X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis PACIENTES TESTEMUNHA DE JEOVÁ: ANÁLISE JURÍDICA E BIOÉTICA ENTRE O CONFLITO DE AUTONOMIAS Gabriela Souza Schumacher Graduada em Direito Centro Universitário Ritter dos Reis Graduanda em Políticas Públicas UFRGS <[email protected]> Bruna Pasqualini Genro Pós Doutoranda em Bioética pelo PPG em Ciências Médicas, Doutora pelo PPG Ciências Médicas. UFRGS <[email protected]> José Roberto Goldim Doutor em Bioética pelo PPG em Ciências Médicas UFRGS, Mestre em Educação e graduado em Biologia pela UFRGS. <[email protected]> Introdução: Os pacientes Testemunha de Jeová apresentam objeção de consciência ao uso de hemoderivados, levando muitas vezes a recusa de tratamentos. Neste cenário, diversas são as incertezas e questionamentos dos profissionais que se deparam com tais situações, sendo que, não raramente, o Poder Judiciário é acionado para gerenciar tais conflitos. Objetivos: Analisar, com base em reflexões bioéticas e jurídicas, a forma como o Poder Judiciário tem resolvido os casos em que há conflito na objeção de consciência ao uso de hemoderivados pelos pacientes Testemunha de Jeová. Metodologia: Utiliza-se o método quali-quanti de revisão sistemática de jurisprudência nos sites dos Tribunais de Justiça de todos os Estados do país, por meio do descritor “Testemunhas de Jeová”. Resultados: Por meio do descritor utilizado para coletar a jurisprudência, encontrou-se 116 casos, todavia, somente 25 processos estavam realmente relacionados à temática pesquisada. Notou-se que o assunto era abordado de diferentes formas nos Estados, envolvendo desde questões criminais, reparação de danos até direito do consumidor. Na maioria dos casos, não era considerada a autonomia do paciente, sob o argumento de que prevalece o “direito à vida”, autorizando, em algumas situações, que o médico pode efetuar X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq – 20 a 24 de outubro de 2014 X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis qualquer procedimento sem prévio consentimento tácito ou explícito do paciente. Conclusões: Concluímos que nas questões que envolvem diretamente os pacientes Testemunha de Jeová e o conflito da transfusão de sangue, o Poder Judiciário não é tão acionado, tendo em vista que há Estados que não apresentam processos envolvendo tal problemática. Ainda, nota-se que em grande parte dos casos, a decisão é contra o interesse manifestado pelo paciente, legitimando, uma atuação mais autônoma do médico. Como consequência, percebe-se que os princípios, valores e direitos fundamentais, previstos na Constituição Federal de 1988, possuem relevâncias diferentes conforme a interpretação daqueles que decidem os casos. X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq – 20 a 24 de outubro de 2014