Migrações, Economia e Território no Estado do Rio de Janeiro nos Anos Noventa. André Simões* Antônio Tadeu Oliveira** 1. Introdução Fundado em 1565, o estado do Rio de Janeiro se tornou a segunda unidade mais importante do país ao longo do século XX, superada apenas pelo maior desenvolvimento econômico e peso populacional de São Paulo. A pecuária, o cultivo da cana-de-açúcar e a agricultura de subsistência garantiram um rápido progresso, que aumentou com a transformação do porto do Rio em escoadouro da riqueza extraída de Minas Gerais. Foi sede, por quase 200 anos, da capital do país, fenômeno este que contribuiu profundamente para a construção da sua identidade tanto no cenário nacional quanto no internacional. Ao mesmo tempo em que o fato de sediar a capital marcava a identidade do Rio de Janeiro, a distância real e institucional entre a capital federal e o interior do estado se ampliava, com o abandono progressivo deste. A fusão entre os estados da Guanabara e Rio de Janeiro em 1975, que objetivava a redução das ditas disparidades, não amenizou esta questão, já que marcou a união entre dois estados com características estruturais (administrativas e de infra-estrutura) bastante distintas, o que, em boa medida, aprofundou as contradições existentes no estado. O resultado deste processo foi uma progressiva concentração econômica e populacional na cidade do Rio de Janeiro e nos municípios do seu entorno, que viriam a formar, posteriormente, a Região Metropolitana do estado. A supremacia desta em relação ao estado se dá em termos populacionais e econômicos. O Censo 2000 mostrou que 75,7% da população do estado se concentrava na Região Metropolitana, que representa apenas 13% do seu território. Da mesma forma, 80% do emprego industrial, 85% do comércio e 89% dos serviços estariam concentrados na metrópole. Esta supremacia da metrópole fluminense também foi observada nos movimentos populacionais ocorridos ao longo do século XX. De fato o estado do Rio de Janeiro chegou a ser considerado um pólo de atração migratória, juntamente com São Paulo. Na década de 1960 obteve um saldo migratório positivo de aproximadamente * Pesquisador do IBGE 1 840 mil pessoas, correspondente a 9,4% de sua população total em 1970. Cabe destacar que estes efetivos migratórios se dirigiam majoritariamente para o que hoje seria o Município do Rio de Janeiro (antiga Capital Federal), se expandindo mais tarde para os municípios periféricos, que formam a Região Metropolitana do estado. Nos anos que se seguiram, o estado do Rio de Janeiro passou a atrair um menor contingente de pessoas, chegando à década de 80 a apresentar saldo migratório negativo, ou seja, uma perda de cerca de 40 mil pessoas (OLIVEIRA, 1999). Este saldo migratório negativo observado para o Rio de Janeiro nos anos oitenta refletiu o processo de crise econômica que se abateu sobre o país nesta década, com um forte impacto sobre o estado. O aprofundamento da crise e seus impactos sobre a estrutura produtiva e política nacional abriram caminho para a difusão de teses que pregavam a menor intervenção estatal na economia, com uma maior liberdade para a atuação das forças de mercado. De fato, já no final da década de oitenta foram introduzidos mecanismos que produziram uma maior abertura da economia brasileira para o mercado internacional. Foi a partir de meados da década de noventa, no entanto, que o processo de internacionalização da economia brasileira ganhou dinamismo, com a intensificação da abertura comercial, valorização cambial, privatizações e reestruturação produtiva das empresas. O comportamento apresentado pelos movimentos populacionais do estado sugere que o Rio de Janeiro tenha se beneficiado deste processo. Os resultados do Censo Demográfico de 2000 mostram que o saldo migratório referente ao último quinquênio da década de noventa foi positivo em 45.536 pessoas, invertendo a tendência da década de oitenta, quando este mesmo saldo foi negativo. Este processo estaria indicando uma maior capacidade de retenção populacional pelo estado, reflexo da provável reorganização e redinamização econômica do território fluminense1. ** Pesquisador do IBGE e Doutorando pelo IFCH/UNICAMP PENALVA SANTOS (1997) acredita que o estado esteja passando por um processo de recuperação econômica, devido, principalmente, aos impactos das transformações produtivas e organizacionais do capitalismo central sobre o espaço brasileiro, e fluminense em particular. Os novos requisitos locacionais (“vantagens locacionais dinâmicas”) como a existência de uma mão-de-obra com alta qualificação e serviços especializados seriam os grandes responsáveis pela atração das grandes empresas. Para a referida autora, os investimentos industriais tenderiam a buscar as cidades médias do interior do estado, ficando a capital como um centro de serviços avançados, conectada aos grandes centros mundiais. 