e
atividades
físicas
desenvolvidas no meio líquido, como forma de promoção de saúde e qualidade de
vida, bem como na orientação para uma prática eficaz.
Por isso, uma das atuações do profissional de Educação Física é estimular
as necessidades, as possibilidades e as potencialidades destas pessoas quando
elas se tornam alunos.
É fato que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno
portador de uma deficiência e por vários motivos, entre eles, porque os professores
não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles
alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre
como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência.
Ser portador de alguma deficiência física inata ou adquirida por algum
acidente é, sem dúvida, segundo EDLER (1998), ser merecedor de um tipo
específico de atenção, seja no campo pessoal, familiar, ou ainda no campo social.
Para que o educando com deficiência física possa acessar ao conhecimento
escolar e interagir com o ambiente ao qual ele freqüenta, faz-se necessário,
segundo EDLER (1998), criar as condições adequadas à sua locomoção,
comunicação, conforto e segurança. É o Atendimento Educacional Especializado,
ministrado preferencialmente nas escolas do ensino regular, que deverá realizar
uma seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento
para o desempenho das atividades escolares.
Nesse contexto, quando a escola trabalha com a prática de esporte, ela
pode significar, no imaginário do deficiente, uma forma de evidenciar suas
deficiências, retirando-o da convivência com os outros, significando sacrifício e
exclusão. Por outro lado, pode também significar melhorias para a sua qualidade de
vida, por proporcionar prazer e ser sentida como uma prática que não desconsidera
sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia a sua eficiência e possibilidades.
(MEC, 2002).
19
Conforme
MARQUEZINE
(1998,
p.58),
"as
atividades
lúdicas
e
psicomotoras, sendo espontâneas, livre de tensão, trazem sempre o prazer e,
conseqüentemente, o aprendizado."
Ainda, destaca-se que enquanto jogos, estes proporcionam "o aprender
fazendo". As pessoas com necessidades educacionais especiais se desenvolvem ,
segundo SILVA (1998), através de sua interação com o ambiente que as rodeia e o
nível dessa relação depende do potencial intelectual que possuem.
Portanto, a recreação, o jogo, o brinquedo e as atividades psicomotoras, são
meios de exploração e de desenvolvimento global, visando também, uma interação
e integração social efetiva destas pessoas.
Por isso, a prática pedagógica da Educação Física aliada às atividades
psicomotoras recreativas, vem comprovar a necessidade de sua aplicação junto as
pessoas com necessidades educacionais especiais, pois é uma possibilidade de
desenvolvimento e integração com diferentes grupos e colaborando para a
superação das dificuldades, pré-conceitos e das rotulações impostas à deficiência.
A condição de igualdade social nem sempre está presente no cotidiano do
deficiente físico. No âmbito escolar nem todos conseguem uma vaga em uma
instituição com serviço educacional adequado. Seria necessário que o acesso à
escola com serviços especializados fosse para todos, em classes adequadas à
idade, a fim de prepará-los para uma vida autônoma como membros plenos da
sociedade. (MEC, 2002).
Esses mesmos deficientes têm seus direitos garantidos pela legislação. Mas
a garantia se esvai, quando perante tantos desafios, que os tolhem e os retalham no
exercício de sua cidadania, desanimam e se acomodam a condição de heteronomia.
O preconceito e a discriminação se fazem concretos, pois suspeitamos que,
por estarem presentes em toda parte, a sociedade desconhece como tratar essa
diferença.
Com a educação física apropriada aos deficientes, segundo EDLER (1998),
poderíamos mostrar à sociedade que todo cidadão, deficiente ou não, é capaz de
viver com suas deficiências, praticando alguma atividade física, sem que as pessoas
os olhem com compaixão. Mas sim, como capazes de ampliar suas possibilidades
nos campos axiológico, social, político e cultural.
20
Valores como determinação, cooperação, auto-superação, autoconfiança,
socialização, bem como habilidades motoras e cognitivas, podem ser referenciados
pela prática da atividade física. Ao trabalhar com o deficiente, precisamos intervir
visando uma educação física que os conscientize de suas deficiências, mas que os
faça desvelar suas possibilidades e motivá-los na busca de melhorias para a sua
qualidade de vida, facilitando suas atividades cotidianas. (MEC, 2002).
