Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – DNIT Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Laboratório de Transportes – LabTrans Núcleo de Estudos de Tráfego – NET Convênio 0056/2007 – Processo: 002829/2007-31 CGPERT/DNIT e LabTrans/UFSC Elaborar diretrizes técnicas e parâmetros operacionais para que o DNIT execute projetos de monitoramento de tráfego na Malha Rodoviária Federal Projeto II – Projeto Trienal de Coleta de Tráfego Fase 3 – Definição das Coletas de Cobertura – Manuais e Automatizadas Produto 3 – Relatório de Definição das Coletas de Cobertura Fevereiro de 2009 FICHA TÉCNICA DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES – DNIT Luiz Antônio Pagot Diretor Geral DNIT Hideraldo Luiz Caron Diretor de Infra-Estrutura Rodoviária Luiz Cláudio dos Santos Varejão Coordenador Geral de Operações Rodoviárias João Batista Berretta Neto Coordenador de Operações Rodoviárias Elmar Pereira de Mello Engenheiro Técnico SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL/DNIT/SC João José dos Santos Superintendente Regional de Santa Catarina Edemar Martins Supervisor de Operações Névio Antonio Carvalho Área de Engenharia e Segurança de Trânsito UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC Alvaro Toubes Prata Reitor Carlos Alberto Justo da Silva Vice Reitor Edison da Rosa Diretor do Centro Tecnológico Antonio E. Jungles Chefe do Departamento de Engenharia Civil LABORATÓRIO DE TRANSPORTES – LabTrans Amir Mattar Valente Coordenador Técnico do Convênio Equipe técnica – NET Alexandre Hering Coelho Marco Túlio Pimenta Paôla Tatiana Felippi Tomé Ricardo Rogério Reibnitz Rubem Queiroz Valter Zanela Tani Equipe de apoio: estagiários Jaqueline Carvalho Ferreira 2 APRESENTAÇÃO Estando motivados com a constante melhoria e modernização da infra-estrutura do transporte rodoviário brasileiro e tendo em vista a importância de estudos relativos à operação das rodovias, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) celebram o convênio 0056/2007 – Processo: 002829/2007-31. Este convênio conta com a participação da Coordenação Geral de Operações (CGPERT) do DNIT para a execução de dois diferentes projetos, contextualizados na avaliação de condições de tráfego. A UFSC, por meio do Laboratório de Transportes do seu Departamento de Engenharia Civil, se sente honrada em contribuir com a realização destes dois projetos de tamanha influência no desenvolvimento do país. As três premissas da educação universitária – o ensino, a pesquisa e a extensão – podem se beneficiar da experiência adquirida com a realização dos projetos. A UFSC pode com isto aprimorar a mão de obra disponibilizada à sociedade para o desenvolvimento viário, visando melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Os dois projetos que constituem o convênio são os seguintes: ¾ Projeto I: Análise e Tratamento Estatístico dos Resultados de Contagens de Tráfego - quatro meses de duração; ¾ Projeto II: Projeto Trienal de Coleta de Tráfego - três anos de duração. Os projetos são estruturados em fases, conforme os seus planos de trabalho, tendo sido previsto pelo menos um produto em cada uma delas. O presente relatório aborda a fase 3 do projeto II, que está estruturado da seguinte forma: ¾ Fase 1: Análise e Concepção o Produto 1: Relatório de Análise e Concepção ¾ Fase 2: Estudo de Localização dos Postos Permanentes o Produto 2: Relatório de Localização dos Postos Permanentes 3 ¾ Fase 3: Definição das Coletas de Cobertura – Manuais e Automatizadas o Produto 3: Relatório de Definição das Coletas de Cobertura ¾ Fase 4: Realização das Coletas de Cobertura – Manuais e Automatizadas o Produto 4: Relatório de Coletas de Cobertura ¾ Fase 5: Sistema de Cadastro o Produto 5: Relatório de Sistema de Cadastro ¾ Fase 6: Monitoramento e Análise dos Dados de Tráfego o Produto 6: Relatórios Anuais de Monitoramento e Coleta de Tráfego o Produto 7: Relatório Final do Projeto Trienal de Coleta de Tráfego Dentre este contexto, o presente relatório intitulado “Relatório de Definição das Coletas de Cobertura” busca apresentar os procedimentos técnicos que serão utilizados nas coletas de cobertura do Plano Nacional de Coleta de Tráfego, além de outras informações que se mostraram pertinentes para o andamento do estudo. 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Lotes do sistema de contagem e controle de tráfego................................ 22 Figura 2 - Postos de contagem permanente do Tocantins........................................ 26 Figura 3 - Apresentação de TMDA de uma coleta de cobertura. .............................. 28 Figura 4 - Procedimento para expansão de dados de contagens horárias na Alemanha .............................................................................................................. 31 Figura 5 - ARG 500 ................................................................................................... 