PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO NA FORMA DE RESIDENCIA MÉDICA
(PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ) EM HEPATOLOGIA
São Paulo, 2012
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Resumo
Este documento foi preparado pelos membros da Diretoria da Sociedade Brasileira
de Hepatologia para ser submetido à análise da Comissão Mista de
Especialidades, devendo ser encaminhado à Comissão Nacional de Residência
Médica e Comissões Regionais.
Tem por finalidade consolidar os argumentos a favor da Residência Médica em
Hepatologia duratne período de dois anos. Além disso, a ampliação dos pré
requisitos, abrangendo além da Gastroenterologia, a Clínica Médica e a
Infectologia, possibilitam o acesso à Hepatologia de médicos procedentes destas
três áreas da Medicina, certamente vinculadas às doenças do fígado, .
A SBH existe desde 1968, tendo cerca de 1000 membros em todo o território
nacional. Juntamente com a AMB, a SBH já concedeu 124 títulos de Especialista
em Hepatologia e 68 Certificados de Área de Atuação em Hepatologia e estes
profissionais atuam em Universidades, Hospitais e Consultórios, dedicando-se
especificamente ao manuseio de doenças hepáticas. Existe uma demanda
reprimida para mais especialistas e constantes pedidos para cursos, estágios e
outros meios de aprofundar conhecimentos e desenvolver habilidades no setor de
doenças do fígado.
Para justificar a demanda clínica apresentamos a caracterização epidemiológica
das diversas doenças do fígado, acometendo indivíduos de ambos os sexos em
todas as idades. As variadas condutas terapêuticas vão desde os cuidados com as
diferentes hepatites, cirroses até o transplante hepático.
A evolução da Hepatologia no Brasil, bem como sua projeção em nível latino
americano e internacional são temas que demonstram a grande relevância da
Especialidade na atualidade. A formação dos atuais especialistas brasileiros foi
realizada em grande parte no exterior, mas atualmente dispomos de recursos
3
humanos e desenvolvimento técnico – científico com instalações apropriadas para
a formação de novos especialistas, através do processo de Residência Médica.
Reconhecemos que a Gastroenterologia foi a grande precursora da Hepatologia, de
onde provém a maioria de seus especialistas, embora na atualidade profissionais
das áreas de Infectologia e Clínica Médica estejam atuando em Hepatologia. A
diversidade e complexidade dos temas relacionados ao Fígado e Vias Biliares,
acrescido aos recentes avanços terapêuticos exigem, entretanto, atualização
constante, dedicação plena do médico e treinamento específico em serviço, o que
só é possível através da Residência Médica.
No nosso entender o programa de Pós-Graduação Médica, como Pós-Graduação
Lato Sensu em Hepatologia deve ser certificado pela Sociedade Brasileira de
Hepatologia. O aval da Sociedade Brasileira de Hepatologia, baseado em
instrumentos de avaliação bem definidos, será de muita importância para dar
credibilidade aos jovens profissionais formados nessas instituições.
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I. Introdução e Justificativa
A Hepatologia dedica-se ao estudo das doenças do fígado e as suas
conseqüências. Devido à endemicidade das doenças Hepáticas, a Hepatologia
tornou-se um campo de estudo,
pesquisa e assistência com rápida evolução
científica, perfazendo um total de 12 revistas internacionais especializadas no
tema, editadas nos últimos 20 anos. Além disso, os avanços conseguidos com os
métodos de imagem e a biotecnologia laboratorial permitiram o entendimento de
diversas doenças Hepáticas antes esquecidas devido o desconhecimento
fisiopatológico e pela incapacidade de investigação. Este aspecto tornou-se ainda
mais evidente com as Hepatites Virais B e C consideradas uma endemia Mundial,
atingindo mais de 600 milhões de habitantes do planeta, estimando-se dentre estes
4 milhões de Brasileiros.
Mais recentemente observa-se aumento da incidência de esteato-hepatite não
alcoólica atingindo 3% da população ocidental, além da doença alcoólica, doenças
metabólicas, autoimunes e carcinoma hepatocelular. No Brasil, embora tenhamos
grupos produtivos e com “expertise” no acompanhamento de pacientes portadores
de doenças do Fígado, há limitação devido à carência de profissionais habilitados
para lidar com o tema. A carência é observada desde as unidades básicas de
saúde até a alta-complexidade. Ademais , a ausência de estrutura para acolher
pacientes com este perfil , impede o acesso aos modernos tratamentos das
doenças hepáticas através do SUS. Mais ainda, dificulta a implantação do
transplante de fígado nas dependências dos Hospitais Universitários. Hoje o
transplante hepático é realizado através do SUS em muitos estados em Hospitais
privados, todavia com profissionais dos quadros acadêmicos .
Assim, o Brasil necessita cada vez mais de centros com este perfil para habilitar
profissionais no atendimento a estes pacientes. No nosso país há reconhecida
carência de centros de treinamento em Hepatologia, tornando difícil capacitar
profissionais na condução de doenças Hepáticas. Este projeto permitirá treinar
recursos humanos nos procedimentos diagnósticos e terapêuticos pertinentes a
Hepatologia, tais como: Paracentese, Biopsia Hepática, Drenagem Percutânea de
5
abscessos, alcoolização de nódulos , TIPS, quimioembolzação, etc. Mesmo
procedimentos simples como Biopsia Hepática têm lista de espera estimada em 1
ano , visto que poucos profissionais realizam o procedimento, contrastando com a
reconhecida pletora de pacientes.
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II. Abrangencia do Programa
1. Programa de especialização em Hepatologia na forma de Pos-Graduação Lato
Sensu (Residência médica)
2. Multidisciplinaridade da Hepatologia com sessões interativas com a Patologia,
Endoscopia, Imagem com radiologia diagnóstica e terapêutica, cirurgia e outras
especialidades médicas
3. Capacitação para trabalhar tanto com pacientes ambulatoriais como com
pacientes criticos devido doença hepática avançada, assim como transplante de
fígado
4. Difusão do conhecimento em Hepatologia no Brasil
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III. Áreas e Escopo
Ciências da Saúde e Biológicas
- Enfermagem;
- Medicina
- Clinica Médica
- Infectologia
- Gastroenterologia
- Hepatologia Clinica
- Clinica Cirúrgica
- Hepatologia Cirurgica
Especificas da Alta-Complexidade
- Transplante hepático
- Suporte de vida em Doença Hepática Grave
- Hemorragia digestiva na Hipertensão Porta
- Hemodinamica diagnóstica e terapêutica
- Ablação de tumores Hepáticos
- Pos-operatotio de Hepatectomias
Especificas da Média-Complexidade
- Acompanhamento ambulatorial de doenças hepáticas crônicas
- assistência farmacêutica de Alto – Custo em Hepatologia
- Biopsia Hepática Transcutanea
- Elastografia Hepática (Fibroscan)
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IV. Objetivos
Principal
Promover, desenvolver, implantar e apoiar os programas de Pós-Graduação Lato
Sensu (Residência Médica) em Hepatologia Clínica.
Secundários
1. Ampliar e aperfeiçoar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e
humanísticos dos profissionais de saúde na área da hepatologia, de modo a
capacitá-los para o desempenho das atividades assistenciais, administrativas, de
ensino e de pesquisa centrada em uma visão holística e na teoria das
necessidades humanas básicas, com práticas de intervenção que expressem
efetivo compromisso com a melhoria da saúde e com os direitos dos cidadãos;
2. Desenvolver ou aperfeiçoar os programas de prevenção de doenças hepáticas,
de promoção da saúde e da assistência a saúde da população, através da
qualificação de pessoal;
3. Qualificar profissionais na área da Hepatologia para que multipliquem os
conhecimentos adquiridos nas unidades do projeto e nas suas regiões de origem
4. Atrair jovens profissionais graduados nas várias cidades e regiões do País,
carentes de recursos humanos com habilidades na área da Hepatologia;
5. Apoiar o desenvolvimento e a ampliação dos Cursos de Graduação da área da
Hepatologia, através da formação de pessoal especializado e de corpo docente;
6. Estimular, em conseqüência, a implantação de cursos de mestrado e doutorado,
interinstitucionais ou fora de sede, visando o aumento da capacitação docente;
7. Fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica na área da
Hepatologia e estimular a formação de doutores na mesma área;;
8. Promover a discussão permanente dos problemas de interesse da área da
Hepatologia;
9. Buscar mecanismos para a maior fixação de jovens médicos em seus Estados
de origem.
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V. Conceito e Evolução da Residencia Médica
Residência Médica é modalidade de ensino de pós-graduação destinada a
médicos, sob a forma de curso de especialização, funcionando em Instituição de
Saúde, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e
profissional.
É considerada o “padrão ouro” da Especialização Médica.
A expressão “Residência Médica” só pode ser empregada para programas que
sejam credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica.
Programa de Residência Médica, cumprido integralmente dentro de uma
determinada especialidade, confere ao Médico Residente o título de especialista.
Histórico
O desenvolvimento da Medicina tem sido vertiginoso nas últimas décadas. A
multiplicidade de conceitos, os avanços tecnológicos, as grandes descobertas em
diferentes setores contribuíram decisivamente para que fossem criadas as
Especialidades Médicas. A partir dos quatro temas clássicos: Medicina Interna,
Clínica Cirúrgica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, que recordamos desde as
lides acadêmicas, assistimos um desmembrar de novas especialidades com
finalidade de aprimorar a formação específica do profissional, com atendimento
mais adequado ao paciente.
A Medicina Interna foi certamente uma das áreas que mais se ramificou, baseandose primordialmente nos diferentes sistemas fisiológicos, como respiração, digestão,
circulação, etc. Nesta divisão inicial o fígado ficou alocado no aparelho digestivo,
embora suas funções extrapolem em muito o auxílio à digestão e suas
enfermidades não tenham muito a ver com problemas digestivos. Confirmando
10
esses dados, não tardou muito o surgimento de grupo de
gastroenterologistas,
mais
interessados,
versados
ou
médicos, em geral
especializados
em
“hepatologia”.
Mesmo na atualidade quando, acertadamente, procura-se fortalecer o papel do
médico generalista e do médico de família, não é nenhum paradoxo a expansão
comedida e justificada do número de especialidades médicas, com base nos
pressupostos
acima.
Contudo,
uma
criteriosa
análise
teleológica
das
especialidades médicas se faz necessária, para evitar a proliferação exagerada de
seu número, sem adequada base médico-científica e sem demanda populacional.
Isto representaria condição prejudicial para o planejamento e execução das ações
de saúde, para o treinamento e certificação profissional e para o acesso da
população aos profissionais indicados.
11
VI. Histórico e evolução da Pós-Graduação Médica no Brasil
Primórdios da Residência Médica
A iniciativa da especialização em Medicina sob a forma de Residência Médica
deveu-se ao cirurgião norteamericano William Stewart Halsted (1852-1922) do
Departamento de Cirurgia da Johns Hopkins University. Em 1889, ele nomeou 4 exinternos como Residentes, por um período de 4 a 6 anos, para que
progressivamente realizassem pré e pós-operatórios e cirurgias. Na própria Johns
Hopkins, em 1890, William Osler (1849-1919) introduziu a mesma sistemática
adaptada à especialização em Clínica Médica.
No Brasil os primeiros programas de Residência Médica foram implantados em
1948 no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (Ortopedia) e no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Rio de
Janeiro. O HSE, recém inaugurado, procurou seguir o modelo norte-americano,
enviando observadores àquele país e implantando programas de Residência
Médica em Cirurgia Geral, Clínica Médica, Pediatria e Toco-Ginecologia.
Em 1964 a Associação Brasileira de Educação Médica definiu Residência como
forma de ensino de Pós-Graduação que permite ao médico recém-formado,
aperfeiçoar-se nos diferentes ramos da atividade médica trabalhando numa
organização hospitalar de bom padrão, em regime de tempo integral e devotamento
1
exclusivo, por prazo suficiente e sob supervisão de colegas experientes. Na
mesma ocasião foi proposta a criação de uma Comissão Nacional, "para atender
os problemas pertinentes à implantação e a supervisão do sistema de internato e
residência em todo o País, tendo em vista o seu acelerado processo de
disseminação". Desde os seus primórdios, a Pós-Graduação Médica tem como
fundamento à especialização e o aperfeiçoamento sob a forma de treinamento em
serviço. Em 1964, por ocasião da II Reunião da Associação Brasileira de Escolas
Médicas (ABEM, Poços de Caldas, MG) e em 1967, no documento extraído do II
Congresso da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANRM, Rio de
12
Janeiro, RJ), as definições nos documentos finais desses eventos, do que fosse
Pós-Graduação Médica, respeitavam o fundamento do treinamento em serviço
(MEC, 1977). Os Programas de Residência Médica expandiram-se de maneira
marcante na década de 1970 e a Comissão Nacional de Residência Médica foi
oficializada em 1977 (Decreto 8281) e consolidada pela Lei 6932 de 7 de julho de
1981.
2
A solidez daquele fundamento ficou mais evidente, porque mesmo o Governo
Militar o respeitou ao editar o Decreto nº 80.281 de 1977 (Brasil, 1977), ao definir
Pós-Graduação Médica como “modalidade do ensino de pós-graduação destinada
a médicos, sob a forma de curso de especialização, caracterizada por treinamento
em serviço, funcionando em instituições de saúde, universitárias ou não, sob a
orientação de profissionais médicos ...”
No Brasil, a CNRM exige que os Programas de Pós-Graduação Médica tenham
duração de 2 (anos), com algumas exceções par tempo maior, e também descrita
na Resolução CNRM nº 05/2002 (CNRM, 2002). A Lei 6.932/1981 (Brasil, 1981),
também determina (Art. 5º) que o Programa de Pós-Graduação Médica tenha carga
horária semanal de 60 (sessenta) horas, “nelas incluídas um máximo de 24 (vinte e
quatro) horas de plantão”.
Sendo assim, e considerando que há 52 semanas por ano e menos os 30 dias (ou
4 semanas) consecutivos de folga, por ano de atividade (§1º do Art. 5º da Lei
6.932/1981; Brasil, 1981), cada ano do PRM tem 48 semanas ou 2.880 horas e em
2 anos (duração da maioria dos PRMs) a carga horária total é de 5.760 horas.
Portanto, os PRMs oferecem de 576 (10%) a 1.152 (20%) horas de atividades
teórico-práticas, muito além do mínimo exigido, pelo sistema federal de ensino, de
carga horária total (360 horas) para os outros cursos lato sensu.
13
Evolução da Residência em Gastroenterologia
A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) foi fundada em 1949. Nesta
época já existiam Sociedades de Gastroenterologia no Rio de Janeiro, São Paulo e
13
Minas Gerais.
Inicialmente, pelo fato da FBG não dispor de sede fixa e de seus
presidentes serem oriundos de diferentes estados, por decisão estatutária, a
documentação de seus congressos dispersou-se. Isto impossibilitou que fosse
realizado estudo comparativo entre os diversos programas de residência e as
provas de especialistas realizadas, a partir de 1966, nos Congressos Brasileiros de
Gastroenterologia, correlacionando o índice de aprovação e a origem dos
candidatos aprovados nestes concursos12.
Em pesquisa realizada13,14 há alguns anos, foi possível concluir que:
 A formação de especialistas em gastroenterologia se faz, principalmente, em
instituições públicas, sendo pequena a participação do setor privado.
 Cerca de 70% dos programas são desenvolvidos em hospitais públicos
vinculados a Instituições de Ensino Superior (IES), demonstrando o compromisso
destes hospitais com a formação do especialista.
 As normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência Médica
determinaram consistente homogeneidade entre os programas.
 A disponibilidade docente nos hospitais vinculados a IES é superior à dos
hospitais sem vínculo.
 Nos Programas hospitais vinculados a IES, 56% dos preceptores são doutores e
mestres; nos hospitais não vinculados, apenas 27% têm titulação equivalente.
 O número de preceptores por programa satisfazia as exigências da CNRM e
permitiam sugeir aumento de vagas nos programas já credenciados.
 Nos hospitais vinculados a IES é maior a oferta de treinamento em ambulatórios
de sub-especialidades.
 Hospitais sem vínculo a IES utilizam mais "atividades especiais" como
instrumentos de aprendizagem em serviço.
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 Os serviços complementares de diagnóstico e tratamento e de maior
complexidade são adequados para o treinamento dos Residentes.
 Os mecanismos formais de avaliação final do Residente, embora presentes,
estão a exigir discussão e normatização de critérios.
 Apesar da homogeneidade entre os programas, foi possível identificar alguns
com características que os tornam "piores" que os seus congêneres. As
deficiências identificadas devem orientar os Programas e/ou a CNRM para sua
correção.
Pós Graduação em Hepatologia
A Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA),
fundada em 1953, em avaliação do MEC atingiu pontuação que a colocou no topo
das Escolas Médicas do Rio Grande do Sul. Tem como hospital-escola a bicentenária Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, conhecida
nacionalmente
por
seu
modelo
administrativo/assistencial.
O
Serviço
de
Gastroenterologia e Hepatologia da FFFCMPA conta com mais de 35 anos de
funcionamento, com corpo docente quase todo aprimorado nos Estados Unidos,
Espanha e Alemanha. Quase uma centena de Residentes já passou pelo Serviço, e
muitos ocupam posições de destaque no magistério médico do Rio Grande do Sul.
Atuando no ensino de graduação como disciplina de Gastroenterologia, a principal
área de pesquisa do Serviço é a Hepatologia, o que permitiu idealizar-se, de forma
pioneira no País, o Programa de Pós-graduação em Hepatologia. Seu corpo
docente
consta
de
11
professores-doutores,
8
dos
quais
direcionados
especificamente à área de Hepatologia. Desnecessário comentar o reflexo que este
grupo de professores trouxe à FFFCMPA, tanto no que tange aos docentes de
outras áreas, como também ao corpo discente e corpo técnico. Deve ser
ressalvada que a forte atuação institucional do professorado também influiu
sobremaneira no desenvolvimento tecnológico da Faculdade. Isto pode ser
15
observado na área de biologia molecular bem como em outras áreas, ressaltando a
forte interdisciplinaridade institucional.
A inquietude intelectual do Programa pode ser constatada pelos Grupos de
pesquisa vinculados ao CNPq, bem como pela sua produção científica.
Referências Bibliográficas
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4. Bayliss WM, Starling EH. Mechanism of pancreatic secretion. J Physiol 1902; 28: 325-353.
5. Haubrich WS. Boas the founder of Gastroenterology. Gastroenterology 2000; 119: 299.
6. Barkin JS. The American College of Gastroenterology: yesterday's accomplishments, today's problems and
tomorrow's challenges. Am J Gastroenterol 1991; 86: 396-400.
7. Kirsner JB. Gastroenterology comes of age. JAMA 1988; 260: 244-246.
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8. Kirsner JB. The origin of 20 century discoveries transforming clinical gastroenterology. Am J Gastroenterol 1998;
93: 862-871.
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1985; 7: 9-24.
10. Jones FA. Gastroenterology in Britain before 1937 and the founding of the Gastroenterological Club. Gut 1987; 28
(suppl): 3-5.
11. Losowsky MS. Research, education, science, training: work of the committees. Gut 1987; 28 (suppl): 25-26.
12. Borges DR, Peçanha AJS. A Residência e a Pós-graduação em Gastroenterologia. In Meneghelli UG, Rezende
JM, Cordeiro FMT. A Gastroenterologia no Brasil II. São Paulo, Lemos Editorial, 2002: 459-488.
13. Peçanha AJS. Residência em Gastroenterologia como modêlo para análise do papel da Residência Médica na
formação do especialista. Tese. Escola Paulista de Medicina, 1993, 109 páginas.
14. Peçanha AJS. Análise e avaliação quanto à quantidade e qualificação dos preceptores das residências médicas
em Gastroenterologia no Brasil. GED 1994; 13: 157-163.
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VI. Estrutura geral do Programa de Pós-Graduação em Hepatologia
(Residência Médica) Características gerais dos Programas de Pós-Graduação
Médica e Especialização em Hepatologia
Estrutura organizacional
Duração do Programa: 2 anos
Carga horária semanal: 60 (sesenta) horas;
Período de folga anual: 30 (trinta) dias consecutivos.
Período anual, em semanas, para o cálculo das atividades práticas e teóricopráticas: 48 (quarenta e oito)
FIGURA 1. Organograma e disposição hierárquica* das Comissões, Membros e
Residentes.
CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE
Titular Secretaria de Saúde
Coordenador de Assistencia
Médico - Hospitalar
Diretorias (Hospitais)
Coordenação Executiva
COREME
Coordenador
Vioe-Coordenador
Supervisor de Programa
Preceptor
Médico Residente
(*) no caso dos Programas de Pós-Graduação Médica, a subordinação superior é a
CNRM/Ministério da Educação
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Carga horária total: primeiro ano (R-3) de 2.880 horas e no segundo ano (R-4) de
2.880 horas;
Carga horária de plantão semanal: 24 (vinte e quatro) horas, também incluídas
entre as sessenta (60) horas semanais;
Correspondência ao número de créditos acadêmicos, mas deve ser considerado
que cada Programa poderá oferecer de 80% a 90% de atividades práticas (para
efeito de cálculo foi selecionada a proporção de 90% de atividades práticas):
ATIVIDADES*
ANO
PráticasA
Teórico-práticasB
TOTAL
Primeiro
2.592h=43c
288h=10c
2.880h=53c
Segundo
2.592h=43c
288h=10c
2.880h=53c
TOTAL
5.184h=86c
576h=20c
5.760h=106c
(*) os números de créditos, assinalados no corpo do quadro, estão aproximados para valores
inteiros;
(A) 1 crédito (c) de estágio (E) ou prático (P) = 60 horas (h); (B) 1 crédito (c) teórico-prático (TP)
=30 horas (h).
Monografia (Anexo): é computada como parte das atividades teórico-práticas e é
obrigatória para a conclusão da Pós-Graduação (Residência). A monografia (5
exemplares) deve ser entregue três (3) meses antes da data prevista para a
conclusão do R-2 em Hepatologia e o tema deve ter interesse científico ou
tecnológico
na
especialidade,
ou
também
ser
de
interesse
regional.
Preferencialmente, a monografia deve utilizar-se de uma das seguintes
metodologias: revisão sistemática; análise secundária de dados ou meta-análise. O
tema deve ser selecionado, juntamente, com o Supervisor e Preceptores do
Programa até o final do R-1 em Hepatologia;
18
VII. Requisitos Básicos
Os serviços que solicitarem credenciamento para oferecer Residência Médica em
Hepatologia devem preencher requisitos básicos, tanto em termos estruturais
como também em termos de recursos humanos, a saber:
- Unidade de internação com disponibilidade de leitos para pacientes com doenças
hepáticas
- Unidades ambulatoriais com atendimento diferenciado, em que hepatologistas
possam monitorar as atividades dos residentes para serem tomadas as melhores
condutas, segundo consensos e diretrizes, nas diversas alterações patológicas do
fígado.
- Corpo clínico de monitores em que pelo menos 3 deles tenham o título de
Especialista em Hepatologia, ou sejam reconhecidos pela SBH como capacitados
para esta função
- Possibilidades de oferecer treinamento em procedimentos básicos como biópsia
hepática percutânea, paracenteses diagnósticas e terapêuticas, alcoolização de
tumores hepáticos e outros
- EstaTer acesso a
Serviço de Endoscopia Digestiva Alta, com monitores
disponíveis para orientar os residentes quanto a diagnósticos e tratamentos de
doenças hepáticas e das vias biliares
- Estarem vinculados a Serviço de Anatomia Patológica, com monitores hepatopatologistas, disponíveis a fornecer treinamento básico ao residentes sobre as
correlações clínico-patológicas das diferentes doenças hepáticas
- Estarem vinculados a
Serviço de Radiologia, com monitores treinados e
capacitados aos procedimentos diagnósticos de imagem como ultrassom,
tomografia
computadorizada
e
ressonância
nuclear
magnética,
dirigidos
especificamente ao diagnóstico mais completo de alterações hepato-biliares.
- Estarem vinculados a Serviço de Hemodinâmica, capacitado a realizar
procedimentos diagnósticos e terapêuticos tais como: arteriografia, portografia e
19
venografia hepáticas, medidas pressórias, realização de biópsia transjugular,
quimioembolização de tumores hepáticos e outros.
- Dispor de Pronto Atendimento para emergências hepáticas como o sangramento
digestivo por varizes esofágicas, as encefalopatias hepáticas e a sepsis por
complicações de peritonite bacteriana primária ou outras infecções no cirrótico
- Dispor de Unidade de Terapia Intensiva para o acompanhamento dos pacientes
com doença hepática grave, como a hepatite fulminante, o coma hepático, a
septicemia e outras.
- Estarem vinculados a Serviço de Transplante Hepático para o conhecimento das
indicações do transplante e das complicações clínicas do procedimento, bem como
seu acompanhamento pré e pós- operatório.
- Os responsáveis pelo programa de Residência Médica de 2 anos em Hepatologia
devem adequar-se ao conteúdo do programa, desenvolvido pela SBH e aprovado
pela CNRM, quanto ao desenvolvimento das habilidades práticas do residente
assim como promover a constante atualização na área de hepatologia,
desenvolvendo racicínio clínico em discussões práticas de diagnóstico e tratamento
das diferentes hepatopatias.
20
VIII. Caracterização Epidemiologica e demanda social das doenças do Fígado
Dados anatômicos e funcionais do fígado
O fígado está posicionado na interface entre a circulação portal (entérica) e a
circulação sistêmica. Sua localização é estratégica pois executa tarefas de defesa
do organismo (imunológica) e tem importante função metabólica (sintética) gerando
produtos e nutrientes para órgãos distantes como coração, músculos, rins e
cérebro.
Algumas etapas metabólicas são dependentes do bom funcionamento hepático –
armazenamento de energia na forma de glicogênio, e controle dos níveis séricos de
glicemia; conversão de carboidratos em proteínas e gorduras; oxidação de ácidos
graxos com formação de colesterol e sais biliares; formação de uréia para
eliminação de amônia; produção de proteínas plasmáticas e fatores de coagulação
como protrombina, fibrinogênio, globulinas e fator VII; metabolização e inativação
de drogas e hormônios; e armazenamento de vitaminas como A, D e B12.
É órgão único, pesando entre 1200 e 1500g, podendo corresponder a 1/50 do peso
total de um indivíduo, com alta complexidade estrutural, vascular e funcional. Pelo
fígado circula um volume médio de 1500ml de sangue por minuto, quando são
combinados os fluxos da veia porta e artéria hepática.
Além da complexa interface vascular, e da intricada atividade metabólica, o fígado
tem função de filtragem e excreção de subprodutos metabólicos e impurezas
através da bile que é continuamente excretada na luz intestinal através de um
sistema canalicular próprio que se inicia nos espaços portais intra-hepáticos, cuja
confluência forma aos poucos os ductos biliares direito e esquerdo e por último o
ducto hepático comum, que desemboca no arco duodenal.
Diagnóstico das doenças hepáticas
21
As
doenças
hepatobiliares
manifestam-se
de
forma
aguda
ou
crônica,
acompanhadas ou não de alterações colestáticas. O diagnóstico das afecções do
fígado baseia-se, freqüentemente, em sintomas e sinais típicos, obtidos através de
história clínica e exame físico, reforçado por exames laboratoriais variados, por
exames de imagem específicos e pelo estudo histopatológico. Outras vezes a
doença hepática evolui de maneira totalmente assintomática e seu diagnóstico só
pode ser suspeitado através de exames bioquímicos, hematológicos ou
positividade de sorologia para marcadores virais. Além disso, o avanço tecnológico
nas
últimas
décadas
permitiu um refinamento progressivo das
técnicas
laboratoriais, dos métodos diagnósticos de genética e de biologia molecular,
agregando à prática do hepatologista, novas ferramentas para o diagnóstico e
manejo das doenças do fígado.
Hepatites por vírus – epidemiologia e história natural
Uma das afecções mais freqüentes do fígado é a hepatite viral aguda ou crônica.
Os vírus hepatotrópicos mais conhecidos são A, B, C, D e E. As hepatites são
doenças infecciosas que levam à inflamação do fígado, podendo causar a morte. A
distribuição das hepatites é mundial, e ocorrência dos diferentes tipos varia entre
as regiões estudadas.
Para os tipos que mais preocupam as autoridades sanitárias, há hoje, no Brasil,
cerca de 2 milhões de portadores crônicos da hepatite B e 3 milhões de hepatite C,
a maioria sem saber que está com a doença. Estes 5 milhões de pessoas
representam quase oito vezes mais o número de portadores de HIV.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 2 bilhões de
pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B. O vírus da hepatite B pode
causar infecção aguda ou crônica. O diagnóstico de infecção crônica é feito quando
há a persistência do marcador HBsAg por mais de 6 meses no soro do paciente
infectado.
A
infecção
crônica
pelo
vírus
da
hepatite
B
(HBV)
afeta
aproximadamente 350 milhões de indivíduos no mundo, sendo uma das principais
22
causas de cirrose e carcinoma hepatocelular. A doença se cronifica em
aproximadamente 90% das crianças infectadas ao nascimento, em 25% a 50% dos
infectados entre 1 e 5 anos e em menos de 5% daqueles infectados durante a
idade adulta. Apesar de haver a possibilidade de eliminação natural do vírus, a
hepatite B representa um grave problema para a saúde pública, pois a enfermidade
pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado em uma porcentagem dos casos.
Considerada pela OMS como a doença crônica infecciosa mais importante da
atualidade, a hepatite C crônica acomete cerca de 170 milhões de indivíduos ao
redor do globo. A proporção de pessoas infectadas pelo HCV que desenvolve
infecção crônica é de 50 a 80% após a contaminação. Estimativas da prevalência
da infecção pelo HCV no Brasil são extraídas de estudos transversais realizados
em bancos de sangue, onde a prevalência de doadores com anti-HCV positivo é de
1 a 1,5%. Entretanto, como uma parte dos doadores com sorologia positiva para o
anticorpo não portam o vírus, estima-se que a prevalência real da infecção crônica
pelo HCV seja de aproximadamente 1% da população geral.
À longo prazo, as principais complicações potenciais da infecção crônica pelo vírus
C são cirrose, insuficiência hepática terminal e carcinoma hepatocelular. O
percentual de pacientes cronicamente infectados que evoluem para cirrose após 20
anos do contágio varia, sendo que estudos de base populacional mostram taxas de
4% a 10%. Entretanto, pouco se sabe a respeito da evolução da infecção crônica
pelo HCV em períodos mais longos do que duas décadas. Uma vez estabelecido o
diagnóstico de cirrose, anualmente cerca de 1% a 4% dos pacientes desenvolvem
carcinoma hepatocelular.
Tratamento das hepatites e ações governamentais
O tratamento das hepatites virais crônicas é grave problema de Saúde Pública hoje
no Brasil. A demanda por recursos específicos para capacitação de equipes
médicas e assistenciais, dos laboratórios centrais através de testes de biologia
23
molecular, e formação de estoques de antivirais destinados ao tratamento das
hepatites, requer grandes investimentos no setor público. Em resposta a esta
demanda, foi criado, no âmbito do SUS, em 05/02/2002 pela portaria 263/02 GM Ministério da Saúde, o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das
Hepatites Virais, a ser desenvolvido de forma articulada pelo Ministério da Saúde e
pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e municípios. Os
objetivos contemplados pelo programa são:
I. Desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico,
vigilância epidemiológica e sanitária das hepatites virais, acompanhamento e
tratamento dos portadores de hepatites virais detectadas e inseridas no Programa;
II. Ampliação do acesso, o incremento da qualidade e da capacidade instalada dos
serviços de saúde em todos os seus níveis de complexidade, bem como de centros
de referência para o tratamento das hepatites;
III. Organização, regulação, acompanhamento e avaliação do conjunto destas
ações de saúde para o efetivo controle das hepatites virais.
As equipes formadas, ou em formação no território nacional, que lidam ou virão a
lidar com os pacientes portadores de hepatopatias crônicas, sobretudo as virais,
têm ou precisam ter em seus quadros predomínio de especialistas em hepatologia.
Mortalidade em doenças do fígado
Estudos de mortalidade com freqüência concentram-se nas causas relacionadas às
doenças do aparelho circulatório, às neoplasias malignas e às causas externas no
conjunto das mortes de uma determinada população. Entretanto, muito pouco temse detido na análise das doenças do fígado, que também formam um importante
agrupamento de causas de morte, do qual fazem parte aquelas relacionadas ao
álcool, à cirrose e à insuficiencia hepática.
Estudo realizado no Estado de São Paulo, no grupo etário entre 40 e 59 anos, onde
se concentram os chefes e arrimos de família, as doenças do fígado ocupam
importante posição semelhante às doenças cerebrovasculares, perdendo apenas
para doenças isquêmicas do coração e causas externas (Figura 1)
24
Figura 1
A evolução das taxas das principais causas de morte de homens com 35 a 59
anos, no Estado de São Paulo, é mostrada no Gráfico 1 para o período 1980-82 a
2000-02.
As taxas de mortalidade por doenças do fígado mantêm-se praticamente estáveis,
em torno de 65 óbitos por 100.000 homens, e as mortes por doenças do aparelho
circulatório, como as isquêmicas do coração e as cerebrovasculares, têm taxas
reduzidas. Cabe ainda ressaltar que a mortalidade por agressão dobrou no mesmo
período.
25
Gráfico 1
Evolução das Taxas de Mortalidade para Homens de 35 a 59
Anos, segundo Principais Agrupamentos de Causas
Estado de São Paulo
Triênios 1980-82 a 2000-02
Por 100 mil homens
150
Taxas
120
90
60
30
0
1980-82
1985-87
1990-92
1995-97
2000-02
Doenças Isquêmicas do Coração
Doenças do Fígado
Homicídios
Doenças Cerebrovasculares
Fonte: Fundação Seade.
O Gráfico 2 detalha a evolução das taxas de mortalidade, entre 1996 e 2002, das
duas doenças do fígado mais freqüentes, para homens e mulheres.
Gráfico 2
Evolução das Taxas de Mortalidade por Doenças do Fígado,
para Pessoas de 35 a 59 Anos, por Sexo
Estado de São Paulo
1996 - 2002
Por 100 mil habitantes
Taxas
35
30
25
20
15
10
5
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Doença alcoólica do fígado - Homens
Fibrose e cirrose hepática (1) - Homens
Doença alcoólica do fígado - Mulheres
Fibrose e cirrose hepática (1) - Mulheres
Fonte: Fundação Seade.
(1) Exclui cirrose alcoólica e congênita.
Verifica-se que as taxas masculinas são nove vezes superiores às femininas para
as doenças alcoólicas do fígado e seis vezes para a fibrose e cirrose hepática,
26
contribuindo de maneira considerável no Índice de Sobremortalidade Masculina
(ISM), neste grupo etário que é decisivo na constituição dos níveis de condição de
vida da população.
O importante a destacar é que as causas que ganham representatividade, neste
período, têm em comum o fato de estarem ligadas ao consumo de álcool.
Doença hepática alcoólica
Doença alcoólica do fígado ou hepatopatia alcoólica é a lesão hepática decorrente
do consumo excessivo de álcool, sendo este um problema de saúde comum e de
possível prevenção. Geralmente, o volume de álcool consumido (quantidade e
freqüência) determina o risco e o grau da lesão hepática. Vários estudos mostram
que as mulheres são mais vulneráveis à lesão hepática do que os homens. As
mulheres que consomem bebidas alcoólicas durante mais de 3 anos, o equivalente
a 20gramas de álcool puro por dia (200 ml de vinho, 390 ml de cerveja ou 60 ml de
uísque) podem desenvolver lesão hepática, enquanto os homens precisam
consumir mais do que 40 gramas por dia para desenvolverem o mesmo grau de
lesão. No Brasil, o etilismo crônico continua sendo mais freqüente no sexo
masculino, embora o percentual de mulheres com problemas relacionados ao uso
abusivo de álcool vem aumentando nos últimos anos.
O álcool pode causar três tipos de lesão hepática: a esteatose (fígado gorduroso), a
hepatite alcoólica e a cirrose. Enquanto as duas primeiras podem ser reversíveis ao
se interromper a ingesta alcoólica, os casos de cirrose podem evoluir para a
indicação de transplante hepático. O uso crônico de etanol ainda é a principal
causa de cirrose, seguido de perto pela hepatite crônica C, a principal indicação de
transplante hepático no Brasil e no mundo.
Cirrose e transplante hepático
27
Outras doenças crônicas, congênitas ou adquiridas, que podem induzir em fígados
normais o desenvolvimento de cirrose são: doenças metabólicas como o depósito
de cobre (Doença de Wilson) ou de ferro, a hemocromatose hereditária ou
adquirida, deficiência de alfa-1 antitripsina; doenças com componente auto-imune
como a hepatite auto-imune, cirrose biliar primária e colangite esclerosante
primária; bem como hepatopatias crônicas pelo uso de medicamentos (drogas
lícitas ou ilícitas) ou tóxicos.
Doença de expressiva prevalência mundial e de alta mortalidade, a cirrose é
processo mórbido crônico e irreversível do fígado, cujo tratamento definitivo
consiste no transplante ortotópico de fígado com doador cadavérico ou transplante
intervivos.
Em nosso país foram realizados em 2011, 45.371 transplantes de órgãos/tecidos,
segundo o Registro Brasileiro de Transplantes. Este número é quase 300% maior
que em 2003, quando foram realizadas 12.247 cirurgias. Essa evolução, no número
de transplantes realizados, coloca o Brasil em situação privilegiada no mundo.
Dados do Sistema Nacional de Transplantes - SNT do MS, mostram um aumento
de 322,9% no número de transplantes de fígado nos últimos 6 anos (1997-2003).
Só no último ano do intervalo foram realizados 609 procedimentos, mostrando o
impacto das doenças crônicas do fígado no SNT, e respondendo pelo 4o lugar em
números absolutos. Em Abril de 2004, havia no Brasil mais de 5300 pacientes
portadores de hepatopatias crônicas na lista de transplantes do SNT, à espera de
um
novo
fígado,
perdendo
apenas
para
o
rim
e
córnea.
(http://dtr2001.saude.gov.br/transplantes/)
Demanda pela formação de Hepatologistas
Pelos dados apresentados acima fica claro que a demanda por especialistas na
área de Hepatologia é expressiva com tendência a grande crescimento nos
28
próximos anos. As melhores chances de cura para as doenças do fígado residem
na detecção precoce e no tratamento e acompanhamento adequados. Esta
atividade deve ser exercida por profissionais com treinamento específico e
competência comprovada. O processo mais adequado e aceito para atingir esses
objetivos é o da Residência Médica.
29
IX. Histórico da Hepatologia e da SBH – Sociedade Brasileira de Hepatologia
Primórdios da Hepatologia no mundo e no Brasil
A hepatologia é uma especialidade de evolução recente, tendo praticamente
nascido com Hans Eppinger, na quarta década do século dezenove. Dame Sheila
Sherlock, em seu conhecido livro didático, cita relatos de manifestações de
hepatopatias pelos Babilônios (2.000 a.C), na China (1.000 a.C)e por Hipócrates
(460 a.C). Ela considera que Frerichs foi o pai da moderna Hepatologia, pois em
1858, publicou o primeiro tratado sobre doenças do fígado. (Enciclopédia Britânica
– Vol. 09-pag.924,1065).
A partir da metade do século passado houve, em todo o mundo, grande
desenvolvimento de estudos sobre as doenças do fígado, tendo como colunas
mestras Hans Popper, na Patologia e Sheila. Sherlock, na Clínica. Versada
inicialmente pelos clínicos gerais, mais tarde passou para o domínio dos
gastroenterologistas. O acúmulo de conhecimentos e a diversidade das questões
práticas, entretanto, deu origem, mais recentemente, à figura do hepatologista.
A descoberta do antígeno Austrália (ou antígeno de superfície da hepatite B) por
Blumberg em 1965 foi a pedra angular para o desenvolvimento da moderna
hepatologia, dando início a uma série enorme de pesquisas para a aquisição de
novos conhecimentos e total caracterização dos diferentes vírus causadores de
hepatites. O vírus da hepatite B (VHB), que acomete dois bilhões de pessoas em
todo o mundo, evolui de forma crônica até a cirrose, sendo causador de cancer
hepático. O desenvolvimento de uma vacina eficaz contra esta infecção viral foi
pioneiro na profilaxia de cancer. De fato, a vacina contra a hepatite B foi a primeira,
em toda a medicina, capaz de prevenir um tipo de cancer, o cancer hepático
causado pelo VHB.
30
Dentre os cinco vírus plenamente identificados e comprovadamente causadores de
doenças hepáticas agudas e crônicas ( A, B, C, D e E ), certamente a epidemia
silenciosa ocasionada pela hepatite C vem assustando a todos nos últimos 20
anos. Com prevalência de 1% a 3% em todo o mundo, seu índice de cronicidade
varia de 60% a 80% dos casos, podendo haver evolução para cirrose e câncer. No
Brasil, na América Latina, assim como em várias estatísticas mundiais a cirrose
pelo vírus da hepatite C (VHC) é a causa mais freqüente de transplante hepático.
Além dos vírus, vários outros agentes etiológicos têm sido responsabilizados por
doenças hepáticas, destacando-se entre eles o alcoolismo crônico, levando à
cirrose em 20% dos casos. Mais recentemente, descobriu-se que a alteração
metabólica causada pelo álcool, qual seja a esteato-hepatite, pode ter outras
origens, não alcoólicas. Assim, assistimos na última década, o crescimento do
número de casos de esteatose hepática e esteato-hepatite não-alcoólica (NASH),
consideradas por muitos como a epidemia deste novo milênio, pela sua crescente
prevalência em obesos, diabéticos e hiperlipêmicos.
