CITRICULTURA EM SERGIPE: ASCENSÃO E DECLÍNIO1
Rodrigo César Santos2
Tainá Mayra Moreira Maciel3
Marcelo Alves Mendes4
RESUMO
Atualmente a área Citricultora de Sergipe abrange vários municípios do estado, onde juntos
possuem pouco mais de 60 mil hectares de áreas cultivadas. Porém, o Estado passa por uma
crise no sistema produtivo, que apesar de ter aumentado sua área, ocorreu declínio na
produtividade. Alguns dos fatores responsáveis pela diminuição foram ocasionados por
pragas, estiagem, pouca fertilização do solo e particularmente a negligência do Estado, que ao
negar a existência do crescente problema, acabou prejudicando ainda mais a situação. O
referido trabalho tem por objetivo analisar os principais fatores responsáveis pela ascensão e
declínio da citricultura no Estado de Sergipe e suas principais conseqüências. Vale ressaltar
que esta crise provou alterações nas relações de trabalho e de produção para os agricultores
familiares, haja vista, que o setor agroindustrial acabou sendo beneficiado pelas políticas
públicas destinados a citricultura do Estado. Para se chegar as conclusões preliminares o
trabalho foi realizado com base no levantamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), do Censo Agropecuário, e por levantamento bibliográfico. Após um
longo período de declínio, o Estado decide investir na citricultura elaborando um projeto de
revitalização dos pomares, através de mudas de viveiros e fertilizantes com baixo preço,
mesmo assim, esse é um problema que se tornou difícil de ser solucionado, pois essa crise
vem permeando por muito tempo.
Palavras-chave: Citricultura, Crise, Revitalização, Estado.
ABSTRACT
Nowadays The citrus belt of Sergipe many cities of the state which, altogether, corresponds to
a little more that 60 thousand hectares of cultivated area with citrus. But the State lives a crisis
in the productive system,that despite have increased its area, there was a decline in the
productivity. Some of the factors that led to this decrease were caused by pests, drought, low
soil fertility and particulaly the neglect of the State, that by denying the existence of the
growing problem, just further damaging the situation. Thus, the referent study aims to analyze
the mais factors responsible for the rise and decline of the citrus in the state of Sergipe, and its
mains consequeces, and this is a crisis facing the citrus farmer and his employee, as the
1
O artigo foi elaborado inicialmente a partir das discussões realizadas através da disciplina Geografia
Agrária no curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Sergipe.
2
Graduando em Geografia Licenciatura, pela Universidade Federal de Sergipe, E-mail:
[email protected].
3
Graduanda em Geografia Licenciatura, pela Universidade Federal de Sergipe, E-mail:
[email protected].
4
Doutorando do núcleo de Pós-graduação em Geografia Agrária – NPGEO – UFS. Membro do grupo
de pesquisa sobre transformações do Mundo Rural, credenciado pelo CNPq.
agroindustrial just pulling more profits on top of it. To reach preliminary conclusions the
research was done on the basis of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE),
the agricultural census, and bibliographic. After a long period of decline the State decides to
invest in the citrus industry by developing a project to revitalize the orchards throught seeding
nurseries and fertilizes at half price. However, even with such situation, this problem is very
difficult to be solved, once this crisis has lingered for a long time.
Key-words: Citrus, Crisis, Revitalization, State
1. INTRODUÇÃO
O referente artigo é resultado do trabalho iniciado durante a realização da disciplina de
Geografia Agrária, ministrada pelo professor Marcelo Alves Mendes, em que pretende
abordar o tema sobre a problemática relacionada com o desenvolvimento da Citricultora do
Estado de Sergipe. A fim de tentar compreender tanto a sua evolução como também os
aspectos que levaram a atual crise, e como vem sendo solucionado esse problema. Com isso,
foi realizada a análise de dados obtido no Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), além de uma revisão bibliográfica a partir de livros, artigos,
teses, jornais, sites, notas emitidas pelo Governo de Sergipe e atos de associações dos
citricultores do Estado.
Sergipe é um Estado da Região Nordeste do Brasil, tem como limites o Estado de
Alagoas ao Norte e Bahia a Oeste e Sul, a Leste é banhando pelo o Oceano Atlântico. Tem
por capital a cidade de Aracaju, e sua população estimada é de 2.019.679 hab. (IBGE, 2009),
ocupando área de 21.910.348 Km2, representando o menor estado da Federação. Tomando-se
como base a classificação de Köppen-Geiger, prevalece na região o clima AS”, quente-úmido,
com estação seca no inverno. As principais atividades econômicas do Estado são: cana-deaçúcar, mandioca, coco e laranja. Este ultimo vai ser discutido no presente trabalho, isso por
representar a maior parte das frutas cítricas cultivadas no Estado, cerca de 97% no ano de
2008.
