Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa OS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS PORTUGUESES Relatório Síntese Maio de 2009 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese O Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa foi convidado pela Comissão Organizadora do Iº Congresso de Antigos Alunos para fazer uma sondagem que procurasse retratar o percurso de vida dos antigos alunos dos seminários e institutos religiosos de Portugal. Com as linhas que aqui se escrevem procura-se, de forma muito sucinta, compreender o que levou os antigos alunos a entrar no Seminário, que memórias guardam do Seminário, que percursos de vida percorreram até aqui e conhecer as suas opiniões sobre a relevância dos Seminários para a sociedade em geral. Não se trata dum estudo em profundidade, mas sim dum primeiro retrato duma população que nunca antes havia sido estudada deste modo. Concretamente, este texto procura abrir pistas para responder às seguintes questões: - quem são e de onde vêm os antigos alunos? - como recordam a sua experiência no Seminário? - como estão inseridos na sociedade? - o que pensam acerca do papel dos Seminários no seu tempo e na sua sociedade dos nossos dias? Sabemos que este assunto e mesmo os dados aqui recolhidos merecem uma atenção mais pormenorizada do que aquela que para o presente efeito foi prestada. Pela nossa parte, estaremos disponíveis para, desde que autorizado pela Comissão Organizadora do Congresso, facultar todos os dados de que dispomos a quem queira fazer um estudo mais aprofundado sobre o tema, nomeadamente em sede de mestrado ou doutoramento. Metodologia Participaram neste estudo 1211 antigos alunos. Destes, 317 são sacerdotes e os restantes leigos, constituindo dois sub-grupos, daqui em diante designados por Padres e Leigos. Como não dispúnhamos à partida do número exacto de antigos alunos por Seminário e de informação suficiente para conseguir contactar com cada um deles, não nos foi possível estruturar uma amostra representativa do Universo. Em função desta condicionante, procurámos que a amostra final, construída a partir do Anuário Católico e de contactos fornecidos pelos Seminários e por Associações de Antigos Alunos contactados pela organização do congresso, fosse tão diversificada quanto possível, abrangendo Seminários Diocesanos e Religiosos de Norte a Sul do país (e ilhas também). Por esse mesmo motivo, embora a percentagem estimada de ordenados entre os antigos alunos seja inferior a 10%, quisemos ter na amostra uma percentagem superior de ordenados, de modo a possibilitar a comparação entre padres e leigos. 2 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese O inquérito foi aplicado por telefone, entre os dias 26 de Fevereiro e 22 de Março de 2009, tendo sido contactados 1403 antigos alunos. As entrevistas tiveram a duração aproximada de 20 minutos. Resultados Quem são e de onde vêm os antigos alunos? Em estudos como este, baseados em sondagens de opinião, quando se desconhece em pormenor o Universo em análise – i.e., neste caso, o conjunto de homens que foram alunos de Seminários –, é impossível obter uma amostra que permita extrapolar fielmente para o Universo os resultados através dela obtidos. Contudo, adaptando-nos às contingências, retratamos esta amostra que procurámos que fosse o mais diversificada possível, de modo a abranger as diferentes realidades dos Seminários Portugueses. Fizeram parte da amostra homens entre os 23 e os 90 anos, sendo 54 anos a idade média dos padres e cinquenta e nove anos a dos leigos (Quadro 1). Estudaram em Seminários Diocesanos e Religiosos de todo o país. Quadro 1 Inquiridos por ano de nascimento (%) Ano nascimento Padres Leigos Até 1939 21 16 1940-1959 34 66 1960-1969 23 11 1970 e seguintes 22 6 Uma larga maioria dos inquiridos nasceu em aldeias. Nota-se, ainda assim entre os Padres uma maior diversificação da tipologia do local de nascimento, algo que, em nosso entender, se pode explicar pela maior dispersão desta amostra quanto ao ano de nascimento, reflectindo mudanças estruturais na sociedade portuguesa na segunda metade do