Na área da terapêutica, o fortalecimento da Hepatologia como Especialidade foi
extraordinário nos últimos anos, acompanhando o desenvolvimento tecnológico e a
multiplicidade de pesquisas nas mais variadas áreas, desde a farmacologia,
farmacodinâmica e farmacocinética passando por procedimentos endoscópicos,
terapêutica intervencionista e variadas técnicas cirúrgicas. Mas o apogeu das
conquistas, assim como na cardiologia e na nefrologia, foi seguramente a
realização do transplante hepático, que se tornou uma realidade clínica, uma
esperança de vida a milhares de pacientes desenganados. Com a perspectiva do
transplante, as condutas terapêuticas das diferentes complicações da doença
hepática crônica avançada, adquiriram novo enfoque. A melhor caracterização
fisiopatológica destas complicações possibilita, atualmente, uma gama imensa de
medidas que recuperam os pacientes em fase crítica, alongando seu tempo de
vida, à espera do tratamento definitivo pelo transplante de fígado.
31
A pluralidade e diversidade de temas dentro da área da Hepatologia faz com que já
existam sub-especialidades. Em grandes serviços de Hepatologia dos Estados
Unidos
e Europa os
estagiários que buscam aprimorar conhecimentos,
principalmente através do desenvolvimento de pesquisas científicas, precisam
optar entre diferentes áreas como: hepatites virais, colestases crônicas, doenças
auto-imunes, complicações da hipertensão portal, doenças metabólicas ou
genéticas. Além disso, a Hepatologia faz interface com outras especialidades,
existindo assim a Hepato-Patologia, a Hepatologia Pediátrica e a Cirurgia de
Fígado e Transplante Hepático. O laboratório clínico, a biologia molecular,
os
exames de imagem e a radiologia intervencionista constituem áreas de apoio de
fundamental importância, com profissionais especificamente dedicados ao
diagnóstico e tratamento de doenças hepáticas.
No Brasil, a história da Hepatologia não foi diferente de outros países. Os nomes
maiúsculos
na
Medicina
Interna
formaram
gastroenteroenterologistas
que
trouxeram valiosa colaboração em diversas teses relacionadas com hepatopatias.
As várias escolas brasileiras, do norte ao sul, formaram mestres, orientando-os
para o estudo da especialidade. Mesmo sendo uma temeridade, citaremos alguns
nomes que marcaram nossa
história médica. Pelo muito que fizeram, pelos
discípulos que disseminaram e que se tormaram hepatologistas, impõe-se-nos a
lembrança de Amauri Coutinho, Djalma Vasconcelos, Clementino Fraga, Prado
Valadares, Fernandes Pontes, Cintra do Prado, Melo Campos, Caio B. Dias,
Romeu Cançado, João Galizzi, Nereu Almeida Júnior, Jorge Pereira Lima e
Waldomiro Dantas. No Rio de Janeiro, tivemos Thomas de Figueiredo Mendes,
fundador e primeiro presidente da SBH, Clementino Fraga Filho, líder de brilhante
escola e ainda
José Lopes Pontes, Castro Barbosa, Waldemar Podkameni e
Ernani Aboim, entre outros. Em São Paulo, a Hepatologia como especialidade
sedimentou-se graças à dedicação e entusiasmo de Luiz Caetano da Silva, que
juntamente com Silvano Raia, que voltava de um estágio com Sheila Sherlock,
criaram a Unidade de Fígado, escola de uma plêiade de hepatologistas que se
espalharam por todo o país.
32
Histórico da Sociedade Brasileira de Hepatologia – SBH.
Em 15 de Março de 1967, na Santa Casa do Rio de Janeiro, Figueiredo Mendes
reuniu-se com outros cinco colegas, a saber: Waldemar Podkameni e Jorge de
Toledo (do Rio de Janeiro), José Fernandes Ponte e Luiz Caetano da Silva (de São
Paulo) e Nereu de Almeida Júnior ( de Minas Gerais) para a fundação da
Sociedade Brasileira de Hepatologia. Foi indicado como primeiro presidente
Thomaz de Figueiredo Mendes. Mestre versátil, clínico, gastroenterologista e
finalmente hepatologista. Idealizador e realizador, havia antes produzido uma série
de monografias, denominada Biblioteca de Gastroenterologia, que primava pela
atualização. Participando intensamente da vida científica do país, organizou
congressos, jornadas, simpósios, viajou e criou o Serviço de Hepatologia na Santa
Casa do Rio de Janeiro, berço da publicação Moderna Hepatologia, com 30 anos
de circulação. Mas seu espírito sonhador não tinha limites.
Precedendo o primeiro congresso, publicou o boletim oficial da Sociedade,
intitulado O Fígado. O primeiro número circulou em 1968, apresentado pelo mestre.
Nele publicou o trabalho ‘’Metabolismo da Birrilubina’’, de autoria a Profa. Vera
Maria de Niemeyer Ribeiro. No mesmo boletim manisfetava a esperança do
transplante hepático e noticiava a realização, pela Faculdade de Medicina da USP,
entre 28 de julho e 02 de agosto de 1968, do Simpósio Internacional de
Hepatologia, com a presença de A. Martini, Bárbara Billing, Hans Popper, Jacques
Caroli, J. Fraston, L. Kreet, Peter Scheuer, Ricardo. Katz e Victor Peres. Nesta
ocasião histórica Silvano Raia fundava, em São Paulo, a
Latinoamericana de Hepatologia”
“Sociedade
que mais tarde passou a ser denominada
“Asociacion Latinoamericnacda para el Estudio del Higado”( ALEH)
Em 16/11/1969 era instalado o I Congresso Brasileiro de Hepatologia, em
Caxambu, e a alocução inicial foi do Prof. Clementino Fraga Filho.
Os temas se desenvolveram em curso, coordenado por Luiz Caetano, painéis,
mesas-redondas e tema livres. Silvano Raia, em conferência magistral, manifestou
33
o que é lícito esperar do transplante de fígado. O primeiro convidado estrangeiro foi
W. Stanley Hartrof (Canadá), cujo tema foi ‘’ Os efeitos do álcool sobre o fígado’’.
Em se tratando do primeiro congresso, citaremos todos os participantes dos temas
oficiais: Mitja Polack, José Daniel Lopes, Manlio B. Speranzini, Fernando Guerra
Alvariz, Tomaz Imperatriz Pricolli, Renato Dani, Mário Barreto Correa Lima, Pedro
Razo, José Carlos Vinhaes, Maria Adelaide Gonçalves Borges, Boavista Nery,
Carlos Serapião, Oswaldo Gouveia, Nereu de Almeida Júnior, Dahir Ramos de
Andrade, Gilberto Nagli, Henrique Walter Pinotti, Jorge Toledo, Célio Nogueira,
Djalma Vasconcelos, Amauri Coutinho, Wilson Abrantes, Hernani Aboim, J.
Fernandes Pontes, Moysés Mincis, Zilton Andrade e Sérgio Bigalho. A sessão
oficial de fundação da SBH foi realizada na noite de 20/11/1969 e assinada a Ata
da Fundação, cujos signatários passaram a ser os fundadores. São Paulo – José
Carlos Cunha, José Fernandes Pontes, Luiz Caetano da Silva, Moysés Mincis,
Sivano Raia, Tomaz Imperatriz Pricolli. Rio e Janeiro – Antônio Boavista Néri,
Carlos Cruz Lima, Clementino Fraga Filho, Hernani Aboim, Elza Freitas, Fernando
Guerra Alvariz, Flávio San-Juan, Jorge A. Toledo, José Figueiredo Penteado, Mário
Barreto Coorrêa Lima, Miguel Houaiss, Nelson Passarelli, Sérgio Ramos, Thomaz
de Figueiredo Mendes, Vera Maria Ribeiro, Vilela Predas, Waldemar Podkameni.
Minas Gerais – José de Laurentys Medeiros. Manlio Speranzini (Uberlândia),
Nereu de Almeida Júnior, Renato Dani, Sérgio A. Bicalho. Pernambuco – Amaury
Coutinho, Rui João Marques. Goiás – Roberto Daher. Rio Grande do Sul – Jorge
Pereira Lima, José Martins Job.
Bahia – Cícero Aldolfo da Silva, Geraldo Milton Silveira, Zilton Andrade.
II Congresso Brasileiro de Hepatologia
Guarujá, 13 a 17/10/1971.
Presidente: Luiz Caetano da Silva.
Secretário Adjunto: Joel Carlos Cunha.
Temas Principais: Hepatites Agudas e Crônicas, Avanços em Cirurgia Hepática.
Temas de Terapêuticas, roda-viva e temas livres foram incluídos.
34
A grande discussão se fazia em torno das hepatites persistentes e agressiva.
III Congresso Brasileiro de Hepatologia
Recife, 13 a 17/11/1973
Presidente: Amaury Coutinho. Secretário-Adjunto: Donald Huggins.
Amaury Coutinho, mestre cuja memória é imortal, projetou a medicina brasileira
internacionalmente e contribuiu com estudos fundamentais sobre esquistossomose.
A conferência inaugural foi do Prof. Clementino Fraga Filho. Os temas principais
versaram especialmente sobre a esquistossomose, roda-vida de Hepatologia e
apresentação, pelo Prof. Carvalho Luz (Bahia), da técnica da filtração de vermes no
sistema porta. Pela primeira vez, foi abordado o antígeno Austrália. Convidamos
estrangeiros:Thomas Starzl e Robert Schaeig (USA).
IV Congresso Brasileiro de Hepatologia
Belo Horizonte, 09 a 13/11/1975.
Presidente: Renato Dani.
Secretário-Adjunto: José de Laurentys Medeiros.
Renato Dani também fundador e um dos organizadores do I Congresso. Professor
Universitário e líder de conceituada residência de Gastroenterologia. Ex- presidente
da FBG, com trabalhos internacionais. Congresso bastante movimentado, marcou a
transição do antígeno Austrália para HBsAg. As hepatites continuaram sendo
ventiladas com interesse, salientando-se já os estudos imunológicos e ênfase para
esquistossomose.
V Congresso Brasileiro de Hepatologia
Salvador, 07 a 10/09/1977.
Presidente: Zilton Andrade.
Secretário-Adjunto: Geraldo Milton Silveira.
35
Zilton Andrade tem sido uma das figuras exponenciais da SBH, além de
hepatologista internacional e conferencista maiúsculo. A conferência de abertura foi
do Prof. Figueiredo Mendes. O Congresso desenvolveu
conferências, mesas-
redondas, temas livres e importantes cursos de interpretação de biópsia hepática.
Marco principal, já se falava em antígenos da Hepatite B. Convidados Estrangeiro:
Alton Sutnick, Carrol Leevy, Harold Conn e D. Warren (USA); Jean Alexis Grimald
(França); Dietrich Lorens (Alemanha).
VI Congresso Brasileiro de Hepatologia
Rio de Janeiro, 12 a 22/09/1979.
Presidente Jorge Toledo.
Secretário-Adjunto: Sérgio F. Ramos.
Toledo, mestre por excelência no ensino, na ética e no cavalheirismo. Seguiu a
tradição das mesas-redondas, simpósios, conferências e atualizações em métodos
diagnósticos. A Hepatite Não A-Não B estão em foco, e iniciado no temário o
estudo da Hepatologia infantil. Convidados estrangeiro: Bergita Stardvik (Suécia);
Alex Mowat (Inglaterra); Ricardo Licastro, Jorge Findor, Eduardo Carpaneto
(Argentina); Heuben Dubous (Austrália)Harold Coon (USA).
VII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Porto Alegre - 06 a 09/09/1981
Presidente: Jorge Pereira Lima.
Secretária-Adjunta: Themis Reverbel da Silva.
Pereira Lima é uma inesquecível lembrança de um dos mais laureados mestres da
Clínica Médica, da Gastroenterologia e da Hepatologia, e conhecimento
humanístico notável. A conferência inaugural foi do Prof. Zilton Andrade. Discutidos
os avanços da Hepatites Não A-Não B e grandes ênfase para a Hepatologia
Pediátrica, graças á atuação da secretária Themis e á presença, no Brasil, do Prof.
Alagille, da França. Inicia-se também o estudo da peritonite espontânea.
36
Organizado um atraente e bem elaborado programa social. Convidados
estrangeiros: V. Perez (Argentina); Harold Conn (USA); Rolf Teschke (Alemanha);
Daniel Alagille (França).
VIII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Caldas Novas, 31/10 a 03/11/1983
Presidente: Roberto R. Daher.
Secretário-Adjunto: Heitor Rosa.
Daher é um dos pioneiros da infectologia e da Hepatologia no Centro- Oeste.
Também presente desde as primeiras horas. A conferência de abertura foi do Prof.
Figueiredo Mendes: ''Um super-vírus muda a história''. Convidados estrangeiros:
Ian Bouchiert (Inglaterra); James Maynard (USA), que trouxe importante
contribuição sobre imunização da Hepatite B. Foi instituído o fórum de pesquisa.
Conferência, temas livre e mesas-redondas completam o programa.
IX Congresso Brasileiro de Hepatologia
São Paulo, 06 a 10/04/1986
Presidente: Silvano Raia.
Secretária-Adjunta: Edna Strauss
Silvano Raia, cirurgião que sempre abrilhantou os congressos brasileiros,
abordando, com maestria, aspectos cirúrgicos, especialmente no tratamento da
hipertensão portal e nas ressecções hepáticas e o pioneirismo do transplante. O
conclave se realizou em parceria com a IX Jornada Latino-Americana de
Hepatologia e contou com a colaboração de Luiz Caetano da Silva, Edna Strauss,
Sérgio Mies e Luiz Carlos C. Gayotto e Oscar Fay. Luiz Carlos da Costa Gayotto
assumia nesse congresso a Presidência da Sociedade Latinoamericana de
Hepatologia
(biênio
1986-1988).
Tratando-se
de
evento
internacional,
a
participação estrangeira foi maciça: Hugo Tano, Oscar Fay e OsvaldoKoch
(Argentina); Pedro Grassi, Simon Becker e Miguel Garassini (Venezuela); Cristian
37
Trepo e Jean Grimaux (França); José H.Vilar, Jorge Findor, Frederico Vilamil,
Isabel Badia, Margarita Romanet e Roberto Zeillicoff (Argentina); José Maria
Sanches Tapias e Vicente Arroyo (Espanha); Ricardo Katz (Chile); Niels Tygstrup
(Dinamarca); Marcos Rogkinds e David Kershenobich (México); Roberto Grosmann
e Feron Kalintmain (USA). O temário foi um dos mais importantes e diversificados
com conferências, cursos, temas livres e apresentação de pôsters. Saliente-se a
apresentação de Silvano sobre transplante realizado com êxito.
X Congresso Brasileiro de Hepatologia
Belo Horizonte, 06 a 09/04/1988.
Presidente: José de Laurentys Medeiros.
O ponto alto do conclave foi a presença de Sheila Sherlock, Mario Rizzetto e Adrian
Di Biscegli.
Foram realizado cursos de Hepatologia clínica, cirúrgica e infantil, enfatizada a
Hepatite NãoA - Não B e conferido o prêmio ''Jorge de Toledo''. O presidente da
Sociedade de Gastroenterologia de Minas Gerais, João Galizzi Filho, outorgou o
título de Membro Honorário a Sheila Sherlock e Mário Rizzetto. A Academia Mineira
de Medicina, na pessoa de seu presidente, José de Laurentys Medeiros, concedeu
o título de Membro Honorário à Prof. Dame Sheila Sherlock.
XI Congresso Brasileiro de Hepatologia
Foz do Iguaçu, 03 a 06/04/1991.
Presidente: Marcial Carlos Ribeiro.
Realizou o congresso juntamente com a Jornada
Latino-Americana Extra de
Hepatologia, com a colaboração de Luiz Carlos da Costa Gayotto, então presidente
da Associação Internacional do Estudo do Fígado. Marcial realizou também
programas com a Escola Francesa de Hepatologia. O Congresso, além dos temas
clássicos, abordou o tema das hepatites, e a descoberta do vírus responsável pela
Hepatite C.
38
Convidados estrangeiros: David Van Thial (USA); Raul Poupon, Bernard Nordlinger
e Didier Lebrec (França);Marcos Rojkind e David Kerschnobisch (México); Oscar
Fay (Argentina); Miguel Garassini (Venezuela); Assad Safary (Bélgica); Minor
Vargas (Costa Rica).
XII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Salvador, 22 a 25/09/1993.
Presidente: Luiz Guilherme Costa Lyra.
Secretária-Adjunta: Helma Contrin.
Lyra, líder de uma escola de pesquisa e estudo clínico, com projeção internacional.
Introdução do Curso Pré-Congresso e do café da manhã com especialista. A
conferência inaugural foi do Prof. Figueiredo Mendes. Desenvolvidas as mesasredondas, conferências, pôsteres e temas livres, e enfatizada a esteato-hepatite.
Convidados estrangeiros: Hugo Tano, Oscar Fay e Marcelo Silva (Argentina);
Khazal Paradis (Canadá); Cristian Trepo (França), Eugene Schiff (USA); Jordi Bruix
(Espanha); Paul Mac Master (Inglaterra).
XIII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Florianópolis, 06 a 09/09/1995
Presidente: Waldomiro Dantas.
Secretária-Adjunta: Esther B. Dantas Corrêa.
O saudoso Waldomiro era professor de Clínica Médica, Gastroenterologia e
Hepatologia. Figura de destaque na medicina científica e associativa do Brasil.
Foram
apresentadas
rápidas
sessões
clínicas,
fórum
sobre
carcinoma
hepatocelular, e um dos temas principais passava a ser a terapêutica da Hepatite C
e o tratamento da hipertensão portal pelo TIPS. Apresentação de pôsteres, temas
livres, programação social incluindo esportiva. Convidados Estrangeiros:Charles
Mendelhall (USA); Vicente Arroyo (Espanha); Jorge Findor (Argentina); Misael
Uribe, Jorge Poo (México) : Eduardo Fenocchi (Uruguai).
39
XIV Congresso Brasileiro de Hepatologia
Caldas Novas, 05 a 09/10/1997.
Presidente: Heitor Rosa.
Secretário-Adjunto: Roberto Daher.
Heitor Rosa, o incansável. Após realizar o grande congresso de Gastroenterologia,
volta a organizar o de Hepatologia, na aprazível Pousada do Rio Quente. O
presidente, além de mestre da medicina, é também literato. Instalado com o Curso
Pré Congresso, seguido das clássicas sessões de pôsteres, temas livres,
introduzindo as conferências ''State-of-art''. Convidados estrangeiros: Luiz Podesta
e Jorge Findor (Argentina): Jorge Bruix e Joseph Peres (Espanha); Guadalupe
Garcia-Tsao (USA); Misael Uribe (México). Foi prestada carinhosamente
homenagem a Figueiredo Mendes.
XV Congresso Brasileiro de Hepatologia
Rio de Janeiro, 10 a 13/10/1999.
Presidente: Fernando W. Portella.
Scretário-Adjunto: João Luiz Pereira.
Portella é um dos mais atuantes membros da Sociedade e representa a escola de
Sherlock. A abertura foi realizada pelo Prof. Clementino Fraga Filho.Mantidos o
curso Pré-Congresso, o café da manhã com especialistas e os temas livres; e,
bastante discutidos, o tratamento da Hepatite C, transplante e esteato-hepatite.
Conferido o prêmio ''Jovem Hepatologista'' - Figueiredo Mendes. Convidados
estrangeiros: Henri Bismuth (França); Assad Safary (Bélgica); Adrian Di Bisceglie,
Jill Smith e Tereza Wright (USA); Frederico Vilamil e David Kravetz (Argentina);
Avidan Neumann (Israel).
XVI Congresso
Vitória, 28/04 a 01/05/2001.
Presidente: Carlos Sandoval Gonçalves.
40
Secretária-Adjunta: Maria da Penha Zago Gomes.
Sandoval é a expressão da Hepatologia capixaba e grande conhecedor de câncer
de fígado.
Organizou moderno congresso, marcado pela atualização. Excelente curso PréCongresso coordenados pelo Prof. Adávio de Oliveira e Silva e cursos paralelos de
Cirurgia Hepática, Hepatologia Infantil Clínica. A conferência inaugural foi do Prof.
Luiz Caetano da Silva. Encontro com especialistas, consenso de hepatites,
conferências, hepatites pôr droga e esteato-hepatite. Em plena ebulição estava o
tratamento da Hepatite C. Convidados estrangeiros: Vicente Arroyo (Espanha);
Hugo Tano (Argentina); Patrick Marcelim (França); Jenny Heathcote (Canadá).
XVII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Recife, 16 a 19/10/2003.
Presidente: Victorino Spinelli Barreto.
Secretária-Adjunta:Leila Beltrâo Pereira.
