Bocaina do Sul SEBRAE 2013 © 2013 SEBRAE/SC Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina. Todos os direitos reservados e protegidos por lei de 19/02/1998. Nenhuma parte deste material, sem autorização prévia por escrito do SEBRAE, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. LEVANTAMENTO DE DADOS, CONSULTORIA TÉCNICA E DESIGN GRÁFICO Foco Opinião e Mercado S491s SEBRAE/SC Panorama para Novas Oportunidades de Negócio: Bocaina do Sul/ SEBRAE/SC._Bocaina do Sul: SEBRAE/SC, 2013. 64p. 1. Estudos e Pesquisas. 2. SEBRAE. I. Cândido, Marcondes da Silva. II. Ferreira, Cláudio. III. Brito, Ricardo Monguilhott. IV. Zanuzzi, Fábio Burigo V. Pirmann, Celso Orlando. CDU : 338 (816.4 Bocaina do Sul) GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Lucia Gomes Vieira Dellagnelo - Secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável Almir Hamad - Diretor de Desenvolvimento Econômico Márcia Helena Alves - Gerente de Desenvolvimento Econômico Sustentável CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC Alcantaro Corrêa - Presidente do Conselho Deliberativo Sérgio Alexandre Medeiros - Vice-Presidente do Conselho Deliberativo ENTIDADES Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina – FAESC Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – FAMPESC Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina – FCDL Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina – FECOMÉRCIO Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – BADESC Banco do Brasil S.A. – BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE Caixa Econômica Federal – CAIXA Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras – CERTI Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/DR-SC Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/SC Carlos Guilherme Zigelli - Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara - Diretor Técnico Sérgio Fernandes Cardoso - Diretor Administrativo Financeiro ORGANIZAÇÃO Ricardo Monguilhott de Brito - Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo - UAC Marcondes da Silva Cândido - Gerente da Unidade de Gestão Estratégica - UGE Fábio Burigo Zanuzzi - Coordenador do Núcleo de Agronegócios e Desenvolvimento Territorial - UAC Cláudio Ferreira - Analista Técnico – UGE Celso Orlando Pirmann – Analista Técnico – UGE O estado de Santa Catarina possui um perfil diversificado: uma agricultura forte, baseada em minifúndios rurais, dividindo espaço com um parque industrial atuante, considerado o quarto maior do país. Indústrias de grande porte e milhares de pequenas empresas espalham-se, fazendo do estado de Santa Catarina a sétima maior economia brasileira pelo tamanho de seu Produto Interno Bruto. O dinamismo da economia catarinense reflete-se em índices elevados de crescimento, alfabetização, emprego e renda per capita, significativamente superiores à média nacional, garantindo uma melhor qualidade de vida aos que aqui vivem, mas com contrastes quanto ao desenvolvimento socioeconômico de seus municípios. APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Estamos num momento de incertezas na economia global e o mercado local já não apresenta os mesmos índices de crescimento de anos anteriores, o que afeta economias industrializadas como a nossa. Por outro lado, a indústria catarinense atingiu um padrão de categoria mundial, o que permite integrar fortemente as novas cadeias produtivas globais que se organizaram. No entanto, a competitividade atingida pelas grandes indústrias não é suficiente para garantir que novos desafios sejam superados; é preciso que, além da melhoria do ambiente econômico, exista um tratamento diferenciado às pequenas indústrias para que melhorem o desempenho operacional e acompanhem as grandes empresas neste processo de expansão da economia catarinense. Como resposta a esse cenário, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – SEBRAE/ SC desenvolveram, e estão implantando, o Programa Nova Economia @ SC - Programa de Revitalização da Economia Catarinense na forma de quatro projetos distintos e complementares, que interagem entre si de forma sistêmica, sendo composto pelos seguintes projetos: Projeto Juro Zero – Microcrédito Projeto Polos Setoriais Industriais já Existentes Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico Projeto Polos Setoriais Ligados à Economia Verde O estudo “Panorama para Novas Oportunidades em Bocaina do Sul”, ora apresentado, vêm atender ao Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico, que visa à preparação de um ambiente que proporcione o desenvolvimento socioeconômico dos territórios que apresentam baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) de SC, por meio do estímulo e incentivo à criação e ao desenvolvimento de pequenos negócios, das competências e habilidades empresariais, mediante a participação da comunidade local e a articulação de parcerias institucionais públicas e privadas. Para atender, em parte, a essas necessidades, esta publicação aponta a percepção da comunidade local sobre o desenvolvimento econômico do município quanto às oportunidades e mesmo suas ameaças. Dessa forma será possível conhecer o cenário de atuação que se deseja transformar, contribuindo com todos os agentes indutores de desenvolvimento local interessados em investir no município de Bocaina do Sul. LUCIA GOMES VIEIRA DELLAGNELO Secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS CARLOS GUILHERME ZIGELLI Diretor Superintendente do SEBRAE/SC 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO3 1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC 5 2 NOTAS METODOLÓGICAS 6 2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS 7 3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO 9 3.1 LOCALIZAÇÃO 9 3.2 POPULAÇÃO 10 3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL 11 3.4 ECONOMIA E MERCADO 13 4 MERCADO LOCAL 17 4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL 19 4.1.1 O AGRONEGÓCIO 19 4.1.2 A INDÚSTRIA 20 4.1.3 O COMÉRCIO 21 4.1.4 OS SERVIÇOS 22 4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO 23 4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA 23 4.2.2 A VISÃO OTIMISTA 24 5 CARÊNCIAS E DEMANDAS 26 5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA 26 5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO 28 5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS 30 5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO 33 5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS 35 6 FORÇAS E FRAQUEZAS 39 7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO 41 7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO 41 7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES 42 8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE 44 9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO 48 9.1ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO 48 9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS 50 9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO 50 9.2.1 COLETA DE DADOS 50 9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS 52 9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO 52 9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL 53 9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL 53 9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA 53 9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL 53 9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO 53 ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS 55 LISTA DE TABELAS 57 LISTA DE FIGURAS 58 LISTA DE GRÁFICOS 59 O Programa Nova Economia@SC é uma parceria do SEBRAE/SC com o Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, que visa aumentar a competitividade da economia catarinense. O programa é composto por quatro projetos: a) Juro Zero (microcrédito), b) Polos Setoriais Ligados à Economia Verde, c) Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico (IDH) e d) Polos Setoriais Industriais Existentes. O projeto de Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico busca preparar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos municípios catarinenses, preferencialmente os de menor densidade econômica, por intermédio do estímulo e incentivo à criação e sustentabilidade dos pequenos negócios, com a participação da comunidade local e mediante a articulação de parcerias institucionais públicas e privadas. O projeto prevê a realização de diversas ações, demonstradas no fluxograma a seguir. SENSIBILIZAÇÃO / ADESÃO LEVANTAMENTO DADOS SECUNDÁRIOS LEVANTAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ELABORAÇÃO DO PLAN. DESENVOLVIMENTO ATENDIMENTO INDIVIDUAL AVALIAÇÃO FINAL ATENDIMENTO COLETIVO PLANOS DE AÇÃO COM BASE NO EIXO ECONÔMICO IMPLEMENTAÇÃO LEI GERAL INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE: econômicos, sociais e ambientais Para alimentar e direcionar as ações a serem desenvolvidas pelo SEBRAE/SC nestes municípios, fez-se necessário conhecer a realidade local, suas demandas e suas oportunidades. Neste sentido foi realizado, entre outros estudos, o estudo “Levantamento das Oportunidades de Negócio”, do qual trata este documento. 5 NOVA ECONOMIA 1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC O objetivo geral do “Levantamento das Oportunidades de Negócio”, é sugerir possíveis investimentos no território, através da leitura e da análise dos seus aspectos potenciais e limitativos e pela identificação dos seus vazios econômicos. Nesse contexto, os objetivos específicos são os seguintes: • Apresentar um panorama das condições demográficas, sociais, empresariais e econômicas do município de Bocaina do Sul; • Analisar os aspectos relativos à dinâmica do mercado local, tanto pelo prisma da oferta como pelo da demanda; • Avaliar os vazios econômicos existentes (inexistência ou possibilidade de complementaridade de negócios); • Identificar se há empresas instaladas ou em instalação, indutoras de demandas diretas ou indiretas que impactem significativamente no município; • Verificar as disponibilidades de matérias-primas e suas possibilidades de beneficiamento; • Averiguar a disponibilidade de mão de obra local e sua qualificação; • Definir eixos de desenvolvimento com potencial no território, bem como, oportunidades por atividades que possibilitem a expansão ou abertura de novos negócios. Cabe ressaltar, que as sugestões apontadas nesse estudo, requerem, anteriormente a decisão de investir, um aprofundamento da investigação para determinação da viabilidade econômico financeira. 2 NOTAS METODOLÓGICAS O estudo foi realizado através do levantamento de dados primários e secundários. Os dados secundários são oriundos da sistematização de informações disponibilizadas por fontes fidedignas e de acesso público junto a órgãos especializados, como IBGE, o próprio SEBRAE/SC e diversas fontes oficiais. Já os dados primários foram obtidos por “pesquisa de caráter qualitativo”, realizada por levantamento amostral, sendo a coleta executada através de entrevistas pessoais em profundidade e gravadas. A amostra foi integrada por representantes de diferentes segmentos da população ou áreas de atuação no município, isto é, pelo poder público municipal, por empresas privadas (indústria, comércio, serviços), por representantes do setor de agronegócios, por associações ou entidades organizadas, pela população local e por visitantes. 