43 Figura 6 - ADR 1000 ................................................................................................. 44 Figura 7 - ADR 2000 ................................................................................................. 45 Figura 8 - FOCO F9 – Central do equipamento ........................................................ 47 Figura 9 - Esquema de instalação e detecção do equipamento FOCO F9 ............... 47 Figura 10 - Indicação do melhor posicionamento para instalação do FOCO F9 ....... 48 Figura 11 - Indicação do afastamento (DV) da via e altura (HPS)............................. 49 Figura 12 - Indicação da altura (HS) do aparelho e o campo dos feixes sensores ... 49 Figura 13 - Equipamento MetroCount 5600 .............................................................. 51 Figura 14 - Indicação da ocorrência de um evento relacionado às baterias ............. 53 Figura 15 - Pista bidirecional – melhor configuração................................................. 54 Figura 16 - Pista bidirecional – configuração alternativa ........................................... 55 Figura 17 - Uso correto para pistas unidirecionais com múltiplas faixas ................... 55 Figura 18 - Configuração não recomendada ............................................................. 56 Figura 19 - Inserir a extremidade da mangueira na alça de aço da trava ................. 57 Figura 20 - Torcer a alça da trava de forma a criar um oito e inserir a ponta da mangueira na alça criada...................................................................................... 57 Figura 21 - Empurrar a trava e puxar a extremidade da mangueira de forma que a trava de aço fique a aproximadamente 50 cm da ponta da mangueira................. 57 Figura 22 - Arremate a mangueira dando dois nós em sua extremidade.................. 58 Figura 23 - Para evitar movimentos laterais dos sensores, fixe as mangueiras com a cinta de couro........................................................................................................ 59 Figura 24 - Localização dos postos de contagem permanente ................................. 66 5 Figura 25 - Localização dos postos de contagem permanente ................................. 68 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Número de postos de contagem por lotes no estado de São Paulo ..... 23 Tabela 2. Programa de contagem manual da Alemanha...................................... 29 Tabela 3. Tabela comparativa das coletas de cobertura de alguns países .......... 40 Tabela 4. Estado dos LED central ........................................................................ 51 Tabela 5. Estado dos LED’s extremos (direita e esquerda) .................................. 51 Tabela 6. Capacidade dos cartões de memória possíveis de utilização pelo equipamento ......................................................................................................... 52 Tabela 7. Extensões das rodovias federais por estado ........................................ 67 7 SUMÁRIO 1 Introdução ............................................................................................................. 10 1.1 Objetivos ................................................................................................... 11 1.1.1 Objetivo geral do projeto ................................................................ 11 1.1.2 Objetivos específicos da fase......................................................... 11 2 Coletas de cobertura realizadas............................................................................ 13 2.1 Introdução ................................................................................................. 13 2.2 Estados brasileiros .................................................................................... 13 2.2.1 Ceará... .......................................................................................... 14 2.2.2 Rio de Janeiro ................................................................................ 15 2.2.3 Rio Grande do Sul.......................................................................... 16 2.2.4 Santa Catarina ............................................................................... 19 2.2.5 São Paulo....................................................................................... 21 2.2.6 Tocantins........................................................................................ 24 2.3 Outros países ............................................................................................ 26 2.3.1 Argentina ........................................................................................ 27 2.3.2 Alemanha – BASt ........................................................................... 