REMUNERAÇÃO DOS EXECUTIVOS: ANÁLISE DOS QUATRO MAIORES BANCOS ESTATAIS E DOS QUATRO MAIORES BANCOS PRIVADOS LISTADOS NA BM&FBOVESPA. Autoria: Francisco Carlos Fernandes, Júlio César da Silva RESUMO O objetivo do estudo é analisar a remuneração dos executivos dos quatros maiores bancos estatais e dos quatro maiores bancos privados que possuem ações negociadas na BM&FBOVESPA, antes e após a emissão da instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 480, de 7 dezembro de 2009. A pesquisa foi caracterizada como documental descritiva com abordagem qualitativa, com a coleta dos dados disponibilizados de 2009 e 2010, no sítio da CVM. Os dados foram analisados e foi constatado que existem diferenças relevantes aos diferentes sistemas de compensação, embora não sendo possível determinar se houve influência significativa com a emissão da instrução. 1 1. INTRODUÇÃO A história moderna da pesquisa sobre a remuneração compensatória de executivos começou em 1980, em paralelo à emergente e aceita, Teoria da Agência. Até o ano de 1985 eram publicados um ou dois artigos por ano sobre a temática, mas a partir de 1995, passou para mais de sessenta artigos. Antes de 1980 apenas alguns estudos pioneiros foram desenvolvidos, incluindo as obras de Roberts (1956), Baumol (1959) e Lewellen e Hunsman (1970). Mesmo assim, estes estudos estavam intimamente ligados mais ao tamanho das empresas ou seus lucros, já os atuais estão ligados desde o maior lucro até o fechamento de postos de trabalhos ou fechamento de plantas. Mais recentemente um número crescente de pesquisadores está ganhando acesso aos proprietários e aos dados sobre o desempenho e contratos sobre os bônus e a remuneração individual dos executivos (MUPRHY, 1999). No Brasil, após a crise norte-americana do Subprime, a Comissão de Valores Mobiliários, incluiu na Instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009, a sessão 13 do anexo 24 (Formulário de Referência). Trata-se de um formulário obrigatório às empresas que estão submetidas às normas da Comissão de Valores. As empresas devem preencher com informações sobre a remuneração de seus executivos, evidenciando-a, apresentando transparência nas divulgações das informações relativas aos participantes do mercado de capitais, salvaguardando o interesse dos usuários da informação (BEUREN; SILVA, 2012). Com o estabelecimento desta nova forma de evidenciação da remuneração dos executivos, fez surgir a questão de pesquisa: Como ocorre a remuneração dos executivos dos maiores bancos brasileiros de controle estatal e privado decorrentes dos sistemas de compensação antes e após a emissão da instrução CVM 480? Para resolver esta questão se estabeleceu o objetivo do artigo de analisar a remuneração dos executivos dos quatros maiores bancos estatais e os quatro maiores bancos privados que possuem ações negociadas na BM&FBOVESPA antes e após a emissão da instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009. A relevância deste estudo está em diagnosticar e detalhar a sistemática de remuneração dos executivos dos bancos estatais e privados e se existem diferenças significativas e também se são resultados da maior transparência das informações ao mercado. 2. REMUNERAÇÃO DE EXECUTIVOS Os acionistas delegam a gestão da empresa a executivos profissionais, e essa delegação gera eficiência, pois permite que a empresa seja administrada por aqueles mais capacitados em fazê-lo, seja por que possuem mais experiência, ou simplesmente pelo fato que os investidores preferem empregar seu tempo em outras atividades de maneira mais eficiente e esta eficiência é recompensada por meio da remuneração (CHIEN, 2012). Para Krauter e Souza (2008, p. 2) “A remuneração é um dos sistemas mais importantes e complexos da administração de recursos humanos. Ao mesmo tempo em que estimula a busca por desempenhos cada vez melhores, o sistema de remuneração deve procurar alinhar o comportamento das pessoas com os objetivos da empresa”. Já a remuneração executiva é interpretada pela teoria da agência como um dos mecanismos de incentivo e de compensação dos denominados “agentes”, os gestores das grandes corporações, que têm o seu capital pulverizado em milhares de acionistas. Esta interpretação é a partir dos escândalos no início desta década, envolvendo executivos de grandes corporações norte-americanas, que para autores como Hodgson (2002) estavam ligados aos abusos da remuneração executiva (CAMARGOS; HELAL; BOAS, 2007). A remuneração dos executivos faz parte do próprio problema de agência, os estudos sobre remuneração nos anos 80 foram desenvolvidos praticamente em paralelo à Teoria da Agência. Na medida em que a propriedade acionária se torna mais dispersa, os administradores acabam tendo grande influência sobre a sua própria remuneração, fixando-a. Neste caso, a remuneração deixa de ser uma opção de solução para o problema de agência 2 (BEBCHUK; FRIED, 2003). Segundo Silveira (2006, p. 37), “apesar dos executivos serem contratados para tomar decisões no sentido de maximizar a riqueza dos acionistas, eles acabam tomando decisões que maximizam sua utilidade pessoal”. No estudo sobre a história da remuneração de executivos nos Estados Unidos foi concluído que a governança corporativa e as políticas salariais das empresas têm uma relação muito próxima. E, estruturas ruins de governança podem conduzir a práticas de remuneração que venham a destruir valor da empresa (JENSEN; MURPHY; WRUCK, 2004). Embora haja considerável heterogeneidade nas práticas de remuneração em empresas e indústrias, a maioria dos pacotes de remuneração de executivos contêm quatro componentes básicos: um salário-base, um bônus anual ligado ao desempenho contábil, opções de ações e planos de incentivos a longo prazo (MURPHY, 2009). Os bônus e a remuneração dos executivos, das organizações em operação no Brasil, estão baseados em indicadores contábeis, econômicos, estratégicos e de mercado, e a adoção da remuneração variável vem crescendo entre essas organizações. A remuneração baseada na performance e em medidas de desempenho é uma dentre muitas alternativas para garantir a obtenção de vantagem competitiva sustentável e alinhar os interesses de gestores e investidores, tratada, inclusive, pela teoria dos contratos e pela teoria de agência. (DALMACIO; REZENDE; SLOMSKI, 2009). A grande maioria das empresas, inclusive as mais inovadoras, ainda utilizam os sistemas tradicionais de remuneração fixa. Já as diversas modalidades de remuneração variável dos executivos têm aumentado sua participação, principalmente pelas maneiras criativas de aumentar o vinculo do executivo com a empresa. A Remuneração com variável de curto prazo pode assumir a forma de comissão, bônus, programas ou planos de participação nos lucros, já a remuneração variável de longo prazo, tendem a ser realizadas baseadas em opções de ações ou cotas da própria empresa (WOOD JR; PICARELLI; FILHO, 2004). O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) trabalha no mesmo principio, e que a remuneração da diretoria deve estar vinculada aos resultados, contemplando metas de curto e longo prazo, de forma clara e objetiva, à geração de valor econômico para a empresa, e que objetiva ser um ferramental para alinhamento dos interesses da diretoria e empresa (IBGC, 2010). A partir de 2010, o IBGC estabeleceu regras mais amplas e rígidas sobre a remuneração da diretoria, quais as informações e como elas devem ser divulgadas para garantir a transparência e a mitigação do problema de agência. Ele estabelece que as empresas devam divulgar todo tipo de remuneração tanto as fixas, quanto as variáveis, recebida pelos diretores, entre salários, bônus, benefícios, premiações e gratificações de curto, médio e longo prazo, bem como os indicadores e as métricas. Espera-se que as empresas que adotem tais procedimentos, resultem em procedimentos formais e transparentes sobre as políticas e benefícios aos seus diretores executivos, aprovados nas instâncias da governança corporativa como o conselho de administração, conselho fiscal e assembleia dos sócios, mitigando os problemas de agência, resultando em melhores desempenhos organizacionais, beneficiando todos os envolvidos (JENSEN; MURPHY; WRUCK, 2004; DALMACIO; REZENDE; SLOMSKI, 2009; IBGC, 2010). 