CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nem de longe, este trabalho pretendeu ser conclusivo, pelo contrário, se partiu da
premissa de que a socioeconomia local é um sistema complexo em que interagem
múltiplas variáveis de dimensões diferenciadas, tanto endógenas quanto exógenas.
Contudo, é inegável que os indicadores trabalhados já permitem um olhar qualificado no
estágio de desenvolvimento da economia local.
O histórico de ocupação do território, a partir de uma colonização minifundiária em
zona de mata nativa que, por sua vez, foi fruto de um processo capitaneado pelo Estado e
que contemplou a imigração de diversos grupos étnicos, certamente foi decisivo na
conformação da estrutura econômica, social e cultural.
Os
movimentos
demográficos,
que
foram
configurados
pelos
processos
emancipatórios, também sofreram os efeitos do contexto econômico ao longo do tempo. A
redução da natalidade e o aumento da expectativa de vida estão transformando o perfil da
pirâmide etária, o que acarreta reflexos na estrutura social e produtiva.
Ao focalizar aspectos sociais, os indicadores permitiram identificar alguns
destaques: o estágio promissor na área da educação; o questionamento das variáveis que
subestimam o estágio de desenvolvimento na saúde visto ser um pólo regional de
excelência na área; a necessidade de investimentos em saneamento; e, as carências
mais agudas na produção, emprego e renda, que, a partir da estrutura produtiva, refletem
carências sociais.
Na verificação do processo de geração de renda a partir de sua estruturação
produtiva se ratifica estas carências, como também se apresentam outras tantas
Considerações Finais
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oportunidades. Variáveis endógenas e exógenas atuaram ao longo do tempo no processo
de agregação de valor local, o que indica que a produção de bens e serviços é uma
variável dependente da ação humana e, portanto, factível de planejamento.
O PIB, que se apresentava em vigoroso crescimento até meados da década de
1980 e que se arrefeceu nos anos 1980 e 1990, parece ter encontrado novo padrão
virtuoso a partir do Plano Real, apesar das quedas de 2004 e 2005 entendidas como
pontuais.
O Setor Terciário se apresenta como hegemônico na estruturação produtiva local,
com participação em torno de 70% da geração da riqueza ao longo do tempo, o que lhe
atribui a conotação de pólo comercial e de serviços, em especial, na área de educação e
saúde. Sua forte correlação com a produção total, verificada pelas estatísticas do PIB e
do VAF, corroboraram sua importância relativa.
Ao desmembrar as atividades econômicas nos setores de produção, com olhar nos
indicadores de produção, emprego e renda, se desvendou um leque de alternativas de
geração de bens e serviços. Várias oportunidades na agropecuária, na indústria e nos
serviços foram elencadas, embora devam merecer tratamentos mais qualificados de
análise de mercado visto as particularidades específicas de cada atividade.
Especificamente na análise dos movimentos do emprego formal, se pode verificar a
geração de novos postos de trabalho nos últimos anos, contudo sem acompanhar os
respectivos correspondentes estaduais. Todavia, esta curva ascendente do mercado de
trabalho formal vai ao encontro dos indicativos de um padrão de comportamento virtuoso
na curva de produção apontada pelos indicadores específicos.
A complexidade das variáveis envoltas na caracterização municipal, dificulta o
aprofundamento de vários aspectos que assim o exigem, fazendo-se necessários estudos
mais focalizados e aprofundados, até porque os números oficiais geralmente se
apresentam com desatualização temporal e padecem de correlações para espelhar o
estágio de desenvolvimento da sociedade local.
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