1 2 Desse modo, o presente estudo buscará investigar a dinâmica migratória no Estado do Rio de Janeiro, com foco no seu interior, tendo como recorte geográfico as Regiões de Governo elaboradas pela Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (CIDE). Procurar-se-á identificar em que medida essa dinâmica está associada ao crescimento econômico do interior do estado, mediante a observação do comportamento do Produto Interno Bruto dos municípios e sua desagregação pelos valores adicionados das atividades econômicas. Para alcançarmos o objetivo proposto, o trabalho se dividirá em quatro seções, além dessa introdução. Na seção seguinte faremos uma análise do PIB municipal e sua distribuição pelas Regiões de Governo do estado, com o objetivo de diagnosticar as áreas de maior dinamismo econômico Em seguida, far-se-á, também para essas áreas, uma descrição dos processos migratórios nas escalas Intra-estadual, Intra-Região de Governo, movimentos pendulares e imigração estadual. Na terceira seção final buscarse-á fazer as associações e possíveis explicações teóricas para o fenômeno migratório no interior do Estado do Rio de Janeiro. Por fim, na quarta seção, faremos algumas considerações finais. 2. PIB e inserção nas atividades econômicas O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional, em determinado período de tempo, avaliados a preços de mercado (FROYEN, 2003). É um indicador que mede o crescimento econômico de um país, podendo ser calculado pela ótica da produção, da demanda e da renda. No primeiro caso o PIB é obtido através da soma do total de bens e serviços produzidos pelas unidades residentes no país, ou pela soma dos valores adicionados da agropecuária, indústria e serviços somados aos impostos, excluídos os subsídios. Já o PIB pela ótica da demanda é igual a soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preços de mercado sendo, também, igual à soma das rendas primárias. Por fim, o cálculo do PIB pelo lado da renda é igual a remuneração dos empregados mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação mais o rendimento misto bruto mais o excedente operacional bruto. 3 O IBGE calculou o PIB municipal para os anos de 1999 a 2003 pela ótica da produção. Isto significa dizer que a contabilização do PIB mede a geração de riquezas pelos municípios brasileiros, e não necessariamente a sua apropriação pelos mesmos. Este dado metodológico é importante, pois, quando falamos que um determinado município tem, por exemplo, o quinto maior PIB do país, não está querendo dizer que a população deste município se beneficia do produto, mas sim que o município gera muita riqueza. Para medir a apropriação desta, é necessário que se trabalhe com outros indicadores como, por exemplo, a renda média familiar percapita. No Cartograma 1 pode-se observar claramente que o dinamismo econômico do Estado do Rio de Janeiro não está concentrado apenas na sua Região Metropolitana. Algumas regiões do interior também apresentam forte dinamismo econômico: o Norte Fluminense e as Baixadas Litorâneas possuem altos valores do PIB em decorrência da atividade do petróleo (da extração e das atividades vinculadas à economia petrolífera), especialmente por conta da concessão dos royalties. Já a Região do Médio Paraíba destaca-se pelo dinamismo gerado pelo pólo metal mecânico, em decorrência da instalação de fábricas automobilísticas. Essas características reforçam o processo de reorganização da atividade econômica no território fluminense. C a rto gram a 1 D istrib uiç ão do P IB p elo s M u nicíp ios R io de J an eiro - 2 00 0 Produ to Interno Bruto 0 - 122 142 1221 43 - 20 2298 2022 99 - 44 7665 4476 66 - 10 5871 0 1058 711 - 5 7753 517 Fonte: IBGE – Produto Interno Bruto dos Municípios Brasileiros – 1999/2003 4 Para qualificar um pouco mais essas informações apresentamos, na Tabela 1, a distribuição do PIB pelas Regiões de Governo do Estado do Rio de Janeiro. É interessante notar que, embora algumas regiões do interior estejam apresentando intenso dinamismo econômico, o PIB do estado ainda está fortemente concentrado na Região Metropolitana, que detém quase 64% do total. A Região Norte Fluminense vem em seguida com 12% do PIB do estado, seguido pela Região do Médio Paraíba, com 7,9%. Tabela 1 Distribuição Proporcional do Produto Interno Bruto e do Valor Adicionado por Tipos de Atividades segundo Grandes Regiões - 2000 Mesorregiões Região Metropolitana Região das Baixadas Litorâneas Região Norte Fluminense Região Noroeste Fluminense Região Serrana Região do Médio Paraíba Região Centro-Sul Fluminense Região da Costa Verde Total Produto Interno Bruto 63,8 6,8 12,0 1,9 4,6 7,9 1,3 1,8 100 Valor Adicionado Agropecuária Indústria 6,9 44,8 12,0 11,5 26,1 22,9 12,8 2,5 21,9 4,8 9,9 11,0 8,1 0,9 2,2 1,6 100 100 Serviços 78,4 3,4 3,7 1,4 4,5 5,1 1,7 1,8 100 Fonte: IBGE - Produto Interno Bruto dos Municípios Brasileiros - 1999/2003 Quando desagregamos mais essas informações, chegamos ao Valor Adicionado, que é a contribuição dada ao PIB pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades (IBGE, 2004). As informações sobre o valor adicionado contidas na Tabela 1 permitem que se façam algumas considerações sobre o processo de reorganização da produção no território fluminense, a partir do conhecimento do peso de cada setor de atividade nas diferentes Regiões de Governo. Em primeiro lugar nota-se que as atividades de serviços estão fortemente concentradas na Região Metropolitana do estado. Por outro lado, a atividade industrial, embora com forte presença na metrópole, apresenta maior desconcentração para o interior do estado. 