28 2.3.3 França.. .......................................................................................... 32 2.3.4 Holanda .......................................................................................... 33 2.3.5 Reino Unido.................................................................................... 34 2.3.6 Suíça... ........................................................................................... 36 2.3.6.1 Zurick.................................................................................. 37 2.3.6.2 Bern.....................................................................................39 2.4 Comparações entre os procedimentos de contagens de cobertura dos países abordados..................................................................................39 3 Equipamentos de contagem existentes ................................................................ 42 3.1 ADR........................................................................................................... 42 3.1.1 ARG 500 ........................................................................................ 42 3.1.2 ADR 1000....................................................................................... 43 8 3.1.3 ADR 2000....................................................................................... 44 3.2 SOMA........................................................................................................ 46 3.3 MetroCount ............................................................................................... 49 3.3.1 Instalação do equipamento ............................................................ 53 3.4 HI-TRAC EMU........................................................................................... 60 3.4.1 Configuração local.......................................................................... 61 3.4.2 Princípios de funcionamento .......................................................... 62 4 Metodologia a ser adotada.................................................................................... 65 4.1 Introdução ................................................................................................. 65 4.2 Definição da freqüência, duração e localização das coletas de cobertura 69 4.3 Definição dos requisitos dos aparelhos móveis ........................................ 69 5 Considerações Finais............................................................................................ 73 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 74 9 1 INTRODUÇÃO Um sistema de transportes eficiente é um dos fatores essenciais para o bom andamento de qualquer país. No Brasil, onde o modal rodoviário tem uma participação expressiva no transporte de bens e pessoas, é ainda mais importante que a nação disponha de dados sobre essa movimentação. Esses dados referem-se às características dos fluxos nos diversos pontos da malha rodoviária brasileira, e são essenciais para a manutenção e o planejamento das estradas. Tendo isso em vista e devido à atual escassez de dados observados referentes à movimentação nas rodovias federais, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) solicitou junto ao Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) o projeto e a implantação de um sistema capaz de coletar e processar informações a cerca do tráfego nas rodovias federais brasileiras. É importante salientar que atualmente não há nenhum programa de contagem de tráfego permanente na malha rodoviária federal brasileira, o que ressalta ainda mais a importância da implantação de um sistema eficaz. Durante 24 anos, entre 1977 a 2001, funcionou um programa de contagem denominado Plano Nacional de Contagem de Tráfego, ou PNCT, que sob administração do já extinto Departamento Nacional de Estrada e Rodagens (DNER), era responsável pela coleta e processamento dos dados do tráfego. Neste contexto, o presente relatório apresenta a metodologia adotada para a determinação da localização, freqüência e duração das coletas de cobertura, bem como dos equipamentos utilizados. Sendo assim, o relatório apresenta a seguinte estrutura: ¾ Capítulo 1: Introdução - Além da introdução, tem por finalidade apresentar os objetivos do relatório. ¾ Capítulo 2: Coletas de cobertura realizadas – O capítulo apresenta informações a respeito de algumas coletas de cobertura já realizadas em âmbito nacional e internacional. 