História Global
Autora:
Cristina Martins. Nutricionista pela Universidade Federal do Paraná. Doutora em Ciências Médicas – Nefrologia
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mestre em Nutrição Clínica pela New York University; Dietista
Registrada pela American Dietetic Association; Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Paraná;
Especialista em Nutrição Renal pela American Dietetic Association; Especialista em Suporte Nutricional Enteral e
Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral; Coordenadora do Setor de Nutrição da Clínica
de Doenças Renais de Curitiba e da Fundação Pró-Renal Brasil; Diretora Geral da NUTRO Soluções Nutritivas e Diretora
Acadêmica e de Produção do Instituto Cristina Martins de Educação em Saúde.
Copyright© 2008 by Instituto Cristina Martins
Revisão: 2011
Projeto Gráfico e Diagramação: Simone Luriko Saeki
Todos os direitos reservados. É permitida uma (01) cópia impressa deste material exclusivamente para o aluno
matriculado neste curso.
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História Global
Cristina Martins
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Após a leitura deste capítulo, você deverá estar apto a:
yy Citar, pelo menos, cinco componentes da história global relacionada à nutrição.
yy Identificar o objetivo do Questionário SF-36.
yy Citar, pelo menos, cinco componentes da história socioeconômica relacionada à nutrição.
yy Desenvolver cinco perguntas pertinentes à história socioeconômica relacionada à nutrição.
yy Citar, pelo menos, cinco componentes da história clínico-cirúrgica relacionada à nutrição.
yy Desenvolver, pelo menos, cinco perguntas relacionadas à história gastrintestinal.
yy Descrever, pelo menos, cinco questões relacionadas à história de medicamentos.
yy Citar, pelo menos, cinco alterações nutricionais e metabólicas que podem ser induzidas por medicamentos.
yy Citar, pelo menos, cinco aspectos relacionados à história nutricional.
yy Reconhecer fichas de coleta de dados da história global.
3
PROBLEMATIZAÇÃO - ESTUDO DE CASO
M.N.D., sexo masculino, 62 anos de idade, foi admitido ao pronto-socorro e internado
pela clínica médica de um grande hospital local. Sua queixa principal é fraqueza generalizada
há vários dias, acompanhada de fortes dores no peito. Refere que vive com a esposa e cinco
filhos em uma casa, situada na periferia. O paciente relata que está desempregado há dois
anos. A família depende do salário da esposa, que trabalha como faxineira. Relata ser fumante
de uma carteira de cigarro por dia há 30 anos. Nega o uso de qualquer medicamento, assim
como de bebidas alcoólicas. Nega alergias ou intolerâncias alimentares. O paciente relata
que não possuem muito dinheiro para a alimentação e fazem compras em uma pequena
mercearia próxima a sua casa. Cita que seu peso usual era de 70kg durante muito tempo.
Porém, há aproximadamente um mês, começou a perder peso. Peso atual = 64kg. Refere
não ter nenhum apetite nos últimos dias. Em avaliação médica, o paciente é diagnosticado
com broncopneumonia.
1.
2.
3.
4.
5.
4
Qual é a queixa principal do paciente?
No caso analisado, quais são os componentes da história socioeconômica do paciente?
Quais são os componentes da história clínica desse indivíduo?
Quais são os componentes da história nutricional dele?
No caso apresentado, quais dados da história relacionada à nutrição, você acha que
poderiam ser melhor investigados? Elabore três perguntas adicionais que poderiam ser
feitas ao paciente.
História Global
INTRODUÇÃO
A
avaliação do estado nutricional de indivíduos
e coletividades envolve um processo, uma
sequência de eventos. A história focada em
nutrição é parte da avaliação, juntamente com o exame
físico, medidas corporais e testes laboratoriais (Fig. 1). A
história é o início do processo. Por meio dela, os dados
fornecem detalhes passados (pregressos) e presentes do
indivíduo. O objetivo é auxiliar no diagnóstico nutricional.
A história fornece dados subjetivos vindos do
indivíduo, de sua família, dos cuidadores e/ou de outros
profissionais da saúde. Ela identifica as deficiências
nutricionais no momento da avaliação. É útil, também,
no acompanhamento de cada fase do cuidado do
indivíduo. Os componentes da história podem ajudar a
avaliar, por exemplo, se o indivíduo compreende, tolera
e é aderente às intervenções nutricionais. Também, a
história pode fornecer dados das causas envolvidas no
problema nutricional.
Por meio da história, são coletadas informações
essenciais que revelam deficiências, excessos ou
interferências na aquisição, preparo, ingestão, absorção
e metabolismo de nutrientes. Ela investiga aspectos
fisiológicos, psicológicos, sociais, culturais e econômicos
do indivíduo. Enfim, os componentes nutricionais da
história da saúde geral do indivíduo fornecem dados
úteis para identificar problemas.
Para a maioria das populações, aproximadamente
80% das informações sobre o estado nutricional vêm da
história (1, 2).
HISTÓRIA GLOBAL COMPONENTES E BASES
A história relacionada à nutrição alerta o avaliador
sobre alterações de macro e micronutrientes, ou do
estado de hidratação. Ela é coletada, incluindo os
seguintes componentes: dados demográficos, queixa
principal, enfermidades presentes e passadas, saúde
atual, história familiar (genética), história alimentar,
estado socioeconômico, estresse pessoal e condição
psicológica, entre outros. Dados mais específicos
incluem relatos de cirurgia ou trauma recente,
presença de doenças crônicas ou de má absorção,
perda/ganho de peso recente, não intencional, de
10% ou mais do peso usual, sintomas gastrintestinais,
uso de medicamentos que interagem com nutrientes,
problemas de mastigação e deglutição, e diminuição
da ingestão alimentar. O Quadro 1 mostra os principais
componentes da história global.
Um questionário específico para problemas
gastrintestinais está demonstrado no Quadro 2.
Perguntas específicas nessa área são: “como está o
seu apetite?”, “tem náuseas, vômitos ou saciedade
precoce?”, “apresenta diarreia ou intestino preso?”,
“tem queixa de dormência dos dedos?”, “apresenta
inflamação na língua, lábios ou olhos?”, “apresenta
feridas na pele ou infecções crônicas?”. Também,
podem ser endereçadas perguntas sobre o uso
de medicina alternativa ou complementar (ervas,
medicamentos homeopáticos, acupuntura, ímãs,
suplementos de vitaminas, minerais e/ou aminoácidos).
ENTREVISTA
Fig. 1 História como parte da avaliação do estado nutricional.
A abordagem tática investigativa da história
relacionada à nutrição é a entrevista. Esta permite que o
avaliador obtenha informações essenciais, objetivando o
desenvolvimento do plano de cuidado nutricional. Muitas
vezes, informações importantes podem ser subestimadas
quando não é obtida a história nutricional completa. A
importância e a necessidade do desenvolvimento de
técnicas efetivas para a coleta da história são, muitas
vezes, subestimadas pelos profissionais da área. Toda
a história é baseada em dados subjetivos, expostos
por um indivíduo e interpretados por um profissional.
Portanto, o sucesso do método está inteiramente
baseado nas habilidades de comunicação e relação
interpessoal do observador. Para isso, a experiência é
5
Quadro 1 Componentes da história global relacionada à nutrição
Componente
Descrição
Dados Demográficos
yy Nome, idade, sexo, data de nascimento, endereço, ocupação, local de trabalho, plano de saúde, data da
entrevista, nome do profissional
Queixa Principal
yy Citação subjetiva do paciente sobre o problema de saúde, incluindo início e duração, ou razões para a procura
do cuidado
História de Saúde Oral
yy
yy
yy
yy
yy
História Familiar
yy Doenças ambientais ou fatores predisponentes à condição atual
yy Desordens genéticas e familiares que podem afetar o estado nutricional: doença cardiovascular, Crohn,
diabetes, distúrbios gastrintestinais, diabetes, osteoporose, câncer, anemia falciforme, alergias, intolerâncias
alimentares, obesidade, demência
História de Atividade
Física
yy
yy
yy
yy
yy
História Psicológica/
Psiquiátrica
Ausência de dentes, próteses mal fixadas
Dificuldade de mastigação, salivação e deglutição
Alimentos que não podem ser ingeridos
Dor na cavidade oral quando ingere alimentos
Inflamação e feridas na cavidade oral e lábios
Nível de atividade física diária
Ocupação: tipo/horas por semana, gasto energético
Programa de exercício físico (duração, intensidade, frequência, horários, tipo)
Sono: qualidade e horas por dia
Deficiências físicas
yy
yy
yy
yy
Mecanismos de reação ao estresse; autoconceitos, apoio social
Depressão, psicose
Estresse ou trauma recente não usual: família, emprego
História de distúrbios alimentares (bulimia, anorexia nervosa, pica): ideias irracionais sobre os alimentos,
alimentação e peso corporal
yy Interesse dos pais quanto à alimentação da criança
yy Grau de interesse pelos alimentos
Fonte: adaptado de Hammond, 2003 (1)
essencial.
Para assegurar a comunicação efetiva, devem ser
usadas, de maneira apropriada, abordagens verbais e
não verbais. É essencial, na entrevista, o estabelecimento
de uma relação estreita, juntamente com empatia e
aceitação. As diferenças culturais são importantes de
ser reconhecidas e respeitadas. Os componentes dos
valores culturais incluem as crenças religiosas, rituais,
símbolos, linguagem, práticas alimentares, estilos de
comunicação, educação e raça (1). É importante, para
o profissional da saúde, estar consciente das diferenças
na cultura. Isso porque cada indivíduo tem uma visão
diferente do que significa saúde, bem-estar e doença.
E como esses podem afetar os resultados do cuidado
nutricional!
Uma primeira entrevista leva, em média, trinta minutos
para ser completada. O controle e a organização passo a
passo são importantes de ser completados no intervalo
apropriado. A privacidade e o mínimo de interrupções
são, também, essenciais para a boa entrevista. Deve
ser evitado, por exemplo, o uso de terminologias
técnicas e médicas complicadas. O avaliador deve evitar
comentários estereotipados, como “isso é para o seu
próprio bem”. E não rejeitar, aprovar, discordar ou dar
conselhos durante a entrevista (3, 4).
6
Em pesquisas, por exemplo, o examinador
deve estabelecer um “termo de consentimento” e
confidencialidade com o indivíduo. E deve dizer à pessoa
quanto tempo a entrevista irá durar.
HISTÓRIA DA QUALIDADE DE VIDA
O objetivo de qualquer dieta, ou intervenção
nutricional, é manter ou melhorar a qualidade de vida.
Mas deve manter os princípios da ingestão adequada
de nutrientes. Portanto, um dos principais aspectos da
história global relacionada à nutrição é a investigação
da qualidade de vida e da condição funcional dos
indivíduos.