5 Estas informações sugerem que o processo de reorganização da produção no Estado do Rio de Janeiro ocorre basicamente no setor industrial. Este processo, no entanto, não é generalizado, ficando restrito as Regiões Norte, Baixadas Litorâneas e Médio Paraíba, as mesmas mencionadas na análise do Cartograma 1. A atividade petrolífera, nas Regiões Norte e Baixadas Litorâneas, e a instalação de fábricas produtoras de equipamentos automobilísticos, na Região do Médio Paraíba, são as prováveis razões para a desconcentração da atividade industrial. O processo de reorganização produtiva no território fluminense, marcado por uma desconcentração da atividade industrial para algumas áreas são, provavelmente, os fatores que fizeram com que essas regiões fossem as mais dinâmicas em termos de trocas migratórias do estado. A próxima seção aprofunda mais esta questão. 3. Áreas de atração e expulsão populacional2 Um primeiro ponto a ser destacado, ao observarmos os resultados da Tabela 2, é que das regiões com maior dinamismo econômico do estado, três apresentaram saldos migratórios negativos nas trocas inter-regionais: a Região Metropolitana; O Norte Fluminense; e o Médio Paraíba. A única região com saldo migratório positivo foi a Região das Baixadas Litorâneas. Esses resultados sugerem, num primeiro momento, que os movimentos populacionais não estão intimamente relacionados com o dinamismo econômico. Ao aprofundarmos o olhar, no entanto, podemos observar a existência de algumas “tendências” comportamentais para os fluxos populacionais: a primeira delas relaciona-se a perda de população pela Região Metropolitana para todas as demais regiões do estado. Este fato pode estar relacionado ao processo de reorganização da atividade produtiva no território fluminense, já que os municípios que apresentaram as maiores taxas de crescimento populacional concentram-se preferencialmente nas regiões mais dinâmicas do estado (Cartograma 2) A segunda “tendência” comportamental está relacionada à distância percorrida pelos migrantes. Com exceção das trocas mantidas com a metrópole do estado, os movimentos mais intensos foram estabelecidos entre as regiões com maior proximidade 2 Serão descritos os comportamentos migratórios das Áreas de Governo nos níveis intra-estadual, intraregional, pendularidade e interestadual. 6 geográfica. Nesse sentido, o Norte estabeleceu suas trocas preferencialmente com as Baixadas Litorâneas e o Noroeste; o Médio Paraíba com o Centro-Sul e a Costa-Verde; as Baixadas Litorâneas com o Norte e a Serrana; etc. Cartograma 2 Taxa média de crescimento geométrico da população Rio de Janeiro - 1991/2000 Tx. de crescimento -2.4 - 0.7 0.8 - 1.1 1.2 - 1.9 2-3 3.1 - 8.8 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000 O estabelecimento dessas tendências fornece subsídios para a compreensão do comportamento apresentado pelos movimentos populacionais no estado e que serão descritos a seguir: 3.1. Deslocamentos Inter-regionais A Região Metropolitana do Rio de Janeiro perdeu população para todas as Regiões de Governo, sobretudo para as Baixadas Litorâneas. Esta região obteve um saldo migratório positivo com a metrópole de 42 mil pessoas, o maior observado em todo o estado. O Norte Fluminense também apresentou um fluxo migratório intenso, o que pode ser explicado pelo dinamismo que a atividade do petróleo imprimiu nessa região, que 7 perdeu população apenas para a Região das Baixadas Litorâneas. As intensas trocas populacionais estabelecidas entre essas duas regiões sugerem que suas estruturas econômicas estejam fortemente articuladas em torno da economia do petróleo. Embora com saldo migratório positivo pouco significativo, a Região Norte manteve, igualmente, trocas populacionais intensas com a Região Metropolitana do estado. De forma semelhante, mas com intensidade menor, a Região do Médio Paraíba estabeleceu suas trocas mais significativas com a Região Metropolitana, onde obteve um pequeno saldo positivo. A existência de elevado PIB para grande parte dos municípios desta região, sugere que esses fluxos populacionais são compostos principalmente por indivíduos inseridos no mercado de trabalho3. Em seguida, observamos a Região da Costa Verde, que além do turismo, nos municípios de Angra dos Reis e Parati, surge como espaço de atração de indústrias, em torno do porto de Itaguaí, e da retomada da indústria naval em Angra dos