6 Por se tratar de uma pesquisa em profundidade, que visa reduzir a incerteza a respeito dos seus objetivos, foi de fundamental importância que os entrevistados selecionados se caracterizassem como essenciais para o esclarecimento do assunto. Por conta disto, para a realização deste estudo, adotou-se uma amostragem não probabilística e a seleção dos sujeitos levou em consideração os critérios de acessibilidade e intencionalidade (neste caso consideradas as lideranças dos segmentos supracitados). Além disso, a escolha dos mesmos utilizou o estudo dos dados secundários, que apontou quais os setores têm maior representatividade local, as sugestões dos colaboradores do SEBRAE/SC e a indicação de lideranças da cidade, totalizando assim, 37 (trinta e sete) entrevistas. A coleta de dados ocorreu no período de 14 a 17 de maio de 2013. 2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para exemplificar a análise realizada, o texto é ilustrado com falas dos entrevistados, as quais estão reproduzidas de maneira fidedigna, de forma a não comprometer a interpretação e credibilidade das informações obtidas nos dados, levando em consideração que a natureza da pesquisa é qualitativa. As falas omitidas são representadas pelo símbolo [...], quando estas estão no meio da conversação, e por reticências tanto no inicio quanto no final da fala representam que há informação apenas antes ou depois do ponto de referência. Os percentuais referentes às respostas da pesquisa não podem ser inferidos para o município de Bocaina do Sul e não possuem embasamento estatístico. Trata-se de pesquisa qualitativa e as distribuições de frequência representam as respostas, apenas, dos entrevistados na pesquisa. Os dados oficiais do município, apresentados nos capítulos 3 e 4 deste documento estão baseados em fontes oficiais e referem-se a dados formais, de modo que empresas, empregos, atividades econômicas e outras informações de natureza informal não são contabilizadas. Os resultados da pesquisa estão dispostos em 7 (sete) capítulos, são eles: • • • • • • • Aspectos gerais do município; Mercado local; Carências e demandas; Forças e fraquezas; Eixos com potencial de desenvolvimento; Matriz de Oportunidades de Negócios por setor e atividade; Passo a passo para a abertura de um negócio. 7 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO Este capítulo apresenta um panorama populacional, social e econômico do município, baseado em dados secundários extraídos de fontes de consulta pública. A íntegra de dados oficiais a respeito do município pode ser encontrada na publicação Santa Catarina em Números. 8 3.1 LOCALIZAÇÃO O município de Bocaina do Sul está localizado na Região Serrana do Estado de Santa Catarina, distante 181 km da capital. Possui área de 513 km² e altitude de 860 m acima do nível do mar. Figura 1 – Localização do município, em 2013 Fonte: Mapa Interativo de Santa Catarina. CIASC, 2013 Figura 2 – Mapa do município, em 2013 Fonte: Mapa Interativo de Santa Catarina. CIASC, 2013 9 ASPECTOS GERAIS 3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO 3.2 POPULAÇÃO Fundado em 16 de julho de 1994, o município de Bocaina do Sul foi colonizado predominantemente pelos alemães. Segundo dados do Censo do IBGE, a população totalizou 3.290 habitantes no ano de 2010. O crescimento populacional registrou taxa positiva de 1,04% ao ano desde o último censo (ano 2000), e a densidade demográfica era de 6,4 habitantes/km2 em 2010. Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Bocaina do Sul, no período de 1980 a 2010 Ano População 2010 2000 1991 1980 3.290 2.980 --- Taxa de crescimento anual* 1,04% Densidade demográfica 6,0 6,4 --- *Taxa de Crescimento calculada entre os anos de 2000 e 2010 Na distribuição populacional por gênero, segundo dados do IBGE extraídos do Censo Populacional 2010, os homens totalizavam 51,67% e as mulheres somavam 48,33%. A maioria da população era rural, representando 70,6% do total. Tabela 2 - Participacão relativa da população residente por localização do domicílio e gênero, em Bocaina do Sul, no período 1980 a 2010 Ano 2010 2000 1991 1980 Gênero Homens Mulheres 1.700 1.590 1.580 1.400 - Localidade Urbana Rural 967 2.323 415 2.565 - Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 10 3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é uma medida resumida do progresso em longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O IDH Municipal (IDH-M) de Bocaina do Sul, no ano de 2010, era de 0,647, posicionando o município na 287ª colocação em relação ao estado, valor 16,4% menor que o índice de Santa Catarina e 11,0% menor que o índice brasileiro no mesmo ano. Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010 0,648 0,716 0,647 IDH Estadual 0,477 0,734 0,785 0,822 0,774 IDH Nacional 0,482 0,685 0,742 0,766 0,727 -0,15% 62,26% 50,83% Ano Educação Longevidade Renda IDH Municipal 1970 1980 1991 2000 2010 Evolução 1970/2010 0,715 0,793 0,549 0,707 0,733 0,768 0,522 0,621 0,642 -23,22% 8,63% 22,99% Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 Segundo o IPEA, o Índice de GINI é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um, no qual o valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, restando o valor um no extremo oposto, ou, seja uma só pessoa detém toda a riqueza. O município de Bocaina do Sul registrou Gráfico 1 - Coeficiente de Gini coeficiente de Gini de 0,417 em 2010, indicando renda menos concentrada do que a do Estado de Santa Catarina 0,52 0,44 (Coeficiente de Gini de Santa Catarina 0,42 era igual a 0,44) e, igualmente, menos concentrada que a verificada em níveis nacionais (Coeficiente de Gini do Brasil era igual a 0,52 no mesmo ano). Bocaina do Sul Santa Catarina Brasil Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 11 Segundo os dados do Censo 2010, o Município de Bocaina do Sul possuía a incidência de 2,5% da população com renda familiar per capita de até R$ 70,00, 13,9% com renda familiar per capita de até 1/2 salário mínimo e 44,4% da população com renda familiar per capita de até 1/4 salário mínimo. Desta forma, em Bocaina do Sul, 60,8% das famílias possuíam renda mensal de até ½ salário mínimo. A figura a seguir demonstra um panorama dos municípios catarinenses frente à incidência da extrema pobreza, ou seja, com renda familiar per capita de até R$ 70,00. Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010 Fonte: Elaborado pelo SEBRAE com base nos dados do Censo Demográfico IBGE - 2010 12 3.4 ECONOMIA E MERCADO O PIB catarinense atingiu o montante de R$129,8 bilhões em 2009, assegurando ao Estado a manutenção da 8ª posição relativa no ranking nacional, de acordo com dados do IBGE e da Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina. No mesmo ano, Bocaina do Sul aparece na 229ª posição do ranking estadual, respondendo por 0,04% da composição do PIB catarinense. O município de Bocaina do Sul, em 2009, possuía um PIB per capita da ordem de R$ 15.367,37, colocando-o na 139ª posição do ranking estadual. No período de 2002 a 2009, o PIB per capita do município apresentou evolução de 52,27% contra 110,42% da média catarinense.1 Tabela 4 - Produto interno bruto de Bocaina do Sul e PIB per capita no período de 2002 a 2009 PIB (em milhões Período de reais) de Bocaina do Sul 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Evolução 2002/2009 30,1 30,8 27,6 31,1 31,9 36,1 39,6 48,1 59,71% Posição Estadual 193ª 219ª 237ª 234ª 228ª 231ª 244ª 229ª Regrediu 36 posições PIB per capita (R$) Bocaina do Sul Posição Estadual 10.092,13 9.779,33 8.806,78 9.965,08 10.083,11 11.846,72 12.633,80 15.367,37 54ª 103ª 190ª 158ª 157ª 135ª 186ª 139ª 52,27% Regrediu 85 posições Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 13 Com relação à renda média familiar, em 2010, as famílias do município registraram rendimento de R$ 1.352,42/mês, 43,7% abaixo do total registrado junto às famílias catarinenses. Considerando a evolução dos últimos 10 anos, Bocaina do Sul regrediu 212 posições no ranking estadual. Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010 Ano Bocaina do Sul (R$/mês) 2000 2010 1.049,40 1.352,40 Santa Catarina (R$/mês) 1.205,90 2.400,70 Posição do município no Estado 76ª 288ª Fonte: Instituto Brasielro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010 O valor médio de salários praticados no município de Bocaina do Sul, em 2011, foi 39% menor que a média praticada em Santa Catarina e 46% menor que a média do Brasil para o mesmo ano. Tabela 6 - Salários Médios em Bocaina do Sul, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011 Ano 2007 2008 2009 2010 2011 Bocaina do Sul (R$/mês) 635,03 663,74 784,74 972,37 988,18 Santa Catarina Brasil (R$/mês) (R$/mês) 1.149,24 1.301,87 1.253,73 1.436,70 1.344,33 1.535,74 1.485,66 1.674,99 1.620,42 1.827,45 Fonte: MTE, Relação Anual de Informações Sociais, 2010 Em 2010, o consumo per capita anual de R$ 5.142,01 por habitante posicionou Bocaina do Sul 60,8% abaixo do consumo per capita do Estado de Santa Catarina e 60,4% abaixo do desempenho de consumo per capita do Brasil. Além disso, enquanto o consumo per capita urbano do município em 2010 foi de R$ 8.733,86, o rural ficou 58% abaixo. Gráfico 2 - Consumo per capita R$/ano por habitante em Bocaina do Sul, Santa Catarina e Brasil, em 2010 13.124,79 12.978,54 9.325,88 5.142,01 Bocaina do Sul Região Serrana Santa Catarina Brasil Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 14 Avaliando o perfil dos domicílios no município sob o aspecto de rendimento financeiro, Bocaina do Sul possuía, em 2011, o maior número de domicílios urbanos com rendimentos na classe C2, contabilizando todas as residências, e o menor número na classe A1, conforme apresenta a tabela a seguir. Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Bocaina do Sul e Santa Catarina, em 2010 Classes A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Valor de referência (R$) 14.250 7.557 3.944 2.256 1.318 861 549 329 Bocaína do Sul Santa Catarina 0% 1,28% 4,15% 11,18% 24,92% 34,82% 23,00% 0,64% 0,6% 4,0% 11,7% 24,3% 27,2% 19,1% 12,6% 0,6% Fonte: Resultados elaborados pelo SEBRAE/SC com base em dados do IPC-MAPS, 2011 15 MERCADO LOCAL Este capítulo apresenta um panorama do mercado local baseado em dados secundários a respeito das empresas, empregos e atividades econômicas desenvolvidas no município. Além disso, apresenta os pontos fortes da economia local e o humor do empresário baseado nos resultados apurados das entrevistas realizadas com o empresariado e lideranças locais. 16 MERCADO LOCAL 4 MERCADO LOCAL Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2011, Santa Catarina possuía um total de 403.949 empresas formalmente estabelecidas. Estas empresas, tomando como referência o mês de dezembro de 2011, foram responsáveis por 2.061.577 empregos com carteira assinada. Em Bocaina do Sul, existiam no mesmo ano 97 empresas formais, as quais geraram 340 postos de trabalho com carteira assinada. Considerando a evolução ao longo do período de 2008 a 2011, entretanto, a taxa absoluta de criação de empresas no município foi negativa em -2,02% e a de empregos positiva em 11,48%. Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Bocaina do Sul Número Taxa acumulada de criação no período de 2008 a 2011 Empresas Empresas EMPRESAS Empresas Empresas 15,77% 10,39% 86 122 99 84 106 4,12% 97 -2,02% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Bocaina do Sul Região Serrana Empregos Santa Catarina Brasil Empregos EMPREGOS Empregos 276 290 305 304 301 Empregos 340 15,98% 11,48% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Bocaina do Sul 18,87% 12,75% Região Serrana Santa Catarina Brasil Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 17 No que se refere ao recorte setorial em 2011, o setor terciário (serviços) era o mais representativo em número de empresas, assim como na geração de empregos. Gráfico 4 - Número de empresas e empregos formais de Bocaina do Sul, segundo o setor, em 2011 Empresas Empregos 237 38 26 25 43 8 Primário Secundário Terciário Comércio Terciário Serviços Primário 25 35 Secundário Terciário Comércio Terciário Serviços Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 A tabela a seguir apresenta o número de empresas e empregos de Bocaina do Sul, organizadas segundo seções da CNAE e o seu respectivo porte, tomando por referência o ano de 2011. Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Bocaina do Sul, em 2011 Empresas Seção de Atividade Econômica segundo classificação CNAE – versão 2.0 Empregos Número Part. (%) Número Part. (%) 25 25,77 43 12,65 Indústrias extrativas - - - - Seção C Indústrias da transformação 8 8,25 25 7,35 Seção D Eletricidade e gás - - - - Seção E Água, esgoto, atividades de descontaminação de resíduos - - - - Seção F Construção - - - - Seção G Comércio; reparação de veículos automotores e bicicletas 26 26,8 35 10,29 Seção H Transporte, armazenagem e correio 5 5,15 4 1,18 Seção I Hospedagem e alimentação 10 10,31 10 2,94 Seção J Informação e comunicação - - - - Seção K Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados - - - - Seção L Atividades imobiliárias - - - - Seção M Atividades profissionais, científicas e técnicas 1 1,03 - - Seção N Atividades administrativas e serviços complementares 3 3,09 4 1,18 Seção O Administração pública, defesa e seguridade social 2 2,06 176 51,76 Seção P Educação - - - - Seção Q Saúde humana e serviços sociais 2 2,06 30 8,82 Seção R Artes, cultura, esporte e recreação Seção S Outras atividades de serviços Seção T Seção U Seção A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura Seção B 1 1,03 - - 14 14,43 13 3,82 Serviços domésticos - - - - Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais - - - - 97 100 340 100 Total Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 18 4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL A economia do município de Bocaina do Sul é movida pelo agronegócio, correspondendo a 52,9%, segundo opinião da grande maioria do empresariado e lideranças locais. A indústria aparece em segundo plano, citada por 35,3%, já o comércio foi citado por 20,6% e os serviços foram mencionados por apenas 8,8% dos consultados. Tabela 9 - Setor da Economia Setor Agronegócio Indústria Comércio Serviços Frequência de menções 52,9% 35,3% 20,6% 8,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 4.1.1 O AGRONEGÓCIO Entre as atividades mencionadas como destaque no agronegócio aparecem a pecuária (41,2% dos casos), o cultivo de soja e a madeira (20,6%) e a agricultura corresponde a 17,6%. Outros pontos foram levantados como fortes, mas com o percentual baixo, como: produção de mel, plantio de fumo, cultivo de milho, piscicultura, plantio de pinos, plantação de girassol, produção de leite e cultivo de feijão. Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio Setor Agronegócio Atividades 52,9% Pecuária Cultivo de soja Madeira Agricultura Produção de mel Plantio de fumo Cultivo de milho Piscicultura Plantio de pinos Plantação de girassol Produção de leite Cultivo de feijão Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Frequência de menções 41,2% 20,6% 20,6% 17,6% 11,8% 11,8% 8,8% 8,8% 5,9% 5,9% 5,9% 2,9% Segundo o empresariado local, a pecuária é ponto forte, levando em consideração que a economia do município é focada no interior. “Eu acho que é o agronegócio [...] Porque no município é mais focado para o interior não é [...]É agricultura, pecuária.” A produção de mel é vista como atividade promissora, que movimentaria não apenas o setor do agronegócio, mas o da indústria, através do beneficiamento do produto, como a industrialização, mas isso não ocorre hoje no município, o produto é vendido in natura. 19 “É que o nosso produtor venha agregar mais valor ao seu produto, é porque eles basicamente vende matéria prima e isso traz pouco retorno para ele [...]e num entreposto de mel, que a gente está ativando agora, então o produtor vai poder industrializar o seu mel, produzir aqui em sache, ou embalar em pote de dois quilos, um quilo, tem várias formas de embalar esse produto.” “Daí tem o vime, mel, fumo eu acredito, tem, mas parou um pouco, mas acho que tem.” “Questão de mel, o mel que é produzido aqui, ele não é embalado aqui, então...” Outras atividades são citadas, porém com menor expressão, mas cabe ressaltar que alguns dos entrevistados acreditam que a produção do girassol vai gerar renda para o município, desde que haja mais investimento. “...nós temos um produto novo no município, já há 3 anos aí, agora fomos para a quarta safra, que é o girassol...” “...então o girassol veio a calhar de ser, nesse setor, nós temos uma máquina que foi adquirida pela Prefeitura em parceria como Governo do Estado, onde essa máquina extrai o óleo desse girassol produzido aqui.” “O girassol eu não tenho conhecimento específico, mas pelo que estou sabendo, pelo girassol está muito pouco investido.” 4.1.2 A INDÚSTRIA A indústria, mencionada por 35,3% dos consultados, está ligada ao setor madeireiro, correspondendo 35,3%. As fábricas de vime e de telhas ecológicas também foram apontadas como pontos fortes do município. Um pequeno percentual 8,8% destacou a empresa de embalagens de caixa de leite. Tabela 11 - Atividades dentro do setor indústria Setor Indústria Frequência de menções 35,3% Atividades Madeira e laminados Fábrica de vime Fábrica de telhas ecológicas Empresa de embalagens de caixa de leite (reciclagem) Frequência de menções 35,3% 23,5% 20,6% 8,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado “A madeira. O setor madeireiro ainda é o mais forte.” “É a tiragem de madeira, plantio de pinus e a Prefeitura, serviço aqui é.” A fábrica de vime é mencionada por 23,5% dos entrevistados como ponto forte na cidade. Entretanto, apontam que o vime, produzido no município, precisa agregar valor, ou seja, ser industrializado, pois hoje é levado in natura para outras localidades. Concentrando o comércio em apenas uma fábrica. “Porque nós temos produção de artesanato de vime e tal, na verde o vime hoje, saia à maioria da matéria prima em todo... como é que vou dizer? Sem ser industrializado e tem cidades, vamos supor, que nem Rio dos Cedros...” “Hoje que eu vejo, é questão do vime, que hoje ele está sendo pego aqui e levado para ser beneficiado no Rio Grande do Sul, então hoje eu acredito que seria uma coisa que teria que ser beneficiado dentro do próprio município.” 20 Outra atividade, como ponto forte, apontada por 20,6% dos consultados foi a fábrica de telhas ecológicas. “Indústria, nós temos hoje uma fábrica, não é, que ela ocupa material reciclável para fazer telhas de casa, então é uma coisa bem positiva, é um fator positivo para o nosso município e também e outras cidades, não é, se ocupa o lixo para renovar, e eu acho que hoje é isso.” “É de telhas e essa é a única que existe que é indústria mesmo que produz, que pega matéria prima virgem lá e dá, faz o acabamento final, é de telhas ecológicas.” Com pouca expressividade (8,8%) a empresa de embalagens de caixa de leite (reciclagem) foi apontada como ponto forte no município. “Fábrica Eternit baseados na matéria prima, aquelas caixas de leite.” 4.1.3 O COMÉRCIO O comércio foi mencionado como ponto forte da economia local por apenas 20,6% dos consultados, pois as atividades que mais se destacam neste setor são àquelas que atendem as necessidades básicas (alimentação e confecção). De acordo com os pesquisados não há comércios de grande porte, dessa forma, os consumidores acabam comprando em outros centros, diminuindo a arrecadação do município. “Então o mercado, eu acho que é uma, tem bem mais demanda do que procura, eu vi isso no município, tem um incentivo na Prefeitura, do poder público mesmo, eu digo, fazendo parte disso para que a arrecadação do município aumente aqui, porque hoje a gente tem, são mercados de pequeno porte, micro empresas. Então o que o consumidor não acha aqui, ele acaba procurando em centros maiores, nessas cidades maiores, o que acaba diminuindo a arrecadação do município.” “Seriam os mercados, do comércio é o mercado, eu acho a parte, tem quatro lojas, eu acho.” Apesar das dificuldades encontradas no município, como a falta de grandes comércios, citam o artesanato como uma atividade que se desenvolveu no município, mas ainda é necessário valorizar mais o produto e a atividade no município. “Tem o artesanato de vime.” “ Bom, estamos falando da questão madeira, vime, principalmente vime que nós temos, vime só produz no Brasil, e aqui na nossa região no Vale do Rio Canoas e basicamente a nossa produção de vime é vendida in natura, para municípios como Garuva, Rio dos Cedros, municípios do nordeste...” “...onde eles transformam o nosso vime em artesanato e cestaria e acabam, triplicando ou mais vezes o valor do que eles compram e nós acabamos perdendo aqui...” Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio Setor Comércio Frequência de menções 20,6% Atividades Supermercados Lojas de roupas Lojas de artesanatos de vime Farmácia Frequência de menções 20,6% 20,6% 11,8% 5,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 21 4.1.4 OS SERVIÇOS Assim como o comércio o serviço também foi mencionado por apenas (8,8%) dos entrevistados como ponto forte da economia de Bocaina do Sul, destacando as atividades relacionadas à madeira. Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço Setor Serviços Frequência de menções 8,8% Atividades Transporte de madeira Extração da madeira Plantio de pinus Auto posto/borracharia Hospital de dependentes químicos Restaurantes Na área da saúde (médicos, dentistas) Frequência de menções 8,8% 5,9% 5,9% 5,9% 2,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado “Que mais direcionado nessa parte de madeiras, extração de madeira e tem alguma coisa assim.” “Nesse caso madeira também, porque tem bastante serviço na madeira, tanto quanto serviço nas Serrarias, serviço na extração da madeira.” Em síntese, a mola propulsora da economia do município é a pecuária, ficando a agricultura em segundo lugar, conforme mencionado acima. Os demais setores da cidade movimentam-se em função da atividade do agronegócio e da indústria: a) Os serviços mencionam as atividades relacionadas à madeira (plantio, extração e transporte); b) O comércio, que na visão dos entrevistados movimenta-se através das necessidades básicas (mercados e lojas); c) A indústria, que tem pequena expressão, relaciona-se com o beneficiamento da madeira. 