Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências Socais e Humanas Departamento de Sociologia PSICOSSOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES (cadeira semestral) - Sinopse do programa - Luís Augusto Carvalho Rodrigues lacr @ mail.telepac.pt Resultados esperados _______________________________________________ • Ser capaz de olhar a organização como um fenómeno social • Ser capaz de perspectivar novos padrões de conduta dentro das organizações • Estar mais consciente da sócio-dinâmica organizacional que sustenta o processo operativo Nota: Os quadros a seguir apresentados referem, em esquema, os principais momentos teóricos da cadeira. Procuram servir como um guião para o aluno melhor poder seguir a matéria. Não esgotam, contudo, outros esquemas ou modelos, nem o respectivo suporte discursivo. 2 O que é a Psicossociologia das Organizações __________________________________________________________ • Noção operacional de Psicossociologia das Organizações: Estudo da dinâmica psíquica dentro do processo colectivo das Organizações e intervenção directa do analisador na mudança. • Noção operacional de Organização: combinação ente actores sociais, tarefas, meios de produção, para realizar objectivos económicos, ou sociais ou políticos dentro de um quadro bem definido e onde as pessoas possam desenvolver sem constrangimentos o seu capital de inteligência. 3 Conteúdo __________________________________ A - Dinâmica psíquica e processo organizacional a1 - A inteligibilidade do processo psicossocial das organizações a2- Autoridade a3 - Poder a4 – Conduta A5 - Grupos a7 - Identidade organizacional B - O desenvolvimento das organizações Modelos e perspectivas 4 Sumário do Programa _____________________________________________ A - Dinâmica psíquica e processo organizacional a.1 A inteligibilidade do processo psicossocial das organizações: genética da relação interpessoal (inter-actividade entre o actor social e o meio como um processo de escolhas fundadas em desejos e possibilidades. Do entrópico ao comunitário. Visão transformativa da energia psíquica e social e das estratégias do seu emprego. A relação entre o indivíduo, o pequeno grupo e os grandes sistemas). a.2 A autoridade: a ordem dos sistemas sociais e a relevância das hierarquias. Aproximações à ideia de autoridade: as teorias de Meignez e de Mendel. As variáveis dependentes da autoridade. Patologias do exercício da autoridade: “burocratismo” e autocracia. A liderança e seus atributos. A importancia da liderança na teoria moderna do desenvolvimento das Organizações. a.3 O poder: a influência: bases culturais, sociais e de personalidade. O poder e sua tipologia. Os fundamentos do poder. Poder e influência. A dinâmica do poder nas organizações: o instituinte, o não dito, o recalcamento da violência organizacional; o contra poder. A sócio-dinâmica: atitudes e opiniões; antagonismo, sinergia e poder; estratégias de sucesso; o modo como as Organizações percorrem as instâncias do seu desenvolvimento sócio-dinâmico. a.4 O não consciente: princípios do segredo, de referência e de orientação do Ser (as interacções do eu com o real; apropriação, valor, desejo, sedução; a ligação do actor ao mundo influenciando-o e deixando-se influenciar. Praxiologia da relação interactiva directa: elementos linguísticos, paralinguísticos e proxémicos; consonância e dissonância comunicacional; os mecanismos de defesa do "Eu": respostas extrapunitivas, impunitivas e punitivas. 5 Sumário do Programa (continuação) ___________________________________________________________________ A5. Os grupos: formação e dinâmica; a conflitualidade: tipologia do conflito. Causas antropo-sociais, organizacionais e de personalidade na origem do conflito; Conflito e evolução organizacional. A6 . A identidade organizacional: uma ideia de micro cultura de cada Organização fundada na especificidade de crenças, valores, normas de comportamento, mitos, heróis e ritos. A procura de uma identidade no seio da Organização B - O desenvolvimento das Organizações: os futuros das Organizações como sistemas sociais. A questão do indivíduo, dos pequenos grupos e dos grandes sistemas. 