Reis. A Costa Verde teve saldo favorável de 8 mil pessoas, graças às trocas estabelecidas com a RMRJ e com Médio Paraíba. Com as outras Regiões de Governo os deslocamentos foram apenas residuais. Na Região Serrana, onde existe um importante pólo de indústria têxtil, além da produção agrícola, o saldo migratório positivo de 8,1 mil migrantes foi sustentado, basicamente, pelas trocas com a Região Metropolitana e com o Noroeste Fluminense. De outro modo, essa Região de Governo perdeu população, sobretudo para as Baixadas Litorâneas e, de forma residual, para o Centro-Sul, Norte e Costa Verde. Já na Região Centro-Sul, observou-se um menor número de pessoas empreendendo deslocamentos intra-estaduais. Essa Região perdeu população para quase todas as demais áreas, a exceção da RMRJ e Serrana (espaço contíguo ao Centro-Sul), o que vai garantir o balanço positivo nas trocas. Tabela 2 Regiões de Governo do Rio de Janeiro: Matriz de Fluxos Migratórios - 1995/2000 Destino Origem Baixadas Litorâneas Médio Paraíba Metropolitana Noroeste Norte Serrana Centro-Sul Costa Verde Total Baixadas Litorâneas Médio Paraíba 104 750 54.379 1.838 9.271 2.743 562 430 69.973 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000. 8.145 82 378 625 1.831 1.711 12.876 Metropolitana Noroeste 12.534 7.004 4.640 9.454 9.626 3.013 4.731 51.002 553 322 6.298 1.193 722 8 82 184 9.354 Norte Serrana 2.237 404 12.967 1.668 1.126 774 17.725 1.986 1.227 1.509 111 238 19.134 1.597 131 24.566 Centro Sul Costa Verde 158 1.334 5.589 89 63 1.975 150 3.797 12.831 113 218 198 234 138 9.346 Total 16.862 14.385 117.934 10.416 21.804 17.398 7.430 7.563 17.541 213.792 O Noroeste Fluminense é uma área pouco desenvolvida economicamente, com um movimento de entradas e saídas de apenas 19,7 mil pessoas, ou seja, os deslocamentos populacionais refletiram o baixo dinamismo econômico. A região ganha população da RMRJ e vai perder principalmente para as Regiões Serrana e Baixadas Litorâneas. 3.2. Deslocamentos Intra-regionais As migrações no interior das Regiões de Governo envolveram um volume maior de migrantes, quando comparado com as trocas inter-regionais, 349,9 mil e 213,7 mil, respectivamente, reforçando o maior dinamismo das trocas de curta distância. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro segue com importante processo de periferização, com perda líquida de aproximadamente 90 mil pessoas. Devem-se enfatizar os importantes movimentos observados entre os municípios que compõem a periferia metropolitana, sobretudo, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu e São João de Meriti. O Médio Paraíba aparece como o espaço, logo depois da RMRJ, onde houve os maiores deslocamentos internos de população, destacando-se os municípios de Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí como os que mais movimentaram população, tanto do ponto de vista das entradas quanto das saídas. A intensidade dos deslocamentos intra-regionais nas Baixadas Litorâneas, na Região Serrana e no Norte Fluminense, embora importante, não superou as trocas inter-regionais. Na Região das Baixadas Litorâneas, por exemplo, os municípios que mais receberam população foram São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Araruama e Saquarema. Entre os que mais perderam encontram-se Cabo Frio, Araruama e Rio Bonito, sendo que Araruama apresenta saldo próximo a zero e os outros dois municípios saldo negativo. Na Região Serrana, Nova Friburgo, Teresópolis, Cordeiro e Bom Jardim são as principais áreas de atração. Ao passo que Nova Friburgo e Bom Jardim encontram-se entre as que mais perdem. A primeira apresentando saldo próximo a zero e, a segunda, saldo negativo. 3 Não está no escopo do presente trabalho fazer uma caracterização sócio-econômica desses fluxos, mas tão somente apresentar suas principais características e suas relações com a dinâmica econômica do estado. 9 No Norte Fluminense são os municípios de Campos dos Goitacazes, Macaé e São João da Barra os que mais movimentaram população, tendo Campos dos Goitacazes observado saldo migratório negativo, Macaé balanço positivo e São João da Barra migração líquida tendendo a zero. Nas demais regiões esse tipo de deslocamento não foi muito expressivo. No Noroeste e no Centro-Sul, possivelmente pelo baixo dinamismo econômico dos municípios. Cabe assinalar também o fato de que, embora seja uma área em franca evolução econômica, na Costa Verde, os movimentos intra-regionais foram quase residuais, devido ao fato dos municípios de Itaguaí e Mangaratiba estabelecerem suas relações de trocas populacionais prioritariamente com a Metrópole. 