22 4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO Para avaliar o humor do empresário de Bocaina do Sul questionou-se qual sua visão sobre a situação do município, se está em crescimento, estagnado ou em declínio. O empresariado mostrou-se animado em relação à situação atual de desenvolvimento, 79,4% declararam que está em crescimento e 20,6% acreditam que está em movimento declinatório ou estagnado, conforme apresentado no quadro a seguir: Tabela 14 - Situação atual do município de Bocaina do Sul Opção O município está em crescimento O município está estagnado O município está em declínio Frequência de menções 79,4% 17,6% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Nas seções 4.2.1 e 4.2.2 são apresentadas a visão dos empresários, isto é, a visão pessimista, os que consideram o município estagnado ou em declínio e a visão otimista, os que consideram o município em crescimento. 4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA Em relação à estagnação há um posicionamento negativo que perpassa, principalmente, pela falta de apoio/investimento do poder público para buscar recursos para o desenvolvimento do município. “Eu acho que por causa da renda do município, que não é favorável, o governo não dá um apoio moral, não é.” “Eu acredito que seja, na verdade quando uma coisa está meio parada, a culpa de quem é? A administração pública que talvez esteja meio lenta.” Outro fator que se destaca nesta visão é a falta de investimento na indústria pelos proprietários, assim como no setor do agronegócio à ausência de industrialização dos produtos. “Porque ainda tem aquela mentalidade, que tudo que sai do bolso é prejuízo e tudo que entra no bolso é lucro, não se pensa em investimento, tanto é que hoje, veio gente de Lages me visitar, porque eu tenho irrigação, vieram ver irrigação porque isso aqui, por aqui isso é novidade, não é barato, mas é um investimento.” “Na verdade, o nosso município é produtor e não tem nada industrializado aqui, tudo sai, sem ser industrializado e então ele está indo em busca da industrialização.” Entre os argumentos dos que consideram que o desenvolvimento em Bocaina do Sul está em declínio, destaca-se a parte política, a administração pública, segundo uma parte dos entrevistados, com a troca de prefeito houve uma paralisação no desenvolvimento no município. Entretanto acreditam que, mesmo assim, a cidade tem capacidade para se desenvolver positivamente. “Olha, troca de mandato, eu acredito deu uma paralisada.” “Não, é trocou o prefeito, aí agora deu uma parada, mas eu acredito que esteja em crescimento assim, a atuação dele, a gente pretende estar em crescimento.” 23 4.2.2 A VISÃO OTIMISTA Em relação aos 79,4% que consideram o município em crescimento, a argumentação positiva está relacionada na perspectiva de instalações de novas empresas, como: indústria de confecções, indústria de madeira e postos de combustíveis. De acordo com os entrevistados, com estas novas instalações a cidade terá condições de oferecer emprego para a população e desenvolver o município. “A tendência é vir mais indústrias para o município não é, isso atua como crescimento.” “Indústria madeireira não é, tem possibilidade de vir algumas indústrias madeireiras para o município, isso é automático o crescimento do município.” Ao contrário do que está exposto na seção 4.2.1, um fator que contribui para o crescimento, segundo a maior parte dos consultados, é a mudança de administração da prefeitura, isto é, novo prefeito. “Porque a atual administração tem investindo em empresas que estão vindo para o nosso município e acredito que com isso esteja desenvolvendo mesmo.” “Por troca de prefeito.” Ainda salientam que houve um maior investimento no Agronegócio por parte dos agricultores, bem como da Prefeitura, contribuindo com os maquinários e melhorias na estrada. “Agronegócio está crescendo bastante aqui na região, gado até soja, bastante com a ajuda da Prefeitura, está saindo bem.” “É em maquinário, tratores, estrada, cascalho que é o que o produtor precisa.” 24 CARÊNCIAS E DEMANDAS Este capítulo apresenta o retrato das principais carências do município, relacionadas a demandas não atendidas nos diferentes setores da economia. 25 CARÊNCIAS E DEMANDAS 5 CARÊNCIAS E DEMANDAS Em relação às carências e demandas nos setores, ou seja, deficiências identificadas no município de Bocaina do Sul, 88,2% dos pesquisados afirmaram que estas existem no setor da indústria, 76,4% no setor de serviços, 47,2% no comércio e outros 35,2% no setor dos agronegócios. Tabela 15 - Carências e demandas Setor Indústria Comércio Serviços Agronegócio Frequência de carências apontadas 88,2% 47,2% 76,4% 35,2% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Observa-se que, em todos os setores, a falta de qualificação da mão-de-obra e do profissionalismo é uma deficiência recorrente. Segundo os pesquisados, este é um fator que contribui para o pouco desenvolvimento das indústrias na região, além de ser característica que dificulta o desenvolvimento do turismo e, até mesmo dos agronegócios, visto que, muitas vezes, há necessidade de utilização de mão de obra temporária vinda de outras regiões. Além disso, os fatores ligados às políticas públicas, como inexistência de incentivos fiscais e serviços públicos deficitários, também são pontos fracos que aparecem nos setores da indústria, comércio, serviços e agronegócios. Segundo os pesquisados, ao contrário de outras regiões do estado, o governo não fornece incentivos fiscais para estabelecimento de empresas na cidade, e não investe o suficiente em serviços públicos para que esta se torne atrativa para novas empresas ou, até mesmo, para os turistas. Outra característica recorrente nos setores da indústria, comércio e agronegócios, é a falta ou inexistência de divulgação dos atrativos da cidade, bem como das oportunidades do município. Para os entrevistados, poderiam existir mais mecanismos de divulgação dos produtos da região, bem como mais união entre os empresários neste sentido. 5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA A primeira demanda no setor está relacionada à ausência de indústrias, bem como incentivos a instalação de indústrias no município. Mencionam que inexistem políticas de incentivos fiscais, doação de terrenos e locais, infraestrutura como parques ou áreas industriais, inibindo a instalação destas atividades na cidade. “Falta vir indústrias, não tem, falta, Não sei o que está precisando para isso acontecer...” “Incentivo, trazer, tem que trazer indústria, vários tipos de indústrias, que não exija tanto, mão de obra qualificada, mas que vem com mão de obra qualificada, mas que ensine esse pessoal a trabalhar.” “Entende é o que falta aqui, e isso aí o governo ou talvez o governo municipal teria que tomar alguma providencia para que viessem indústrias para cá, e para vir indústrias para cá, tem que dar alguma coisa em troca.” 26 “... o que a gente precisaria para crescer o setor de indústrias na Bocaina, a gente precisaria ter estrutura para estar recebendo essas empresas, que hoje essas empresas [...] mas elas querem, que tenha o local com terraplanagem feito e de preferência se já possuir algum barracão para elas estarem alugando do município, para não terem que construir. A gente não tem isso à disposição deles.” A falta de mão-de-obra qualificada foi apontada com ponto fraco em relação aos atrativos da cidade para a instalação das indústrias. Como há carência de indústrias os jovens saem da cidade em busca de novas oportunidades de emprego, qualificando-se em outro centro. “Funcionários é que falta, tem firma, veio uma malharia nestes tempos aqui, tiveram que sair daqui, porque não tinha funcionário para trabalhar, porque o município é pequeno, tem muita agricultura.” “Pessoal qualificado para trabalhar, que isso é o que não tem, como eu te falei, a pessoa trabalha nessas pequenas indústrias que tem aqui, mas não tem ninguém qualificado. Ele vai trabalhando aprendendo e continuando ali.” Na visão dos consultados, a indústria madeireira deveria agregar valor aos produtos beneficiados, avançando, no caso da madeira, para a produção de laminados, móveis, entre outros. Assim permite que a receita seja proveniente de fontes variadas e não apenas dependente do sucesso no agronegócio. “Ter mais uma laminadora, ou talvez fizesse um... como é que eu vou dizer a vocês? Não só a madeira bruta, fazer uma parte mais, móveis ou faz móveis ou o próprio, a gente quer dizer o... Eucatex ou outra coisa assim, que fosse próprio da madeira também.” Outros pontos fracos são destacados como: baixos salários, falta de créditos para pequenas empresas e cursos profissionalizantes. Salientam que o acesso a cursos profissionalizantes aos empregos poderia aumentar a renda familiar. A falta de crédito para pequenas empresas também foi um ponto ressaltado, pois se houvesse mais linhas de crédito o pequeno empresário poderia investir mais em seu ramo. “Mas precisava é dar alguns cursos, para dar condições para essas pessoas poderem ganhar mais.” “Eu acho que falta investimento do próprio governo, Federal, Estadual no caso de empréstimo para as empresas poderem subir, dinheiro para custeio, para comprar equipamentos, estou comprando e falta no caso crédito para essas pequenas empresas, micro empresa e prestadora de serviços.” 27 A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência em que foram citadas pelos consultados. Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria Setor Frequência de menções Pontos fracos Faltam indústrias Falta incentivo/investimento do poder público para instalar ampliar e instalar novasindústrias Falta mão de obra especializada Falta de oportunidades de emprego (principalmente para os jovens) indústria e comércio Indústria 88,2% Falta investimento das empresas para geração de novas oportunidades de emprego Ampliar e melhorar área industrial Falta indústria de beneficiamento da madeira (laminados, móveis) Baixos salários Falta de crédito para pequenas empresas Implantação de indústria têxtil Cursos profissionalizantes (parceria, SENAI, SESI) Frequência de menções 44,1% 35,3% 14,7% 8,8% 8,8% 8,8% 8,8% 5,9% 2,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO Uma das carências mais sentidas no setor do comércio é o falta de postos de combustíveis na cidade, ou seja, concorrência, pois o posto existente acaba cobrando um valor muito alto, fazendo com que a população se desloque para a cidade vizinha, segundo os consultados, seria mais um motivo para as pessoas não valorizarem o comércio local. “Puxa vida, olha, eu tenho dificuldade de falar pelo seguinte, porque aqui na Bocaina, a gasolina e mais cara, o óleo diesel é mais caro que Lages, nós estamos a 40 quilômetros de Lages, eu não compro nada aqui. Eu boto gasolina nos meus carros, boto óleos nos meus carros em Lages, agora mesmo estou indo a Lages, entre outras coisas botar combustível e óleo diesel porque é mais barato, entende? Então eu não saberia dizer o que é mais barato...” Mencionam ainda a falta de um ponto para comercialização de produtos oriundos do agronegócio, para valorizar o produto versus produtor. Inexiste na cidade este tipo de comércio e também no ramo industrial não há embalagens e itens afins para o processamento dos produtos, ramo este que poderia ser explorado. “O que falta para o comércio hoje, eu digo assim, que é, como é que eu vou te explicar, é um ponto de vendas para os nossos insumos dentro do nosso Município, o que acontece? Hoje nós produzimos variedade de coisas dentro do Município e a onde tem que ir buscar comércio fora, não temos ponto central de vendas dos nossos produtos.” “Nós temos produto, mas não temos mercado, daí nós temos que buscar mercado fora, com isso o que acontece? Nós produtores, temos a dificuldade grande assim, para nós vendermos esse produto, então nós temos que buscar fora, nós buscando fora, nós vamos encontrar o atravessador, a onde nós perdemos o nosso dinheiro, a onde nós poderíamos estar ganhando, nós vamos estar perdendo porque o atravessador é que vai ganhar o nosso dinheiro, então essa é uma das questões.” 