A Citricultura de Sergipe localiza-se na região centro-sul do estado, com uma área
cultivada de 60.500 ha e uma produção média de 780.000 mil toneladas ao ano, abrangendo
aproximdamente 14 (quatorze) municípios do Estado, entre os quais poder menciaonar:
Arauá, Boquim, Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga D’ajuda, Lagarto,
Pedrinhas, Riachão do Dantas, Salgado, Santa Luzia do Itanhi, Tomar do Geru e Umbaúba.
Conforme mostra o mapa 01 na página seguinte.
Atualmente a área citricultora de Sergipe passa por uma profunda crise no seu sistema
produtivo, caracterizando perdas na arrecadação do Estado, diminuição nas exportações,
aumento no número de desempregados e falência dos produtores de citrus. Esta crise foi
ocasionada por uma série de fatores que comprometeram seriamente o bolso do citricultor,
repercutindo tanto na motivação em cultivar o fruto, como também no próprio sustento e
renovação dos pomares agravando ainda mais o problema da citricultura no Estado.
A partir do ano de 2004, o poder público estadual decide investir na citricultura,
elaborando um projeto de revitalização dos pomares, estabelecendo renovação das árvores
com idade avançada, aumento das áreas cultivadas e incentivo aos citricultores a montar
associações, além da criação de novos postos de venda e do fornecimento de fertilizantes pela
metade do preço.
SERGIPE
ÁREA CITRICULTORA
N
LEGENDA:
Municípios citricultores
LA
Limites municipais
Escala: 1: 1.500.000
FONTE: SEPLAM 2009,
ELABORAÇÃO: RODRIGO CÉSAR SANTOS
2. BREVE EVOLUÇÃO DA CITRICULTURA: Crise e Revitalização.
A cultura da laranja no Estado de Sergipe iniciou nas décadas de 1930 e 1940, com as
primeiras mudas cultivadas na fazenda Garangau, localizada no município de Boquim, sendo
que os primeiros frutos introduzidos foram os da laranja baía. Ao encontrar nessa região
condições favoráveis para o cultivo, como o tipo de clima e solo, a cultura da laranja começou
a se expandir para outros municípios além de Boquim, ocupando municípios como Arauá,
Itabaianinha, Pedrinhas e Riachão do Dantas, formando assim a zona tradicional da
citricultura. (BNB/ETENE 1990). Posteriormente foi ocupado outras áreas, caracterizando a
zona de expansão, composta pelo os municípios de Lagarto, Salgado, Itaporanga D’Juda,
Tomar do Geru, Cristinápolis, Umbaúba, Estância e Santa Luzia do Itanhi.
Em decorrência dos incentivos do poder público estadual nas décadas de 1960 e 1970,
onde pôde executar ações de assistência técnica, pesquisas, créditos, comercialização, estradas
e educação, iniciou no Estado uma moderna agricultura, que junto com a criação da Estação
Experimental em Boquim (com suas atividades voltadas para pesquisas de melhoria da
qualidade das mudas e de produtividade), o Estado de Sergipe aumentou tanto a sua produção
como também as áreas cultiváveis. Nessa mesma época foi instalada em Estância a primeira
indústria de suco concentrado, a FRUTENE, e posteriormente, em 1984 a FRUTOS
TROPICAIS. Com isso, a atividade cítrica do Estado passou não apenas exportar o produto in
natura, mas também o suco concentrado para outros estados e países. (MATTA, 1995)
Com as geadas consecutivas (1980, 81,83) e uma série de surto de cranco5 ocorrida
nos pomares dos Estados Unidos prejudicando drasticamente a produção americana de
laranja, Sergipe passa a exportar uma maior quantidade de frutos para o mercado externo,
estimulando ainda mais a crescente citricultura do Estado e oferecendo preços cada vez
melhores pelo valor pago na tonelada da laranja.