3.3. Movimentos Pendulares Os dados do Censo Demográfico de 2000 possibilitam identificar os movimentos pendulares como um tipo de deslocamento de população que não está restrito à metrópole, tendo importância significativa no conjunto das Regiões de Governo do estado. Ademais, de um modo geral e incluindo as regiões menos dinâmicas do Noroeste e Centro-Sul, verifica-se que esse fenômeno ocorre para além das fronteiras estaduais limítrofes ao estado do Rio de Janeiro, atingindo Unidades da Federação das Regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Tendo-se em conta os movimentos pendulares de saída para trabalho ou estudo, observou-se que a RMRJ, o Médio Paraíba e as Baixadas Litorâneas foram as áreas onde os movimentos pendulares foram mais expressivos. Na metrópole fluminense e no Médio Paraíba a intensidade desses movimentos é superior ao observado nos movimentos inter e intra-regionais. Esse mesmo fenômeno ocorre nas Regiões do Noroeste Fluminense e no Centro-Sul. A partir da Região Metropolitana do Rio de Janeiro os deslocamentos pendulares tiveram como destino prioritário as Regiões Norte (majoritariamente Macaé), Costa Verde e Serrana. Deve-se salientar a dinâmica interna desses movimentos, que não se resumem no sentido periferia-núcleo, mas que incorpora também relações entre os municípios periféricos. 10 Nas demais Regiões de Governo o que se observou foi um dinamismo interno muito intenso, além de, em comum, deslocarem-se à metrópole. Há que se assinalar que a Região do Médio Paraíba foi um importante destino dos movimentos pendulares oriundos do Centro-Sul e da Costa Verde. Da mesma forma, o Norte Fluminense se constituiu em espaço de atração aos movimentos originados na Baixada Litorânea e no Noroeste. Nos dois casos, a proximidade geográfica contribui em boa medida como fator explicativo. Tabela 3 Deslocamentos populacionais, por escala migratória, segundo Regioes de Governo Rio de Janeiro - 2000 Regioes de Governo Baixadas Litorâneas Médio Paraíba Metropolitana Noroeste Norte Serrana Centro-Sul Costa Verde Total Movimentos Migração Interregional Imigraçao Emigraçao Saldo Intra-regionais 69.973 16.862 53.111 12.964 12.876 14.385 -1.509 21.140 51.002 117.934 -66.932 285.645 9.354 10.416 -1.062 5.267 19.134 21.804 -2.670 9.820 24.566 17.398 7.168 10.541 9.346 7.430 1.916 4.292 17.541 7.563 9.978 234 213.792 213.792 349.903 Movimentos Pendulares 41.233 53.331 809.745 11.359 15.162 19.660 17.093 11.206 978.789 Imigração Interestadual 14.629 17.184 252.043 4.649 10.315 9.562 3.937 10.768 323.087 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 3.4. Migração Interestadual Para se ter uma idéia de como se comporta o poder de atração de cada Região de Governo em termos de movimentos interestaduais, apresentamos, de forma resumida os respectivos volumes de imigrantes originários das demais Unidades da Federação. Apenas na Região Metropolitana e no Médio Paraíba a imigração interestadual foi mais importante que o volume de migração oriunda das demais regiões do próprio estado. A metrópole fluminense, como observado anteriormente, por um lado, passou por um processo de perda de população para o interior do estado e, por outro, seguiu atraindo população das Unidades da Federação situadas na Região Nordeste, 11 especialmente. Em seguida, são expressivos os fluxos oriundos dos estados do Sudeste. Todavia, apenas com os estados nordestinos o balanço das trocas é favorável. Com relação à Região do Médio Paraíba, essa atração é exercida, fundamentalmente, pelos estados do Sudeste, em destaque, São Paulo e Minas Gerais, que, depois da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, são os espaços que mais a abastecem de população. Nas Baixadas Litorâneas e no Norte Fluminense a imigração interestadual supera o volume de migrantes que empreenderam movimentos intra-regionais nessas regiões. Esses imigrantes são originários, fundamentalmente, do Sudeste, e, em menor medida, do Nordeste. Tabela 4 Imigração interestadual, por Regiões de Governo, segundo a Unidade da Federação - 1995/2000. Rio de Janeiro - 1995/2000 Unidades da Federação Brasil Norte RO AC AM RR PA AM TO Nordeste MA PI CE RN PB PE AL SE BA Sudeste MG ES SP Sul PR SC RS Centro-Oeste MS MT GO DF Baixadas Litorâneas 14.629 627 45 51 154 0 348 0 28 4.999 282 54 803 339 1.025 833 364 167 1.133 7.151 3.488 1.604 2.059 574 180 158 236 997 145 119 213 520 Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000. Médio Paraíba 17.184 367 66 0 121 42 79 40 19 1.898 79 123 189 111 390 261 104 40 602 13.372 5.974 614 6.785 830 246 125 458 529 139 46 112 232 Metropolitana 252.043 13.002 956 217 3.301 778 7.170 178 402 142.509 11.717 4.970 25.122 8.060 41.035 19.323 4.557 3.684 24.039 68.761 27.322 11.453 29.986 13.137 4.375 2.601 6.161 12.266 2.734 1.320 2.026 6.186 Noroeste 4.649 54 0 0 0 0 29 12 13 304 5 32 35 0 18 26 60 5 124 4.063 2.589 1.089 385 86 54 26 6 93 9 41 12 15 29 Norte Serrana 10.315 519 0 0 20 0 440 34 25 3.797 71 55 202 761 220 437 119 308 1.624 4.983 1.460 1.865 1.658 436 211 75 150 470 43 170 96 162 9.562 245 0 22 12 60 88 27 36 1.974 135 44 245 108 293 444 41 109 556 5.756 3.844 514 1.398 982 391 238 353 524 69 43 188 224 Centro-Sul Costa Verde 3.937 27 0 0 0 0 0 0 27 671 24 19 35 40 110 253 37 22 131 2.837 2.225 69 543 268 172 35 61 93 8 52 