1. O Acordo de Parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, Portugal 2020, representa uma nova oportunidade para a economia portuguesa. As decisões de programação basearam-se numa realidade de partida bem identificada, sobre a qual — privilegiando certos objetivos e domínios temáticos — se pretende melhorar a capacidade e as potencialidades da economia portuguesa e minimizar e ultrapassar os seus principais constrangimentos estruturais, consagrando um modelo de desenvolvimento económico, social e territorial adequado. A programação nacional está devidamente alinhada com o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, prosseguindo a Estratégia Europa 2020, assumindo-se como um contributo decisivo para que Portugal atinja as metas a que se propôs no âmbito do Programa Nacional de Reformas. 2. Portugal vai beneficiar de cerca de 26 mil milhões de euros de fundos europeus até 2020. Para a sua utilização definiu uma estratégia para estimular o crescimento e a criação de emprego, promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável, alicerçada na lista de objetivos temáticos e prioridades de investimento definidas a nível comunitário, e identificou as realizações e os resultados a atingir. A decisão sobre a elegibilidade das candidaturas a financiamento, a monitorização da implementação dos projetos financiados, o acompanhamento das realizações e a avaliação dos resultados exigem, entre outros instrumentos, estatísticas rigorosas, atempadas e de qualidade. Num contexto em que a informação estatística assume grande importância para a formulação das políticas públicas, a informação necessária para a monitorização e avaliação do novo ciclo de fundos estruturais e de investimento 2014-2020 constitui uma exigência adicional para o Sistema Estatístico Nacional (SEN). Esta exigência advém: de uma maior orientação para resultados nos vários domínios de intervenção – o que implica a definição de indicadores estatísticos robustos e disponíveis atempadamente quer para a definição da situação de partida, quer para o estabelecimento das metas a atingir; de um reforço da territorialização das políticas públicas – o que exige uma maior desagregação territorial da informação estatística; de uma intervenção em domínios de preocupação recente – o que exige novas respostas da produção estatística oficial, nomeadamente, através do recurso a novas fontes de informação e da combinação de informação de natureza distinta. 1 3. A experiência já desenvolvida no SEN — com a implementação do Sistema de Indicadores de Contexto do QREN 2007/2013, sob um modelo de trabalho que envolveu os atores de política e os produtores de informação estatística — foi extremamente positiva e constituiu referencial para a demonstração à Comissão Europeia de um sistema de informação oficial orientado para corresponder às necessidades de monitorização e avaliação, no âmbito da Política de Coesão, permitindo garantir o total cumprimento das condicionalidades ex-ante relativas ao sistema de informação estatística associada ao novo ciclo de programação. Esta experiência e este acquis são agora de grande utilidade no contexto dos desafios acrescidos suscitados pela concretização do Portugal 2020. 4. A alteração das sub-regiões para fins estatísticos (NUTS 3), com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2015, permitiu um maior alinhamento entre as unidades territoriais de referência para a estruturação da informação estatística e as unidades territoriais para a promoção de políticas supramunicipais (Entidades Intermunicipais - Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas) definidas na Lei nº 75/2013, facilitando, assim, a conciliação entre ação e monitorização. 5. No âmbito do Conselho Superior de Estatística foi recentemente aprovado o mandato do Grupo de Trabalho que deverá delinear e propor o sistema de informação estatística de suporte à monitorização de contexto e de resultado do Portugal 2020 e dos respetivos Programas Operacionais. Será chamado a participar no Grupo de Trabalho um conjunto alargado de entidades detentoras de informação relevante para além da produzida pelo Sistema Estatístico Nacional (SEN). Pretende-se, deste modo, alargar o espaço de debate sobre as novas exigências da monitorização e avaliação do novo ciclo de fundos estruturais que financiarão o Portugal 2020, a outras entidades, em particular da Administração Pública, dado que as respostas àquelas exigências passarão também por informação detida por entidades exteriores ao SEN. A participação alargada dos muitos atores relevantes, bem como a partilha de experiências internacionais, é decisiva para que sejam encontradas soluções inovadoras que permitam o enriquecimento da informação disponibilizada pelo SEN através da apropriação de informação de outras fontes de informação. É neste contexto que se considerou ser de grande interesse a realização desta Sessão de Reflexão e Sensibilização, com o objetivo de reunir as condições indispensáveis para satisfazer as exigências de qualidade e oportunidade da informação estatística para o Portugal 2020, assegurando a compilação e divulgação dos indicadores de contexto, dos indicadores de realização e resultado ao longo de toda a cadeia de implementação. 2