UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS PATRICIA ROBERTA SCHROEDER PROPOSTA DE ESTUDO DE UM NOVO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PLÁSTICOS Joinville - SC 2008 PATRICIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS PATRICIA ROBERTA SCHROEDER PROPOSTA DE ESTUDO DE UM NOVO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PLÁSTICOS Trabalho de graduação apresentado a Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheira de Produção e Sistemas. Orientador: Prof. Dr. Lírio Nesi Filho Joinville - SC 2008 PATRICIA ROBERTA SCHROEDER PROPOSTA DE ESTUDO DE UM NOVO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PLÁSTICOS Trabalho aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheira, no curso de Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina. BANCA EXAMINADORA: Orientador: _______________________________________________________________ Prof. Lírio Nesi Filho, Dr. UDESC - CCT Membro: __________________________________________________________________ Prof. Adalberto José Tavares Vieira, Dr. UDESC - CCT Membro: __________________________________________________________________ Prof. Valdésio Benevenutti, Msc. UDESC - CCT Joinville/SC: 11 de Novembro de 2008. Dedico este trabalho aos meus pais, Renato e Marli, meus irmãos, Paulo e Guilherme, a meu namorado Rafael, às minhas madrinhas Patricia e Sueli (in memorian), e a minha querida avó Elvira (in memorian), que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e incentivando nos melhores, e mais ainda, nos piores momentos, desta caminhada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me abençoar nesta longa caminhada e proporcionar momentos inesquecíveis em minha vida. Aos meus pais, Renato e Marli pelo apoio e amor incondicional, que sempre me manteve firme no propósito de obter minha formação acadêmica. Aos meus irmãos Paulo e Guilherme pelo apoio e estímulo nesta caminhada. Ao meu namorado Rafael pelo apoio e pela compreensão nas horas em que estive ausente realizando o presente trabalho. Ao meu orientador Lírio Nesi Filho pelo interesse, ajuda e dedicação para que este trabalho se concretizasse. Ao diretor da empresa em estudo, Sr. Fernando Fernandes por ceder todas as informações necessárias para a realização deste trabalho. Ao professor Regis Kovacs Scálice pelas sugestões e esclarecimentos de dúvidas sobre o assunto deste trabalho. Ao amigo Carlos, madrinhas Patricia e Sueli (in memorian), avó Elvira (in memorian), e aos amigos Fábio, Mariana, Priscila, Eliza e Andrei pela amizade e ajuda incondicional despendida por mim durante todos estes anos de faculdade. A toda a minha família e amigos, pela paciência e apoio em todos os momentos da minha vida. "Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás...mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te.” Charles Chaplin PATRICIA ROBERTA SCHROEDER PROPOSTA DE ESTUDO DE UM NOVO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PLÁSTICOS RESUMO As constantes modificações da economia fazem com as empresas estejam à procura de novos mercados e diferenciais, exigindo a busca pela redução de custos em seus processos produtivos. A maior busca das empresas está na realização e satisfação dos clientes que procuram preços acessíveis, melhor qualidade e rápido prazo de entrega. Dentro deste contexto torna-se necessário a utilização de ferramentas e técnicas para as soluções de problemas dentro das organizações, como o estudo e desenvolvimento de projetos de arranjos físicos eficientes nas organizações, a fim de proporcionar redução de fluxo de materiais, melhor comunicação inter-pessoal entre os departamentos e conseqüentemente, a redução de tempo de manufatura através da diminuição das distâncias percorridas, promovendo maior agilidade na entrega de produtos finais aos clientes. Assim, o principal objetivo do estudo visa contribuir com o desenvolvimento de um novo projeto de fábrica e layout da empresa, através de análises atuais de informações sobre processos, produtos, espaço, estoque e fluxos de materiais, visando a integração dos sistemas produtivos da empresa. Para a realização deste estudo foi adotado o procedimento metodológico de pesquisa-ação. Com o auxílio das literaturas que relatam o tema, juntamente com as demais pessoas envolvidas no processo produtivo, foi elaborado um novo planejamento e projeto de fábrica e layout em uma empresa do ramo de plásticos da região de Joinville. O estudo proporcionou uma redução do fluxo de materiais dentro da produção, aumentando a comunicação inter-pessoal e acelerando desta forma a entrega de produtos aos clientes. PALAVRAS-CHAVE: planejamento, layout, arranjo físico, fluxo de materiais. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Os Níveis de Planejameno do Espaço.....................................................................21 Figura 2 – Arranjo Físico por Processo................................................................................... 23 Figura 3 – Layout por Produto ou Linha de Montagem...........................................................26 Figura 4 – Arranjo Físico Posicional........................................................................................26 Figura 5 – Forma de Organização das Máquinas em uma Célula............................................28 Figura 6 – Layout Híbrido, Misto ou Combinado....................................................................30 Figura 7 – Exemplo de Diagrama de Processo Global.............................................................32 Figura 8 – Exemplo de Diagrama de Fluxo de Processo..........................................................33 Figura 9 – Símbolos do Fluxograma do Processo....................................................................35 Figura 10 – Exemplo de Diagrama de Processo de Duas Mãos...............................................36 Figura 11 – Diagrama de Afinidades........................................................................................38 Figura 12 – Análise do Losango de Interseção das UPEs.......................................................38 Figura 13 – Registro das Afinidades........................................................................................39 Figura 14 – Otimização de um Diagrama de Configuração.....................................................39 Figura 15 – Exemplo de Diagrama de Configuração...............................................................40 Figura 16 – Área Necessária para uma Determinada UPE.......................................................42 Figura 17 – Exemplo de Divisão de Espaço em Quadrados.....................................................42 Figura 18 – Exemplo de Sobreposição e Necessidade de Espaço de cada UPE......................43 Figura 19 – Exemplo de Planejamento Primitivo de Espaço...................................................43 Figura 20 – Planejamento Macro do Espaço............................................................................46 Figura 21 – Modelo de Planejamento de Macro Espaço..........................................................46 Figura 22 – Exemplo de Diagrama de Espaço..........................................................................47 Figura 23 – Formas Básicas de Fluxo de Produção..................................................................48 Figura 24 – Exemplo de Checklist da Infra-Estrutura da Empresa..........................................52 Figura 25 – Gráfico de Projeção-Histórico de Vendas (Mês X Quantidade de Produtos).......61 Figura 26 – Gráfico de Projeção-Histórico de Vendas.............................................................61 Figura 27 – Gráfico de Perfil do Produto da Empresa..............................................................62 9 Figura 28 – Diagrama do Processo Industrial da Empresa.......................................................63 Figura 29 – Diagrama do Processo Comercial da Empresa......................................................64 Figura 30 – Gráfico da Média do Estoque nos Anos 2007-2008..............................................65 Figura 31 – Planta Baixa Atual da Empresa..............................................................................66 Figura 32 – Análise do Espaço da Empresa.............................................................................67 Figura 33 – Gráfico de Pizza da Divisão dos Departamentos..................................................69 Figura 34 – Análise do Fluxo da Empresa................................................................................71 Figura 35 – Localização de Equipamentos e Setores na Empresa............................................73 Figura 36 – Organograma da Empresa.....................................................................................74 Figura 37 – Gráfico de Afinidades da Empresa........................................................................78 Figura 38 – Diagrama de Configuração da Empresa................................................................79 Figura 39 – Plano de Espaço Primitivo da Empresa.................................................................81 Figura 40 – Sugestão de Layout (Opção A)..............................................................................82 Figura 41 – Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção A)..........................................83 Figura 42 – Sugestão de Layout (Opção B)..............................................................................84 Figura 43 – Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Oção B)...........................................85 Figura 44 – Processo da Célula na Empresa.............................................................................88 Figura 45 – Gráfico de Afinidades da UPE..............................................................................89 Figura 46 – Diagrama de Configuração da Célula....................................................................90 Figura 47 – Definições de Entradas e Saídas do Posto de Trabalho da Empresa.....................91 Figura 48 – Opções de Plano de Espaço para a UPE................................................................92 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Características Principais de um Processo Produtivo X Arranjo por Processos....23 Tabela 2 – Vantagens e Limitações do Layout em Linha........................................................25 Tabela 3 – Convenções de Afinidades.....................................................................................37 Tabela 4 – Resumo das Limitações..........................................................................................45 Tabela 5 – Exemplo de Análise do Fluxo de Produção............................................................49 Tabela 6 – Exemplo de Matriz Retrabalhada para a Análise do Fluxo de Produção...............50 Tabela 7 - Exemplo de Tabela de Análise dos Fatores Ponderados.........................................53 Tabela 8 - Tabela de Correspondência da Escala da Análise de Fatores Ponderados..............54 Tabela 9 – Tabela de Vendas Relativa ao Ano de 2007-2008..................................................60 Tabela 10 – Tabela da Média de Estoque dos Anos 2005-2008...............................................65 Tabela 11 – Divisão Departamental da Empresa e Respectiva Área........................................68 Tabela 12 – Resumo das Definições de Célula da Empresa.....................................................77 Tabela 13 – Tabela de Necessidades de Espaço para UPEs da Empresa.................................80 Tabela 14 – Análise de Fatores Ponderados das Sugestões de Layout.....................................86 Tabela 15 – Análise de Desempenho das Sugestões de Plano de Espaço para a UPE.............93 11 LISTA DE ABREVIATURAS AFP – Análise do Fluxo de Produção UPE – Unidades de Planejamento de Espaço PNI – Positivos–Negativos-Interessantes PCP – Planejamento e Controle da Produção PVC – Poli Cloreto de Vinila PET – Politereftalato de Etila PS – Poliestireno LER – Lesão por Esforço Repetitivo 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................14 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................................... 15 OBJETIVO GERAL.........................................................................................15 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 15 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 16 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................16 METODOLOGIA............................................................................................. 17 ESTRUTURA DO TRABALHO .....................................................................17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................18 2.1 2.1.1 2.1.2 2.1.2.1 2.1.2.2 2.1.2.3 2.1.2.4 2.1.2.5 2.2 2.2.1 2.2.1.1 2.2.1.2 2.2.1.3 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.4.1 2.2.4.2 2.2.4.3 2.2.4.4 2.2.4.5 2.2.5 2.2.6 2.2.7 2.2.8 2.3 PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT ........................................................... 18 Arranjo Físico ................................................................................................... 18 Tipos de Arranjo Físico....................................................................................21 Arranjo físico por processo ou funcional ......................................................... 22 Arranjo físico em linha ou por produto ............................................................ 24 Arranjo físico posicional ou por posição fixa................................................... 26 Arranjo físco celular..........................................................................................27 Arranjo físico híbrido, combinado ou misto..................................................... 30 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA O PROJETO DE FÁBRICA.....32 Diagrama de Processos.................................................................................. .. 32 Diagramas de processos globais ....................................................................... 33 Diagrama de fluxo de processo ........................................................................ 33 Diagrama de processo de duas mãos ................................................................ 36 Análise das Afinidades ..................................................................................... 37 Diagrama de Configuração............................................................................... 40 Planejamento do Espaço................................................................................... 41 Planejamento do espaço para UPEs ................................................................. 42 Planejamento primitivo do espaço....................................................................44 Análise das limitações ......................................................................................45 Resumo das limitações .....................................................................................45 Planejamento macro do espaço ........................................................................46 Diagrama do Espaço......................................................................................... 48 Identificação de Família de Processos..............................................................48 Análise do Fluxo de Produção (AFP)............................................................... 49 Identificação da Infra-Estrutura Física ............................................................. 53 Análise dos Fatores Ponderados ....................................................................... 54 3 METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................. 56 4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE FÁBRICA............................ 58 4.1 4.1.1 4.1.2 4.1.3 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA ...........................................................58 Visão................................................................................................................. 58 Missão............................................................................................................... 58 Negócio............................................................................................................. 