IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO EM OVINOS RAFAEL FERNANDES LEITE 2007 RAFAEL FERNANDES LEITE IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO EM OVINOS Monografia de Projeto Orientado apresentada ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do curso de Zootecnia, para a obtenção do título de Zootecnista. Orientador Prof. Juan Ramón Olalquiaga Pérez LAVRAS MINAS GERAIS - BRASIL 2007 Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA Leite, Rafael Fernandes Ionóforos na digestibilidade e balanço de nitrogênio em ovinos / Rafael Fernandes Leite. – Lavras : UFLA, 2007. 34 p. : il. TCC (Graduação em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Pérez Bibliografia. 1. Ionóforos. 2. Digestibilidade. 3. Ovinos. 4. Balanço de nitrogênio. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título CDD-636.30852 RAFAEL FERNANDES LEITE IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO EM OVINOS Monografia de Projeto Orientado apresentada ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do curso de Zootecnia, para a obtenção do título de Zootecnista. APROVADA em 06 de agosto de 2007. Prof. Nadja Gomes Alves DZO/UFLA Dsc. Flavio Moreno Salvador DZO/UFLA Prof. Juan Ramón Olalquiaga Pérez DZO / UFLA Orientador LAVRAS-MG 2007 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras (UFLA), principalmente ao Departamento de Zootecnia (DZO), pela oportunidade e apoio para a realização do curso. A minha mãe, pelo apoio em todas as minhas escolhas e principalmente por estar presente em todos os momentos da minha vida. Ao meu pai pelos ensinamentos e pela grande influência na carreira o qual escolhi. A minha irmã querida pelo carinho e amizade. A todos da minha família que torceram e me ajudaram, principalmente aos meus queridos avos (José e Else), pelo carinho e exemplo. A Eliane, uma pessoa maravilhosa, que me apoiou em todos os momentos. Aos meus amigos que sempre me fortaleceram e de alguma maneira carrego um pouco de cada um de vocês. A Patrícia, pois sem dúvida, ela foi muito importante e companheira. Ao André, pela ajuda em todas as horas; ao Silas e a Cris, pelas incansáveis horas de coleta e a todos os amigos e companheiros que me ajudaram para o desenvolvimento deste trabalho. Aos funcionários do DZO, pela atenção e boa vontade sempre que necessário. A todos os integrantes do GAO, pois, sem ajuda de vocês não seria nada fácil o termino deste trabalho e também pela convivência ao longo destes anos. Aos amigos Guilherme, Fabio e Delmira pessoas os quais, tive prazer de conviver e concerteza foram muito importantes na minha formação. Ao professor Juan, pelos ensinamentos, oportunidade e confiança depositada, não só para o desenvolvimento deste trabalho, mas também ao longo da minha faculdade. Ao Flávio, pela disposição a qualquer hora em ajudar, pelos ensinamentos e amizade nesse tempo de convívio. A professora Nadja, que sempre esteve à disposição e pelas sugestões para o acabamento da monografia. MUITO OBRIGADO A TODOS! SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................i RESUMO.............................................................................................................iii 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1 2 OBJETIVOS ......................................................................................................2 3 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................2 3.1 Mecanismo de ação dos ionóforos..................................................................4 3.1.1 Mecanismo básico de ação...........................................................................4 3.1.2 Mecanismo sistêmico de ação......................................................................7 3.1.2.1 Ionóforos e consumo de alimentos ...........................................................8 3.1.2.2 Digestibilidade ..........................................................................................9 3.2 Dosagens recomendadas em rações de cordeiros em terminação...................9 4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................10 4.1 Local, instalações e período experimental ....................................................10 4.2 Animais e alimentação..................................................................................11 4.3 Tratamentos ..................................................................................................12 4.4 Fase do período experimental .......................................................................13 4.5 Coleta de alimentos, sobras, fezes e urina ....................................................14 4.6 Análises dos alimentos..................................................................................14 4.7 Cálculos da digestibilidade e do balanço de nitrogênio................................15 4.8 Delineamento experimental ..........................................................................16 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................17 5.1 Consumo de matéria seca e digestibilidade da matéria seca.........................17 5.2 Consumo e digestibilidade da proteína bruta................................................19 5.3 Consumo e digestibilidade da fibra em detergente neutro e ácido................21 5.4 Balanço de Nitrogênio ..................................................................................23 6 CONCLUSÃO .................................................................................................27 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................28 