Resumo do Projeto desenvolvido na Prisão-Escola No âmbito da unidade curricular de Seminário foi-nos proposto, entre vários projetos, a organização de intervenções para desenvolver com alunos/reclusos da Prisão- Escola de Leiria. Após uma breve reflexão planificamos um conjunto de atividades para a primeira intervenção mesmo sem conhecer o grupo. Decidimos ainda que neste projeto iríamos explorar as expressões artísticas que incluíam a música, o teatro e a expressão plástica, sendo, a nosso ver, a forma mais viável de comunicar com os reclusos. Nesta primeira sessão fizemos também a apresentação do nosso curso. Na primeira intervenção foi então lançado o desafio de preparar uma pequena atividade, a partir das expressões artísticas, que seria apresentada no dia da Prisão-Escola. A turma de reclusos dividiu-se em grupo consoante as suas vocações. Tínhamos o grupo dos músicos, que trataram da elaboração da letra da música e do “arranjo” musical; o grupo dos artistas plásticos, que desenharam situações vividas e sentimentos retidos e o grupo que tratou da criação do guião para a peça de teatro, na qual fizeram questão de nos integrar. Todos os grupos tiveram um tema comum, escolhido de forma inconsciente por todos, visto que a principal “mágoa” se tratava da traição sentida pelos amigos que estão “do lado de fora”. Tivemos de ter em consideração o público diferente com que iríamos trabalhar, com experiências completamente diferentes das nossas, o que nos trouxe certas restrições. Mesmo assim, os reclusos conseguiram surpreender-nos pela positiva, abraçando o projeto de forma bastante dinâmica, aproveitando todo o tempo livre para aperfeiçoar as tarefas às quais se propuseram. A última intervenção destinou-se à apresentação do espetáculo aos restantes alunos da PrisãoEscola. A sua dedicação retratou o sucesso da encenação e apresentação musical, na qual o público demonstrou toda a sua apreciação. Como forma de os presentear pelo seu esforço, criámos um pequeno espetáculo surpresa, com canções e dança. Este projeto demonstrou que apesar de existirem diferentes realidades, diferentes histórias de vida todas elas se conseguem completar e interagir. Foi para nós muito importante contactar com esta realidade, e verificar que como animadores culturais conseguimos gerir este projeto de forma a conseguir um produto final compensador para todos, cumprindo os principais objetivos de reforçar a auto-estima dos reclusos; proporcionar um melhor conhecimento enquanto grupo e envolvê-los em torno de um objetivo comum promovendo o trabalho em equipa. Foi um projeto que superou as nossas expetativas pois também os reclusos sentiram a necessidade de se superarem, de se afirmarem.