58 13 4.1.4 4.2 4.3 4.3.1 4.4 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.5 4.5.1 4.5.1.1 4.5.1.2 4.5.1.3 4.5.2 4.5.3 4.5.4 4.5.5 4.5.6 4.5.7 4.5.8 4.5.9 4.6 4.6.1 4.7 4.7.1 4.8 4.8.1 4.8.1.1 4.8.1.2 4.8.1.3 4.8.2 4.8.3 4.8.4 4.8.5 4.8.5.1 4.9 Mercado ............................................................................................................ 58 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA EMPRESA...... .............59 LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DA PLANTA ATUAL................61 Análise de Produto-Volume ............................................................................. 61 Análise do Processo Existente.......................................................................... 63 Diagrama de Processo Industrial ...................................................................... 64 Diagrama de Processo Comercial..................................................................... 65 Análise do Estoque Atual ................................................................................. 66 Análise do Espaço Atual .................................................................................. 67 Diagrama do Espaço......................................................................................... 68 Utilização do espaço existente.......................................................................... 69 Análise do fluxo de materiais ........................................................................... 72 Análise da localização de equipamentos e setores na empresa ........................ 73 Análise da Orgnização...................................................................................... 75 Estratégia de Operações ................................................................................... 76 Resumo de Definições de Célula...................................................................... 77 Gráfico de Afinidades.......................................................................................79 Diagrama de Configuração................................................................................80 Necessidade de Espaço para a UPE...................................................................81 Plano de Espaço Primitivo.................................................................................82 Balanceamento da Cadeia Produtiva..................................................................83 Sugestão de Layout (Opção A)..........................................................................88 Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção A)......................................89 Sugestão de Layout (Opção B)..........................................................................90 Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção B)......................................91 Análise da UPE mais crítica...............................................................................92 Processo da Célula..............................................................................................93 Número de máquinas..........................................................................................93 Digrama de afinidades .......................................................................................94 Digrama de configuração da célula....................................................................96 População...........................................................................................................96 Lista de Equipamentos Utilizados no Posto de Trabalho...................................97 Entradas e Saídas do Posto de Trabalho.............................................................97 Opções de Plano de Espaço para a UPE............................................................98 Análise de desempenho......................................................................................99 Análise de Outros Fatores..................................................................................100 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................101 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................104 14 1 INTRODUÇÃO Em meio ao ambiente em que vive-se, pode ser evidenciado constantes modificações nas questões sócio-econômicas mundiais, tornando as organizações industriais cada vez mais competitivas em busca de avanços tecnológicos. Em razão disto, é necessário ter um diferencial na hora de atender aos objetivos dos clientes, para se obter destaque em relação à concorrência. Nesta situação, sobrevive no mercado a empresa que oferece melhores condições, como por exemplo, qualidade, segurança, flexibilidade, conforto, menor custo e agilidade na entrega. Neste contexto, o estudo do planejamento do projeto e layout de fábrica é uma questão de suma importância para atender estes requisitos. Uma fábrica que apresenta uma divisão dos departamentos ou áreas, dimensionamentos equivocados, terá desperdícios de tempo, dinheiro, mão-de-obra, movimentação, produção, além de dificuldades de comunicação, organização e de logística e distribuição. Por isso, deve-se analisar criteriosamente todos os processos da empresa, desde a entrada de insumos, até a saída de materiais acabados, bem como sua estrutura organizacional para saber onde existem falhas, o porquê de suas ocorrências e o que fazer para evitá-las, atingindo de forma pontual cada uma delas. A idéia de um projeto e layout de fábrica é otimizar o espaço, proporcionando maior organização e agilidade de movimentação, de maneira a atender de forma rápida e eficiente a demanda dos clientes, eliminando desperdícios, bem como diminuindo os custos da organização. Desta forma, a empresa que tiver a conscientização de que o arranjo físico tem sua importância dentro do contexto funcional organizacional, terá um destaque em relação ao mercado através destes diferenciais competitivos, levando em consideração a racionalização da integração dos processos produtivos, otimizando seus processos, de forma a adequar da melhor maneira possível o espaço disponível. 15 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O tema deste trabalho trata da melhoria de um projeto de fábrica e layout em uma empresa do ramo de plásticos. Este por sua vez, se torna uma alternativa para otimização do espaço e processos da empresa, visando a redução de desperdícios, e conseqüentemente uma redução de custos, além de uma maior qualidade dos produtos fabricados e integração dos processos produtivos. 1.2 OBJETIVO GERAL Contribuir com o desenvolvimento de um novo projeto de fábrica e layout da empresa, através de análises atuais de informações sobre processos, produtos, espaço, estoque e fluxos de materiais, visando a integração dos sistemas produtivos da empresa. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos deste trabalho são: I. Analisar a situação atual da empresa (espaço físico), arranjos departamentais, assim como células, máquinas e equipamentos na empresa; II. Estudar as condições humanas de trabalho (Ergonomia) na empresa; III. Reduzir tempo de manufatura através da diminuição das distâncias percorridas; IV. Desenvolver idéias e sugestões de novos layouts; V. Definir e melhorar a integração dos processos produtivos. 16 1.4 JUSTIFICATIVA Atualmente, pode-se notar a pressão imposta pela competitividade de mercado e o contexto da economia globalizada, fazendo com que as empresas busquem novas soluções aos problemas existentes dentro da organização, visto as constantes mudanças econômicas, sociais e econômicas. Dentro deste contexto, está a melhoria de arranjo físico, onde cada vez mais possui papel de destaque e abrangência dentro das organizações, cujo objetivo consiste na otimização e integração dos processos produtivos, tendo consideráveis reduções de custos, estoques, movimentação, assim como aumento na produtividade. A empresa de estudo em questão, possui dimensionamentos equivocados em relação ao planejamento das disposições em termos de divisões departamentais, alocações de máquinas, células e equipamentos, como também dificuldades na orientação da ergonomia de trabalho. Diante disto, nota-se a necessidade deste estudo e o desenvolvimento de uma proposta de melhoria no projeto de fábrica e layout desta empresa, através de análises dos elementos fundamentais, como, UPEs (Unidades de Planejamento do Espaço), afinidades, restrições e o espaço, com a utilização de ferramentas de análises, visando benefícios para a empresa em questão. 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Este trabalho limita-se a analisar e estudar as possíveis mudanças de projeto de fábrica e layout na empresa do ramo de plásticos em foco, visando a otimização de espaço e integração de processos, desde o recebimento de matéria-prima até a expedição de produtos acabados. Todas as idéias de mudanças de projetos serão baseadas na real necessidade da empresa, que busca solucionar problemas de espaço, organização e uma maior produtividade, para obter um maior destaque no mercado regional. É necessário relatar que o estudo realizado em questão, diz respeito a empresa em foco, não podendo ser utilizadas as análises e conclusões desta para outras empresas de mesmo perfil. 17 1.6 METODOLOGIA A pesquisa deste trabalho pode ser classificada como exploratória, que busca através de levantamento bibliográfico informações importantes para a delimitação do tema proposto e dos objetivos especificados da pesquisa, assim como proporciona maior familiaridade com o problema. Em relação aos procedimentos técnicos utilizados nesta pesquisa, podem ser classificados como pesquisa-ação, pois foi concebida e realizada em associação com a resolução de um problema coletivo, onde os participantes representativos do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Existe a participação direta da pesquisadora no levantamento de dados e aplicação dos objetivos propostos, assim como na análise dos resultados alcançados. 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho está divido em quatro capítulos, sendo que o primeiro aborda a introdução, apresentação do tema, objetivo geral, objetivos específicos, justificativa, delimitação do estudo e metodologia utilizada. No segundo capítulo é apresentada a fundamentação teórica com base no estudo a ser mostrado, tornando o assunto mais claro e compreendido. No terceiro capítulo é apresentada a metodologia aplicada no presente trabalho, definindo seu tipo de pesquisa e demonstrando suas respectivas fases. O quarto capítulo descreve o estudo com a caracterização da empresa, levantamento de informações a respeito desta empresa e a aplicação da pesquisa-ação. E por fim, apresenta-se as considerações finais e as referências bibliográficas utilizadas no trabalho. 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT 2.1.1 Arranjo Físico Planejar o arranjo físico de uma certa instalação, significa tomar decisões sobre a forma como serão dispostos, nessas instalações, os centros de trabalho que aí devem permanecer, conforme Moreira (1993). Pode-se conceituar como centro de trabalho a qualquer coisa que ocupe espaço: um departamento, uma sala, uma pessoa ou grupo de pessoas, máquinas, equipamentos, bancadas e estações de trabalho. Em todo o planejamento de arranjo físico, irá existir sempre uma preocupação básica: tornar mais fácil e suave o movimento de trabalho através do sistema, quer esse movimento se refira ao fluxo de pessoas ou de materiais (MOREIRA, 1993). Na visão de Muther (1978), em alguns casos o planejamento das instalações pode parecer uma tarefa simples, tão fácil quanto movimentar máquinas, equipamentos, mesas e armários até que se encontre a melhor disposição para os mesmos. A escolha do melhor arranjo físico seria simples caso não fosse necessário lidar com fatores como máquinas de difícil movimentação, parada temporária de funcionamento da fábrica (administração e/ou processo produtivo) e desperdício desnecessário de tempo. Além disso, vários erros na utilização do espaço, descarte de estruturas que ainda poderiam ser utilizadas e altos custos de rearranjos são fatores que mostram claramente a importância de um planejamento prévio do novo arranjo físico a ser adotado. O projeto de arranjo físico para uma indústria deve priorizar a disposição mais racional e econômica possível das áreas que compõem a cadeia produtiva, procurando criar elementos que garantam a segurança, a eficiência e a satisfação de todos aqueles que trabalham no local (ROCHA, 2008). Conforme Joaquim e Giacomelli (2006), a crescente industrialização impulsiona o planejamento, o surgimento e a melhoria contínua de uma vasta gama de processos produtivos nas mais diversas áreas. Assim, passa-se a dar maior atenção ao espaço ocupado pelas organizações para que, com a expansão dos processos, o mesmo possa ser utilizado da melhor maneira possível, diminuindo custos e otimizando a produção. Essa otimização ocorre com o melhor aproveitamento das áreas, tanto no setor produtivo, quanto na parte administrativa da 19 empresa. Nota-se então clara a importância de uma boa ocupação tanto na área destinada à parte gerencial quando ao nível operacional. Para Matos (2005), o layout da fábrica é a disposição física do equipamento industrial. Inclui o espaço necessário para movimentação de material, armazenamento, mão-de-obra indireta e todas as outras atividades e serviços dependentes, além do equipamento de operação e o pessoal que o opera. Layout, portanto, pode ser uma instalação real, um projeto ou um trabalho, sendo seus objetivos básicos segundo ele: a) Integração total de todos os fatores que afetam o arranjo físico; b) Movimentação de materiais por distância mínima; c) Trabalho fluindo através da fábrica; d) Todo o espaço efetivamente utilizado; e) Satisfação e segurança para os empregados; f) Um arranjo flexível que possa facilmente ser reajustado. Slack (1999) descreve a importância do arranjo físico das operações produtivas. Ele destaca que a função do arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal de produção. O arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva porque determina sua forma e aparência. Determina a maneira segundo a qual os recursos transformados fluem através da operação. Conforme Martins e Laugeni (2005), por ser uma atividade multidisciplinar, a elaboração de um layout envolve muitas áreas da empresa, tornando importante a utilização da experiência de todos os colaboradores envolvidos, na determinação e verificação de soluções. Desde que o layout é uma integração de diversos fatores, há sempre alguma coisa imperfeita nele. Sempre se pode criticar alguma coisa em qualquer layout. O layout é parte integrante da reengenharia e reestruturação. A reestruturação significativa exige mudanças de layout. Da mesma forma, um reprojeto de layout pode ser catalisador para reestruturação. Muitos sintomas de arquitetura inadequada da empresa aparecem como problemas de layout ou manuseio de materiais. O layout da fábrica pode demonstrar a necessidade de reengenharia a uma organização relutante em se dividir e reconstruir (LEE,1998). Segundo Slack et al. (1997), para se projetar um arranjo físico, deve-se fazer uma análise do que realmente deseja-se alcançar. Devem ser muito bem compreendidos os objetivos estratégicos da produção, como ponto de partida, dos muitos estágios que levam ao arranjo físico final da produção. Em várias situações, torna-se necessário um estudo de layout: a) Ineficiência das instalações (fabricação de novos produtos, aquisição de máquinas, necessidade de maior espaço para estocagem); 20 b) Redução dos custos de produção; c) Variação da demanda (aumento ou decréscimo na produção); d) Ambiente de trabalho inadequado (ruídos, temperaturas, iluminação); e) Excesso de estoques (fluxo do produto não está bom); f) Manuseios excessivos (provocam estragos e atrasam a produção); g) Instalação de uma nova fábrica. Canen e Williamon (1998) mencionam que os recursos de produção são de vital importância para a organização porque, usualmente, eles representam o maior e mais caro patrimônio da organização. O principal motivo para o planejamento do layout do setor produtivo é o interesse em se reduzir os custos de movimentação. Na visão de Sims apud Canen e Williamon (1998) "a melhor movimentação de material é não movimentar". Cada área de trabalho deve permitir a um grupo de profissionais, a um conjunto de materiais e equipamentos e às atividades correlatas produzirem um produto ou serviço com eficiência, qualidade e