10 ¾ Capítulo 3: Equipamentos de contagem existentes – Neste capítulo são apresentados alguns equipamentos de coletas de cobertura existentes no mercado. ¾ Capítulo 4: Metodologia a ser adotada – Contêm a apresentação dos procedimentos a serem adotados relacionados à localização, freqüência, e duração das coletas de cobertura, além da determinação dos pré-requisitos dos equipamentos que deverão ser utilizados. ¾ Capítulo 5: Considerações Finais 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral do projeto Estabelecer parâmetros operacionais rodoviários por classe funcional e volume, na Malha Rodoviária Federal. Além disso, criar subsídios para a análise da capacidade das rodovias e de acidentes, proposição de melhorias no Sistema Viário Nacional e a criação de critérios para a exigibilidade de projetos, através da organização de um banco de dados que contemple informações volumétricas e classificatórias da malha rodoviária federal. 1.1.2 Objetivos específicos da fase Têm-se como objetivos específicos desta fase do projeto: 9 Realizar uma pesquisa a cerca de contagens de cobertura realizadas, coletando informações sobre as mesmas, tais como: objetivos, metodologia, formas de disponibilização dos dados, equipamentos utilizados, duração, freqüência, dentre outras informações que se mostrarem pertinentes para o estudo. 9 Realizar uma pesquisa de mercado para se ter informações sobre os principais aparelhos utilizados em contagens de cobertura, tais como: informações técnicas, viabilidade, entre outras. 11 9 Determinação da localização, freqüência e duração das coletas de cobertura, além dos equipamentos utilizados, levando em consideração a necessidade e limitação de recursos do DNIT, bem como a experiência dos técnicos da área da mesma instituição. 12 2 COLETAS DE COBERTURA REALIZADAS 2.1 Introdução As coletas de cobertura são as contagens realizadas durante um curto período de tempo, ou seja, elas não funcionam ininterruptamente. Segundo DNIT/IPR (2006), elas devem ser realizadas uma vez ao ano durante dois dias úteis consecutivos (48 horas), sendo que não necessariamente há a necessidade de se coletar dados todos os anos. Para estudos de viabilidade e projetos de engenharia, porém, a duração das contagens varia de acordo com o grau de confiabilidade que se busca, sendo que podem ser de 1, 3 ou 7 dias com duração de 16 ou 24 horas, onde o período deve ser suficiente para determinação dos fatores de correção (DNIT/IPR, 2006). Ainda segundo DNIT/IPR (2006): “Nesse caso, cada trecho deverá ser dividido em segmentos homogêneos quanto ao fluxo, ou seja, cada posto deverá corresponder a um subtrecho em que a composição e o volume de veículos não sofra variações significativas. Os postos deverão ser afastados das extremidades do trecho, a fim de evitar distorções.” Neste contexto, os itens que seguem apresentam as formas de coletas de cobertura realizadas em alguns estados brasileiros e também em alguns países da Europa e da América do Sul. 2.2 Estados brasileiros Este item apresenta as metodologias de coletas de cobertura utilizadas por alguns estados brasileiros, a saber: Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Todas as informações apresentadas têm como 13 referência os Departamentos Estaduais responsáveis pelas rodovias. O contato se deu através de via telefônica e por e-mail, sendo que os responsáveis por esta área dentro de cada departamento buscaram apresentar da melhor maneira a metodologia do seu estado, que são apresentadas nos itens que seguem. 2.2.1 Ceará O estado do Ceará, localizado na região nordeste do Brasil, através do convênio estabelecido pelo Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Ceará (DERT) (atualmente reestruturado como Departamento de Edificações e Rodovias (DER/CE)), com a Associação Técnico – Científica Engenheiro Paulo de Frotin (ASTEF), fundação vinculada com à Universidade Federal do Ceará (UFC), implantou no ano de 1994 um plano de contagem de tráfego. Tal plano foi apresentado por LIMA e MOREIRA (1995) nos anais do IX ANPET, e está exposto a seguir. O plano tinha como principais objetivos aspectos de planejamento, elaboração de planos diretores e estudos de viabilidade técnico-ecônomica, segurança e manutenção da rede viária estadual, além de servir para programas de acidentes de trânsito, policiamento e de pesagem. Neste contexto, para o desenvolvimento do plano houve a necessidade de realização de contagens de cobertura, além da implantação de postos permanentes. No processo de montagem da pesquisa de campo, foram planejadas coletas de cobertura nos locais onde iriam ser instalados os contadores permanentes, para que se estimassem os valores do VMD, através da associação entre essa contagem de cobertura e de uma contagem realizada pelo estado no ano de 1989. Assim, foi possível obter os fatores de expansão anual, mensal e semanal que foram utilizados para expandir os dados coletados pelos postos de cobertura pertencentes aos trechos de atuação do posto permanente a sub-região que os englobava. Ainda para essa etapa, foi planejada uma pesquisa manual e classificatória em toda a malha rodoviária para alimentar o sistema de contagem desenvolvido na primeira etapa do projeto. 