Estudo aponta necessidade de informar população MAIS DE 70% DOS PORTUGUESES NUNCA OUVIU FALAR DE DOR NEUROPÁTICA Numa amostra representativa da população portuguesa apenas 28% dos inquiridos respondeu que já tinha ouvido falar de dor neuropática, ou seja, 71,3% nunca ouviu falar. Quando questionados sobre se sabem a que sistema está associada 30% respondem que sim, destes, 87,1% reconhece que o sistema subjacente à dor neuropática é o sistema nervoso central. Só 15% da população sabe identificar algumas situações que podem provocar dor neuropática, destes inquiridos 26,9% refere a neuropatia diabética periférica. Outro resultado do estudo mostra que apenas 24% da população sabe identificar alguns sintomas característicos e sugestivos de dor neuropática. Para os inquiridos que responderam afirmativamente, a sensação de formigueiro é a mais reconhecida como sintoma de dor neuropática, em 42,5%. Já os outros três sintomas são pouco identificados pela população. Só 26,7% referiu os choques eléctricos, 19,5% a queimadura e ninguém mencionou a sensação de picada. Apesar do estudo ter revelado um desconhecimento generalizado sobre dor neuropática, 36% dos inquiridos diz saber qual o impacto da doença no dia-a-dia de um doente, dos quais 75,7% assume que a qualidade de vida é o aspecto mais significativo. 23% Refere saber qual o tratamento desta doença, dos quais 81,4% diz que passa pela toma de medicamentos, são poucos os que referem outra forma de tratamento, 19% menciona a fisioterapia e 11,3% refere a cirurgia. O estudo revela ainda que 3,2% dos inquiridos já identificou que sofre de dor neuropática e cerca de 47% demorou 6 meses até ser diagnosticado, mas há relatos de 3 anos para a identificação da doença. Médicos de Clínica Geral e Farmacêuticos: Em relação aos médicos de clínica geral, 100% já ouviu falar de dor neuropática, enquanto nos farmacêuticos o valor desce para os 95%. Sobre as situações que podem provocar esta doença 79,1% aponta a neuropatia diabética periférica (NDP), sendo que a neuropatia por compressão, nevralgia pós-herpética, cancro, radiculopatia e neuropatia periférica associada ao VIH, entre outras, também foram referidas por estes profissionais de saúde. No caso dos farmacêuticos a NDP foi assinalada por 51,3% dos inquiridos. Os sintomas sugestivos de dor neuropática são identificados pela maior parte dos médicos. 14% referiu os choques eléctricos, 26% assinala a queimadura e 25% o formigueiro. Contudo, nenhum médico refere a sensação de picada como sintoma sugestivo de dor neuropática. Os farmacêuticos reconhecem os sintomas sugestivos de dor neuropática, identificando em mais de 50% o formigueiro, a queimadura em mais de 30% e os choques eléctricos em 15%. Sobre o impacto da doença na qualidade de vida do doente 15,9% dos médicos refere o absentismo laboral e 14,5% assinala a dificuldade em andar, 13% menciona as perturbações do sono. Já 40,7% dos farmacêuticos refere o cansaço, 39,5% perturbações do sono e 34,9% dificuldade de concentração. Apesar dos profissionais de saúde inquiridos referirem que a intervenção terapêutica é uma das formas de tratamento da dor neuropática (98,5% - médicos e 95,1% - farmacêuticos), reconhecem que existem outras formas de tratamento que podem beneficiar os doentes, como a fisioterapia, psicoterapia, técnicas de relaxamento, reflexologia, cirurgia, entre outros. Avaliando a importância que os médicos dão a saber mais sobre dor neuropática, numa escala de 0 a 10, 31,9% responde 8 e 21,7% responde 10. Já nos farmacêuticos 32% dá importância 10 a saber mais sobre esta doença e 22% responde 8. Os profissionais de saúde consideram importante e gostavam de poder informar mais os doentes acerca de dor neuropática, sendo que a conversa com o doente é a forma que 73,4% dos farmacêuticos preferem para fazê-lo, ou através de brochuras (54,3%). Os médicos, para além da conversa com o doente (85,5%), defendem que colocação de ecrãs interactivos nas unidades de saúde é uma boa forma de informar os doentes (33,9%). Este estudo de percepção, promovido pelo Instituto Português de Reumatologia (IPR) e pela Pfizer, foi desenvolvido tendo por base um estudo europeu - “Attitudes Towards Neuropathic Pain”. Em Portugal, o estudo foi realizado por uma entidade independente, a KeyPoint, empresa de consultoria científica na área da saúde. “A sua dor é real e tem um nome” Os resultados do estudo mostraram a urgente necessidade de sensibilizar os portugueses para dor neuropática, uma doença com um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e que tem uma taxa de subdiagnóstico muito elevada. A campanha “A sua dor é real e tem um nome”, patrocinada pela Associação Portuguesa de Estudo da Dor (APED), pelo Instituto Português de Reumatologia (IPR), pela Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) e pela Pfizer, chega a Portugal para colmatar as necessidades sentidas pelos inquiridos no estudo de percepção. Despertar a população para uma doença que se estima que possa afectar até 7% da população, é o principal objectivo. A campanha vai estar no ar a partir de 12 de Outubro, a acompanhar a Semana Europeia de Luta Contra a Dor, e marca presença na televisão, imprensa, internet, centros de saúde, hospitais e centros comerciais. O lançamento de um site exclusivamente dedicado à dor neuropática, cujo endereço é: www.dormisteriosa.com.pt, é também uma etapa da campanha, que tem o objectivo de tornar a informação sobre dor neuropática acessível a todos. Neste, os visitantes podem responder a um questionário sobre dor neuropática, esclarecer dúvidas em relação aos sugestivos sintomas da doença e ler sobre casos clínicos de dor neuropática que podem ajudar o visitante a identificar-se. Ficha técnica do estudo – Estudo transversal, efectuado em Portugal Continental, em Setembro de 2009. No estudo populacional foram analisados dados referentes a 1070 indivíduos dum universo de 7.938.886, com idade igual ou superior a 18 anos. A amostra foi estratificada por Região do País, sexo e grupo etário. O erro amostral assumido foi 3%, considerando-se um nível de significância de 0,05. O estudo aos profissionais de saúde foi efectuado através da aplicação de um questionário, por entrevista presencial aos farmacêuticos, e por entrevista telefónica aos MCG. A amostra de profissionais de saúde foi estratificada por Região do País. O estudo foi efectuado pela KeyPoint, Consultoria Científica sob coordenação da Professora Doutora Ana Macedo. Para mais informações contactar: Grupo GCI Mariana Cabral: 21 358 30 99, 93 880 22 32 ou [email protected] Renata Pinto: 21 350 92 74, 93 882 61 76 ou [email protected]