Uma das ferramentas mais utilizadas para avaliar
qualidade de vida é o Questionário de Pesquisa da
Saúde SF-36 (veja Apêndice 1, ao final deste capítulo).
Esse questionário é um conjunto de 36 perguntas curtas
(5). Ele foi desenvolvido para uso na prática clínica,
pesquisa geral da população e para avaliações de
regulamentos governamentais. O conjunto de perguntas
foi derivado de outro questionário mais extenso,
contendo 149 questões (6). O SF-36 inclui uma escala
de itens múltiplos que avalia oito conceitos da saúde:
1) limitações nas atividades físicas devido a problemas
de saúde; 2) limitações nas atividades sociais devido
História Global
Quadro 2 Modelo de questionário para história gastrintestinal
yy Você tem dificuldade para comer? Para deglutir?
yy Qual é a sua função intestinal usual (frequência e consistência das evacuações)?
yy Você já teve alguma doença gastrintestinal (úlcera, hérnia de hiato, colite, etc.)?
yy Você tem alguma doença crônica?
yy Que medicamentos você toma (vitaminas ou medicamentos com potencial para interação droga-nutriente)?
yy Você toma suplementos alimentares orais? Por quê? Qual(is), quanto e com que frequência? São bem tolerados?
yy Você é alérgico a algum medicamento ou alimento?
a problemas físicos ou emocionais; 3) limitações nas
atividades usuais de rotina devido a problemas de
saúde física; 4) dores no corpo; 5) saúde mental geral
(alterações e bem-estar psicológico); 6) limitações nas
atividades de rotina devido a problemas emocionais;
7) vitalidade (energia e fadiga); e 8) percepções gerais
da saúde. O questionário foi montado para ser autoaplicado para pessoas acima de 14 anos. Ele pode
ser administrado pessoalmente por um entrevistador
treinado, por meio do correio, telefone ou internet
(5, 7). A ferramenta foi validada, para aceitação e
confiabilidade, para diferentes populações (6, 8-11).
O SF-36 foi considerado um bom instrumento para
medir a percepção de saúde da população em geral.
Portanto, ele é simples de usar, aceitável aos indivíduos
e preenche os critérios de confiabilidade e validade.
De maneira mais direcionada, instrumentos de
qualidade de vida relacionados à dieta têm sido
validados para populações específicas, como diabéticos
(12). A sobrecarga e a dificuldade sentida para
aderir restrições alimentares, assim como o conflito
de manter atividades sociais, entre outros fatores,
podem ter grande influência na qualidade de vida
desses indivíduos. No instrumento de Sato et al (12),
desenvolvido para diabéticos, sete subescalas foram
adotadas na validação do instrumento: “satisfação
com a dieta”, “sobrecarga com a dietoterapia”,
“méritos percebidos da dietoterapia”, “percepção geral
da dieta”, “restrição das funções sociais”, “vitalidade”
e “saúde mental”.
Na coleta de dados da história da qualidade de
vida, a avaliação da capacidade funcional também
é de interesse. O Apêndice 2 mostra um modelo
de questionário sobre atividades da rotina diária,
com o objetivo de avaliar a capacidade funcional
dos indivíduos.
HISTÓRIA SOCIOECONÔMICA
A história socioeconômica contém informações
sobre as condições de moradia, sistema de apoio social,
acesso ao cuidado médico, capacidade de comprar e
preparar alimentos, práticas religiosas, assim como
o envolvimento em grupos de apoio. A compreensão
do passado social permite que o avaliador adapte o
plano de cuidado nutricional para melhor alcançar
as necessidades do indivíduo. O Quadro 3 contém os
componentes detalhados da história socioeconômica.
HISTÓRIA DA ATIVIDADE FÍSICA
Atividade física engloba os movimentos corporais
usuais de um indivíduo. A coleta de dados sobre a
atividade física tem o objetivo principal de avaliar a
demanda nutricional, assim como o risco de doenças
cardiovasculares. Portanto, devem ser incluídos, nessa
avaliação: a presença de deficiências e a condição
física do indivíduo, sua capacidade de executar
atividades de rotina (Apêndice 2), a demanda física
exigida pela profissão, a qualidade e duração do
sono, e programas de exercício físico (tipo, duração,
intensidade, frequência e horários).
O padrão de atividade física pode ser avaliado
por meio de questionários. O Minnesota LeisureTime Physical Activity Questionnaire (Questionário
de Atividade Física de Lazer de Minnesota) é um
dos instrumentos muito utilizados em estudos para
avaliar o gasto energético nessas modalidades (14). O
questionário consiste de uma lista de 63 atividades
esportivas, recreacionais, de quintal e em ambiente
interno. No questionário, o entrevistador pergunta se
o entrevistado realizou a atividade em um determinado
período (ex.: últimos 12 meses). O entrevistador
pergunta o período, a frequência e a duração de
cada atividade realizada. Um exemplo de parte desse
questionário está demonstrado no Apêndice 3, no
final deste capítulo. Também, é apresentada uma
lista completa de atividades, com seus códigos de
intensidade. O instrumento foi desenvolvido para
7
Quadro 3 Componentes da história socioeconômica
Condição Econômica
yy
yy
yy
yy
yy
yy
Condição de emprego: renda, frequência e duração; mudanças
Renda de: seguro social, ticket alimentação
Tipo de plano de saúde
Quantidade de dinheiro reservado para alimentação (por semana ou mês)
Percepção do indivíduo com relação à adequação em encontrar as necessidades alimentares
Eligibilidade para os programas sociais de suplementação de alimentos
yy
yy
yy
yy
yy
Tipo de moradia (casa, apartamento, cômodo ou outro)
Onde reside (residência de grupo, cuidado especializado, prisão, sem teto)
Com quem reside (sozinho, membros da família, cuidador, outros)
Localização da moradia (região urbana/rural)
Exposição a meio ambiente de risco
yy
yy
yy
yy
Membros da família
Amigos
Atividades sociais
Acesso ao cuidado médico (SUS, convênios de saúde)
yy
yy
yy
yy
Perda de emprego
Morte de membro da família
Cirurgia, trauma
Nível de estresse diário
yy
yy
yy
yy
yy
Exercício (sedentário, moderadamente ativo, muito ativo)
Limitado ao leito ou à casa
Capacidade de executar atividades de vida diária
Tremores (ex.: Parkinson), convulsões
Postura
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
Quem compra e prepara/capacidade para preparar alimentos
Instalações para preparo das refeições (cozinha completa, marmita, micro-ondas)
Aquisição de alimentos (mercearia, supermercado, restaurantes, cantinas, lanchonetes, lojas de conveniência)
Condições de armazenamento, refrigeração e preparo de alimentos (geladeira, fogão; condição desses)
Práticas alimentares religiosas/culturais
Participação em grupos de apoio (controle de peso, abuso de substâncias)
Nutrição por sonda/parenteral em domicílio/cuidado de enfermagem
Condição de Moradia
yy Fumo
yy Uso ou abuso de álcool/drogas
Apoio Social e Médico
História de Crise Recente
Nível de Atividade
Preparo das Refeições
Outros
Fonte: adaptado de Charney e Malone, 2004 (13)
Quadro 4 Componentes da história clínica/cirúrgica relacionada à nutrição
Descrição
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
yy
Queixa principal detalhada, relacionada à nutrição
Dor ou desconforto
Uso de medicamentos
Abuso de substâncias, atual e passada: fumo, drogas
Padrão de sono
Enfermidades, traumas, problemas de saúde passados e atuais
Enfermidades agudas ou crônicas (ex.: diabetes, insuficiência renal, hipertensão)
Presença de infecções, febre
Presença de feridas abertas, fístulas/abscessos, ostomias
Alergias: meio ambiente, medicamentos
Sistemas: anormalidades, dificuldades, dor em: pele, sistema respiratório, cardiovascular, hematológico, vascular periférico, gastrintestinal,
genito-urinário, endócrino, muscular
yy Condição funcional: mudanças recentes
yy Cirurgias: há quanto tempo, localização, complicações; ressecção ou reconstrução do trato gastrintestinal, amputações de membros,
transplante de órgãos
yy Tratamentos médicos: diálise, quimioterapia, radioterapia, ventilação mecânica
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História Global
ser autoadministrado. Um entrevistador treinado
gasta, em média, 20 minutos por indivíduo para
preencher informações mais detalhadas para cada
atividade marcada. A lista de atividades foi baseada,
predominantemente, em homens americanos de
meia idade e classe média. Portanto, pode não cobrir
cada indivíduo e todas as populações do mundo.
Em geral, o formato parece útil para a maioria
dos indivíduos. De forma clássica, a classificação
genérica da atividade física, ocupacional e de laser,
tem sido: leve, moderada ou pesada. O Questionário
de Atividade Física de Lazer de Minnesota considera
“leve” somente aquela atividade com código de
intensidade igual ou abaixo de 4,0; “moderada” com
código de 4,5 a 5,5. E “pesada” como a soma de
todas as atividades com código de intensidade igual
ou maior que 6,0 (14).
HISTÓRIA CLÍNICA/CIRÚRGICA
A história clínica e cirúrgica do indivíduo deve
ser revisada, detalhadamente, para permitir a
identificação de fatores que podem estar relacionados
com o estado nutricional. Para isso, é importante a
compreensão da patofisiologia de vários estados de
doença, enfermidades, cirurgias e interações fármaconutrientes. O Quadro 4 inclui componentes da história
detalhada clínica e cirúrgica relacionada à nutrição.
As consequências nutricionais potenciais após
cirurgias gastrintestinais devem ser conhecidas, pelo
entrevistador, para melhor direcionar o processo de
coleta da história e para realização mais efetiva da
intervenção. O Quadro 5 apresenta as consequências
que podem ser esperadas de acordo com a localização
e tipo de cirurgia realizada.