2.1. DIFERENÇAS ENTRE REMUNERAÇÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS O primeiro estudo comparativo realizado no Brasil, sobre remuneração entre empresas públicas e privadas foi desenvolvido por Roberto B. M. Macedo em 1985, baseado na literatura internacional, com analise dos diferenciais existentes nos salários de empresas públicas e privadas. Neste estudo foi concluído que os salários da empresa pública geralmente 3 eram maiores que das empresas privadas, sendo que o tamanho e a composição desses diferenciais dependem do sexo e da esfera de governo (federal, estadual ou municipal) em que for feita a investigação (VERGARA, 1991). Oposto a esse resultado de Macedo, Vergara, (1991, p.84) apresenta que sua pesquisa “evidencia um relativo diferencial de salários em favor do setor privado, decorrente, em parte, das diferenças de características entre os dois setores, mas principalmente devido ao diferencial líquido do efeito da desigualdade de qualificação dos trabalhadores dos dois setores”. A princípio, qualquer que seja o enfoque teórico, todos reconhecem a existência de diferenciais de salários, principalmente quando se analisam as variáveis, sexo e raça, variando, entre elas, apenas a forma como esse fato é analisado ou testado. O estudo dos diferenciais de salários entre os setores público e privado é uma extensão dessas teorias, ou seja, a abordagem teórica é a mesma, mudando apenas os argumentos explicativos. Nos diferenciais por sexo e raça, embute-se a discriminação, enquanto, no diferencial entre os setores público e privado, há peculiaridades institucionais de um lado e princípios de mercado de outro. (VERGARA; WILTGEN, 1995). Os resultados das pesquisas de Macedo, quanto Vergara, podem ser considerados como corretos nas suas afirmações. A diferença está na amostra da pesquisa. Os funcionários públicos da base em comparação aos funcionários privados da base percebem maiores salários. E, os funcionários nos altos escalões de empresas públicas percebem menores salários em relação aos funcionários de altos escalões de empresas privadas. Portanto, se analise for realizado na escala mais baixa ou na média salarial, pelo volume de funcionários na média e baixa escala no setor publico, o resultado geral será uma remuneração superior nas empresas públicas, mas se a analise comparativa for com o alto escalão, composto pelos executivos e diretorias, as empresas públicas remuneram de forma inferior à privada (BELLUZZO; ANUATTI-NETO; PAZELLO, 2005). 2.3. RESUMO DA CVM Nº 480, DE 7 DEZEMBRO DE 2009, SESSÃO 13 DO ANEXO 24 - FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com objetivo congruente ao Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e seu Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, incluiu na Instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009, a sessão 13 do anexo 24 (Formulário de Referência). O documento preconiza informações referentes à remuneração dos executivos, que devem ser evidenciadas, objetivando transparência nas divulgações relativas aos participantes do mercado de capitais. Neste contexto, tanto as orientações do IBGC, quanto a Instrução da CVM com suas mudanças, procuraram ampliar as evidenciações das companhias abertas, salvaguardando o interesse dos usuários da informação, tornando o ambiente corporativo brasileiro mais seguro e transparente (Beuren, 2012). A seção 13 do anexo 24 foi constituída em 16 subseções, para que sejam evidenciadas, com informações detalhadas, as remunerações fixas, variáveis, bônus, benefícios, premiações e gratificações de curto, médio e longo prazo, bem como as políticas, práticas, indicadores e as métricas que estabelecem e controlam as remunerações do conselho de administração, da diretoria estatutária e não estatutária, do conselho fiscal, dos comitês estatutários e dos comitês de auditoria, de risco, financeiro e de remuneração, dos três últimos exercícios sociais (CVM 2009). 3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA A pesquisa é caracterizada como documental, descritiva com abordagem qualitativa, por meio de coleta de dados secundários, levantados dos dados disponibilizados pelos Bancos 4 antes e após a emissão da instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009, no próprio sítio da CVM. A pesquisa documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa [...] sua notabilidade é justificada no momento em que se podem organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como fonte de consulta. (RAUPP; BEUREN, 2009, p. 89) A escolha da amostra da população foi intencional e por conveniência, não probabilística, com a determinação da análise entre os quatro maiores bancos de controle estatal e quatro maiores bancos com controle privado de acordo com a listagem de março de 2012 do Sisbacen, dos cinquenta maiores bancos do Sistema Financeiro Nacional e que possuem ações negociadas na BMF&Bovespa, apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Lista dos 08 Maiores Bancos por Ativo Total listados na BMF&Bovepa Nome do Banco BANCO DO BRASIL S/A ITAU UNIBANCO HOLDING S/A BANCO BRADESCO S/A BANCO SANTANDER BRASIL S/A BANCO BTG PACTUAL S/A BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL-BANRISUL BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. BANESTES S/A BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Controle Acionário Estatal Privado Privado Privado Privado Estatal Estatal Estatal Valor Ativo Total 954.863.934.000 857.421.771.000 692.378.852.000 423.959.293.000 72.461.178.000 40.036.791.000 27.490.934.000 11.432.335.000 Fonte: SISBACEN e BFM&FBOVESPA (2012). Segundo Colauto e Bereun (2009, p. 126) “A amostragem por tipicidade ou intencional consiste em selecionar amostra com base em informações disponíveis”. O universo da amostra ficou restrito aos 04 maiores bancos estatais e os 04 maiores privados com ações listadas na BMF&Bovespa diante da dificuldade de analise comparativa entre outras empresas listada, mas que pertenciam a ramos diferenciados, resultado em mensurações e evidenciações contábeis, diferentes em relação as instituições financeiras. No sítio da BMF&Bovespa, foram coletadas e analisadas as informações sobre a remuneração de executivos no formulário de referência, seção 13 do anexo 24 da Instrução CVM 480, os itens analisados foram das subseções 13.1 que remete sobre as políticas e práticas de remuneração, e a subseção 13.2 sobre a remuneração individual por órgão, nos anos de 2009 e 2010. Nesta investigação serão somente analisados as informações relativo à remuneração da diretoria executiva, embora contenha informações dos demais órgão de direção e controle, como os conselhos de administração, fiscal, comitês, etc. Diante da revisão da literatura, foram estabelecidos os seguintes pressupostos de pesquisa: P1. Os Bancos Estatais e Privados possuem sistemática diferenciada para remuneração de seus executivos. P2. Além da sistemática de remuneração diferenciada os valores pagos atingem patamares muito diferentes entre os Bancos Estatais e Privados. P3. Não houve alteração na sistemática de remuneração dos Bancos estudados após a aplicação do CVM 480. 