século XX e pela decisão de entrada no Seminário em idade adulta, que se observa em ¼ da amostra de Padres e que seguramente reflecte uma realidade mais transversal, abrangendo pessoas oriundas de todo o país, independentemente da ruralidade ou urbanidade do local. A idade de entrada no Seminário constitui-se como um factor diferenciador das duas amostras. Na amostra de leigos é claro que a maioria entra no Seminário a seguir à escola primária, vindo reforçar a centralidade da vertente de instrução e qualificação académica na opção pelo Seminário tomada por estas pessoas e pelas suas famílias. Como se sabe, para muitas pessoas nascidas em meio rural nas décadas de 40 e 50, como é o caso da maioria 3 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese dos leigos inquiridos, a entrada no Seminário surgia como uma das poucas, quando não a única, possibilidade de continuação de estudos e de ascensão social. Gráfico 1 Inquiridos por dimensão do local de Gráfico 2 Inquiridos por idade de entrada no nascimento Seminário 78 % Padres 69 73 % Leigos 50 Padres 47 50 26 24 15 3 16 13 12 Leigos 6 4 3 0 6 5 0 Lugar ou casa isolada Aldeia Vila Cidade 9 anos ou menos 10 a 12 anos 13 a 15 anos 16 anos ou mais O nível de escolaridade à entrada no Seminário é outro dos aspectos a partir do qual a centralidade da instrução, particularmente na amostra de leigos, é também inferível. Enquanto que 27% dos padres inquiridos tinham já qualificação igual ou superior ao 3º ciclo do ensino básico, esta percentagem desce para 8 pontos percentuais no caso dos leigos. Gráfico 3 Inquiridos por nível de escolaridade à entrada no Seminário 100 92 Padres Leigos 73 % 11 5 12 2 0 <6º ano actual 9º ano actual Ensino Secundário 2 0,3 Ensino Superior (frequência) 2 0,4 Licenciatura, Mestrado, Doutoramento Baseando-nos nos dados sociográficos recolhidos, constatamos a centralidade da instrução na decisão de entrada no seminário, com especial significado no subgrupo amostral de leigos. Mas os dados recolhidos permitem também olhar para esta questão através do olhar dos inquiridos. Tendo perguntado aos participantes quais os dois principais motivos que conduziram à sua entrada no Seminário, encontrámos diferenças relevantes entre as respostas de padres e as de leigos. Para os primeiros, um motivo destaca-se dos demais: ser padre ou irmão religioso (referido por 2/3 dos inquiridos como principal motivo e por 1/3 como segundo motivo). Entre os leigos, a intenção de optar por uma vida religiosa também 4 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese é apontada como primeiro ou segundo motivo por um total de 50% dos entrevistados, mas a influência familiar e a possibilidade de estudar também são largamente referidas. Gráfico 4 Principal motivo para entrada no Gráfico 5 Outro motivo apontado para justificar Seminário a entrada no Seminário 68 % Padres % Leigos Padres Leigos 50 50 41 37 34 30 29 17 7 10 16 13 13 8 7 17 11 13 11 6 3 7 2 0 0 Ser padre diocesano/ padre religioso/ irmão religioso Estudar Influência familiar Influência de terceiros Ser padre diocesano/ padre religioso/ irmão religioso Outro Estudar Influência familiar Influência de terceiros Outro Como recordam a sua experiência no Seminário? Entre os aspectos positivos da sua passagem pelo Seminário, quase todos os leigos destacam a possibilidade de aprender e a qualidade do ensino aí ministrado. Também foram referidos como factores positivos, a disciplina e a capacidade de organização que o Seminário lhes ajudou a criar, a camaradagem reinante e as amizades que então se construíram, o crescimento pessoal, interior, a formação religiosa e moral ou a descoberta da Fé (Gráfico 6). Entre os inquiridos padres, há três grandes núcleos temáticos que são referidos como positivos pela maioria dos entrevistados: aspectos relacionados com a camaradagem, as amizades e a vida em comunidade, aspectos relacionados com a descoberta e aprofundamento da Fé e da vocação e factores relacionados com a qualidade de ensino no Seminário (Gráfico 7). As recordações negativas mais apontadas por padres e leigos são o isolamento, a ausência da família e a disciplina e austeridade dos métodos de ensino (Gráfico 8 e Gráfico 9). 