Quadro 5 Consequências nutricionais de cirurgias gastrintestinais comuns*
Localização
Consequências Potenciais
Esôfago
Ressecção/
Substituição
Levantamento
gástrico
Interposição do
cólon
yy Perda de peso devido à ingestão inadequada
yy Perda de proteínas devido ao catabolismo aumentado
yy Pode requerer nutrição enteral/parenteral até que a ingestão oral se torne adequada
yy Dieta antidumping: pode causar má absorção de gordura/vitaminas lipossolúveis, açúcares simples e vários
outras vitaminas e minerais
yy Saciedade precoce devido à capacidade diminuída de reserva (levantamento gástrico)
Estômago
Gastrectomia
parcial/
vagotomia
yy Saciedade precoce devido à capacidade reduzida de armazenamento
yy Esvaziamento gástrico retardado de sólidos devido à estase
yy Esvaziamento rápido de líquidos hipertônicos
Bypass gástrico
yy Desnutrição calórico-proteica por má absorção devido ao dumping; indisponibilidade de ácidos biliares e
enzimas pancreáticas devido a mudanças anastomóticas
yy Formação de bezoar**
yy Má absorção de vitaminas (hidrossolúveis: folato, vitaminas B12, C, B1, B2, piridoxina) e minerais
Gastrectomia
total
yy Perda de peso devido ao dumping/má absorção, saciedade precoce, anorexia, ingestão inadequada,
indisponibilidade de ácidos biliares e enzimas pancreáticas devido a mudanças anastomóticas
yy Má absorção pode levar a anemia, doença óssea metabólica, desnutrição calórico-proteica
yy Formação de bezoar**
yy Deficiência de vitamina B12 devido à falta do fator intrínseco
Intestino
Proximal
yy Má absorção de vitaminas (A e D) e minerais (Ca, Mg, Fe)
Distal
yy Desnutrição calórico-proteica devido à má absorção
yy Má absorção de gorduras
yy Crescimento bacteriano excessivo, especialmente se houver ressecção da válvula ileocecal
* As consequências podem ocorrer somente em caso de processo extensivo da doença e da ressecção.
** Espécie de cálculo; massa composta principalmente de alimentos, que aumenta de tamanho por agregação; encontrada no trato gastrintestinal,
usualmente no estômago. Ainda não está bem esclarecido como se forma, mas parece ser a contribuição de vários fatores, como: mastigação
insuficiente, hipocloridria, motilidade inadequada e história de cirurgia gástrica.
Fonte: adaptado de Charney e Malone, 2004 (13)
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Quadro 6 Componente da história de medicamentos relacionada à nutrição
Descrição
yy Medicamentos atuais, prescritos ou não: tipo, dose, horários, tempo de início, razão para o uso
yy Percepção do paciente quanto a efeitos colaterais dos medicamentos utilizados
yy Uso atual ou recente de esteroides, imunossupressores, quimioterápicos, anticonvulsivantes, contraceptivos orais e outros
medicamentos com interações fármaco-nutrientes conhecidas
Quadro 7 Alterações nutricionais e metabólicas induzidas por fármacos
yy
yy
yy
yy
Alteração do Paladar
Agentes quimioterápicos (carboplatina, cisplatina, etoposida, interferon-alfa, teniposida)
Paladar metálico: captopril, metronidazol (Flagil®)
Sulfonilureias
Disulfiram
Alterações no Apetite
yy Aumentado: esteroides, megestrol, andrógenos, benzodiapinas, anti-histamínicos, fenotiazinas, sulfonilureias
yy Diminuído: antibióticos, antineoplásicos, anticonvulsivantes, levodopa, tiazidas, fluoxetina, anfetaminas, supressores de apetite para
perda de peso
Boca seca
yy Radioterapia, diuréticos, anti-histamínicos, antidepressivos tricíclicos, fármacos semelhantes à atropina
yy Antibióticos, tiazidas, agentes quimioterápicos
Náuseas/Vômitos
Diarreia
yy Antibióticos, fármacos contendo magnésio, medicamentos hiperosmolares, medicamentos contendo sorbitol, agentes pró-cinéticos,
catárticos, colinérgicos, lactulose, neomicina
yy Barbituratos, opiatos (morfina, codeína)
Obstipação
Fonte: adaptado de Charney e Malone, 2004 (13)
HISTÓRIA DE MEDICAMENTOS
É comum que os indivíduos tomem vários
medicamentos, prescritos ou não, incluindo terapias
alternativas e fitoterápicas. Os alimentos e os fármacos
podem interagir de várias formas, que podem
interferir com a absorção do medicamento e sua
eficácia. Frequentemente, os componentes ativos de
fitoterápicos não são conhecidos e podem causar
prejuízos quando tomados com outros medicamentos.
Vários fármacos podem, também, interferir com
a ingestão, digestão e absorção de nutrientes. Os
indivíduos em maior risco para interações fármaconutrientes são aqueles que recebem medicamentos
múltiplos, o doente crônico e o idoso (15). O Quadro 6
apresenta os principais componentes da história com
enfoque em medicamentos.
O Quadro 7 mostra uma lista de sintomas nutricionais
que podem ser induzidos por alguns medicamentos.
Também, no Apêndice 4, no final deste capítulo,
encontra-se um quadro mais completo das interações
fármaco-nutrientes potenciais.
HISTÓRIA NUTRICIONAL
10
O objetivo da história nutricional é obter informações
sobre os fatores correlacionados ao metabolismo dos
nutrientes e às condições envolvidas diretamente com
a nutrição.
Na história nutricional, são coletados o peso usual e
as perdas ou ganhos ponderais recentes. Por exemplo,
a perda de peso não intencional maior que 10% nos
últimos três meses é considerada grave. Também,
dados são coletados sobre o apetite, as dificuldades
de mastigação, deglutição e sobre a capacidade de
autoalimentação. Dados sobre intolerâncias e alergias
alimentares também podem ser incluídos. Além disso,
devem ser coletadas informações sobre os sintomas
gastrintestinais e função intestinal, como náuseas,
vômitos, diarreia e obstipação. Alguns componentes da
história nutricional estão listados no Quadro 8.
A qualidade, a quantidade e a cor das fezes são
informações importantes para a avaliação da função do
trato gastrintestinal. É crucial obter a história detalhada
do padrão das evacuações antes de recomendar a
intervenção alimentar adequada. Embora alguns dos
pacientes e cuidadores se sintam desconfortáveis ao
descrever as características e padrão das evacuações,
é importante que o profissional da saúde pergunte
diretamente e, detalhadamente, sobre o assunto.
História Global
Quadro 8 Componentes da história nutricional
• Mudanças recentes no apetite e na alimentação: característica da mudança, razão (ex.: alterações no paladar, olfato, mastigação,
deglutição, estado mental, habilidade de preparar refeições, presença de sintomas gastrintestinais e outros)
• Nível de saciedade
• Mudanças recentes de peso corporal intencional ou não intencional (perda ou ganho): quantidade, tempo, razão provável na
percepção do paciente
• Peso usual
• Condição de apetite, atual e pregressa: aumento, bulimia, redução, anorexia.
• Deformidades físicas, descritas pelo paciente, que interferem na aquisição, preparo, mastigação ou deglutição dos alimentos
• História gastrintestinal (localização, intensidade, gravidade, duração, padrão de horário, fatores desencadeantes e atenuantes,
e frequência): doenças, cirurgias, sintomas (dor e/ou distensão abdominal, náuseas, vômitos, obstipação, flatulência, diarreia,
esteatorreia, azia, refluxo gastrintestinal)
• Disfagia
As fezes normais são formadas a partir de um
sistema complexo de digestão e absorção. O processo
começa quando os líquidos, os nutrientes e as partes
de alimentos deixam o estômago e entram no intestino
delgado. A formação das fezes acaba quando os produtos
não absorvidos entram no reto e estão prontos para ser
eliminados.
A cor das fezes é, normalmente, marrom-clara ou
escura. As fezes dos bebês são, geralmente, amarelas e
mudam para marrom, aproximadamente, aos seis meses
de idade. A cor das fezes é atribuída, primariamente, aos
pigmentos biliares, originados da quebra da bilirrubina e
de outros produtos da bile, eliminados nas evacuações.
Ocasionalmente, a cor normal das fezes pode variar de
acordo com a ingestão de certos alimentos. Por exemplo,
a ingestão de grandes quantidades de carne vermelha
pode escurecer as fezes (16). A ingestão de espinafre e
de outras hortaliças ricas em clorofila pode resultar em
fezes verde-escuras. A ingestão da beterraba resulta em
fezes vermelhas. Nesse caso, a cor pode ser confundida
com a presença de sangue nas fezes. A ingestão de
suplementos orais de ferro resulta em fezes pretas. E os
testes de bário podem causar fezes branco-leitosas (16).
A coloração vermelho vivo ou escuro das fezes pode
refletir sangramento gastrintestinal ou perda rápida de
sangue. A passagem mínima ou lenta de sangue, através
do trato gastrintestinal, causa fezes escuras e soltas.
E podem indicar possíveis sangramentos do esôfago,
estômago ou duodeno. No caso de obstrução biliar ou
dano hepatocelular, a bile não é liberada para o duodeno.
Nesse caso, os produtos finais, incluindo pigmentos, não
são eliminados pelas fezes. A ausência de tais pigmentos
resulta em fezes claras e acinzentadas. Algumas
diarreias infecciosas, incluindo as causadas por rotavírus
e Salmonella, resultam em fezes verdes. O Quadro 9
fornece um resumo das características anormais das
fezes.
A frequência normal dos movimentos intestinais pode
variar de três vezes ao dia a três vezes por semana (16).
E o volume de até 200g por dia é considerado normal
para crianças e adultos.
A consistência reflete a capacidade dos sólidos
insolúveis segurarem a água presente nas fezes. O maior
componente das fezes é a água, que compreende 60%
a 85% do peso delas. A Escala de Bristol (veja modelo
em inglês em http://www.ibsgroup.org/bristolstool)
é um recurso visual e descritivo da consistência das
fezes. Nessa escala, as fezes são classificadas em sete
categorias. As fezes normais são representadas pelos
Tipos 3 e 4 (16). A diarreia, pelos Tipos 5, 6 e 7. E a
obstipação é representada pelos Tipos 1 e 2.
A obstipação é definida como a “dificuldade de
defecação, caracterizada pela não frequência ou por
evacuações dolorosas, duras ou incompletas” (16). A
ingestão baixa de fibras e/ou de líquidos pode causar
a obstipação. Além disso, as doenças que alteram
a motilidade intestinal podem levar à obstipação. O
problema produz fezes com formato irregular, duras ou
em pedaços pequenos e duros. A obstipação grave, ou
impactação, pode apresentar fezes aquosas ou líquidas
devido ao fato de alguns pedaços não conseguirem
passar pela porção do cólon, que tem presença de
fezes impactadas. A avaliação das causas da obstipação
direciona as recomendações para o uso, ou não, de
fibras, probióticos, prebióticos e/ou laxantes.
Por outro lado, a diarreia também é um problema
gastrintestinal comum em algumas populações. E pode
ter reflexos nutricionais graves. Por isso, a descrição
acurada das evacuações é ponto fundamental da
avaliação nutricional. Porém, a compreensão do que
significa diarreia é comprometida pelas discrepâncias nas
definições. Uma definição comum é a de “evacuações
frequentes e líquidas”. Porém, o que significa “frequente”
pode variar muito. De fato, existem mais de 14 diferentes
definições para a diarreia (17). A definição mais aceita
é a classificação de três ou mais evacuações moles ou
11
líquidas por dia. Outra definição comum para adultos
e crianças, porém mais complexa, é o peso das fezes
maior que 200g em 24h (16).