LISTA DE ABREVIATURAS AGV Ácidos Graxos Voláteis BN Balanço de nitrogênio CFDA Consumo de fibra em detergente ácido CFDN Consumo de fibra em detergente neutro CN Consumo de nitrogênio CPB Consumo de proteína bruta CV Coeficiente de variação DIGFDA Digestibilidade aparente da fibra em detergente ácido DIGFDN Digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro DIGMS Digestibilidade aparente da matéria seca DIGPB Digestibilidade aparente da proteína bruta EE Extrato etéreo EFN Excreção fecal de nitrogênio EUN Excreção urinária de nitrogênio FDA Fibra em detergente ácido FDN Fibra em detergente ácido + H Cátion hidrogênio IMS Ingestão de matéria seca IMSPM Ingestão de matéria seca por peso metabólico IMSPV Ingestão de matéria seca em porcentagem do peso vivo K+ Cátion potássio MM Matéria mineral MS Matéria seca + Cátion Sódio Na OPG Ovos por grama de fezes PB Proteína bruta i PV Peso vivo 0,75 PV Peso metabólico ii RESUMO LEITE, Rafael Fernandes. Ionóforos na Digestibilidade e Balanço de Nitrogênio em Ovinos Lavras: UFLA, 2007. 34 p. (Monografia – Graduação em Zootecnia) 1. Os objetivos do presente trabalho foram avaliar o efeito de diferentes ionóforos no consumo, digestibilidade e balanço de nitrogênio em ovinos. O experimento foi conduzido nas instalações do Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Lavras, Minas Gerais. Foram utilizadas 15 cordeiras com peso médio e desvio padrão inicial de 27,7 ± 3,29 kg, respectivamente; em um delineamento inteiramente casualizado, sendo os animais distribuídos em três tratamentos com 5 repetições por tratamento. Os tratamentos foram: 1) Dieta padrão acrescida com monensina; 2) Dieta padrão acrescida com lasalocida; 3) Dieta Padrão. O experimento teve duração de 20 dias, sendo 15 dias de adaptação e 5 dias de coleta. A dose de ionóforo foi baseada em relação ao conteúdo ruminal, através da equação (-0.0014x2 + 0.2034x - 0.8376), considerando 14,85 mg para cada kg de conteúdo ruminal. Os tratamentos não apresentaram diferença significativa (P>0,05) para ingestão de matéria seca, digestibilidade das frações e balanço de nitrogênio. 1 Comitê de Avaliação: Profo Juan Ramón Olalquiaga Pérez – DZO/UFLA (orientador); Profª Nadja Gomes Alves – DZO/UFLA; Dsc. Flávio Moreno Salvador – DZO/UFLA. iii 1 INTRODUÇÃO O aumento da produção nacional de carne ovina nestes dois últimos anos (2004 a 2006) é evidente, porém mesmo com esse aumento, ainda houve um déficit de carne ovina no mercado, que tende a persistir, pois a demanda ainda é superior à oferta. O desenvolvimento de técnicas de produção que possibilitem a intensificação na capacidade produtiva da ovinocultura, visando suprir o déficit existente é extremamente importante. Para a intensificação da produção é necessário adotar alternativas ao sistema convencional, fazendo com que os cordeiros tenham o máximo de ganho de peso possível, em menor tempo. A alimentação representa mais de 50% dos custos de produção em sistema de confinamento total, o que tem direcionado as pesquisas no sentido de aumentar a eficiência de utilização dos alimentos pelos animais, melhorando assim, o seu desempenho produtivo. Neste sentido, vários aditivos vêm sendo desenvolvidos, entre eles os ionóforos (monensina, lasalocida, salinomicina, etc.), os quais, em sua maioria, são produtos da fermentação de vários actinomicetos e podem ser utilizados no intuito de melhorar a eficiência da fermentação ruminal e o desempenho produtivo dos animais. Em decorrência da grande importância dos alimentos, e o fato de que a determinação da qualidade nutricional de um dado alimento (composição química), não ser suficiente para assegurar alto nível de produção, devido a vários casos, no qual, os nutrientes presentes no alimento estão indisponíveis para o animal e impossibilitando o animal de expressar seu potencial de produção. Há a necessidade de determinar a fração do alimento que realmente está disponível para o animal, ou seja, é necessário saber a sua digestibilidade. 1 2 OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de monensina sódica e lasalocida no consumo, digestibilidade e balanço de nitrogênio em cordeiras Santa Inês. 3 REFERENCIAL TEÓRICO Os ionóforos, segundo definição química, são antibióticos poliéteres carboxílicos com propriedades antibióticas. Sua ação é devida a sua propriedade transportadora de íons, possuindo capacidade de formar complexos lipossolúveis com cátions e mediar seu transporte através das membranas lipídicas (Pressman, 1968). Inicialmente foram utilizados como coccidiostáticos em aves, mas a partir da década de 70 começaram a ser utilizados na dieta de ruminantes. Atualmente, os ionóforos são os aditivos mais pesquisados em dietas de ruminantes. Os ionóforos são substâncias de baixo peso molecular, produtos finais da fermentação de várias espécies de actinomicetos – Streptomyces sp. São conhecidos atualmente 76 tipos de ionóforos, sendo que os mais importantes são a monensina, lasalocida, salinomicina, maduramicina, narasina, tetronasina, lisocelina, dianemicina, nigercina, gramicidina, semduramicina e laidlomicina (Lana, 1998). Segundo McGuffey et al. (2001), a utilização de ionóforos é permitida em países como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e México. A monensina, lasalocida, salinomicina, narasina e maduramicina são utilizadas em alguns paíeses da Europa (Butaye et al., 2003). No Brasil os ionóforos mais utilizados na nutrição de ovinos são: monensina sódica, lasalocida e a salinomicina, comercializados com os nomes de Rumensin®, Taurotec® e Coxistac®, respectivamente 2 A monensina sódica, por exemplo, tem a seguinte fórmula: C36H61O11Na com peso molecular de 692 Daltons; e a lasalocida tem a fórmula C34H53O8Na com peso molecular de 612,8 Daltons, sendo ambos os mais utilizados para ruminantes. Também podem ser utilizados a narasina C43H71O11N, semduramicina C44H75O16Na e salinomicina C42H69O11Na. Estes têm uma estrutura convencional de poliéteres, mas a sua composição química varia, comprometendo em extensão branda suas atividades biológicas (Corah, 1991). Apresenta-se a seguir as estruturas de alguns grupos de ionóforos (Figura 1). Figura 1 - Estrutura química de alguns tipos de ionóforos (Blazsek, 2003). 