5 Nenhum Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Gráfico 6 Aspectos positivos do Seminário (Leigos) Gráfico 7 Aspectos positivos do Seminário (Padres) Qualidade do estudo/ensino Camaradagem/ Amizade/ Viver em comunidade 97 Disciplina 81 27 Camaradagem/ Amizade 27 Crescimento pessoal 26 Fé/ Formação religiosa/moral Vocação/ Fé 24 Valores 15 Consciência social/ Abertura ao outro 15 Orientação para a vida 69 Qualidade do estudo/ ensino 56 Crescimento pessoal/ Crescimento espiritual 9 0 26 Consciência social/ Abertura ao outro 15 Disciplina/ Rigor/ Organização 15 100 % 0 Gráfico 8 Aspectos negativos do Seminário (Leigos) 100 % Gráfico 9 Aspectos negativos do Seminário (Padres) Isolamento Disciplina/Austeridade/Rigidez/Rigor 21 32 Ausência da família Disciplina/ Austeridade 24 18 Nenhum Nenhum 13 Qualidade do ensino Qualidade do ensino 12 Rigor do ensino 16 16 Regime fechado 11 Isolamento/Individualismo 9 9 Relação com colegas Ausência da família (amigos) 7 7 0 0 % 100 % Há vários modos de tentar compreender o papel que o Seminário desempenhou na vida das pessoas que lá viveram. Um deles é o seguinte. Perguntámos aos participantes “Caso nunca tivesse entrado no Seminário, pensa que seria hoje um homem” e possibilitámos como opções de resposta uma escala de 5 pontos variando entre “muito mais realizado” e “muito menos realizado”. Apenas um número marginal de participantes disse pensar que seria hoje mais realizado. Como se observa no gráfico seguinte, é opinião generalizada a afirmação de igual ou menor realização perante a imagem da vida que teria sido vivida caso não tivessem entrado no Seminário. Gráfico 10 Caso nunca tivesse entrado no Seminário, pensa que seria hoje um homem % Padres Leigos 52 50 39 35 29 25 17 0 0,4 0,1 Muito mais realizado 0,4 2 Mais realizado Igualmente realizado 6 Menos realizado Muito menos realizado 100 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Outra pergunta que nos poderá trazer mais alguma informação para compreender o papel dos Seminários na vida de quem por lá passou é a que colocámos aos participantes, quando lhes pedimos que imaginassem a sua vida caso nunca tivessem sido alunos de Seminário. Entre os leigos, a diferença mais apontada entre a sua vida e essa vida alternativa é a qualificação académica, que seria muito mais baixa. Mas também observámos múltiplas referências a valores morais, orientação para a vida, relacionamento com o outro – tudo aspectos que os inquiridos julgam que não teriam desenvolvido da mesma forma caso não tivessem frequentado o Seminário. Em nosso entender, esta informação é muito importante para salientar a importância dos Seminários não apenas ao nível da formação intelectual mas também ao nível da formação moral de cada indivíduo (Gráfico 11). Gráfico 11 Principais mudanças imaginadas caso não tivesse passado pelo Seminário (leigos) Qualificação académica 45 Orientação para a vida 15 Consciência social/ Abertura ao outro 15 Método/ Rigor/ Organização 15 Fé/ Religião 14 Valores 12 Emprego 9 Formação pessoal 8 Cultura/ Conhecimento 7 0 100 % Entre os padres não há tanta diversidade de ideias acerca de como seria essa sua vida alternativa. Dois terços dos entrevistados dizem que constituiriam família caso não tivessem andado no Seminário, 42% afirmam que procuraria estudar mais, 14% dos inquiridos recusam imaginar outra vida, pois só se vêem como padres, e 12% imaginam que teriam emigrado, tal como muitos portugueses fizeram durante o século XX. Gráfico 12 Principais mudanças imaginadas caso não tivesse passado pelo Seminário (padres) Constituir família 67 Estudos superiores 42 Uma profissão 15 Não imagina outra vida/ Só se vê como padre 14 Emigrante 12 0 % 7 100 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Inserção na sociedade A inserção duma pessoa ou dum conjunto de pessoas numa sociedade pode ser aferida de diversas maneiras. Nesta sondagem procurámos direccionar a atenção para quatro áreas que nos poderão fornecer uma imagem da inserção social que os antigos alunos, em particular os