Victorino Spinelli é uma das colunas mestras da SBH; e Recife, pela segunda vez,
recebeu os hepatologistas. Spinelli, seguindo a tradição do seu mestre Amaury;
realizou o congresso, marcado por cursos clínicos e cirúrgico, almoço com
especialistas, estudos das hepatites auto-imunes e por drogas, doenças
metabólicas e o indispensável debate sobre o tratamento da Hepatite C. Na sessão
inaugural foi prestada homenagem a Jorge Pereira Lima, tendo sido orador Angelo
Alves de Mattos (RS). Convidados estrangeiros: Willes Maddrey, James Boyer e
Ningel Heaton (USA); Erwin Sablon (Bélgica); Nedim Hadztc (Inglaterra). Conferido,
também, o prêmio ''Figueiredo Mendes''.
XVIII Congresso Brasileiro de Hepatologia
Campos de Jordão, São Paulo - 19 a 22 de outubro de 2005
Presidente: Edna Strauss
Secretário-Adjunto: Maurício de Almeida Barros
41
Edna Strauss durante sua presidência organizou na Bahia em março de 2004 o
Congresso da IASL ( International Association for the Study of the Liver),
juntamente com Luiz Guilherme Lyra, o qual foi um sucesso de público. Outro feito
de sua gestão foi realizar na cidade de São Paulo um Consenso sobre tratamento
das hepatites B e C nos moldes americanos, com participação de colegas de todo o
país e elaboração de um documento aprovado por votação em assembléia de
membros da SBH Ao final da gestão trouxe para o Congresso conferencistas
internacionais da Europa : Thierry Poynard e Jean-Michek Pawlotsky (França);
Helena Cortez-Pinto (Portugal) e Raji Jalan
(Inglaterra), sendo convidados da
America Latina: Leonard Pinchuk e Adrian Gadano (Argentina)e Jorge LuizPoo
(Mexico); Roger Butterworth (Canadá) e ainda Rodrigo Viana (brasileiro cirurgião
de transplante bem sucedido nos Estados Unidos) e ainda da Asia; George Lau
(China). Tendo mantido o premio Thomas de Figueiredo Mendes para trabalhos
clínicos, criou o premio Luiz Carlos da Costa Gayotto para melhores trabalhos em
ciências básicas.
Durante o congresso foi priorizada a atividade científica dos
membros da SBH, tanto nos temas livres como nas apresentações de posters, que
foram amplamente discutidados por duplas de hepatologistas previamente
escalados.
XIX Congresso Brasileiro de Hepatologia
Ouro Preto – Minas Gerais 17 a 20 de outubro de 2007
Presidente: João Galizzi Filho
Secretaria-adjunta – Rosangela Teixeira
João Galizzi teve o privilégio de comemorar em Minas Gerais o aniversário de 40
anos de fundação da SBH. O programa científico incluiu os cursos clínico, cirúrgico
e pediátrico e vários especialistas de renome internacional abrilhantaram o evento
como Albert Czaja (EUA), Anna Lok (EUA), Didier Samuel (França), Jenny
Heathcote (Canadá), Nezan Afdhal (EUA), Ramon Planas (Espanha), Roberto de
Francis (Itália), Roger Buttterworh (Canadá) e Vicente Arroyo.
42
XX Congresso Brasileiro de Hepatologia
Gramado – Rio Grande do Sul
Presidente: Angelo Alves de Mattos
Secretária-adjunta: Cristiane Valle Tovo
A liderança do gaucho Angelo Mattos levou para o sul uma pleiade de
hepatologistas e sua concomitante presidência da Associação Latinoamericana
para o Estudo do Fígado fez com que nossos irmãos latinos também
abrilhantassem o Evento. Estiveram como convidados do Congresso Eduardo Luiz
Fassio, Jorge Daruich e Marcelo Silva da Argentina, Nahum Mendez Sánchez do
México, Milagros Dávalos Moscot do Peru e Miguel Garassini da Venezuela. Além
desses Guadalupe Garcia-Tsao dos Estados Unidos e Anotnio Ascione da Itália.
Ainda da Europa vieram Geofffrey Dushenko da Inglaterra, Evaristo Varo, Marina
Beringer e Vicente Arroyo da Espanha. Os cursos pré-congresso ocorreram em 3
salas simultâneas, com sucesso de público. Nas conferências, mesas redondas e
simpósios satélites diversas novidades da hepatologia foram apresentadas e
discutidas entre todos.
XXI Congresso Brasileiro de Hepatologia
Salvador – Bahia 27 de setembro a 1 de outubro de 2011
Presidente: Raymundo Paraná
Secretário-adjunto: Paulo Lisboa Bittencourt
Em seu dinamismo peculiar o baiano Paraná imprimiu um caráter internacional ao
Evento, com uma pleiade de professores do exterior, atualizando os mais variados
temas, muitas vezes em atividades simultâneas. Como é do seu feitio, além das
conferências e mesas redondas foi dado prioridade à discussão de casos clínicos,
muito à gosto da platéia, envolvidos na resolução dos problemas práticos gerados
na condução dos casos de hepatologia. Foram cinco dias de trabalhos intensos,
sendo cabalmente demonstrada a pujança da sociedade pela presença maciça de
jovens interessados nesta importante área da medicina.
43
Quadro Associativo
Segundo os Estatutos da SBH existem 10 categorias de membros, a saber:
1. Membros Fundadores
2. Membros Titulares – que exercem a Hepatologia por mais de 5 anos
3. Membros Associados – que exercem a Hepatologia por mais de 2 anos
4. Membros Colaboradores – não médicos que exerçam atividades ligadas à
Hepatologia por mais de 5 anos
5. Membros Honorários – médicos renomados, geralmente estrangeiros.
6. Membros Eméritos – titulares com mais de 65 anos e relevantes serviços à
Sociedade
7. Membros Correspondentes – médico diplomado por Universidade do Exterior,
exercendo a Hepatologia há mais de 5 anos.
8. Membro Benemérito – não-médicos que tenham prestado relevantes serviços
à
SBH
9. Membro Benfeitor – pessoa física ou jurídica que contribua com doações
10. Membro Iniciante – médico formado há pelo menos 2 anos, com interesse em
Hepatologia *
* Esta última categoria foi criada pela Diretoria 2003-2005, podendo vir a sofrer
modificações, ainda não aprovadas em Assembléia Geral da SBH.
A admissão de novos membros, segundo os Estatutos atuais, exige um pedido
formal do interessado, apresentado por dois membros titulares, que deve ser
analisado pela Comissão de Admissão e apresentado para aprovação na
Assembléia Geral, que se realiza a cada dois anos, durante o Congresso da
Sociedade. Além da comprovação de que exerce a Hepatologia pelo tempo
estipulado, o candidato deve apresentar seu currículo onde constem trabalhos
publicados na área de doenças do fígado ou apresentação de tese.
44
A distribuição atual (abril de 2012) do quadro associativo da SBH é o seguinte:
Categoria
Qtde
Membros Fundadores
36
Membros Titulares
344
Membros Associados
104
Membros Iniciantes
531
Membros Honorários
9
Membros Eméritos
16
Total
1040
Nos três últimos Congressos da Especialidade (2007 no Ouro Preto, 2009 em
Gramado e 2011 em Salvador) o comparecimento variou de 900 a 1300
participantes. Este dado nos faz supor que o número de sócios pode ser
incrementado e a criação do Membro Iniciante, que depois passará a Associado
tem a finalidade de incentivar a adesão de maior número de colegas às atividades
da SBH.
Atividades da SBH
Educação Continuada
As diferentes Diretorias da SBH têm se interessado em educação continuada,
promovendo Cursos, Simpósios ou outras atividades, com finalidade de divulgar os
conhecimentos da área, particularmente novos métodos diagnósticos e condutas
terapêuticas.
No Rio de Janeiro, o grupo regional que lidera a Hepatologia vem promovendo um
Curso de Educação Continuado há 11 anos, com programa básico de Hepatologia
e duração de oito meses. Experiência semelhante foi iniciada em São Paulo, há 8
anos, pela APEF (Associação Paulista para o Estudo do Fígado).
45
Acompanhando a evolução tecnológica a SBH tem oferecido acesso on line aos
cursos e congressos realizados. Diversos membros da SBH prepararam as
diferentes aulas e os Webcasts, continuam disponíveis aos diversos interessados,
abrangendo desta forma um público maior. Além da Internet, cursos “presenciais”
favorecendo regiões mais distantes e carentes vem sendo realizados.
Além do Rio de Janeiro e São Paulo, outros Estados estão criando seus grupos
regionais. Um dos mais antigos é o do Rio Grande do Sul, juridicamente
estabelecido como AGEF – “Associação Gaúcha para o Estudo do Fígado”. No
Ceará foi criado grupo semelhante e mais recentemente também em Minas Gerais
e no Distrito Federal. Cada um desses grupos promove seus cursos, reuniões
regulares e atividades de incentivo ao desenvolvimento da Hepatologia.
Publicações
Ao longo de seus 45 anos de existência a SBH tem contribuído de diferentes
formas para a divulgação de conhecimentos, através de publicações. Figueiredo
Mendes no Rio de Janeiro editava fascículos regulares com temas de fígado além
da Revista: “Moderna Hepatologia” com artigos de revisão, pelos especialistas
nacionais e eventualmente do exterior.
A partir de meados dos anos 90, por decisão em Assembléia Geral, a GED
“Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva” passou a ser a Revista Oficial da SBH
e também a partir de 2006 a SBH começou a integrar também a revista Arquivos de
Gastroenterologia. Cada Diretoria nomeia um Editor de Hepatologia para cada uma
das revistas, o qual compõe o Corpo Editorial para analisar artigos originais e
outros, a serem publicados.
Compêndios de Hepatologia tem sido publicados, sob os auspícios de várias das
Diretorias da SBH, nos últimos 10 anos. Outros compêndios surgiram como:
“Doenças do Fígado e das Vias Biliares” – Editores – Gayotto LCC e Alves VAF;
“Doenças de Fígado” – Editores – Silva AO e D’Albuquerque LAC; “Fígado e Vias
Biliares – Clínica e Cirurgia” – Editores – Kalil A, Coelho J e Strauss, E.
46
Desde 2007 a SBH tem disponibilizado a seus associados, os Fascículos de
Hepatologia, revista cientifica que a cada bimestre é enviada aos membros da SBH
com um tema diferente e uma discussão de artigo científico ao final.
Boletim da SBH - um boletim informativo vem sendo editado regularmente nos
últimos 20 anos. Além da edição impressa, a SBH tem disponibilizado acessos on
line de seu boletim totalmente repaginado e atualizado, a cargo do Dr Mario Reis
Álvares-da-Silva - RS.
Revistas de Hepatologia de nível internacional
Fator de
impacto
Fator de
impacto
(5 anos)
Jornal
ISSN
ANN HEPATOL (Annals of Hepatology)
1665-2681
1.867
CLIN GASTROENTEROL H (Clinics of Gastroenterology and Hepatology)
1542-3565
5.286
5.851
EUR J GASTROEN HEPAT (European Journal of Gastroenterology and
Hepatology)
0954-691X
1.598
1.833
HEPATOL INT (Hepatology International)
1936-0533
2.963
2.774
HEPATOL RES (Hepatology Research)
1386-6346
1.857
1.858
HEPATOLOGY (Hepatology)
0270-9139
10.885
11.044
J GASTROEN HEPATOL (Journal of Gastroenterology and HEpatology)
0815-9319
2.410
2.350
J HEPATOL (Journal of Hepatology)
0168-8278
9.334
7.404
NAT CLIN PRACT GASTR (Nature Clinics Practice Gastroenterology and
Hepatology)
1743-4378
4.508
4.083
NAT REV GASTRO HEPAT (Nature Review in Gastroenterology and
Hepatology)
1759-5045
4.558
4.558
AM J PHYSIOL-GASTR L (American Journal of Physiology Gastrointestinal
and Liver Physiology )
0193-1857
3.522
3.609
CLIN LIVER DIS (Clinics in Liver Disease)
1089-3261
4.175
DIGEST LIVER DIS (Digestive Liver Disease)
1590-8658
2.805
2.512
GUT LIVER (Gut Liver)
1976-2283
0.219
0.280
J GASTROINTEST LIVER (Journal of Gastrointestinal and Liver)
1841-8724
1.434
LIVER INT (Liver International
1478-3223
3.840
3.338
LIVER TRANSPLANT (Liver trasnplantation)
1527-6465
3.068
3.595
SEMIN LIVER DIS (Seminars in Liver Disease)
0272-8087
5.286
5.345
47
X. Hepatologia Internacional e Latino Americana
Os pais da Hepatologia moderna, Hans Popper e Sheila Sherlock fundaram em
1958 a “International Association for the Study of the Liver – IASL”, entidade que
congrega as Associações de Hepatologia dos cinco continentes., tendo como
objetivos:
1. treinar especialistas em hepatologia
2. incentivar a pesquisa básica e clínica em doenças do fígado e vias biliares
3. difundir o progresso do conhecimento em prevenção, diagnóstico e tratamento
das doenças hepáticas
As Associações Americana (AASLD) e Européia (EASL) são as mais numerosas e
atuantes, fazendo congressos anuais, aos quais costumam comparecer entre 7.000
e 10.000 participantes, dos quais 80 a 150 brasileiros, muitos deles levando seus
trabalhos de investigação. Durante esses congressos são apresentados os
trabalhos com pesquisa “de ponta”, com as últimas novidades no terreno de
fisiopatologia, diagnóstico e tratamento de doenças hepáticas.
Pertencem também à IASL as Associações Africana, Pacífico-Asiática e
Latinoamericana. É importante ressaltar que o México,, alinha-se com os
latinoamericanos, pelas afinidades culturais e nível de desenvolvimento científico,
diferentemente do que ocorre em outras Especialidades
Neste cenário internacional a Hepatologia Brasileira vem ocupando lugar de
destaque. O brasileiro Luiz Carlos da Costa Gayotto foi o primeiro latinoamericano
a assumir o cargo de Presidente da IASL (1990 – 1992).
A cidade de Salvador, Bahia foi sede do Congresso Mundial de Fígado, reunindo as
três Sociedades: IASL, “Asociación Latinoamericana para el Estúdio Del Hígado –
ALEH”e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) no mês de março de 2004,
48
sendo “Organizadores Locais” Dr. Luiz Guilherme Lyra, ex-Presidente da SBH e
Dra. Edna Strauss, Presidente da SBH na época do congresso.
Um número expressivo de brasileiros participa a cada dois anos dos congressos
mundiais de hepatologia e dentre os latinoamericanos convidados a proferir “State
of the Art Lecture” representando o Continente, Dra. Edna Strauss discorreu sobre:
Hipertensão Portal na Esquistossomose, em Fukuoka, Japão, no ano 2000. Outros
brasileiros ilustres, como Luiz Carlos da Costa Gayotto e Flair José Carrilho deram
palestras em Congressos da IASL.
A Sociedade Latinoamericana de Hepatologia foi fundada em São Paulo, no ano de
1968, graças à iniciativa dos Drs. Silvano Raia, do Brasil, Roberto Zeilicoff, da
Argentina e Ricardo Katz do Chile. Dr. Luiz Caetano da Silva, de São Paulo, foi o
quarto presidente dessa Sociedade. A partir de 1986, com a posse de Luiz Carlos
da Costa Gayotto na Presidência da Sociedade Latinoamericana de Hepatologia
houve uma verdadeira integração da América Latina, que já contava com a
participação ativa da Venezuela, sendo-lhe agregada definitivamente a América
Central e o México.
Juntamente com a Argentina, os brasileiros têm liderado um trabalho de promoção
do estudo das doenças do fígado, procurando melhorar o nível científico no
continente. Foram realizados em São Paulo dois Congressos Latinoamericanos,
em 1986 e em 1998. E em 2010 o ultimo Congresso da ALEH foi na cidade de
Porto Alegre-RS.
49
XI. Programa de Residência Médica em Hepatologia
Após diversas reuniões da Comissão Diretora da Sociedade Brasileira de
Hepatologia foi operacionalizado um Programa de Residência Médica em
Hepatologia.
Os centros que já estão cadastrados como centro formador de residentes de
Hepatologia (3º ano de Gastroenterologia), serão admitidos, devendo satisfazer as
condições de infra-estrutura e recursos humanos, exigidos para o segundo ano de
Residência Médica definidos no projeto.
Para o ano de 2012 a relação dos Centros Formadores Credenciados pela CNRM,
referendado pela SBH para um ano de Residência Médica em Hepatologia está
listada no quadro I.
Quadro I – Relação dos Centros formadores credenciados para um ano de residência em
hepatologia pela CNRM
Fonte: CNRM
50
a) Características Gerais do Programa de Residência Médica em Hepatologia
Duração: 2 anos
Período: Integral (60 horas semanais, 8 horas diárias mais um plantão semanal)
Pré-requisitos: Residência Médica em Gastroenteologia, Infectologia ou Clínica
Médica.
Instituições: Centro Formadores em Hepatologia credenciados pela Sociedade
Brasileira de Hepatologia e que solicitem credenciamento junto à Comissões locais
de Residência Médica, centralizada pela CNRM.
b) Justificativa do Programa
A hepatologia, como área de atuação tem apresentado uma vertiginosa evolução
no cenário internacional. Ousaríamos dizer que, dentre as especialidades da área
médica é a que mais cresceu. Sua desenvoltura pode ser medida pelo progresso
horizontal observado, que se estende desde a biologia molecular até a realização
de procedimentos de alta complexidade, como o transplante de fígado. A razão
para este estrondoso crescimento, tem como base o reflexo que as hepatopatias
crônicas trazem ao bem estar da população. Quando avaliamos os índices de
mortalidade, ao pinçarmos uma doença hepática, como a cirrose, observamos que,
nos Estados Unidos ela é a décima causa de óbito na população em geral. No
Brasil, dados do estado de São Paulo mostram que a mortalidade por doença
hepática é a sétima causa de óbito entre homens em geral e a oitava entre
mulheres com mais de 35 anos, ocupando a segunda colocação entre homens com
mais de 35 anos. Assim, fica fácil entender a importância que esta área da ciência
tem assumido no contexto médico, bem como o crescimento observado na
pesquisa tanto na área básica, quanto na área clínica.
Dentro deste panorama, o objetivo da Residência em Hepatologia é fundamentar
as bases conceituais do conhecimento, firmando princípios e habilitando os
médicos a um treinamento assistencial diferenciado, possibilitando que os mesmos
venham tornar-se, posteriormente, hepatologistas. Ressalte-se que a grande carga
de conhecimentos existentes na atualidade e a complexidade das diversas
51
atuações dentro da área dedicada as doenças do fígado não torna possível que
seja transmitida sem um programa específico de treinamento, nos moldes da
residência médica. O que tem acontecido até hoje, é que os profissionais levam
muito tempo (entre 3 e 6 anos) adquirindo o treinamento em estágios não
devidamente organizados, em eventos científicos e muitas vezes de forma autodidática.
c) Estrutura da Residência.
 1º ano: Hepatologia: Clínica, diagnóstica e terapia intervencionista.
 2º ano: Hepatologia clínica, métodos de imagem, intervencionistas e transplante
hepático.
d) Objetivos
Cognitivos: Bases teóricas sobre a fisiologia do fígado e fisiopatologia das
principais afecções hepato-biliares.
 Métodos propedêuticos e terapêutica global dos pacientes com doenças
hepáticas.
Psicomotores:
 Realização e interpretação de ecografia de abdomen superior.
 Realização e interpretação de endoscopia digestiva alta, colangio pancreatografia
endoscópica.
 Realização de biópsias hepáticas
 Realização de paracenteses de líquidos ascítico e pleural
 Realização de procedimentos hemodinâmicos relacionados com a avaliação da
hipertensão portal.
Afetivos:
 Desenvolvimento da relação médico-paciente
 Compreensão da relação do alcoolismo com o psiquismo
 Proporcionar apoio ao paciente em lista de transplante e à sua família
 Relação com pacientes com hepatopatia descompensada, o medo e a morte
52
e) Atividades Práticas:
 Enfermaria
 Ambulatório
 Centro endoscópico
 Centro diagnóstico
f) Atividades Teórico Práticas
 Visitas de enfermaria
 Discussão de casos clínicos
 Discussão de artigos científicos
 Aulas e seminários
 Atividades de pesquisa
g) Estágios em rodízio
 Ambulatório
 Enfermaria
 Quimioterapia
 Radioterapia
 Ultra-sonografia
 Medicina Nuclear
 Anatomia Patológica
 Psicologia
 Cirúrgica hepatológica
 Centro de transplante hepático
h) Metas de Residência
 1º ano: Hepatologia
Objetivo: fundamentar conceitos na área clínica e diagnósticos das doenças
relacionadas ao fígado e vias biliares.
53
Enfermaria: atendimento, sob supervisão, de pacientes internados na área de
hepatologia, em tempo integral por 6 meses.
Consultoria: inter-disciplinar, sob supervisão, em hepatologia.
Ambulatório: dois períodos semanais de 4 horas cada, sob supervisão, de
pacientes hepatológicos.
Imagética: acompanhamento por um período de 4 meses dos serviços de imagem
direcionados ao fígado (Ecografia, Tomografia, Ressonância Magnética, Medicina
Nuclear, Elastografia Hepática)
Procedimento intervencionistas: Realizações de procedimentos diagnósticos
punção de líquido ascítico, biópsia hepática às cegas ou dirigida por método de
imagem ou laparoscopia) e terapêuticos (paracenteses aliviadora e esvaziadora;
alcoolização e termoablação de nódulos hepáticos).