confiabilidade, a um custo suficientemente reduzido que permita à empresa, além da lucratividade necessária, manter-se competitiva no seu segmento de atuação, cumprindo no prazo estabelecido a entrega dos seus produtos (ROCHA, 2008). O ideal para Lee (1998) seria que o projeto de uma instalação partisse do geral para o particular, da localização global para o posto de trabalho. As questões estratégicas maiores são decididas em primeiro lugar. É útil pensar no planejamento do espaço em cinco níveis, como mostra a Figura 1. Durante a localização global, considerada como nível I, Lee (1998) diz que a empresa decide onde localizar suas instalações e determina sua missão. A declaração de missão de uma instalação é um resumo conciso de seus produtos, processos e principais tarefas de produção. Uma instalação raramente pode executar bem mais de uma ou duas tarefas-chave de produção. A declaração de missão é, portanto, um guia importante para os planejadores de instalações e outros profissionais quando consideram os diversos aspectos do projeto. No nível II de planejamento do supra-espaço, ocorre o planejamento do local, segundo LEE(1998). Inclui número, tamanho e localização de prédios, bem como infra-estrutura como água, gás e ferrovias. Esse planejamento deve prever expansões da fábrica e possível saturação da localização. Em relação ao nível de planejamento do macro-espaço, chamado de nível III, segundo Lee (1998) um macro-layout planeja cada prédio, estrutura ou outra sub-unidade da instalação. Normalmente esse é o nível mais importante de planejamento, pois estabelece o foco ou a organização básica da fábrica. A respeito do nível IV, planejamento do micro-espaço, Lee (1998) comenta que a localização de equipamentos e móveis específicos é determinada no 21 planejamento do micro-espaço. A ênfase muda do fluxo bruto de materiais para o espaço pessoal e a comunicação. E por fim, o nível V, diz respeito ao planejamento do sub-microespaço, onde as estações de trabalho e os operários são a preocupação. Neste, as estações de trabalho são projetadas visando eficiência, eficácia e segurança. Figura 1- Os níveis de planejamento do Espaço Fonte: Adaptado de Lee (1998) Para tanto, a eficiência, eficácia e segurança implica em estudos de capacidade produtivas, através de cálculos de tempo de ciclo (TC) e balanceamentos produtivos em certos tipos de arranjos físicos, como o em linha por exemplo. O balanceamento da linha de produção consiste na atribuição de tarefas às estações de trabalho que formam a linha, de forma que todas as estações demandem aproximadamente o mesmo tempo para a execução das tarefas a elas destinadas. Isto minimiza o tempo ocioso de mão-de-obra e de equipamentos. 2.1.2 Tipos de Arranjos Físicos Para Slack et al.(2007), quando o processo produtivo de uma fábrica é classificado, isto não implica em nenhum arranjo físico pré-determinado. Para cada tipo de processo podem ser adotados arranjos físicos diferentes, dependendo de outras variáveis. Porém, o tipo de processo empregado na transformação é um dos fatores mais importantes. Ainda discorrem que o arranjo físico dá uma visão geral de como os elementos serão organizados uns em relação aos outros, porém, após este estágio deve haver um detalhamento no qual, muitas ferramentas de layout podem ser utilizadas para o planejamento das UPEs (Unidades de Planejamentos de Espaço), 22 que são as partes fixas da empresa, tudo que ocupa espaço dentro do arranjo físico, como por exemplo, departamentos, células e setores. As definições de UPEs são fatores preponderantes para um efetivo estudo de layout em uma empresa. Em geral, são as características de volume e variedade de processo que ditam o tipo de arranjo físico: I. Arranjo físico por processo ou funcional; II. Arranjo físico em linha ou por produto; III. Arranjo físico posicional ou por posição fixa; IV. Arranjo físico celular; V. Arranjo físico híbrido, combinado ou misto. 2.1.2.1 Arranjo Físico por Processo ou Funcional No arranjo físico por processo, característico de muitas indústrias e provavelmente da maioria das atividades de prestação de serviços, os centros de trabalho são agrupados de acordo com a função que desempenham. Os materiais (ou pessoas) movem-se de um centro a outro de acordo com a necessidades. Hospitais, escolas, armazéns, bancos e muitas outras atividades são organizados por processo. Na indústria, esse tipo de arranjo físico indica que máquinas de uma mesma função são agrupadas em departamentos funcionais e o produto caminha até a máquina adequada à próxima operação. O mesmo grupo de máquinas, assim, serve a produtos diferenciados, aumentando a flexibilidade do sistema à mudanças no projeto do produto e/ou processo (MOREIRA, 1993). Também chamado de layout funcional ou job shop. Trabalha com uma variedade de produtos personalizados em lotes relativamente pequenos. Usam máquinas de uso geral, que podem ser mudadas rapidamente para novas operações, para diferentes projetos de produtos. As máquinas são organizadas de acordo com o tipo de processo que é executado: setor de usinagem, setor de pintura, setor de soldagem, podendo-se trabalhar com maior flexibilidade. O projeto deste tipo de layout é marcado pela complexidade devido ao grande número de diferentes alternativas de arranjos entre os diversos centros de trabalho existentes. Assim, na prática, torna-se difícil encontrar soluções ótimas. Quando se projeta um arranjo físico usa-se uma combinação de intuição, bom senso e técnicas de tentativa e erro. Segundo Martins e Laugeni (1998) nesse tipo de arranjo físico todos os processos e equipamentos do mesmo tipo são posicionados numa mesma área e também operações e montagens semelhantes são agrupadas num mesmo local. O material se desloca buscando os diferentes processos. 23 A Figura 2, ilustra uma configuração muito comum em uma indústria mecânica, em que existe uma seção de tornos, uma de furadeiras e assim por diante, que poderiam formar o setor de usinagem, por exemplo. Este tipo de arranjo físico é indicado quando não é possível fazer uma linha porque o volume e a variedade são muito altos. Figura 2 – Arranjo físico por processo Fonte: Gonçalves Filho (2005) Para Slack et al. (2007), neste tipo de arranjo, processos similares são agrupados em um mesmo local físico da planta. “A razão pode ser que seja conveniente para a operação mantê-los juntos, ou que dessa forma a utilização dos recursos transformadores seja beneficiada. Isso significa que, quando produtos, informações ou clientes fluírem através da operação, eles percorrerão um roteiro de processo a processo de acordo com suas necessidades. Por essa razão, o padrão de fluxo na operação será bastante complexo.” A tabela 1 mostra as principais características onde o arranjo físico por processo é indicado. Tabela 1- Características principais de um processo produtivo x arranjo por processos Fonte: Adaptado de Gonçalves Dias (2005) 24 Segundo Moreira (2001) como características desse sistema destacam-se: a) A adaptação à produção de uma linha variada de produtos ou à prestação de diversos serviços; b) Cada produto passa pelos centros de trabalho necessários, formando uma rede de fluxos. No caso de atividades de serviços a movimentação é a do próprio cliente, como a que ocorre com os pacientes em um hospital ou clínica; c) As taxas de produção são relativamente baixas, se comparadas àquelas obtidas com o arranjo físico por produto. Desta forma, existe entre os dois tipos de arranjo uma troca entre flexibilidade e volume de produção; d) Os equipamentos são principalmente do tipo "propósito geral", ou seja, comercialmente disponíveis sem necessidade de projeto específico. Esses equipamentos são mais flexíveis, que aqueles projetados para arranjo físico por produto; e) Em relação ao arranjo físico por produto, os custos fixos são relativamente menores, mas os custos unitários de matéria-prima e mão-de-obra são relativamente maiores. 2.1.2.2 Arranjo Físico em Linha ou por Produto No arranjo físico por produto, também denominado arranjo físico em linha de produção (ou linha de montagem), ocorre a organização para acomodar somente alguns poucos projetos de produto (baixa variedade de produtos), no qual permitem grande volume de produção e trabalhando com equipamentos de baixa flexibilidade (utilização de máquinas especializadas), sendo projetados para permitir um fluxo linear de materiais ao longo da linha de produção. Segundo Slack et al. (2007), nesse arranjo os recursos transformadores são alocados de modo a coincidir com a seqüência na qual os produtos, clientes ou elementos de informação devem seguir para serem transformados, criando um fluxo unidirecional. Para Martins e Laugeni (2005), no arranjo físico em linha ou por produto, os equipamentos ou estações de trabalho são dispostas de acordo com a seqüência de transformações que o produto irá sofrer. É utilizado em produções de larga escala e com pouca diversificação, necessitando um alto investimento em máquinas proporcionando aos colaboradores um trabalho monótono e estressante. especializadas, e 25 Esta é a solução ideal quando se tem apenas um produto ou produtos similares, fabricados em grande quantidade e o processo é relativamente simples. O tempo que o item gasta em cada estação ou lugar fixado é balanceado. As linhas são ajustadas para operar na velocidade mais rápida possível, independentemente das necessidades do sistema. O sistema não é flexível. Algumas vantagens e limitações desse arranjo físico é destacada por Tompkins et al (1996), como pode-se ver na tabela 2: Vantagens Limitações Simplicidade, lógica e um fluxo direto Parada de máquinas resulta numa como resultado interrupção da linha Pouco trabalho em processo e redução do inventário em processo Mudanças no design do produto torna o layout obsoleto O tempo total de produção por unidade é baixo Estações de trabalho mais lentas que limitam o trabalho da linha de produção A movimentação de material é reduzida Necessidade de uma supervisão geral Não exige muita habilidade dos trabalhadores Resulta geralmente em altos investimentos em equipamentos Resulta num controle simples da produção Equipamentos para fins específicos precisam ser utilizados Tabela 2: Vantagens e limitações do layout em linha Fonte: Tompkins et. al. (1996) Geralmente este tipo de arranjo físico segue uma linha reta, mas pode variar entre formatos de L, O, S e U (KRAJEWSKI E RITZMAN, 2005). Para Slack et al. (1997) este tipo de arranjo é relativamente fácil de controlar, por apresentar um fluxo produtivo muito claro e previsível. Alguns exemplos de processos que utilizam o arranjo físico em linha ou por produto que podem ser citados como forma de exemplificação são montagens de automóveis e restaurantes self-service. Na figura 3, ilustrando o arranjo físico em linha, pode-se notar uma seqüência de processos numa operação de manufatura de papel. 26 Figura 3 – Layout por Produto ou Linha de Montagem Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2005) 2.1.2.3 Arranjo Físico Posicional ou Por Posição Fixa Neste tipo de arranjo físico, não há fluxo do produto (permanece fixo enquanto está sendo processado). Ocorre um fluxo de materiais, pessoas, máquinas, facilidades em direção ao produto. A localização dos recursos não vai ser definida com base no fluxo de recursos transformados, mas na conveniência dos recursos transformadores em si. O objetivo do projeto detalhado do layout é conceber um arranjo que possibilite aos recursos transformadores maximizar sua contribuição potencial ao processo de transformação, caracterizado pela imobilidade do produto ou serviço que está sendo produzido ou prestado. Os outros arranjos físicos são bem diferentes deste porque enquanto neles o material é transportado de um recurso de manufatura para outro, formando um fluxo de processamento, no posicional as estações de trabalho é que são trazidas próximas ao material sendo transformado. Este processo pode ser melhor visualizado na figura 4. Figura 4 - Arranjo Físico Posicional Fonte: Gonçalves Filho (2005) Slack et al. (1997) acrescenta ainda que o planejamento e o controle do projeto devem ser bem executados, afim de se evitar a falta de espaço para alocar equipamentos ou materiais 27 que tiveram seus prazos de utilização mal estimados, evitando-se assim a movimentação desnecessária entre lugares temporários e os lugares ideais destinados para sua utilização. 2.1.2.4 Arranjo Físico Celular Composto de células de produção e montagem interligadas por um sistema de controle de material de “puxar”, este tipo de arranjo físico possui as células, operações e processo agrupados de acordo com a seqüência de produção que é necessária para fazer um grupo de produtos. As máquinas na célula são todas, normalmente de ciclo único e automático, sendo que elas podem completar o seu ciclo desligando automaticamente, como afirma (BORBA,1998). Conforme Greene e Sadowski apud Arruda (1994), manufatura celular é uma "divisão física de uma ampla manufatura convencional, dentro de uma produção celular". Eles ainda acrescentam que "cada célula é projetada para produzir eficientemente tipos comuns, ou forma de peças que tenham máquinas, processos e fixações similares". Sendo assim, este tipo de arranjo considera e processa de forma otimizada uma família de produtos similares, que passam pelos mesmos processos de fabricação. A prioridade se dá em relação as famílias de produto com maior movimentação, levando também em consideração a demanda. Segundo Borba (1998), a célula normalmente inclui todos os processos necessários para uma peça ou submontagem completa. Os pontos chaves desse tipo de arranjo são: a) Máquinas dispostas na seqüência do processo; b) Uma peça de cada vez é feita dentro da célula; c) Os trabalhadores são treinados para lidar com mais de um processo (operadores polivalentes); d) O tempo do ciclo para o sistema dita a taxa de produção para a célula; e) Os operadores trabalham de pé e caminhando. Sabe-se ainda que neste tipo de arranjo físico, a célula pode ter as características de um arranjo físico por produto ou por processo. Após o processo numa das células, ele ainda pode ser transportado para uma próxima, complementando sua transformação. Seria uma forma de ordenar o complexo fluxo que caracteriza o arranjo físico por processo, como garante Slack et al. (1997). Pode-se ainda citar algumas vantagens estabelecidas deste layout, conforme Shingo (1996) e Monden (1984): 28 a) Pedidos de última hora podem ser atendidos rapidamente; b) Redução de custos (perdas, estoques); c) Maior visibilidade de problemas; d) Melhor aproveitamento do potencial humano; e) Maior competitividade da empresa; f) Layouts abrangentes (S, L e U) são necessários porque estão direcionados para o fluxo de pessoas e produtos. g) Menor tempo de processo e setup; h) Menor estoque em processo; i) Trabalho melhor utilizado; j) Flexibilidade é a característica chave (reação à demanda do cliente). Alguns exemplos que podem ser citados como pertencentes a este tipo de arranjo físico são: as áreas para produtos específicos em supermercados, algumas empresas fabricantes de roupas, lojas de departamento e as empresas fabricantes de peças para indústria automotiva. Na figura 5, pode-se analisar os diferentes tipos possíveis de um arranjo celular: Figura 5- Forma de organização das máquinas em uma célula Fonte: Lorini (1993) Segundo Lorini (1993), a opção (a), identificada na figura 6, é utilizada quando se tem uma máquina que é compartilhada com outras células ou processos produtivos. Já a opção (b), nos mostra que a célula em “U” é a mais fácil de controlar devido à alta flexibilidade, porque 29 nela os funcionários sabem utilizar duas ou mais máquinas. Podendo ser colocado um funcionário operando a máquina 1 e a máquina 5 para que ele controle a entrada e saída de produtos, mantendo no mesmo nível de produtos em processo. Nesta opção também pode-se ajustar a produção à demanda, aumentando ou reduzindo o número de funcionários. Na opção (c), em linha, é utilizada quando as máquinas são muito grandes e a célula em “U” fica impossibilitada devido à distância necessária entre as máquinas. E por fim, na opção (d), a célula em “loop” é criada quando cada operador segue o fluxo das peças, realizando cada etapa do processo produtivo. Com a implantação deste layout, podem ser reduzidos ou eliminados muitos tempos que ocasionam desperdícios, segundo TUBINO (1999): a) Tempo de espera na fila: é eliminado pela disposição adequada das máquinas segundo o roteiro de fabricação do item e pela produção em fluxo unitário. Dessa forma, evita-se a formação de estoques internos à célula, eliminando-se as filas de espera nas máquinas e o conseqüente sequenciamento das ordens nas filas, que acarretam tempos e custos indesejáveis; b) Tempo de setup: o simples fato de organizar o fluxo de produção por item, ou família de itens, já faz com que as máquinas fiquem alocadas prioritariamente ao item, evitando-se os setups para o processamento de itens diferentes; c) Tempo de processamento: com a redução dos tempos de setup estimulada pelo layout celular, pode-se diminuir economicamente o tamanho dos lotes de fabricação, fazendo com que o tempo médio de processamento dos itens em cada máquina necessária a sua seqüência de fabricação se reduza, acelerando seu fluxo de conversão em produto acabado; d) Tempo de movimentação: a aproximação das máquinas com o layout celular faz com que as distâncias entre elas sejam mínimas, reduzindo a necessidade de movimentação dos itens. Por outro lado, a produção em pequenos lotes permite que a movimentação dos itens possa ser feita pelo próprio operador manualmente, evitando-se o uso de equipamentos dispendiosos e espaço físico para movimentação e o posicionamento desses equipamentos. 