Se, ao contrário, segundo SASSAKI
(1997), percebermos a Educação
Física Escolar com a finalidade de treinamento físico, supostamente poderemos
submeter esse indivíduo a um sofrimento maior, podendo até piorar a condição
física, social e afetiva do praticante.
No caso de educandos com graves comprometimentos motores, que
necessitam de cuidados na alimentação, na locomoção e no uso de aparelhos ou
equipamentos médicos, segundo SASSAKI (1997), faz-se necessário a presença de
um acompanhante no período em que freqüenta a classe comum.
São esses recursos humanos que possibilitam aos alunos com deficiência
física a autonomia, a segurança e a comunicação, para que eles possam ser
inseridos em turmas do ensino regular.
Tornar a Educação Física uma prática emancipatória para os deficientes
físicos é um desafio posto aos atuais e futuros profissionais de Educação Física.
1.5 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA DEFICIENTES FÍSICOS
Praticar esporte, segundo PRANDI (2013), é uma forma que os portadores
de deficiência dispõe para redescobrir a vida de uma forma ampla e global. Previne
as enfermidades secundárias à deficiência e ainda promove a integração social,
levando o indivíduo a descobrir que é possível, apesar das limitações físicas, ter
uma vida normal e saudável.
Abraçar uma atividade física pode transformar o dia-a-dia de um atleta
especial e ainda fazer bem para a saúde do corpo e da mente.
21
Movimentar-se é a palavra de ordem. Não importa se o atleta tem como
objetivo jogar profissionalmente ou de forma amadora. O importante é procurar uma
modalidade esportiva que se adeque as condições e limites.
Praticar atividade física tanto por competitividade quanto por diversão pode
trazer ao indivíduo, segundo PRANDI (2013), benefícios físicos e psicológicos:
Físicos - Agilidade, equilíbrio, força muscular, coordenação motora, resistência
física, melhora das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório,
digestório, reprodutor e excretor), velocidade, ritmo, possibilidade de acesso à
prática do esporte como lazer, reabilitação e competição, prevenção de deficiências
secundárias, promoção e encorajamento do movimento, desenvolvimento de
habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida
diária, entre outros.
Psíquica - melhora da auto-estima, aumenta a integração social, redução da
agressividade, estímulo à independência e autonomia, experiência com as
possibilidades, potencialidades e limitações, vivência de situações de sucesso e de
frustração, motivação para atividades futuras, desenvolvimento da capacidade de
resolução de problemas, entre outros.
É imprescindível, segundo PRANDI (2013), respeitar as limitações,
adequando modalidades e objetivos pessoais. É preciso haver acompanhamento e
muita atenção na hora de executar um movimento. É necessário respeitar todas as
normas de segurança, evitando novos acidentes e o mais importante, estimular
sempre o desenvolvimento da potencialidade individual.
Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a
Segunda Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com
que muitos dos soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos
seus países com seqüelas permanentes. Porem este evento, terrível, proporcional
ao portador de deficiência, melhores condições de vida, pois os deficientes pósguerra eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma
preocupação governamental (GUTTMAN, 1981, ADMS e COL., 1985; ALENCAR,
1986, apud CIDADE e FREITAS, 1997).
O pós-guerra, de acordo com ASSUMPÇÃO (2002), criou uma situação
emergencial, onde a construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional,
22
em todo o mundo foi extremamente necessária. Os programas de reabilitação
destes diferentes centros perceberam que os esportes eram um importante auxiliar
na reabilitação dos veteranos de guerra que adquiriram algum tipo de deficiência.
As atividades desportivas foram introduzidas em programas de reabilitação
pelo Dr. Ludwig Guttmann no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville no ano de
1944, como parte essencial no tratamento médico de lesados medulares, auxiliando
na restauração e manutenção da atividade mental e na autoconfiança (GUTTMANN,
1981, apud CIDADE e FREITAS, 1997).
Concordando com o Dr. Guttmann, SARRIAS (1976) apud CIDADE e
FREITAS (1997), ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico
atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência,
não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa.
Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores
de necessidades educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência
física, segundo CIDADE e FREITAS (1997), é a necessidade de adaptação dos
materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será
realizada.
A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz
necessário, segundo CIDADE e FREITAS (1997), para melhor adequar estes
objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou
aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de
manter os objetivos iniciais atingíveis.