Patologia: acompanhar por um período de 3 meses o Serviço de Patologia
Cirúrgica, no que concerne ao diagnóstico anátomo-patológico das doenças do
fígado, com ênfase nas técnicas de imunohistoquímica e biologia molecular.
Endoscopia: acompanhar por período de 3 meses o Serviço de Endoscopia
Digestiva Alta e de Colangio-Pancreatografia Retógrada Endoscópica, tornando-se
apto a interpretar os diagnósticos endoscópicos das doenças hepáticas biliares.
Atividades Teóricas: Grande sessão (atividade com discussão de casos clínicos,
aulas, apresentação de protocolos e de resultados iniciais ou finais de pesquisa em
andamento) com participação de todos os membros do serviço.
Clube de revista semanal, enfocando assuntos relacionados à hepatologia.
Clube de lâmina: revisão com o “staff”, do diagnóstico histológico das biópsias
hepáticas realizadas no Serviço.
Discussão teórico-prático dos casos do serviço.
54
2º ano: Hepatologia Clínica Intervencionista e Transplante Hepático
Objetivo: fundamentar métodos diagnósticos e terapêuticos de maior complexidade
e introduzir a área de transplante hepático.
Enfermaria: atendimento, sob supervisão, dos pacientes internados antes e após o
transplante hepático ou nas intercorrências durante sua evolução na lista de
espera.
Ambulatório: Atendimento sob supervisão dos candidatos à transplante hepático,
avaliando critérios e indicações a colocação em lista de espera para o
procedimento. Atendimento, sob supervisão, dos pacientes após transplante
hepático (dois períodos semanais de quatro horas cada).
UTI: Acompanhar o pós-operatório dos pacientes transplantados e outros casos
graves de hepatopatas.
Procedimento hemodinâmico: Treinamento no acompanhamento e interpretação
de procedimentos hemodinâmicos diagnósticos (determinação do gradiente de
pressão portal, biópsia transjugular) ou terapêuticos (quimioembolização, colocação
de TIPS, radioterapia “in loco” de tumor hepático).
Atividades teóricas: Grande sessão (atividade com discussão de casos clínicos,
aulas, apresentação de protocolos e de resultados iniciais ou finais de pesquisa em
andamento) com participação de todos os membros do serviço.
Clube de revista semanal enfocando assuntos relacionados a transplante hepático.
Clube de lâmina: revisão com o “staff”, do diagnóstico histológico das biópsias
hepáticas dos pacientes transplantados realizadas no Serviço.
Discussão teórico-prático dos casos do serviço.
55
i) Conteúdo Teórico Programático
 Fisiologia hepática: modulação do meio-interno
Fígado e gravidez
 Metabolismo da bilirrubina
Diagnóstico diferencial das icterícias no adulto
Icterícia na infância
Icterícia pós-operatória
Colestases, icterícia por obstrução biliar
 Doenças colestáticas do fígado
Colangite esclerosante primária
Cirrose biliar primária
Síndromes de superposição
 Propedêutica diagnóstica
Testes de função hepática
A biologia molecular no diagnóstico das doenças hepáticas
O diagnóstico imunológico nas doenças hepáticas
Métodos diagnósticos por imagem
Marcadores histopatológicos de doenças hepáticas
Classificações histopatológicas em doenças hepáticas crônicas
O papel da endoscopia na investigação das doenças hépato-biliares
Estudo hemodinâmico na hipertensão portal
 Hepatites agudas e crônicas
Hepatite pelo vírus A
Hepatite pelo Vírus B
Hepatite pelo vírus C
Hepatite pelo vírus D
56
Hepatite pelo vírus E
Hepatite pelo vírus G
Hepatite por outros vírus
Hepatite auto-imune
 Doença hepática gordurosa do fígado
Hepatite alcoólica
Esteatose
Esteato-hepatite não alcoólica primária
Esteato-hepatite não alcoólica secundária
 Hepatotoxicidade
Fígado e drogas
 Cirrose e Hipertensão portal
Ascite
Circulação hiperdinâmica e suas conseqüências sistêmicas
Hemorragia Digestiva Alta por varizes e seus tratamentos
O papel da endoscopia digestiva no tratamento da hipertensão portal
Síndrome hepatorrenal
Sindrome hépato-pulmonar
Peritonite bacteriana espontânea
Encefalopatia hepática
 Tumores Hepáticos
Tumores primitivos benignos: hemangiomas, adenomas,
Hiperplasia nodular focal e outros
Hepatocarcinoma
Tumores secundários do fígado
 Alterações sistêmicas em doenças hepáticas
57
Insuficiência hepática fulminante
Alterações hematológicas e da hemostasia na doença hepática
 Alterações hepáticas em doenças sistêmicas
O fígado na falência circulatória
O fígado em infecções
O fígado em parasitoses
Esquistossomose hepática
O fígado na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
 Disfunções vasculares
Síndrome de Budd-Chiari
Doenças veno-oclusivas
 Doenças congênitas e metabólicas
Doença de Wilson
Hemocromatose Hereditária
Deficiência de alfa-1-antitripsina
 Doenças do sistema biliar
Litíase biliar
Tumores de vesícula biliar
O papel da cirurgia laparoscópica nas afecções biliares
O papel da endoscopia terapêutica nas afecções biliares
 Avaliação clínica em procedimentos cirúrgicos
Ressecções hepáticas
Tratamento cirúrgico da hipertensão portal
Angiografia terapêutica nas doenças do fígado
Transplante hepático: indicações e avaliação pré-operatória
Transplante hepático: seleção dos doadores
58
Transplante hepático: visão do cirurgião
Transplante hepático intervivo
Transplante hepático:imunossupressão
Transplante hepático: complicação precoce
Transplante hepático: complicação tardia
Transplante hepático: acompanhamento do paciente transplantado
j) Avaliação
Modalidades:
 Nota de conceito (interesse, desempenho, freqüência)
 Prova escrita e oral teórico-prática
 Apresentação de monografia ao término do curso
Critério de Aprovação: Serão aprovados aqueles que tiverem nota mínima 7
nas avaliações e que tiverem sua monografia aprovada.
I. Conteúdos gerais das atividades teórico-práticas e complementares:
Instrumentos didáticos-pedagógicos
Legislação sobre os Cursos de Pós-graduação
Sistema Único de Saúde
Políticas de saúde
Bases da Atenção à saúde
Treinamento para elaboração de Monografia (a ser oferecido todo
mês de maio, a partir do segundo ano)
Bioética
Deontologia (correspondente aos Códigos do COFEN e CFM)
Informática em saúde
Bases da Metodologia Científica
Pesquisa Bibliográfica em bancos de dados eletrônicos
Epidemiologia
Bioestatística
59
Estatísticas aplicadas nos serviços de saúde
Controle das Infecções Hospitalares
Tipos de atividades teórico-práticas e complementares:
Práticos (em serviço):
o Revisão de Prontuário
o Visita a Enfermaria
o Sessão de admissão
o Sessão Anatomo-Clínica
o Sessão de Imagem
o Ambulatórios
Teórico-práticos:
o Sessão clínico-terapêutica
o Sessão Clínica com os Internos
Teóricos:
o Discussão de artigo científico
o Cursos de curta duração (até 30 horas)
o Seminários
o Mesas-redondas
o Palestras
o Jornadas
o Congressos
o Cursos de extensão
LEMBRETE: o programa prático e teórico-prático/complementar do R-4 segue a
mesma programação do R-3, mas com maior nível de complexidade e/ou maior
número de procedimentos, e também reservando para o R-4 as atividades,
inclusive as teórico-práticas, ou estágios complementares de maior complexidade.
60
Locais das atividades práticas: a carga horária de cada estágio ou atividade é
peculiar a cada Programa, no caso dos PRMs é descrita na Resolução CNRM nº
05/2002:
 Ambulatorio;
 unidade de internação (de vários níveis de complexidade);
 Centro cirúrgico;
 Estágios na Anatomia Patológica
 Hemodinâmica
 Cirurgia de Fígado
Seleção Pública dos Residentes: de caráter nacional, e com ampla divulgação
(Edital) nos principais veículos de comunicação de massa dos Estados da Bahia e
Rio de Janeiro e também através de cartazes a serem encaminhados para Cursos
de Medicina, CRMs, Associações Médicas, Hospitais Universitários, entre outras
entidades do território nacional e deverão ser vinculados pelos menos 30 (trinta)
dias antes da seleção. A seleção consta de uma prova (peso 90) de múltipla
escolha, com cinco alternativas (sendo uma a correta) e que abranja, com
eqüidade, as áreas básicas (do ciclo profissional) da Medicina.
A COREME deve estabelecer o número de questões, de cada prova, e a duração
das mesmas. Porque, as provas ou testes serão aplicados em
diferentes instituições do Brasil, em um dia da segunda semana de janeiro do ano
subseqüente ao de autorização do Programa. O programa será iniciado no primeiro
dia útil do mês de fevereiro do mesmo ano da seleção (Resolução CNRM nº
03/2002). A análise do C. vitae terá peso 10.
Para os RESIDENTE haverá a indicação de dois profissionais pelos gestores locais
com anuência da Secretaria de Saúde do Ministério da Saúde.
61
Edital da Seleção Pública, além da ampla divulgação, supracitada, o Edital deve
conter as seguintes informações (Resolução CNRM nº 04/2002):
a) programas oferecidos e respectivos número de vagas;
b) critérios de seleção;
c) período de inscrição, preferencialmente por meio eletrônico e a documentação
autenticada encaminhada via Correios (fotocópia da carteira de identidade
expedida por órgão reconhecido pelo Governo Federal; 2 fotos 3 x 4; Curriculum
vitae, anexar a documentação comprobatória e não sendo necessária a
autenticação); comprovante de
d) inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) ou declaração da instituição
de ensino do Brasil, assinada pelo Diretor e Chefe ou Coordenador do Curso, que o
candidato cursa o último período do curso e que irá concluir o curso de graduação
antes do primeiro dia útil de fevereiro; e
e) indicação dos períodos (datas), horários e locais de inscrição e das provas.de
seleção.
Avaliação: todo Residente deve ser continuamente avaliado em serviço e no
desempenho das atividades teórico-práticas e complementares. Na avaliação
periódica (a freqüência mínima deve ser trimestral), usando as modalidades de
prova escrita, oral, prática ou de desempenho de atitudes, “que incluam atributos
tais como: comportamento ético, relacionamento com a equipe de saúde e com o
paciente, interesse pelas atividades” (Resolução nº 05/2002), entre outros a serem
definidos pela COREME e/ou pelo Regimentos Interno (Anexo 2). A promoção do
Residente “para o ano seguinte, bem como a obtenção do certificado de conclusão
do programa, dependem de:
f) cumprimento integral da carga horária do programa;
g) aprovação obtida por meio do valor médio dos resultados realizadas durante o
ano, com nota mínima definida no Regimento da Comissão”;
h) para aprovação final, também será exigida a aprovação da Monografia, por dois
avaliadores de outro Programa ou de Instituição externa.
62
Monografia de conclusão da Pós-Graduação/Pós-Graduação
Os 5 (cinco) exemplares da Monografia terão a seguinte destinação: a) dois para os
Preceptores-avaliadores ou convidados externos; b) dois (2) para o acervo da
Biblioteca Setorial de Saúde, a ser criada pelas Secretarias Estaduais de Saúde,
sendo só um (1) para consulta do público externo; e um (1) exemplar, como
doação, para a Biblioteca Central da Universidade.
No Anexo, constam as normas gerais e as exigências mínimas para elaboração do
trabalho de conclusão (Monografia) de conclusão da Pós-Graduação/Pós Graduação. A monografia deve ter, no mínimo, 50 (cinqüenta) páginas e o texto
formatado com espaçamento duplo, fonte de tamanho 12 ou 14 e páginas em folha
do tamanho A4, com recuos direito e esquerdo de 3cm.
Direitos e Deveres dos Residentes
A minuta de Regimento Interno, deve ser revista pela COREME-provisória,
aprimorando-a e adequando-a ao longo do segundo semestre de 2007, para ser
aprovada até 30 dias depois do início do(s) Programa(s) pela respectiva Comissão
Permanente, quando já deve contar com a Representação Discente.
No Regimento Interno devem ser explicitados os fundamentos de um Programa de
Pós-Graduação,:
Direitos
a) supervisão permanente, observando a proporção mínima de 6 Residentes para
um Preceptor de 40 horas ou 3 Residentes para 2 Preceptores de 20 horas. Não
deve ser confundida supervisão como sendo tutoria; preferencialmente, o
supervisor deve ficar disponível, na mesma área física, para consultas, discussão,
orientação e, na etapa final de cada atividade, a revisão dos procedimentos (isto
não se aplica aos atos cirúrgicos, obstétricos ou outro procedimento que possa
causar dano irreparável ao paciente ou a comunidade);
63
b) ter alojamento do Residente em condições dignas e que respeite a privacidade
de cada um. Aqueles que optarem pela Pós-Graduação em outro local da cidade
de Macapá, não terão direito ao ressarcimento de despesas afins;
c) dispor, nos plantões noturnos, de espaço adequado para o repouso eventual e a
ceia;
d) a Pós-Graduação (alojamento) deve ter pessoal de limpeza, das áreas externas
e de cada apartamento. Não será de responsabilidade da COREME ou da
Secretarioas de Saúde a lavagem de roupas, de automotores ou cuidados com
objetos pessoais dos Residentes;
e) a Pós-Graduação não poderá hospedar pessoas estranhas ao corpo discente da
Pós-Graduação, exceto estudantes de Medicina ou de Enfermagem, de outras
unidades da federação, por período não superior a dois (2) meses, e desde que
haja vaga (em apartamento não ocupado) e tenha a concordância da maioria
simples dos Residentes;
f) receber, no mínimo, três refeições diárias, servidas em local adequado
(preferencialmente na copa da Pós-Graduação);
g) receber, no início do R-3, dois (2) jalecos (de cor a ser definida por cada
Comissão), em uma das mangas a logomarca. Direito de 30 dias de folga,
consecutivos, por ano de Pós-Graduação (vide adendos no item III do sub-capítulo
VIII.2);
h) folga semanal de 24 horas (ou um dia);
i) a Residente-gestante será assegurada a continuidade da bolsa durante quatro
(4) meses, “devendo, porém, o período da bolsa ser prorrogado por igual tempo”,
durante a integralização, obrigatória, da carga horária;
j) o Residente requisitado pelas Forças Armadas, após a data do resultado da
seleção, terá assegurada sua vaga para o ano subseqüente;
k) direito a bolsa mensal no valor determinado pela Lei nº 10.405/2002 (Brasil,
2002) ou diploma legal posterior, e sempre em acordo as Resoluções da Comissão
Nacional de Pós-Graduação Médica;
l) saber do andamento do processo de credenciamento definitivo do Programa, no
âmbito da CNRM;
64
m) ao concluir o Programa de Residência, receber certificado de conclusão,
assinado pelo Titular da Secretarias de Saúde, Coordenador da Comissão,
Supervisor do Programa, Secretário-executivo da Comissão e pelo próprio
Discente, constando também nome completo do Residente, filiação, naturalidade,
nacionalidade, data de nascimento, programa de Pós-Graduação, período e carga
horária total, e título da monografia. No verso, além do carimbo de registro deve
constar a síntese do programa prático e de atividades teórico-práticas e
complementares, bem como o registro da CNRM (solicitação de responsabilidade
da COREME);
n) dispor de Biblioteca, inclusive com acesso aos bancos de dados eletrônicos;
o) contar com assistência médica nas unidades de saúde da Secretarias de Saúde,
especialmente em caso de emergência ou urgência;
p) direito pleno a reuniões ou assembléias restritas aos Residentes;
q) dispor de campos de prática com serviços básicos e de apoio às necessidades
dos pacientes;
r) ter nos campos de prática, especialmente os secundários/terciários, de
prontuário e serviço médico e de estatística (SAME).
Deveres
1. observar o Regimento Interno das instituições, campos de prática do Programa;
2. observar as normas e rotinas das instituições, campos de prática do Programa;
3. participar, quando convidado, de Conselhos Comunitários;
4. em caso de servidor da SECREATARIA DE SAÚDE ou de outro órgão de
Governo do Estado ou de Governos Municipais, não poderá acumular bolsa e
salário e, preferencialmente, deve optar pela bolsa;
5. em caso de servidor da SECREATARIA DE SAÚDE ou de outro órgão de
Governo do Estado, deverá solicitar a dispensa das atividades durante o Programa
de Pós-Graduação;
6. deve ter conhecimento sobre as penalidades, contidas no Regimento Interno, em
caso de infração administrativa, ética ou técnica;
65
7. fazer obrigatoriamente, até 15 dias após o pagamento da primeira bolsa, a
inscrição na Previdência Social na condição de profissional autônomo;
8. observar, com rigor, as normas internas da Pós-Graduação (alojamento) e que
devem ser aprovadas em assembléia dos Residentes até 60 (sessenta) dias após o
início do primeiro programa;
9. conhecer os motivos que justificam o desligamento do programa de PósGraduação;
10. observar o calendário de avaliações periódicas e final, inclusive sobre a
monografia;
11. votar ou ser votado nas eleições para Chefe, Vice-Chefe e Secretário Geral
dos Residentes, bem como da representação dos Residentes de cada Programa;
12. saber que o Residente é sujeito e deve observar o código deontológico da sua
profissão, bem como que deve responder ao Conselho Regional de Medicina
(CRM);
13. saber também que é considerada infração grave o mal uso do prontuário,
inclusive quando houver o registro de informações técnicas de forma e/ou conteúdo
inadequados ou impróprios.
66
XII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Brasil. Decreto nº 80.281 de 05 de setembro de 1977. Diário Oficial da União de 05 de
setembro de 1977, Brasília, 1977.
2. Brasil. Lei nº 6.932 de 07 de julho de 1981. Diário Oficial da União de 09 de julho de 1981,
Brasília, 1981.
3. Brasil. Lei nº 10.405 de 09 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União de 10 de janeiro de
2002, Brasília, 2002.
4. Buarque de Holanda FA. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3ª ed.,
revista e ampliada. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, p. 1360, 1999.
5. COFEN, Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 259/2001. Extraída de
http:www.portalcofen.com.br/secoes/section.asp. Acesso em 14 de dezembro de 2002, Rio de
Janeiro, 2001a.
6. COFEN, Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 260/2001. Extraída de
http:www.portalcofen.com.br/secoes/section.asp. Acesso em 11 de janeiro de 2001, Rio de
Janeiro, 2001b.
7. Brasil. Decreto nº 91.364 de 21 de junho de 1985. Diário Oficial da União de 21 de junho de
1985, Brasília, 1985.
8. CNRM, Comissão Nacional de Pós-Graduação Médica. Resolução CNRM nº 04/1978. Diário
Oficial da União de 09 de novembro de 1978, Brasília, 1978.
9. CNRM, Comissão Nacional de Pós-Graduação Médica. Resolução CNRM nº 01/1981. Diário
Oficial da União de 23 de fevereiro de 1981, Brasília, 1981a.
10. CNRM, Comissão Nacional de Pós-Graduação Médica. Resolução CNRM nº 07/1981. Diário
Oficial da União de 17 de junho de 1981, Brasília, 1981b.
11. CNRM, Comissão Nacional de Pós-Graduação Médica. Resolução CNRM nº 16/1981. Diário
Oficial da União de 22 de outubro de 1981, Brasília, 1981c.
12. CNRM, Comissão Nacional de Pós-Graduação Médica. Resolução CNRM nº 05/2002. Diário
Oficial da União de 23 de dezembro de 2002, Brasília, 2002.
13. DATASUS. Capacidade instalada da rede do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde:
Brasília, 67p., 2001.
14. Gonçalves EL. Três Escolas Médicas numa Escola. In: Marcondes E, Gonçalves EL (ed.),
Educação Médica. SARVIER: São Paulo, p. 355-368, 1998.
15. Gonçalves EL. De ingressante na Faculdade a médico especialista: uma longa trajetória. In:
Marcondes E, Gonçalves EL (ed.), Educação Médica. SARVIER: São Paulo, p. 325-339, 1998.
16. Houaiss A, Villar MS. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Objetiva: Rio de Janeiro, p.
1953, 2001.
67
17. IBGE. População Residente, área e densidade dos municípios do Estado do Amapá –
1991/2002. Estimativa de 2002. IBGE: EU-IBGE/AP-SDDI, Macapá, 2002 (mimeog.).
18. IBGE. População Residente, por situação do domicílio e sexo, segundo as grandes regiões.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Extraído de
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tabelasgrandes_regioes211.shtm.
Acesso em 12 de janeiro de 2003a.
19. IBGE. Contagem da população – 1996. População Residente, por sexo e população cedida,
segundo o código e o município – Amapá. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Extraído de http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem/apcont96.shtm.
Acesso em 12 de janeiro de 2003b.