6 O stock de capitais: uma evolução permanente em torno do potencial humano da Organização _______________________________________________________________________________________________ O activo de capital orientado de fora para dentro da organização O activo de conhecimento dessiminado na organização Capital social O activo de capacidade criativa Capital de inteligência Capital estrutural Capital humano O activo de capacidade humana 7 Capital humano _____________________________________ . Dimensões Campos de observação Visão do Capital Humano Orientação estratégica da política de gestão das pessoas Produção Empowerment (devolvimento) Institucional Individual a12 a13 a14 a gestão dos recursos humanos / a gestão indivíduos / eficácia individual / do potencial humano indivíduos e sistemas internos e contextuais eficácia da equipa desenvolvimento de uma função / a21 a22 a23 orientação hierárquica / valor residual dos custos / “value for chefias / lideres orientação utente a31 serviço igual a conjunto de funções / serviço = processos que contribuem com valor para o utente a41 discurso da competição pelo poder / informação de circulação hierárquica / redes de elevado valor acrescentado de informação a61 suficiência interna Qualidade Grupal a11 linguagem e valores comuns a51 Desenvolvimento do capital de inteligência Organizacional /valorização da “imitação” das melhores práticas, [benchmarking] money” a32 a33 / ambição do conhecer partilhando idem e solução de problemas a42 a43 conhecer para vencer conformismo à hierarquia / primado ao sistema auto-regulado a52 unidade de trabalho que se isola / unidade de trabalho que apreende da sua experiência partilhada a62 preocupação com as formalidades / ajustamentos permanentes ditados pelo marketing publico planear e organizar / primado das tarefas / primado das missões confiadas desenvolvimento dos saberes competências a24 obrigação pela tarefa / gosto pela participação a34 satisfação dos trabalhadores / satisfação de trabalhadores e utentes a44 obediência / autonomia dentro de uma esfera de responsabilidades a53 a54 grande grupo / competência / a63 a64 utente externo / gosto de fazer / também o utente interno gosto de fazer bem e com utilidade pequeno grupo (em regra 5 pessoas) policompetência Leituras: BRILMAN, Jean – As melhores práticas de gestão; Lisboa; Silano ed. 2000 JARROSSON , Bruno Convite a uma Filosofia do Management; Lisboa, Instituto Piaget, 1994 8 Capital humano(continuação) ______________________________________________________________________ . Dimensões Campos de observação Desempenho Recompensa Gestão provisional Institucional Grupal Individual a81 Flexibilidade como estratégia a82 a83 até 360º equipa a91 adequação progressiva dos sistemas salariais a novos papeis, novos critérios e novos valores a101 a92 a93 “fringe benefits” ligados a avaliação de desempenho? reconhecimento de grupo – integração reconhecimento individual – diferenciação A102 a103 apuramento constante das competências que a organização requer de modo a proporcionar os conhecimentos requeridos a113 a104 ter ideias / ter ideias orientação cultural para a aceitação e para a discussão crítica das ideias identificação das pessoas certas e de elevado potencial a111 Inovação Organizacional instrumentos de diagnóstico da qualidade e para a resolução de problemas, planeamento e métodos de trabalho avaliação por um superior / avaliação subemprego ou sobre emprego /número adequado de pessoas segundo análises criteriosas de “carga de trabalho – “tempos”. a112 mudanças orientadas para melhorais rápidas avaliação somente individual / avaliação mobilizáveis a84 “assignment” impessoal / “assignment” personaizado e discutido a94 plano de carreiras individualizado a114 9 Algumas questões actuais sobre a gestão do potencial Humano ___________________________________________________________ . • saber construir uma relação entre líder e colaborador • todos os serviços são utentes uns dos outros • saber dar aos objectivos ambição • criar o sentido de único • criar um sentido de urgência • estar atento a todos os sinais • simplificar, simplificar, simplificar.. • orientar pequenas iniciativas para o