A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem
que, ainda segundo o mesmo autor,
respeitar todas as normas de segurança,
evitando novos acidentes, deve-se estar atento a todos os tipos de movimentos a
serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o
desenvolvimento da sua potencialidade.
Assim como se tem os jogos olímpicos para os “ditos normais”, também se
tem as paraolimpíadas, onde já há uma grande variedade de esportes adaptados
para essas pessoas.
23
1.1.5 MODALIDADES ESPORTIVAS
As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são
baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande
variedade de opções. As modalidades olímpicas são o arco e flecha, atletismo,
basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol, halterofilismo, iatismo, natação,
rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol. (ABRADECAR, 2002).
De acordo com ABRADECAR (2002), algumas das modalidades esportivas,
as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, será
apresentada, sendo:
Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas
andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os
lesados medulares. Todas as deficiências físicas podem participar desta modalidade
esportiva, respeitando estas duas categorias, em pé e sentado. A participação em
competições e o sistema de resultados são semelhantes à modalidade convencional
olímpica.
Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com
qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são
divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência, que competem entre
si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona. Esta é uma modalidade
esportiva que sofre freqüentes modificações, visando possibilitar melhores
condições técnicas para o desenvolvimento desta modalidade.
Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e
atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do
basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.
Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais
severos. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola
branca.
Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com
guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe.
Pequenas alterações foram realizadas nas regras do ciclismo convencional,
melhorando a segurança e a classificação dos atletas de acordo com sua
24
deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os atletas participam de provas
de estrada, velódromo e contra-relógio.
Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na
categoria de habilidades. Para isso é necessário analisar os possíveis deficientes
que podem participar.
Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas
como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias
masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades de espada, sabre
e florete, sendo provas individuais ou por equipes. Para participação em eventos
competitivos todos os atletas são presos ao solo, possuindo os movimentos livres
para tocar o corpo do adversário.
Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de
paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete
na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de jogadores,
largura do gol e da marca do pênalti estão presente.
Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos os atletas
portadores de deficiência física do sexo masculino e feminino. A divisão de acordo
com o peso corporal em 10 categorias.
Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são
realizadas apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações nas
regras da competição.
Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, sendo este aberto à
participação de todos os portadores de deficiências físicas.
Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com
adaptações quanto as largadas, viradas e chegadas. As provas são variados e os
estilos abrangem os estilos oficiais. As competições são realizadas entre atletas da
mesma classe. Podem participar desta modalidade esportiva portadores de qualquer
deficiência, sendo agrupados os portadores de deficiência visual e os demais.
Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados
cerebral, é possui características similares ao tênis de mesa.
25
Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados
medulares com lesões altas - tetraplégicos - que realizam um jogo com bola de
voleibol com objetivo de marcar pontos ao fazer com que a bola ultrapasse uma
determinada linha no fundo da quadra.
Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do
tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina.
As regras sofrem apenas uma adaptação em relação ao tênis de campo
convencional, sendo esta que a bola pode quicar duas vezes, a primeiro pingo
deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e feminino, individual e
em duplas.
Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular,
amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar
desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé ou sentado. As
provas podem ser realizadas em duplas e individuais, sendo a classificação de
acordo com o nível de deficiência. As regras sofrem poucas modificações, em
relação ao tênis de mesa convencional.
Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física
do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé. As equipes podem
possuir atletas de ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência física. As provas
podem ser realizadas utilizando pistola ou carabina.
Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que
participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão
desta modalidade em pé.
A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos
no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por ser um elemento ímpar no processo
de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser
orientadas e estimuladas (para as crianças, esse estimulo começa na escola),
visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu
programa de reabilitação alcanças os benefícios que estas atividades podem
oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que as pessoas com que as pessoas com deficiência
sofreram muito ao longo da história com discriminações e rotulações. Não se nega
que essa situação, seja pela falta de informação ou por preconceito que deixou de
existir. Mas que devido às suas lutas e conquistas, as pessoas com deficiência vêm
ocupando cada vez mais os espaços e atividades que outrora não lhes eram
permitido, ou seja, qualquer espaço social, inclusive as escolas e o direito de
aprender e conviver em sociedade.
A Educação Física Adaptada muito tem a contribuir para o desenvolvimento
de pessoas com deficiência. Não apenas através de atividades físicas, mas também
de todo o seu aparato sociológico, que foca suas intenções no sujeito e não na
deficiência. A inclusão (escolar, social) é um processo contínuo, o qual nunca estará
concluído. Uma sociedade inclusiva não se faz através de adaptações, mas de
ações que permitam uma real participação de todos os indivíduos que compõe uma
sociedade.