20. IBGE. Domicílios particulares permanentes, por número de moradores, segundo as grandes
regiões e unidades da federação – Brasil – Grandes Regiões. Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Extraído de
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tabelagrandes_regioes231.shtm.
Acesso em 09 de janeiro de 2003c.
21. IBGE. População Residente, por sexo e situação do domicílio, população Residente de 10
anos ou mais de idade, total, alfabetizada e taxa de alfabetização, segundo os municípios –
Amapá. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Extraído de:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/universo.php?tipo=31&uf16&PHPS
ESSID=015. Acesso em 04 de fevereiro de 2003d.
22. IBGE. População Residente, por situação do domicílio e sexo, segundo grupos de idade –
Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Extraído de:
http://www1.ibge.gov.br. Acesso em 04 de fevereiro de 2003e.
23. IBGE. Pessoas que freqüentam creche ou escola, por nível de ensino, segundo as grandes
regiões e as unidades da federação. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Extraído de:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/pessoas_resultados_amostra/gran
des_regioes/pdf/tabela_2_2_1.pdf. Acesso em 09 de fevereiro de 2003f.
24. MEC, Ministério da Educação. Ensino Médico no Brasil. Documento nº 03, de janeiro de
1976: Internato e Pós-Graduação. In: Documentos do Ensino Médico. Comissão do Ensino
Médico/Ministério da Educação e Cultura: Brasília, p. 95-122, 1977.
25. Mitchell R, Liu PL. A study of resident learning behavior. Teaching and Learning in Medicine
7: 233-240, 1995.
26. Santos M. O País distorcido. Publifolha: São Paulo, 221p., 2002.
27. Ramos O. Pós-graduação no ensino médico. In: Marcondes E, Gonçalves EL (ed.), Educação
Médica. SARVIER: São Paulo, p. 374-381, 1998.
28. SECREATARIAS DE SAÚDE, Secretaria de Estado de Saúde do Amapá. Projeto de
Reorganização da Atenção Básica/Programa de Agentes Comunitários de Saúde e Programa de
Saúde da Família. Responsáveis técnicos: Pureza NS, Aragão SRS & Moraes MJS.
SECREATARIAS DE SAÚDE: Macapá, 14p., 2002 [impresso].
68
29. SECREATARIAS DE SAÚDE, Secretaria de Estado de Saúde do Amapá. Amapá. Saúde
Pública: uma revolução silenciosa. Gestão de João Alberto Capiberibe. SECREATARIAS DE
SAÚDE: Macapá, 11p., 2001 [folheto].
30. SECREATARIAS DE SAÚDE, Secretaria de Estado de Saúde do Amapá. Proposta do Plano
Diretor da Regionalização da Assistência à Saúde do Amapá (NOAS-SUS), Macapá.
SECREATARIAS DE SAÚDE: Macapá, p. 1, 2, 4-5, 2000 [folheto].
31. Tavares-Neto J. Proposta do Curso de Medicina do Governo do Estado do Acre para a
Universidade Federal do Acre. Secretaria de Estado de Saúde e Saneamento do Acre
(SESSACRE): Rio Branco, 5 volumes, 2000.
32. Tavares-Neto J. Roteiro para elaboração de Projeto de Pesquisa, Dissertação e Tese. Curso
de Pós-graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade Federal da
Bahia, 6ª versão, Salvador, 64p., 2002 [impresso ou disponível em
www.hupes.ufba.br/cResidentems].
33. UNIFAP, Universidade Federal do Amapá. Apresentação. Extraído de http://www.unifap.br.
Acesso em 08 de fevereiro de 2003.
69
Anexo
ROTEIRO* PARA ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA
RESIDÊNCIA MÉDICA EM HEPATOLOGIA EM DOIS ANOS
(*) parte desse documento foi extraído de Tavares-Neto J. Roteiro para elaboração de Projeto de
Pesquisa, Dissertação e Tese. Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de
Medicina da Universidade Federal da Bahia, 6ª versão, Salvador, 64p., 2002 [impresso ou
disponível em www.hupes.ufba.br/cResidentems].
70
APRESENTAÇÃO
A Monografia é um trabalho acadêmico exigido como pré-requisito para a
conclusão de Curso de especialização (carga horária 360 horas), inclusive de
Programa de Pós-Graduação, e de curso de graduação de nível superior.
Como a própria grafia da palavra Monografia (mono + grafia) expressa, diz-se
desse trabalho acadêmico também que é a descrição de um tema específico, parte
de assunto mais geral. Do mesmo modo, os dois principais dicionaristas da língua
portuguesa, falada no Brasil, descrevem a Monografia como sendo:
“1. trabalho escrito acerca de determinado ponto da história, da arte, da ciência,
ou sobre uma pessoa ou região; 2. descrição de um só gênero ou espécie de
animais ou vegetais” (Houaiss & Villar, 2001);
ou
“Dissertação ou estudo minucioso que se propõe esgotar determinado tema
relativamente restrito (Buarque de Holanda, 1999).
Quanto aos autores que tratam do tema, mais especificamente, há acordo quanto
ao objeto da Monografia e que em síntese pode ser resumido da seguinte forma:
descrever com profundidade o “estado da arte”, de algum tema muito específico ou
parte do conhecimento existente sobre algum aspecto de tema geral.
Portanto, o primeiro passo do autor e/ou do Professor-orientador é rever a literatura
de dado conhecimento (teológico, filosófico, artístico, popular ou científico) e entre
os diversos aspectos ou características que o compõe selecionar aquele que será
objeto da Monografia.
Como exemplo, também considerando a relevância médico-social, o tema seria
ASCARIDÍASE, dentro desse conjunto o autor (e Professor-orientador) selecionou
como subtema de interesse a obstrução biliar por Ascaris e como parte da
mesma a pergunta selecionada, objeto da monografia, foi: apresentação clinica da
71
ascaridíase biliar. O objetivo da Monografia poderia ser descrito da seguinte forma:
rever as características iclinicas da ascaridíase biliar
Em conclusão, a Monografia comporta dois elementos básicos: no primeiro, o autor
fundamenta o conhecimento geral sobre dado TEMA e subtema(s) associado(s); e
como parte da Monografia, propriamente dita, rever o “estado da arte” referente ao
objetivo proposto. Esses e outros elementos da Monografia serão detalhados nas
páginas seguintes.
72
I. CAPA
USO OBRIGATÓRIO
Exemplo (página seguinte)
A capa da Monografia é do mesmo tamanho de uma folha A4 (210 x 297mm). NÃO
USAR ESPIRAL OU CAPA DE MATERIAL PLÁSTICO OU SIMILAR.
A capa deve ser em papel couchê branco, letras de cor preta e com as seguintes
dimensões: (a) 21,1 cm de largura e 29,7 cm de comprimento (dimensões em cm
da folha A4).
Na capa da Monografia, devem constar as seguintes informações (vide exemplo):
 Instituições, órgãos e brasão heráldico da instituição de ensino e/ou saúde
responsável;
 Assinalar, Monografia de Conclusão;
 Título: deve ser conciso e capaz de conduzir o leitor a prever o objetivo principal
do estudo;
 Nome do aluno ou pós-graduando (como prefere ser citado ? No exemplo, o
nome completo é Manoel Eugênio de Oliveira Köetzel Neto, mas o autor preferiu o
registro de somente Manoel Köetzel Neto, como usado mais modernamente;
 (rodapé): cidade (Estado, sem abreviatura), ANO.
II. LOMBADA (ou Dorso)
USO OBRIGATÓRIO
73
A lombada da capa deve conter as seguintes informações: Nome do aluno ou Pósgraduando, título do trabalho e ano. Exemplo:
Amanoel Köetzel Neto. Aspectos de gestão de serviço de saúde descritos no livro
“Montanha Mágica” de Thomas Mann, 2003.
III. FICHA CATALOGRÁFICA
USO OBRIGATÓRIO
LOCALIZAÇÃO: contra-capa (verso da capa). Elementos da Ficha (a ficha deve ser
colocada dentro de um de quadro, preferencialmente na parte inferior da página,
como no exemplo abaixo). RECOMENDAÇÃO: consulte Bibliotecário ocorrer o
registro correto das informações.
1ª Iinha: Número de Cutter//*(Último sobrenome, Nome do aluno ou Pósgraduando)
2ª linha e seguintes:(Título do trabalho)/(Nome completo do Autor. -(Cidade):
(Letras iniciais do nome, último sobrenome), (ano).
Em outra linha: (número de páginas iniciais numeradas com algarismos
romanos**), (número de páginas numeradas com algarismos arábicos, seguido de
p.) (ESPAÇO) il. (se o trabalho tem ilustrações, fotos, ou desenhos).
Na linha seguinte: Monografia (especifique a que curso se refere), [cite qual(is)
vinculação(ões) institucional(is).
Na linha seguinte: Palavras-chaves: (até quatro). 1. ...; 2. ...; 3. ...; 4. ...; 5. Título
(não registre o título do trabalho).
Na linha seguinte (recuado para a direita): CDU: (***)
(*) N de Cutter//*: seguido de dois espaços; (**) Exemplo: vii, 187p. il. (significado:
sete páginas iniciais numeradas com algarismos romanos seguidas de 187
páginas em algarismos arábicos e o trabalho tem ilustrações); (***) CDU (números
da Classificação Decimal Universal).
74
IV. PRIMEIRA PÁGINA
USO OBRIGATÓRIO
Numeração da página: algarismo romano (iii ou III, considerando que a CAPA
corresponde a página i ou I* e a FICHA CATALOGRÁFICA ocupe a página ii ou II).
(*) na capa não deve constar o número (i ou I)
Exemplo: vide elementos na página seguinte.
Assinalar, nome do Preceptor-orientador (ou Professor-orientador, como couber) e:
Monografia de Conclusão do Programa de Enfermagem em Saúde da Família,
apresentada a Comissão de Pós-Graduação em Enfermagem da Secretaria de
Estado de Saúde do Governo do Estado do Amapá, como pré-requisito obrigatório
para obter o título de especialista em Saúde da Família.
V. COMISSÃO EXAMINADORA E DE REVISÃO
USO OBRIGATÓRIO
NUMERAÇÃO: algarismo romano
Nome dos Membros titulares (o Preceptor ou Professor-orientador não faz parte da
Comissão)
Exemplo:
COMISSAO EXAMINADORA
75
Membros Titulares:
. Rafael Tuma (PResidente), Enfermeiro-chefe da Clínica Médica do Hospital da
Criança e do Adolescente de Macapá;
. Carla Feitosa de Brito e Santtos, Farmacêutico da Unidade de Saúde do bairro de
Pedrinhas.
Membro Suplente:
. Antônio Garrafa, Enfermeiro da Unidade de Saúde do bairro de Pedrinhas.
VI. PÁGINA DO FRONTISPÍCIO
USO OPCIONAL
Numeração: algarismo romano
Usada para fazer alguma citação de Autor conhecido ou frase de domínio público.
EXEMPLO:
Cada um tem sua raridade: selo, flor, dente de elefante. Uns têm até felicidade! Eu
tenho...
(extraído do poema "Retrato Falante", de Cecília Meireles)
VII. DEDICATÓRIA
USO OPCIONAL
NUMERAÇÃO: algarismo romano
Preferencialmente, no canto inferior direito da página e recuado para a esquerda
VIII. EQUIPE
USO RECOMENDÁVEL, caso se aplique.
NUMERAÇÃO: algarismo romano
Exemplo:
76
 Soraia de Araújo e Silva, Mestre e Doutora do Instituto de ...
 Albano Luiz de Sattler, Estudante de Medicina, do PET-Medicina
Recomendação: a participação de alunos de Curso de Graduação e/ou de
Técnicos sem título de Mestre são considerados como aspecto positivo do projeto
ou do trabalho de conclusão.
IX. INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
USO RECOMENDÁVEL
NUMERAÇÃO: algarismo romano
Exemplo:
Fontes de Financiamento:
1. Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amapá (FAPESAP);
2. Comissão de Pós-Graduação em Enfermagem.
XI. AGRADECIMENTOS
USO RECOMENDÁVEL
NUMERAÇÃO: algarismo romano
ATENCÃO: em trabalho científico, os agradecimentos devem ser restritos aos
colaboradores (diretos ou indiretos) e as instituições, mas de modo sóbrio. Evite
citar Colaboradores referindo-os pelo apelido ou somente pelo prenome.
XII. ÍNDICE OU SUMÁRIO
USO OBRIGATÓRIO
77
NUMERAÇÃO: algarismos arábicos (este é o primeiro item com página numerada
com algarismo arábico, como todos os capítulos ou itens seguintes). O número da
página deve ser citado no canto superior direito de cada item ou tópico, exemplo
(insira uma Tabela e retira as bordas, dividindo-a em duas colunas, sendo a da
direita, de menor largura, para inserir a numeração da página).
EXEMPLO: página seguinte
78
ÍNDICE
ÍNDICE DE TABELAS
1
ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS
3
I. RESUMO
4
II. OBJETIVO DA MONOGRAFIA
5
III. REVISÃO DA LITERATURA
III.1. A Tuberculose
III.2. A Tuberculose na literatura de ficção
III.2.1 Coerência científica e a obra ficcional
III.2.1. Autores versus tuberculose na literatura
6
7
15
23
27
IV. METODOLOGIA
34
V. RESULTADOS
V.1. O livro “A Montanha Mágica”
V.1.1. Thomas Mann, autor: dados biográficos
V.1.2. A obra, espaço e o seu tempo
V.1.3. A tuberculose na obra de Thomas Mann
V.1.3.1. Panorama da tuberculose no século XIX
V.1.4. Aspectos concordantes e discordantes da realidade
V.1.5. Personagens ilustrativos da história natural da
tuberculose
V.1.6. Ficção versus a realidade do século XIX
39
39
45
53
69
82
102
134
VI. DISCUSSÃO
176
VII. CONCLUSÕES
191
VIII. SUMMARY
192
IX. ANEXOS
ANEXO X: Cópia reprográfica da introdução do livro “A montanha
mágica
ANEXO Y: Ficha de registro de dados
193
193
165
196
79
XIII. ÍNDICES (tabelas, gráficos, figuras, quadros e siglas)
USO OBRIGATÓRIO, exceto se não houver nenhum dos elementos. Quando
houver cinco (5) ou mais elementos a serem citados, do contrário o índice pode ser
conjunto, separando-os por grupos.
O número da página deve ser registrado à direita. Após número da tabela, gráfico
ou figura colocar ponto (.). Exemplo de modelo conjunto:
ÍNDICE DE FIGURA, GRÁFICO E TABELAS
FIGURA
FIGURA I. Curva de sobrevida em casos de lepstospirose ... em ...
45
GRÁFICO
GRÁFICO I. Proporção dos pacientes ....
89
TABELAS
ATENÇÃO:
1. Utilize com cautela siglas em títulos de Tabelas, Figuras e Quadros e somente
quando estritamente necessário e sempre citando no rodapé qual o significado
daquela sigla. No texto, adote a sistemática de antes da primeira citação de alguma
sigla fazer referência ao nome completo (por extenso);
2. porém, quando utilizar o índice de siglas ou abreviaturas, não inclua símbolos,
siglas ou abreviaturas de domínio internacional (cm, dl, H2O, etc.);
3. Figuras, Gráficos, Quadros, Tabelas, etc., citados na Introdução e Revisão da
Literatura devem ser numerados com algarismos romanos, ao contrário dos
referidos em Resultados. (do Artigo ou do capítulo “Resultados gerais”).
80
XIV. RESUMO
USO OBRIGATÓRIO
NÚMERO
DE
PÁGINAS:
não
deve
ser
superior a
duas
(2)
páginas,
preferencialmente até 350 palavras ou 2.400 caracteres. Para isto é recomendável
não utilizar parágrafos, destacando os itens em negrito ou sublinhado (v. abaixo) e
alinhando as margens direita e esquerda. Lembre-se, no entanto, que alguns
bancos de dados somente aceitam resumos com até 250 palavras. NÃO CITE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NO RESUMO.
Exemplo:
(Título do trabalho, com
introdutório).
todas as letras MAIÚSCULAS). (Breve período
.(Obietivo: assinale aquele referente a pergunta principal).
(Metodologia). (Resultados ou observações mais relevantes). (Conclusões
principais).
Palavras-chaves: (as mesmas da ficha catalográfica); este elemento inicia-se na
linha seguinte a do parágrafo final das conclusões. Todas as palavras-chaves
devem ser numeradas, separando-as por ponto e vírgula (;). Exemplo: 1. ... ; 2. ... ;
3. ... ; 4. ... ; 5. ... .
XV. OBJETIVO(S)
USO OBRIGATÓRIO
Cada objetivo deve ser descrito em uma ou duas sentenças; recomenda-se
destacar o objetivo principal do(s) secundário(s), os quais devem ser numerados
com algarismos arábicos. LEMBRETE: quem tem muitos objetivos corre o risco, no
final, de ficar só com inquietações e nenhuma resposta! Exemplo:
81
PRINCIPAL
Verificar as atribuições do Técnico de Enfermagem na equipe de Saúde da Família.
SECUNDÁRIOS
1. Descrever a evolução histórica da formação técnico-educacional do Técnico de
Enfermagem no Brasil;
2. Comparar os currículos de Escolas Técnicas da Região Norte e o currículo
mínimo exigido pelo sistema federal de ensino; e
3. Rever a legislação sobre a formação e capacitações do Técnico de Enfermagem;
4. Propor mudanças curriculares e alterações na legislação.
XVI. REVISÃO DA LITERATURA (ou FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA)
USO OBRIGATÓRIO
A fundamentação teórica deve enfocar o problema ou questão a ser estudado,
permitindo ao leitor ter conhecimento exato e da extensão do mesmo. Também o
aluno ou pós-graduando deve também demonstrar:
a) a relevância do estudo;
b) o interesse técnico, educacional, social ou médico-social;
c) o conhecimento dos aspectos relevantes do assunto, principalmente os aspectos
mais ligados aos objetivos do estudo;
d) a atenção para as questões de ordem metodológica;
e) a originalidade do estudo e
f) o quanto o estudo irá colaborar para melhorar o entendimento da(s) questão(ões)
a ser(em) explorada(s).
Os estudos desenvolvidos na região devem ser revistos e os dados citados com
destaque.
82
O tema deve ser explorado com erudição: demostrando domínio da literatura
pertinente, visão crítica dos dados publicados e observando as lacunas existentes
na literatura, especialmente quando associadas ao(s) objetivo(s) do trabalho. Vale
ressaltar, o objetivo do estudo é o guia da revisão.
Para isto, antes faça um plano de redação, detalhando em linguagem sucinta todos
os tópicos ou sub-capítulos cabíveis de registro. Passe algum tempo revendo o
formato preliminar e peça sugestões e críticas de Colegas, de Especialistas na área
e/ou do Preceptor ou Professor-orientador. E quando indicado introduza novos
itens ou sub-capítulos, exclua outros ou altere a posição de alguns. Desse modo,
reduz a chance de repetir conceitos ou dados previamente apresentados.
Na revisão siga o modelo do triângulo do vértice invertido (), ou seja, inicie do
geral para o objetivo do estudo.
Para facilitar a compreensão dos dados citados por outros Autores pode utilizar-se
de tabelas, gráficos ou figuras - neste caso, numerá-los com algarismos romanos
(maiúsculos) para distinguir dos apresentados no capítulo Resultados.
Caso use tabelas, gráficos ou figuras, citar no rodapé a fonte [exemplo: FONTE:
Rey et al.(1995) ou FONTE: adaptada de Rey et al. (1995) ou FONTE: referências
12, 26, 78, 184, 206.] ou, em algumas tabelas, citar no corpo ou rodapé o(s)
autor(es) e ano da publicação. Em qualquer caso, as referências devem também
ser citadas em “Referências Bibliográficas”. Caso opte por citar as Referências, no
texto, pelo número
sobrescrito
de cada uma no “Referências Bibliográficas”, só o faça
APÓS a revisão final do Preceptor ou Professor-orientador, para evitar que alguma
nova sugestão altere a ordem das mesmas e o obrigue a rever todos os registros.
OBSERVAÇÕES:
83
1. quando referir o nome de qualquer espécie, a citação deve ser em negrito, em
itálico ou sublinhada. Por exemplo: Schistosoma mansoni ou
Schistosama
mansoni ou Schistosoma mansoni. Porém, optando por uma das formas, a mesma
deve ser citada assim em todo o texto, inclusive nas outras partes do trabalho;
2. após a primeira citação o gênero da espécie deve ser abreviado: S. mansoni ou
S. mansoni ou S. mansoni;
3. caso somente o gênero for citado incluir a sigla sp. (ponto após sp.; e sem
negrito itálico ou sublinhado). Por exemplo: Schistosoma sp. ou Schistosoma sp.
ou Schistosoma sp.
4. neste capítulo, como nos demais, alinhe às margens direita e esquerda e inicie
cada parágrafo no espaço mais à direita. Exemplos:
Recomendado:
O seu trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
(CResidenteMS) da Faculdade de Medicina da UFBA deve ser publicado, o mais
breve possível. Do contrário, terá uma circulação restrita ou de conhecimento só
seu ..., será que dessa forma valeu o seu esforço ou do Professor-orientador?