As diferenças significativas nas características das
diarreias osmóticas, secretórias ou inflamatórias devem
direcionar os profissionais em suas recomendações
quanto ao jejum ou não, à eliminação de nutriente
especifico, à análise da influência de medicamentos e à
progressão da dieta.
A má absorção de carboidratos, que é um tipo de
diarreia osmótica, produz fezes líquidas e soltas que,
geralmente, são explosivas e podem ser acompanhadas
por cólicas e desconforto abdominal. Esse tipo de diarreia
responde ao jejum ou à eliminação do nutriente mal
absorvido. A má absorção significativa de gordura resulta
em fezes de grande volume, gordurosas, espumantes
e, frequentemente, mas não sempre, flutua. Esse tipo
de diarreia também responde ao jejum ou à eliminação
da gordura da dieta. Já a diarreia secretória é aquosa
e não responde ao jejum. Na diarreia inflamatória, a
secreção combina com a má absorção, produzindo fezes
sanguinolentas e contendo muco. Elas são, geralmente,
soltas a líquidas. Esse tipo de diarreia pode responder
um pouco ao jejum, mas não se resolve com ele.
Embora o monitoramento da frequência das fezes
seja relativamente fácil, a avaliação do peso e da
consistência é mais desafiadora. Para isso, é necessária
a coleta completa das amostras. Além ser dificultada pela
presença de urina, o procedimento não é prático para
a rotina. Por isso, usualmente, é feita uma estimativa
visual para caracterizar a excreção fecal.
O Gráfico de Fezes de King (King’s Stool Chart) tem
sido proposto como método acurado, conveniente e válido
para caracterizar a excreção fecal e classificar a diarreia
(18, 19). A ferramenta, apresentada no Apêndice 5,
compreende descritores de peso e de consistência das
fezes. Também, apresenta um sistema de classificação
da diarreia. O gráfico compreende três categorias
de peso fecal (<100g, 100-200g, >200g) e quatro
categorias de consistência das fezes (dura e formada,
macia e formada, mole e não formada, e líquida). Esses
resultados estão combinados em 12 categorias de peso
e consistência fecal. Para a caracterização, pode ser
utilizado o descritor verbal ou as figuras do gráfico.
Cada categoria está colocada em código alfabético.
O que auxilia no registro e na comunicação. A frequência
fecal é incorporada no registro do código de cada
evacuação. Além disso, cada categoria tem uma
pontuação. Isso possibilita o cálculo do resultado fecal
diário, a partir da somatória de todos os pontos daquele
dia. As pontuações têm diferentes pesos. Dessa forma,
o aumento na frequência fecal sozinha resulta em
pontuação mais alta do que a mudança somente na
consistência. Por sua vez, a consistência cada vez mais
líquida resulta em pontuação mais alta do que somente
o aumento no peso fecal. A diarreia está classificada
pela pontuação diária de 15 ou mais.
HISTÓRIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Para
identificar
aspectos
comportamentais
relacionados à alimentação, um dos mais utilizados
questionários é o Three-Factor Eating Questionnaire
(Questionário Alimentar de Três Fatores), publicado por
Stunkard e Messick em 1985 (20). O instrumento foi
validado como medida precisa dos comportamentos
alimentares cognitivos (20, 21), com objetivo de avaliar
o risco ou associar causas da obesidade ou flutuações
de peso comuns entre alguns grupos de indivíduos. Ou
seja, é uma ferramenta psicométrica para a investigação
de comportamentos alimentares. O questionário foi
desenvolvido para ser autoadministrado. Contém 51
itens, que medem as três dimensões do comportamento
Quadro 9 Características e prováveis causas de anormalidades das fezes
Características
Causa Provável
Líquida ou com aparência de coalhada, com ou
sem pedaços de sólidos; explosiva, com gás
Diarreia osmótica, frequentemente com má absorção de carboidrato
Volumosa, gordurosa, espumosa; pode flutuar
Má absorção de gordura
Aquosa
Diarreia secretória ou osmótica; possivelmente doença inflamatória, má absorção
de ácidos biliares, doença intestinal funcional
Com presença de sangue e muco: pode ser mole,
solta, líquida ou aquosa
Diarreia inflamatória; possivelmente infecciosa, enterite por radiação, doença
inflamatória intestinal, isquemia intestinal
Vermelho vivo
Sangramento do trato gastrintestinal inferior
Acinzentada
Obstrução biliar ou doença hepatocelular
Verde
Diarreia infecciosa
12
História Global
alimentar humano. O primeiro fator mede a ingestão
cognitiva restritiva (pensamento alimentar restritivo),
que é a percepção que o indivíduo tem de precisar
comer, rotineiramente e intencionalmente, menos do
que desejaria. O segundo fator representa a tendência
em direção à desinibição: a capacidade incidental
de resistir às tentações alimentares, à inibição do
pensamento restritivo alimentar e à ingestão ligada ao
emocional. O terceiro fator examina os sentimentos
subjetivos da fome. Cada dimensão é representada
por um escore obtido pela soma de pontos de cada
item (0 ou 1), resultando, então em: 1) “pensamento
restritivo alimentar”, 2) “desinibição” e 3) “fome”. Esse
questionário está apresentado no Apêndice 6 deste
capítulo.
REFERÊNCIAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
HISTÓRIA ALIMENTAR
A história alimentar tem o objetivo de avaliar a
ingestão de alimentos e líquidos, estimar o conteúdo de
nutrientes dos alimentos relatados e, por fim, comparar os
nutrientes ingeridos com as necessidades do indivíduo.
No próximo capítulo, estão apresentados todos os
aspectos e métodos de coleta da história alimentar.
O Apêndice 7.1 e 7.2, ao final deste capítulo, mostra
modelos de fichas de coleta de dados para a história
global.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
CONCLUSÃO
A história global relacionada à nutrição é o primeiro
passo do processo de avaliação nutricional. Nela, são
investigados dados essenciais que podem revelar
deficiências, excessos ou interferências desde a
aquisição dos alimentos até a excreção dos nutrientes.
Os principais componentes da história global são a queixa
principal e os dados demográficos, socioeconômicos,
de saúde oral, familiar, de atividade física, psicológicopsiquiátricos, clínico-cirúrgicos, de uso de medicamentos,
nutricionais e alimentares.
A ferramenta de coleta de dados da história é a
entrevista. Para que os dados coletados sejam confiáveis
e precisos, a entrevista deve ser bem-sucedida. Para tal,
exige-se que o entrevistador utilize técnicas verbais e
não verbais para a boa comunicação, a fim de travar um
relacionamento estreito com o entrevistado.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
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13
APÊNDICE 1 Questionário de Pesquisa da Saúde SF-36
INSTRUÇÕES: Este conjunto de questões explora o seu ponto de vista sobre sua saúde. Estas informações o ajudarão a manter o foco de como
você se sente e de que forma é capaz de realizar suas atividades de rotina. Responda a cada pergunta como indicado. Caso você não tenha
certeza em como responder a uma pergunta, dê a melhor resposta que puder.
1. Em geral, você diria que sua saúde está: (Marque apenas uma opção)
Excelente
Regular
Muito boa
Ruim
Boa
2. Comparado há um ano atrás, como você avalia sua saúde geral neste momento? (Marque apenas uma opção)
Muito melhor do que há um ano
Um pouco melhor agora do que há um ano
Quase a mesma coisa que há um ano
Um pouco pior do que há um ano
Muito pior do que há um ano
3. As perguntas seguintes são sobre atividades que você poderia fazer durante um dia comum. A sua saúde lhe causa limitações nestas
atividades? Se sim, quanto? (Circule apenas um número em cada linha)
Sim,
limita muito
Sim, limita
um pouco
Não tenho
limitações
A. Atividades vigorosas, como corridas, carregamento de objetos pesados, participação
em esportes extenuantes
1
2
3
B. Atividades moderadas, como mover uma mesa, passar aspirador de pó no tapete, jogar
boliche ou golfe
1
2
3
C. Levantar ou transportar a sacola de compras
1
2
3
D. Subir vários lances de escadas
1
2
3
E. Subir um lance de escadas
1
2
3
F. Encurvar-se, ajoelhar-se ou abaixar-se
1
2
3
G. Caminhar mais de um quilômetro
1
2
3
H. Caminhar várias quadras
1
2
3
I. Caminhar uma quadra
1
2
3
J. Tomar banho e se vestir
1
2
3
Atividades
4. Durante as últimas quatro semanas, você sentiu algum dos seguintes problemas em seu trabalho ou outras atividades diárias regulares, como
resultado de sua saúde física? (Circule apenas um número em cada linha)
Sim
Não
A. Diminuiu a quantidade de tempo despendido em seu trabalho ou outras atividades
1
2
B. Realizou menos do que gosta
1
2
C. Ficou limitado num tipo de trabalho ou outras atividades
1
2
D. Teve dificuldade em realizar o trabalho ou outras atividades (por exemplo, realizou com
necessidade de esforço extra)
1
2
5. Durante as últimas quatro semanas, você sentiu algum dos seguintes problemas no seu trabalho ou outras atividades diárias regulares,
como resultado de algum problema emocional (por exemplo, depressão ou ansiedade)? (Circule apenas um número em cada linha)
Sim
Não
A. Diminuiu a quantidade de tempo despendido em seu trabalho ou outras atividades
1
2
B. Realizou menos do que gostaria
1
2
C. Não realizou seu trabalho, ou outras atividades, tão cuidadosamente quanto o usual
1
2
6. Durante as últimas quatro semanas, em quanto seus problemas de saúde física ou emocional interferiram em suas atividades sociais normais junto à família, amigos, vizinhos ou grupos? (Marque apenas uma opção)
Em nada
Moderadamente
Suavemente
Inteiramente
14
Extremamente
História Global
7. Quanta dor física você sentiu nas últimas quatro semanas? (Marque apenas uma opção)
Nenhuma
Moderada
Muito leve
Severa
Leve
Muito severa
8. Durante as últimas quatro semanas, em quanto a dor interferiu em seu trabalho normal (incluindo o trabalho fora e dentro de casa)? (Marque
apenas uma opção)
Em nada
Muito
Um pouco
Extremamente
Moderadamente
9. Estas questões são sobre como se sente e como estiveram as coisas durante as últimas quatro semanas. Por favor, dê a resposta que mais
chegar perto de como você tem se sentido para cada item. (Circule apenas um número em cada linha)
Todo o
tempo
Grande
parte do
tempo
Boa parte do
tempo
Algumas
vezes
Um pouco do
tempo
Nenhuma vez
A. Você se sentiu cheio da vida?
1
2
3
4
5
6
B. Você tem estado muito nervoso?
1
2
3
4
5
6
C. Você se sentiu tão deprimido que
nada poderia animá-lo?