Por conta do aumento na produtividade, na década 1980, Sergipe ganha um local
privilegiado no cenário da citricultura brasileira. Porém esse aumento acabou ocasionando
uma preocupação em décadas posteriores, que foi a questão da crise, não apenas em Sergipe
como também no Brasil (GARCIA. 1992), onde a euforia provocada pelo aumento do preço
na década de 1980, não houve precaução por parte do setor, que continuou investindo capital
5
O crancro cítrico é considerado em todo o mundo como uma das mais importantes doenças dentre
aquelas que ocorrem nas plantas cultivadas. A doença ocorre nos citros e em seus
aparentados,afetando diversas variedades de importância comercial, tais como laranjas, limões, limas e
pomelos, entre outros. (EMBRAPA)
em novas plantações e em unidades processadoras. Em Sergipe os danos foram maiores,
podendo de certa forma ser perceptíveis nos dias atuais.
Por conta do aumento na produtividade e a retomada da produção americana, acabou
ocasionando uma maior oferta de citros à disposição do mercado, e como o mercado funciona
através da lei da oferta e da procura, no primeiro momento, essa disponibilidade maior do
produto ocasionou um rebaixamento imprescindível no preço do fruto.
A crise da produção de citros de Sergipe não se deu apenas com o barateamento do
produto, mas também por conta da falta de informação do citricultor e da não intervenção
imediata do governo estadual, que acabaram deixando os pomares envelhecerem6, sem a
reposição imediata de novas mudas.
Por conta disso, deixou de produzir a mesma quantidade de frutos por hectares, a
exemplo do que mostra dados do IBGE, que no momento auge da citricultura sergipana (fim
da década de 70 e durante a de 80), produzia-se pouco mais de 100.000 (frutos/ha), e
chegando a 124.880 (frutos/ha) no ano de 1991. A partir desse último ano começa haver um
declínio na sua produtividade. Pode-se constatar essa decadência já em anos posteriores,
como no ano de 1995, que chegou a produzir apenas 84.135 (frutos/ha), e a queda continuou
sendo progressiva, tendo no ano de 2000 apenas 61.507 (frutos/ha), e segundo dados do censo
de 2009, esse número foi de 12.964 (frutos/ha).
O reflexo do envelhecimento dos pomares, barateamento do produto e menos frutos
produzidos por hectares, acabou afetando o bolso do produtor e ocasionando uma verdadeira
desestruturação no sistema produtivo, em decorrência disso acontecendo uma diminuição no
número de empregos gerados pela citricultura, como descrito em material divulgado pelo o
jornal CINFORM:
Chega quase à condição de comoção, e seguramente à de negligência,
o que se passa hoje com a atividade citrícola de Sergipe, com a
produção de laranja que um dia deu a este Estado o status e o orgulho
de segundo maior produtor de citros do Brasil. De uma cultura que até
os anos 80 gerava 100 mil empregos diretos em sua fase áurea de
colheita e cultivo, em pouco mais de 35 mil hectares, hoje a
citricultura capenga, oferecendo menos de 40 mil empregos e,
pasmem, em mais de 55 mil hectares cultivadas. (24/12/ 2008).
Além da redução de empregos, houve também uma diminuição no valor pago ao
agricultor, gerado a partir da queda dos preços internacionais, fazendo com que as indústrias
reduzissem os valores pagos ao produtor. Como os pomares estavam produzindo menos e
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6
Os laranjais no período inicial da produção e aqueles que se encontram com mais de 16 anos não
conferem rendimento satisfatórios que compense investimentos na produção. Logo, a alternativa é o
replantio. (MATTA, 1995. p.35).
o preço do produto em queda, os citricultores passaram a contratar menos trabalhadores ou
ainda utilizar-se de mecanismos ilícitos para mesmo quando contratar, não repassar a parcela
correspondente ao valor da força de trabalho e dos direitos trabalhistas. Esta situação fez
eclodir velhas contradições que, em épocas estáveis, não se manifestavam. (MATTA, 1995.
p.122).
Outro fator responsável pela redução do preço da laranja no mercado sergipano foi a
concorrências com outras áreas produtoras, pois a laranja cultivada em Sergipe passou a
sofrer desvantagem comparada com aquelas cultivadas em outros estados, sendo que
atualmente os citricultores não vêm ganhando o mesmo valor pago em outras épocas. Com
isto, os produtores familiares da região citricultora acabaram obtendo recursos financeiros
insuficiente para manter os pomares em boas condições de produção de forma que pudessem
garantir a reprodução do núcleo familiar.
No entanto, a crise da citricultura não é algo generalizado, a ponto de desestruturar
todo o sistema, haja vista que está voltada para o citricultor e para o trabalhador, enquanto que
os agroindustriais acabam adquirindo mais lucros em função do maior poder de barganha.