3 3.1 Mecanismo de ação dos ionóforos O mecanismo de ação dos ionóforos se dá primeiramente pela alteração na microbiota ruminal, definido como mecanismo básico de ação. E, como conseqüências das alterações causadas na microbiota ruminal, há um segundo mecanismo de ação definida como mecanismo de ação sistêmico, que acabam por afetar a resposta animal. 3.1.1 Mecanismo básico de ação Os ionóforos são compostos solúveis na membrana celular e, ao se combinarem com determinados íons, passam a fazer parte dessa estrutura, desempenhando uma função de trocador iônico. Alguns se ligam a apenas um cátion, enquanto outros se ligam a vários simultaneamente (Russel & Strobell, 1989). Devido ao grande número de informações na literatura, será descrito o mecanismo de ação dos ionóforos com base no da monensina. O mecanismo de ação dos ionóforos sobre as bactérias ruminais está relacionado com fatores de resistência presentes na estrutura da parede celular, a qual é responsável por regular o balanço químico entre o meio interno e externo da célula, sendo este equilíbrio mantido por um mecanismo chamado de bomba iônica (Russell, 1987). No rúmen, sódio (Na) e potássio (K) constituem os cátions extracelulares prevalentes, sendo a concentração do sódio (Na) quatro vezes maior que a do potássio (K). O potássio (K) em maior concentração no líquido intracelular dos microorganismos. Como resultado, tem-se uma grande diferença de concentração desses cátions, o que além de manter a pressão osmótica gera um potencial elétrico (Bergen & Bates, 1984; Bagg, 1997; Russell, 1987). 4 A monensina, por exemplo, possui alta seletividade pelo Na+, mas pode também translocar K+ e H+. O ciclo inicia-se com a forma aniônica da monensina, que se estabiliza na face polar da membrana celular e, por ser um ânion, é capaz de carrear consigo um cátion. Após a combinação com H+ o complexo se torna lipossolúvel penetrando na membrana celular e atingindo o interior da célula, onde as forças eletrostáticas que mantinham o complexo já não são suficientes para manutenção da ligação e o complexo se desfaz, fazendo com que o ionóforo tome novamente a forma aniônica (Bergen & Bates, 1984; Russell, 1987). A primeira reação usualmente acontece com velocidade maior do que a segunda, ocasionando um acúmulo de H+ no líquido intracelular. A célula responde a essa acidose pela troca H+/Na+. Nessa tentativa de manutenção do equilíbrio, a célula gasta grande quantidade de energia por manter ativas as bombas de Na+/K+ e a de prótons “H+/Na+” (Figura 2). Com essa mudança no metabolismo, os microorganismos têm capacidade de crescimento e reprodução reduzida (Bergen & Bates, 1984; Bagg, 1997). 5 Figura 2 – Efeitos dos ionóforos nas bactérias ruminais. Vários trabalhos têm demonstrado que o principal mecanismo de ação dos ionóforos, para melhorar a eficiência alimentar nos ruminantes, está relacionado às mudanças na população microbiana do rúmen, selecionando as bactérias Gram negativas, produtoras de ácido propiônico e inibindo as Gram positivas, maiores produtoras de ácidos acético, butírico e lático, H2 e metano (McCaughey et al. 1997). A seletividade do ionóforo depende da permeabilidade do invólucro celular. Bactérias Gram-positivas e aquelas com estrutura de parede celular semelhante à de Gram-positivas (cujo invólucro é composto apenas de parede celular) são mais inibidas que as Gram-negativas típicas (cujo invólucro é formado por parede celular e membrana externa) por monensina e outros ionóforos semelhantes (Russell, 1987). O efeito mais pronunciado que a monensina possui sobre as bactérias Gram - é à entrada de H+, porém essas bactérias possuem a vantagem de retirar 6 esse próton por um sistema de transporte de elétrons ou síntese de ATP. Este mecanismo de fosforização oxidativa, possibilita que estes microrganismos disponham de maior aporte de nutrientes e também se beneficiam pela diminuição da competição com as Gram-positivas (Bergen & Bates, 1984). Além dessa vantagem, as bactérias Gram-negativas produzem maior quantidade de energia por grama de substrato fermentado. Protozoários e fungos não possuem a membrana protetora externa, sendo também sensíveis a monensina, quando avaliados em experimentos “in vitro”, todavia, em experimentos “in vivo”, isto nem sempre ocorre (Dennis et al., 1986). Wakita et al. (1987), citados por McGuffey et al. (2001), observaram que a salinomicina reduz o número de protozoários no rúmen de bovinos consumindo dietas à base de forragem, no entanto este efeito desaparece após seis meses de fornecimento deste ionóforo. Fungos também parecem ser sensíveis aos ionóforos; todavia, como os fungos crescem lentamente, eles contribuem muito pouco na digestão de rações com altas taxas de passagem, como as normalmente ofertadas a vacas leiteiras. Portanto, nenhum efeito significativo dos ionóforos sobre a ação dos fungos na fermentação foi observado (McGuffey et al., 2001). 