1
2
3
4
5
6
D. Você se sentiu calmo e em paz?
1
2
3
4
5
6
E. Você teve muita energia?
1
2
3
4
5
6
F. Você se sentiu abatido e triste?
1
2
3
4
5
6
G. Você se sentiu exausto?
1
2
3
4
5
6
H. Você tem sido uma pessoa feliz?
1
2
3
4
5
6
I. Você se sentiu cansado?
1
2
3
4
5
6
10. Durante as últimas quatro semanas, quantas vezes seus problemas de saúde física ou emocionais interferiram em suas atividades sociais
(ex.: visita a amigos, parentes, etc.)? (Marque apenas uma opção)
Todo o tempo
Poucas vezes
A maior parte do tempo
Nenhuma vez
Algumas vezes
11. Para você, quanto é VERDADEIRO ou FALSO em cada uma das afirmações? (Circule apenas um número em cada linha)
Definitivamente
verdadeiro
Muito
verdadeiro
Não sei
Muito falso
Definitivamente
falso
Eu observei que fiquei doente um pouco mais facilmente
do que outras pessoas
1
2
3
4
5
Eu sou tão saudável quanto qualquer outra pessoa que
conheço
1
2
3
4
5
Eu acho que minha saúde vai piorar
1
2
3
4
5
Minha saúde é excelente
1
2
3
4
5
Obrigado!
Fonte: Medical Outcome Trust, Inc; Whare JJ, Sherbourne CD: The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I. Conceptual framework and
item selection. Medical Care 30:473-483, 1992.
15
APÊNDICE 2 Modelo de Questionário da Capacidade Funcional
Marque a resposta em cada quadrinho pertinente
ATIVIDADE
INDEPENDENTE
ASSISTÊNCIA
DEPENDENTE
Banho de banheira
É capaz de entrar e sair da banheira Requer assistência durante o banho Requer assistência durante o banho
sem assistência, caso a banheira seja somente em partes do corpo (costas, em mais de uma parte do corpo, ou
o método usual de banho
pernas, etc.)
não toma banho
Vestir-se
É capaz de reunir suas roupas e vestirse completamente, sem assistência
Requer assistência somente para Requer assistência para reunir as
calçar os sapatos
roupas e vestir-se. Se não, permanece
nu
Ir ao banheiro
É capaz de ir ao banheiro, limpar-se
sozinho, rearrumar as roupas (pode
usar bengala, andador ou cadeira de
rodas). Usa urinol ou comadre durante
a noite, esvaziando pela manhã
Necessita de assistência para ir
ao banheiro, lavar-se, rearrumar
as roupas ou usar urinol/comadre
durante a noite
Transferência
Move-se para dentro e fora da cama Move-se para dentro e fora da cama
e cadeira, sem assistência (pode usar e cadeira, com assistência ou apoio
bengala ou andador)
Não sai da cama
Continência
Controla completamente a urina e os
movimentos intestinais
Necessita supervisão para controle,
requer sonda ou é incontinente
Alimentação
Alimenta-se sozinho. É capaz de Necessita de assistência para cortar Necessita de assistência ou é
manusear utensílios, abrir vasilhames, carne, passar manteiga no pão, abrir parcialmente ou completamente
etc.
vasilhames, etc
alimentado via sonda ou acesso
intravenoso
Telefone
Consulta números, disca e recebe
ligações
Viagem
Dirige seu próprio carro ou viaja Viaja, mas não sozinho
sozinho em ônibus ou táxi
Não pode viajar
Compras
Completa todas as compras, com
transporte disponível
Faz compras, mas não sozinho
Incapaz de fazer compras
Preparo de refeições
Planeja e cozinha refeições inteiras
Prepara os alimentos leves, esquenta
refeições preparadas, mas não
consegue preparar refeições inteiras
Não consegue preparar nenhuma
refeição
Serviço doméstico
Faz serviços domésticos pesados (ex:
esfregar o chão, limpar janelas)
Faz trabalhos domésticos leves.
Requer auxílio com tarefas pesadas
Não faz nenhum serviço doméstico
Medicamento
Toma os medicamentos na hora Requer lembretes para tomar Não consegue tomar medicamentos
certa, na dose apropriada
remédios, ou assistência no preparo sozinho
de medicamentos
Dinheiro
Faz compras diárias necessárias,
administra contas, preenche e assina
cheques, paga contas em dia
Tem acidentes ocasionais
Não vai ao banheiro para eliminação
Responde a telefonemas, disca Não consegue usar o telefone
números de emergência, mas
necessita de ajuda para obter
números e discar
Gerencia compras diárias necessárias, É incapaz de manejar o dinheiro
mas requer auxílio para o balanço de
contas bancárias; paga contas em
dia
Fonte: adaptado de Gonzáles, M.G. Nutrition Assessment – Tools & Techniques. 2nd ed. Eureka: Nutrition Dimension, 1996, 162p
16
História Global
APÊNDICE 3 Minnesota Leisure-Time Physical Activity Questionnaire (Questionário de Atividade Física de Lazer)
Nome:
Data:
Listadas abaixo estão várias Atividades de Lazer. Atividades relacionadas estão agrupadas sob cabeçalhos gerais. Leia a lista e responda “sim” na coluna 2 para aquelas
atividades que você realizou nos últimos 12 meses e “não” na coluna 1 para aquelas que você não tem realizado. Não complete nenhuma das outras colunas.
Somente para Uso Interno - Não Preencher
Você realizou esta
atividade?
Não (1)
Sim (2)
Mês de Atividade
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Número médio de vezes
por mês
Duração por ocasião
Horas
Min
SEÇÃO A: Caminhada e Diversos
Caminhada de lazer
010
Caminhada ida e volta do
trabalho
015
Caminhada durante o
intervalo de trabalho
020
Subir as escadas quando o
elevador está disponível
030
Trilha
040
Excursão com mochila
nas costas
050
Escaladas
060
Pedaladas para o trabalho
e/ou por lazer
115
Dança - de salão e/ou
quadrilha
125
SEÇÃO B: Exercício de Condicionamento
Exercício em casa
150
Exercício em academia
210
Atividades e Códigos de Intensidade
Código
Código de Identidade
Código
010
Atividade
Caminhada de lazer
3,5
430
Atividade
Tênis, duplas
Código de Identidade
6,0
015
Caminhada de ida e volta do trabalho
4,0
440
Softball
5,0
020
Caminhada durante o intervalo de trabalho
3,5
450
Badminton
7,0
030
Subir as escadas quando o elevador está disponível
8,0
460
Jogo de Paddle
6,0
040
Trilha
6,0
470
Frescobol
7,0
050
Excursão com mochila nas costas
7,0
480
Basquete, sem jogo
6,0
060
Escalada
8,0
490
Basquete, jogo
8,0
115
Pedalada para o trabalho e/ou por lazer
4,0
500
Basquete, jogo oficial
7,0
125
Dança - de salão e/ou quadrilha
5,5
510
Futebol americano
8,0
150
Exercício em casa
4,5
520
Handebol
12,0
160
Exercício em academia
6,0
530
Squash
12,0
180
Jogging e caminhada
6,0
540
Futebol
7,0
200
Corrida
8,0
070
Golfe: andando com carrinho
3,5
210
Levantamento de peso
3,0
080
Golfe: caminhando, levando os tacos no carrinho
5,0
220
Esqui aquático
6,0
090
Golfe: caminhando e carregando os tacos
5,5
235
Velejar
3,0
550
Cortar a grama com o trator
2,5
250
Canoagem ou remo por lazer
3,5
560
Cortar a grama caminhando atrás do cortador de gramas elétrico
4,5
260
Canoagem ou remo em competição
12,0
570
Cortar a grama empurrando o cortador de gramas
6,0
270
Canoagem em viagem de acampamento
4,0
580
Capinar e cultivar o jardim
4,5
280
Natação (pelo menos 3 metros) em piscina
6,0
590
Cavar e plantar no jardim
5,0
295
Natação no mar
6,0
600
Varrer a grama
4,0
310
Mergulho com escuba
7,0
610
Remover a neve com as mãos
6,0
320
Mergulho com snorkel
5,0
620
Carpintaria em oficina
3,0
340
Esqui na neve, em descida
7,0
630
Pintura interna da casa, incluindo colocação de papel de parede
4,5
6,0
350
Esqui na neve, em zigue-zague
8,0
640
Carpintaria externa
360
Patinação no gelo
7,0
650
Pintura externa da casa
5,0
370
Descida de trenó na neve
7,0
660
Pescaria na beira do rio
3,5
390
Boliche
3,0
670
Pescaria dentro do rio de correnteza
6,0
400
Volei
4,0
680
Caça a aves silvestres
6,0
410
Tênis de mesa
4,0
690
Caça a pequenos animais silvestres
5,0
420
Tênis individual
8,0
710
Caça a grandes animais silvestres
6,0
Fonte: Taylor, H.L., Jacobs-Jr, D.R., Schucker, B. et al. A Questionnaire for the assessment of leisure time physical activities. Journal of Chronic Diseases.; 31:741-755, 1978.