4. ANÁLISE DE RESULTADOS Apresentam-se na seção os resultados das informações coletas no formulário de referência, seção 13 do Anexo 24, da instrução CVM 480, iniciando com a análise da subseção 13.1, que trata sobre as políticas e práticas de remuneração, e para a elaboração das tabelas, optou-se por utilizar o nome reduzido do Banco, escolhido o usualmente utilizado para divulgação comercial, após será finalizado com apresentação da análise da subseção 5 13.2, que trata da Composição da Remuneração da Diretoria realizada nos anos 2009 e 2010. 4.1 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS POLÍTICAS DE REMUNERAÇÃO Na subseção 13.1 do Formulário de Referência, do Anexo 24 da Instrução CVM Nº 480, determina a publicação da política ou prática de remuneração do conselho de administração, da diretoria estatutária e não estatutária, do conselho fiscal, dos comitês estatutários e dos comitês de auditoria, de risco, financeiro e de remuneração, abordando sete aspectos. No presente estudo somente foi abordado estritamente às informações sobre as diretorias executivas estatutárias e não estatutárias, excluindo dos demais níveis. Optou-se também por expor no presente artigo as informações de forma condensada sem prejuízo para a análise. Inicialmente é apresentado o primeiro aspecto que trata sobre os objetivos da política ou prática de remuneração de cada banco, (Quadro 1). Quadro 1: Objetivos da política ou prática de remuneração Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itau Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual a) Objetivos da política ou prática de remuneração Remunerar os membros da diretoria executiva tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado. A remuneração dos membros da Diretoria é fixada pela Assembleia Geral, observados os princípios de governança corporativa e a norma estabelecida pelo acionista controlador. Os diretores que são egressos do nosso quadro de pessoal ou que são funcionários públicos estaduais podem optar por continuar recebendo sua remuneração funcional. Remunerar adequadamente os administradores, de forma compatível com o seu mercado e com as disponibilidades da empresa, observando os limites fixados pelo Órgão controlador, por se tratar de empresa de economia mista com controle acionário do Governo Federal. São os de recompensar de forma justa e compatível com o mercado local, profissionais experientes e capazes de executar gestão competente do Banco, bem como de possibilitar a atração de tais profissionais sempre que indicados e eleitos pela Assembleia de Acionistas para o exercício de tais cargos. Atrair, recompensar, reter e incentivar os administradores na condução de seus negócios, possibilitando que o Emissor alcance resultados sustentáveis. Garantir que a prática de remuneração não incentive comportamentos que elevem a exposição ao risco acima dos níveis considerados prudentes nas estratégias de curto, médio e longos prazos; e - assegurar a conformidade com a legislação, normas e regulamentos que disciplinam o assunto, baseando-se: (a) nas responsabilidades dos Administradores, que decorrem dos cargos que ocupam e das funções que desempenham; (b) no tempo dedicado às suas funções; (c) na competência e reputação profissional, tendo em vista a sua experiência e qualificação; e (d) no valor de seus serviços no mercado. Busca apoiar a estratégia da organização, visando assegurar as seguintes premissas: garantir o alinhamento dos interesses dos acionistas e do público com os quais a Companhia se relaciona; reconhecer a meritocracia e as contribuições individuais no cumprimento dos objetivos e estratégias de negócio estabelecidas pelo Conselho de Administração; promover o bom desempenho da Companhia, mediante um comprometimento de longo prazo dos membros da Diretoria Executiva; desenvolver a carreira profissional das equipes; e manter a competitividade da remuneração da Companhia quando comparada com os principais concorrentes, com o objetivo de reter os executivos chave. Medir e gerenciar o desempenho individual, alinhando-o com as estratégias e objetivos do negócio, o que é fundamental para o sucesso da organização. Assegurar a competitividade em relação ao mercado, fortalecendo cada vez mais a relação de parceria entre o Banco BTG Pactual, seus administradores, funcionários, executivos e acionistas, garantindo bons níveis de atração, retenção e motivação, e aumentando assim, a participação na criação de valor, e assegurando a perenidade do Banco BTG Pactual. Manter o alto nível de desempenho, Fonte: Adaptado de CVM (2009), BM&FBovespa (2012), Dados da Pesquisa. Percebe-se que a politica de remuneração dos bancos são todos bem próximos no que se refere ao reconhecimento, à meritocracia, a valorização de acordo com o mercado, sempre sobre o desempenho das atividades organizacionais. Já sobre a questão atração e retenção, o único banco estatal que explicita tais objetivos é o Banestes, em contrapartida o único banco privado que não explicita tais objetivos é o Bradesco. Já o Banrisul, não apresenta qual a objetividade da política, mas sim do que é composta sua politica de remuneração. Portanto excetuando-se o Banrisul, os demais bancos, tanto público, quanto privado, apresentam alguns pontos em comuns nas suas políticas. Já o segundo aspecto apresentado é referente à composição da remuneração que tem como premissa informar quais os tipos de remunerações e como é constituído e por quais propósitos. Este aspecto está subdividido em quatro itens (Quadro 02). 6 Quadro 2: Composição da remuneração. Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itau Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itaú Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual b) Composição da remuneração, indicando: i) Descrição dos elementos da remuneração e os objetivos de cada um deles Honorários: remuneração mensal fixa. Representa a recompensa pelos serviços prestados à Empresa. Participação nos Lucros: reconhece o esforço dos dirigentes na construção dos resultados alcançados, além do caráter motivador para cumprimento dos objetivos estratégicos do Banco. Bônus Anual: programa de remuneração variável que visa reconhecer o esforço dos dirigentes na construção dos resultados alcançados, com base na superação da meta de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL). Benefícios Diretos e Indiretos: parte da remuneração que visa a qualidade de vida dos Administradores, incluindo, moradia, assistência saúde, previdência e seguro de vida. Honorários: remuneração mensal fixa. Verba de Representação. Participação sobre Lucros e Resultados da Sociedade –PLR– esta calculada de acordo com os mesmos critérios definidos pela convenção coletiva de trabalho da categoria de bancários calculada tendo como base a verba de honorários. Honorários – verba representativa do pró-labore; Gratificação Natalina – destina-se a repassar aos diretores gratificação similar à paga aos demais trabalhadores a título de 13º salário; Adicional de Férias – destina a atender o teor do inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal; Abono Pecuniário de Férias – conversão de férias em pecúnia, opcional, se de interesse do dirigente; Auxílio Alimentação – verba destinada a subsidiar a alimentação do trabalhador; Seguro de Vida, contrapartida da empresa pela participação opcional do dirigente na apólice de seguro de vida em grupo substabelecida pela empresa para todos os trabalhadores; Assistência Médica e Previdenciária – contrapartida da empresa pela participação opcional do dirigente em plano de assistência médica ou de previdência mantido pela empresa; Auxílio Moradia – verba destinada ao ressarcimento de aluguel de imóvel residencial para os dirigentes não proprietários de imóveis no município sede da empresa. Participação nos Lucros ou Resultados Remuneração Fixa Anual: Salário ou Pró-labore, Gratificação Natalina – na forma de parcela única anual, correspondente a 1/12 do valor dos honorários mensais para cada mês de efetivo exercício do mandato, creditados no mês de dezembro de cada ano, ou por ocasião da exoneração do cargo, de forma proporcional; Abono Descanso Remunerado – na forma de parcela única anual, correspondente ao adicional de 1/3 do valor dos honorários mensais, pago por ocasião do gozo do descanso anual remunerado; Benefícios – Auxílio Refeição/Cesta Alimentação; Descanso Remunerado – até 30 dias de descanso por ano de efetivo exercício do mandato, sem prejuízo da remuneração, sendo vedada a conversão em espécie; Remuneração Variável: Participação nos Lucros ou Resultados – PLR. Honorários fixos mensais; Remuneração variável de curto prazo (honorários especiais e participação nos resultados, de periodicidade anual); Plano de benefícios. Além da remuneração, é outorgado a seus administradores, sem caráter remuneratório, opções de compra de ações. A remuneração é fixa, limitada ao montante global anual aprovado pela Assembleia Geral. Anualmente, é submetido à aprovação da Assembleia de Acionistas, proposta de verba para custear o Plano de Previdência Complementar Aberta destinada aos Administradores e Funcionários da Organização Bradesco, cujos valores estão destacados no item 13.2 como benefícios pós-emprego. Remuneração Fixa: visa reconhecer a contribuição individual dos membros da Diretoria Executiva na obtenção dos resultados estabelecidos pela Companhia. Remuneração Variável: programa próprio, com periodicidade anual baseado nos resultados do Santander Brasil, das diretorias e do desempenho individual, que envolve a participação nos lucros ou resultados. Benefícios: Assistência médica e odontológica, seguro de vida, veículo, combustível e celular. Previdência: é uma ferramenta de planejamento financeiro, visando propiciar aos membros da Diretoria Executiva uma renda complementar futura. Remuneração baseada em ações: Plano ILP A remuneração dos membros da administração é estabelecida de acordo com pesquisas de mercado e está inteiramente ligada ao alinhamento dos interesses dos próprios administradores aos interesses do Banco BTG Pactual. A remuneração fixa, cujo pagamento se dá através de pró-labore mensal, é definida em assembleia geral, e tem como principal objetivo garantir bons níveis de atração e retenção dos profissionais, especialmente quando feita em comparação ao mercado em geral. A remuneração variável é uma prerrogativa do Banco BTG Pactual, e pode ser pago anualmente, a seu único e exclusivo critério. Seu objetivo é reconhecer o desempenho individual e principalmente fomentar motivação, crescimento profissional e o desenvolvimento de padrões de excelência, através da possibilidade do recebimento de uma bonificação. ii) Proporção de cada elemento na remuneração total Honorários: 50% ; Participação nos Lucros: 23%; Bônus Anual: 17% ; Benefícios Diretos e Indiretos: 10% Honorários: 50% da remuneração mensal fixa; Verba de representação: 50% da remuneração fixa; PLR: variável calculada de acordo com os mesmos critérios definidos pela convenção coletiva de trabalho da categoria de bancários calculada tendo como base a verba de honorários. Honorários 65,03%; Gratificação Natalina 5,60%; Adicional de Férias 1,81%; Abono Pecuniário de Férias 5,00%; Auxílio Alimentação 1,89%; Seguro de Vida 0,12%; Caixa Médica e de Previdência 6,30%; Auxílio Moradia 1,78%; Participação nos Lucros ou Resultados 12,47% Remuneração Fixa: Honorários – 82,45% da remuneração anual; Gratificação Natalina – 7,27% da remuneração anual; Abono Descanso Remunerado – 2,42% da remuneração anual; Auxílio Refeição/Cesta Alimentação – 4,02% da remuneração anual; Remuneração Variável: PLR – 3,84% da remuneração anual. Remuneração fixa 31%, a remuneração variável de curto prazo 9%, o programa de opções de compra de ações 59% e os benefícios 1%. A remuneração dos Administradores é fixa, existe verba para custear Plano de Previdência Complementar Aberta destinada aos Administradores e Funcionários da Organização Bradesco, cujos valores estão destacados no item 13.2 como benefícios pós-emprego. Não há outros benefícios custeados pela Empresa aos Administradores Remuneração Fixa: 19%; Remuneração Variável: 58%; Benefícios: 4%; Previdência: 1%; Remuneração baseada em ações: 18%. A remuneração fixa é paga por meio de pró-labore, e a remuneração variável pode ou não ser paga, o mesmo se aplicando para as bonificações. No tocante aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 não houve remuneração variável e tampouco pagamento de bônus. Dessa forma a remuneração nestes períodos foi exclusivamente composta pelo pró-labore fixo. 7 Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itau Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itau Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual iii) Metodologia de cálculo e de reajuste de cada um dos elementos da remuneração Honorários: é considerada a inflação do período, apurada pelo IPCA para o período. Participação nos Lucros: Valor definido pela AGO, desde que o total não ultrapasse a 50% da remuneração anual dos membros da Diretoria Executiva e nem cinco milésimos dos lucros (art. 190 da Lei nº 6.404/76), prevalecendo o limite que for menor, conforme o Estatuto Social do BB, art. 16, parágrafo único. Em 2010 foi pago três vezes o salário mensal por semestre como forma de Participação nos Lucros. Não se aplica. Remuneração fixa sem indicador vinculado. - Honorários definidos anualmente, a partir de proposta do Órgão controlador da empresa em voto do seu representante na Assembleia Geral; - Gratificação Natalina – corresponde a uma vez os honorários de dezembro de cada ano; - Adicional de Férias – acréscimo de um terço ao valor dos honorários devidos no mês das férias remuneradas dos diretores; - Abono Pecuniário de Férias – correspondente a um terço dos valores pagos a título de férias; - Auxílio Alimentação – valor fixado pelo Órgão controlador, anualmente; - Seguro de Vida – 50% (cinqüenta por cento) do