3.1.2 Mecanismo sistêmico de ação O mecanismo sistêmico de ação ocorre como conseqüência das alterações causadas na microbiota ruminal, devido à forma básica de ação dos ionóforos. As principais modificações ocorrem na produção de ácidos graxos voláteis (AGV), consumo de alimentos, produção de gases, digestibilidade, utilização de proteínas, enchimento ruminal, taxa de passagem, doenças metabólicas (acidose, cetose) e sanidade (coccidiose)(Schelling, 1984). 7 3.1.2.1 Ionóforos e consumo de alimentos Os mecanismos pelo quais alguns ionóforos promovem diminuição da ingestão de alimentos ainda não estão elucidados completamente. Todavia, o menor consumo está relacionado ao maior aproveitamento da energia dietética, sendo este fato, vinculado a mudança na concentração dos principais ácidos graxos voláteis (acético, propiônico e butírico) produzidos no rúmen-retículo e à maior disponibilidade intestinal de peptídeos de origem alimentar (Hanson & Klopfentein, 1979; Byers, 1980; Fox & Black, 1984; Clary et al., 1993) Conforme Baile et. al (1979), a redução no consumo de alimentos pode ocorrer em função da aversão pelos animais aos alimentos com a presença de ionóforo Para Roger & Davis (1982), a diminuição no consumo provavelmente deve-se ao aumento do tempo de retenção dos alimentos no rúmen. Uma outra explicação para a menor ingestão seria a maior produção de acido propiônico, que por sua vez aumentaria os níveis plasmáticos de glicose, estimulando os centros de saciedade (Van Soest, 1994). Schelling (1984) após realizar extensa revisão de literatura sobre monensina, afirma que este ionóforos pode deprimir o consumo de alimentos na ordem de 10,7% quando animais são alimentados com rações com alta proporção de concentrados, ou elevar o consumo em até 15% em condições com predominância de forragem. Em contrapartida o aumento de consumo de animais recebendo dietas com predominância de volumosos seria explicado pelas alterações nos padrões de fermentação da forragem, já que os níveis de acido propiônico não seriam suficientes para estimular o centro de saciedade (Schelling, 1984). Embora estes autores relatem que a utilização de ionóforos diminui a IMS (Goodrich et al., 1984; Cabral et al., 1999 e Oliveira, 2003), Ricke et al. 8 (1984); Ramanzin et al. (1997); Rodrigues et al. (2001) e Osborne et al. (2004), nas mais diversas condições experimentais, não observaram depressão no consumo voluntário de alimentos e de matéria seca. 3.1.2.2 Digestibilidade Os ionóforos podem promover melhora na digestibilidade dos alimentos, dependendo das condições experimentais. Estas condições não estão definidas, podendo sofrer interferências de fatores como o consumo de alimentos, o enchimento ruminal, a taxa de passagem, entre outros (Rodrigues, 2000). O aumento da digestão dos alimentos obtido com o emprego de ionóforos tem sido freqüentemente explicado pelo aumento do tempo de retenção da MS no rúmen, decorrente de menor consumo voluntário (Roger & Davis, 1982). Entretanto, Branine & Galyean (1990) ao observarem que a monensina aumentou em 1,4 a 1,6% o desaparecimento in situ da MS do alimento em novilhos sob pastoreio, provavelmente pelo aumento da degradação da parede celular, explicaram tal fato como sendo decorrente do aumento do pH ruminal e não pela diminuição da taxa de passagem de fluidos. Segundo Russel & Strobel (1989), muitos experimentos in vivo demonstraram não haver decréscimo na digestibilidade durante a suplementação com monensina, pois quando a ingestão diminui a taxa de passagem de sólidos no rúmen também é reduzida, havendo assim maior tempo para a digestão. 3.2 Dosagens recomendadas em rações de cordeiros em terminação Segundo Cabral et al. (1999), o uso de 28 ppm de salinomicina por período de 62 dias, para cordeiros em confinamento, proporcionou melhor conversão alimentar, da ordem de 29,18 %. Rodrigues (2000) recomendou, para cordeiros criados em regime de confinamento, que o ionóforo deve ser 9 adicionado diretamente na mistura concentrada, na dose de 40 mg de monensina/animal/dia. Patil & Honmode (1994) observaram que o fornecimento de monensina (0, 11 e 22 mg/kg de concentrado) a ovinos mantidos em sistema de pastejo e suplementados com concentrado, diminuiu o consumo de concentrado e aumentou o consumo de volumoso até o nível de 22 mg/kg, sem comprometer o desempenho produtivo dos animais. Segundo Araújo (2005), cordeiros em confinamento apresentaram melhor conversão e eficiência alimentar quando alimentados com 50 mg de monensina/animal/dia. 4 4.1 MATERIAL E MÉTODOS Local, instalações e período experimental O experimento foi conduzido nas instalações do Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Lavras, Minas Gerais, e teve o período experimental realizado no mês de junho de 2007. A cidade de Lavras localiza-se no Sul de Minas Gerais, a 21º14’ de latitude Sul e a 45º00’ de longitude Oeste de Greenwich, com altitude média de 900 m (Castro Neto et al., 1980). Os animais experimentais foram instalados em gaiolas metálicas individuais, adequadas para ensaios de digestibilidade in vivo, providas de comedouro, bebedouro e cocho próprio para suplemento mineral. Cada gaiola metabólica possui acoplado ao assoalho, um sistema de captação de fezes e urina. As fezes foram recolhidas em bandejas plásticas e a urina foi acondicionada em baldes plásticos, adaptados com uma tela separadora, evitando que as fezes e a urina se misturassem. Cada balde recebeu 100 mL de solução de H2SO4 2N a fim de evitar perda de nitrogênio (N) para o ambiente. 