30 2.1.2.5 Arranjo Físico Híbrido, Combinado ou Misto Este tipo de arranjo físico é chamado de híbrido por se tratar de uma combinação de tipos de layouts dentro de uma linha principal, com layout específico, podendo ter outra linha secundária, com layout para atender uma fase específica da produção. Conforme Martins e Laugeni (2005), os arranjos físicos híbridos são utilizados para que se aproveitem as vantagens dos arranjos físicos por processo e por produto, tendo-se áreas seqüenciais com mesmo tipo de equipamento como no arranjo por processo, sendo seguida por uma linha clássica, utilizada nos arranjos físicos por produto. Para Slack et al. (1997), muitas operações ou projetos de arranjos físicos mistos, combinam elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico ou, alternativamente, usam tipos básicos de arranjo físico de forma “pura” em diferentes partes da operação, como pode-se analisar na figura 6: Figura 6 – Layout Híbrido, Misto ou Combinado Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2005) 31 A maioria das instalações de manufatura usam uma combinação de tipo de arranjo físico. Os departamentos são organizados de acordo com os tipos de processos, mas o produto flui através de um layout por produto. Na tabela 3, pode-se visualizar as diferenças entre os layouts, assim como as vantagens existentes. Tabela 3: Vantagens e limitações dos tipos de layouts Fonte: Adaptado de Tompkins (1996) 32 2.2 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA O PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT Para auxiliar no projeto de fábrica e layout, são utilizadas algumas ferramentas de forma organizada, ou seja, planejada, estabelecendo-se uma seqüência lógica em busca de um bom resultado, considerando todos os fatores que afetam o processo produtivo da empresa. As ferramentas que servem de instrumentos para o processo de melhoria do projeto de fábrica e layout são os seguintes: I. Diagrama de Processo; II. Análise das Afinidades; III. Diagrama de Configuração; IV. Planejamento do Espaço; V. Análise das Limitações; VI. Diagrama de Espaço; VII. Identificação de Família de Processos; VIII. Identificação da Infra-Estrutura Física. 2.2.1 Diagrama de Processos O Diagrama de Processos, segundo Slack et al. (1997) é utilizado para documentar o processo que está sendo utilizado ou estudado, tendo como objetivo registrar a seqüência de tarefa, registrar as relações de tempo entre diferentes partes de um trabalho e registrar o movimento de pessoal, informações ou material no trabalho. Tendo três técnicas principais que focalizam a seqüência de tarefas, as quais: a) Diagramas de processos globais; b) Diagrama de fluxo de processo; c) Diagrama de processo de duas mãos/gráfico de operações. Tratando-se de um fluxo novo, é necessário buscar um produto ou um processo semelhante para ser estudado, realizando assim, a construção do gráfico de processo, sendo ele de processo global, de fluxo de processo ou de duas mãos (SLACK et al.1997). 33 2.2.1.1 Diagramas de Processos Globais O Diagrama de Processo Global é o ponto inicial para a confecção de um Diagrama de Fluxo de Processo. Neste são utilizados símbolos de operação e inspeção, agregando diversas tarefas menores em uma operação global, conforme (Slack et al. 1997), de acordo com a figura 7: Figura 7 - Exemplo de Diagrama de Processo Global Fonte: Slack et al. (1997) 2.2.1.2 Diagrama de Fluxo de Processo O Diagrama de Fluxo de Processo é o mais bem conhecido e mais usado das técnicas, pois pode ser aplicado para fluxo de materiais ou informações, através de um trabalho ou, alternativamente, podem ser usados para esquematizar a seqüência de atividades feita por uma pessoa (LEE, 1998). Para Slack et al. (1997), o Diagrama de Fluxo de Processo tem como objetivo registrar a seqüência do processo e descrever todos os eventos que ocorrem nele. Esta descrição localiza-se ao lado direito do símbolo que representa cada atividade, estando inseridas as informações do que é feito em cada atividade, o tempo de execução prevista ou realizada, o número de colaboradores envolvidos ou quaisquer informações que sejam relevantes ao processo. Este diagrama é formado por linhas verticais, as quais indicam a seqüência dos eventos onde estão inseridas as operações do processo com seus respectivos símbolos, e também, por linhas horizontais que indicam a entrada de itens provenientes de fornecedores externos ao processo (fornecedores terceirizados ou internos). Caso existam mais itens, pode-se adicionar 34 mais linhas horizontais, sendo uma para cada item. A inclusão de vários itens num determinado ponto do processo é mostrado através de setas horizontais, de forma a interagir os itens diferentes no mesmo processo. A figura 8, mostra um exemplo de Diagrama de Fluxo de Processo: Figura 8 – Exemplo de Diagrama de Fluxo de Processo Fonte: LEE (1998) As especificações de cada símbolo que demonstram um processo, são caracterizadas como: 35 Operação ( ) : qualquer transformação realizada sobre o material, como furar, polir, aquecer, cortar, entre outros, sendo a fase mais importante no processo e, geralmente, é realizada em uma máquina ou estação de trabalho, como afirma Barnes (1977). Transporte ( ): acontece quando há um deslocamento de um objeto de um local para o outro. Deslocamentos que ocorrem no mesmo local de trabalho não são considerados como transporte, assim como deslocamentos intrínsecos a uma operação. Inspeção ( ): é a identificação, assim como contagem e verificação da qualidade, através da examinação de um objeto. Por exemplo: medição, pesagem, verificação de defeitos, dentre outros. Demora ( D ): acontece quando o material pára dentro do processo produtivo, seja porque esta aguardando um transporte para a operação seguinte, seja por outras razões, não esquecendo que é também conhecido como“Espera” ou “Atraso”. Armazenamento ou estocagem ( ∇ ): ocorre quando o material é colocado em um estoque de materiais, permanecendo parado até que seja retirado. A figura 9 exemplifica os eventos e os seus símbolos na construção de um fluxograma do processo: 36 Figura 9 – Símbolos do Fluxograma do Processo Fonte: Barnes (1977) 2.2.1.3 Diagrama de Processos de Duas Mãos No Diagrama de Processo de Duas Mãos, é utilizado os mesmos princípios dos demais diagramas, no entanto em uma microescala. A seqüência de movimentos de cada mão é representada pelos mesmos símbolos citados. Entretanto, há pequenas mudanças no significado dos símbolos. O símbolo de atraso é utilizado para indicar que a mão está esperando para realizar sua próxima tarefa. Já o símbolo de estocagem, é usado para indicar que a mão está segurando uma peça de material ou um documento (LEE,1998). Normalmente, este tipo de diagrama é mostrado em um diagrama pré-formatado similar a figura 10: 37 Figura 10 – Exemplo de Diagrama de Processo de Duas Mãos Fonte: Lee (1998) Para Slack et al. (1997), este diagrama visa a seqüência de processo de um sub-micro layout (posto de trabalho) onde é utilizado o trabalho manual, utilizando os mesmos princípios dos diagramas de processos globais e fluxos de processo. 2.2.2 Análise das Afinidades Conforme Lee (1998), as afinidades representam os diversos fatores que exigem proximidade entre duas células quaisquer em um plano de espaço, podendo ser classificadas através de uma escala de seis níveis com valores numéricos que variam de +4 a -1. A escala tem quatro níveis positivos que significam que as UPEs devem ser próximas. A movimentação freqüente de materiais entre as células significa valores altos de afinidades. Caso haja classificações negativas, pode-se dizer que as UPEs devem estar distantes. A classificação neutra, zero, também existe. Valores numéricos, escala de vogais, estilos de linhas variados ou cores diferentes são utilizados para as classificações das afinidades entre os setores, como podese ver na tabela 4: 38 Tabela 4 – Convenções de Afinidades Fonte: Adaptado de Lee (1998) Na escala de vogais (A-E-I-O-U), “A” representa a maior classificação de afinidade, enquanto “U” representa uma afinidade neutra e “X” uma afinidade negativa. É preciso fazer uma verificação nas afinidades, pois são fatores que influenciam diretamente na necessidade de uma proximidade ou não entre os setores ou postos de trabalho, ou seja, na comunicação ou interação pessoal entre os colaboradores, movimentações de materiais entre os setores ou qualquer outro fator que exija uma proximidade (LEE, 1998). Um Diagrama de Afinidades também pode ser utilizado, pois é uma organização espacial idealizada que pode se transformar em um planejamento de espaço. Neste, as UPEs combinamse com as afinidades, onde os símbolos representam UPEs e as linhas representam as afinidades entre elas, onde em cada linha é colocada uma UPE, então se segue a diagonal que parte da primeira linha até encontrar a diagonal que parte da linha da UPEs com a qual deseja-se analisar as afinidades existentes entre estas. No losango onde estas diagonais se encontram deve-se colocar as afinidades verificadas entre as células, de acordo com o quadro Convenções de Afinidades, figura 11, verificando-se os fatores relevantes, de forma que todas as UPEs sejam analisadas entre si, podendo-se obter a relação de afinidades entre todas as células definidas, (LEE, 1998): 39 Figura 11 – Diagrama de Afinidades Fonte: Adaptado de Lee (1998) Conforme pode ser visto no Diagrama de Afinidades, o losango é preenchido colocando a vogal de classificação de afinidades, indicação de fluxo de materiais entre as UPEs e a indicação de compartilhamento de pessoas entre ela, como é mostrado na figura 12: Figura 12 – Análise do Losango de interseção das UPEs Fonte: Adaptado de Lee (1998) De forma a facilitar a montagem do Diagrama de Configuração, após o preenchimento do Diagrama de Afinidades, pode ser feito um registro de análise das afinidades entre as UPEs, através das convenções de afinidades gráficas mostradas na figura 13: 40 Figura 13 – Registro das Afinidades Fonte: Adaptado de Lee (1998) 2.2.3 Diagrama de Configuração No diagrama de configuração, verifica-se o melhor posicionamento das células de acordo com as afinidades existentes entre as UPEs envolvidas no processo, sendo este de fundamental importância. Como existe dificuldade em chegar ao posicionamento ideal das células na primeira configuração projetada, deve-se otimizar o Gráfico de Configuração até chegar a melhor configuração possível. A melhoria contínua da configuração, pode ser visto na figura 14: Figura 14 – Otimização de um Diagrama de Configuração Fonte: Lee (1998) Esta figura ilustra a melhoria interativa de um diagrama de afinidade, ou seja, a evolução completa dos elementos fundamentais de células, espaço, afinidades e limitações para um planejamento de macro-espaço. Esses elementos e a progressão são válidos para todos os 41 tamanhos de instalações em todos os níveis. Conforme apresentado na figura 15, no diagrama “A” existem muitos cruzamentos de caminhos e conseqüentemente uma grande movimentação, o que ocasiona grandes percursos que não agregam valor algum ao produto. Com a otimização contínua do gráfico, chegou-se a um gráfico final muito mais enxuto. Após as especificações realizadas, pode-se ver na figura 15, um exemplo de Diagrama de Configuração: Figura 15 – Exemplo de Diagrama de Configuração Fonte: Lee (1998) 2.2.4 Planejamento do Espaço Para Krajewsky e Ritzman (2005) o planejamento do espaço envolve decisões sobre a disposição dos centros de cada atividade econômica em uma unidade, ou seja, pode ser qualquer coisa que utilize espaço: uma pessoa ou um grupo de pessoas, uma máquina, bancada de trabalho, estação de trabalho, um departamento, uma escada, entre outros. As prioridades competitivas, o processo e a capacidade de uma empresa em arranjos físicos reais de pessoas, equipamentos e espaço, são decisões refletidas por este planejamento. Sendo assim, para Lee (1998) o planejamento do espaço tem como objetivo determinar o espaço necessário para cada UPEs do processo em estudo, de forma que tenha uma configuração mais eficiente possível, visto que cada posto de trabalho tem necessidades 42 especificas de espaço, devido ao fluxo de pessoas, peças, e de manutenções. Para a definição do espaço para cada UPEs, deve-se seguir alguns passos, após definir as afinidades entre as UPEs: I. Planejamento do Espaço para UPEs; II. Planejamento Primitivo do Espaço; III. Análise das Limitações; IV. Resumo das Limitações; V. Planejamento Macro do Espaço. 2.2.4.1 Planejamento do Espaço para UPEs As Unidades de Planejamento de Espaço (UPEs) para Lee (1998), podem ser caracterizadas por um prédio, um departamento, uma unidade de produção ou um posto de trabalho, de acordo com o arranjo físico a ser estudado, as quais são definidas pela engenharia de planejamento de espaço. Ainda segundo Lee (1998) a definição das unidades de planejamento de espaço (UPEs) é a mais fundamental e importante do planejamento de espaço, pois estabelece a organização do espaço, analisando as pessoas e processos na organização. Além disso, todos os fluxos de trabalho subseqüentes fluem a partir dessa tarefa, caso haja um erro, ou omissão, acontecerá a invalidação de todo o trabalho que se segue. Este planejamento pode ser feito com o auxilio de desenho, através de software de CAD ou de forma manual em escala para que facilite análises posteriores. Feito isto, é realizada a verificação das necessidades, seguindo alguns passos para realizar o desenho do espaço: a) Desenha-se uma figura geométrica (quadrado ou retângulo) no tamanho total que o posto de trabalho necessite, exemplificando no caso da figura 16, com necessidade de uma área de 20 m²: 43 Figura 16 – Área necessária para uma determinada UPE Fonte: Adaptado de Lee (1998) b) Divide-se a figura em tamanhos iguais, utilizando-se medidas condizentes com suas necessidades, normalmente utilizam-se quadrados de 1m x 1m por ser mais fácil de visualizar, entretanto, pode-se utilizar quadrados de maior ou menor valor dependendo de cada caso, como se analisa na figura 17: Figura 17- Exemplo de divisão do espaço em quadrados Fonte: Adaptado de Lee (1998) c) Seguindo todos os passos, finalmente insere-se o símbolo para cada UPEs já definida, conforme a figura 18: 44 Figura 18 – Exemplo de sobreposição e necessidade de espaço de cada UPE Fonte: Adaptado de Lee (1998) Vale ressaltar que estes procedimentos devem ser repetidos para cada UPEs do processo. 2.2.4.2 Planejamento Primitivo do Espaço O Plano Primitivo de Espaço é caracterizado pelo acréscimo de espaço ao diagrama de afinidades, o qual não inclui as limitações de projeto, tratando-se de uma representação idealizada, sendo utilizado de forma a verificar como estarão dispostas as UPEs, conforme suas necessidades de espaço integradas, baseadas no Diagrama de Configurações, como orienta Lee (1998), na exemplificação da figura 19: Figura 19 – Exemplo de Planejamento Primitivo de Espaço Fonte: Lee (1998) 45 2.2.4.3 Análise das Limitações A Análise das Afinidades, segundo Lee (1998) consiste em estabelecer as condições que interferem na elaboração de um plano ideal de espaço, sendo que estas condições podem ser assim, devido ao formato da construção, colunas, assoalho, configurações, características externas, dentre outras, sendo levadas em consideração no momento em que o posicionamento das UPEs está sendo feito. 