prêmio total, calculado atuarialmente; - Assistência Médica e Previdenciária – no caso da assistência médica, à base de 1,5% (um e meio por cento) do valor dos honorários, correspondente a 50% (cinqüenta por cento) do valor total da contribuição devida. Para a previdência, podem ser ressarcidos 50% (cinqüenta por cento) da contribuição vertida pelo dirigente no plano a que esteja associado, fora da empresa ou ao plano de previdência patrocinado pelo Banco. - Auxílio Moradia – valor do aluguel, limitado a R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais), - Participação nos Lucros ou Resultados – O valor é definido pelo órgão controlador. A distribuição obedece ao alcance de metas, definidas pelo Conselho de Administração em cada exercício, nas mesmas bases fixadas para os empregados, exigindo-se o alcance mínimo de 80% de cada indicador. A remuneração dos diretores e dos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal é estabelecida pela Assembleia Geral Ordinária – AGO, com a definição de reajuste pela aplicação do mesmo índice de reajuste concedido aos empregados por ocasião da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários, pela FENABAN. Honorários fixos mensais têm como fundamento a equidade interna, possibilitando a mobilidade dos administradores nos diversos negócios do banco. Remuneração variável de curto prazo (honorários especiais e participação nos resultados, de periodicidade anual); Leva em consideração a aplicação de três fatores sobre o valor base de remuneração variável: (a) resultado do Banco; (b) resultado da área de negócios e (c) performance do administrador. Outorga de opções para compra de ações (Plano para Outorga de Opções de Ações do Emissor), Leva em consideração a função exercida pelo administrador e, para os diretores, o montante recebido a título de remuneração variável de curto prazo. Plano de benefícios: É compatível às práticas de mercado, sendo que os principais benefícios são os planos de saúde e os de previdência complementar. O processo de cálculo da remuneração global anual da Diretoria leva em consideração os seguintes pontos: - porte e resultado do Bradesco comparativamente aos seus pares no mercado; - tempo e dedicação dispendidos pelos Administradores; - conjuntura econômica nacional e internacional: cenários passados, presente e futuro; fatores internos e externos que podem afetar os negócios da Instituição; - desempenho global da Organização. Remuneração Fixa: valor máximo englobado no estabelecido pela assembleia geral ordinária. Remuneração Variável: valor máximo englobado no estabelecido pela assembleia geral ordinária, cujo valor final baseia-se em indicadores de resultados da Companhia, incluindo os indicadores de lucro e de alocação adequada de capital, resultados das áreas e desempenho individual. Os indicadores de alocação adequada de capital são incluídos para evitar a tomada de riscos excessivos. Benefícios: valor máximo englobado no estabelecido pela assembleia geral ordinária. Previdência: valor máximo englobado no estabelecido pela assembleia geral ordinária. Não há índices pré-definidos para cálculo de reajuste. Os reajustes, se realizados, devem respeitar os valores máximos de remuneração estabelecidos anualmente na Assembleia Geral Ordinária. Remuneração baseada em ações. Para a remuneração fixa mensal a metodologia de cálculo de reajuste é baseada nos indicadores de mercado e na avaliação quantitativa e qualitativa do desempenho individual, da área de negócio, e do Banco BTG Pactual como um todo. Para a remuneração variável não há metodologia específica para reajuste, uma vez que se trata de prerrogativa do Banco BTG Pactual, a ser paga a seu único e exclusivo critério. iv) Razões que justificam a composição da remuneração Práticas de mercado para segmento executivo de instituições financeiras. Não se aplica. Remuneração fixa sem indicador vinculado. A remuneração da diretoria estatutária tem sua composição definida pelo órgão controlador, que a submete à apreciação da Assembleia Geral de Acionistas. A remuneração dos administradores do Banestes S.A. e Controladas é composta pelos honorários e benefícios, definidos em assembleia geral de acionistas, em consonância com o praticado em relação aos empregados da instituição. O banco privilegia a remuneração variável e a outorga de opções para compra de ações, as quais correspondem à maior parcela dos valores percebidos pelos administradores. Tal prática tem como objetivo alinhar a gestão do risco no curto, médio e longo prazo, além de beneficiar os administradores na mesma proporção em que o banco e seus acionistas são beneficiados pelo desempenho dos administradores. A prática de remuneração adotada decorre, principalmente, do fato de que no Bradesco prevalece a política de “Banco de Carreira”. O Banco tem preenchido, ao longo do tempo, a maioria dos cargos executivos com profissionais formados na própria instituição, haja vista que a maioria começou sua carreira no Banco há muitos anos. O banco não tem como política a prática de remuneração distinguindo-se performance individual, unidade de negócios e relação com os riscos assumidos. A remuneração proposta considera a vasta experiência dos membros da Diretoria Executiva, a necessidade de retenção dos talentos num mercado competitivo e a promoção do bom desempenho da organização, mediante um comprometimento de longo prazo dos membros da Diretoria Executiva. Conforme descrito nos itens acima, as razões para composição da remuneração são o incentivo na melhoria da gestão do Banco BTG Pactual e a permanência dos seus executivos, visando ganhos pelo comprometimento com os resultados de longo prazo e ao desempenho de curto prazo. Fonte: Adaptado de CVM (2009), BM&FBovespa (2012), Dados da Pesquisa. 8 Em relação ao item: i) a descrição dos elementos da remuneração e os objetivos de cada um deles, entre os bancos estatais, o Banco do Brasil é único que apresenta todos os elementos e seus respectivos objetivos evidenciados de acordo com a remuneração recebida por sua diretoria. O Banrisul e o Banestes evidenciaram os elementos, mas não seus objetivos. O Nordeste evidencia os elementos e seus objetivos, com exceção do pró-labore e a participação nos lucros que não são evidenciados seus objetivos. Entre os bancos privados, eles apresentam as seguintes particularidades: O PTG Pactual é único que evidencia todas as informações preconizadas pela a instrução, até porque sua composição é restrita a pró-labore mensal fixo, sendo que a remuneração variável é uma prerrogativa do banco de realizar ou não. Os demais bancos somente detalham os elementos que compõe sua remuneração, não apresentando seus objetivos. O destaque é para o Banco Bradesco que somente possui remuneração fixa na sua composição e o plano de previdência privada, diferentes os demais que possuem e evidenciam remuneração variável com base nos resultados. Na comparação entre os bancos estatais e privados denotam-se as seguintes particularidades: a) O Santander possui também remuneração baseada em ações. O Itaú Unibanco possui um plano de outorga de opções de compra de ações, sendo que nenhum banco estatal possui qualquer remuneração baseada em ações. b) Os bancos estatais evidenciam com mais riqueza de detalhes sua composição de elementos de remuneração em relação aos bancos