28 A falta de lojas de autopeças é outro ponto destacado, principalmente de motos, segundo os entrevistados, este meio de transporte está crescendo no município, bem como a falta de uma distribuidora autopeças em geral. “Acho que na empresa talvez a de autopeças, venda de autopeças de moto, o município existe muita moto não é.” “O nosso é fraco, falta de tudo um pouco, uma autopeças, uma distribuidora de autopeças falta aqui, falta bastante.” Outro ponto fraco que foi levantado é a falta fiscalização para vendedores ambulantes e comércio ilegal, segundo os entrevistados há muitos na cidade, prejudicando de forma significativa o comércio local, bem como a arrecadação de impostos para o município. “No comércio, está precisando de uma fiscalização, porque tem muito, muito comércio informal, muita coisa de gente que vem de fora e explora o comércio, ambulante, uma maneira ilegal, não é. Eu acho que está faltando o apoio, uma fiscalização para poder fortalecer o comércio local.” A falta de incentivo do consumo local foi apontada como ponto fraco no município, pois muitos compram na cidade vizinha, Lages. Para muitos dos entrevistados a falta de concorrência é um dos principais motivos para à diversificação, variedade e preços dos produtos vendidos, assim como a modernização do comércio, sendo outra carência observada. “No comércio precisaria de mais incentivos, para que o comércio Bocaina conseguisse concorrer com os comércios de cidades maiores, porque a maior parte da população aqui, não compra aqui, compra em Lages, precisaria ter uma forma, onde a população daqui, estar comprando aqui que com isso aumentaria as vendas...”. Citam a estrutura deficitária de comércio tanto em relação à diversificação dos produtos vendidos, a variedade, os preços, quanto à ausência de supermercados com estes atributos, padarias, padaria/ lanchonete, papelaria; loja de informática, loja de departamento, entre outros. Cabe salientar que os pesquisados apontam que a falta de incentivo fiscal dificulta o crescimento do comércio local. “O incentivo fiscal, o incentivo municipal, é isso que está faltando.” “É papelaria, falta à parte de informática, falta bastante, telefonia ainda tem eu e mais Berlinda, mas ainda é pouco, o posto que está abrindo é mais um.” Cabe destacar que no comércio, segundo os pesquisados, há uma resistência a mudanças, isto é, modernizar o negócio, mesmo que este esteja rendendo lucros. “No comércio, eu acho que falta uma visão de crescimento, no comércio, porque eu já digo pelo supermercado do meu pai, por ser uma empresa antiga, é mais de 40 anos no mercado, eu fiz a faculdade de administração. A visão do meu pai, é que do jeito que ele está fazendo, está dando certo, então não tem porque implantar a minha visão moderna no negócio.” A falta de união dos empresários com o poder público também é apontado como ponto fraco no setor do comércio, acreditam que muitos estão preocupados apenas com o seu comércio, esquecendo que precisam de um grupo para melhorar. 29 “No comércio em geral assim, eu acho que falta uma parceria, acho que entre o poder público e os comerciantes, não é, com o próprio desenvolvimento da cidade, para poder atrair mais pessoas, para poder agregar assim, mais gente de fora, até mesmo os próprios turistas. O nosso município, é um município que tem muita atividade, muitos lugares bom para fazer turismo também. Então eu acho o poder público poderia agregar bastante nisso, para pode facilitar.” A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência em que foram citadas pelos consultados. Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio Setor Comércio Frequência de menções 47,2% Pontos fracos Falta posto de combustível Falta um ponto para comercialização de produtos oriundos do agronegócio Falta fiscalização para vendedores ambulantes e comércio ilegal Falta loja de autopeças Maior competitividade do comércio (incentivo ao consumo local) Falta informatizar o comércio Falta autoescola Falta material de construção Faltam supermercados – maior variedade Comércio com produtos diferenciados Falta investir na aparência do estabelecimento Falta de oportunidades de emprego (principalmente para os jovens) garantir o jovem no campo Comércio de fotografia Falta padaria/ lanchonete/papelaria/loja de informática/loja de departamento Parceria entre poder público e comerciante Frequência de menções 11,8% 8,8% 8,8% 8,8% 5,9% 5,9% 5,9% 5,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Um das demandas do próprio comércio é a instalação de indústrias na cidade, o que refletiria em mais empregos e receita mais estável da população, facilitando o crescimento do setor. “Aí, vem aquela, se tivesse uma indústria boa no município, essa loja vai crescer.” Outro aspecto que chama atenção, assim como na indústria, o comércio também sente a falta de pessoas qualificadas para o atendimento. “Em minha opinião do comércio, talvez algum treinamento, mas isso para questão de atendimento [...] a forma de atender o público não é.” 5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS Investimentos na área da saúde, como: clínicas, postos de saúde, melhorar estrutura e aumentar profissionais no hospital, são alguns pontos destacados como deficitários no município. 30 “Em serviços? Esse eu acho que falta dentista, que nós tínhamos particular e não temos mais hoje.” “Necessita bastante, esse nosso hospital, que tem só... que na verdade é uma clinica de recuperação...” “Hospital, eu acho que tem que haver um melhoramento no hospital não é, para melhorar a qualidade de atendimento, ter que vir mais médicos, que hoje está faltando.” Tal qual nos demais setores, a falta de mão-de-obra especializada e de qualificação/ capacitação profissional também é fortemente sentida no setor de serviços. Apontam que as pessoas capacitam-se e não retornam para a cidade. Citam carência de profissionais na construção civil, eletricistas, mecânicos, encanadores, carpinteiros e profissionais para a área doméstica. “Então tudo isso depende, o que eu digo a pessoa se atualizar, a fazer cursos, especializar, aqui se for uma indústria de fora, tem que trazer gente de fora, daqui tem pouca gente, os que são um pouco mais capacitados já estão empregados, que é na Prefeitura e no Hospital e assim.” “Serviços. falta bastante, parte elétrica, mecânica, parte civil, eu acho que a de serviços é mais ainda do que a do comércio. Porque para crescer tem que ter, então pessoas capacitadas, é difícil, porque aí eles estudam e sai...” “Falta tudo, seria a instrução, cursos para atendentes, eu acho assim, capacitação das pessoas, dos profissionais, desde atendentes, até trabalhar com caixa, é ou como uma secretária, alguma coisa assim, a gente precisava capacitar essas pessoas.” Uma demanda latente em função das carências em qualificação de mão-de-obra é a implantação de cursos profissionalizantes no município. Citam cursos técnicos na área secretaria, atendentes, eletricistas, mecânicos, etc. “Então tudo isso depende, o que eu digo a pessoa se atualizar, a fazer cursos, especializar...” “Trouxesse cursos para as pessoas, aprender tanto no comércio, como na indústria, que nem está que nós temos aqui.” A falta de agência bancária foi significativamente destacada pelos consultados. Comentam que é um dos maiores problemas para o comércio e população em geral, pois o horário do posto de atendimento que há hoje no município é muito restrito. Citam também a ausência de um despachante, serviço esse realizado em outro município. “Então isso seria importante que a gente tivesse uma agência que o horário ali é bem limitado é das 09h00min horas da manhã ás 11h30min horas da manhã e só.” “É, um dos maiores problemas hoje, é não ter uma agência bancária aqui, não é, porque tem só um posto de serviço do Banco do Brasil...” “Acho que está faltando, um despachante porque é complicado para gente, tem que fazer tudo em Lages.” No segmento da hotelaria destaca-se a falta de acomodações e de opções à disposição. Salientam que o setor do turismo precisa ser melhor explorado, iniciando pela hospedagem. Ressaltam, ainda, que há também falta de prestadores de serviço para a atividade de hotelaria. “O município é carente em alguns serviços, eu penso que como nós temos vários pontos turísticos, isso seria um nicho no mercado enquanto podia estar explorando, (incompreensível), pousadas, hotel, hoje só tem um, no município só tem um...” 31 “Pessoas que queriam investir, em alternativas de pousadas, não é, acho que mais ou menos é isso a ideia para gente, pousada alternativa, ou que seja grandes pousadas, porque o turismo está crescendo muito na nossa região, e o nosso município na verdade, não tem nada praticamente disso de turismo, hoje...” “Tem que trazer gente de fora, daqui tem pouca gente, os que são um pouco mais capacitados já estão empregados...” A falta de academia e de salão de beleza também foi apontada como ponto fraco na cidade, salientando que precisam se deslocar até Lages para ter este serviço. Parte dos munícipes também citou a falta de opções de entretenimento como uma carência evidenciada, percebido neste contexto como lazer e diversão para jovens e adultos. Como: escolinha de futebol, clubes, bares, entre outros. “Academia, o que precisa na Bocaina, todo mundo pede mesmo...” “Seria uma academia bem feitinha, já ia me agradar.” “Eu acho que no setor de salão de beleza, manicure, eu acho que falta um pouco, as pessoas acabam procurando em Lages...” “É alguns clubes não é, para poder atender melhor o pessoal, para o pessoal poder se descontrair também, não é.” “Eu acho que a parte de entretenimentos, um barzinho, alguma coisa assim, para os jovens, sabe, falta também.” “Uma escolinha de futebol, tem aluno aí, que ele... é incrível não é.” Outra carência apontada foi a falta de oficinas mecânicas (carros, motos, caminhões), novamente comentam que não há este serviço na cidade, precisam procurar recursos em Lages. “Não o que precisaria, oficina que é o que a gente mais ocupa e se precisa de qualquer coisinha tem que jogar no caminhão, tratores em cima do caminhão e levar para Lages, porque é o município maior...” Outras carências foram apontadas pelos entrevistados, mas com um percentual menos expressivo. Destacam que, devido à falta de capacitação dos funcionários, seria viável ter uma escola técnica na cidade. Além de uma consultoria para as empresas, escritório de energia, costureira e cursos de informática foram outras atividades citadas pelos informantes. “Seria uma oficina técnica para que aperfeiçoe mais a qualificação das pessoas, para que ela tenha mais assim, uma noção do que pode ser feito, eu acredito que seja isso [...] isso. Uma escola técnica.” “Consultoria, eu acho, assim, é... digamos uma vez por mês que se tivesse uma consultoria para as empresas, para ver a oportunidade de crescimento...” “Eu já digo na parte da informática [...] não tem. Aqui há muito tempo foi dado um cursinho ali no colégio, mas também ficou por ali, então as pessoas nessa parte aí, ainda está pouco, meio para trás [...] Inclusive, inclusive eu nunca fiz um curso de informática.” A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor de serviços, de acordo com a frequência em que foram citadas pelos consultados. 