sucesso • afastar o mito das certezas • assumir a Qualidade como principal meta • aproximar a decisão da execução • responsabilizar: gratificar ou punir • profissionalizar / desfuncionalizar • não aprender por obrigação • saber sociologicamente quem é o utente • menos organogramas, mais funcionogramas 10 Estâncias didácticas do psicossocial ____________________________________________________________________________ Descrição Instituição causa Organização fim Lógica causal Dinâmica cultural Poder Estatuto Ordem Alienação Instituído e o contra instituído ... Pressão devida ao meio Normatividade metafísica Normatividade jurídica Determinação de objectivos .... Organização do trabalho; os programas; os projectos Mobilização de recursos Controlo de resultados Autoridade Racionalidade dos modelos Decomposição do todo versus emanência do todo Axiomáticas S1 Grupo O Direito A Moral A epistemologia Postulado pessimista ou optimista da mudança (evolução ou revolução) .... .... Societal Sistema subjacente R Debate, conflito Emoções e sentimentos comuns Liderança Papeis Criatividade Princípio da realidade Determinismo de campo Inteligibilidade dialéctica B A Inter-relação Existêncial Pessoa Generativo Significação da resistência à mudança Reacções à organização Conflitos latentes e manifestos Modos de produção Exercício da autoridade .... ... Pensamento Galilaico (Lewin) Aparecimento da dialéctica Postulado optimista para a mudança Linguagem Disposição no espaço Sociabilidade Satisfação .... .... Causalidade circular Dualismo Visão imediatista Aceitação da contradição A .... Características diferenciais (idade, sexo ...) Emoções, sentimentos, opiniões, julgamentos, atitudes, motivações, conhecimentos, tendências Carácter Conflito pulsional Princípio do prazer .... Os costumes, os usos Os símbolos Os mitos Os arquétipos colectivos Os valores Os conhecimentos .... .... Teoria burocrática Weberiana Anti – burocracia Postulado mais pessimista para a mudança Crença cosmicizante C Mito edipiano Escolhas, simpatias, rejeições Diferenciação, dependência e contradependência Energia da relação Campos de observação B B A .... Determinismo linear Causalidade Teológica O real confunde-se com o imaginário Poder inato A Vício da contradição Ambivalência: do prazer existência ao medo da vida Projecção, identificação, transferência ... Sedução Empatia .... .... A Universo de totalidades fechadas A autoridade é uma propriedade intrínseca Mudança centrada no ego Pensamento categorial e normativo Cosmovisão Manifestações somáticas Expressão e significação das emoções Angústias Lapsos, actos falhados Símbolos usados Impressões oníricas .... A .... .... Bibliografia: Adorno, J. – Propos actuels sur l’éducation; Paris Gauthier-Villards, sd Lisboa, Iniciativas editoriais, sd Lobrot, –– Pedagogia institucional; 11 Esquema de aproximação à psicossociologia da organização ___________________________________________________________ .Espaço tempo determinado: princípio da realidade _________________________________________________________________________________ •Cosmos •Ordem •Definido Vinculação à ordem social Logicização: - Autoridade Disputa: Poder •Caos •Desordem •Conceito Amorização: Sócioafectividade A regulação: o ser e a existência tornam-se vida (Edgar Morin) •Espaço tempo inorganizado: princípio do prazer 12 Emergência de novos valores na sociedade Portuguesa (1) __________________________________________________________________________________________ • Enfraquecimento das ideologias – – • Omnivoridade consumista – – • Adaptação individual dos valores aos interesses e modos de vida Desvalorização de instituídos tradicionais (casamento, p. exemplo) Conflitualidade crescente em relação a valores do mundo da intimidade – – • Afastamento da ética do dever Valores terminais (saúde, riqueza; segurança...) ganham vantagem sobre os instrumentais (perdão, obediência, respeito...) Precariedade nómica dos valores – – • Sonho do consumo Um hedonismo requerido para consumir Declínio da ética moral do dever – – • Heterocliticismo ideológico Busca de ancoragens de valorização social Valores chamados “pós materialistas” (tolerância ao