privados, não significando maior ou menor remuneração dos diretores entre esses bancos. Sobre o item: ii) Proporção de cada elemento na remuneração total, as informações em destaque entre os bancos estatais são que todos apresentam uma remuneração fixa mínimo de 50% sobre a remuneração total, e o Banestes apresenta a maior remuneração fixa na ordem de 82,45%. E, também todos os bancos estatais apresentam remuneração variável, sendo que o Banco do Brasil é o que possui a maior remuneração variável já definida, na ordem de 40% e o Banestes possui remuneração variável definida de acordo com a convenção coletiva de trabalho. E, nas demais remunerações, na somatória, o Banrisul apresenta a maior remuneração possível, na ordem de 50% sobre o total da remuneração fixa. Entre os bancos privados, os destaques sobre a remuneração fixa são o Bradesco e o BTG Pactual que optaram por esta opção na ordem de 100% de sua remuneração total. Enquanto que o Banco Itaú Unibanco e o Santander possuem parte da remuneração em ações, 59% e 18% respectivamente. As principais diferenças entre os bancos estatais e privados são: a) a remuneração fixa dos bancos privados analisados foi menor ou igual a 31% ou 100% do total. Ou seja, dois extremos nas remunerações fixas e variáveis dos bancos privados, enquanto que nos bancos estatais a remuneração esta mais distribuída, excetuando o Banestes. b) Uma parcela considerável da remuneração dos bancos Itaú Unibanco e do Santander são realizadas por meio de ações, enquanto que nos bancos estatais não ocorre. Em relação ao item: iii) Metodologia de cálculo e de reajuste de cada um dos elementos da remuneração, entre os bancos estatais o Banco do Brasil e o Banestes seguem reajustes com indicadores externos, o IPCA e a convenção coletiva , respectivamente, enquanto o Banrisul e o Nordeste os reajustes seguem valores determinados somente pela AGO, tanto para a remuneração fixa, quanto a variável e os demais benefícios. Nos bancos privados todos se valem de determinantes internas como desempenho individual e organizacional, atingimento de metas e resultados esperados. O Bradesco e PTG Pactual ainda consultam a remuneração de mercado para estabelecer seus valores, entretanto todos os bancos tem seu plano de remuneração aprovado em AGO. A principal diferença entre a metodologia de cálculo e reajustes entre os bancos estatais e privados, e de que os estatais possuem remunerações estabelecidas em indicadores 9 externos, no caso do Banco do Brasil e Banestes, e também sofrem delimitações e influencias quanto a legislação federal e estadual, já que estão diretamente interligados aos seus governos. Enquanto que os bancos privados a remuneração é determinada internamente na organização, com influencias externas. E, finalizando este aspecto analisado, o item: iv) Razões que justificam a composição da remuneração apresentam como principais particularidades entre os bancos estatais, Banco do Brasil e o Banestes, seguem práticas de mercado, além de que todos seguem determinações e influência dos controladores. Ou seja, o governo federal e os estaduais. No caso dos bancos privados, todos praticam sua remuneração como uma forma de alinhamento, comprometimento e desempenho dos profissionais com os objetivos organizacionais, bem como, uma forma de atrair e reter esses profissionais. A principal diferença entre os bancos estatais e privados está na razão de atração e retenção de profissionais, já que os estatais são cargos preenchidos por meio de indicações políticas ou concursos públicos, e os privados são através de recrutamento e seleção. A meritocracia está mais evidenciada nos bancos privados, bem como, o comprometimento com os resultados, já que uma parte significativa da remuneração em metade dos bancos privados analisados é realizada através de ações. O terceiro aspecto analisado trata sobre os principais indicadores de desempenho que são levados em consideração na determinação de cada, (Quadro 3). Quadro 3: Principais indicadores de desempenho que são levados em consideração na determinação de cada Banco Brasil Banrisul Banco Nordeste Banestes Itau Unibanco Bradesco Santander BTG Pactual c) Principais indicadores de desempenho que são levados em consideração na determinação de cada Participação nos Lucros: condicionada ao atendimento do Retorno Sobre o Patrimônio Líquido - RSPL. Bônus Anual: condicionado ao atendimento e superação da meta de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido – RSPL, definida para cada ano. Não se aplica. a) Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido (IRPL) - Lucro Líquido sobre o Patrimônio Líquido médio mensal, ambos relativos ao período de referência. b) Índice de Eficiência (IEf) – somatório das Receitas de Prestação de Serviços (excluídas a taxa de administração do FNE e as receitas de tarifas sobre análise e contratação de operações do FNE) sobre o somatório das Despesas de Pessoal. c) Captação de Recursos (CR) – somatório das captações com os seguintes produtos: “Fundos de Investimento–Varejo”; “Depósitos à Vista” (excluído depósito do FINOR); “Depósitos a Prazo”; “Depósitos para Reinvestimento”; e “Depósitos de Poupança”. d) Aplicação em Crédito Comercial (CC) e) Qualidade do Crédito f) (QC) PLR = [(pontuação do IRPL) + (pontuação do IEf) + (pontuação da CR) + (pontuação do CC) + (pontuação do QC)] X valor máximo da PLR (aprovado pela Assembleia Geral de Acionistas). Não se aplica. A remuneração variável representa uma parcela significativa dos valores percebidos pelos administradores e é bastante impactada por indicadores de desempenho. O primeiro indicador de desempenho a ser considerado é o resultado do banco. Em seguida, indicador de desempenho da área de negócios. Por fim, para os diretores, é avaliado o desempenho individual, considerando indicadores financeiros, de processos, de satisfação de clientes, de gestão de pessoas e de metas cruzadas com outras áreas do banco. A outorga de opções para compra de ações leva em consideração a função exercida pelo administrador e, para os diretores, o montante recebido a título de remuneração variável de curto prazo. Não se aplica. Remuneração Variável: baseiam-se em indicadores de resultados da Companhia, incluindo os indicadores de lucro liquido recorrente e de alocação adequada de capital (RORAC), resultados das áreas e desempenho individual. Os indicadores de alocação adequada de capital são incluídos para evitar a tomada de riscos excessivos. São considerados na avaliação do individuo tanto fatores quantitativos, como qualitativos (alinhamento aos valores do banco e trabalho em equipe, etc). E, Remuneração baseada em ações. O indicador de desempenho levado em consideração na determinação da remuneração, tanto fixa quanto variável, quando for o caso, são basicamente estabelecidos através do alcance das metas pessoais de acordo com a escala de competências e resultados utilizada pela organização. Fonte: Adaptado de CVM (2009), BM&FBovespa (2012), Dados da Pesquisa. Entre os bancos estatais, o Banrisul e o Banestes não possuem indicadores de medição de desempenho para determinar a remuneração. O Banco do Brasil define por meio do indicador de Retorno sobre patrimônio líquido, e o Nordeste apresenta com a maior riqueza de detalhes com vários indicadores sobre cada elemento que compõe sua estrutura de