17
APÊNDICE 4 Interações Fármaco-Nutriente Potenciais
ANALGÉSICOS
Uso/Ação
Alívio da dor leve a moderada e redução da temperatura corporal na febre
Medicamentos
yy Acetaminofeno (Dôrico®, Parador®, Tylenol®).
yy Ácido acetilsalicílico (Aspirina®, Buferin®, Ronal Somalgin®)
Implicações Nutricionais
Irritação gastrintestinal. Pode provocar sangramento gástrico agudo e grave. Pode agravar a anemia
ANTIANÊMICOS
Uso/Ação
Reposição da eritropoietina em pacientes que não produzem o hormônio em quantidades adequadas. Usados para tratar a anemia da insuficiência renal
crônica. Contra-indicado em pacientes com hipertensão descompensada
Medicamentos
yy Epoetina alfa (Eprex®, Hemax Eritron®)
Implicações Nutricionais
Desconforto gastrintestinal. Aumento do apetite, da pressão sanguínea, dos níveis séricos de creatinina, potássio e fósforo. Pode promover deficiência
de ferro e redução das reservas de folato e de vitamina B12
ANTIANGINOSOS
Uso/Ação
Alívio ou prevenção da dor em ataques de angina do peito
Medicamentos
yy
yy
yy
yy
Implicações Nutricionais
Náuseas, diarreia, obstipação, cólicas, flatulência. Pode causar fraqueza generalizada, cefaleia, tontura, alteração no paladar, hiperglicemia e elevação
dos níveis dos testes hepáticos. Fortemente ligados às proteínas plasmáticas
Nifedipino (Adalat®, Biocord®, Cardalin®, Dilaflux®, Oxord®, Vasicor®)
Verapamil (Dilacoron®, Veracoron®)
Diltiazen (Angilong®, Balcor®, Cardizen®, Diltisen®)
Nitroglicerina (Nitradisc®, Nitroderm TTS®)
ANTIARRÍTMICOS
Uso/Ação
Modificação ou restabelecimento do ritmo cardíaco normal
Medicamentos
yy Quinidina (Natisedine®, Quinicardine®)
yy Amiodarona (Ancoron®, Angiodarona®, Atlansil®, Miocor®, Miodaron®, Taquicord®)
yy Disopiramida (Dicorantil®)
Implicações Nutricionais
Obstipação, diarreia, dor abdominal, boca seca, anorexia, náuseas e vômito. Gosto amargo, tontura, problemas visuais, cefaleia, hipoglicemia, irregularidades no potássio sérico e discrasia sanguínea. Pode causar deficiência de vitamina K quando tomado com anticoagulantes. Amiodarona: alterações
do metabolismo do hormônio tireoideano
ANTICOAGULANTES
Uso/Ação
Tratamento de trombose, embolia pulmonar, infarto de miocárdio e de doenças hereditárias resultando em condição hipercoagulável. Conduz à deficiência parcial na forma ativa da vitamina K, reduzindo, portanto, o risco da coagulação sanguínea anormal
Medicamentos
yy Varfarina (Marevan®)
Implicações Nutricionais
Náuseas, vômitos, cólicas, diarreia. A vitamina K interfere com a ação anticoagulante. A vitamina E aumenta a possibilidade de sangramento
ANTICONVULSIVANTES
Uso/Ação
Controlar convulsões
Medicamentos
yy Fenobarbital (Gardenal®)
yy Fenitoína (Epelin®, Hidantal®, Sereium®)
yy Primidona
Implicações Nutricionais
Obstipação, irritação gástrica, vômito, náuseas, diarreia, boca seca, glossite, estomatite, redução do paladar. Fenobarbital: acelera a biotransformação
do ácido ascórbico, aumentando a sua excreção. Possível redução dos níveis séricos de cálcio, folato, piridoxina, vitamina B12 e B6. Fenitoína: causa
aumento dos triglicerídeos, VLDL-colesterol, glicose e dos níveis de fosfatase alcalina séricos. Fenobarbital e fenitoína: causam aumento do turnover de
vitamina D. Nutrição por sonda pode diminuir a biodisponibilidade da fenitoína
ANTIEMÉTICOS
Uso/Ação
Estímulo da motilidade do trato gastrintestinal superior e aumento a velocidade do esvaziamento gástrico. Frequentemente utilizados na gastroparesia
diabética
Medicamentos
yy Metoclopramida (Dart®, Eucil®, Metovit®, Plamin®, Plasil®, Vomix®, Vonil®)
Implicações Nutricionais
Pode causar náuseas e diarreia. Pode causar sonolência, tontura, cefaleia, boca seca ou lactação. Pode alterar as necessidades de insulina em pacientes diabéticos
ANTI-HIPERTENSIVOS
Uso/Ação
Tratamento da hipertensão
Medicamentos
yy Atenolol (Angipress®, Nifelat®, Tenoretic®)
yy Captopril (Capoten®, Catoprol®, Hipocatril®)
Implicações Nutricionais
Vômito, náuseas e desconforto gastrintestinal. Podem mascarar sinais de hipoglicemia em pacientes diabéticos e causar boca seca, edema, fadiga,
tontura, sonolência e confusão mental (especialmente em idosos). Pode provocar elevação sérica da ureia, triglicerídeos e do potássio. Captopril: pode
causar hipercalemia
Medicamentos
yy Clonidina (Atensina®)
Implicações Nutricionais
Dor abdominal, náuseas, obstipação, anorexia, vômito e boca seca. Pode causar tontura, cefaleia, retenção hídrica e rebote da hipertensão, quando a
utilização é descontinuada
Medicamentos
yy Enalapril (Atens®, Eupressin®, Renitec®)
Implicações Nutricionais
Pode causar diarreia, náuseas, vômito e dor abdominal. Pode causar tonturas, hipercalemia, aumento da uréia e creatinina séricas, alterações no
paladar e hiperglicemia (em diabéticos)
18
História Global
(continuação)
ANTI-HIPERTENSIVOS
Uso/Ação
Tratamento da hipertensão
Medicamentos
yy Hidralazina (Apresolina®, Lowpress®, Nepresol®)
Implicações Nutricionais
Anorexia, náuseas, vômito, diarreia e obstipação. Pode depletar os níveis de piridoxina, causar retenção de sódio, insuficiência cardíaca congestiva
e/ou anemia
Medicamentos
yy Metildopa (Aldomet®, Etildopanan®)
Implicações Nutricionais
Pode causar flatulência, náuseas, vômito, obstipação, diarreia, distensão abdominal e ganho de peso. Pode causar cefaleia, retenção de sódio,
edema e/ou anemia. Pode causar estomatite. Alterações nos resultados dos testes de função hepática
Medicamentos
yy Metoprolol (Lopressor®, Seloken®)
yy Pindolol (Viskaldix®)
Implicações Nutricionais
Diarreia, dor abdominal, flatulência e obstipação. Pode causar hipoglicemia (em diabéticos) e confusão, fadiga, tonturas ou boca seca
Medicamentos
yy Minoxidil (Loniten®)
Implicações Nutricionais
Náuseas e vômito. Pode causar grande retenção hídrica e de sódio, que pode potencializar a insuficiência cardíaca congestiva, a menos que administrado em combinação com beta-bloqueador e diurético, ou aumentar dose/introduzir diálise. Pode também causar hirsutismo, aumento da ureia
e creatinina séricas
Medicamentos
yy Prazosina (Minipress®)
Implicações Nutricionais
Dor abdominal, náuseas, vômito, obstipação, diarreia, boca seca, desconforto gastrintestinal leve, anorexia. Aumento dos níveis séricos de creatinina
Medicamentos
yy Propanolol (Inderal®)
Implicações Nutricionais
Obstipação, desconforto gastrintestinal, náuseas. Pode causar hipoglicemia, elevar os níveis séricos de potássio e triglicerídeos, e aumentar os níveis
dos testes de função hepática
CORTICOSTERÓIDES
Uso/Ação
Anti-inflamatório em doença do colágeno vascular (como lúpus eritematoso sistêmico) e como agente imunossupressor no transplante e quimioterapia
Medicamentos
yy Metilprednisolona (Depo-medrol®, Solu-medrol®)
yy Prednisona (Meticorten®)
Implicações Nutricionais
Desconforto gastrintestinal. Aumento do apetite, náuseas, vômito, diarreia, úlcera gástrica. Aumento do catabolismo proteico. O uso de altas doses
a longo-prazo pode causar aparência cushingoide, miopatia e necrose óssea asséptica. Diminui a atividade da vitamina D, afetando a absorção do
cálcio. Acelera a quebra do glicogênio à glicose. Pode produzir hiperglicemia. Aumenta a concentração de gordura em certas áreas do corpo (ex.:
face e tronco), retarda a cicatrização, reduze a absorção de cálcio e fósforo, aumenta a necessidade de piridoxina, ácido ascórbico, ácido fólico e
colecalciferol (vitamina D). Pode ocorrer aumento dos níveis séricos de glicose, colesterol e triglicerídeos. Retenção hídrica e de sódio. Obesidade
devido ao aumento do apetite e da ingestão alimentar. Pode ocorrer balanço nitrogenado negativo devido ao aumento no catabolismo proteico. Pode
ocorrer perda excessiva de potássio pela urina
DIURÉTICOS
Uso/Ação
Promoção da excreção de sódio e água
Medicamentos
yy Bumetanida (Burinax®)
yy Furosemida (Diurex®, Lasix®, Rovelan®)
yy Espironolactona (Aldazida®, Lasilactona®)
Implicações Nutricionais
Dor abdominal, cólicas, náuseas, vômito e diarreia. Aumenta a excreção urinária de sódio, potássio e magnésio. Pode causar intolerância à glicose,
cefaleia, boca seca e tontura. Espironolactona: causa retenção de potássio, alterações no paladar e sede
GLICOSÍDIOS DIGITÁLICOS
Uso/Ação
Aumento da força de contração do miocárdio na insuficiência cardíaca congestiva
Medicamentos
yy Digoxina (Lanoxin®)
yy Digitoxina (Digitaline Nativelle®)
Implicações Nutricionais
Anorexia, irritação gastrintestinal, náuseas, vômito, diarreia. A hipocalemia e a deficiência de magnésio pode aumentar a toxicidade do medicamento.
A hipercalcemia pode aumentar os efeitos da droga, resultando em arritmia. Refeições ricas em fibras podem reduzir a absorção do medicamento
HORMÔNIOS ANDROGÊNICOS/ANABÓLICOS
Uso/Ação
Tratamento da anemia decorrente de dano na medula óssea, eritropoiese ineficiente, anemia hemolítica ou neutropenia
Medicamentos
yy Danazol (Ladogal®)
yy Nandrolona (Deca-Durabolin®)
Implicações Nutricionais
Aumento de apetite, náuseas, vômito, diarreia, dano hepático de leve a moderado, com valores anormais dos testes de função hepática. Pode causar
ganho de peso seco, normalmente observado dentro de três meses (devido ao aumento de massa muscular). Aumento dos níveis séricos de creatinina
e triglicerídeos. Retenção hídrica, de sódio, potássio, nitrogênio e fósforo. Excreção urinária aumentada de cálcio
IMUNOSSUPRESSORES
Uso/Ação
Diminuição das reações imunológicas responsáveis pelas manifestações clínicas que podem ocorrer após o transplante renal
Medicamentos
yy
yy
yy
yy
yy
Implicações Nutricionais
Náuseas, vômito, diarreia e estomatite, anorexia ou aumento do apetite. Azatioprina: anemia megaloblástica, leucopenia, trombocitopenia, febre.