O governo tem feito a sua parte: políticas públicas (educacionais) de
inclusão e cursos de capacitação e/ou especialização, gratuitos, a seus funcionários
(professores, supervisores, e outros da área escolar e não escolar). Mas o governo
não pode estar nas salas de aula, ministrando disciplinas. Cabe aos educadores
colocar em práticas os ideais de, mais do que uma escola, uma sociedade inclusiva.
É muito importante o conhecimento sobre deficiência física, pelos
professores, pois é através dele que o educador vai poder proporcionar um melhor
atendimento ao portador de deficiência física, conseguindo assim uma maior
satisfação em relação ao aprendizado.
As leis existem para serem seguidas frente a situações específicas, mas
para isso deve-se haver estrutura para as adaptações ao cumprimento das mesmas.
O poder das políticas públicas poderá contribuir para criar espaços, assegurar
direitos e deveres, promover projetos mais eficientes, mas não dá garantia nenhuma
sobre uma verdadeira inclusão entre pessoas se de fato não nos envolvermos.
Envolver dá trabalho, leva a responsabilidade e ao compromisso, ou seja, é
caminhar a passos curtos.
27
Espera-se que a escola, ao abrir suas portas para tais alunos, informe-se e
oriente-se com profissionais da educação e da saúde sobre as especificidades e
instrumentos adequados para que aquele aluno encontre ali um ambiente propício,
sem discriminações e que lhe proporcione o maior e melhor aprendizado possível.
É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a cada
necessidade educacional de alunos com deficiência os quais a natureza é capaz de
produzir.
REFERÊNCIAS
ABRADECAR.
Organização
do
desporto.
2002.
<http://www.abradecar.gov.br>. Acesso em 06 set. 2012.
Disponível
em
A EDUCAÇÃO especial na formação de profissionais. In: Revista Brasileira de
Educação Especial. Piracicaba, v .1, n.2, p. 16-17, Mar. 1994.
ASSUMPÇÃO, E. Um novo desafio da psicologia. 2002. Disponível em
<http://www.esporteadaptado.com.br>. Acesso em 25 ago. 2012.
BRASIL. Lei das diretrizes e bases da educação. Brasília: Ministério da Educação,
1996.
BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da república federativa do Brasil.
Brasília: Centro Gráfico, 1998.
BRASIL. Educação especial no Brasil: série institucional 2. Brasília: Secretaria de
Educação Especial, 1994.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclo do ensino
fundamental. Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: SEF, 1997.
BUENO, S. T.; RESA, J.A.Z. Educación física para niños y ninãs com
necessidades educativas especiales. Málaga: Ediciones Aljibe, 1995.
CARVALHO, E. R. Temas em educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998.
CERVO. A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Makron
Books, 1993.
CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Noções sobre educação física e esporte para
pessoas portadoras de deficiência. Uberlândia: Unijuí, 1997.
DAÓLIO, J. A ruptura natureza/cultura na educação física. In: Ademir de Marco
(org.). Pensando em educação motora. Campinas: Papirus, 1995.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Necessidades Educativas Especiais – NEE. In:
Conferência Mundial sobre NEE: Acesso em: Qualidade – UNESCO.
Salamanca/Espanha: UNESCO 1994.
DIVERSIDADE na educação. Revista Integração, Brasília: MEC/SEE, ano 9, n° 21,
p.21-27, Edição Especial, 1999.
EDLER,C. R. Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro:WVA Editora, 1998.
FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio Século XXI Escolar: o minidicionário da Língua
Portuguesa. 4. ed. rev. Ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
29
GORGATTI, M. G.; COSTA R. F. Atividade física adaptada. São Paulo: Manole,
2005.
GREGUOL,
M.
Educação
física
adaptada.
2011.
Disponível
<http://www.fitmail.com.br/si/site/061200>. Acesso em 25 ago. 2012.
em
JUNIOR, R. Esporte e atividade física na infância e na adolescência. .Porto
Alegre: Artmed, 2009.
LAPLANE, Adriana Lia Friszman de. Notas para uma análise dos discursos sobre
inclusão escolar. In: GÓES, Maria Cecília Rafael de; LAPLANE, Adriana Lia
Friszman. (Orgs.). Políticas e práticas de educação inclusiva. Campinas: Autores
Associados, 2004.