remuneração. Entre os bancos privados o Bradesco não apresenta um indicador, enquanto que 10 o Itaú Unibanco e o Santander somente apresentam indicadores para definição de remuneração do tipo variável, sendo com indicadores de desempenho sobre os resultados gerais e indicadores de desempenho individuais. Já BTG Pactual informa que seu indicador de desempenho é por meio do cumprimento das metas individual e organizacional, tanto para remuneração fixa quanto a variável, mesmo que nos últimos exercícios somente tenha realizado a remuneração fixa. Neste aspecto não existe um determinante que aponte para uma diferença significativa entre os bancos estatais e privados analisados. Nos dois tipos de bancos são evidenciados remunerações sem indicadores estabelecidos e também indicadores por desempenho individuais e organizacionais. O quarto aspecto analisado, como a remuneração é estruturada para refletir a evolução dos indicadores de desempenho, também não apresenta uma significativa variação de estruturas para refletir a evolução dos indicadores, entre os bancos estatais e privados. Ou não se aplicam, ocorrendo em maior número nos bancos públicos, mas também ocorrendo em banco privado, ou de acordo com a evolução do desempenho dos objetivos e metas estabelecidas anteriormente, (Quadro 4). Quadro 4: Como a remuneração é estruturada para refletir a evolução dos indicadores de desempenho Banco Brasil Banrisul, Nordeste Banestes, Bradesco Itau Unibanco Santander BTG Pactual d) Como a remuneração é estruturada para refletir a evolução dos indicadores de desempenho É estruturada de forma que a distribuição de Participação nos Lucros e bônus, responsáveis por aproximadamente 40% da remuneração total anual, esteja condicionada ao atingimento da meta definida pelo Conselho de Administração. Não se aplica. Uma parcela significativa do valor total pago aos administradores é recebida na forma de remuneração variável, a qual é consideravelmente impactada pelos indicadores de desempenho. Assim, quanto maiores os indicadores, maior será a remuneração e vice-versa. O Conselho de Administração avaliará o cumprimento dos objetivos estabelecidos e o orçamento da Companhia, com o propósito de verificar se os resultados justificam as distribuições das verbas até os limites propostos. Através dos valores e princípios do Banco BTG Pactual, e com base na prerrogativa do pagamento de parcela variável aos administradores. Fonte: Adaptado de CVM (2009), BM&FBovespa (2012), Dados da Pesquisa. O quinto aspecto analisado, como a política ou prática de remuneração se alinha aos interesses do emissor de curto, médio e longo prazo (Quadro 5), entre os bancos estatais, o Banco do Brasil é o único que evidencia, mas somente pelos resultados de médio e longo prazo. Os bancos privados o Bradesco é o único banco que não evidencia qual aos interesses, sendo que o Itaú Unibanco é mais detalhista em suas informações, com o Santander e o PTG Pactual apresentando seus interesses na forma mais generalista. Por essa razão a principal diferença entre os bancos estatais e privados é quanto a evidenciação sobre o prazo, principalmente quanto ao curto prazo. Quadro 5: Como a política ou prática de remuneração se alinha aos interesses do emissor de curto, médio e longo prazo Banco Brasil Banrisul, Nordeste Banestes, Bradesco Itau Unibanco Santander BTG Pactual e) Como a política ou prática de remuneração se alinha aos interesses do emissor de curto, médio e longo prazo Através de resultados de médio e longo prazo. Não se aplica. O Banco privilegia a remuneração variável de curto prazo e a outorga de opções para compra de ações, as quais correspondem à parte significativa do valor total recebido pelos administradores, como longo prazo. Tal prática tem como objetivo alinhar a gestão do risco no curto, médio e longo prazo, além de beneficiar os administradores na mesma proporção em que o banco e seus acionistas são beneficiados pelo desempenho dos administradores. A política de remuneração da Companhia contempla programas como o Programa Próprio Gestão (“PPG”), Planos ILP (global e local) e Programa de Diferimento no intuito de alinhar os interesses da organização e dos executivos. As estratégias e objetivos do Banco BTG Pactual são alinhadas a desempenho individual com o objetivo de manter o alto nível de desempenho dos administradores e garantir o sucesso da organização. Fonte: Adaptado de CVM (2009), BM&FBovespa (2012), Dados da Pesquisa. 11 Sobre o sexto aspecto da politica, a existência de remuneração suportada por subsidiárias, controladas ou controladores diretos ou indiretos, somente o Itaú Unibanco evidencia que alguns membros são remunerados por meio de controladas, os demais, tanto os bancos estatais, quanto os privados, não possuem membros remunerados que não seja de forma direta. E, finalizando a análise com o sétimo aspecto da política ou prática de remuneração correspondente à existência de qualquer remuneração ou benefício vinculado à ocorrência de determinado evento societário, tal como a alienação do controle societário do emissor, nenhum dos bancos analisados, tanto estatais, quanto privados, evidenciaram este tipo de remuneração ou benefício. 4.2 COMPOSIÇÕES DA REMUNERAÇÃO DA DIRETORIA REALIZADA NOS ANOS 2009 E 2010 Na análise da composição dos valores que presentam a remuneração das diretorias nos anos de 2009 e 2010 fica evidenciado que os bancos estatais realizaram remunerações muito diferenciadas dos bancos privados (Tabela 2 e Tabela 3), principalmente na composição total das remunerações. Um ponto a destacar é em relação aos números de membros que compõe as diretorias dos bancos analisados, alguns bancos não apresentam números inteiros. Isto acontece porque é uma média anual, sendo que alguns diretores não trabalharam os respectivos doze meses do ano, portanto são evidenciados de acordo com os meses trabalhados. Tabela 2: Composição da Remuneração da Diretoria 2010 Nr. de membros FIXA Salário Benefícios diretos e indiretos Outros Total fixa Média Total Fixa VARIÁVEL Bônus Participação nos resultados Outros Total Variável Média Total Variável DIVERSOS Pós-Emprego Cessação do Cargo Baseada em Ações Total Outros Média Total Outros TOTAL GERAL MÉDIA POR MEMBRO GERAL BANCOS DE CONTROLE ESTATAL Banco Banris Banco Banestes do ul Nordeste Brasil 36,5 8 7 7 em R$ mil BANCOS DE CONTROLE PRIVADO Itaú Bradesco Santander BTG Unibanc Pactu o al 15,67 82,08 48,08 12 15.426 1.500 0,00 16.926 464 1.482 1.481 2.963 370 2.133 376 2.509 358 1.209 254 1.463 209 8.954 519 2.015 11.488 733 86.503 82.547 169.050 2.060 39.328 5.428 16.284 61.040 1.270 3.600 0,00 3.600 300 1.326 7.662 65 255 - 44.477 - 129.761 - 8.988 246 62 127 16 255 36 - 37.714 82.191 5.245 - 9.107 138.868 2.888 - 275 275 8 26.189 718 3.090 386 2.764 395 1.463 209 3.518 1.828 28.695 34.041 2.172 127.720 8.151 137.999 137.999 1.681 307.049 3.741 27.941 27.941 581 227.849 4.739 3.600 300 Fonte: Adaptado de BM&FBovespa (2012), Dados da pesquisa. Tabela 3: Composição da Remuneração da Diretoria 2009 Nr. de membros FIXA BANCOS DE CONTROLE ESTATAL Banco Banrisul Banco Banestes do Nordeste Brasil 35,83 8 7 7 em R$ mil BANCOS DE CONTROLE PRIVADO Itaú Bradesco Santander BTG Unibanco Pactual 16 65,92 45,66 12 12 Salário Benefícios diretos e indiretos Outros Total fixa Média Total Fixa VARIÁVEL Bônus Participação nos