14 2.2.2 Rio de Janeiro No estado do Rio de Janeiro, com seus mais de 15 milhões de habitantes, onde aproximadamente 60% do PIB é proveniente da prestação de serviços (IBGE, 2008), com ênfase ao turismo, a manutenção de um sistema de transporte eficaz se torna ainda mais importante. Dessa maneira, a Divisão de Estudos de Trânsito do Departamento de Estradas e Rodagens do estado do Rio de Janeiro (DER/RJ) é a entidade responsável por coletar dados de tráfego nas rodovias do estado. Sendo assim, através de contato com os responsáveis por esse setor, algumas informações sobre o processo de contagem de cobertura foram disponibilizadas, e as mesmas se encontram descritas nos parágrafos que seguem. Periodicamente a Divisão de Estudos de Trânsito realiza coletas de cobertura com o intuito de estimar o carregamento da rede, objetivando subsidiar diversos outros estudos técnicos, tais como identificação de segmentos críticos em termos de acidentes de trânsito, avaliação das condições operacionais dos diversos links, estudos de pavimentação, elaboração de programas de investimentos, entre outros. A freqüência, durabilidade e quantidade de contagens variam conforme a necessidade e principalmente, a quantidade de recursos disponíveis para este fim, sendo que para a realização das mesmas são utilizados contadores automáticos, através de tubos pneumáticos e a contagem classificatória é realizada em função da quantidade de eixos. A localização dos postos de coleta é feita de forma que apresente a maior representatividade possível em relação a um conjunto de link’s homogêneos da rede viária estadual. Há também casos em que há a necessidade de se ter dados de pontos específicos, sendo assim a variável “necessidade” a forma de localização. Os dados coletados, além de abastecerem o DER/RJ de informações sobre o tráfego no estado, eles também podem ser disponibilizados para outros órgãos governamentais, se houver a necessidade, bastando para isso que os mesmos entrem em contato com o DER/RJ. 15 2.2.3 Rio Grande do Sul O estado do Rio Grande do Sul, localizado na região sul do Brasil e fazendo fronteira com o Uruguai e Argentina, ocupa uma posição privilegiada entre os países que compõe o Mercosul. No setor econômico, destacam-se a produção de grãos (o estado é um dos maiores produtores), o pólo comercial e a indústria de transformação nacional. O PIB gerado em 2006 foi de R$ 156 bilhões, o quarto maior PIB entre os estados brasileiros (IBGE, 2008). Esse fato aliado às estruturas que o estado apresenta, faz com que cresça a atração de investidores para essa região. Isso pode ser comprovado através de dados estatísticos que o governo estadual apresenta sobre o investimento privado que nos últimos anos chegaram a R$ 14 bilhões, gerando quase trinta mil empregos no estado (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2008). Visto esse cenário positivo, o governo estadual vem investido na infra-estrutura do estado para beneficiar as empresas e todos aqueles que usufruem da região gaúcha. Uma das ações de planejamento do governo estadual é a implantação de um plano de controle de fluxo viário das rodovias estaduais. Esse plano está sendo realizado através do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Estado do Rio Grande do Sul (DAER/RS), e tem o objetivo de efetuar avaliações do desempenho das rodovias. Através dessas avaliações, pode ser verificada a possibilidade ou a necessidade de construção de novas pistas, novas propostas para pavimentação e também fornecer dados para o dimensionamento de pavimentos de obras, projeto geométrico, projeto de sinalização e restauração. O DAER/RS possui um histórico de contagem de tráfego anterior a 1965, mas que ao longo desse tempo sofreu alguns processos de estruturação. Dessa forma, as coletas de cobertura realizadas pelo estado podem ser divididas em épocas com características distintas, que são apresentadas a seguir: • Contagens de 1965 a 1992: Segundo Machado (2004) as contagens realizadas nessa época visavam fornecer elementos necessários aos setores de projeto e planejamento do DAER/RS. O levantamento era feito de forma manual, sendo que o número de postos nessa época variou de 232 (1970) a 16 284 (1983 a 1985). Além disso, eram classificados em três categorias distintas: o Categoria A: funcionavam uma vez por mês durante 24 horas. o Categoria B: funcionavam uma vez por mês durante 16 horas (das 6 às 22 h). o Categoria C: funcionavam uma vez por trimestre durante 16 horas (das 6 às 22 h). As contagens serviam para coletarem dados como o volume diário médio, composição percentual do tráfego, volume horário de pico, densidade para passageiros e carga. Os veículos eram classificados do seguinte modo: o Veículos de passeio: automóveis, utilitários, automóveis com reboque. o Coletivos: ônibus e micro ônibus. o Carga Leve. o Carga Média. o Carga Pesada. o Carga Ultra Pesada. Além desse processo de contagem, a Polícia Rodoviária Estadual também realizava contagens nas épocas de verão de maneira mecanizada com o auxilio de cabos pneumáticos ou manuais seletivas, sendo que essa última era realizada pela equipe da Seção de Estatística de Tráfego da Superintendência de Programação. • Contagens de 1992 a 1995: A partir de 1992, foi adotado um novo modelo para os levantamentos das contagens. Mas foram mantidos os mesmos objetivos e o mesmo sistema de classificação do período anterior, e também eram realizadas de forma manual. Em 1995, porém, houve a suspensão completa da coleta rotineira de dados (MACHADO, 2004). 