Ciclosporina: anorexia, hipertensão por retenção de sódio, hipercalemia, hiperlipidemia, hiperglicemia, hipomagnesemia, nefrotoxicidade
Azatioprina (Imuran®)
Ciclosporina (Sandimmun®)
Imunoglobulina Antitimocitíca Humana (ATG Fresenius®, GAT Globina Antitimocitária®, Linphoglobuline®, Thymoglobuline®)
Muromonab-CD3 (Anti CD3®, Orthoclone OKT-3®)
Prednisona (v. Corticosteróides)
19
(continuação)
LAXANTES
Uso/Ação
Aumento da motilidade do trato gastrintestinal
Medicamentos
yy Sene (Tamarine®, Naturetti®, Angiolax®)
yy Psillium (Metamucil®)
yy Óleo mineral (Nujol®)
Implicações Nutricionais
Náusea, flatulência, cólicas, diarreia. Dependência laxativa com uso a longo prazo. Anorexia, redução do peso corporal. Pode diminuir a absorção de vitaminas,
cálcio, fósforo e potássio
yy Bisacodil (Dulcolax®)
yy Docusato (Humectol D®)
QUELANTES DE ALUMÍNIO
Uso/Ação
Sobrecarga de alumínio em pacientes em insuficiência renal crônica (normalmente em diálise). Doença óssea relacionada ao alumínio, encefalopatia e anemia
microcítica. Intoxicação com ferro por quelação deste e de outros oligoelementos
Medicamentos
yy Deferoxamina (Desferal®)
Implicações Nutricionais
Náuseas, vômito, diarreia, desconforto abdominal. Mobilizam o alumínio dos ossos e outros tecidos. Uso a longo prazo pode causar anormalidades oculares.
Pode ocorrer redução do cálcio sérico devido à facilitação da entrada deste nos ossos, após a remoção do alumínio. Pode ocorrer anemia microcítica em indivíduos com reservas limítrofes de ferro. Associado com infecções fúngicas graves
QUELANTES DE FOSFATO
Uso/Ação
Controlar a hiperfosfatemia pela ação quelante do fósforo do alimento no trato gastrintestinal
Medicamentos
yy Preparações de cálcio oral
yy Hidróxido de alumínio (Aldrox®, Pepsamar®, Droxaine®, Maalox®)
Os sais de cálcio são os quelantes de fosfato preferidos por evitar intoxicação por alumínio, que pode resultar em encefalopatia, osteomalácia, miopatia proximal
e anemia
Implicações Nutricionais
Obstipação, anorexia, náuseas, vômito, impactação fecal. Carbonato de cálcio: inativa a tiamina, diminui a absorção de fosfato, de vitamina A e de ferro. Pode
causar a liberação prematura no estômago de medicamentos com revestimento entérico (administrar separadamente em duas horas)
RESINAS DE TROCA CATIÔNICA
Uso/Ação
Tratamento da hipercalemia. Quela magnésio e alumínio, assim como o potássio, através da troca por sódio no trato gastrintestinal, eliminando-os através das
fezes
Medicamentos
yy Poliestireno sulfonato de sódio (Sorcal®)
Implicações Nutricionais
Obstipação, impactação fecal, anorexia, irritação gástrica, náuseas, vômito e diarreia. Ineficiente, caso administrado na ausência de laxante, devido ao efeito
obstipante. Pode causar redução na absorção de cálcio, e retenção de sódio
SUPLEMENTOS DE CÁLCIO
Uso/Ação
Tratamento da hipocalcemia decorrente do hiperparatireoidismo secundário e da osteodistrofia renal. Também utilizado como quelante de fosfato em substituição aos de alumínio. Pode, também, ser utilizado para neutralizar a acidez gástrica
Medicamentos
yy Acetato de cálcio
yy Carbonato de cálcio (Calsan®, Tums®, Calcium F®)
Implicações Nutricionais
Obstipação, anorexia, náuseas e azia. Para absorção ótima do cálcio, é necessário a vitamina D ativa. A absorção de cálcio é prejudicada pela presença de sais
ferrosos, corticosteroides e alimentos contendo ácido oxálico e ácido fítico
SUPLEMENTOS DE FERRO
Uso/Ação
Tratamento da anemia por deficiência de ferro, causada por hemólise, perda sanguínea, falta de produção de eritropoietina e ingestão inadequada de ferro.
Necessário para a eritropoiese
Medicamentos
yy Sacarato de óxido de ferro (Noripurum® vitaminado/ácido fólico)
yy Fumarato ferroso (Iloban®)
Implicações Nutricionais
Obstipação, diarreia, náuseas, vômito, alteração no paladar, cólicas abdominais, irritação gastrintestinal, fezes escuras. A absorção do ferro é prejudicada pelo
carbonato de cálcio, hidróxido de magnésio, fibras, fitatos, tanatos, certos compostos contendo enxofre e drogas hipocolesterolêmicas. A geofagia (hábito de
comer argila) interfere na absorção do ferro
Medicamentos
yy Sacarato de ferro (Noripurum® IV)
Implicações Nutricionais
Diminui a intolerância gastrintestinal. Apresenta maior concentração de ferro elementar, necessitando uma dose menor
yy Gluconato ferroso (Ferrin®)
yy Sulfato ferroso (Fer-in-sol®)
SUPLEMENTOS DE VITAMINAS
Uso/Ação
Tratamento ou prevenção de deficiências causadas pela remoção de vitaminas hidrossolúveis pela diálise, redução da absorção intestinal, ingestão inadequada
e/ou perda por técnicas de cozimento
Medicamentos
Várias apresentações comerciais. Quando utilizar polivitamínicos contendo grande quantidade de vitamina C (>100 mg), considerar o potencial de retenção de
oxalato na população renal
Implicações Nutricionais
Irritação gastrintestinal, náuseas e vômito. Pacientes com insuficiência renal crônica não dialítica podem necessitar de suplementação vitamínica se apresentarem ingestão inadequada de nutrientes, hiperemese, diarreia má absortiva, abuso de álcool e outras complicações clínicas. As reservas corporais de vitamina
C, piridoxina e folato são afetadas pela uremia, especialmente se a ingestão alimentar é inadequada. Pacientes com insuficiência renal crônica não necessitam
suplementação de vitamina A, existindo possibilidade de intoxicação. Após o transplante renal, a suplementação vitamínica pode ser necessária se a ingestão
oral for inadequada
SUPLEMENTOS DE VITAMINA D
Uso/Ação
Fornecimento da forma ativa da vitamina D, que não é adequadamente produzida na insuficiência renal crônica. A vitamina D ativa é necessária para a absorção
intestinal do cálcio. Tratamento do hiperparatireoidismo secundário e da osteodistrofia renal
Medicamentos
yy Calcitriol (Rocaltrol®, Calcijex®)
Implicações Nutricionais
Náuseas, vômito e obstipação, diarreia, boca seca e paladar metálico. Não administrar em hipercalcemia ou intoxicação por vitamina D evidentes. A terapia
prolongada pode elevar os níveis séricos de uréia, creatinina e colesterol, provocar albuminúria ou hipervitaminose D. O óleo mineral e a colestiramina prejudicam
a absorção intestinal de preparações com vitamina D
Adaptado de Martins C, Moreira SM, Pierosan SR: Interações Droga-Nutriente. 2ª ed. Curitiba, Nutroclínica, 2003.
20
História Global
APÊNDICE 5 Gráfico de Fezes de King (King´s Stool Chart) - Parte 1
Gráfico de Fezes de King (King´s Stool Chart) - Parte 2
INSTRUÇÕES DE USO:
1 - Considere a consistência da amostra fecal de acordo com ambos os descritores, verbal e fotográfico.
2 - Considere o peso da amostra fecal usando a comparação com as figuras do gráfico.
3 - Defina a pontuação de acordo com o quadro abaixo.
4 - Registre os pontos para a excreção fecal durante o período de 24h.
5 - Some os pontos para o dia. Obs.: A pontuação de 15 ou mais, em 24h, classifica-se como diarreia.
6 - Quaisquer outras caracteristícas da excreção fecal que sejam consideradas importantes devem, também, ser
registradas. Exemplo: incontinência, cor, etc.
PONTUAÇÃO DEFINIDA PARA CADA CATEGORIA DE PESO E CONSISTÊNCIA DAS FEZES DO KING’S STOOL CHART
PESO FECAL
Consistência fecal
<100g
100-200g
>200g
Dura e formada
1
2
3
Macia e formada
2
3
4
Mole e não formada
4
6
8
Líquida
8
10
8
21
APÊNDICE 6 Questionário Alimentar de Três Fatores (Three-Factor Eating Questionnaire)
Um ponto é dado para cada item da Parte I e da Parte II (questão numerada). A resposta correta para os itens
verdadeiros ou falsos está sublinhada. Ao lado, está o número do fator que é medido (1=pensamento alimentar restritivo;
2=capacidade de resistir às tentações; 3=sentimentos subjetivos da fome). A Parte II é determinada pela divisão das
respostas ao meio. No caso de o item ter o sinal “+”, aquelas respostas acima do meio recebem 0. É o contrário para
aquelas com um sinal “-” (abaixo do meio, recebem 0; acima, recebem 1 ponto). Por exemplo, um indivíduo com
resultado 3 ou 4 no primeiro item da Parte II (item 37), que é “+”, recebe 0. Se tiver escore 1 ou 2, recebe 1 ponto.
Ao final, quanto menor o resultado, mais restringido é o padrão comportamental alimentar do indivíduo. Por outro lado,
quanto maior é o resultado (em referência ao número médio de pontos), menor é o comportamento restringido. Nesse
caso, o indivíduo come mais pela necessidade fisiológica (fome) do que pelo “apetite” ou “compulsão” alimentar. Ou
seja, não existe distúrbio no comportamento alimentar. A avaliação final é subjetiva, do profissional e não pontuada.
Número
do Fator
Parte I
1. Quando sinto o cheiro de um filé ou vejo um pedaço suculento de carne, acho muito difícil evitar comer, mesmo que eu tenha acabado uma refeição naquele instante.
V
F
2
2. Eu usualmente como muito em ocasiões sociais, como festas e piqueniques.
V
F
2
3. Eu usualmente tenho tanta fome que como mais do que três vezes ao dia.
V
F
3
4. Quando eu já ingeri a minha cota de calorias, usualmente me sinto bem em não comer mais nada.
V
F
1
5. Para mim, fazer dieta é muito difícil porque sinto muita fome.
V
F
3
6. Eu usualmente me sirvo de porções pequenas como uma forma de controlar o meu peso.
V
F
1
7. Algumas vezes, as coisas são tão saborosas que eu continuo comendo mesmo quando não tenho mais fome.
V
F
2
8. Pelo fato de me sentir frequentemente com fome, algumas vezes eu desejo que, enquanto estou comendo, um especialista pudesse
me dizer que eu já comi o suficiente ou que eu posso comer mais alguma coisa.