resultados Outros Total Variável Média Total Variável DIVERSOS Pós-Emprego Cessação do Cargo Baseada em Ações Total Outros Média Total Outros TOTAL GERAL MÉDIA POR MEMBRO GERAL 14.462 1.541 1.233 - 1968 324 1.136 240 9.326 365 92.527 - 33.511 3.884 1.400 - 16.003 447 616 1.849 231 2.292 327 1.376 197 2.098 11.789 737 21.127 113.654 1.724 56.704 94.099 2.061 1.400 117 0 6.898 60 120 - 55.419 - 44.663 40.546 - 6.898 193 60 7,5 - - 25.505 80.924 5.057 - 13.622 98.831 2.165 - 2.477 2.477 68 25.378 708 58 7,25 1.967 246 2.412 345 1.376 197 4.461 560 35.792 40.813 2.551 133.526 8.345 80.294 80.294 1.218 193.948 2.942 192.930 4.225 1.400 117 Fonte: Adaptado de BM&FBovespa (2012), Dados da pesquisa. No comparativo entre os anos de 2009 e 2010 houve aumento nos valores de remuneração total entre os bancos estatais, além do aumento de um diretor no Banco do Brasil. Entre os bancos privados, o Itaú Unibanco evidenciou um decréscimo na remuneração, a diminuição considerável ocorreu no aspecto da remuneração fixa, nos salários e outros e na variável, especificamente na participação nos resultados, no pós emprego, na cessação do cargo e na remuneração baseada em ações. Também foi o único banco privado que teve uma diminuição no número de diretores. Ainda em relação entre os anos de 2009 e 2010, o Bradesco teve um aumento significativo de diretores, no valor próximo a dezessete diretores, a maior entre todos os bancos. E, a principal mudança no elemento de remuneração do banco Santander foi que houve uma substituição, zerando os valores dos bônus em 2010 em comparação a 2009 e, aumento significativo na participação dos resultados em 2010, comparando com 2009. Já na opção de ações, o Itaú Unibanco evidenciou uma redução e o Santander, o início da pratica de remuneração desta modalidade em comparação 2010 com 2009. No Comparativo entre os bancos estatais e privados, o número de diretores é menor nos bancos estatais, excetuando o Banco do Brasil, isto ocorre por que se trata de bancos com ativos menores entre todos os analisados, segundo Tabela 01. O Banco do Brasil apresenta a maior remuneração entre os bancos estatais, mas está muito longe do que os bancos privados, como o Itaú Unibanco, Bradesco e Santander evidenciaram sobre a remuneração dos seus diretores. Num comparativo, a menor remuneração de banco privado, o PTG Pactual, foi inferior no ano de 2009, mas em 2010 foi superior ao banco estatal, o Banestes. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste artigo foi analisar a remuneração dos executivos dos quatros maiores bancos estatais e os quatro maiores bancos privados que possuem ações negociadas na BM&FBOVESPA, antes e após a emissão da instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009. Foram levantadas as informações sobre a remuneração de executivos através dos dados disponibilizados pelo sítio da BMF&Bovespa, na seção 13 do formulário de referência, do anexo 24, coletadas informações somente sobre a remuneração de executivos estatutários e não estatutário. Sobre o primeiro pressuposto estabelecido para a pesquisa desenvolvida de que os Bancos Estatais e Privados possuem sistemática diferenciada para remuneração de seus 13 executivos, isto ficou evidenciados pelos itens 13.1 e 13.2, que nenhum banco estatal possui qualquer remuneração baseada em ações, sendo que dois bancos privados existiram a ocorrência. Nos bancos estatais evidenciam com mais riqueza de detalhes sua composição de elementos de remuneração em relação aos bancos privados. A remuneração fixa dos bancos privados possuem dois extremos, elas são igual ou menor a 31%, ou então em 100% do total. Enquanto que nos bancos estatais a remuneração esta mais distribuída, excetuando o somente o Banestes. A diferença entre a metodologia de cálculo e reajustes entre os bancos estatais e privados, e de que os estatais possuem remunerações estabelecidas em indicadores externos e sofrem delimitações e influencias quanto a legislação federal e estadual, já que estão diretamente interligados aos seus governos. Já os bancos privados a remuneração é determinada internamente na organização sob influência externa. Outra diferença está nos objetivos da politicas dos bancos privados de atrair e reter de profissionais, já nos banco estatais os cargos são preenchidos por meio de indicações políticas ou concursos públicos e os privados são através de recrutamento e seleção. A meritocracia está mais evidenciada na política dos bancos privados, bem como, o comprometimento com os resultados, já que uma parte significativa da remuneração em metade dos bancos privados analisados é realizada através de ações. Quanto ao alinhamento aos interesses do emissor de curto, médio e longo prazo, os bancos privados possuem melhor evidenciação de interesses, principalmente de curto prazo. Em relação ao segundo pressuposto, além da sistemática de remuneração diferenciada os valores pagos atingem patamares muito diferentes entre os Bancos Estatais e Privados, ficou evidenciado que os bancos privados remuneram em valores muito superiores aos bancos estatais, também possuem um valor consideravelmente superior na remuneração variável e por ações, excetuando neste caso o Bradesco que centraliza toda a remuneração de forma fixa. No estudo realizado por Murphy (1999) já externalizava que os executivos participam em planos de benefícios do empregado "broad-based" e também recebem especiais benefícios, incluindo seguro de vida e planos de aposentadoria complementar. Já o terceiro pressuposto de que não houve alteração na sistemática de remuneração dos Bancos estudados após a aplicação do CVM 480, a única mudança significativa houve no Santander na troca dos valores dos bônus no ano de 2009, para aumento nos valores da participação nos resultados em 2010, nos demais bancos não foi possível detectar mudanças significativas pela aplicação da CVM 480. E, estes resultados corroboram com a afirmação de que em empresas privadas um executivo poderá ter uma remuneração e benefícios mais completos do que em empresas públicas (BELLUZZO; ANUATTI-NETO; PAZELLO, 2005). E, este fato se coaduna que a remuneração sob a perspectiva empresarial, se caracteriza como mecanismo imprescindível para assegurar os níveis de rentabilidade desejados pelos acionistas e investidores (DALMACIO; REZENDE; SLOMSKI, 2009). Conclui-se existem diferenças relevantes, restrito aos bancos estatais e privados analisados, atribuídos a diferentes sistemas de compensação de seus executivos, mas não sendo possível determinar se houve influência significativa com a emissão da instrução CVM nº 480, de 7 dezembro de 2009. O estudo ficou limitado aos quatro maiores bancos estatais e os quatro maiores bancos privados com ações na BM&FBovespa, pela dificuldade de ampliar a outros tipos de empresas, bem como a dimensão das informações a serem analisadas e evidenciadas no estudo. Outro fator delimitador foram os instrumentos jurídicos impetrados por bancos e empresas privadas, dificultando ou eliminando a evidenciação de algumas das principais informações sobre a remuneração. Como sugestão de novos estudos, sugere-se ampliar com mais bancos, verificando a possibilidade de aplicar um comparativo dos bancos analisados com bancos de outro país. 14 REFERÊNCIAS BEBCHUK, L. A., FRIED, J. M. 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