17 No período de 1992 a 1995, os postos sofreram modificações referentes à suas categorias, passando a existir apenas duas: Posto padrão: No total de 43, foram localizados nas principais rodovias e tinham a finalidade de registrar o tráfego de longa distância e de volume mais elevado, e, era considerado de forma representativa dos postos a eles vinculados. As contagens eram realizadas uma vez ao mês num tempo de 24 horas. Posto vinculado: Eram considerados nesse grupo todos os demais postos da rede, que totalizavam 200, os quais tinham função de realizar contagens uma vez por trimestre durante 16 horas (das 6 às 22h). Esses postos deveriam estar vinculados a um Posto Padrão que tivesse características similares dentro de uma micro-região. • Contagem atual – 2008: O DAER/RS, que a longas datas vem fazendo o controle do fluxo de tráfego, no ano de 2008, começou a realizar uma reestruturação em seu programa de contagem. Dessa maneira, estabeleceuse quatro formas de coleta: três coletas de cobertura e uma proveniente de postos permanentes, sendo que os postos de cobertura são classificados em: 1. Posto de contagem sazonal: trata de um posto de contagem de cobertura para rodovias com comportamento de grande volume de carga sazonal e serve para definir o comportamento dos trechos enquadrados nos postos semestrais e anuais. O objetivo desse posto é definir os fatores de expansão diário e semanal. Para isso, a freqüência das coletas será de quatro vezes ao ano, com duração de 24 horas durante sete dias. 2. Posto de contagem semestral: esse posto realizará uma contagem secundária, com a função de aferir se as expansões retiradas dos postos sazonais podem ser utilizadas para fazer o estudo dessas rodovias. A contagem que também será de cobertura, deverá ser realizada duas vezes ao ano e durante 16 horas de um determinado dia. 18 3. Posto de contagem anual: será um posto de contagem de cobertura considerado num nível terciário, pois as contagens que serão realizadas serão de apenas uma vez ao ano e durante 16 horas em um único dia com o objetivo de se ter uma estimativa do fluxo viário daquela rodovia. Nesses postos de coleta de cobertura, todos os tipos de contagem são realizadas de forma manual, constituída por pesquisadores responsáveis pela operação dos equipamentos de contagens. 2.2.4 Santa Catarina Em relação ao estado de Santa Catarina, a importância de se possuir dados das rodovias do estado se dá pelo fato da economia se basear principalmente na agricultura, indústria e turismo, atividades essas que demandam um eficiente sistema de transportes. Além disso, o estado é um dos maiores exportadores do país e tem como sede algumas das maiores empresas do Brasil, como a Sadia e a Perdigão, no setor alimentício e a Weg, maior fabricante de motores elétricos do mundo, por exemplo. Santa Catarina em 2005 possuía o 7º maior PIB do país (IBGE, 2008) e uma população de 5.866.568, sendo a 11ª maior dentre os estados brasileiros (IBGE (1), 2008), embora seja um estado de proporções médias, com uma área de 95.346,181 (IBGE (2), 2008). No Estado de Santa Catarina, as contagens de tráfego eram realizadas pelo extinto Departamento de Estradas e Rodagens do estado de Santa Catarina (DER-SC) desde 1976, onde os dados eram coletados seis vezes ao ano, ou seja, a cada dois meses. Essas contagens tinham duração de três dias consecutivos ao longo de 24 horas, de forma que no decorrer de um ano todos os dias tenham sido cobertos, pelo menos uma vez. Dessa forma, eram realizadas dezoito coletas por ano em cada um dos pontos pré-definidos que foram distribuídos em todo o território. No ano de 2006, porém, uma nova sistemática de contagem foi introduzida, onde a responsabilidade pelas coletas de tráfego ficou a cargo do Departamento Estadual de Infra-Estrutura (DEINFRA), órgão que foi resultante da fusão do DER com o Departamento de Edificações e Obras Hidráulicas (DEOH). Para o órgão, o 19 conhecimento dos dados de tráfego é necessário para fins de estudos de tráfego, tais como: • Conhecimento das sazonalidades das regiões para que seja possível estimar o crescimento do tráfego, para que com isso possa-se prever o tráfego futuro. • Possibilidade de influenciar o tráfego através de ações que tenham como o objetivo eliminar pontos de