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IMPACTOS ECONÔMICOS DAS ENFERMIDADES PARASITÁRIAS E
NÃO PARASITÁRIAS EM OVINOS
MARIA IMACULADA FONSECA1; HELENARA MACHADO DA SILVA1;
RICARDO SILVA2; ESTEVAM GUILHERME LUX HOPPE1.
1
FCAV, Unesp, Câmpus Jaboticabal, Jaboticabal/ SP,
2
CATI, São José do Rio Preto/ SP.
RESUMO – Dentre os entraves que acomete a ovinocultura, destacamse as enfermidades parasitárias. Entretanto, há uma carência de
estudos que demonstrem seus impactos no custo de produção na
lucratividade da atividade. Baseado nisso, o objetivo deste estudo foi
determinar os custos de diagnóstico, controle e tratamento em ovinos,
em diferentes fases da criação. Foram obtidos os seguintes resultados:
78 animais foram tratados sendo 69 com antiparasitários (79,49% do
total) a um custo total de R$57,74 (62,74%) superiores as perdas por
animais parasitados (5,67%), mas, inferiores aos prejuízos causados
pelas mortes de animais parasitados (R$1046,25) e por causas não
parasitárias, como mastite crônica que acometeram 94,33% dos animais
(R$11.160,00). Conclui-se que, os maiores prejuízos ocorreram por
causas não parasitárias, evidenciando a importância da visão sistêmica
da criação para colaborar com o produtor em sua decisão na escolha do
método antiparasitário mais adequado à sua realidade.
PALAVRAS-CHAVE:
economia,
ruminantes, serviços veterinários.
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Haemonchus
sp.,
pequenos
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ECONOMIC IMPACTS OF PARASITIC DISEASE IN SHEEP
ABSTRACT - Among the barriers affecting the sheep industry, there are
the parasitic diseases. However, there is a lack of studies that
demonstrate its impact on production costs in the profitability of the
activity. Based on this, the objective of this study was to determine the
diagnostic costs, control and treatment of sheep at different stages of
creation. The following results were obtained: 78 animals were treated
and of these 69 with antiparasitic (79.49% of the total) at a total cost of R
$ 57.74 (62.74%) higher losses from infected animals (5.67%), but lower
than the losses caused by the deaths of infected animals (R $ 1,046.25)
and not parasitic causes, such as chronic mastitis which affected 94.33%
of the animals (R $11,160.00). In conclusion, the greatest losses were
not parasitic causes highlighting the importance of the systemic view of
creation to collaborate with the producer in his decision when choosing a
pest control method best suited to their reality.
KEYWORDS: economy, Haemonchus sp., small ruminants and
veterinary services.
INTRODUÇÃO
As enfermidades causadas por endo e ectoparasitas representam
um entrave no desenvolvimento da ovinocultura brasileira e mundial.
Apesar de estudos relacionarem os aspectos sanitários a diferentes
enfermidades infecciosas e parasitárias em pequenos ruminantes e às
perdas de produtividade no rebanho (ALENCAR et al., 2010), há uma
carência de estudos econômicos referentes aos custos com o
diagnóstico, controle e tratamento das parasitoses. Baseado nisto, o
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objetivo deste estudo foi determinar os custos de diagnóstico, controle e
tratamento em ovinos, em diferentes fases da criação.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida na região de São José do Rio Preto (SP),
que concentra o maior rebanho ovino do Estado. Após a definição da
propriedade que atendia os critérios para a pesquisa, foram escolhidas
86 ovelhas, naturalmente infectadas por helmintos gastrintestinais e
distribuídas em dois grupos experimentais: Grupo I - manejo adotado na
fazenda (albendazole e método FAMACHA©) e Grupo II - manejo
sugerido pelos pesquisadores (ivermectina 1g, sinais clínicos de
endoparasitismo e contagens de ovos por grama de fezes (OPG) ≥1500.
Os animais foram distribuídos nos grupos conforme o diagnóstico
parasitológico e evolução clínico-física, definidos a partir dos dados
técnicos: avaliação clínica e física individual (sinais clínicos e coloração
de conjuntiva), pesagem, escore corporal, resultados de exames
parasitológicos
e
frequência
de
tratamentos
antiparasitários.
Posteriormente, estes dados foram submetidos a análise econômica
referente aos custos com assistência técnica, mão de obra, manejo
nutricional, diagnóstico laboratorial e tratamentos realizados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor visualização do percentual dos custos referentes às
causas parasitárias e não parasitárias encontradas através da presente
pesquisa foi elaborada a Figura 1. Pôde-se constatar que os tratamentos
parasitários efetuados (79,49%0), bem como os seus custos (62,74%),
superaram as perdas de animais parasitados (5,67%), que ficaram
abaixo de 10%. Em contra partida, as perdas por causas não
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parasitárias ultrapassaram os 90%, sendo 33,96% crias e 60,37%
ovelhas.
100
90
Percentual (%)
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Causas parasitárias
Causas não parasitárias
Perdas parasitárias
Tratamentos parasitários efetuados
Custos dos tratamentos parasitários
Perdas não parasitárias
Tratamentos não parasitários efetuados Custos dos tratamentos não parasitários
Figura 1. Análise dos custos das perdas, tratamentos efetuados e seus
custos, relacionados às causas parasitárias e não parasitárias, em
ovinos.
Observou-se que tanto o percentual de animais tratados quanto o
percentual do custo do tratamento foram mais elevados para os
antiparasitários do que para os não parasitários e que o custo do
tratamento
ectoparasiticida
foi
maior
quando
comparado
ao
endoparasiticida. Vale ressaltar que a miíase foi causada por
Cochliomyia hominivorax e as helmintoses gastrintestinais ocasionadas,
principalmente, por Haemonchus sp (90%) e Trichostrongylus sp (10%).
Entretanto, ao compararem os custos das perdas de crias e ovelhas,
relacionadas ao peso vivo e rendimento de carcaça, decorrentes de
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causas parasitárias e não parasitárias, percebeu-se que as causas
parasitárias obtiveram menores perdas econômicas por animais vivos
(R$1.050,00) e por carcaça (R$1.046,25), diferentemente, das causas
não parasitárias (principalmente ataque acidental de cães e mastite
crônica) que apresentaram perdas de R$11.200,00 e R$11.160,00,
respectivamente.
CONCLUSÃO
Apesar de ser possível comprovar o impacto tanto clinico quanto
econômico do parasitismo em ovelhas e suas crias, através do custo de
produção da atividade percebe-se que mesmo tendo altas despesas no
tratamento antiparasitário e o prejuízo decorrente de perda de animais
parasitados, este não foi maior quando comparado às causas não
parasitárias. Portanto, conclui-se que é necessário estudar as condições
em que a atividade é desenvolvida em cada propriedade para
determinar qual o método antiparasitário mais viável em termos
econômicos e que menos impactam a rentabilidade da atividade já que
não existe o método ideal e sim o mais adequado.
Nota: O projeto foi aprovado pela CEUA, da FCAV/ Unesp, Campus
Jaboticabal (Protocolo nº 07505/14).
REFERÊNCIAS
ALENCAR, S. P. et al. Perfil sanitário de rebanhos caprinos e ovinos no
sertão de Pernambuco. Ciência Animal Brasileira, v. 11, n. 1, p. 131140, 2010.
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