LIMA, S. M. T. Temas em educação física adaptada. 2001. Educação Física e a
Escola Inclusiva. (Universidade Estadual de Maringá), Doutoranda na Universidade
Estadual
de
Campinas.
Disponível
em
<
http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/sobama/sobamaorg/TemasemEducacaoFisicaAdapt
ada.pdf>. Acesso em 15 ago. 2012.
MANTOAN, M. T. E.. Todas as crianças são bem vindas à escola. 2002.
Disponível em :<http:/www.nav.webrug.yahoo.com/cahub?reng=eficiência>. Acesso
em 05 out. 2012.
MARQUEZINE, M. C. et al. Perspectivas multidisciplinares em educação
especial. Londrina: UEL, 1998.
MEC e Proposta da Sociedade Brasileira. In: PALHARES, Marina Silveira;
MARINS, Simone (Orgs.). Escola inclusiva. São Carlos: EDUFSCar, 2002.
MELO, T. A. F. Educação física adaptada, uma prática de possibilidades no
contexto
escolar.
2009.
Disponível
em
<
http://www.efdeportes.com/efd136/educacao-fisica-adaptada-no-contextoescolar.htm>. Acesso em 30/01/2013.
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed,
2003.
OMS – (Organização Mundial da Saúde). Classificação internacional das
deficiências, incapacidades e desvantagens. Lisboa: Ministério do Emprego e da
Segurança Social, Secretaria do Nacional de Reabilitação, 1989.
PAES, R. R., Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do
ensino fundamental. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Tese de
Doutorado, Faculdade de Educação, 1996.
PEDRINELLI, V.J, Possibilidades na diferença: o processo de inclusão, de todos
nós. Revista Integração, Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Especial, Ano 14, Edição Especial, p.39-42, ago. 2002.
30
PRANDI, I. J. A importância de exercício físico para deficiente. Disponível em
<http://www.acak.com.br/Saude/deficientes.htm>. Acesso em 01 fev. 2013.
RIBEIRO, S. M. O esporte adaptado e a inclusão de alunos com deficiências
nas aulas de educação física. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciências
Humanas, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2009. Disponível em:
<http://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/INAYIPCIURCT.pdf>. Acesso em 30
jan. 2013.
RODRIGUES, D. As promessas e as realidades da inclusão de alunos com
necessidades especiais nas aulas de educação física. In: ______ (Org.).
Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2009.
ROSADAS, S. C. Educação física e prática pedagógica: portadores de deficiência
mental. Vitória: UFES. Centro de Educação Física e Desportos, 1994.
SAINT-LAURENT, L. A educação de alunos com necessidades especiais. In:
MANTOAN, M. T. E. A integração de pessoas com deficiência: contribuições para
uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
SANTOS, R. A. A formação de professores para a educação inclusiva. Revista
Presença Pedagógica, Belo Horizonte, v. 9, n. 49, 19-26, jan./fev. 2003.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA,1997.
SILVA, S. M. M. Avaliação e intervenção sócio-neuromotora de crianças com
marasmo na primeira infância. Campinas: [s. n.], 1998.
SILVA, R, H, R; SOUSA, S, B; VIDAL, M, H, C. Educação física escolar e
inclusão: limites e possibilidades de uma prática concreta. Revista Especial de
Educação Física, edição digital n. 2 on line, Uberlandia/MG. In: Anais do IV Simpósio
de Estratégias de Ensino em Educação/Educação Física Escolar, 2008.
SOUZA, M. P.
Educação física adaptada para pessoas portadoras de
necessidades visuais especiais. Revista Digital, Buenos Aires, ano 12, n. 111,
ago. 2007. Disponível em<http://www.efdeportes.com/efd111/educacao-fisicaadaptada.htm>. Acesso em 23 /01/2013.
STAINBACK, S. B. As raízes do movimento de inclusão. Pátio Revista Pedagógica,
v. 5, n. 20, p. 15-17, fev./abr. 2002.
STRAPASSON, A. Apostila de educação física para pessoas com deficiência
da Faculdade de Pato Branco. Pato Branco: FADEP, 2007.
WINNICK, Joseph P. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. São Paulo:
Manole, 2004.
Download

ajes – instituto superior de educação do vale do juruena