15 18 10.768 304 37 0 40 91 81 0 56 4.575 129 344 719 239 1.054 1.019 128 117 826 4.756 1.423 1.042 2.291 606 164 113 328 309 102 101 45 61 Na Costa Verde, a rigor como em todas as demais regiões, os principais espaços fornecedores de imigrantes são o Sudeste e Nordeste. Além de superar em muito as trocas intra-regionais, o que difere nesta região é o fato dos volumes dos fluxos originados em ambas as áreas serem quase idênticos. Na Região Serrana, a imigração interestadual, entre as modalidades e escalas de deslocamentos populacionais investigados, foi a que apresentou o menor volume de migrantes. O Noroeste e o Centro-Sul, consideradas como as áreas de menor dinamismo econômico do estado, atraíram poucos migrantes das outras Unidades da Federação. 4. Aportes teóricos O espaço fluminense, como demonstrado anteriormente, nas duas últimas décadas, passou por razoáveis alterações na sua componente migratória. Desde o início do século XX, o estado já vinha sofrendo com a decadência econômica e sentiu profundamente a crise que atingiu o país como um todo nos anos 80 (CANO, 1998, NATAL e OLIVEIRA, 2003 e SIMÕES, 2003). A partir da metade da década de 90, o ERJ começou a experimentar uma inflexão positiva em sua economia, que privilegiou em maior grau seu interior (NATAL e OLIVEIRA, 2003). É possível inferir uma forte correlação entre os processos econômicos operados no Rio de Janeiro e os deslocamentos populacionais ocorridos nas escalas inter e intraestadual. Na década de 80, quando a crise foi mais aguda, o saldo migratório nos movimentos interestaduais foi negativo, inclusive na sua Região Metropolitana. A RMRJ obteve migração líquida positiva graças a atração que ainda pode exercer sobre as populações nordestinas e do interior do estado. Grosso modo, pode-se imaginar que, embora com problemas esse espaço pudesse estar oferecendo melhores condições para a venda da força de trabalho, quando comparado com os lugares de origem dos migrantes interioranos e do Nordeste. Nos anos 90, com a aludida inflexão econômica, os fluxos com os maiores volumes de migrantes partem em direção ao interior do ERJ, em especial para a Região das Baixadas Litorâneas, seguindo a rota dos investimentos econômicos. Por outro lado, a UF inverte o sinal do saldo migratório, agora positivo. Contudo, esse 13 desempenho foi sustentado pela chegada de imigrantes de algumas Unidades da Federação nordestinas e de umas poucas da Região Norte. Essas pessoas chegam e fixam-se basicamente na Região Metropolitana. Apenas 18% da imigração interestadual dirigiu-se para o interior. Os autores que estudaram o fenômeno da concentração e desconcentração econômica no Brasil contribuem para a aproximação do entendimento da questão. Segundo Cano (1998), o referido fenômeno teria ocorrido entre 1970 e 1985, perdendo força com advento da crise dos anos 80 e com o processo de desregulamentação do mercado nacional que, ao minimizarem a presença do Estado, reduziram a implementação de políticas de desenvolvimento regional. Entre 1970 e 1985, período em que consolidamos a implantação de nossa matriz industrial e, por isso, o processo de acumulação exigia intensos esforços de articulação com as regiões periféricas do país. Utilizamos ainda mais nossa base de recursos naturais – água, terra, minérios – e, com isso, a periferia mais bem dotada de recursos foi mais acionada. A maior parte do conjunto de projetos de larga envergadura (como os hidrelétricos, não ferrosos, químicos e petroquímicos) foi implantada na periferia, acelerando ainda mais seu crescimento. Isso, mais os efeitos decorrentes das políticas de desenvolvimento regional, implantadas a partir de meados de década de 60 (promovendo investimentos em indústrias leves e de insumos nas regiões periféricas), proporcionou um processo de desconcentração regional da produção industrial (CANO, 1998: p.313). Como os processos migratórios vivenciados no Estado do Rio de Janeiro se enquadram nesse tipo de abordagem? Como já exaustivamente mencionado, a crise econômica no ERJ antecede essa quadra da história, os anos de 1980 só tornaram ainda mais dramático o problema. Os avanços das economias paulista, mineira e capixaba, a partir da década de 70, isolaram ainda mais o Rio de Janeiro no contexto regional do Sudeste. O estado perde expressão como escoadouro da produção nacional, principalmente para os portos de Santos e Tubarão, e o centro financeiro, para São Paulo (NATAL, 2001). Assim, poder-se-ia pensar que, nos anos oitenta, a crise, mais do que a desconcentração econômica, a partir do Rio de Janeiro, reduziu os volumes dos fluxos nas escalas inter e intra-estaduais, tornando negativo o saldo 14 migratório nas trocas com algumas Unidades da federação. Mas de forma nenhuma se pode desprezar o papel da desconcentração. Essa provavelmente teria feito com que a parcela de migrantes nordestinos, com potencial de migrar para o ERJ, ficasse retida no Nordeste. Os anos 90 trazem a marca