Discurso proferido pelo Secretário-Geral Adjunto do Fórum para a Cooperação
Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau),
Dr. Manuel Amante da Rosa, na Cerimónia de Abertura da Sessão de
Apresentação sobre Oportunidades e Atracção de Investimento no Brasil
7 de Julho de 2008, Macau, World Trade Center
Excelentíssimo Senhor Secretário para a Economia e Finanças
do Governo da Região Administrativa Especial de Macau,
Dr. Tam Pak Yuen,
Excelentíssimo Senhor Secretário do Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil,
Dr. Welber Barral,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Impossibilitado de estar connosco como seria seu desejo encarregou-me o Senhor
Secretário-geral, Dr. Zhao Chuang, a quem tenho a subida honra de aqui representar,
de calorosamente saudar e dar as boas vindas à Delegação brasileira chefiada pelo Dr.
Welber Barral.
Permitam-me igualmente saudar, em meu nome próprio, a vossa ilustre presença
nesta acolhedora cidade de Macau e manifestar igualmente o nosso regozijo e apreço
pela presença de tão ilustres convidados nesta marcante actividade que é presidida
pelo Senhor Dr. Tam Pak Yuen. Figura ilustre e destacada do executivo da RAEM
cujas acertadas orientações e apoio permanente muito têm contribuído para a
consolidação dos objectivos do Fórum de Macau.
Aos nossos distintos hóspedes auguro, desde já, êxitos na vossa missão que ora
começa e formulo votos que os contactos e acções desta jornada resultem em
importantes contribuições futuras no que concerne a um maior aprofundamento das
relações económicas e comerciais entre a China e o Brasil. Estou convicto de que as
potencialidades existentes e muitas outras ainda por identificar farão guindar na
próxima década o intercâmbio económico sino-brasileiro a patamares cimeiros do
comércio mundial.
Tendo completado a minha formação académica e profissional em Brasília e
posteriormente vivido enquanto Chefe de Missão Diplomática de Cabo Verde no
Brasil, conhecendo, portanto, razoavelmente as suas vastas potencialidades é-me
particularmente grato, à medida que vou conhecendo a China, constatar, no seio do
Fórum, as enormes potencialidades e consideráveis espaços de complementaridade
que estão subjacentes a esta determinação de aprofundar as relações e ao engajamento
firme das partes a favor de um amplo espectro de convergência que certamente se
arrastará aos outros países lusófonos.
As modestas previsões que eram feitas ainda há menos de 6 anos, um ano antes da
própria constituição do Fórum, foram amplamente ultrapassadas e poucos são hoje,
perante esta dinâmica económica sino-lusófona, os experts que se atrevem a vaticinar,
com precisão, as projecções do valor global das trocas comerciais que teremos num
futuro próximo. Passamos de 4.200 millhões de usd em 2002 para cerca de 29.000
milhões somente nos primeiros cinco meses deste ano. E em meu entender estamos
somente no início desta caminhada.
A consolidação deste dinâmico processo de intercâmbio comercial, possivelmente
sem paralelo em outras latitudes, ainda que mais ancorado em sectores energéticos e
de investimento, carece de maior divulgação, ampliação e suporte creditício.
As vastas potencialidades, ainda não exploradas, do nosso intercâmbio comercial
poderão assim ser encontradas, no futuro, junto das pequenas e médias empresas, que
carecem de know how de comércio internacional e suporte financeiro para
transacções internacionais, assim como na constituição de joint-venture de empresas
especializadas em grandes obras de construção ou de transportes.
Poderiam, por exemplo para só citar um caso que ora me ocorre, se abrir neste
momento perspectivas de um consórcio de Bancos dos países membros do Fórum
vocacionados para os factos acima citados ou, numa outra vertente, pensar-se na
eventualidade de uma joint-venture entre a empresa brasileira Odebrecht, que já
manifestou o seu interesse em concorrer à obra, com uma congénere chinesa e outra
lusa para a adjudicação do novo Aeroporto de Lisboa. Estou certo de que a vasta
experiência das empresas destes três países daria a vantagem e oportunidade de, no
futuro, poderem concorrer conjuntamente para outras obras de grandes dimensões em
qualquer Continente ou espaço.
Relativamente à divulgação das nossas potencialidades é justo reconhecer,
passado que foi a fase conceptual, o incansável esforço e engajamento do Fórum em
se fazer conhecer nos países membros, como núcleo impulsionador, funcional e
operacional, das acções comerciais entre os nossos países. Mas, forçoso também é
reconhecer que ainda temos neste domínio, um longo e penoso caminho a percorrer.
Quanto mais nos estribarmos nas novas tecnologias de informação, de última
geração, maiores serão as possibilidades de chegarmos em tempo àqueles que de nós
necessitam para a promoção, venda, harmonização e colocação dos seus produtos
junto de outros parceiros.
Talvez fosse de se ir congeminando na ideia da constituição de um Contact Center,
bilingue, tendo por base Macau como plataforma de negócios, que fosse apta a
facultar informações, canalizar interessados, esclarecer dúvidas e condições legais de
investimento, sobre as Empresas do universo sino-lusófono.
O papel da RAEM, enquanto plataforma de serviços, certamente que sairá
reforçado enquanto intermediário por excelência do intercâmbio económico entre a
China e os Países de Língua Portuguesa. Este factor de prestação de serviços será
ainda mais valorizado, por todos os países membros, caso a enquadremos nas
potencialidades que se abrem com o Acordo de Estreitamento de Relações
Económicas e Comerciais (CEPA), recentemente implementado no Delta das Pérolas.
Este instrumento de cooperação regional, incentivado em boa hora, pelo Governo
Central da RP da China constitui certamente uma mais valia para a vocação de placa
giratória de Macau como elemento facilitador de oportunidades de negócios e
investimentos entre os Países Membros do Fórum de Macau.
Muito obrigado a todos.
Download

Discurso proferido pelo Secretário-Geral Adjunto do Fórum para a