aborto, homossexualidade, droga...) Éticas individualistas Valorização do espírito de aventura e da ética da experimentação – – Ética da experimentação: a identidade proteica (o crescimento dá-se em todas as direcções) Novas gramáticas comportamentais em torno da moda Adaptado de PAIS, José Machado: Geração de valores na sociedade portuguesa; Lisboa; ICS, Secretaria de Estado da Juventude; 2000; págs. 42-47 13 Algumas questões críticas ______________________________________________________________________________________________________ . Convivialidade anonimato como uma razão . cultivada A super organização que governa os pequenos actos solidários culto do medo do outro Proxémica territorial espaço por pessoa diminui Os territórios pessoais amontoam-se Privacidade da intimidade em risco Impacte da comunicação de massa Apenas alguns dos aspectos nefastos: Actual "ópio" do povo A importância do não importante A desvinculação antropo-socio-psicológica A corporização da verdade A manipulação semântica A manipulação de valores Neurose funcional • Distimias (afectos perturbados) • As situações patológicas confusoansiosas (perda do tempo e do espaço) • As consequências conversivas (dores de cabeça, taquicardias…) • As consequências de "transfert" • As depressões reactivas (desproporcionadas em relação ao estímulo) • A neurose fóbica, obsessiva (pulsões não satisfeitas), compulsiva, (duvidas , perplexidades, abulia, coactando e tornando anancástica a vida, isto é: o que é não é, mas impõe-se como tal) 14 Variáveis da autoridade ____________________________________________________________ . Personalidade do chefe Leituras: Estrutura Autoridade Aspirações e necessidades do grupo MUCCHIELLI, R.; - Psicologia da relação da autoridade; Rio de Janeiro; Liv. Martins Fontes ed; sd FERREIRA, J.;NEVES, J.; CAETANO – Manual de Psicossociologia das Organizações; Lisboa, McGraw Hill, 2001 Experiência comum do grupo Tipo de actividade 15 Estruturas organizacionais _______________________________________________ Horizontal 1. Funcional Director . Serviços Jurídicos Serviços Financeiros . Coordenadores de processo Serviços de Aprovisionamento Gestão de topo Equipas 2. Divisional Director Processo A Acção Social Crianças Acção Social Adultos Projectos Projectos Acção Social Idosos Coordenadores de processo Projectos Prestações Prestações Prestações Creches Centros de encaminhamento vida activa Centros de dia Processo B 3. Matricial Director Projectos Projecto 1 Projecto 2 Projecto 3 Equipas Economistas Arquitectos Leituras: Juristas CUNHA, Miguel (coordenação) – Teoria organizacional ; Lisboa; D. Quixote, 2000 MINTZBERG, H Estrutura e Dinâmica das Organizações; Lisboa, D. Quixote, 1995 Rede Task force 2 Task force 1 Gestor de Processo Task force 3 Outsour cing 1 Out sourcing 2 16 A liderança - um quadro de referência _________________________________________________________________________ Chefia Concentrar a autoridade no cargo Comandar impondo a firmeza Liderança Delegar e usar a habilidade de gerir equipas Orientação das pessoas + Confiar, incentivar e apoiar e decidir com firmeza Concentrar-se em si próprio e assumir a responsabilidade por vitórias Centrar-se no grupo e compartilhar as vitórias Culpar individualmente por derrotas Reavaliar as contribuições positivas e negativas Avaliar para verificar deficiências no desempenho Avaliar para reconhecer habilidades pessoais e de equipa Usar conhecimento e informação privilegiada para si Mobilizar, envolver, agregar e compartilhar Relações pessoais cautelosas, formais e distantes Relações pessoais francas, tanto cooperativas como conflituais Liderança efectiva + Orientação dos resultados - Leituras: FERREIRA, J.;NEVES, J.; CAETANO – Manual de Psicossociologia das Organizações; Lisboa, McGraw Hill, 2001 - BRILMAN, Jean – As melhores práticas de gestão; Lisboa; Silabo ed. 2000 17 O sistema de poder __________________________________________________________________________ sinergia . A B oposição oposição A Leitura: FICHER, G - Dinâmica Social, Lisboa; Planeta ISPA, 1996 STEFANI, X. - La Sociodynamique; Paris, ed d’Organisation, 1983 B poder Poder = Max ( R ) 18 