2.2.4.4 Resumo das Limitações Através de um auxílio de uma tabela, conforme mostra a tabela 5, tem-se o resumo das afinidades, ou seja, as devidas identificações das limitações em um projeto de macro-layout. Tem-se na coluna todas as unidades de planejamento de espaço (UPEs) da organização, e na primeira linha colocam-se os fatores que podem ocasionar ou exigir alguma necessidade especial, sendo os principais fatores: local, manuseio de material, pessoas, aspecto, administração e utilidades. De acordo com Black (1998, p.83): Limitações podem ser classificadas tanto como limitações de entrada, que limitam especificações no projeto, e ou limitações no sistema, que limitam o sistema de manufatura. Limitações de entrada são normalmente representadas como limitações no tamanho, peso, materiais e custo, ao passo que limitações no sistema são baseadas na capacidade das máquinas, na técnica disponível para fabricação e até nas leis da natureza. Uma típica limitação no projeto para o supermercado seria o tamanho (metragem quadrada) da loja ou o número de linhas de caixa. Uma limitação de entrada poderia ser o número de carrinhos ou a velocidade máxima dos carrinhos na loja. Segundo Lee (1998), alguns fatores não se adaptam ao conceito de UPEs, tais quais afinidades e espaços, entretanto, afetam o macro-layout. Por isso, se faz necessário uma documentação acumulada do projeto para cada UPE, sendo que cada categoria deve ser revisada com as limitações devidamente listadas. Um ponto ou marca associa cada limitação a uma determinada UPE. Sendo assim, cada UPE com suas limitações se torna de fácil visualização, facilitando a atuação para eliminá-las. 46 Tabela 5 – Tabela para Resumo das Limitações Fonte: Lee (1998) 2.2.4.5 Planejamento Macro do Espaço Após a obtenção das informações do planejamento do espaço para UPEs, do planejamento primitivo do espaço, da análise das limitações e do resumo das limitações, já pode ser feito o planejamento macro do espaço, o qual se faz necessário ter a planta baixa da empresa em mãos para a sua execução. Respeitando sempre as limitações do projeto e o espaço 47 necessário para cada UPEs, pode-se fazer os desenhos das mesmas posicionado-as sobre a planta baixa do local onde serão instalados, segundo Lee (1998) como visto na figura 20: Figura 20 – Planejamento Macro do Espaço Fonte: Lee (1998) Além disso, neste planejamento deve-se ter o cuidado de analisar e verificar a possibilidade ou não de se modificar a forma do espaço, pois como mostrado na figura 20, a UPE 2 foi definida em uma área em L, no entanto teve-se a verificação do espaço disponível e necessário. De acordo com a figura 21, os passos que devem ser executados para a realização do planejamento do macro espaço, estão demonstrados neste modelo. Figura 21 – Modelo de Planejamento de Macro Espaço Fonte: Lee (1998) 48 2.2.5 Diagrama do Espaço O Diagrama de Espaço é uma ferramenta utilizada para quantificar o espaço utilizado para cada operação ou atividade, definindo o perfil do espaço existente, com a elaboração de um desenho inicial (planta baixa) composto por seus departamentos e equipamentos, afirma Lee (1998), sendo que os espaços são codificados através de cores, de acordo com a sua utilização, conforme a figura 22: Figura 22 – Exemplo de diagrama de espaço Fonte: Lee (1998) Logo após o desenho e a codificação por cores, é necessário a quantificação do total da área utilizada para cada atividade em porcentagem, através do auxilio de um gráfico de pizza, definindo o perfil do espaço existente, verificando a porcentagem de área que está sendo utilizado para cada atividade. Por fim, o resultado obtido é analisado para verificar as possíveis melhorias que podem ser feitas no local em estudo. 2.2.6 Identificação de Família de Processos A Identificação de Família de Processos é essencial para analisar e estudar o caminho percorrido pelos itens dos produtos durante seu processamento. É necessário um estudo das atividades e dos fluxos de cada processo, para então conhecer o processo e obter os detalhes. Esta identificação pode ser feita de três formas, conforme destacado por Lee (1998), de acordo com a quantidade de peças que são processadas na célula. 49 a) Para as células com agrupamento de peças menor que 20 produtos, é utilizado o Método Intuitivo/Visual; b) Para as células com agrupamento de produtos maior que 100, é utilizado o Método de Codificação/Classificação; c) Para as células com quantidade de produto de 20 a 100, é utilizado o método da Análise do Fluxo de Produção (AFP), o qual será apresentado a seguir. 2.2.7 Análise do Fluxo de Produção (AFP) Para Slack et al. (1997) a abordagem mais conhecida para alocar tarefas e máquinas a células, a análise do fluxo do produção (PFA) analisa ambos, requisitos dos produtos e agrupamentos de processos simultaneamente. Segundo Burbidge (1983), a AFP é uma técnica para encontrar famílias de componentes em grupos de máquinas para layout celular ou em grupo. Na AFP, a preocupação principal é com os métodos de fabricação, não se levando em conta as características de projeto ou a forma dos componentes. Leva-se em consideração o fluxo de materiais pela fábrica e sua manipulação, ou seja, apenas as máquinas e ferramentas que estão realmente em uso. A produção consiste em um grande fluxo de processos e operações, sendo cada processo um fluxo de material. O processo é a transformação da matéria-prima em produtos semiacabados e as operações são os trabalhos realizados para efetivar essa transformação, a interação do fluxo de equipamento e operadores no tempo e no espaço (SHINGO, 1996). Entretanto, para a realização da análise do fluxo de produção, deve-se identificar todos os produtos que passam pela célula em estudo, como também todos os postos de trabalho que fazem parte do fluxo, pois existem produtos que passam por postos que outros não precisam. Logo, monta-se uma matriz colocando os produtos e os postos de trabalho identificados, não sendo necessário preocupar-se com a seqüência de produção. Posteriormente, correlaciona-se os produtos com os postos de trabalho por onde estes passam, conforme mostra a tabela 6: 50 Tabela 6 – Exemplo de Análise do Fluxo de Produção Fonte: Lee (1998) Em busca da formação de blocos, devem-se arrumar as linhas e as colunas, de modo a aproximar os produtos que utilizam os mesmos postos de trabalho, visualizando quais as máquinas que devem ser colocadas mais próximas umas das outras, como também quais os produtos que passam por estes blocos, formando células de menor tamanho. Sendo assim, a análise das afinidades entre estas novas células não pode ser esquecida, para que se tenha uma otimização na movimentação e no compartilhamento de pessoal, conforme exemplo da tabela 7, segundo LEE (1998): 51 Tabela 7 – Exemplo de Matriz Retrabalhada para a Análise do Fluxo de Produção Fonte: Lee (1998) 52 As formas básicas de fluxo são mostradas na figura 23: LINHA RETA 1 2 3 4 Aplicável quando o processo é simples. Sempre que possível, utilizar este tipo. ZIG-ZAG 1 4 2 5 3 8 6 7 Aplicável quando a linha de produção é maior que a permitida pela área física da fábrica. Forma de U 1 2 3 4 Aplicável quando se deseja que o produto final termine em local vizinho à entrada. 8 7 6 5 CIRCULAR 2 3 4 1 6 Aplicável quando se deseja retornar um produto de origem. 5 Figura 23 – Formas básicas de Fluxo de Produção Fonte: Borba (1998) Conforme Borba (1998), os tipos de fluxo podem ser agrupados em quatro níveis: a) A nível geral de edifícios b) A nível geral de departamentos c) A nível de seções de trabalho d) A nível de estações de trabalho O fluxo geral da fábrica é estudado a nível geral de edifícios, de maneira que seus diversos fluxos se relacionem bem entre si e com o meio externo, obtendo-se como resposta a localização dos edifícios. A nível geral de departamentos, estuda-se o fluxo entre os departamentos e obtêm-se como resposta a localização dos departamentos. Em relação ao nível de seções de trabalho, estuda-se o fluxo da seção onde tem-se como resposta a localização das diversas estações de trabalho. E finalmente, a nível de estações de trabalho, estuda-se o fluxo da estação de trabalho e tem-se como resposta a localização dos diversos componentes da estação de trabalho. 53 2.2.8 Identificação da Infra-Estrutura Física Esta etapa procura estudar e analisar a estrutura geral da empresa, que dá sustentação a todas ou a maior parte das operações, as quais não foram mostradas nas etapas anteriores, como por exemplo, banheiros, segurança, centrais elétricas, dentre outras, que não podem ser esquecidas no estudo do planejamento de layout de fábrica. Para Lee (1998), nesta fase são levantados todos os elementos que não aparecem nos diagramas ligados diretamente aos processos, por não contribuírem com o processo produtivo, mas que dão sustentação à maior parte das operações. De forma a auxiliar nesta identificação, é utilizado o checklist, ferramenta usada para catalogar os recursos necessários, bem como acompanhar o andamento da análise deste, como pode ser visualizado na figura 24: Figura 24 – Exemplo de Checklist da Infra-Estrutura da Empresa Fonte: Lee (1998) 54 Para que não ocorra o esquecimento de algum item, este checklist deve ser montado e analisado por uma equipe qualificada e que conheça todo o processo da empresa, podendo ser dividido por áreas com seus respectivos itens, deixando-se ao lado de cada item uma área que possa ser assinalada conforme sua execução. 2.3 Análise dos Fatores Ponderados Para ajudar na análise das decisões, dentre as várias opções que se estabelecem ao longo do estudo, é feito a análise dos fatores ponderados com os respectivos responsáveis da organização, conhecedores de todos os processos da empresa, onde realizam a montagem de uma tabela destes fatores, os quais são colocados pesos que podem variar de 1 à 10 para as atividades ou fatores já definidos pelo grupo e colocados em uma tabela na terceira coluna, conforme tabela 8. Tabela 8 – Exemplo de Tabela de Análise de Fatores Ponderados Fonte: Lee (1998) 55 De acordo com Lee (1998): A análise de fatores ponderados baseia uma decisão em uma combinação dos vários fatores, tanto qualitativos quanto quantitativos. É mais eficaz se os fatores forem independentes, mas nem sempre é possível. Algum compromisso com esse princípio é aceitável. Os juízes identificam inicialmente os fatores, e em seguida, decidem o peso de cada um e, finalmente, classificam cada opção. Após a classificação definida, multiplica-se o peso estipulado pela classificação que a atividade obteve em cada uma das opções de configuração, sendo que o valor das vogais é o valor da escala. Exemplificando, na quarta coluna a contar da coluna que contém F1,F2,F3, temos as respectivas vogais (A-E-I-O-U) sendo que seus valores conforme tabela 6 são respectivamente, (4,3,2,1,0), os quais são multiplicados com os devidos pesos da terceira coluna a contar da coluna de F1,F2,F3, conforme mostra a tabela 5 (8,7,7,2,3,10,9,10). Quando todas as multiplicações tiverem sido efetuadas, seus resultados são alocados na segunda coluna referente a cada opção, e em seguida é somado estes resultados, sendo que o resultado desta soma é colocado na linha totais, cada qual na coluna da opção que se refere. Em conseqüência disto, é feita uma análise de cada opção para ver qual a que obteve maior valor, pois esta é a considerada a melhor opção dentre as demais. De acordo com a tabela 9, pode-se notar que o total dentre as três opções foi a opção número um. E nas observações onde diz “Juízes” é colocado os nomes dos integrantes da equipe que fizeram o estudo, assim como, nome da empresa, projeto, data, dentre outros. Tabela 9 – Tabela de Correspondência de Escala da Análise de Fatores Ponderados Fonte: Lee (1998) Na realidade, é uma ferramenta que ajuda na definição de qual layout deve ser empregado, dentre pelo menos duas alternativas. Para realização desta análise é relevante utilizar também uma técnica chamada PNI (Positivos-Negativos-Interessantes), parecida com o branstorming, onde é examinado cada fator do plano de espaço, inicialmente nos aspectos positivos e posteriormente, nos aspectos negativos, sendo eficaz, estimulando o trabalho em equipe e o consenso. Deste modo, finaliza-se a parte da fundamentação teórica que servirá como base para o estudo de um novo planejamento e projeto de fábrica e layout da empresa. 56 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Conforme Minayo (1993), a pesquisa pode ser classificada como uma atividade básica das ciências em sua indagação e descoberta da realidade, uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. Pode ser considerada uma atividade de aproximação da realidade que nunca acaba, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados. Uma pesquisa pode ser definida como um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento (Lakatos, 1991). Para Gil (2002, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. O problema desta pesquisa diz respeito à maneira de como é utilizado o espaço da empresa, a disposição dos departamentos, ferramentas, pessoas e equipamentos, a qual pode ser classificada como de natureza científica, pois envolve variáveis que podem ser testadas, inerentes a observações e manipulações. As pesquisas podem ser classificadas em exploratórias, explicativas e descritivas, segundo Gil (2002). A pesquisa em questão se refere a classificação exploratória, pois busca maiores informações sobre um assunto, facilitando a delimitação do tema. Ainda conforme Gil (2002), este tipo de pesquisa proporciona maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito, apresentando um planejamento flexível que possibilita considerações de várias características relativas ao fato estudado. Tendo em vista os procedimentos técnicos utilizados nesta pesquisa, ela pode ser classificada como uma pesquisa-ação, pois segundo Thiollent apud Gil (2002), possui uma base empírica que é realizada com estreita associação com uma ação ou resolução de um problema coletivo, onde o pesquisador e participantes representativos do problema estão envolvidos de forma cooperativa ou participativa. Ocorre nos momentos mais diversos da pesquisa o envolvimento da ação do pesquisador e dos grupos interessados. Segundo SILVA (2000) a pesquisa-ação é aquela planejada e implantada conjuntamente com uma ação ou com a solução de um problema coletivo. Martins (1998) destaca que para realizar esse tipo de pesquisa: “[...] o investigador precisa envolver-se diretamente com a organização estudada, passando a ser virtualmente um membro dela. Entretanto, ele deve manter um papel de alimentar com informações os membros da equipe, composta por pessoas 57 da organização, e estruturar as relações entre os membros da equipe e da organização.” Na visão deste autor, o que diferencia este tipo de pesquisa do método de estudo de caso é o relacionamento desenvolvido entre os colaboradores da empresa e o pesquisador. Segundo Alves (2003), a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso são exemplos de pesquisa exploratória. A pesquisa exploratória torna o problema mais explícito e permite um levantamento bibliográfico, assim como o uso de entrevistas com pessoas experientes acerca do problema a ser estudado. Para Thiollent (1997) existem quatro fases importantes para o desenvolvimento de uma pesquisa-ação, que pode-se fazer uma relação com o estudo em questão: • Fase Exploratória: os problemas da pesquisa-ação são levantados por todos os envolvidos na pesquisa, e ações futuras são determinadas, o que neste trabalho terá como objetivo aumentar a conscientização de todos os envolvidos em relação ao problema, levantando todas as informações referentes à empresa de estudo que contribuíram nas análises de planejamento e layout de fábrica; • Fase de Pesquisa Aprofundada: os problemas são estudados e analisados de forma mais profunda, através da coleta de dados, para que possam ser solucionados posteriormente, o que será a coleta de dados deste estudo, com as apresentações de gráficos e tabelas, para tornar mais fácil a compreensão; • Fase de Ação: nesta etapa os objetivos são determinados, em conjunto com todos os envolvidos no projeto, o que corresponde a descrição das estratégias e elaboração de dos layouts aplicáveis à empresa; • Fase de Avaliação: é realizada a reunião de todos os conhecimentos adquiridos durante o processo da pesquisa-ação, e os passos são redirecionados, onde neste estudo será a definição do melhor planejamento de espaço, de forma a aproveitar da melhor maneira possível o espaço existente na empresa. 