Para tentar minimizar os efeitos decorrentes da crise da citricultura o Governo do
Estado criou a chamada revitalização dos pomares, que teve início ainda na administração do
ex-governador João Alves Filho do Partido Democratas (DEM) com o intuito de tornar a
produção local mais competitiva em relação à produção de Estados como São Paulo e Minas
Gerais, aumentando as áreas cultiváveis com o fornecimento de mudas de viveiros e
fertilizantes pela metade do preço. Em 2004 quando iniciou o processo de revitalização, com
as primeiras mudas a serem plantadas, a área citricultora de Sergipe correspondia 55.282
hectares (IBGE). Este projeto de revitalização foi dado continuidade com o atual governador
Marcelo Déda, do Partido dos Trabalhadores (PT). Percebe-se que atualmente ocorreu um
considerável aumento na área cultivada, tal como mostram os dados de 2009, que chegou a
ultrapassar os 60.000 mil hectares. Porém a produção não conseguiu acompanhar o mesmo
ritmo, continuando com os mesmo patamares.
Mas a explicação para esse fato pode está relacionado com o início da produtividade
da laranjeira (que só começa a dar frutos a partir dos 4 anos de idade), que por conta disso e
de uma nova implantação de outras áreas, possa ainda não ter segurança concreta para poder
dizer que a revitalização vem dando certo, a ponto de apresentar um novo crescimento na
produtividade. Porém, pode-se afirmar que nos últimos anos ocorreu um considerável
crescimento nas áreas cultivadas gerando a expectativa da ampliação na produção de citros no
Estado de Sergipe.
Além do aumento na produtividade e da área plantada, o processo de revitalização do
Estado de Sergipe acabou estabelecendo novos rumos para a citricultura, como tentando
aumentar o consumo interno de suco de laranja, com a introdução do suco na merenda escolar
e repartições públicas. Modernizando as unidades de beneficiamento, ampliando os canais de
comercialização,
disponibilizando
a promoção
de
cursos profissionalizantes e o
fortalecimento de organizações de produtores.
Mesmo diante do processo de revitalização dos pomares, a citricultura sergipana se
manteve nas mesmas condições deploráveis, com a quantidade de empregos reduzido e
citricultores endividados. Para tentar solucionar parte desses problemas, alguma das
associações de citricultores do Estado vem realizando manifestações, tal como fez a Frente
Democrática dos Citricultores Endividados e Falidos (FDCEF) do município de Boquim, que
executaram manifestações em setembro de 2009, pedindo anistia de suas dívidas.
No primeiro trimestre de 2009 foi elaborado um projeto alternativo para tentar
amenizar algumas das preocupações existentes principalmente entre os pequenos produtores,
iniciando assim o programa “Suco da Terra Laranja da Gente”, através de um trabalho
realizado em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que no final do
mesmo ano já beneficiava 1.300 pequenos citricultores do Estado, comprando 3,5 toneladas
de Laranja de cada produtor, ao valor de R$ 400,00 que em período de safra chega muita das
vezes a custar R$ 80,00.
3. RESULTADOS E DISCURSÕES
Atualmente a citricultura da laranja no Estado de Sergipe produz cerca de 780 mil
ton/ano, estabelecendo uma área cultivável de pouco mais de 60 mil hectares, representando
34,1% dos produtos agrícolas de lavoura permanente no Estado (2009), obtendo valor médio
de R$ 120,00 por tonelada. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), essa produção já foi bem maior, chegando muita das vezes ao patamar de 4.000.000
milhões de ton/ano, com áreas cultiváveis bem menores que as atuais. Tal fato pode ser
observado no ano de 1994, quando foram produzidos 4.166.303 milhões de toneladas, em
uma área cultivável de 39.195 hectares. Por outro lado, no ano de 2009 a área cultivada foi de
60.500 hectares, porém sua produção correspondia apenas 784.382 toneladas. (tal fato pode
ser observado no quadro 01 a seguir).