leigos: (1) a situação profissional, abrangendo o grau de escolaridade, a profissão e o rendimento; (2) a situação familiar; (3) a religiosidade e; (4) a ideologia. Um rápido olhar sobre o grau de escolaridade e a profissão desempenhada (no momento ou antes da aposentação) dos inquiridos é suficiente para voltar a evidenciar o papel decisivo do Seminário na vida destas pessoas. Aquilo que é ou foi a sua vida profissional foi largamente determinado pela sua passagem pelo Seminário. Vários dados fundamentam esta nossa leitura. Em primeiro lugar, a própria interpretação dos inquiridos, na medida em que boa parte deles refere que caso não tivesse estudado no Seminário a sua qualificação académica seria mais baixa, assim como o seu nível de conhecimento geral ou o estatuto social da profissão que ocupam ou ocuparam (Gráfico 13). Gráfico 13 Principais diferenças imaginadas caso nunca tivesse entrado no Seminário Qualificação académica 45 Orientação para a vida 15 Consciência social/ Abertura ao outro 15 Método/ Rigor/ Organização 15 Fé/ Religião 14 Valores 12 Emprego 9 Formação pessoal 8 Cultura/ Conhecimento 7 0 % 100 Em segundo, a distribuição de qualificações académicas que verificámos na amostra, com percentagens de licenciados muito superiores ao que seria detectável numa amostra de homens da mesma geração que não tivessem frequentado o Seminário (Gráfico 14). 8 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Gráfico 14 Grau de Escolaridade % Padres Leigos 57 50 37 36 24 14 11 6 3 0,1 0 Curso do Seminário Licenciatura/ Mestrado em Universidade Católica Licenciatura/ Mestrado em Universidade Civil 3 6 2 Doutoramento Doutoramento em Universidade em Universidade Católica Civil Outro Em terceiro, as profissões que ocupam, longe daquilo que encontramos na generalidade dos homens nascidos nas aldeias e vilas dos anos 40 e 50 do século passado. Cerca de 1 em cada cinco são, ou foram até à aposentação, professores dos vários graus de ensino, desde o 1º ciclo do ensino básico até ao ensino superior. Cerca de 13% são empresários em nome individual ou gestores de empresas, 10% desempenham funções ligadas ao Direito e cerca de 9% trabalham no sector bancário. Entre muitas outras profissões referidas, encontrámos muitos inquiridos que são ou foram funcionários públicos, muitos deles em posições de chefia em serviços da Administração Central. Foram também significativos o número de inquiridos que referiu ser militar ou polícia.(Gráfico 15). Gráfico 15 Profissões mais referidas % 50 19 9 10 Bancário Direito 13 0 Professor Gestores/Empresários Cerca de nove em cada dez inquiridos estão casados (Gráfico 16), a grande maioria pela Igreja Católica. Entre os entrevistados, encontram-se também 5% de solteiros, 1% a viver em união de facto e, 4% separados ou divorciados e 2% viúvos. Do total da amostra de leigos, 89% têm filhos, a maioria dos quais 2 filhos o que não faz esta amostra diferente do resto da população para as mesmas gerações (Gráfico 17). 9 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Gráfico 16 % Situação familiar Gráfico 17 Número de filhos 100 84 7 >3 filhos 13 3 filhos 50 Não tem filhos 11 89 50 2 filhos 5 4 Solteiro Casado civil 1 0 Casado Igreja União de facto Católica 4 2 Separado/ Divorciado Viúvo 19 Esta amostra mostra uma relação muito forte com a religião, parecendo que este aspecto é, na actualidade, central na vida de muitos. Numa auto-apreciação dos seus níveis de religiosidade, 32% dos inquiridos consideram-se pessoas muito religiosas e 56% razoavelmente religiosas, sendo que apenas 2% se consideram nada religiosos (Gráfico 18). Gráfico 18 Considera-se uma pessoa muito, razoavelmente, pouco ou nada religiosa? % 56 50 32 10 2 0 Nada Pouco Razoavelmente Muito A confissão religiosa maioritária como seria de esperar é a Católica, (95% dos inquiridos que se consideram religiosos, mesmo que pouco religiosos). A maioria está semanalmente presente em actos de culto da sua religião, sendo que 17% estão presentes em mais que um acto por semana e 4% dizem estar presentes diariamente ou quase (Gráfico 19). 