58 4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT DA EMPRESA 4.1 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA Especializada no processo de vácuo-formagem, a empresa em questão, com planta em Joinville desde 1998, fornece produtos e serviços para variados segmentos industriais. O processo de vácuo-formagem substitui muito bem produtos de fibra de vidro, madeira, metal, plástico injetado, entre outros, com ótimas vantagens no que diz respeito a custos, escala de produção, resistência mecânica e design. Outras vantagens apontadas são: tempo para desenvolvimento do produto muito reduzido, baixo custo do molde, matéria-prima reciclável, tecnologia não poluente e, principalmente, baixo custo final 4.1.1Visão Ser uma referência no desenvolvimento de produtos vácuo-formados, em função do aprimoramento contínuo dos processos, lembrada pela confiabilidade, credibilidade e qualidade no mercado mundial. 4.1.2 Missão Produzir peças técnicas e embalagens, almejando utilização de matérias-primas ecológicas e recicláveis. Gerar empregos e lucros. 4.1.3 Negócio Produzir peças técnicas e embalagens nos processos e matéria-prima que o nosso mercado necessita, desde que agregue lucro, não perdendo o foco na reciclagem. 4.1.4 Mercado O mercado da empresa em questão são os vários seguimentos empresariais. 4.2 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS E MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS 59 O processo de vácuo-formagem (aquecimento de matéria-prima e formagem da embalagem através do vácuo entre a matéria-prima e o molde) substitui muito bem produtos de fibra de vidro, madeira, metal, plástico injetado, entre outros, com ótimas vantagens no que diz respeito a custos, escala, resistência mecânica e design. Outras vantagens apontadas são: tempo para desenvolvimento do produto muito reduzido, baixo custo do molde, matéria-prima reciclável, tecnologia não poluente e, principalmente, baixo custo final. Os produtos utilizados pela empresa são de alta qualidade, para atender a todos os clientes com eficiência e praticidade. As principais matérias-primas utilizadas são: • PET 0,4 X 390 MM (espessura versus largura) • PET 0,4 X 430 MM • PET 0,4 X 310 MM • PVC 0,25 X 390 MM • PS 0,55 X 390 MM (PRETO E NATURAL) • PS 0,9 X 390 MM Estes materiais são utilizados na fabricação de blisters de torneira, brincos, utensílios domésticos, saboneteira, chocolates, dentre outros, os quais constituem os principais produtos fabricados pela empresa: • Blister Vd Clássica • Blister Linha Triu AC • Blister Retentor de Garfo • Blister Suporte branco – Allflex • Blister Suporte preto - Allflex • Blister Protetor p/ fans – M • Blister posicionador – TDV 4.2.1 Análise de mercados fornecedores e consumidores 60 Os principais mercados fornecedores da empresa estão na região do Estado de Santa Catarina, no entanto, o material PS é fornecido de São Paulo: • ISOFORMA: localizada na Rua D Gabriel P B Couto KM 81,4 em Cabreuva – SP, fornece o material PS • SANPLAST: localizada na Rua Estrada Geral SN, em Tubarão – SC, fornece o material PET • BION CORTE E VINCO: localizada na Rua Maria Mannes 64, em Joinville – SC, fornece ferramentas em geral • FERRAMENTAS GERAIS: localizada na Rua Doutor João Colin, em Joinville – SC, fornece materiais de polipropileno, celeron, entre outras mercadorias diversas. Na questão de mercados consumidores, os maiores clientes da empresa localizam-se nas proximidades de Joinville, no entanto também atende toda a região sul do Brasil, facilitando assim a logística. Os consumidores em potencial são: • Docol: sediada em Joinville, é considerada uma das principais fabricantes de metais sanitários da América Latina. Serviços Prestados: fabricação de blisters para torneira, válvula de descarga, chuveiro e registros. • Allflex: fundada na Nova Zelândia e com sede em Joinville, no Parque Perini, líder mundial no segmento de fabricação de sistemas de identificação para animais, os chamados brincos, para as espécies bovina, ovina, caprina e suína. Serviços Prestados: fabricação de “bandeja” para brincos de identificação animal. • Chocopp: sediada em Joinville, fabrica chocolates artesanais. Serviços Prestados: fabricação de blisters, embalagem no qual vai o chocolate caseiro. • Federal Componentes: sediada em Joinville, fabrica e comercializa equipamentos automotivos. Serviços Prestados: fabricação de blisters para equipamentos automotivos. 4.3 LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DA PLANTA ATUAL 61 4.3.1 Análise de Produto – Volume Os produtos fabricados pela empresa são blisters que através da tabela 10 e gráfico de projeção – histórico de vendas do ano de 2007 até este ano de 2008, é possível realizar esta análise. MÊS-ANO AGOSTO DE 2007 SETEMBRO DE 2007 OUTUBRO DE 2007 NOVEMBRO DE 2007 DEZEMBRO DE 2007 JANEIRO DE 2008 FEVEREIRO DE 2008 MARÇO DE 2008 ABRIL DE 2008 MAIO DE 2008 JUNHO DE 2008 JULHO DE 2008 AGOSTO DE 2008 QUANTIDADE DE PRODUTOS VENDIDOS CUSTO EM R$ 202.395 97.795,79 219.333 96.548,62 316.130 140.511,18 200.500 224.541,00 186.201 79.598,80 176.993 83.389,48 224.993 99.842,81 410.213 146.773,70 238.235 116.869,10 284.616 107.865,58 370.060 133.076,95 292.707 138.609,74 288.670 130.547,39 TOTAL 3.411.046 1.595.970,14 Tabela 10 – Tabela de Vendas relativa ao ano de 2007-2008 Fonte: Base de dados da empresa Nota-se que a quantidade de produtos fabricados nos meses de Outubro, Novembro e Março de 2008 possuem custos mais elevados do que os produtos fabricados durante os meses de Junho, Julho e Agosto do ano de 2008. 62 No gráfico da figura 25, pode-se observar a relação de quantidade de produtos vendidos Q U A N T ID A D E D E P R O D U T O S em relação aos meses de Agosto de 2007 a Agosto de 2008. HISTÓRICO DE VENDAS 450.000 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 AG O STO DE 2007 SETEM BRO DE 2007 O UTUBRO DE 2007 NO VEM BRO DE 2007 DEZEM BRO DE 2007 J A N E IR O DE 2008 F E V E R E IR O DE 2008 M ARÇO DE 2008 A B R IL D E 2008 M A IO D E 2008 JU N H O D E 2008 JULHO DE 2008 AG O STO DE 2008 QUANTIDADE DE PRODUTOS MÊS Figura 25 – Gráfico de Projeção – Histórico de Vendas (Mês X Quantidade de Produtos) 2007-2008 Fonte: Base de dados da empresa Pode-se verificar através dos gráficos de projeção/histórico de vendas, que a demanda é sazonal, tendo seus maiores picos de fabricação nos meses de Março e Junho de 2008, e Outubro de 2007. Através de um gráfico de projeção-histórico de vendas referente aos anos de existência da empresa, conforme a figura 26, pode-se observar o crescimento da empresa. PROJEÇÃO-HISTÓRICO DE VENDAS 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 BLISTERS 1.000.000,00 500.000,00 Figura 26 – Gráfico de Projeção-Histórico de Vendas Fonte: Base de dados da empresa 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 0,00 63 De acordo com a figura 27, observa-se o perfil do produto em função dos anos e vendas. PERFIL DO PRODUTO ANOS E VENDAS 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 Figura 27 – Gráfico de Perfil do Produto da Empresa Fonte: Base de dados da empresa Um fator a ser analisado com base nos gráficos apresentados, visto a sua forma linear e a demanda de vendas crescente ano após ano, faz com que o espaço existente na empresa fique cada vez menor para a produção dos blisters, visto a variedade de produtos que podem ser fabricados com os materiais de PET e PS. 4.4 Análise do Processo Existente Empresa fabricante de embalagens vácuo-formadas, como o próprio nome diz, utiliza o processo de vácuo-formagem, também chamado de vacuum-forming. Largamente utilizado na confecção de embalagens e peças técnicas. O vacuum-forming consiste em “aspirar” uma lâmina de termoplástico, aquecida até um estado maleável, para dentro de um molde através de um jato de ar que empurra o plástico para dentro, formando o produto que se deseja fabricar. Primeiramente é feito uma fôrma modelo, do produto que será moldado, com o uso de um produto que resista a temperatura do processo. Furos são feitos na forma modelo, além dos que já existem máquinas de vacuum-forming, e fixa-se na estrutura da mesma, ficando pronto para receber o termoplástico. O termoplástico sofre um aquecimento adequado ao tipo do produto que se vai fabricar, em função da espessura do plástico e do tamanho da peça, e é colocado na cavidade para ser moldado. Quando o jato de ar é aplicado no conjunto, o plástico é empurrado para dentro do molde, aderindo a todas as partes do mesmo. Após o resfriamento a peça é retirada e cortada, tomando a forma definitiva do molde, ou seja, o blister. 64 4.4.1 Diagrama de Processo Industrial Este diagrama auxilia na visualização do processo industrial, onde os símbolos não são localizações, estações de trabalho nem máquinas. As informações sobre quem, o que e onde estão contidas podem ser observadas. As linhas não representam o movimento do produto do trabalho, ao contrário, representam apenas uma seqüência de eventos, conforme figura 28. Blisters Matéria-prima Bobinas do fornecedor descarrega caminhão almoxarifado de bobinas PET seleciona itens a serem do fornecedor descarrega caminhão utilizados para centro para depósito de custo centro de depósito custo para fabricação fabricação inspeção e teste para depósito de produtos acabados Depósito produtos para expedição carrega caminhão para cliente o produto final (blisters) Figura 28 – Diagrama do Processo Industrial da Empresa Fonte: Primária 65 4.4.2 Diagrama de Processo Comercial Como o diagrama de processo industrial, o diagrama de processo comercial também ajuda na visualização do processo, analisando a entrada de matéria-prima, até a saída do produto final para o cliente. Conforme a teoria de Lee (1998), foi elaborado um fluxograma de Processo Comercial da empresa, conforme figura 29. Blisters Matéria-prima almoxarifado de bobinas do fornecedor Seleciona descarrega bobinas a serem caminhão para centro de para depósito custo centro de depósito custo para fabricação fabricação inspeção e teste para depósito de produtos acabados depósito produtos acabados para expedição carrega caminhão para cliente o produto final (bisters) Figura 29 – Diagrama do Processo Comercial da Empresa Fonte: Primária 66 4.4.3 Análise do Estoque Atual O estoque existente na empresa consiste apenas de matérias-primas utilizadas, PET, PS e PVC, conforme tabela 11 e gráfico da média do estoque nos anos 2005/2008, de acordo com a figura 30. HISTÓRICO DO ESTOQUE DOS ANOS 2005/2008 PRODUTOS QUANTIDADE MÉDIA PVC 0,25 X 390MM CRISTAL 363 PET 0,4 X 390 MM 1.890 PS 0,90 X 390 PRETO RECICLADO 789 PS 390 X 0,57 NATURAL 1.987 PET 0,4 X 430 MM 1.980 PET 0,4 X 310 MM 1.480 PS 0,57 X 390 PRETO 654 TOTAL 9.143,00 Tabela 11 - Tabela da Média de Estoque dos Anos 2005/2008 Fonte: Base de dados da empresa 2500 2000 1500 1000 500 0 P S 0,57 X 390 P R E TO P E T 0,4 X 310 M M P E T 0,4 X 430 M M P S 390 X 0,57 N A TU R A L P S 0,90 X 390 P R E TO R E C IC LA D O P E T 0,4 X 390 M M QUANTIDADE MÉDIA P V C 0,25 X 390M M C R IS TA L QU A N T ID A D E M É D IA E M KG MÉDIA DO ESTOQUE NOS ANOS 2005/2008 MATÉRIAS-PRIMAS Figura 30 – Gráfico da Média do Estoque nos Anos 2005/2008 Fonte: Base de dados da empresa Conforme pode-se observar, as matérias-primas mais utilizadas são: • Pet 0,4 x 430 mm • Ps 390 x 0,57 mm • Pet 0,4 x 390 mm • Pet 0,4 x 310 mm 67 4.5 Análise do Espaço Atual Como forma de análise do espaço, é desenhada a planta baixa, mostrando o layout existente na empresa para a realização de análises e estudo do processo, conforme a figura 31. Figura 31 – Planta baixa atual da Empresa Fonte: Primária 68 4.5.1 Diagrama do Espaço O Diagrama de Espaço, como mostrado no capítulo 2, é uma ferramenta utilizada para definir o perfil de espaço existente, ou seja, quantificar o espaço utilizado para cada operação ou atividade da organização, estabelece a relação física entre as várias atividades, como pode-se observar na figura 32. Figura 32: Análise do Espaço da Empresa Fonte: Autoria Própria 69 Como pode-se analisar, grande parte do espaço parece desordenada e dispersa, visto que a produção, o estoque de produtos acabados e o almoxarifado, ocupam as maiores áreas da empresa, ficando a área administrativa, compras, financeiro e recursos humanos, em uma área pequena e restrita. 4.5.1.1 Utilização do espaço existente É possível analisar o espaço existente através das respectivas divisões departamentais, como analisa-se na tabela 12: LEGENDA DEPARTAMENTO ÁREA (m²) 1 ALMOXARIFADO 45,49 2 PRODUÇÃO 96,09 3 ADMINISTRAÇÃO 20,07 4 FINANCEIRO E RH 8,25 5 COMPRAS 8,25 6 PROJETOS E PCP 7 RECEPÇÃO 8 CENTRO DE CUSTO 9 ESTOQUE PA 55,62 10 BW MASCULINO 13,26 11 BW FEMININO 2,73 12 DESPENSA 4,66 13 FABRICAÇÃO DE CEPO E FARDOS 19,1 14 COZINHA 9,06 15 BW DIRETORIA 16 ÁREA VAGA E CORREDORES TOTAL Tabela 12: Divisão departamental da empresa e respectiva área Fonte: Autoria Própria 30,88 4,12 9 5,5 57,23 389,31 70 Através do gráfico de “pizza”, conforme figura 33, pode-se comparar as áreas de cada departamento da empresa, identificando os desperdícios de espaço de armazenagem, corredores, áreas vagas, assim como relação de importância entre os setores e o espaço disponível, como, por exemplo, qual setor necessita de maior espaço, qual o grau de importância de cada departamento, assim como a melhor maneira de dispor este, de forma a propiciar um layout com maior funcionalidade e agilidade. DEPARTAMENTOS 12% 15% 1% 2% 5% 1% 1% 3% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 26% 14% 2%1% 8% 2% 5% 2% Figura 33: Gráfico de Pizza da divisão dos departamentos Fonte: Primária 71 Observa-se que há muito espaço de área vaga e corredores, correspondentemente a 57,23 m², ou seja, área maior do que o departamento de projetos e pcp por exemplo. Outro fator importante a ser mencionado, diz respeito à área administrativa, compras, financeiro e RH, como também a área de projetos e planejamento e controle da produção – PCP. Existe muita comunicação entre estes setores, no entanto, suas localizações ocasionam um desperdício de tempo e movimentação. Toda reunião existente na empresa, é realizada na sala de projetos e PCP, pois as demais salas são pequenas para a sua realização. Quando há uma visita de cliente ou fornecedor, estes precisam passar por toda a empresa para chegar na sala de projetos, pois também são direcionados pela recepção até esta sala. Á respeito dos banheiros, o masculino é muito maior que o feminino, sendo que toda a área de escritório da empresa utiliza o mesmo banheiro que a área de produção. A única diferenciação está na divisão entre masculino e feminino. A cozinha possui um espaço limitado, podendo ser utilizada por quatro pessoas por vez. Como existe muita área vaga, as demais áreas ficam com acesso restrito e limitado de pessoas. A área de almoxarifado, por exemplo, está ficando cada vez mais “apertada”, visto a crescente demanda que a empresa tem atualmente, como também a área de produção, que fica restrita a colocação de mais máquinas, tanto de vácuo-fomagem, como também as máquinas de corte. Por isso, deve-se fazer uma análise dos equipamentos e setores existentes na empresa, para fazer um melhor planejamento de fábrica e layout, de modo a verificar a melhor disposição das máquinas, equipamentos e departamentos da empresa. Portanto, constata-se que a divisão dos departamentos ou áreas, apresentam dimensionamentos equivocados, caracterizando desperdício de espaço. Faz-se necessário então, uma análise de fluxo dos materiais. 72 4.5.1.2 Análise de fluxo de materiais Como visto no capítulo 2, é importante fazer a análise do fluxo de materiais da empresa, de forma a “enxergar” a real situação existente, dificuldades, desperdícios, trajeto realizado pelos materiais e setores envolvidos. Ou seja, esta análise se refere à movimentação de materiais dentro da empresa, de acordo com a figura 34. Figura 34: Análise do Fluxo da empresa Fonte: Primária 73 Através da análise do fluxo de materiais da empresa, é visto que existe um desperdício de movimentação, haja vista que a matéria-prima é recebida no almoxarifado, que é requisitado para a produção, que está do outro lado da empresa. Antes disto, através da ordem de produção, a matéria-prima requisitada vai para o centro de custo, onde é identificado com as devidas quantidades, nome do material e número da ordem de produção. Após isso, o material vai para a fabricação dos produtos nas máquinas termo-vácuo-formadoras, de onde vão para as máquinas de corte. Realizado o corte, os blisters são testados e inspecionados indo para a parte de empacotamento em caixas de papelão, as quais são identificadas com o nome do cliente e quantidade produzida. Posteriormente, são colocadas no depósito de produtos acabados. 