10 4.2 Animais e alimentação Foram utilizados para o ensaio de digestibilidade 15 fêmeas da raça Santa Inês com peso vivo médio e desvio padrão inicial de 27,7 ± 3,29 kg. Foi feito exame de ovos por grama de fezes (OPG) para determinação da necessidade de vermifugação, sendo constatado não ser necessário tal procedimento. A dieta padrão dos animais foi composta por feno de capim coastcross (Cynodon dactylon L. Pers.) moído em moinho de martelos em partículas de 1(um) cm, fubá de milho, farelo de soja, uréia e suplemento mineral comercial. A dieta foi formulada segundo recomendação no AFRC (1993) para cordeiros, objetivando promover ganho de peso de 260 g/dia e acrescida de diferentes ionóforos conforme o tratamento. A dieta foi oferecida em duas refeições diárias (às 07:00 e 16:00 horas), na forma de dieta completa, sendo que cada refeição continha 50% do total diário ofertado. Estas quantidades permitiram sobras de volumoso ao redor de 10% em relação ao consumo predito. As composições percentual e química da dieta padrão encontram-se na Tabela 1. 11 TABELA 1. Composições percentual e química da dieta padrão (% MS) INGREDIENTES Feno de CoastCross Farelo de soja Milho, grão moído Uréia Suplemento mineral2 TOTAL NUTRIENTES1 Matéria Seca (MS)1 Proteína Bruta (PB) 1 Fibra em Detergente Neutro (FDN) 1 Fibra em Detergente Ácido (FDA) 1 Extrato Etéreo (EE) 1 Cinza (MM) 1 % 27,95 14,03 55,40 1,40 1,22 100,00 % de MS 86,65 16,19 25,53 13,08 1,92 2,84 1 Análises realizadas no Laboratório de Pesquisa Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). 2 Suplemento mineral comercial - Cada 1000 g contém: P 87 g; Ca 120 g; Na 147 g; Mn 1300 mg; S 18 g; Zn 3800 mg; Mo 300 mg; Cu 590 mg; Fe 1800 mg; I 80 mg; Co 40 mg; Cr 20 mg; Se 15 mg; F (máx) 870 mg. 4.3 Tratamentos Os tratamentos experimentais foram constituídos pela dieta padrão (controle) ou dieta padrão acrescida de um dentre dois tipos de ionóforos, como especificado a seguir: T1 - Dieta Padrão + Monensina Sódica T2 - Dieta Padrão + Lasalocida T3 - Dieta Padrão As quantidades de ionóforos em cada tratamento foram definidas de acordo com o peso do conteúdo ruminal, o qual, foi determinado através de equação de regressão. 12 Para a obtenção da equação de regressão, foi feito uma compilação de dados de conteúdo ruminal (kg) por peso vivo (kg), segundo Pérez et al. (2007)(dados não publicados Setor de Ovinocultura - UFLA). A equação que determina a quantidade de conteúdo ruminal: Y = -0.0014x2 + 0.2034x - 0.8376 Em que, a variável x é o peso vivo (kg) e o y é a quantidade de conteúdo ruminal (kg), apresentando esta equação um valor de R2 = 0, 8164. A dose de referência para o presente trabalho baseou-se nos resultados apresentados por Araújo (2005), no qual forneceu a cordeiros em confinamento a dose de 50 mg/animal/dia, e estes apresentaram melhor conversão alimentar e eficiência alimentar. Os animais do trabalho citado acima apresentavam peso médio inicial de 25 kg. Apartir do peso dos animais (25 kg), se determinou a quantidade de conteúdo ruminal (3,364 kg) através da equação. Sendo assim determinado a dose de referência para o presente trabalho, 14,85 mg de ionóforo por kg de conteúdo ruminal. As doses de ionóforos foram ajustadas semanalmente, após pesagens dos animais O ionóforo foi fornecido pela manhã, sendo este ofertado antes da refeição matutina, para que se assegurasse a ingestão total da dose de ionóforo ofertada. 4.4 Fase do período experimental O período experimental consistiu de duas fases, uma fase de adaptação dos animais às gaiolas e ao manejo, com duração de quinze dias. E outra, de 13 cinco dias, destinada à coleta das amostras (alimentos ofertados, sobra dos alimentos, fezes e urina) Não foi necessária a adaptação dos animais à ingestão de ionóforos, pois os mesmos já estavam recebendo ionóforos antes do início do ensaio de digestibilidade, em função destes comporem outro experimento de avaliação de desempenho. Estes animais já recebiam ionóforo há 45 dias. 4.5 Coleta de alimentos, sobras, fezes e urina Os alimentos fornecidos foram amostrados diariamente e as amostras foram posteriormente homogeneizadas, formando uma única amostra composta. O alimento recusado (sobra) foi recolhido antes do fornecimento da refeição matutina, pesado e amostrado diariamente para cada animal (mínimo de 10% da sobra total). As fezes e a urina foram recolhidas pela manhã, após o manejo alimentar. A coleta de fezes foi total, seus pesos anotados, amostradas (20%) e acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados. A urina produzida por cada animal teve seu volume (mL) registrado e foi efetuada amostragem (20%), sendo acondicionados em vidro âmbar devidamente identificado para cada animal. Todas as amostragens feitas (do alimento ofertado, das sobras, das fezes e da urina) foram congeladas a -20 ºC para posteriores análises químicobromatológicas. 4.6 Análises dos alimentos Amostras coletadas de cada ingrediente utilizado na dieta, das rações prontas e das sobras foram utilizadas para análises laboratoriais e determinação de: matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente 14 ácido (FDA), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB) e cinzas de acordo com metodologias descritas por Silva (1990). 