Não-recomendados:
a) sem recuar para a direita e não-alinhado a direita
O seu trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
(CResidenteMS) da Faculdade de Medicina da UFBA deve ser publicado, o mais
breve possível. Do contrário, terá uma circulação restrita ou de conhecimento só
seu ..., será que dessa forma valeu o seu esforço ou do Professor-orientador?
84
b) recuado para a direita e não-alinhado a direita
O seu trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
(CResidenteMS) da Faculdade de Medicina da UFBA deve ser publicado, o mais
breve possível. Do contrário, terá uma circulação restrita ou de conhecimento só
seu ..., será que dessa forma valeu o seu esforço ou do Professor-orientador?
c) não-recuado para a direita e alinhado
O seu trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde
(CResidenteMS) da Faculdade de Medicina da UFBA deve ser publicado, o mais
breve possível. Do contrário, terá uma circulação restrita ou de conhecimento só
seu ..., será que dessa forma valeu o seu esforço ou do Professor-orientador?
XVII. METODOLOGIA
USO OBRIGATÓRIO.
Quando o estudo envolver anima nobili utilizar: CASUÍSTICA E METODOLOGIA,
do contrário (espécimes do anima nobili, animais ou outros objetos de estudo),
utilizar METODOLOGIA.
É recomendável e mais conveniente que a Monografia de conclusão de Curso
(graduação, especialização e Pós-Graduação), use como modelo de estudo a
revisão sistemática da literatura, meta-análise, análise secundária de dados, relato
de caso ou série de casos. Isto, favorecendo o aluno ou pós-graduando a ser
exposto às fontes e a literatura especializada, bem como as técnicas da redação
científica. No entanto, a formulação de outro de outro modelo de estudo,
85
envolvendo a pessoa humana ou animais, requer Projeto mais elaborado e análise
e aprovação prévias de Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), também aplicáveis se
for relato de caso ou de série de casos de pessoas humanas e em alguns casos de
análise secundária de dados. Nesses casos, na Metodologia o autor deve
esclarecer:
Casuística: quem você vai estudar?
Material: quais os recursos vai utilizar?
Método: como vai estudar?
E também especificar com destaque:
1. População de referência;
2. Características da população de estudo (ou população-alvo);
3. Desenho do estudo;
4. Critérios de inclusão e exclusão;
5. Quando se aplicar: definição de caso e de controle (se estudo do tipo casocontrole) ou definição do par (estudo com pareamento) ou do grupo de
comparação;
6. Técnica de amostragem;
7. Classificar as variáveis a serem usadas no estudo, como:
a. variável(is) que define(m) o evento (a resposta). Em Bioestatística, a variável de
evento é denominada variável dependente;
b. principais variáveis de predição;
8. Quando se aplicar, definir possíveis variáveis de confusão ou de modificação de
efeito;
9. Descrever como as variáveis serão, em caso de Projeto, operacionalizadas;
10. Técnicas e equipamentos a serem utilizados. Descreva e detalhe, passo a
passo, as técnicas (e os reagentes, por exemplo), de modo que o seu trabalho
possa ser reproduzido por outro pesquisador;
86
11. No planejamento da análise estatística: procedimentos para análise descritiva;
procedimentos estatísticos para avaliar a probabilidade (p) dos achados no caso da
hipótese nula ser a verdadeira. Deve ser observado que o objetivo e as hipóteses
não têm o mesmo significado - um estudo sempre tem um objetivo. No entanto, um
estudo pode ser realizado sem que nenhuma hipótese seja declarada a priori. Ao
referir-se à estatística analítica, declare as hipóteses (H0 ou nula e H1 ou
alternativa). No caso da H1, especificar se é monocaudal ou bicaudal. As hipóteses
alternativas são, em geral, bicaudais, quando monocaudal deve ser acompanhada
de justificativa.
Exemplo de como expressar as hipóteses:
 H0: A freqüência da hipertensão arterial grave em brancos = A freqüência da
hipertensão arterial grave em negros
 H1: A freqüência da hipertensão arterial grave em brancos <* A freqüência da
hipertensão arterial grave em negros.
(*) conforme a hipótese poderia ser > ou , por exemplo.
12. Ao citar o planejamento da análise estatística, estabelecer:
a) tamanho da amostra de acordo com as hipóteses. Para amostras com tamanho
fixo, avalie o poder do estudo;
b) erros tipo I () e II ();
c) possibilidade de perda de foIlow-up (seguimento);
d) necessidade de controle para variáveis de confusão; e
e) tamanho mínimo do efeito que o pesquisador deseja levar em consideração.
13. Quando se aplicar, referir-se ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(segundo a Resolução CONEP n 196 de 1996, Anexo C e anexar o modelo do
Termo – vide modelo Anexo B);
87
14. Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é diferente de Comissão de Ética de
instituição de saúde, inclusive quanto a vinculação: o primeiro é à CONEP
(Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) do Ministério da Saúde e a Comissão
de Ética ao Conselho Regional de Medicina, Enfermagem ou de outra Profissão,
que trata de outros tipos conflitos ou avalia aspectos potencialmente geradores de
conflitos de interesse deontológico. O CEP, de cada instituição, avalia o Projeto de
Pesquisa, segundo aspectos éticos e bioéticos. O Parecer de um CEP credenciado
pela CONEP tem validade nacional;
15. Anexar a Monografia, quando se aplicar, cópia do Parecer do CEP. O CEP ao
receber um Projeto de Pesquisa (anexando Formulário-padrão ou folha de rosto do
CONEP, a ser fornecido pela Secretaria do CEP) nomeia um Relator e,
posteriormente, o plenário aprova ou não o Parecer do mesmo - não é ético ou
mesmo civilizado o pesquisador procurar saber quem é o Relator ou manter contato
não-formal com o mesmo ou qualquer outro membro do CEP. As informações
sobre o Projeto, o pós-graduando deve solicitar ao(a) Secretário(a) do CEP.
16. Quando o Projeto não atende as exigências básicas, cabe ao PResidente do
CEP encaminhar para o Pesquisador o formulário inserido nas três (3) páginas
seguintes. Por isto, no Projeto de Pesquisa deve ficar em destaque cada um dos
itens (aqueles cabíveis) assinalados nas 3 páginas seguintes.
17. Outras informações ou Resoluções do CONEP consultar a “home page”:
http://conselho.saude.gov.br/comissao/conep
COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA
DOCUMENTOS PARA ANÁLISE DE PROJETO DE PESQUISA – Prot. CEP Nº
____________
Reg. CONEP Nº __________
 CLASSIFICAÇÃO NO FLUXOGRAMA:
88
GRUPO I ( ) Àrea Temática Especial
_____________________________________
GRUPO II ( )
GRUPO III ( )
Obs.: Itens marcados com X correspondem a documentos obrigatórios sem
os quais o protocolo não pode ser aceito no CEP para análise. Conferir no ato
de entrega do protocolo. Os outros itens serão avaliados pelo relator.
si nã
m o





Folha de rosto
Projeto de pesquisa em português
Antecedentes e justificativa, registro no país de origem, em
caso de drogas e dispositivos para a saúde
Descrição de material e métodos, casuística, resultados
esperados e bibliografia
Análise crítica de riscos e benefícios
Duração
Responsabilidades do pesquisador, da instituição, do
patrocinador
Critérios para suspender ou encerrar
Local de realização das várias etapas
Infra estrutura necessária e concordância da instituição
Orçamento financeiro detalhado e remuneração do
pesquisador
Propriedade das informações
Características da população, justificativa de uso de grupos
vulneráveis
Número de sujeitos da pesquisa, no local e global
(multicêntricos)
Descrição de métodos que afetem os sujeitos da pesquisa
Fontes de material, coleta específica
Planos de recrutamento, critérios de inclusão e exclusão
Termo de consentimento livre e esclarecido
Como e quem irá obte-lo
Descrição de riscos com avaliação de gravidade
Medidas de proteção de riscos e à confidencialidade
Previsão de ressarcimento de gastos
Curriculo do pesquisador principal e demais pesquisadores
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
sim Não
Linguagem acessível
89
Justificativa, objetivos e procedimentos
Desconfortos e riscos
Benefícios esperados
Métodos alternativos existentes
Forma de assistência e responsável
Esclarecimentos antes e durante a pesquisa sobre a
metodologia
Possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo
Liberdade de recusar ou retirar o consentimento sem
penalização
Garantia de sigilo e privacidade
Formas de ressarcimento
Formas de indenização
PESQUISAS CONDUZIDAS DO EXTERIOR OU COM COOPERAÇÃO
ESTRANGEIRA
sim Nã
o
Compromissos e vantagens para os sujeitos da pesquisa
Compromissos e vantagens para o País
Identificação do pesquisador e instituição nacionais coresponsáveis (Folha de Rosto)
Documento de aprovação por Comitê de Ética no país de
origem ou justificativa
Resposta à necessidade de treinamento de pessoal no Brasil

PESQUISAS COM NOVOS FÁRMACOS, VACINAS E TESTES
DIAGNÓSTICOS
Sim não
Fase atual e demonstração de cumprimento de fases
anteriores
Substância farmacológica - registro no país de origem
Informação pré-clínica - brochura do pesquisador ( BPPFC**)

Informação clínica de fases anteriores
Justificativa para uso de placebo ou wash out
Acesso ao medicamento, se comprovada sua superioridade
Declaração do pesquisador de que concorda e seguirá (Folha
de Rosto)
Justificativa de inclusão de sujeitos sadios
Formas de recrutamento
Para enviar o protocolo à CONEP para apreciação, acrescentar:
90
Si
m


nã
o
Carta de encaminhamento do CEP institucional
Documento de aprovação pelo CEP, com parecer
consubstanciado
91
XVIII. RESULTADOS
USO OBRIGATÓRIO
Apresente-os distribuindo em itens, começando pela caracterização geral da
população de estudo, quando se aplicar, e siga o seguinte roteiro na apresentação
dos seus resultados: do geral para o particular. Destaque os resultados referentes
às variáveis-respostas ou ao objetivo principal.
Na apresentação dos seus resultados seja objetivo, não dê margem a confusão.
EXIGÊNCIAS:
a. tabelas, gráficos, figuras ou quadros devem ser numerados, seqüencialmente,
com algarismos arábicos;
b. tabelas, gráficos, quadros ou figuras devem aparecer na mesma página da
primeira citação ou, quando não for possível, na página seguinte;
c. tabelas, gráficos, quadros ou figuras não serão aceitas se localizadas nas
páginas finais do trabalho, isto só se aplica para as tabelas gerais (v. ANEXO);
d. os dados não devem ser exclusivamente apresentados em gráficos ou figuras,
porque não dispensam tabelas. O aluno ou pós-graduando é tentado, com os
atuais recursos da Informática, a utilizar gráficos em profusão e, deste modo, sem a
tabela respectiva, o que dificulta a recuperação (com precisão) de muitas
informações;
e. tabelas e quadros, principalmente, devem ter título e corpo de compreensão que
independa do texto;
f. o sistema métrico decimal deve ser o adotado;
g. preferencialmente, no texto, quadros, tabelas, etc., utilize somente uma casa
decimal (7,3%); use sempre o mesmo método para fazer as aproximações dos
decimais. Seja preciso, evite fazer aproximações desnecessárias: encontrando o
percentual de 7,3% não cite 7%. Deixe tais aproximações para o seu futuro leitor;
h. principalmente neste item, mas também nos demais, evite citar números
utilizando-se de expressões como: cerca de 4% (quando o preciso é 4,4%),
aproximadamente 10% (sendo correto: 8,6%), etc. SEJA SEMPRE PRECISO.
i. no sistema métrico-decimal, os decimais não devem ser separados por ponto (.)
e SIM por vírgula (,) - exceto quando escreve na língua inglesa (vide “Summary”);
j. não faça comparação dos seus resultados com o de outros Autores (isto é na
Discussão) ou os interprete (isto também é na Discussão);
k. caso utileze nota de rodapé: deve ser inclusa na mesma página do texto, onde
ocorreu a referência - use uma linha sólida (
) entre o corpo do texto e
o rodapé (preferencialmente com outro tipo de fonte e de tamanho menor;
l. utilize com propriedade os recursos do seu programa "redator de texto". O
"Word", por exemplo, dispõe dos seguintes símbolos (v. ícone Inserir  Símbolo
92
[selecionar tipo de fonte]):  (alfa),  (beta),  (qui-quadrado),  (maior ou igual), 
(mais ou menos),  (menor ou igual),  (aproximadamente), entre outros;
m. quando utilizar escala intervalar, observe o exemplo abaixo e respectivos
símbolos: Exemplo: faixa etária (anos)
4  6 (inclui pessoas de 4 e 6 anos)
4  6 (não inclui pessoas de 4 e inclui de 6 anos)
4  6 (inclui pessoas de 4 e não inclui de 6 anos)
4  6 (não inclui pessoas de 4 nem de 6 anos)
4  6 (os limites do intervalo não foram ou não puderam ser precisados)
2
n. é freqüente a confusão do que seja um quadro ou tabela, o primeiro tem linhas
verticais “fechando” as laterais ao contrário da Tabela (é a apresentação mais
exigida pelas revistas). Por exemplo, os números citados são fictícios:
QUADRO 4. Número de casos de leptospirose em 2000 e 2001, internados no
Hospital Couto Maia (Salvador, Bahia), conforme o gênero dos pacientes.
NÚMERO DE CASOS, n (%)
ANO
Masculin Feminin TOTAL
o
o
2000
286
21 (6,8) 307
(93,2)
(100,0)
2001
TOTAL
212
(95,1)
498
(94,0)
11 (4,9) 223
(100,0)
32 (6,0) 530
(100,0)
TABELA 4. Número de casos de leptospirose em 2000 e 2001, internados no
Hospital Couto Maia (Salvador, Bahia), conforme o gênero dos pacientes.
ANO
2000
2001
TOTAL
XIX. DISCUSSÃO
NÚMERO DE CASOS, n (%)
Masculin Feminin TOTAL
o
o
286
21 (6,8) 307
(93,2)
(100,0)
212
(95,1)
498
(94,0)
11 (4,9) 223
(100,0)
32 (6,0) 530
(100,0)
93
USO OBRIGATÓRIO
Não cometa o erro de apresentar novos resultados e tabelas neste capítulo. Neste
item, o pesquisador oferece sua contribuição pessoal, com base nos resultados
observados.
É à parte de síntese–interpretação. Siga um roteiro:
1. Qual a sua interpretação dos resultados?
2. Como os associa com os de outros Autores?
3. Qual a sua análise crítica, de cada resultado observado? Ressalte os aspectos
relevantes, os possíveis erros do estudo (qual a sua sugestão para serem
contornados em estudo futuro?), etc.
4. Como explica os seus resultados, associando-os ao conhecimento correlato?
5. Tem hipóteses a formular?
6. Tem propostas de estudos futuros?
XX. CONCLUSÕES
USO OBRIGATÓRIO
Cada conclusão deve ser numerada, com números arábicos. A conclusão deve ser
baseada nos objetivos e resultados observados. As especulações e hipóteses
pertencem ao capítulo da Discussão.
XXI. SUMMARY
USO OBRIGATÓRIO
Observação: neste caso, ao contrário de quando escreve na língua portuguesa,
assinale 70.3% (e não 70,3%) ou 10,000.03 (e não: 10.000,03).
(VER ELEMENTOS DO RESUMO: Title, Background, Objective, Design, Methods,
Results, Conclusions, Key words)
XXII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(vide ANEXO A: Normas de Registro)
USO OBRIGATÓRIO
O
gerenciador
eletrônico
de
referências
(tipo
“Endnote”:
http://www.anacom.com.br), poderá ser muito útil e evitar os freqüentes erros, até
de falta de sistematização.
94
XXIII. ANEXO(S)
USO RECOMENDÁVEL (quando se aplicar)
NUMERE CADA ANEXO
Exemplos:
ANEXO . Modelo do questionário;
ANEXO . Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
ANEXO . Ofício do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HUPES, aprovando a
investigação; etc.
95
ANEXOS
96
ANEXO A
NORMAS DE REGISTRO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O registro das referências bibliográficas foram adaptadas pelo CResidenteMS
da Faculdade de Medicina da UFBA, das normas da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT)1, mas tendo também como fonte o estilo
Vancouver do American National Standards Institute (ANSI), adaptado da Biblioteca
Nacional de Medicina dos Estados Unidos2. No entanto, muitos periódicos
(nacionais e internacionais) utilizam outras normas, que devem ser observadas
quando da publicação do trabalho.
As referências valorizam o trabalho e são fontes de consulta para outros
pesquisadores e, também no futuro, para você.
O termo Bibliografia somente deve ser utilizado quando o levantamento for
completo e abranger todos os períodos. Portanto, somente utilize a expressão
“Referências bibliográficas”.
Alguns cuidados:
A. muitos, no afã de citar somente a literatura atual ("dos últimos cinco anos"),
esquecem-se da história do conhecimento abordado;
B. muitos livros textos têm por base trabalhos publicados em outras fontes;
97
(1) ABNT. Informação e Documentação. Referências. Elaboração. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 22p., Agosto de 2000 (endereço
eletrônico: http://www.abnt.org.br);
(2) International Committe of Medical Journal Editors. Uniform Requiments for
manuscripts submitted to biomedical journals. New England Journal of the Medicine
336: 309-315, 1997. Tradução no Informe Epidemiológico do SUS 8: 5-16, 1999.
98
C.não deixe para a "última hora" a listagem (registro) das suas referências, caso
proceda assim terá muitos problemas nos momentos finais. Desde a fase de
projeto, mantenha atualizado banco de dados com os trabalhos a serem referidos.
Peça, com alguma periodicidade, a listagem das referências e faça a revisão,
tomando como base a cópia reprográfica da fonte, por exemplo;
D.a numeração das referências é obrigatória (exceto no texto, vide item “E”,
seguinte);
E. ATENÇÃO: as referências numeradas por ordem de citação no texto podem
sofrer muitas alterações na etapa final (revisões do Professor-orientador ou dos
Membros da Comissão Examinadora) e, procedendo deste modo, poderá ter
muitas dificuldades. Daí ser muito mais prudente colocar as referências por ordem
alfabética, no capítulo "Referências bibliográficas" e, posteriormente, numerá-las (o
“Word” faz isto automaticamente, a medida que insere novos registros).
NORMAS
1. autores com nomes terminados com Junior, Sobrinho, Filho, Neto, etc., devem
ser assim citados (texto e em referências):
- José Costa Filho citar como Costa Filho no texto e Costa Filho J no capítulo das
Referências bibliográficas;
2. as páginas finais são citadas, preferencialmente, excluindo os algarismos iguais
à esquerda: Exemplos:
- 1409-12 (e não: 1409-1412)
- 21-8 (e não: 21-28).
3. em itálico deve ser referido o título dos livros e o nome de periódicos ou revistas
(v. exemplos adiante);
4. se o autor for o mesmo da referência seguinte, assinale com o traço contínuo (a
referência seguinte) em tamanho correspondente. EXEMPLOS:
Barros N. A pediatria ...
_______. Ocorrência de um caso ...
5. nas referências bibliográficas todos os autores devem ser citados. Portanto, o
uso de et al.* (ou cols.) somente se aplica no texto. No texto (vale ressaltar, não se
aplica às referências), quando a referência for de dois autores, citá-los com o "e
comercial" (&), por exemplo: Marcondes & Soares; sendo três ou mais: Marcondes
et al. (nestes exemplos o verbo da frase não deve ser na primeira pessoa; ou seja,
é incorreto dizer "Marcondes et al. demonstrou a... ", assinale corretamente:
"Marcondes et al. demonstraram a ...”;
(*) et al. (após "al" digitar ponto), porque é a abreviatura da expressão latina et allii;
99
6. Nas citações das referências, no texto (introdução; revisão da literatura; racional;
casuística, material e métodos; e discussão), deve ser seguir somente uma das
formas de citação, para manter a uniformidade.
não-recomendadas:
a).por ordem numérica crescente, conforme aparecem no texto. Exemplo: O mapa
de caracteres foi capaz de exibir todas as fontes (1,2)... também como assinalado
por Oliveira (3). ... Em outro estudo, Ximenes (4) observou dados contraditórios,...
já especulados por Alcântara & Pinto(5);
b).autoria e número da referência. Exemplo: O mapa de caracteres foi capaz de
exibir todas as fontes (Souza Filho82 e Vianna & Ottoni123) ou O mapa..., segundo
Souza Filho (82) e Vianna & Ottoni (123);
c).autoria, ano e número da referência. Exemplo: O mapa de caracteres foi capaz
de exibir todas as fontes (Vianna & Ottoni, 1945123; Souza Filho, 199592)*... .