Sóciodinâmica(1) _____________________________________________________________________________ . Integração submissão Espaço norma de vida catástrofe Apatia individualismo Diferenciação 19 Sócio dinâmica(2) _____________________________________________________________________________ Sinergia . Área 1 – forte envolvimento sob um comando autoritário Área 2 – Atitude burocráti ca Área 3 desinteresse Área 7 – negociação de papeis Área 4 – grande envolvimento Área 5 – desagrado face a outros, mas uma posição activa Área 6 negativismo Oposição 20 Sócio dinâmica(3) _____________________________________________________________________________ Atitudes baixas Atitudes médias Atitudes altas Política Imposta Às vezes sim, às vezes não Participação interna e externa na definição dos objectivos Comunicação global Distributiva em sentido descendente Negociação Integrativa: procura de consenso Comunicação individual Jogo pessoal Disputas de oportunidade Construtiva Aliados Incondicionais: sigam-me Equilíbrio Interdependência Consolidação de territórios Coligações pontuais Concessões . Disputas Conflitos Clima Guerra-fria ou guerra total Permanente disputa sem ganhos Mente aberta: ganhar e perder é natural Neutralidade colaborativa Não-violência Expectativa Colaboração 21 A cultura organizacional _______________________________________________ Leituras: . Mitos Processos e rotinas Ritos Símbolos Paradigma Estruturas organizacionais Estruturas de poder Factores políticos Factores estruturais •Características do poder tutelar •Estrutura organizacional •Estratégia •Procedimentos de gestão Produções simbólicas: Imaginário organizacional: • Simbólica induzida: mitos e histórias, ritos, tabus •Imagem da organização CAETANO, outros Psicossociologia das Organizações; Lisboa, McGraw-Hill, 1996 LOPES,A.; RETO, L.- Identidade da empresa e gestão pela cultura; Lisboa, ed. Sílaba, 1990 •Imagem da actividade • Estrutura social informal 22 Personalidade(1) ___________________________________________ . Princípios de referência Psique Significados ideal do eu Orientações eu ideal EU Interface Comportamentos Real Percepção Acção 23 Personalidade(2) ___________________________________________ . Princípios de referência Significados Orientações Comportamentos • Instintos • Crenças • Normas implícitas nos papeis sociais • Valores • Atitudes fundamentais • Complexos • Objectos / fantasmas • Objectos / arquétipos • Objectos / satisfação • Objectos / frustração • Situações / imaginário • Orientação neurofisiológica para um objecto • Tensão orientada • Exaltação • Decepção • Atitudes face a outros • Atitudes face a um mundo ideal • Padrões condicionadores • Necessidades • Aspirações • Defesas do eu • Hábitos • Rituais • estereótipos Leitura: MUCCHIELLI, Alex;- As motivações; Lisboa, Europa América ed. 1983 24 Mudança: porquê _______________________________________________ Leitura: . LANDIER, H. - Para uma Empresa Inteligente; Lisboa, Instituto Piaget, 1994 Hard organizacional (Fazer) Via tecnológica física Mudança real Estratégias Identidade Leis Estruturas Conhecimento e melhorias Acção imediata Via ideológica Relações horizontais Relações verticais Cultura Complexidade Soft organizacional (Pensar) 25 Perspectivar a Mudança (5) __________________________________________________________ Engenharia do desenvolvimento da mudança Partir de uma situação Criar um padrão de satisfação detectada como insatisfatória Desenvolver um caminho crítico 26 Perspectivar a Mudança (6) __________________________________________________________ Reduzir a tenção . desenvolver um caminho crítico lidar com a opinião pública lidar com as forças de resistência à mudança lidar com os erros de planeamento lidar com factores novos não programados forças Uma estratégia sempre aconselhada: antes de enfrentar as forças desfavoráveis, fortalecer as forças favoráveis antes de enfrentar as forças desfavoráveis, tornar as forças neutras favoráveis procurar o esclarecimento do público criando uma opinião pública favorável 27 Instalar competências Diagnóstico organizacional _____________________________________________________________________________________ . Sub-temas A coerência dinâmica