4.7 Cálculos da digestibilidade e do balanço de nitrogênio O calculo de digestibilidade aparente dos nutrientes, nitrogênio retido, nitrogênio absorvido e balanço de nitrogênio foram obtidos pelas formulas propostas por Silva & Leão (1979). E estão apresentadas a seguir: A fórmula de digestibilidade aparente (DIG) dos nutrientes: DIG = [(ING x %ING) - (SOB x %SOB)] - (FEZ x %FEZ) x 100 (ING x %ING) - (SOB x %SOB) Em que: ING = quantidade de alimento fornecido; %ING = teor do nutriente no alimento fornecido; SOB = quantidade de sobras retiradas; %SOB = teor do nutriente nas sobras; FEZ = quantidade de fezes coletadas; %FEZ = teor do nutriente nas fezes. O balanço de N é obtido subtraindo-se o total de N excretado nas fezes e urina do total de N ingerido, representando o total de N que efetivamente ficou retido no organismo animal, conforme: N RETIDO = (N Fornecido - N Sobras) - (N Fezes + N Urina) Os valores obtidos a partir da subtração do total de N ingerido menos o N contido nas fezes, refere se ao N absorvido, conforme: 15 N ABSORVIDO = (N Fornecido - N Sobras) - N Fezes Os valores de N (ingerido e excretado nas fezes e urina) foram obtidos a partir das análises químicas realizadas, conforme já mencionado. 4.8 Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com três tratamentos e cinco repetições. O experimento avaliou o consumo, a digestibilidade aparente da MS, PB, FDN e FDA e também o balanço de nitrogênio. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo programa “SISVAR” (Ferreira, 2000) e foi utilizado o teste SNK com significância de 5% de probabilidade e o coeficiente de determinação com base no seguinte modelo estatístico de análise conjunta: Yij = µ + Ti + eij, Em que: Yij representa o valor observado j, no tratamento i, com j variando de 1 a5; µ é uma constante geral associada a todas as observações; Ti é o efeito do tratamento i, com i = 1, 2 e 3; eij é o erro experimental associado a Yij, e que se supõe independente com distribuição normal com média zero e variância σ2. 16 5 5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO Consumo de matéria seca e digestibilidade da matéria seca Os resultados de ingestão de matéria seca (IMS) e digestibilidade aparente da matéria seca (DIGMS) estão apresentados na Tabela 2. Não foram identificadas diferenças significativas (P>0,05) na IMS (em g/dia, % PV e g/kg PV0,75) e DIGMS(%). Esses resultados se assemelham aos apresentados por Garcia et al. (2000) que ao trabalharem com carneiros fistulados no rúmen, verificaram que o consumo de matéria seca não foi alterado com a adição de monensina na dieta. Da mesma forma, Broderick (2004) administrando monensina a vacas leiteiras pluríparas alimentadas com silagem de alfafa, também não observou efeito significativo sobre o consumo de matéria seca. TABELA 2. Valores médios de ingestão de matéria seca em valores totais (g/dia) e em relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e da digestibilidade de matéria seca (DIGMS) e os coeficientes de variação (CV), em função dos tratamentos. Tratamentos Itens Monensina Lasalocida Controle CV (%) IMS (g/dia) 940,21 a 1012,27 a 989,15 a 9,80 IMS (% PV) 3,35 a 3,35 a 3,45 a 7,02 IMS (g/kg PV0, 75) 77,04 a 78,54 a 79,78 a 5,64 DIGMS (%) 74,68 a 73,73 a 73,14 a 4,04 Médias seguidas por letras minúsculas iguais na linha não diferem entre si pelo teste de SNK a 5% de probabilidade. 17 Entretanto, diversos autores relataram que a utilização de ionóforos diminuiu a IMS (Goodrich et al., 1984; Cabral et al., 1999; Oliveira, 2003; Erickson et al., 2004). Oliveira (2003), trabalhando com carneiros, observou que a inclusão de monensina na dose de 28mg/kg MS consumida, diminuiu significativamente o consumo de matéria seca. Erickson et al. (2004), ao utilizarem os ionóforos monensina e lasalocida sódica na dieta de bovinos leiteiros, também verificaram reduções no consumo de matéria seca, sendo que os animais tratados com um mg de monensina/kg de peso vivo apresentaram menor consumo. A redução no consumo de alimentos pode ocorrer em função da aversão pelos animais aos alimentos com a presença de ionóforo (Baile et al., 1979). A constatação do autor pode evidenciar que os ionóforos possuem baixa palatabilidade. No entanto, seguindo a mesma metodologia usada por Araújo (2005), na qual o ionóforo foi fornecido aos animais antes da refeição matutina, possibilitou que os animais viessem a consumir todo o ionóforo ofertado, sem que houvesse associação do ionóforo ao alimento. Os animais do presente trabalho já recebiam ionóforo antes do início do ensaio de digestibilidade, em função destes comporem outro experimento de avaliação de desempenho, como relatado anteriormente. Em decorrência deste fato, pode ter ocorrido uma adaptação prévia à ingestão do ionóforo, deforma que não houve diminuição do consumo devido à aversão ao alimento. A forma de fornecimento do ionóforo, também pode ter contribuído para que não houvesse redução no consumo. A ingestão de MS média (g/dia e %PV) observadas no presente trabalho é similar às recomendações no NRC (2006), para animais em crescimento com ganho de 250 gramas/dia, que estão na faixa de 0,8 a 1,06 kg de MS/animal/dia e 2,5 a 3,5 % PV. 18 O presente trabalho não encontrou efeito (P>0,05) dos tratamentos sobre a DIGMS (%), como observado por outros autores (Huntington, 1996; citado por Rodríguez & Muñoz, 2000; Oliveira, 2003; Araújo, 2005). No entanto, Poos et al. (1979) registraram diminuição na digestibilidade da matéria seca com suplementação de ionóforos. Ao fornecerem monensina a carneiros alimentados com diferentes proporções de feno e concentrado, Bedo et al. (1990) relataram que a eficiência da monensina em melhorar a digestibilidade é variável e inconsistente. O nível de ingestão de alimentos, e consequentemente, a taxa de passagem influencia a digestibilidade de modo preponderante, sendo estes fatores dependentes da espécie e idade animal, processamento e composição química dos alimentos, inclusão de aditivos na dieta, bem como temperatura ambiente e disponibilidade de água (Silva & Leão, 1979). Neste ensaio experimental não ocorreu diferença significativa na DIGMS (%), possivelmente como resultado da semelhança de IMS entre os tratamentos. 