4.5.1.3 Análise da localização de equipamentos e setores na empresa A análise da localização de equipamentos e setores na empresa, nada mais é do que a forma de realizar o processo dentro da empresa, o que cada departamento faz, quais equipamentos e ferramentas são utilizadas, qual a disposição destes em cada setor da empresa, como também, a disposição de máquinas e pessoas no decorrer do processo de fabricação. É fundamental que os equipamentos estejam bem visíveis, em lugares estratégicos e ao alcance dos trabalhadores, para que não haja desperdícios de tempo e movimentação, além de esforços excessivos e repetitivos que ocasionam lesões como a LER (Lesão por esforço repetitivo), além de desgastes e sobrecarga de peso. Em função disto, é importante destacar e analisar a existência da ergonomia física, que lida com as respostas do corpo humano à carga física e psicológica. Neste caso, vale ressaltar a importância da adequação na manipulação de materiais, no arranjo físico de estações de trabalho, nas demandas do trabalho e nos fatores tais como repetição, vibração, força e postura estática, relacionada com lesões músculo-esqueléticas. Na figura 35 é possível analisar como funciona o processo da empresa, assim como a localização de equipamentos e setores na empresa. 74 Figura 35: Localização de equipamentos e setores na Empresa Fonte: Primária 75 A localização de equipamentos e setores na Empresa está consideravelmente bem distribuído, entretanto, na área de produção existem seis máquinas, das quais, somente 4 são utilizadas, havendo um desperdício de espaço e dinheiro, pois poderiam estar em produção. Conforme pode ser visto, a distribuição das máquinas está em forma de layout em linha, onde para cada máquina de vácuo-formagem, existe uma máquina de corte, ficando um operador de produção em cada máquina, ou seja, são quatro funcionários por turno de trabalho. 4.5.2 Análise da Organização Para a realização desta análise, é feito o organograma da empresa, para contribuir no estudo em questão. O organograma é uma espécie de diagrama que representa graficamente a estrutura formal de uma organização, que possibilita a identificação de possíveis deficiências hierárquicas na organização. Para poder fazer este organograma deve-se incluir todos os departamentos e funcionários que usam a instalação até o nível mais baixo, como observa-se na figura 36. DIRETOR GERAL PROJETO FINANCEIRO COMPRAS E PCP RECURSOS HUMANOS PRODUÇÃO Figura 36 – Organograma da Empresa Fonte: Primária Por ser uma empresa de pequeno porte, seu organograma é constituído pela diretoria geral, seguida pelos departamentos de projeto e pcp, financeiro, compras e recursos humanos, seguidos pela produção. 76 4.5.3 Estratégia de Operações Através do diagrama de processos do produto/família principal, pode-se entender melhor o seu funcionamento: 1. Visita ao cliente ou solicitação de pedido enviado por e-mail; 2. Projeto conforme a solicitação do cliente; 3. Orçamento sem compromisso; 4. Aprovação do cliente dos respectivos valores; 5. O pedido de produção é feito pelo PCP – Planejamento e Controle da Produção; 6. As requisições de materiais da ordem de produção são encaminhadas ao almoxarifado para separar o material; 7. O material é retirado do almoxarifado e colocado nos centros de custo, com as devidas identificações de ordem de produção, como número e quantidade de material requisitado; 8. Nos centros de custo, o material é retirado pela manufatura que realizará a produção dos blisters; 9. Após a fabricação dos blisters, estes são encaminhados ao corte, que também é efetuado pela manufatura; 10. É realizado uma inspeção e teste para ver se o produto esta de acordo com as exigências do cliente; 11. Posteriormente, os produtos acabados são embalados em caixas de papelão e colocados no depósito de produtos acabados para a sua expedição; 12. Depois de todo o serviço pronto, é emitida a nota fiscal; 13. Pronto o produto, este é enviado ao cliente final. Analisa-se então, o número de máquinas para o produto principal, no caso os blisters: • • • 3 TFA – Termo - vácuo – formadora; 3 MCV – Máquina de Corte; 1 PRH – Prensa Hidráulica. Visto a quantidade de máquinas existentes, percebe-se que há uma ociosidade em relação as mesmas, pois durante a fabricação dos blisters, somente duas máquinas termo-vácuoformadoras funcionam, assim como duas máquinas de corte, permanecendo duas máquinas paradas, desperdiçando tempo de manufatura e produtividade. 77 Em seguida, verifica-se a seqüência de fabricação dos blisters: 1. Compra de matérias-primas; 2. Fabricação dos blister pela máquina termo-vácuo-formadora; 3. Realização do corte dos blisters através da máquina de corte e prensa hidráulica; 4. Realização de inspeção e testes do produto final; 5. Empacotamento do produto final em caixas de papelão, com devidas identificações de quantidade, nome do blister fabricado e cliente final. O tempo gasto em cada etapa de fabricação depende muito da quantidade de blisters a ser fabricado, em média a termo-vácuo-formadora leva em torno de 10 horas de fabricação, e o tempo de corte também varia de acordo com a quantidade produzida, levando aproximadamente 8 horas. Em relação ao tempo que leva para atender a demanda, é possível verificar que todo o processo, até a emissão da nota fiscal pode levar até três dias, dependendo da urgência do cliente. Principalmente em blisters com grande demanda, na qual são utilizadas até duas máquinas termo-vácuo-formadoras e duas máquinas de corte para a produção dos mesmos. 4.5.4 Resumo de Definições de Célula e Classificação Segundo Relação com Fluxograma Conforme orienta Lee (1998) no capítulo 2, neste resumo os planejadores de espaço devem identificar cada UPE com um nome e um número e mostrar as que foram incluídas, como também as exclusões, examinando cada atividade. Na tabela 13, foi realizado um resumo destas definições de célula da empresa, de modo a ficar mais claro a relação com o fluxograma da empresa, fazendo as respectivas inclusões e exclusões conforme a necessidade de cada atividade. 1 Δ 2 quantidades de fluxo de materiais Projetos 3 Inspeção dos desenhos Fabricação 4 Inspeção dos produtos Vendas Expedição 6 Administrativo Vendas Recepção 7 Recepção Recebimento e Compras 5 Ο Expedição 8 9 Δ Depósito de PA Δ Centro de Custo Organização dos produtos finais Separação por ordem de produção 10 Expedição Controle de saída de PA 11 Recebimento Pesagem do material 12 Inspeção e Testes Análise de refugos 13 Serviços aos Funcionários 14 Compras Inventário 15 Financeiro Fluxo de caixa Tabela 13 – Resumo de definições de célula da Empresa Fonte: Primária Observaç Análise de P&D PCP Estratégi Centro de Custo Infra Almoxarifado Exclusões G.T Inclusões Organog Nome da Célula Processo ID Existente 78 79 4.5.5 Gráfico de Afinidades O fluxo de materiais é apenas um dos muitos fatores que revelam afinidades, são considerados fatores: a comunicação pessoal, necessidade de transferir pessoal entre células ou departamentos, movimento de pessoas para o refeitório ou banheiros, feedback da qualidade, comunicações do trabalho em equipe, acesso a visitantes externos e outras necessidades específicas à instalação, orienta LEE (1998). Na figura 37 pode ser visto o gráfico de afinidades Projetos PCP Vendas Financeiro Inspeção e Teste Serviços aos Funcionários Compras Recebimento Expedição Recepção Administração Fabricação Centro de Custo Almoxarifado A2 A2 A2 I3 I3 A2 A2 12 Financeiro A2 A2 13 Projetos A2 I2 GRÁFICO DE AFINIDADES Δ Δ Δ Ο Depósito de PA da empresa, de modo a mostrar esta relação entre os departamentos. 1 Depósito de PA 2 Almoxarifado 3 Centro de Custo A1 A1 I1 A1 E1 I2 A1 4 Produção E1 5 Administração U3 I3 I3 6 Recepção A2 A2 7 Expedição A1 8 Recebimento A2 A2 A2 I2 9 Inspeção e Testes Serviços aos Funcionários 10 (RH e Financeiro) I2 I3 11 Compras A2 14 PCP A2 15 Vendas N Razão 1 Fluxo de Material 2 Comunicação Movimento de 3 Pessoal Figura 37 - Gráfico de Afinidades da Empresa Fonte: Primária Código A E I O U X Proximidade Absoluta Excepcional Importante Ordinário Sem Importância Isolado Total Freqüência 3 6 10 19 53 0 91 80 4.5.6 Diagrama de Configuração O diagrama de configurações é um dos diagramas que usa combinação de UPEs e afinidades, podendo ser revertido ou girado, como visto no capítulo 2, conforme Lee(1998) orienta, podendo ser observado na figura 38. 8 10 9 6 2 13 1 11 5 Ligação 4 Forte A Média E Fraca 1 Figura 38 – Diagrama de Configuração da Empresa Fonte: Primária 3 12 7 14 15 81 4.5.7 Necessidade de Espaço para UPE O espaço é o terceiro elemento fundamental de um planejamento de espaço, sendo um recurso ilimitado, não havendo espaço demais em um departamento ou instalação. Através da tabela 14, nota-se o espaço necessário para cada UPE da empresa. Espaço (m2) Item Símbolo Planejamento de Espaço Estoque de Produtos 1 Acabados 7 Expedição 8 Recebimento 2 Almoxarifado 3 Centro de Custos 6 Recepção 6,12 11 Compras 8,25 13 Projeto 14 PCP 10 Serviços aos Funcionários 12 (RH e Financeiro) 8,25 Administração 20,07 11 Compras 8,25 15 Vendas 8,5 5 4 Produção Inspeção e Testes 9 (Fabricação de Cepo) TOTAL 23,17 88,66 5 42,63 104,711 19,10 342,711 Tabela 14– Tabela de necessidades de espaço para UPEs da Empresa Fonte: Primária 82 4.5.8 Plano de Espaço Primitivo Este plano como visto no capítulo dois, começa com um diagrama de configuração, onde há uma reorganização do espaço, no qual se estabelece a divisão dos departamentos conforme as necessidades. Na figura 39, é possível verificar o plano de espaço primitivo da empresa. 13 10 9 6 1 2 8 3 12 15 14 Ligação 11 7 5 4 Forte A Média E Fraca 1 Figura 39 – Plano de Espaço Primitivo da Empresa Fonte: Primária A forma de ligação entre as linhas indicam o tipo de afinidades entre elas, de forma que na linha tracejada (fraca), indica existir afinidade, no entanto caso não haja inter-relação entre estes setores, não surtirá grandes efeitos. Em relação a linha média, corresponde a um tipo de afinidade que trará mudanças, de médio porte e caso não seja realizada, terá efeitos, mas não significativos. Por sua vez a linha forte, diz respeito aos departamentos que não funcionam sem a participação do outro setor relacionado. 83 4.5.9 Balanceamento da Cadeia Produtiva Levando em consideração a monotonia da rotina de um trabalho simples e altamente repetitivo, o maior benefício deste arranjo físico em linha está, justamente, na divisão do trabalho em tarefas elementares, com curvas de aprendizagem próximas a 100%, ou seja, com tempo de aprendizado da tarefa desprezível. Para isto, é necessário analisar a capacidade de produção, a qual é obtida em função do tempo disponível e do tempo de ciclo, ou seja, através do tempo de trabalho dividido pelo tempo necessário para produzir uma peça na linha de produção, conforme a Equação (1), a seguir. Capacidade de Produção = Tempo disponível Tempo de Ciclo Se faz necessário então, considerar o nível de produção desejado, que é o caso em que a demanda for superior a capacidade de produção estipulada por dia, sendo necessário reconfigurar a linha de produção, aumentando o número de estações de trabalho. Para isto, deve-se calcular qual o tempo de ciclo necessário para atender à demanda, conforme a Equação (2) a seguir. Tempo de Ciclo Desejável = Tempo disponível Demanda Visto que existem atividades que demandam menor tempo de produção, proporcionando uma diminuição do ritmo do operador ou em paradas para esperar que as outras estações concluam a sua parte trabalho, desta forma é citado o tempo ocioso, que pode e deve ser medido e controlado. O percentual de tempo ocioso na linha de produção é dado pela soma dos tempos ociosos de todas as estações que tiverem carga de trabalho inferior à maior carga possível, dividida pelo tempo total de trabalho sobre o produto, que é dado pelo número de estações de trabalho multiplicado pelo tempo de ciclo: % de ociosidade = ∑tempos ociosos das estações Número de estações X tempo de ciclo Na empresa em estudo, a demanda estimada para este produto é de 150 a 200 peças por dia, considerando todo o processo. Por isso, foi necessário dividir as tarefas de montagem e estimar os tempos de trabalho, conforme a tabela , a seguir. Deve-se levar em conta que a empresa trabalha um turno de oito horas por dia. 84 Tempo de ciclo desejável = Tempo disponível = 480 = 2,4 min = 144 s por blister produzido. Demanda 200 Pode-se notar na tabela 15 a seqüência de operações de trabalho realizado em todo o processo de fabricação: Operação Descrição Tempo Operações (segundos) A Receber bobina de matéria-prima (PET, PS ou 30 PVC) ______ B Colocar material no almoxarifado 55 A C Fazer requisição de ordem de produção 28 B D Identificar material no almoxarifado 6 B E Levar material ao Centro de Custo I 34 B F Identificar matérias com devido peso, tipo de 35 C,D material e ordem de produção G Levar material ao centro de custo II 15 E H Identificar materiais para as devidas máquinas 22 E I Levar material até a máquina de termo-formagem 12 _____ J Colocar o material na máquina 6 I K Ligar a máquina 25 J L Pegar os blisters produzidos 30 J M Levar a máquina de corte 15 L N Efetuar o corte dos blisters 15 L O Embalar os produtos acabados 60 K,M,N,F,G,H TEMPO 388 segundos Tabela 15: Divisão do trabalho na empresa em operações Fonte: Primária Todo o processo de fabricação é realizado em 15 operações, de forma que todas podem ser realizadas de forma individual (representadas pelas letras de A até O). A tabela 16, informa o tempo de execução de cada tarefa. Pode-se notar que a tarefa B só pode ser realizada depois que a tarefa A tiver sido concluída. As tarefas C, D, e E dependem da conclusão de B. 85 K I J M O L N C A F B D E G H Como obteve-se anteriormente o número de mínimo de estações como sendo 2,69, que se torna teórico, pois não pode ser obtido na prática, já que é impossível se definir um número fracionário de estações. Sendo assim, deve-se arredondar para 3 estações. Seguindo-se a ordem natural de fabricação, pode-se atribuir as tarefas às estações: 86 Estação de Tempo restante Tarefas trabalho por estação possíveis (segundos) se alocar 1 2 Tarefas Tempo de alocadas ocioso (segundos) 144 A, I A, I 102 B, J B, J 41 C, D, E, K, L C, D 144 E, F, K, L E, F, K, 7 L 3 80 G, M, N G 5 92 O O 32 TOTAL 44 Tabela 16: Atribuição de tarefas às estações de trabalho Fonte: Primária O balanceamento proposto na tabela 16 apresenta as estações 1, 2 e 3 com ociosidades de 7, 5 e 32 segundos, respectivamente. Nota-se que a estação 2 representaria o “gargalo”, no caso de a demanda aumentar a ponto de ser necessário produzir mais de 200 peças por dia, já que apresenta a menor ociosidade (apenas 5 segundos). Com este layout é possível fabricar blisters a cada 139 segundos, ou 2,32 min, o que permitia uma produção diária de até 207 blisterss (480 min / 2,32 min), desde que não se deixasse a estação 2 parar um segundo sequer. A tabela 17, apresentada a seguir, mostra a distribuição das tarefas individuais de modo a fazer com que as 3 estações de trabalho possuam ociosidade aproximadamente igual, para produzir a quantidade diária para qual foram dimensionadas (200 unidades). 87 Estação de Tempo restante por Tarefas trabalho estação (segundos) possíveis de alocadas ocioso se alocar (segundos) 1 Tarefas 144 A, I A, I 102 B, J B, J 41 C, D, E, K, K Tempo 16 L 2 3 144 L,C,D,E L, C, D 80 E, M, N, F M, N, F 144 E E 110 G, H G, H 83 O O TOTAL 15 44 Tabela 17: Nova atribuição de tarefas às estações de trabalho Fonte: Primária O tempo ocioso da fabricação com o layout proposto a partir da tabela 17 é muito pequeno, caso se decida produzir a plena capacidade. É claro que isto só faz sentido se houver demanda para toda a produção, uma vez que, se a ociosidade da estação 3 for toda aproveitada, como já foi calculado acima, são produzidos 219 blisters. % de ociosidade = (16 – 13) + (15 – 13) + (13 – 13) = 0,01272 3 X 131 Logo uma distribuição otimizada da linha de produção gera um índice de ociosidade de aproximadamente 1,27% ou, ainda, um grau de utilização de aproximadamente 98,73%. 