e o holograma do sentido O sentido da vinculação Linha de coerência dos sistemas de gestão de pessoal Existe um Projecto que clarifica a Visão para os próximos anos: os valores, as ambições requeridos. Este projecto nasce de um processo interactivo dentro e fora da organização (parceiros sociais). A Organização tradicional Não existe nenhum Projecto porque se pensa que se trata de tempo perdido. Acredita-se que o que importa são ordens e a sua assimilação rápida. Um bom sistema de avaliação permite ver se princípios éticos são respeitados e se enquanto profissionais desta organização existe o respeito de a dignificar quotidianamente. Cada um vale por si e faz a sua própria lei de vinculação quase sempre sobrepondo os subjectivos individuais aos da organização Procede-se de três em três anos a um rigoroso exame de todos os sistemas de gestão das pessoas (recrutamento, promoção, formação, avaliação de desempenho, etc.). Reformula-se o que houver por necessário. Tudo se confina a regras gerais que são ditadas de cima. Adaptado de: O Projecto: O sentido da Organização complexa e adaptativa SÉRIEYX, H. - O Big Bang das Organizações; Lisboa, Instituto Piaget, 1996 Temas da Organização 28 Diagnóstico organizacional (continuação) _______________________________________________________________________ . Temas da Organização Sub-temas A responsabilização A resposta organizativa A confiança, transparência e exemplaridade A tranversalidade O sentido da Organização complexa e adaptativa A Organização tradicional Cada qual conhece a sua missão. As equipas possuem uma margem real de manobra para se auto-organizarem de modo a cumprirem melhor a sua missão. Periodicamente toda a performance é avaliada e lidas as melhores práticas como “benchemarking” interno. Não existe um discurso sobre a responsabilidade. Tudo é entregue a uma rede de chefias que ditam as regras. As “regras do jogo” organizacional são conhecidas de todos. A boa fé nas relações é valorizada e a má fé é sancionada. Os dirigentes dão o exemplo. É em nome de uma eficácia competitiva que se estabelecem regras que são propriedade e “trunfo” para vencer internamente. Toda a organização, por definição, está implicada na cadeia de valor estabelecida para satisfazer o utente. Procura-se a “qualidade total” e o “desperdício zero”. Cada serviço ou unidade vive por si. 29 Diagnóstico organizacional (continuação) _______________________________________________________________________ . Temas da Organização Sub-temas A variedade na selecção das pessoas O sentido da Organização complexa e adaptativa A Organização tradicional Luta-se contra os privilégios no recrutamento, afectação e promoção. Procuram-se legitimamente os melhores. Só progridem os que estão de acordo. Só se recrutam os que aparecem. Só se afectam os que seguem chefes com “devoção”. Reconhece-se que há necessidade de gestores e especialistas e que ambas a funções têm igual estatuto. Importa fazer funcionar o que existe, inovar constantemente. Dialogar sem discriminar funções. A promoção da mediocridade pode facilmente acontecer, por conveniência táctica. Todo o processo produtivo é rigorosamente medido e avaliado. O orçamento reflecte isso mesmo. Pouco importa avaliar se o orçamento é uma “continuação” do ano anterior. Interna e externamente procura-se ligar as partes da organização. A ligação à investigação e aos centros universitários é indispensável. Acredita-se apenas em “quem paga manda”, por isso qualquer associação de partenariado é inútil. A variedade requerida Respeito necessário pelas diferenças A vigilância A coevolução criadora A organização em rede externa 30 Diagnóstico organizacional (continuação) _______________________________________________________________________ Temas da Organização Sub-temas Olhar o que se passa no exterior é sujeitar a organização a críticas desnecessárias. A união das contradições Um dos critérios essências com base no qual se aprecia a capacidade de uma liderança, ou de um quadro, é a sua aptidão para viver sem excessivo stress algumas situações contraditórias, sem procurar dividi-las de forma binária: por exemplo o interesse do politicoe o interesse