5.2 Consumo e digestibilidade da proteína bruta Não foram observadas diferenças entre os tratamentos (P>0,05) quanto ao consumo de proteína bruta (CPB) e a digestibilidade aparente da proteína bruta (DIGPB), apresentados na Tabela 3. As rações experimentais foram formuladas sob o mesmo princípio nutricional, para que apresentassem mesmo teor protéico, energético e potencial de ganho, diferindo somente no tipo de ionóforo ofertado aos animais. Em decorrência de no presente trabalho não ter sido encontrada diferença significativa (P>0,05) quanto à IMS, se justifica não ter ocorrido diferença significativa (P>0,05) quanto à CPB. 19 TABELA 3. Valores médios de consumo de proteína bruta em valores totais (g/dia) e em relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e digestibilidade aparente de proteína bruta (DIGPB) e os coeficientes de variação (CV), em função dos tratamentos. Tratamentos Itens Monensina Lasalocida Controle CV (%) CPB (g/dia) 154,44 a 167,21 a 162,53 a 10,52 CPB (%PV) 0,5507 a 0,5523 a 0,5655 a 4,02 CPB (g/kg PV0,75) 12,66 a 12,94 a 13,07 a 3,44 DIGPB (%) 79,65 a 76,76 a 76,93 a 5,54 Médias seguidas por letras minúsculas iguais na linha não diferem entre si pelo teste de SNK a 5% de probabilidade. A recomendação no NRC (2006), para animais em crescimento (quatro a oito meses) com ganho de peso de 250 gramas/dia, está na faixa de 122 a 133 g/dia de PB. O CPB apresentado neste trabalho foi maior que o recomendado no NRC (2006), sendo 154 a 167 g/dia de PB. Vários pesquisadores observaram aumento da digestibilidade aparente da proteína bruta com o emprego de ionóforos na dieta (Joyner et al., 1979; Rogers & Davis, 1982; Ricke et al., 1984; Galloway et al., 1993). Joyner et al (1979), trabalhando com 300 cordeiros em crescimento e diferentes níveis de monensina (5, 10, 20 e 30 ppm) na dieta, observaram aumento na digestibilidade de proteína bruta com o aumento de monensina. Por outro lado, Araújo (2005), trabalhando com ovelhas recebendo diferentes níveis (0, 25, 50, 75 mg/animal/dia) de monensina, não observaram diferença significativa na DIGPB, obtendo resultados semelhantes a outros 20 autores (Marounek et al., 1989; Pomar et al., 1989, Osborne et al., 2004;. Zinn et al. 1994) e também aos do presente trabalho. Um fator de influência na melhora da digestibilidade está relacionado à diminuição do consumo, que promove maior tempo de retenção dos alimentos no trato digestivo (Wedegaertner & Johnson, 1983; Medel et al., 1991).E este fato não foi observado no presente trabalho, em que se verificou níveis de ingestão de matéria seca semelhantes e, como conseqüência, pode se supor que as dietas experimentais apresentaram também cinética digestiva semelhantes, não havendo portanto, diferença significativa (P>0,05) na DIGMS (%) e DIGPB(%). 5.3 Consumo e digestibilidade da fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido Os resultados de consumo de fibra em detergente neutro (CFDN) e fibra em detergente ácido (CFDA) e da digestibilidade aparente de fibra em detergente neutro (DIGFDN) e fibra em detergente ácido (DIGFDA), estão apresentados na Tabela 4. Não foram identificadas diferenças significativas no consumo de FDN e FDA e também na digestibilidade de FDN e FDA (P>0,05). O resultados semelhantes de CFDN e CFDA entre os tratamentos se deve, principalmente ao fato de no presente trabalho os animais terem apresentado IMS semelhantes e também ao fornecimento de rações com a mesma composição química, diferindo somente quanto ao tipo de ionóforo ofertado. 21 TABELA 4. Valores médios de consumo de FDN e FDA em valores totais (g/dia) e em relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e da digestibilidade de FDN e FDA (DIGFDN e DIGFDA) e os coeficientes de variação (CV), em função dos tratamentos. Tratamentos Itens Monensina Lasalocida Controle CV (%) CFDN (g.dia-1) 301,03 a 317,47 a 320,31 a 14,40 CFDN (%PV) 1,07 a 1,06 a 1,13 a 18,02 CFDN (g/kg0,75) 24,70 a 24,75 a 26,04 a 16,20 CFDA (g.dia-1) 125,81 a 132,14 a 133,45 a 16,75 CFDA (%PV) 0,45 a 0,44 a 0,47 a 21,55 CFDA (g/kg0,75) 10,33 a 10,32 a 10,88 a 19,59 DIGFDN (%) 54,64 a 54,80 a 47,27 a 20,34 DIGFDA (%) 47,08 a 48,20 a 47,08 a 11,32 Médias seguida por letras minúsculas iguais na linha não diferem entre si pelo teste de SNK a 5% de probabilidade. Em similaridade a este trabalho, Oliveira (2003), não encontrou alterações na digestibilidade de FDN ao fornecer 28 mg de monensina/kg de MS consumida a ovinos castrados, mestiços Bergamácia x Santa Inês. Osborne et al. (2004), ao trabalharem com vacas holandesas multíparas, recebendo 22 mg de monensina/kg de MS, também não observaram efeito significativo na DIGFDN e DIGFDA. Da mesma forma, Zinn et al. (1994) não verificaram efeitos dos ionóforos sobre a DIGFDN e DIGFDA, independentemente do nível de fibra na dieta em bovinos. Entretanto Fluhart et al. (1999), Rodrigues et al. (2001) e McGinn (2004), evidenciaram aumento na DIGFDN e DIGFDA. Fluhart et al. (1999), 22 obtiveram aumento da DIGFDN na dieta de cordeiros que receberam lasalocida sódica e Rodrigues et al. (2001), ao trabalharem com ovinos adultos, mestiços da raça Santa Inês, também obtiveram melhora significativa na DIGFDN e na DIGFDA em rações com altas proporções de concentrados, mas houve diminuição em 6% em rações com proporções de concentrados médios. McGinn (2004) obtiveram aumento na DIGFDN e DIGFDA com a adição de 33 mg de monensina/kg de MS em rações de bovinos. O efeito dos ionóforos sobre a digestibilidade da fibra tem sido comumente explicado na literatura como sendo decorrente do menor consumo voluntário de alimentos (Rogers & Davis, 1982), do aumento do tempo de retenção da MS no rúmen (Ellis et al., 1983), da melhoria das condições ruminais (Branine & Galyean, 1990) ou do aumento do estímulo à ruminação (Knowlton et al., 1996). Apesar de vários autores relatarem que a utilização de ionóforos possa promover melhoria na digestibilidade do alimento, ainda que proporcionalmente reduzida, conforme Schelling (1984), as condições para melhoria na digestibilidade, ainda não estão totalmente elucidadas, podendo sofrer interferência de fatores como consumo voluntário de alimentos, enchimento ruminal e taxa de passagem, entre outros (Rodrigues et al., 2001). 