Anteriormente, Azevêdo et al. (1914) 4 e Vianna & Ottoni (1945) 123, já haviam
especulado a respeito... ;
(*) observe que entre as citações, quando entre parênteses, há um ponto e
vírgula (;)
recomendadas
d).autor(es) e data. Exemplo: O mapa de caracteres foi capaz de exibir todas as
fontes (Vianna & Ottoni, 1945; Souza Filho, 1995). ... Antes de Azevêdo et al.
(1914) e Vianna & Ottoni (1945), já haviam especulado a respeito... . Este é o
modo preferencial, quando estiver escrevendo o texto. Na etapa final, após
receber a revisão dos membros da Comissão examinadora, poderá optar em
fazer as numerações das referências e optar por “a”, "b", “c” ou manter a
alternativa “d” (mais segura);
7) Observe, nos itens "c" e "d", acima, que os trabalhos são citados no -texto na
ordem cronológica de publicação (ANO). Ou seja, os trabalhos são citados no texto
conforme a ordem do ano de publicação. Porém, quando dois (2) ou mais trabalhos
foram publicados no mesmo ano, e citados no mesmo período ou frase, o registro
no texto será em ordem alfabética. Exemplo: Revendo este aspecto vários autores
encontraram resultados discordantes ... (Katz, 1978; Klöetzel, 1978; Azevedo et al.,
1992; Figueiredo & Zaitz, 1995), deste modo, Asis et al. (1996) sugeriram
controlar... ;
8) Quando o mesmo autor tiver dois ou mais trabalhos no mesmo ano, registrar
após o ano: a, b, c,... (tanto no texto, se a opção permitir, mas especialmente nas
referências). Exemplo 1(texto): Como observou Souza Filho (1993a,b) e também
100
Souza Filho & Vanderlit (1993) ... . Observe que como Vanderlit participou do
terceiro trabalho, apesar do mesmo ano dos dois trabalhos anteriores (a, b), os
autores não são os mesmos e, sendo assim, NÃO cabe assinalar: Souza Filho &
Vanderlit (1993c); Exemplo 2 (aplicado ao registro das referências):
Souza Filho G. O Abcesso cerebral..., 1993 a.
___________. Distribuição das ..., 1993b.
___________, Vanderlit T. As fontanelas ..., 1993.
OBSERVE: a ordem, nas referências bibliográficas, foi pelo título do artigo (no caso
das duas primeiras). Ou seja, primeiramente segue a ordem alfabética do
sobrenome dos autores, secundariamente a ordem de cada título (sem levar em
consideração: o, a, os e as ou correspondentes em outras línguas).
9) Não assinale nas referências bibliográficas: “informação pessoal”, mas
SOMENTE NO TEXTO, anotando: nome, instituição (se possível) e ano:
informação pessoal). Exemplo: “Os resultados foram semelhantes aos observados
por J. Pinto Soares (FAMED/UFBA, 1995: informação pessoal) ou Gilberta
Bensabath (1995: informação pessoal)”.
10) O registro da referência de trabalho não-publicado se aplica quando já foi
publicado ou aceito para publicação (nesse caso, o pós-graduando deve ter:
autores, título, nome da revista, ano*). Do contrário, o mais correto (e prudente) é
assinalar: “informação pessoal” no texto;
Exemplos:
Tinhorão Sobrinho M, Andrade V. Genótipo do … . Revista do Instituto de Medicina
Tropical de São Paulo 34, 2002 [in press ou no prelo].
11) Havendo dois ou mais autores com o mesmo sobrenome e mesmo ano de
publicação citar no texto do trabalho o sobrenome e as iniciais do nome (isto
quando não usar as referências numeradas). Exemplo: “Esse resultado foi
semelhante ao observado por Silva GT (1972) e Silva P (1972)”;
12) Quando não tiver acesso ao trabalho do autor, mas sendo conhecido de outra
fonte consultada, não registrar nas referências e SOMENTE no texto. Por exemplo,
lendo um artigo de Sherlock (1993) teve informação sobre outro artigo de Blumberg
(1964), assim irá assinalar no texto: “A observação do antígeno Austrália coube a
Blumberg (1964 apud Sherlock, 1993). Observar que a palavra latina apud ('junto a"
ou “em”) deve ser assinalada em itálico.
13) Registro de um livro
Sobrenome/nome.//Título da obra: subtítulo.//número da edição*,/editora**: local da
publicação***,/se houver: volume ou número de série,/número de páginas(p.),/ano
da publicação.
101
Observação: uma barra (/) ou duas (//) correspondem ao número de espaços.
Exemplo: Alcantâra Filho A. Fisiopatologia clínica: Bases do raciocínio clínico. 4.
ed., Kosmos: Porto Alegre, 280p., 1991.
(*) não citar a edição como 4ª e sim como 4. ed. (4 ponto ed ponto); (**) na citação
da editora os prenomes são abreviados e a natureza comercial ou jurídica são
excluídas. Exemplos: Rocco (e não: Livraria Rocco Ltda.) e J. Olymplo (e não: José
Olympio Editora S/A);
(***) quando a publicação tiver mais de um local (Porto Alegre, Boston, Londres,
São Paulo) cite somente o primeiro. Sendo impossível determinar o local cite a
sigla: s.l.. Quando o local não for citado, mas pode ser identificado, coloque-o entre
colchetes: [Rio de Janeiro].
102
Observações:
a. tendo o livro dois ou mais autores: no texto assinale (Thomaz & Silva, 1943), se
dois, e tendo três ou mais (Bevilaqua et al., 1978). Porém, nas referências, todos
os autores devem ser citados: Thomaz C, Silva H. …, 1943; Bevilaqua D, Tavares
S, Santos O, Pedra-Silva T. …, 1978;
b quando o autor do livro é: órgão público, entidade filantrópica, autarquia,
universidade, instituição de fomento, etc,. assinalar o nome por extenso, antecipado
pela sigla oficial ou abreviatura (para facilitar a citação no texto e/ou a localização
da referência). Exemplos:
1) OMS, Organização Mundial da Saúde. Vetores da Malária: Prevenção e controle
..., 1990.
2) UFBA, Universidade Federal da Bahia. Bibliografia Bahiana dos movimentos
populares ..., 1982
c. quando o autor do livro for entidade coletiva, assinale: País./nome da entidade
(por extenso)./nome do setor, seção, diretoria ou região (por extenso).//título... (ver
exemplo do livro, acima).
Exemplo:
Inglaterra. Sindicato dos Mineiros. Setor de Saúde Ocupacional. Os mineiros na
terceira idade: Causas de morbidade e mortalidade..., 1995.
d.quando o autor do livro for entidade coletiva que contém no título o nome do País
ou derivado, assinale: Sigla, Nome da entidade (por extenso)./cidade*.//Título ...
(ver exemplo do livro acima). Exemplo: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Brasília. Censo populacional do Brasil: Dados demográficos. Região
nordeste. ..., 1992.
(*) mesmo que o local do órgão seja igual ao da editora, assinalar o nome da
cidade duas vezes.
e. quando o livro foi escrito por vários autores, os quais não podem ser
identificados: inicie a citação pelo título da obra (nesse caso, não coloque em
itálico). Exemplo:
Título da obra: subtítulo.//número da edição*,/editora**: local da publicação** *,/se
houver: volume, série,/número de páginas(p.),/data da publicação.
Enciclopédia Britânica. História das epidemias na idade média. 16. ed., Libs-Libs:
Rio de Janeiro, 8 vol., p. 1 1-22, 1989.
f. sendo o autor do livro: anônimo. Começe a referência pelo título da obra, neste
caso em itálico.
103
14) Registro de capítulo de livro
Sobrenome(s) e nome(s) do(s) autor (es).//Título do capítulo: Sub-título, se
houver.//In:/Sobrenome
nome/(ed.)*,//Título da obra: subtítulo.//número da
edição*,/editora**: /local da publicação***,/se houver volume, série,/número de
páginas(p.),/ano da publicação.(ed.) - abreviatura de editores; incorreto: (eds.).
Exemplo:
Maciel S, Santos-Neto F. Diarréia: diarréia dos viajantes. In: Jofre PS, Espírito
Santo J, Nascimento-e-Silva J (ed.), Clinica das doenças infecciosas doenças:
bacterianas e virais. 1. ed., Blue: Recife, Série Verde, 11-22p., 1992.
a). quando o capítulo não tem autoria definida, o título do capítulo aparece no final,
após as páginas. Exemplo:
Jofre PS, Espírito Santo J, Nascimento-e-Silva J. Clínica das doenças infecciosas:
doenças bacterianas e virais. 1. ed., Blue: Recife, Série verde, 11-22p., Diarréia:
diarréia dos viajantes, 1992.
b). capítulo sem título ou autoria: após o título do livro coloque uma barra(/),
seguida de dois espaços. Exemplo:
Jofre PS, Espírito Santo J, Nascimento-e-Sliva J. Clínica das doenças infecciosas:
doenças bacterianas e virais./ 1. ed., Blue: Recife, Série verde, 11-22p.,1992.
c). quando o livro tem editor, organizador ou coordenador, mas NÃO é citado o
autor de nenhum capítulo, assinale: após os editores assinale (ed.);
Exemplo:
Jofre PS, Espírito Santo J, Nascimento-e-Silva J (ed.). Clínica das doenças
infecciosas: doenças bacterianas e virais. 1. ed., Blue: Recife, Série verde, 11-22p.,
1992.
15) Registro de artigo de revista
Sobrenome nome.// título do artigo// título da revista,*/ local (caso se aplique, para
diferenciar de outro periódico ) // volume (número** ): /páginas,/ano.
(*) em itálico; o nome do periódico pode ser abreviado, de acordo com o catálogo
próprio ou verifique no artigo (não abrevie por conta própria, porque muitos
periódicos têm siglas semelhantes). No entanto, muitos periódicos exigem a citação
do nome da revista ou periódico por extenso e, quando da publicação, você poderá
ter dificuldades em recuperar o nome completo, se usou a forma abreviada. O
CResidenteMS EXIGE O NOME DO PERÍODO POR EXTENSO;
104
(**) o número pode ser dispensado, no entanto, se optou pelo uso devem utilizá-lo
em todas as citações.
Exemplo:
Viana H, Azevêdo T, Salgado MEF, Silva O, Nascimento J, Dias J, Gomes
Sobrinho O. A esquistossomose mansônica em brancos e negros. Revista de
Saúde pública, São Paulo 39: 34-8,1991.
OBSERVE, como no registro de livros e dos seguintes, que na separação entre os
nomes dos Autores não tem (;) somente (,). O nome de cada autor é separado
somente por espaço. Exemplo: Sobrenome/Inicial prenome Inicial dos demais
nomes, sem pontos (Salgado MEF)
16) Registro de Tese e Dissertação
Sobrenome nome. //Título da tese ou dissertação.//Dissertação (mestrado), Tese
(doutorado, Livre docência, Titular, etc. // Instituição/, local,/número de páginas
(p.),/ano.
Exemplo:
Prata GF. O cromossomo Y ..., em São Paulo. Tese de Titular.
Estadual de São Paulo, Botucatu, 186p., 1976.
Universidade
17) Registro de Resumo publicado em Anais de Congresso, Jornadas, etc.
Sobrenome nome.//Título do trabalho.//In: Evento científico.// Instituição,ou
Entidade (quando se aplicar),/Local (cidade, onde ocorreu o evento,/número de
páginas(p.),/ano.
Exemplo:
Garcia M, Sabrosa TG, Oliveira Neto N. A solução do Brasil: planejamento familiar.
In: Anais do XXIV Congresso de Demografia. São Paulo, 33-4p., 1994.
18) Registro de leis, decretos, resoluções, e afins
País ou Estado./Título (sublinhado).//Diário ficial,/ número,/ página*,/capítulo*,/
parágrafo*, /artigo*,/ano
(*) caso necessário
19) Registro de trabalho mimeografado ou datilografado
Sobrenome nome.//Título,/Iocal,/Instituição,/número de páginas,/
ano.//[datilografado ou mimeografado].
Exemplo:
105
Freitas O. Planorbídeos do Brasil Central, Goiânia EMBRAPA, 20p.,1981.
(Mimeografado).
20) Trabalho no prelo (v. também item 7, das Normas Gerais neste capítulo)
Sobrenome nome.//título do artigo.//Título da revista *,/local (caso se aplique, para
diferenciar de outro periódico)://[no prelo] ou [in press].
Exemplo:
Viana H, Azevedo T, Salgado MEF, Silva O, Nascimento J, Dias J, Gomes
Sobrinho O. A esquistossomose mansônica em brancos e negros. Revista de
Saúde Pública, São Paulo: [no prelo].
Observação:
a. somente se aplica para os trabalhos aceitos para publicação;
b. no exemplo acima, quando citado no texto, deve ser referido como: Viana et al.,
dados não-publicados.
21) Trabalho extraído de endereço eletrônico
(entradas conforme o tipo de documento). /Disponível em: <endereço eletrônico >.
Acesso em:/data (dia, mês, ano). Exemplo:
Birds from Amapá: banco de dados. Disponível em:
<http://www.bdt.org/bdt/avifauna/aves>. Acesso em: 22 de outubro de 2000.
22) Consultar as Normas da ABNT (http://www.abnt.org.br), para citar jornais
populares, revistas leigas, entrevistas, entre outros documentos, mas adaptando-as
conforme as determinações do CResidenteMS.
106
Anexo B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(*)
Título do projeto de pesquisa: Freqüência de soro-conversão pós-vacinação contra
o vírus da hepatite B.
Durante a leitura do documento abaixo fui informado(a) que posso interromper para
fazer qualquer pergunta, com objetivo de tirar dúvidas, para o meu melhor
esclarecimento.
Eu, .................................................................................................., fui procurado(a)
pelo Prof. xxx da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, médico
com o registro n xxx no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, sobre
o projeto de pesquisa com o título acima citado. Nesse estudo, coordenado pelo
Prof. xxxx, eu, ................................................................ fui selecionado(a) {(ou o(a)
MENOR ....................................................................................., de ......... anos de
idade, sob a minha inteira responsabilidade)] por sorteio através do número da
minha conta de luz da minha Pós-Graduação, para participar desse projeto de
pesquisa.
O Prof. xxx explicou-me que nos dias 19 de agosto, 10 de outubro e 12 de
dezembro de 1999, toda a população do Estado do xxx, crianças e pessoas
adultas, será vacinada contra o vírus da hepatite B. Esse programa de vacinação
do Governo do Estado do xxx foi aprovado pelo Programa Nacional de Imunização
do Ministério da Saúde, conhecido como PNI, e que é também responsável pelo
fornecimento das doses de vacinas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da xxx.
Também fui informado(a) que este programa de vacinação contra a hepatite B,
consta de três (3) doses a serem aplicadas nos dias acima mencionados e é
inteiramente “de graça” ou gratuito. Mesmo assim, o Prof. xxx também deixou claro,
durante suas explicações, que caso não queira ou não julgue necessário posso não
ser vacinado.
Esse Programa de Vacinação contra o vírus da hepatite B é porque a hepatite é
uma das grandes problemas de saúde no Estado do xxx, onde em algumas cidades
as populações têm de 10% a 30% das pessoas com o vírus da hepatite B ou que
tiveram no passado. O vírus da hepatite B é um micróbio muito, muito pequeno,
mas que provoca uma infecção no fígado chamada de hepatite e que algumas
pessoas podem desenvolver complicações graves ou, com o passar dos anos, até
aparecer câncer no fígado.
Outra explicação do Prof. xxx foi que o projeto de pesquisa, caso eu aceite ser
vacinado, consta da colheita de 5 a 8 ml de sangue (quantidade menor da que cabe
em uma colher de sopa) em uma veia do braço, através de seringa e agulha
107
esterilizadas e que depois do uso serão jogadas no lixo. O Prof. xxxxxx também
disse-me que a sensação de DOR durante o ato de colher o sangue na
(*) o documento original foi escrito em espaço duplo (2) e com letras de tamanho
14.
108
veia do braço varia de pessoa para pessoa e a criança pequena pode chorar
devido àquela dor. Outras pessoas podem “perder os sentidos” ou desmaiar
quando vêem sangue. Outras pessoas ainda podem ter hematoma (ou “calombo de
sangue” ) no local de retirada do sangue no braço, devido ao sangue que saiu da
veia, mas que esse problema é passageiro na grande maioria das pessoas que o
tem e que pode ser mais rapidamente resolvido colocando compressas com água
gelada de 4 a 6 vezes por dia.
Antes de colher o sangue, uma pessoa da equipe do Prof. xxx irá fazer perguntas
sobre informações da minha pessoa e da minha família. Essas perguntas são as
seguintes: minha idade, meu endereço, onde nasci, quantos anos moro na cidade
xxx, qual o meu trabalho, se já fui vacinado contra o vírus da hepatite B, quantas
doses da vacina já usei, se tive hepatite e quantas vezes, se sou tatuado, se já
tomei sangue e se já fui operado, quando e onde.
Fui plenamente informado(a) que posso negar-me a responder as perguntas
acima, não querer deixar colher o sangue e mesmo se agora concordar posso
deixar de participar da segunda parte da pesquisa em janeiro do próximo ano.
Porém, qualquer que seja minha opinião, terei o direito de ser vacinado contra o
vírus da hepatite B, se assim desejar.
O Prof. xxx explicou-me que essa SEGUNDA parte da pesquisa consta de nova
colheita de sangue e as perguntas sobre o número de doses usado de vacina e se
houve mudança do meu endereço. Essa segunda parte da pesquisa será realizada
trinta dias após eu (ou  a criança sob a minha responsabilidade) usar a terceira
dose da vacina contra o vírus da hepatite B e justificou ser necessária essa
segunda parte para saber se a vacina usada provocou no meu organismo o
aparecimento de substância, chamada de anticorpo, que vai fazer a minha proteção
contra o vírus da hepatie B. Esses resultados da pesquisa também servirão à
Secretaria de Saúde, na programação de futuras atividades para controlar a
hepatite B no Estado do xxx. Portanto, os resultados desses exames poderão não
ser úteis para a minha pessoa ou para o menor de quem sou responsável.
Devido a segunda parte da pesquisa, também fui informado(a) que só terei os
resultados dos exames de sangue no final do mês de fevereiro ou na primeira
semana de março do próximo ano, a serem enviados pelos CORREIOS, com uma
nota explicativa sobre os mesmos. Mas, caso tenha alguma dúvida, poderei
procurar no horário da manhã a Dra. xxx, no xxx (Centro de xxx), localizado
defronte do prédio do “xxx”.
Os resultados da pesquisa serão publicados em revista médica, mas o Prof. xxx
garantiu-me que jamais poderei ser identificado(a) (ou o(a) menor sob a minha
responsabilidade) como participante desta pesquisa. Ou seja, os dados serão
publicados na revista médica SEM constar o meu nome (ou as iniciais do meu
nome) e o meu endereço.
109
Também estou ciente que caso tenha alguma reclamação a fazer poderei
procurar o Secretário de Saúde, Dr. xxx (Telefone xxxxxx), no prédio da Secretaria
defronte do xxx ou procurar o PResidente do Conselho Regional de Medicina, Dr.
xxx (Telefone xxxxxx), localizado no bairro xxx.
Assim, considero-me satisfeito com as explicações deste documento e também
as explicações do Prof. xxx, inclusive durante a leitura desse documento, realizada
pelo mesmo e que foi de forma pausada e clara, quando também tive a
oportunidade de fazer perguntas. Portanto, no momento concordo (ou o menor sob
a minha responsabilidade) em participar da primeira parte dessa pesquisa, mas em
janeiro do próximo ano, quando for realizada a segunda parte do estudo, deverei
novamente ser consultado, porque tenho pleno direito de recusar-me (ou o menor
sob a minha responsabilidade) a participar da segunda parte do estudo, quando
deverei conhecer e assim outro Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Também foi explicado pelo Prof. xxx que agora ou quando da segunda parte da
pesquisa,
em
janeiro
do
próximo
ano,
o(a)
menor
.....................................................................................,
sob
a
minha
responsabilidade, poderá recursar-se a participar do estudo, independente da
minha opinião ou concordância.
COMO TENHO DIFICULDADE PARA LER ( sim OU
não), O ESCRITO
ACIMA, ATESTO TAMBÉM QUE O PROF. xxx QUANDO DA LEITURA PAUSADA
DESSE DOCUMENTO ESCLARECEU ÀS MINHAS DÚVIDAS E COMO TEM A
MINHA CONCORDÂNCIA PARA PARTICIPAR DO ESTUDO, CONCORDEI
COLOCAR ABAIXO A MINHA IMPRESSÃO DO DEDO POLEGAR.
xxx, 19 de agosto de 1999.
NOME: ................................................................
Assinatura 
Ou
 (impressão digital ou datiloscópica)
Testemunhas:
1. NOME: ................................................................
Assinatura 
2. NOME: ................................................................
Assinatura 
110
xxx (CRM-BA)
DOCUMENTO EM DUAS (2) VIAS, UMA PARA SER ENTREGUE A PESSSOA
(OU RESPONSÁVEL) QUE VAI PARTICIPAR DA PESQUISA.
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GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - Sociedade Brasileira de