da dos profissionais. Aqueles que obedecem são “bons”. Tudo o mais não passa de uma brincadeira de “intelectuais complexados”. Pirâmide direita e invertida As duas pirâmides são necessárias: a pirâmide invertida evidencia que o que é importante é o utente. A outra evidencia que há uma clara distribuição das responsabilidades. Prevalece a pirâmide hierárquica e funcional, sobre tudo o resto. Uma organização mais antropogénica: - clarifica o seu destino, havendo o gosto pela participação; organiza a delegação de poderes, havendo o gosto pela responsabilidade; organiza a comunicação e cria o gosto pela associação; favorece a abertura ao mundo; assegura o reconhecimento dos méritos. Sabe-se que a organização é má, mas que mesmo assim vai funcionando. Todos são livres de sair. A dialógica motriz A organização antropogénica A Organização tradicional Um aturado sentido de captação de boas práticas e de promoção do que pode constituir exemplo. O contacto internacional pode ser indispensável. A valorização dos sucessos internos e externos . O sentido da Organização complexa e adaptativa 31 Conhecimento, competências e qualidade profissional ____________________________________________________________________________ Conhecimento Saber Ser Saber Saber fazer Competências para agir e intervir numa situação profissional 32 O que é o Conhecimento? _____________________________________________________________________ Valores Experiências Informação contextual Saber Para avaliar e incorporar novas experiências e melhor gerir a informação 33 Círculos de encaminhamento teleológico para a criação de competências __________________________________________________________________________ Mais flexibilidade para a mudança Uma sociedade mais aberta ao conhecimento Oferta educativa e formativa mais vasta Organizações mais preocupadas Modelos com a organizacionais performance equifinalistas Lean production Valorização do quantun de saberes e de saber fazer Sentido e ideologia de autonomia Organizações mais centradas no seu capital humano Exigências de Flexibilização do emprego e da mobilidade Exigência de novos saberes para crescentes necessidades 34 Uma questão de sobrevivência: Saber, Saber-fazer _______________________________________________________________________ • Saberes teóricos • Saber fazer formalizado (relativo a • Saberes do contexto métodos e técnicas para realizar operações) • Saberes psicossociais • Saber fazer empírico (relativo ao talento e à experiência) • Saberes organizacionais • Saberes processuais • Saber fazer relacional (relativos à cooperação com os outros) • Saber fazer cognitivos (relativos à formulação intelectual para realizar projectos e tomar decisões) Competências 35 Percurso de formação para a criação de competências individuais numa qualquer área de actuação pública (exemplo) ________________________________________________________________________________________ Missão da Organização ou da Política Pública Responsabilidades Informação Académicas Planeamento Empreendorismo Criatividade Sociabilidade Teórico Factual Programação ..... Macro economia do país ...... Carta de condução informática Compreensão Interpretativa O valor cliente ..... Transpositiva Criar soluções simples para problemas complexos ...... Administração Motivação Perante a aprendizagem Desejo de crescimento pessoal ....... Auto estima Realização pessoal Saber fazer Relação com a Organização Integrar e deferenciar na ordem antropogenica ...... Sentir a Organização como um campo de valorização .... Viver situações simuladas ..... 