da “desconcentração econômica tardia” no estado do Rio de Janeiro, uma vez que o fenômeno perdia importância em alguns espaços, sendo mesmo possível observar alguns processos de reconcentração. A desconcentração econômica, em curso no estado, tem origem na chamada inflexão da economia fluminense. Para Natal e Oliveira (2003), cumpriram papel significativo nesse processo o Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro e o Plano Plurianual de Aplicação de Recursos/1996-99, nos quais, a lógica era a associação com o capital nacional e estrangeiro para os avanços logísticos que viabilizassem o lugar (município e estado). Com isto: o estado passa a abrigar as agências reguladoras de serviços públicos privatizados; são realizados investimentos em infra-estrutura na construção de rodovias, sobretudo nas que ligam o Rio aos pólos mais dinâmicos do país – São Paulo e Minas Gerais, aeroportos; instalação de empresas como a Volkswagen, PeugeotCitroen, Guardian; além dos recursos oriundos dos royalties do petróleo. A maioria desses investimentos econômicos ocorreu, em maior escala, no interior do estado. No ERJ foi possível perceber o processo de desconcentração, ao observar o período 1992-1999 Natal e Oliveira assinalaram que “...embora a capital apresente números mais elevados de estabelecimentos formais que o interior, esse último espaço diminuiu sua “distância” em relação ao primeiro na medida em que aumentou sua participação vis-à-vis os da capital, passando de 72,9% em 1992 para 86,7%. Isso sugere a idéia da ocorrência de certa desconcentração das atividades econômicas da capital para o interior.” (NATAL e OLIVEIRA, 2003:7). O produto dessas alterações na dinâmica econômica do estado foi a alteração no sentido da corrente migratória principal nos movimentos populacionais, no âmbito do ERJ, que passam a privilegiar como destino o interior. Em certa medida, a questão dos recursos naturais também está colocada no processo de desconcentração econômica e atração de fluxos migratórios, cuja expressão maior é o município de Macaé, base operacional da exploração petrolífera, 15 para onde se destinou parcela importante dos deslocamentos populacionais e dos movimentos pendulares (MATOS, 2004). Villa e Rodriguez (1997), apesar de acharem prematura a conexão entre as políticas neoliberais e a distribuição populacional e metropolização, apontam que políticas como a dinamização do mercado de trabalho em zonas de produção para a exportação; o amparo a investimentos para exploração de recursos primários (agrícolas, pesqueiros e minerais); e as atividades ligadas ao turismo, teriam contribuído para recuperação do crescimento demográfico das áreas não metropolitanas. Aqui aparece uma semelhança muito grande com o processo no estado do Rio de Janeiro, especificamente em relação ao petróleo e o turismo. A explicação para o Vale do Paraíba poderia ser buscada na parte da política voltada para a renúncia fiscal. Os autores sinalizam que nos anos recentes as grandes cidades latinoamericanas crescem, em média, a taxas inferiores às dos outros sistemas urbanos nacionais. Fazem um balanço das componentes demográficas em relação a contribuição no crescimento populacional das grandes cidades, apontam que de maneira geral a taxa de fecundidade segue seu ritmo de queda, a esperança de vida continua numa tendência crescente. Por outro lado, os dados sobre migração revelam que não só continuam declinando as taxas de imigração, como também se percebe o aumento da emigração a partir dos grandes centros latino-americanos. Concomitantemente, os movimentos pendulares passaram a se tornar mais intenso. Neste quadro, a maior contribuição para a evolução demográfica das grandes cidades viria da componente migratória. O fenômeno atinge outras áreas no continente o que reforça a idéia de ser um movimento mais geral do processo de acumulação, guardando semelhanças entre os diversos países, num momento de globalização (Villa e Rodriguez, 1997). Sayad (2000), olhando as migrações internacionais na Europa, vai dizer que, progressivamente, as áreas tidas como de expulsão reduzem a remessa de população e foram se integrando ao desenvolvimento do capital, sobretudo pela emigração de seus cidadãos em direção às áreas mais desenvolvidas. Por outro lado, algumas áreas, segundo a posição que ocupam na correlação de forças, podem ser ao mesmo tempo, e sem contradição, áreas de emigração para espaços mais desenvolvidos, e áreas de 16 imigração para regiões mais pobres. Processo análogo ao experimentado pela Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Harvey (1992) diz que seja qual for a explicação completa, para tratar da transformação das economias capitalistas avançadas a partir de 1970, é preciso considerar cuidadosamente essa marcada transformação da estrutura ocupacional. Acredita-se ser essa a pista adicional para melhor apreender melhor o modo como se operam os deslocamentos populacionais no Estado do Rio de Janeiro. 