10 1 filho Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Gráfico 19 Frequência com que participa nos actos de culto da sua Religião % 48 50 13 17 13 5 4 0 Quase nunca/ nunca Apenas nas Festas principais 1-2 vezes por mês 1 vez por semana Algumas vezes Diariamente ou por semana quase A maioria dos inquiridos da amostra de leigos revelou-se, quanto ao seu posicionamento político, ligeiramente mais à esquerda que à direita, resultado que é semelhante ao que habitualmente se encontra no resto da população. Para efeitos de comparação, apresenta-se os resultados encontrados na amostra de padres nesta pergunta e na seguinte. Como se pode ver no Gráfico 20, quase metade dos padres recusam assumir qualquer posicionamento político. Entre os que manifestam opção, a amostra tende mais para a direita que para a esquerda. Gráfico 20 Posicionamento político % 50 45 Padres 23 22 20 Leigos 18 15 13 14 10 9 8 4 0 Nr Esquerda Centro esquerda Centro Centro direita Direita A maioria dos inquiridos prefere viver numa república a viver num regime monárquico. 11 Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Gráfico 21 Podendo escolher, optava por um regime republicano ou monárquico? % Padres 59 Leigos 47 50 27 20 17 15 11 5 0 Nr Republicano Monárquico É indiferente O que pensam acerca do papel dos Seminários no seu tempo na sua sociedade dos nossos dias? A formação sacerdotal é a função referida por mais padres (80%) como sendo o papel dos Seminários na sua geração. A preparação cultural também foi referida por 65% dos inquiridos. A amostra de leigos parece dar o mesmo peso a estes dois aspectos: 65% referem a formação sacerdotal e 63% a preparação cultural. Não encontrámos diferenças nas respostas em função da idade dos inquiridos. O discernimento vocacional e a descoberta do sentido do outro e da missão da Igreja são identificados como os papéis centrais dos Seminários na sociedade actual. Gráfico 22 Papel dos Seminários na sua Gráfico 23 Papel dos Seminários na sociedade geração actual 100 100 Padres 80 Padres Leigos 78 % % 65 63 63 52 50 50 44 41 34 39 27 27 8 8 7 0 0 Formação sacerdotal Preparação cultural Fomentar estilos de vida 14 Discernimento vocacional Outra 12 Descoberta do sentido do outro e da missão da Igreja Desenvolvimento do sentido crítico e da capacidade de realização Outra Leigos Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese Questões actuais? Para concluir, apresenta-se em seguida os resultados referentes a três questões colocadas no inquérito: - Qual a sua posição perante o celibato dos sacerdotes diocesanos? Gráfico 24 Posição perante o celibato de sacerdotes diocesanos % Padres 51 49 47 50 Leigos 29 22 3 0 A favor Opção do candidato Contra - O que pensa da restauração do diaconado permanente? Gráfico 25 O que pensa da restauração do diaconado permanente? % Padres 54 Leigos 51 50 40 8 1 38 6 2 0 Não importante Pouco importante Importante 13 Muito importante Os Antigos Alunos dos Seminários Portugueses – Relatório Síntese - O que pensa da ordenação das mulheres? Gráfico 26 Posição perante a ordenação de mulheres % Padres 50 45 Leigos 45 37 28 27 18 0 A favor A favor, mas ainda é inoportuno Contra Conclusão O que aqui se escreveu não esgota toda a informação que se consegue obter a partir dos dados recolhidos. É apenas uma síntese do que se observou que, esperamos, incentive outros a pegar nestes e noutros dados para estudar com maior profundidade o papel dos Seminários na sociedade portuguesa. Pela nossa parte, estamos disponíveis para ajudar naquilo que for preciso e nos for possível. Da nossa análise retém-se a importância dos Seminários na formação intelectual, cultural e moral dos homens que por lá passaram. O Seminário representou para muitos dos que não seguiram a via do sacerdócio uma hipótese de aceder a profissões e a níveis de escolaridade que de outro modo não acederiam. Mas foi também uma importante via de formação cultural e moral, como é reconhecido por muitos dos inquiridos. Estes dados mostram também uma população mais religiosa do que é normal encontrar em homens destes segmentos etários e com este nível de formação. Quase todos estão casados e têm filhos. 14