36 Conteúdos Planeamento ...... Técnico Visão sistémica Motivação Competências verticais Saber Cliente Percurso de formação para a criação de competências individuais numa qualquer área de actuação pública (cont.) ________________________________________________________________________________________ Saber Teórico Técnico De produção Saber apresentar ideias Compreensão Factual Interpretativa Pessoais Saber analisar problemas Transpositiva De integração Saber partilhar informação Motivação Perante a aprendizagem Realização pessoal Saber fazer Relação com a Organização De mudança Saber valorizar a organização Saber gerir equipas Saber ser melhor 37 Papel dos “Colégios de Formação” O que significa a Gestão do Conhecimento _______________________________________________________________ • Gerir itens tão diversos como ideias, pensamentos, intuições, práticas, experiências emitidas pelas pessoas no exercício da sua profissão • Gerir é também um processo de criação, enriquecimento, capitalização e difusão de saberes • Gerir obriga a que o conhecimento seja capturado onde é criado, partilhado e aplicado na Organização 38 Papel dos “Colégios de Formação” Bases estratégicas para a Gestão do Conhecimento ____________________________________________________________________ • Como medir o valor do conhecimento • • • • Como transferir o conhecimento a outras partes da organização Como facilitar o crescimento do conhecimento Como difundir o conhecimento Como materializar o conhecimento em processos, produtos e serviços Como usar o conhecimento nas decisões Como aceder ao conhecimento externo Como gerar sempre novo conhecimento Como lidar com o excesso de conhecimento Como decifrar na floresta do conhecimento • • • • • 39 Papel dos “Colégios de Formação” Caminhos estratégicas para a Gestão do Conhecimento ____________________________________________________________________ • • • • • • • • • Desenvolver prémios, reconhecimento e valor remunerativo para especialistas em conhecimento Criar uma visão unificada numa organização de especialistas Desenhar estruturas de gestão adequadas Apostar forte na gestão (liderança) de topo Criar um estaleiro de conhecimento Criar portofólios de competências Criar bases emocionais de estabilidade e auto estima Criar compromissos com a visão da organização Promover uma aprendizagem generativa 40 - Bibliografia _____________________________________________ BENNIS; BENNE; CHIN - The Planning of Change; New York, Holt Rinehart ed. 2ª ed. 1973 BÉRIOT, D. - Mudança na Empresa: do Microscópio ao Macroscópico; Lisboa, Instituto Piaget, 1997 BIOLLEY, G. - Mutation du Management; Paris, Enterprise Moderne d'édition, 1986 BRILMAN, Jean – As melhores práticas de gestão; Lisboa; Silabo ed. 2000 CAETANO, outros - Psicossociologia das Organizações; Lisboa, McGraw-Hill, 1996 CÂMARA, outros - Recursos Humanos e Sucesso Empresarial; Lisboa, D. Quixote, 1997 CÂMARA, Pedro, GUERRA, Paulo ; RODRIGUES, Joaquim – Humanator; Lisboa, D.Quixote, 3ª ed. 1999 CARDAN, A. - Profils d'Equipes et Cultures d'Entreprises; Paris, ed, d'Organisation, 1992 CARDON, A. - L’Analyse Transactionelle; ed d´Organisation, 1981 CHIAVENATO, I. - Teoria Geral da Administração; S. Paulo, McGraw-Hill, 7º edição 2002 CROIZIER, M. - L'Entreprise à l'Ecoute, Paris, Inter-Editions, 1991 * CROIZIER, SÉRIEYX - Du Management Panique à L´entreprise du XXI Siècle; Quebèque, Maxima, 1994 CUNHA, Miguel (coordenação) – Teoria organizacional ; Lisboa; D. Quixote, 2000 ENRIQUEZ, E.- L'Organisation en Analyse, Paris, PUF. 1993 FAVET, Jean – La sociodynamique ; Paris, Éditions d’organisation, 1997 FERREIRA, J.;NEVES, J.; CAETANO – Manual de Psicossociologia das Organizações; Lisboa, McGraw Hill, 2001 FICHER, G - Dinâmica Social, Lisboa; Planeta - ISPA, 1996 FORGAS, J. - Interpersonal Behaviour; Sidney, Pergmon Press, 1995 FRANQUET, A. - L'Après-management; Paris; Entreprise Moderne d'Édition, 1975 GENELOT, D. - Manager dans la complexité; Paris, INSEP éditions, 1993 GOFMAN; Rites d'Interaction, Paris, Seuil, 1974 JARROSSON, Bruno - Convite a uma Filosofia do Management; Lisboa, Instituto Piaget, 1994 LAMBERT, J. - Politique Globale de Communication Interne; les Éditions d'Organisation, 1993 LANDIER, H. - Para uma Empresa Inteligente; Lisboa, Instituto Piaget, 1994 LIMBOS, E. - La Participation, Paris, Entreprise Moderne d'Édition, 1986 LOPES,A.; RETO, L.- Identidade da empresa e gestão MIERMONT, Jacques; Ecologia das Relações Afectivas, Lisboa, Instituto Piaget, 1996 MINARIK, E. - Motivation Individuelle; Paris, les Éditions d'Organisation, 1986 41 - Bibliografia (continuação) _____________________________________________ MINTZBERG, H - Estrutura e Dinâmica das Organizações; Lisboa, D. 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