32 Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços Setor Frequência de menções Pontos fracos Investimentos na área da saúde (clínicas, posto de saúde, melhorar hospital, dentistas) Falta capacitação/qualificação profissional para os munícipes – cursos profissionalizantes Serviços 76,4% Mão de obra especializada Falta agência bancária Faltam hotéis / pousadas (explorar turismo) Falta despachante Falta academia Faltam de oficinas mecânicas qualificadas Falta mão de obra para construção civil – pedreiro, carpinteiro, eletricista. Falta salão de beleza/manicure Melhorar Transporte escolar Falta escola técnica Falta de consultorias especializadas para as empresas Falta curso de informática Lazer (um bar) Locadora Falta costureira/ oficina de motos/ Escritório de energia (CELESC) Lazer (escolinha de futebol, clubes) Falta empresa de prestação de serviços domésticos Frequência de menções 38,2% 29,4% 26,5% 20,6% 17,6% 11,8% 11,8% 8,8% 5,9% 5,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO A principal carência citada no setor do agronegócio é a falta de incentivo do poder público para os pequenos produtores, como por exemplo, facilitar linhas de crédito. Citam a criação de cooperativas de pequenos produtores para que, em grupo, consigam crescer em seus negócios. “Eu acredito que seja alguma coisa de cooperativa assim, cooperado também para alavancar, que eles consigam fazer todos junto para abrir, porque fica lá um pequeno produtor, são pequenos produtores que acabam não tendo força não é, do leite, do queijo, de toda maneira. Eu acredito que seja uma cooperativa mesmo.” A falta de iniciativa/conscientização dos pequenos agricultores em diversificar a atividade e procurar ajuda de técnicos para aumentar a produção é outra carência observada. Segundo os consultados é cultural esta resistência de aceitar opinião de um profissional da área. “É, o produtor diversificar mais a propriedade, ter mais renda, seria uma das soluções, não é [...] por intermédio de técnicos, eu acho não é.” “... mas mais no interior, mas ele, na minha opinião, ninguém assim se destaca como, com um planejamento assim, ou criar lá uma lavoura, uma de grande qualidade, o leite que é também que se encaixaria, um confinamento ou coisa assim. Nem um se destaca, aqui se precisava, porque todos pequenos aqui, não tem, todos os proprietários são pequenos, então na minha opinião e também, conscientização do trabalho de base, nas propriedade para que esse negócio aconteça.” 33 “No agronegócio, acredito que esteja faltando para que possa, uma conscientização por parte das pessoas, que muitas pessoas, ela vem tipo, por que elas aprenderam de pai para filho, e eles não aceitam que venha alguém e diga, você está fazendo errado, tem que fazer de uma outra forma. Eles resolvem não mudar e permanecer errando e com isso eles acabam tendo prejuízo, onde eles deveriam se aperfeiçoar, ver o que está errado, tendo, vendo formas de aumentar a produção e diminuir os custos.” Outra carência observada é a escassez de maquinários agrícolas para os produtores. Salientam que a espera por uma máquina, muitas vezes, atrasa o plantio, prejudicando os trabalhadores. Esta carência também é apontada para a construção de açudes, isto é, desenvolver a piscicultura. “Aí, eu acho que falta, sei lá, seria o caso assim, não estou bem atualizado, mas é com as máquinas particulares, a maioria das máquinas que faz o serviço aqui, não está mais folgado, mas aquele que trabalha mais fraco um pouco, ele depende muito, tem que ficar esperando por uma máquina para ele desenvolver o trabalho para ele.” “Tem uma lista de espera no caso [...] Isso. Então alguém aí vai ser prejudicado, vai ficar para trás.” “Assim na agricultura, nós precisávamos de mais maquinário, nós precisamos de máquinas para colher a produção, nós precisávamos de tratores, de esteiras para fazer açude, para fazer podia também desenvolver a piscicultura, não é.” A falta de capacitação é igualmente sentida no agronegócio, assim como no ramo de serviços, indústria e comércio. Destacam a importância de ter uma pareceria entre as entidades SESI, SENAI e Prefeitura para ofertar cursos à população. “Isso aí, tinha que fazer uma parceria, SENAI alguma coisa assim, SESI alguma coisa assim, uma prefeitura para... até mesmo a própria empresa.” “...mas na verdade o que falta, eu acho que é mais qualificação, pessoas qualificadas, em todas as áreas na verdade, o fato do nosso município ser pequeno, ele não tem o pessoal.” De acordo com os entrevistados há falta de esclarecimentos burocráticos para pessoas menos favorecidas, como a importância de obter nota fiscal em seu negócio. “Que a maioria do nosso produto aqui, está saindo sem nota fiscal e com isso o município que acaba perdendo e no meu ponto de vista teria que ficar, através de campanhas educativas, que a Prefeitura já está buscando pelo que eu soube, para tentar educar esses produtores, para eles entenderem que tirando nota é melhor para o município consequentemente vai melhorar para eles.” “Foi pela falta do incentivo para tirar a nota do município, as pessoas não tem a visão, sabe eles acham que tirar nota, vem à fiscalização, e na verdade não é isso. Eles não têm essa consciência da importância que tirar nota faz para o município.” Na perspectiva de cooperativas, sugerem seu aproveitamento para agregar valor aos produtos como: grãos, mel, leite, vinho, vime bem como no ramo da pecuária, observa-se a necessidade de agregar valor aos produtos dela oriundos. Não basta vender apenas a carne in natura. O interessante é fomentar a criação de negócios voltados para o beneficiamento e a transformação do produto inicial. “O agronegócio, eu acho que um incentivo, ou uma cooperativa principalmente na área de criação de gado, um leilão, alguma coisa, que desse espaço para eles poderem comercializar a criação deles.” “E acho que talvez, vamos supor, deveria ter algum, área do vime nossa, está acontecendo o seguinte, precisaria de uma cooperativa, para estar rendendo, porque a maioria das pessoas, dos produtores, são de pequeno porte, eles pegam o produzem eu maior parte junto com a família, aí chega no final da colheita, eles tem que pegar esse produto deles e vem um atravessador de fora, compra baratinho, porque eles estão precisando de dinheiro, leva para lá, coloca um selo em cima e vende e ganha todo o dinheiro.” 34 Outras carências são destacadas pelos informantes da pesquisa, entretanto com menos expressão, são elas: Frigorífico, secadora, silos, também apontam para a precariedade das estradas para o escoamento da produção e a falta de linhas de créditos para os pequenos produtores. “Eles carregam o gado daqui, sendo que seja poucas cabeças de gado, que nem os pequenos, aqui tem uma dificuldade imensa, porque não pode mais abater a não ser nos Frigoríficos.” “É bem caro, bastante caro e a agropecuária tem mais, sei lá uma cooperativa que venha até para estocar grãos e tal, um silo, secador.” A tabela a seguir retrata as principais demandas do agronegócio apontadas pelos consultados. Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio Setor Agronegócio Frequência de menções 35,2% Pontos fracos Falta incentivo/investimento do poder público para os pequenos produtores Falta iniciativa/conscientização dos pequenos agricultores diversificar a atividade- procurar ajuda de técnicos Escassez de maquinários agrícolas Cursos de capacitação Esclarecimentos burocráticos (nota fiscal) Cooperativas para agregar valor aos produtos (grãos, mel, vinho) e gado Falta maquinário para criação de açudes – piscicultura Falta uma secadora de grãos Silo Estradas precárias para escoamento da produção Faltam linhas de crédito Frequência de menções 17,6% 8,8% 8,8% 8,8% 5,9% 5,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS Considerando os fatores: recursos financeiros, investimentos do poder público, mão de obra, matéria prima e logística, solicitou-se ao entrevistado que medisse o quanto o fator é um impeditivo, atribuindo uma nota que variava de 0 (nenhum impedimento) a 10 (total impedimento). De modo geral, independentemente do negócio pleiteado, o principal impeditivo é carência de recursos financeiros, seguido da carência de mão-de-obra e matéria-prima. Por fim, há dificuldades de logística e de escoamento da produção e de falta de investimentos do poder público. Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios Fator Média de impedimento Recursos financeiros Mão de obra Matéria-prima Logística e escoamento Investimentos do poder público 6,8 6,2 6,2 5,5 5,0 Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 35 Com relação aos recursos financeiros, a maioria cita a falta de capital, o custo deste capital e a demora no retorno dos investimentos. Além disso, a burocracia para concessão de crédito é grande e os pequenos empresários ou empreendedores da cidade tem dificuldades em conseguir capital, tornando-se mais um impedimento aos investimentos, há também a falta de informação da população para o acesso a concessão de crédito com juros baixo. Apontam que a renda na cidade é concentrada na mão de grandes produtores e os pequenos empresários ou não tem capital, ou não conseguem crédito ou tem medo de investir suas poupanças. “O capital de giro que é pouco, as pessoas não tem uma renda assim para abrir uma indústria, assim, começar e entrar com alguma coisa mais forte...” “É, eu acho que e na área mais difícil, hoje não é, financeiramente, de você e o risco que corre de não dar certo não é.” “Um financiamento eu acho que a longo prazo, com juro barato, que esse pessoal ainda hoje tem medo de lutar com Banco, existe já não é, existe certos tipos de juro, que o juro é barato, você tem prazo para pagar, mas o pessoal tem um certo receio de lutar, falou em Banco, é o bicho não é, que muita gente, já quebrou com esse negócio de financiamento, hoje já mudou não é.” Com relação à carência de mão-de-obra, esta é percebida dependendo do setor, pois alguns setores não sentem esta carência de pessoas, como o comércio e o agronegócio, entretanto, apontam que o motivo da escassez é a falta de qualificação profissional e, da mesma forma, o desinteresse desses em procurar uma especialização. “Porque depende do setor, não teríamos qualificação necessária, mas a