5. Considerações Finais Procurou-se mostrar, ao longo do presente trabalho, os impactos das transformações econômicas sobre os movimentos populacionais do Estado do Rio de Janeiro. Pode-se observar, em primeiro lugar, que as regiões que mais se beneficiaram com o processo de desconcentração da atividade econômica da Metrópole foram as que apresentaram os fluxos migratórios mais intensos. Vale a pena ressaltar que a exceção da Região das Baixadas Litorâneas, as demais regiões com grande dinamismo econômico apresentaram saldo migratório negativo nas trocas inter-regionais. Para melhor apreender os motivos que determinaram esse comportamento, é necessário que trabalhos posteriores aprofundem a investigação sobre a inserção ocupacional desses migrantes, assim como do seu perfil sócio-econômico. Em segundo lugar, observou-se que as trocas migratórias foram feitas preferencialmente entre as regiões com maior proximidade geográfica, exceção feita às trocas estabelecidas com a Região Metropolitana. O volume de deslocamentos estabelecidos no interior das regiões, por sua vez, foram maiores do que os estabelecidos entre as regiões, reforçando a primazia dos deslocamentos de curta distância. Por fim cabe destacar que as mudanças experimentadas pelos deslocamentos de população no estado do Rio de Janeiro serviram de base para reforçar alguns paradigmas, bem como, refutar outros tantos. O ERJ depois de décadas funcionando com área de franca atração populacional, durante os dois últimos decênios tornou-se espaço de rotatividade migratória, embora essa rotatividade envolvesse milhões de 17 pessoas nos dois períodos. Na década passada, sua metrópole foi classificada como área de média evasão migratória. Esses elementos levam à necessidade de que sejam relativizados, no momento das análises, a respeito do comportamento migratório de uma determinada região geográfica, os conceitos de área de atração e de expulsão populacional. Essa conceituação passa, mais do que nunca, estar associada basicamente a dois fatores: i) escala onde se processam as trocas de população; ii) as relações sociais, econômicas e culturais estabelecidas entre os espaços onde se processam essas trocas. 5. Referências bibliográficas CANO, Wilson. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil, 19301995. Campinas, São Paulo. UNICAMP, IE, 1998. ERVATTI, Leila Regina. Dinâmica migratória no estado do Rio de Janeiro na década de 90: uma análise mesorregional. Rio de Janeiro: ENCE/IBGE, 2003. (Dissertação, Mestrado em Estudos Populacionais). FROYEN, R.T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2001. GAUDEMAR, Jean Paul de. Mobilidade do trabalho e acumulação do capital. Prefácio, Capítulo 1 e Capítulos 5 a 8. Tradução de Maria do Rosário Quintela. Lisboa: Editorial Estampa, 1977. cap. 1, 5-8. HARVEY, David. Condição pós-moderna. Tradução Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. São Paulo. Edições Loyola, 1992. IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios. Série Relatórios Metodológicos. Rio de Janeiro, IBGE, 2004. 49p. LEE, Everett S. Uma teoria sobre a migração. In: MOURA, Hélio A. de Migração Interna: textos escolhidos. Fortaleza: BNB/ETENE, 1980. t 1, p. 211-244. NATAL. Jorge L.A . (Coord.). O estado do Rio de Janeiro no limiar do século XXI – história, diagnóstico e perspectivas de desenvolvimento. Relatório de Pesquisa. IPPUR/UFRJ. Rio de Janeiro, 2001. NATAL, Jorge L. A e OLIVEIRA, Alberto. Mercado de trabalho e dinâmica espacial: uma análise à luz da positiva e recente inflexão econômica do Estado do Rio de Janeiro. In: Encontro Nacional da ANPUR, X. Belo Horizonte: 2003. 18 OLIVEIRA, Antônio Tadeu R. Dinâmica migratória recente da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 1999. (Dissertação, Mestrado em Planejamento Urbano e Regional). PENALVA SANTOS, A.M. Descentralização econômica e dinâmica espacial. In: VII ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, Recife. Anais... Recife: ANPUR, 1997, p. 127141. RAVENSTEIN, E. G. As leis da migração. In: MOURA, Hélio A. de Migração Interna: textos escolhidos. Fortaleza: BNB/ETENE, 1980. t 1, p. 211-244. SAYAD, ABDELMALEK. O retorno: Elemento Constitutivo da Condição do Imigrante. Travessia, São Paulo: Centro de Estudos Migratórios, Especial, janeiro. 2000. SIMÕES, André Geraldo M. Reorganização do espaço produtivo e a recuperação da economia fluminense: uma análise a partir dos migrantes altamente qualificados. In: Revista Brasileira de Estudos de População. v 21, n.1. Campinas, São Paulo, 2004. SINGER, Paul. Migrações internas: considerações teóricas sobre seu estudo. In: MOURA, Hélio A. de Migração Interna: textos escolhidos. Fortaleza: BNB/ETENE, 1980. t 1, p. 211-244. VILLA, M., RODRÍGUEZ, J. Dinámica sociodemográfica de las metrópolis latinoamericanas durante la segunda mitad del siglo XX. Notas de Poblacion, Santiago do Chile: Centro Latinoamericano de Demografia, n.65, p. 17-110, junio. 1997. 19