V
F
3
9. Quando estou ansioso, eu me acabo comendo.
V
F
2
10. A vida é muito curta para eu me preocupar com dieta.
V
F
1
11. Desde que meu peso começou a aumentar e reduzir, mais de uma vez eu fiz dieta controlada.
V
F
2
12. Eu, frequentemente, sinto tanta fome que preciso comer alguma coisa.
V
F
3
13. Quando estou com alguém que come bastante, eu usualmente faço o mesmo.
V
F
2
14. Eu tenho uma muito boa noção do número de calorias nos alimentos comuns.
V
F
1
15. Algumas vezes, quando começo a comer, não consigo parar.
V
F
2
16. Para mim, não é difícil deixar alguma sobra no meu prato.
V
F
2
17. Em certos momentos do dia, fico com fome porque me acostumei a comer naquela hora.
V
F
3
18. Enquanto em dieta, se eu como um alimento que não é permitido, conscientemente como menos por um período de tempo como
forma de compensação.
V
F
1
19. Estar com alguém que come o tempo todo faz com que eu sinta fome para comer também.
V
F
3
20. Quanto me sinto triste, frequentemente como demais.
V
F
2
21. Eu gosto de comer bastante e, depois, conto as calorias que comi ou me peso.
V
F
1
22. Quando vejo uma coisa que gosto de comer, eu frequentemente fico com tanta fome que tenho que comer imediatamente.
V
F
3
23. Eu frequentemente paro de comer quando ainda não estou totalmente satisfeito. É uma maneira consciente de limitar a quantidade
que como.
V
F
1
24. Fico com tanta fome que meu estômago frequentemente parece um saco sem fundo.
V
F
3
25. Meu peso mudou pouco nos últimos dez anos.
V
F
2
26. Como sempre estou com fome, é difícil parar de comer antes de terminar a comida que tenho no prato.
V
F
3
27. Quando me sinto só, eu me consolo comendo.
V
F
2
28. Eu conscientemente me controlo nas refeições para não ganhar peso.
V
F
1
29. Algumas vezes, tenho muita fome no final do dia ou à noite.
V
F
3
30. Eu como qualquer coisa que queira, a qualquer hora.
V
F
1
31. Mesmo sem pensar, eu levo um longo tempo para comer.
V
F
2
32. Eu conto as calorias como uma forma consciente de controlar o meu peso.
V
F
1
33. Eu não como alguns alimentos porque me fazem engordar.
V
F
1
34. Estou sempre com fome o suficiente para comer a qualquer hora.
V
F
3
35. Eu presto muita atenção nas mudanças da minha forma.
V
F
1
36. Durante uma dieta, se eu como um alimento não permitido, frequentemente perco o controle e como outros alimentos altamente
calóricos.
V
F
2
22
História Global
(continuação)
Parte II
Número
do Fator
Instruções: Responda as seguintes questões circulando o número acima da resposta que é apropriada para você.
37. Com que frequência você faz dieta num esforço consciente de controlar o seu peso?
1
raramente
2
algumas vezes
3
usualmente
4
sempre
+1
2
um pouco
3
moderadamente
4
muito
+1
2
algumas vezes entre as refeições
3
frequentemente entre as refeições
4
quase sempre
+3
4
sempre
+1
3
moderadamente difícil
4
muito difícil
+3
3
moderadamente
4
extremamente
+1
3
usualmente
4
quase sempre
+1
3
moderadamente comum
4
muito comum
+1
4
sempre
+2
4
muito comum
+1
3
pelo menos uma vez na semana
4
quase todos os dias
-3
3
moderadamente comum
4
muito comum
+1
3
algumas vezes
4
pelo menos uma vez na semana
+2
38. Uma flutuação de 2 kg em seu peso afeta a forma que você vive sua vida?
1
nem tanto
39. Com que frequência você sente fome?
1
somente nas refeições
40. Seus sentimentos de culpa de ter excedido na comida lhe ajudam a controlar sua ingestão alimentar?
1
nunca
2
raramente
3
frequentemente
41. Que grau de dificuldade você teria em parar de comer no meio do jantar e não comer nas próximas quatro horas?
1
fácil
2
um pouco difícil
42. Você está consciente do que está comendo?
1
nem tanto
2
um pouco
43. Com que frequência você evita estocar alimentos tentadores?
1
quase nunca
2
raramente
44. É comum você comprar alimentos pobres em calorias?
1
incomum
2
um pouco incomum
45. Você come moderadamente na frente dos outros e extrapola quando está sozinho?
1
nunca
2
raramente
3
frequentemente
46. É comum você comer conscientemente devagar para reduzir o quanto você come?
1
incomum
2
pouco comum
3
moderadamente comum
47. Com que frequência você recusa sobremesa porque não está mais com fome?
1
quase nunca
2
raramente
48. É comum você comer conscientemente menos do que gostaria?
1
incomum
2
pouco comum
49. Você às vezes come compulsivamente, embora não esteja com fome?
1
nunca
2
raramente
50. Numa escala de 0 a 5, onde 0 significa nenhuma restrição na alimentação (consumo de qualquer coisa que você queira, quando queira) e 5
significa restrição total (limitação constante da ingestão alimentar e nunca “se entregar”), que número você daria a si mesmo?
+1
0
Come o que quer e quando quer
1
Usualmente come o que quer e quando quer
2
Frequentemente come o que quer e quando quer
3
Frequentemente limita a ingestão, mas frequentemente “se entrega”
4
Usualmente limita a ingestão de alimento e raramente “se entrega”
5
Constantemente limita a ingestão de alimento e nunca cede
51. A que ponto essa sua citação descreve seu comportamento alimentar? “Eu começo a fazer dieta pela manhã, mas por causa de várias coisas que acontecem
durante o dia, a noite eu desisto e como o que eu quiser, prometendo a mim mesmo iniciar a dieta novamente amanhã.”
1
não eu
2
um pouco como eu
3
muito boa descrição de mim
4
me descreve perfeitamente
+2
Fonte: Stunkard, A.J., Messick, S. The Three-Factor Eating Questionnaire to Measure Dietary Restraint, Disinhibition and Hunger. Journal of
Psychosomatic Research, 29(1):71-83, 1985.
23
APÊNDICE 7.1 Modelo de Ficha de História Global – Adultos
Avaliador:
Data:
/
/
Parte I - Identificação
Nome:
Idade:
anos
Sexo:
(
Endereço:
)M
(
CEP:
Ocupação:
Tel: (
Estado civil:
Grau de Instrução:
)
Profissão:
Referido por:
Parte II - Dados Nutricionais/Alimentares
Problema/Diagnóstico:
História familiar do problema de saúde:
Problemas de saúde passados:
Realização de cirurgias anteriores?
(
)S
(
)N
Localização:
Uso de medicamentos (relacionados à nutrição):
TIPO
FREQUÊNCIA
Peso Usual:
kg
Máximo de peso obtido:
kg
Peso Objetivo:
kg
Recentes Mudanças de Peso? (
Mínimo de peso obtido:
)S(
)N
% Mudança de Peso:
O que causou esta mudança?
Problemas de Mastigação/deglutição?
(
)S
Apetite:
(
) Excelente
Mudanças recentes no apetite?
(
)N
↑
↓
kg
Quanto:
kg
Tempo:
Por quê?
(
) Bom
(
) Regular
(
)S
(
)N
↑
(
(
)S
(
)N
Descrição:
(
)S
(
↓
) Ruim
Desde:
O que causou esta mudança?
Segue alguma dieta especial?
Outros tratamentos nutricionais anteriores?
Alimenta-se fora de casa frequentemente?
)N
Onde?
Alimentação Habitual:
D:
C:
A:
M:
J:
C:
Quando Come Fora:
Final de Semana:
Preferências alimentares:
Alimentos que não gosta:
Alergia Alimentar?
(
)S
(
)N
Tem hábitos alimentares religiosos?
Usa sal comum?
(
)S (
Qual(is)?
(
)S
) N Quanto?
Usa outros temperos e ervas? (
)S (
Qual(is)?
)S (
)N Adicional à mesa? (
)N Qual(is)?
Quem prepara as refeições da casa?
Frequência dos hábitos intestinais:
Toma bebida alcoólica? ( )S ( )N Qual(is)?
)S (
)N Quando?
Quanto à atividade física, como se considera? (
24
)N
Quando: Durante a cocção? (
Com quem mora?
Faz exercícios regularmente? (
(
) Inativo (
Qual(is)?
) Moderadamente ativo (
) Ativo
Frequência:
)S (
)N
)F
História Global
APÊNDICE 7.2 Modelo de Ficha de História Global – Crianças
Avaliador:
Nome:
Idade:
Meses/anos
Sexo: (
)F (
Data:
/
/
Data de Nascimento:
/
/
)M
Endereço:
Telefone:
Nome do pai:
Idade:
Nome da mãe:
Idade:
Problema/Diagnóstico:
12. Escolaridade da mãe:
Profissão:
Está empregada? S N
Escolaridade do pai:
Profissão:
Está empregado? S N
1. Nascido Termo Pré-termo
Idade Gestacional:
Correção para idade gestacional:
2. Mudança de peso
A. Perda/tempo:
B. Peso Usual:
Razão:
13. Qual a renda total da família?
Qual a porcentagem da renda destinada à alimentação?
3. Altura do pai:
Altura da mãe:
15. Quem faz as compras de alimentos?
4. Ingestão (tipo, quantidade e frequência):
 Jejum >2 dias?  S  N
 Leite/fórmula:
 Dieta modificada:
 Dieta normal
 Suplemento oral:
 Nutrição por sonda:
 Nutrição parenteral:
16. Há alimentos que não come por motivos pessoais e religiosos?
S N
Quais?
5. Ingestão alimentar atual:
 Adequada  Inadequada
18. Consome merenda escolar?  S  N
O que é servido na escola?
14. Tipo de moradia:  Casa  Apartamento  Outro:
Quem prepara as refeições?
Quem participa das refeições?
17. Frequenta escola?
Série:
Por quê?
S N
Turno:
Leva lanche de casa?  S  N O que?
6. Apetite: ↑ ↓ ↔ Tempo:
 Ruim  Regular  Bom  Excelente
19. Faz ou fez dieta por algum motivo?  S  N Por quê?
7. Problema comportamental relacionado à alimentação?
 S  N
Qual?
8. Problemas de mastigação/deglutição?  S  N Por quê?
20. Possui casos na família de:
 Diabetes  Obesidade
Grau de parentesco:
9. Sintomas gastrointestinais?
21. Realiza exercícios físicos?  S  N
Qual/Quais?
Com que frequência?
Há quanto tempo?
 Nenhum
 Náusea
 Vômito
 Refluxo
 Diarreia
 Dor
 Distensão abdominal
 Obstipação
 Outro
Duração:
dias/semanas
10. Alergias/Intolerância alimentar?  S  N
Qual/Quais?
22. Toma algum medicamento?  S  N
Qual/Quais?
11. Tem irmãos?  S  N Quantos?
Quantas pessoas moram na casa?
23. Quantas horas dorme por dia?
25
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