mão de obra no geral eu acho que não seria problema.” “Qualificação impede, as pessoas reclamam que não tem emprego, mas elas também não procuram qualificação para que consigam um lugar bom, um posicionamento bom, um local de trabalho, um mercado de trabalho.” “Na quantidade eu acredito que não, porque a gente tem potencial no município, mas a qualificação das pessoas assim, eu digo assim, numa localidade que vai tirar o leite, por exemplo, de ter a adequação sabe.” A qualificação da mão-de-obra local é um problema no município, pois os interessados em fazer algum tipo de especialização precisam procurar em outros centros cursos profissionalizantes, fazendo com que haja, dessa forma, a evasão dos jovens da cidade, pois não mais retornam. “... poderia se dar os cursos de qualificação e nós temos demanda para isso.” “Porque a mão de obra na questão de propriedade e agronegócio, os produtores, os filhos de produtor estão buscando também, alternativas, não é, acabam vindo estudar no município, veem uma realidade, parece que tão fácil na cidade, mas não sabe que aí ele paga água, paga luz, tudo se paga aqui, não e.” A matéria prima é um ponto que foi destacado pelos entrevistados como algo que impede o desenvolvimento do município, porém salientam a importância de explorar o potencial da matéria prima disponível, como a celulose e o vime. “Depende do segmento, se depender do município aí, teria que explorar, as várias nós temos potencial, que era a celulose, o vime, nessas áreas não.” “Matéria prima não. Porque eu vejo assim, cada atividade que você for desenvolvimento esses outro itens citados em cima você com certeza a matéria prima, vai ser o fator menor, eu vejo não é. Se você vai abrir um negócio, com certeza você vai ter uma mão de obra qualificada e vai saber desenvolver bem essa matéria prima, não é...” 36 Em relação à logística, Bocaina do Sul não é prejudicado pela sua localização, segundo os entrevistados a cidade fica bem localizada, perto de BR, facilitando o escoamento de produção. O que precisa de atenção são as estradas do interior, pois quando chove dificulta o acesso até mesmo de pedestres. “Eu considero praticamente 0, porque o nosso município é muito bem localizado, e isso para escoamento é tranquilo.” “Porque as nossas estradas no inverno, são difíceis de trafico, entende [...] São difíceis porque no inverno chove e quando chove não passa ninguém, em muitas delas.” No que diz respeito aos investimentos do poder público, segundo os entrevistados, inexiste em Bocaina do Sul (seja proveniente do município ou estado) uma política de atração de investimentos produtivos. Em sua visão, é necessário transformar o município num lugar convidativo para investir e, neste ponto, a cidade está deficiente. Pontuam que a infraestrutura de modo geral está precária e não há qualquer incentivo para instalação de novos negócios tais como uma área industrial, doação de terrenos, proposta de isenção, linhas de crédito etc. “Eu acho que o próprio município a própria secretaria tem que ir atrás, de novas para poder mostrar os incentivos, para Prefeitura poder disponibilizar aquilo que pudesse incentivar eles a vir.” “Falta de incentivo. Traria mais indústria para o município.” “Eu acredito que a Prefeitura disponibilizar terreno até terraplanagem, o município também é pobre, ele não pode disponibilizar muita coisa, por exemplo, isenção de imposto isso vai acabar também prejudicando o município.” Em municípios de pequeno porte, o poder público tem papel decisivo como propulsor da economia, como fomentador de novos negócios. Na visão dos entrevistados, esta postura não vem sendo adotada no poder público da cidade ao longo dos anos, impactando na implantação de novos investimentos, principalmente o apoio aos produtores rurais, estes apontam a importância de uma parceria com o poder público (prefeitura) para o desenvolvimento de novos negócios. “Porque hoje a gente depende do poder público, eu digo da Prefeitura, mas é máquina, você precisa fazer um açude, você precisa fazer uma lavoura, não é muito fácil para você conseguir, consegue, mas você tem que entrar num lista de espera. Então eu acho que isso tinha que melhorar um pouco mais.” “É necessário interesse de já digo, isso gerando tanto da associação de produtores rurais, do poder público que geralmente, tudo aqui gera em torno, em parceria com a prefeitura, como o município é pequeno mesmo, como você já mesmo viu, ele tem que ter essa parceria com a prefeitura, se não houver, com certeza as coisas, ficam só no papel e não sai do chão mesmo.” Além dos fatores mencionados, ressaltam que há uma cultura do povo local de não valorizar o que é produzido e/ou vendido na cidade, bem como valorizar o lugar de lazer do município, como o Pesque e Pague. “Eu acho que sim, eu acho. Eu acho que tem o fator em um ponto teria que ter feito, teria que ser feito um treinamento, uma conscientização das pessoas daqui mesmo, porque a gente tem um Pesque e Pague em Bocaina, um lugar lindo, só porque as pessoas daqui que deveriam valorizar, não estão valorizando, vão a outros lugares sendo que a gente tem aqui, acaba dando uma falta de incentivo assim para os proprietários, porque poxa vida, não é...” 37 FORÇAS E FRAQUEZAS Este capítulo traz um diagnóstico das forças e fraquezas identificadas no município a partir da opinião dos entrevistados na pesquisa. 38 Para agrupar e ilustrar o diagnóstico do município de Bocaina do Sul a fim de levantar oportunidades de negócios na região, foi elaborada a síntese das forças e fraquezas do município a partir da percepção dos atores entrevistados. Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município Forças Telhas ecológicas Indústria de madeira; Laminados; Pecuária; Agronegócios em geral; Mel. Fraquezas Faltam indústrias; Pouca industrialização; Falta de mão de obra; Falta de qualificação da mão de obra; Falta de divulgação e comercialização dos produtos nativos; Falta fiscalização Poucas opções de cultura, lazer e entretenimento; Falta explorar turismo Falta de cooperativas. Carência de mão de obra especializada; Carência de investimentos do poder público; Falta e burocratização do crédito Escassez de cursos técnico-profissionalizantes; Subutilização da matéria prima nativa; Risco de retorno do investimento (receio dos empresários); Faltam cooperativas; Concentração de renda. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 39 FORÇAS E FRAQUEZAS 6 FORÇAS E FRAQUEZAS EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO Este capítulo traz os principais eixos de desenvolvimento para novos negócios no município. Nele os empresários e lideranças discorreram sobre a vocação do município e os setores mais promissores para a economia da cidade. 40 A fim de verificar os ramos mais promissores da região de Bocaina do Sul, foi questionado aos pesquisados qual seria a vocação do município. Além disso, os entrevistados expuseram o potencial de cada um dos setores pesquisados (indústria, comércio, serviços e agronegócio) em que se encontram estas potencialidades, bem como oportunidades imediatas de negócios. 7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO A maioria dos moradores de Bocaina do Sul apontou o ramo madeireiro como principal vocação do município (29,4%), seguido da agricultura/agronegócio (20,6%). Além disso, a pecuária (criação de gado), produção de leite, o turismo, vime, mel e piscicultura também surgiram nas falas dos entrevistados, em relação à vocação da cidade. “A vocação, apesar da agricultura, da base da economia ser agricultura a vocação hoje, está pendendo para a área da madeira. É produção de madeira, e industrialização da madeira, que bem na verdade, eu acho que seria vocação hoje, no nosso município é mais essa. E além disso é a pequena agricultura não é.” “É agricultura e pecuária.” “...vocação na verdade do leite, e o pessoal não (incompreensível) da agricultura familiar, não é daqui a pouco a alternativa de renda, o peixe, o nosso município tem uma grande vocação para criação de peixe.” “Sim esse possui, porque pelo o que a gente produz com o que a gente tem hoje, então voltando a repetir o gado que tem que como crescer, o mel, o vime também.” Tabela 22 - Vocação do município Vocação citada Madeira Agricultura/agronegócio Turismo Pecuária Produção de vime Produção de leite Piscicultura Produção de mel Frequência das menções 29,4% 20,6% 14,7% 11,8% 8,8% 5,9% 2,9% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 41 POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO 7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO 7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES Com relação às potencialidades do município de Bocaina do Sul, os consultados foram questionados sobre quais setores possuem potencial de crescimento em sua visão. Todos os setores merecem destaque – indústria, comércio, serviços e agronegócio – registrando 58,8%, 55,9%, 38,2% e 61,8%, respectivamente, de potencial de crescimento na cidade. Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores Indústria Potencial de desenvolvimento 58,8% Atividades derivadas da agricultura, atividades derivadas da pecuária, indústria madeireira Comércio Potencial de desenvolvimento 55,9% Comércio lojista, Ligado ao turismo, a indústria e aos produtos rurais Serviços Potencial de desenvolvimento 38,2% Educação e capacitação,construção civil, Serviços especializados em geral Agronegócio Potencial de desenvolvimento 61,8% Cooperativas de produtores rurais; beneficiamento da pecuária e agricultura Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 42 OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS POR SETOR DE ATIVIDADES Este capítulo apresenta as oportunidades de negócio identificadas em cada setor de atividade. Cabe ressaltar que as sugestões aqui apresentadas são oriundas da pesquisa realizadas com lideranças do município e não representam viabilidade ou sucesso do negócio. 43 8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE OPORTUNIDADES A partir da síntese das forças e fraquezas e da percepção colhida nas entrevistas realizadas com atores do município de Bocaina do Sul, pode-se levantar algumas oportunidades de negócios para o município. Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria Beneficiamento do mel Indústria Outras indústrias de transformação Derivados da pecuária Derivados da madeira e vime Indústria têxtil (malharia) Beneficiamento de produtos (empacotamento, embalagem, distribuidora de alimentos) Industrializar girassol Reciclagem Industrializar o leite Produção de queijo Frigoríficos e abatedouros Indústria da madeira (plantação, extração e beneficiamento) Beneficiamento do vime (artesanato) Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 44 Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços Ligados ao turismo Ligados ao agronegócio Hotéis e pousadas Entretenimento para o turista Restaurantes Oficinas mecânicas especializadas em veículos leves e maquinários Transporte de cargas (fretes) Construção Serviços civil Terraplanagem Pedreiros Agência bancária Empresa seguro previdência Serviços especializados Serrarias Encanador Serviços mecânicos Domésticas Despachante Educação e capacitação Cursos técnicos e profissionalizantes Outros serviços Locadora de filmes Academia de ginástica Lazer e cultura Bares noturnos Clube de esporte Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 45 Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio Agronegócio Agricultura e pecuária Plantações de grãos Criação de gado de corte e leiteiro Lojas de vestuário; Comércio Supermercado (loja de rede oportunizando preço e variedade) Lojista Comércio de artesanato; Loja de informática; Loja de material de construção; Autopeças; Casa de fotos. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 46 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO Para tornar um negócio realidade, é preciso ter perfil empreendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios. Este capítulo apresenta dicas dos passos a serem realizados para maximizar a chance de sucesso no novo negócio. 47 9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO PASSO A PASSO Caro empreendedor, neste documento foram apresentadas ideias e oportunidades de negócios para o seu município! Desta forma, há algumas etapas que devem ser seguidas, a fim de descobrir uma boa ideia de negócio para o seu perfil, e também para ajudá-lo na estruturação inicial deste negócio2. 9.1ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO Nesta etapa, o objetivo é encontrar a ideia de negócio que mais combina com seu perfil empreendedor. Para isso, é necessário selecionar 5 (cinco) das oportunidades de negócios apresentadas no capítulo 8 deste documento e escolher a melhor ideia conforme seu perfil. Figura 4 – Seleção de ideias de negócios Figura 4 – Seleção de ideias de negócios Das ideias apresentadas, escreva abaixo até 5 (cinco) ideias que você acredita estarem mais alinhadas ao seu perfil: IDEIA A IDEIA B IDEIA C IDEIA D IDEIA E Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. Com as ideias selecionadas, é preciso avaliar o quanto elas tem relação com seu perfil como empresário. A figura 5 traz um conjunto de perguntas para avaliar cada ideia de acordo com seu perfil empreendedor. 2 Adaptado de Negócio Certo SEBRAE. Programa de Autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 48 Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 49 9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS A partir da soma dos pontos apurados para cada ideia, observe o intervalo de pontuação em que cada uma se encaixa: • Somatório maior ou igual a 60 pontos: a ideia de negócio está de acordo com seu perfil. • Somatório entre 40 e 59 pontos: a ideia de negócio precisa ser melhorada. • Somatório abaixo de 40 pontos: a ideia não está de acordo com seu perfil pessoal. Caso duas ou mais ideias tenham a pontuação maior que 60 pontos, escolha aquela que achar mais interessante.Caso todas as ideias tenham menos de 40 pontos, inicie uma nova escolha ou reflita mais (pode ser que não seja o momento apropriado para abrir um negócio). 9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO Muitas pessoas começam seus empreendimentos a partir de um sonho, ser dono de seu próprio negócio. Recente pesquisa feita com empresários brasileiros, publicada pelo SEBRAE, indica que a área de conhecimento mais importante no primeiro ano de atividade de uma empresa é o planejamento. O Plano de Negócio é um documento que reúne informações sobre características, condições e necessidades do futuro empreendimento, com o objetivo de analisar sua potencialidade e sua viabilidade, além de facilitar sua implantação. A seguir, estão apresentadas questões que compõem o Plano de Negócios e que são necessárias para uma análise completa de uma ideia de negócio. 9.2.1 COLETA DE DADOS Nesta fase, o objetivo é reunir o maior número de informações a respeito da empresa, do setor e do mercado. A figura 6 a seguir apresenta um conjunto de perguntas a serem respondidas para auxiliar nesta tarefa de coletar dados para o futuro negócio. 50 Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais estapa 1, 2 e 3 51 9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS Com as respostas obtidas na coleta de dados, procede-se à elaboração do Plano de Negócio. Para tal, o SEBRAE/SC fornece um modelo em branco, disponível no endereço eletrônico www.sebrae.com.br/uf/santa-catarina/para-voce/plano-de-negocio. Após o preenchimento, você terá um resultado referente à viabilidade do seu negócio. 9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO Decidida a ideia de negócio e avaliada sua viabilidade, parte-se para a formalização do negócio. A seguir está apresentado um roteiro básico para a legalização de uma empresa. Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 52 9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL Para receber orientação empresarial, o empreendedor pode procurar pelo SEBRAE/ SC em qualquer de suas agências. Entre as informações prestadas estão os princípios básicos para abertura de uma empresa, orientações quanto aos órgãos envolvidos no processo de legalização, bem como tributos e benefícios tributários. 9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL Junto à prefeitura do município,deve-se verificar a possibilidade de sua empresa funcionar no endereço pretendido. 9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA Dependendo do tipo de atividade da empresa, o registro será feito na Junta Comercial - JUCESC (para Empresário e Sociedade Empresária) ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ (para Sociedade Simples). Nesta etapa, verifica-se a existência de nome idêntico ao escolhido para registro da empresa. Se o nome já existe, é necessário escolher outro. 9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL Com o cadastro sincronizado, previsto na Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, em um único passo obtém-se quatro resultados: Registro de Contrato Social ou Declaração de Empresário; CNPJ; Inscrição Estadual e Inscrição Municipal (Alvará de Licença para Estabelecimento). 9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO Dependendo da atividade da empresa e o grau de risco, ela deverá atender os requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção de acidentes. Além disso, para iniciar as atividades, é necessário solicitar, através de uma gráfica ou contador, a impressão de notas fiscais ou autorização para utilização do cupom fiscal. As empresas de prestação de serviços recebem autorização da prefeitura local. As empresas dedicadas às atividades da indústria e do comércio recebem a autorização da Secretaria do Estado da Fazenda. 53 ANEXO 54 A maioria dos empresários é do sexo masculino (79,4%) e possuem acima de 40 anos, estando mais intensamente distribuídos nos intervalos de 30 a 39 e 40 a 49 anos (44,1%, no somatório). Tabela 27- Sexo Opções Masculino Ocorrências 27 Percentual 79,4% Feminino 7 34 20,6% 100,0% Total Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Gráfico 5 - Faixa Etária Acima de 60 anos 11,8% De 50 a 59 anos 14,7% De 40 a 49 anos 23,5% De 30 a 39 anos 20,6% De 25 a 29 anos 8,8% De 18 a 24 anos Até 17 anos 17,6% 2,9% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado – SEBRAE/SC, 2013 A escolaridade dos entrevistados é média-alta, sendo que 41,2% possuem ensino médio completo e 38,2% (somatório) possuem superior incompleto/completo e ainda pósgraduação. Tabela 28 - Escolaridade Opções Sem instrução Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio completo Superior incompleto Superior completo Pós-graduação Total Ocorrências 3 3 1 14 3 9 1 34 Percentual 8,8% 8,8% 2,9% 41,2% 8,8% 26,5% 2,9% 100,0% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado – SEBRAE/SC, 2013 55 ANEXOS ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS Sobre o cargo/função ocupado, 47% dos entrevistados são empresários e 18% são gerentes nas organizações em que atuam. Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados Extens. Rural 3% Supervisor 3% Vice presidente Bancário Auxiliar administrativo 3% 6% Vereador 3% Secretário Municipal 3% Prefeito Diretor Gerente 9% 3% 3% 18% 47% Empresário Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado – SEBRAE/SC, 2013 Em relação ao setor de atuação, 26,5% dos entrevistados apontaram atuar predominantemente no setor do comércio e agronegócio e 20,6% em serviços. Tabela 29 - Setor de atuação Opções Indústria Comércio Serviços Agronegócio Poder Público Associação de classe/ONG Total Ocorrências 2 9 7 9 3 4 34 Percentual 5,9% 26,5% 20,6% 26,5% 8,8% 11,8% 100,0% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado – SEBRAE/SC, 2013 56 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Bocaina do Sul, no período de 1980 a 2010 10 Tabela 2 - Participacão relativa da população residente por localização do domicílio e gênero, em Bocaina do Sul, no período 10 1980 a 2010 10 Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010 11 Tabela 4 - Produto interno bruto de Bocaina do Sul e PIB per capita no período de 2002 a 2009 13 Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010 14 Tabela 6 - Salários Médios em Bocaina do Sul, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011 14 Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Bocaina do Sul e Santa Catarina, em 2010 15 Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Bocaina do Sul, em 2011 18 Tabela 9 - Setor da Economia 19 Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio 19 Tabela 11 - Atividades dentro do setor indústria 20 Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio 21 Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço 22 Tabela 14 - Situação atual do município de Bocaina do Sul 23 Tabela 15 - Carências e demandas 26 Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria 28 Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio 30 Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços 33 Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios 35 Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio 35 Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município 39 Tabela 22 - Vocação do município 41 Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores 42 Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria 44 Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços 45 Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio 46 Tabela 27- Sexo 55 Tabela 28 - Escolaridade 55 Tabela 29 - Setor de atuação 56 57 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Localização do município, em 2013 9 Figura 2 – Mapa do município, em 2013 9 Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010 12 Figura 4 – Seleção de ideias de negócios 48 Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas 49 Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios 51 Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio 52 58 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Coeficiente de Gini 11 Gráfico 2 - Consumo per capita R$/ano por habitante em Bocaina do Sul, Santa Catarina e Brasil, em 2010 14 Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Bocaina do Sul 17 Gráfico 4 - Número de empresas e empregos formais de Bocaina do Sul, segundo o setor, em 2011 18 Gráfico 5 - Faixa Etária 55 Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados 56 59 60 61 62 63