5.4 Balanço de Nitrogênio Os resultados de consumo de nitrogênio (CN), excreção fecal de nitrogênio (EFN), excreção urinária de nitrogênio (EUN) e balanço de nitrogênio (BN), em g/animal/dia estão apresentados na Tabela 5. No presente trabalho não se encontrou diferença significativa (P>0,05) no CN, EFN, EUN e BN em função tratamentos. 23 TABELA 5. Valores médios de consumo de nitrogênio (CN), excreção fecal de nitrogênio (EFN), excreção urinária de nitrogênio (EUN), balanço de nitrogênio (BN) em g/animal/dia e os coeficientes de variação (CV), em função dos tratamentos. Tratamentos Itens Monensina Lasalocida Controle CV (%) CN 24,71 a 26,75 a 26,01 a 10,52 EFN 4,42 a 6,13 a 5,35 a 26,13 EUN 12,04 a 15,99 a 13,18 a 40,62 BN 8,25 a 4,63 a 7,48 a 67,94 Médias seguidas por letras minúsculas iguais na linha não diferem entre si pelo teste de SNK a 5% de probabilidade. A determinação do balanço de nitrogênio é útil para avaliar se o animal se encontra em equilíbrio nitrogenado e se, sob determinadas condições alimentares, ocorre ganho ou perda de N (Kolb, 1984). No presente trabalho observou-se que todos os tratamentos apresentaram BN positivo, indicando que os animais estavam sob condições alimentares de ganho de N. Numericamente os animais do tratamento com monensina apresentaram a maior retenção de N, seguido pelo tratamento controle e posteriormente o tratamento com lasalocida, porém estes resultados não apresentam diferença significativa (P>0,05). O consumo de nitrogênio (CN) foi semelhante (P<0,05) entre os tratamentos, possivelmente e, decorrência das rações experimentais terem sido iguais, diferindo somente quanto ao tipo de ionóforo ofertado. Além disso, a IMS também foi semelhante entre os tratamentos. Salvador (2007) relatou que a igualdade verificada entre as excreções fecais é fato bastante comum em avaliações de balanços de nitrogênio. Van 24 Soest (1994) afirmou que as perdas fecais de nitrogênio são menos flexíveis que as urinárias e que correspondem em média a 0,6% do total de MS ingerida e entre 3 a 4% do total de PB ingerida. Neste estudo, a excreção fecal média de N para cada tratamento (Monensina, Lasalocida e Controle) em relação a % de MS foi próxima aos valores relatados por Van Soest (1994), sendo (0,46; 0,6; 0,54% da MS e 2,86; 3,66; 3,29% da PB ingeridas, respectivamente). Chalupa et al. (1970) relataram que maiores excreções nitrogenadas via urina são decorrentes de excesso de N solúvel na dieta ou da ineficiência no aproveitamento deste pelos microrganismos ruminais, principalmente quando em condições de excessos de PB ou do uso excessivo de fontes de NNP na dieta. No presente trabalho, a dieta continha de 1,4% de uréia, promovendo maior nível de excreção de N pela via urinária. Porém, deve se ressaltar que os animais do tratamento com monensina, apresentaram menor excreção de N pelas fezes e urina e maior balanço de N, mas estes não diferem estatisticamente (P>0,05) do observado nos animais do tratamento controle ou dps que receberam lasalocida. Os resultados do presente trabalho se assemelha aos resultados de Lee et al. (1990), que ao fornecerem a caprinos nativos da Coréia, monensina (0, 22 ou 33 mg/kg), não observaram alteração na retenção de nitrogênio nos animais que receberam monensina. Patil & Honmode (1994), ao administrarem monensina (0, 11 e 22 mg/kg) a cordeiros da raça Malpura em pastejo e suplementados com concentrado, verificaram que a retenção de N foi maior nos animais que receberam 22 mg de monensina, seguidos daqueles que receberam 11 e 0 mg. Plaizier et al. (2000), ao fornecerem monensina em cápsula de liberação controlada a vacas leiteiras pós parto, observaram que a monensina aumentou a digestibilidade aparente do nitrogênio e melhorou o balanço de nitrogênio de 77,8 para -44,9 g/dia. Aumento na digestibilidade aparente do nitrogênio e redução na perda de nitrogênio fecal também foram relatados por Ruiz et al. 25 (2001) ao fornecerem monensina (350 mg/vaca/dia) a vacas leiteiras alimentadas com rações à base de forragem fresca No entanto, Gado (1997), ao fornecer monensina (0, 20 e 40 mg /cabeça/dia) para cabritos, verificou menor retenção de nitrogênio nos animais sob suplementação. Menor retenção de N foi também verificada por Oliveira (2003) em ovinos 26 6 CONCLUSÃO A utilização de ionóforos na alimentação de cordeiras, não influenciou o consumo de nutrientes (MS, PB, FDN, FDA), a digestibilidades destas frações e o balanço de nitrogênio. A forma de fornecimento dos ionóforos aos animais e o fato de os animais já estarem adaptados ao fornecimento dos ionóforos, podem estar relacionados a não alteração no consumo, digestibilidades e o balanço de nitrogênio. 27 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRICULTURAL AND FOOD RESEARCH COUNCIL. 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