Produção de Laranja em Sergipe: 1980 à 2009
Quadro: 01
Ano
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Área Colhida
23.257
22.797
24.447
25.677
25.151
28.313
28.997
29.462
30.637
32.526
34.374
35.572
36.994
38.484
39.222
40.331
47.252
42.270
50.475
51.244
51.878
49.764
50.422
51.057
54.961
54.697
61.877
55.272
53.471
60.500
Quantidade produzida
(1000 frutos)
2.396.029
2.419.682
2.594.919
2.137.608
2.656.151
2.922.921
3.116.047
3.148.414
3.366.792
3.529.789
3.674.756
4.441.094
3.791.488
3.933.049
4.168.186
3.389.915
3.723.832
4.354.938
3.802.932
2.997.953
3.181.059
581.268
685.326
690.597
737.256
738.787
753.191
764.110
772.070
784.382
Rendimento médio
(Frutos/ha)
103.024
106.140
106.145
83.250
105.608
103.236
107.461
106.864
109.893
108.522
106.905
124.848
102.489
102.200
106.272
84.052
78.807
103.026
75.342
58.503
61.318
11.680
13.591
13.526
13.414
13.506
12.172
13.824
14.439
12.964
FONTE: IBGE: CENSO AGROPECUÁRIO 2010.
ELABORAÇÃO: RODRIGO CÉSAR SANTOS.
Através desses números, pode-se notar que em outras épocas produzia-se bem mais
com áreas cultiváveis bem menores que as atuais, tal como o quadro 01, ao divulgar o
rendimento médio anual de frutos por hectare, que na década de 1980 até início de 1990 o
Estado colhia em média 100 toneladas por hectares, porém a partir do ano de 1998 começou a
ocorrer declínio da produção de laranja para 75 ton/ha, chegando ao ano de 2001 ao seu pior
índice, quase 12 ton/há. Neste mesmo contexto a produção da laranja continuou declinando ao
longo do século XXI mesmo com políticas públicas destinadas a este setor com pode-se
perceber que a produção da laranja correspondeu a 13 ton./ha no ano de 2009 (Censo
Agropecuário).
4. PARA NÃO CONCLUIR
Levando em consideração o processo desestrutural ocorrido na citricultura sergipana,
caracterizado pela crise de parte da conjuntura, e também da negligência adotada pelos os
governantes, é incabível afirmar que essa problemática poderá ter solução, pois ainda é
enorme a dependência da citricultura de incentivos públicos. É certo que em números
absolutos a revitalização dos pomares ganhou uma nova aparência, pois fez o Estado perceber
que a citricultura por se só não consegue manter-se estável, mas ainda é muito pouco o seu
valor expressivo se comparado ao tamanho das necessidades, e muito mais desprezível se
comparada a atual situação da região citricultura de Sergipe com o mercado nacional.
Mas o principal problema identificado na citricultura sergipana não se resume a falta
de investimentos do Estado de forma planejada, mas também da falta de cooperação entre os
produtores. É impressionante como eles se mantém dependentes dessa do setor agroindustrial
os quais estabelecem valor ao produto e pagam apenas o suficiente para torná-los dependentes
do próprio sistema econômico. Esta situação gera um agricultor com precárias condições de
renda, provocando em vários casos meios alternativos e ilícitos de relação de produção de
trabalho como desrespeito a direitos trabalhistas e uso de mão-de-obra infantil para
compensar as perdas na produtividade.
5. BIBLIOGRAFIA
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Estado de Sergipe.
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http://www.correiodesergipe.com/lernoticia.php?noticia=2897
CUENCA, Manuel Alberto Gutiérrez; SILVA, Luiz Mário Santos da. A Citricultura nos
Tabuleiros Costeiros de Sergipe: sua evolução entre 1990 e 2000. Aracaju; EMBRAPA.
DANTAS, Tarcísio. Pequenos Citricultores Superam a Crise. Aracaju; Jornal da Cidade.
21/09/2010.
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http://www.cinform.com.br/noticias/241220081220127732
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MORAIS, Carlos França Melo de; OTOCH, Isabela Oliveira e Silva. Produção e
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KURG, Robert. Para além do estado e mercado. In:perdedores globais, p.140. Petrópolis,
RJ. Vozes. 1997.
MATTA, Jana Maruska Buuda da. Laranja: da estratégia a aspiração camponesa. 1995.
143 f. Dissertação.
MOTTA, Dalva Maria da; TAVARES, Edson Diogo; GUEDES, Vicente G. F; NOGUEIRA,
Lúcia Raquel Queiroz. Agricultura Familiar: desafios para a sustentabilidade. (Coletânea)
Aracaju: Embrapa - CPATC, SDR/MA, 1998.
www.embrapa.br
www.ibge.gov.br
www.infonet.com.br
www.sedetec.se.gov.br/modules/tinyd0/index.php?id=42
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