88 4.6 Sugestões de Layout (Opção A) Na figura 40, é possível observar a sugestão de layout (A), onde os departamentos foram realocados de acordo com as necessidades de comunicação e relação de dependências, conforme análise das necessidades de proximidade entre os departamentos de PCP e Projetos com a área Administrativa da empresa, bem como as dependências entre as áreas de almoxarifado com produção e estoque de produtos acabados. Para isto, faz-se uma análise a seguir, da capacidade da produção, tendo em vista o cenário atual, tanto em relação a sugestão A, como também a sugestão B. Figura 40: Sugestão de layout (Opção A) Fonte: Primária 89 4.6.1 Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção A) De forma a atender a capacidade produtiva, evitando ao máximo desperdícios de tempo, movimentação e manuseio, foi analisado como seria o fluxo de materiais da sugestão de layout (Opção A), como pode ser analisado na figura 41: Figura 41: Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção A) Fonte: Primária 90 4.7 Sugestão de Layout (Opção B) Na figura 42, é possível observar a sugestão de layout (B), onde os departamentos também foram realocados de acordo com as necessidades de comunicação e inter-relação entre os departamentos, com base no estudo de balanceamento da cadeia produtiva. Figura 42: Sugestão de Layout (Opção B) Fonte: Primária 91 4.7.1 Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção B) O fluxo de materiais da sugestão de layout (Opção B) pode ser analisado na figura 43: Figura 43: Fluxo de Materiais da Sugestão de Layout (Opção B) Fonte: Primária 92 Através das sugestões propostas de layout, faz-se um resumo de análise de positivosnegativos-interessantes (PNI), assim como uma análise de fatores ponderados, tendo em vista a análise do fluxo de materiais, a fim de escolher a melhor opção. Percebe-se que tanto na opção A, como na opção B, é reduzido a complexidade e a distância do fluxo de materiais do que no fluxo para o layout existente. No entanto, analisando a integração entre os processos, nota-se uma melhor harmonia entre os departamentos na opção A, de forma a melhorar o trabalho em equipe e a comunicação entre os setores inter-relacionados, como por exemplo, o setor administrativo, financeiro e de compras com a área de projetos e pcp. Outro fator relevante na escolha da opção A, é o espaço total utilizado de 377,16m² , contra 359,89m² na opção B, tendo um melhor aproveitamento de espaço útil. Na tabela 18, é possível analisar os fatores ponderados, visualizando e verificando a melhor opção. Análise de Fatores Ponderados F1 - Fluxo de Materiais F2 - Comunicação F3 - Qualidade F4 - Agilidade F5 - Integração Projeto: Layout de Fábrica Observações: Pontuações Combinadas 9 9 8 9 10 Opção A A A E I A Totais Tabela 18: Análise de Fatores Ponderados das Sugestões de Layout Fonte: Primária 36 36 24 18 40 154 8 8 8 7 9 Opção B A 32 A 32 E 24 I 14 A 36 138 Como pode-se notar, o total de pontos dentre as duas opções, foi a opção A com 154, sendo que a opção B obteve 138 pontos, afirmando que a melhor opção a ser escolhida é a opção A. 4.8 Análise da UPE Mais Crítica A UPE mais crítica para ser avaliada é a fabricação de cepo de corte, pois é a área que está diretamente relacionada com o corte dos blisters no formato ideal. Sem a existência do cepo, não há a possibilidade de corte dos produtos. Além disto, é uma área importante para o favorecimento do fluxo de materiais e a manufatura da empresa, sendo que se existir algum problema nesta área, acarretará em atraso na entrega de mercadorias. 93 4.8.1 Processo da Célula A célula escolhida foi a bancada onde é realizado o corte de cepo, na qual existe uma guilhotina para corte e uma trena para medição das especificações de cepo. Este local foi escolhido para a realização deste estudo, devido às dificuldades encontradas pelos operadores, principalmente em relação ao manuseio da guilhotina. Nesta bancada existe outras ferramentas que não são utilizadas no processo, como por exemplo, martelo, chave de fenda, régua, pedaços de madeira, restos de cepo, aparas de blisters, dentre outros, o que torna a célula desorganizada, fazendo com que o operador perca tempo arrumando a célula de trabalho. Para realizar o corte de cepo o operador utiliza as duas mãos durante o processo, como pode ser analisado na figura 44. 4.8.1.1 Número de Máquinas Para a fabricação do produto são utilizadas as seguintes máquinas: • 3 TFA – Máquina Termo-vácuo-formadora • 3 MCV – Máquina de corte e vinco • 1 PHR – Prensa hidráulica As máquinas disponíveis atualmente são suficientes para a execução da fabricação de blisters, no entanto, dificilmente são usadas duas máquinas termo-vácuo-formadoras ao mesmo tempo, e o corte pode ser realizado por até 2 funcionários ao mesmo tempo em cada máquina de corte, o que não ocorre atualmente. Em relação a prensa hidráulica, só pode ser utilizada por um funcionário. Se utilizarmos o layout funcional como citado no capítulo 2, pode-se conseguir uma maior eficiência das máquinas, assim como uma melhor distribuição dos operadores pela célula. O formato indicado seria o formato U, no qual para cada máquina termo-vácuo-formadora, existiria uma máquina de corte com dois operadores, de forma a agilizar o processo. 94 Figura 44 – Processo da célula na Empresa Fonte: Primária 4.8.1.2 Diagrama de Afinidades Como realizado na análise de fluxo de materiais, a relação de afinidades entre os departamentos, na análise da célula da empresa, também faz-se necessário a construção de um diagrama de afinidades, de modo a verificar a relação entre as atividades da empresa conforme a figura 45. 1 Entrada da matéria-prima Ο I1 U1,2 Saída Empacotamento do produto final em caixas de papelão Realização de inspeção e testes do produto final Realização do corte dos blisters através da máquina de corte GRÁFICO DE AFINIDADES Fabricação dos blisters pela máquina vácuo-formadora Entrada de matéria-prima 95 A1 Fabricação dos blisters pela máquina termo-vácuo2 formadora A2 A2 Realização do corte dos blisters através da máquina de Ο 3 corte Ο 4 Realização de inspeção e testes do produto final Ο 5 Empacotamento do produto final em caixas de papelão 6 Saída Número Razão 1 Fluxo de Material 2 Pessoal Compartilhado Figura 45 – Gráfico de Afinidades da UPE Fonte: Autoria Própria A2 I1,2 E1 96 4.8.1.3 Diagrama de Configuração da Célula Da mesma forma que o diagrama de afinidades, faz-se necessário um diagrama de configuração de análise da célula, como é observado na figura 46. Ligação Forte A Média E Fraca 1 2 3 1 4 5 6 Figura 46 – Diagrama de Configuração da célula Fonte: Primária 4.8.2 População A população refere-se as características técnicas e pessoais que o responsável por este posto de trabalho deve ter para poder ocupá-lo. No posto de trabalho em questão: • É exigida a formação no ensino fundamental; • Ter experiência na função; • Ter espírito de equipe; 97 • Ser uma pessoa pró-ativa e determinada; • É uma atividade que pode ser exercida independente do sexo, tanto por homens, quanto mulheres, no entanto, a preferência é pelos primeiros; • É uma atividade que não possui exigência de especificações físicas, como por exemplo, raça, cor, altura, peso, entre outras. 4.8.3 Lista de Equipamentos Utilizados no Posto de Trabalho Alguns equipamentos são indispensáveis para o funcionamento deste posto de trabalho: • Mesa para corte • Trena • Guilhotina 4.8.4 Entradas e Saídas do Posto de Trabalho Para cortar o cepo de corte nas medidas especificadas pela área de projetos, é necessário ter uma mesa, como forma de bancada para o corte. Deste modo, o operador traz o cepo, já especificado com o tamanho necessário, põe em cima da mesa, confere as medidas através da trena e posiciona na guilhotina para a realização do corte, conforme pode ser observado na figura 47. Trena Mesa para corte CEPO Guilhotina Figura 47 – Definições de entradas e saída do posto de trabalho da Empresa Fonte: Primária Produto Final 98 4.8.5 Opções de Plano de Espaço para a UPE Visto a necessidade de agilidade e integração com os demais processos, é apresentado duas opções de plano de espaço para a UPE onde é realizado o corte do cepo. Na figura 48, pode-se observar as opções sugeridas. Opção A Opção B Guilhotina Bancada para colocar os Guilhotina Bancada para colocar os blisters blisters Operador Mesa de corte Bancada para colocar o Operador molde e contra-molde Caixas de papelão Bancada para colocar Caixas de papelão Máquina de Corte Bancada para colocar os o molde e contra-molde Bancada para colocar os blisters blisters Máquina de Corte Figura 48 : Opções de plano de espaço para a UPE Fonte: Primária Com base nas sugestões propostas, é realizado uma análise para verificar qual a melhor opção de plano de espaço, considerando a agilidade do processo de corte de cepo, bem como a redução de desperdícios de tempo, manuseio e movimentação, levando em conta a ergonomia e a segurança do posto de trabalho. 99 4.8.5.1 Análise de desempenho É importante fazer uma análise de desempenho das funções, de modo a verificar a melhor alternativa para aplicação do melhor layout na célula, como observado na tabela 19. Peso Análise de 3 Opção B Opção A Tem distância menor entre as desempenho em mesas de trabalho podendo ter uma tempo de processo troca ou auxilio de mão de obra mais facilmente entre as mesas. E também está mais perto de todos os equipamentos essenciais, como molde e contra-molde. Análise de 1 desempenho em Igual para as duas opções volume de estoque Análise de 2 Tem menos distância dos desempenho em equipamentos mais essenciais. distância percorrida Tem distancia menor entre as mesas de trabalho podendo ter uma troca ou auxilio de mão de obra mais facilmente. Analise de 1 desempenho de Mais perto do sistema de segurança (extintor) outros fatores Somatório de Pesos Opção Somatório Resultado A 3+1+2+1=7 1º B 1=1 2º Tabela 19: Análise de desempenho das sugestões de plano de espaço para a UPE Fonte: Primária 100 Como visto na tabela 19, obteve-se como melhor opção, a de letra A, de modo a maximizar o desempenho do processo na célula. 4.9 Análise de Outros Fatores Seria interessante a utilização de carrinhos para a colocação dos equipamentos, assim quando iniciar o corte de cepo, o funcionário levaria o carrinho com as ferramentas e equipamentos necessários para o posto de trabalho, localizando-o ao lado da bancada e quando terminasse a atividade deslocaria para o local devido, facilitando assim a organização do ambiente de trabalho, visto que atualmente durante o processo as ferramentas ficam sobre a bancada ou até mesmo sobre as máquinas. A aplicação de uma gestão visual com os procedimentos de trabalho bem especificados, também seria interessante, pois assim quando um funcionário precisasse se ausentar por algum motivo, ficaria fácil para um outro o substituir. Demarcações no chão da mesa de corte, e na mesa e parede para a colocação de equipamentos ou ferramentas, facilitam a organização do ambiente de trabalho. Com isso, o estudo do planejamento e projeto de fábrica e layout na empresa do ramo de plásticos da região de Joinville é finalizado, atendo-se nas considerações finais e sugestões para trabalhos futuros. 101 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma das formas que as organizações procuram solucionar os problemas existentes dentro de suas unidades produtivas, devido às alterações econômicas, sociais e tecnológicas, é através de técnicas para análise e melhoria de arranjos físicos, as quais estão sendo aplicadas em larga escala no mercado mundial, objetivando a otimização de fluxo de materiais e pessoas, redução de estoques, aumento da produtividade, entre outros, sempre em busca da melhoria da competitividade industrial. A busca é por um arranjo físico mais efetivo que ao mesmo tempo dê segurança e satisfação ao colaborador, obtido através de um ambiente de trabalho mais apropriado (menores riscos e maiores satisfações dos trabalhadores e melhor aparência), economia de espaço, menores demoras na produção, flexibilidade às mudanças, maior produção em menor tempo, melhor e mais fácil supervisão. A fundamentação teórica foi a base para o entendimento dos conceitos que norteiam a elaboração de planejamento e projeto de fábrica e layout, de forma a aplicar suas principais ferramentas que viabilizaram o desenvolvimento do melhor planejamento de espaço aplicável à empresa. Foi mostrado todas as ferramentas necessárias para o projeto de fábrica e layout, como os diagramas de configuração, processo e espaço, assim como foram feitas várias análises das informações referidas a empresa que se tornaram primordiais para o estudo em questão, considerando as limitações existentes. Todas as informações sobre a empresa, foram adquiridas com o consentimento da diretoria da empresa, que mostrou-se interessada no estudo de melhorias em novas alternativas de layouts, com a participação da pesquisadora e dos principais elementos da empresa que estão envolvidos diretamente com o processo produtivo. Com a proposta de mudança de arranjo físico sugerida na empresa pesquisada, a redução dos desperdícios de movimentação ocorre, principalmente devido ao melhor aproveitamento do espaço fabril, o que diminuiu drasticamente os espaços entre cada processo e, por conseqüência, as distâncias percorridas por funcionários e equipamentos de transporte. Através das informações levantadas sobre a empresa e da elaboração do melhor planejamento de fábrica e layout, o objetivo geral e os objetivos específicos deste estudo foram alcançados, pois demonstraram que houve: • Redução do fluxo de materiais dentro da empresa: houve uma redução de 50% no trajeto percorrido para levar os materiais desde a entrada até a sua produção, 102 tendo como produto final os blisters, ocasionando, conseqüentemente, a agilidade do processo e a velocidade de entrega das mercadorias para os clientes finais. • Melhor relação inter-pessoal: o deslocamento das pessoas dentro da empresa foi reduzido em 70%, haja vista a complexidade existente anteriormente. Como os departamentos de projetos e pcp tinham contato direto com a administração e com a área de compras, a relação ficou mais fácil e ágil após a adequação dos setores na nova proposta de layout. • Melhor integração entre os processos e departamentos da empresa: tornando o processo mais rápido, podendo produzir mais e conquistar novos clientes no mercado cada vez mais disputado. • Melhor utilização do espaço físico atual: o espaço vago existente na planta atual é de 15% da área total, o qual se reduziu para 3% com a nova proposta de layout sugerida. • Redução de tempo de manufatura através da diminuição das distâncias percorridas: com a melhor utilização e adequação dos setores da empresa, proporcionou um melhor fluxo dos materiais, tendo um aumento no tempo de entrega dos produtos finais em até 50% do tempo utilizado anteriormente. Em relação à ergonomia, pode-se dizer que houve uma preocupação com a previsão de espaços mínimos compatíveis com as necessidades das pessoas, segundo o tipo de serviço, evitando grandes distâncias entre as pessoas, mesmo que existisse espaço sobrando. Pode-se citar também o objetivo de reduzir ao mínimo a movimentação das pessoas, ajustando ao máximo o posicionamento das pessoas de acordo com o seu grau de interdependência no trabalho, avaliando a necessidade de comunicação entre as diversas operações de modo a situar as operações em posição de máxima facilidade. Além disso, houve a preocupação em tomar todos os cuidados para evitar que o corpo humano atinja partes de máquinas ao se movimentar, ou que partes móveis de máquinas atinjam o ser humano ao se movimentarem. Portanto, o estudo teve como foco principal a integração dos processos na empresa em análise, especializada no processo de vácuo-formagem, fornecendo produtos e serviços para variados segmentos industriais regionais, onde foram utilizadas algumas técnicas para desenvolver um arranjo físico mais eficiente, que proporcionou uma redução do fluxo de 103 materiais dentro da produção, aumentando a comunicação inter-pessoal e acelerando desta forma a entrega de produtos aos clientes. Para a realização de trabalhos futuros, recomenda-se o a realização de um estudo de submicro layout, para aperfeiçoamento das estações de trabalho, visando à eficiência, eficácia e segurança nas tarefas executadas pelos colaboradores, assim como observar a necessidade de ampliação da empresa, podendo vir a construir novas unidades. 104 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 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