congestionamento, por exemplo. • Adequação das características dos sistemas de transportes às características reais do trânsito. • Fixação de redutores de velocidade em trechos que se mostram necessários. Sendo assim, estabeleceu-se uma metodologia de contagem de tráfego, onde os postos permanentes e os de cobertura iriam complementar uns aos outros, sendo esses últimos denominados subordinados e os permanentes, representativos. Os principais objetivos das coletas de cobertura são: • Possibilitar a determinação dos fatores de curvas anuais (FCA). • Determinação dos coeficientes de transformação utilizados para a estimativa dos volumes específicos levando em consideração os volumes coletados em dias normais da semana. • Determinação dos volumes em dias normais da semana, através da relação com os volumes dos postos permanentes. Para uma coleta de cobertura que seja o mais aproveitável possível, o DEINFRA/SC faz algumas recomendações, tais como: • Analisar a melhor opção em relação ao custo-benefício: é claro que quanto maior o número de coletas de cobertura e a freqüência em que elas ocorram mais confiáveis os dados se mostrarão. No entanto, também é importante que se despendam o menor número de recursos, seja financeiro ou humano. Dessa forma, determinar a menor quantidade de postos, mas que ao mesmo 20 tempo abranjam maiores informações possíveis não é uma tarefa fácil, mas é importante. • Deve-se evitar que as coletas sejam realizadas em épocas de festividades ou comportamento anormais de tráfego, salvo haver necessidade para tal. • As contagens em fins de semana devem ser realizadas na mesma época que aquelas realizadas em dias normais da semana. Dentre este contexto, a entidade estabeleceu o seguinte plano de contagem de cobertura: • Janeiro a Fevereiro: nesse período, há duas formas de coleta: a primeira consiste em três contagens com duração de treze horas (das 06:00 às 19:00 horas), nos dias normais da semana (terça, quarta e quinta feira), dando preferência às terças-feiras. Já na segunda forma, são realizadas duas contagens também de treze horas, mas aos domingos, onde uma delas ocorre um domingo anterior à primeira contagem e a outra em um domingo após a terceira coleta. • Abril a maio: igualmente à descrita anterior. Há ainda, conforme necessidades e/ou recursos disponíveis, a possibilidade de se realizar coletas de cobertura em outras épocas do ano, bem como nos outros dias da semana. Em relação à contagem classificatória, o DEINFRA/SC assume que a composição do tráfego ao longo dos anos pouco se altera, e por esta razão, grande parte das contagens são apenas volumétricas, uma vez que há dados históricos relacionados à composição que podem ser utilizados e que há equipamentos que coletam apenas o volume. Dessa forma, não há a necessidade de aquisição de novos equipamentos. 2.2.5 São Paulo Com uma população de aproximadamente 40 milhões, o estado de São Paulo configura entre o maior estado do país. Além disso, é a terceira unidade 21 administrativa mais populosa da América do Sul, ficando atrás apenas do próprio Brasil e da Colômbia (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO). Com um PIB que representa mais de 30% do Brasil, o estado é considerado o “motor econômico” do país. Pelas vias do estado circula grande parte do tráfego do país. Dentro deste contexto, o Departamento Estadual de Rodagens do estado de São Paulo (DER/SP), com o objetivo de administrar e manter de forma eficiente os mais de 22.000 quilômetros de estradas estaduais, implantou um sistema de coleta de dados de tráfego há mais de trinta anos. Nessa época, as contagens eram realizadas de forma manual em 614 pontos de coleta. Após a concessão de alguns lotes de rodovias, o número desses pontos de coleta passou para 500, tendo em vista que a responsabilidade das contagens desses trechos seria agora das próprias concessionárias. Porém, durante dez anos (1994-2004) as contagens foram interrompidas, devido à redução do número da efetiva mão-de-obra. Em 2005, porém, com o objetivo de reimplantar seu plano de contagem, o estado realizou uma contagem de cobertura com o intuito de atualizar as informações de tráfego, em 505 postos. Assim o estado foi decomposto em três lotes de controle de contagem, conforme pode ser visualizado na figura 1. Figura 1 - Lotes do sistema de contagem e controle de tráfego Fonte: Araújo et. al., 2006 22 A contagem em cada um desses lotes foi realizada de duas maneiras, conforme descrito a seguir: Três dias de duração: a mecanizada foi realizada das 0:00h de terça-feira até as 24:00h da quinta-feira e a manual, das 7:00h às 19:00h. Sete dias de duração: a mecanizada realizada das 0:00h da segunda-feira até as 24:00h do domingo e a mecanizada também das 7:00h até as 19:00h. Lotes Lote 01 Lote 02 Lote 03 Tipo de Postos de Contagem Sete dias Três dias 26 132 23 157 24 143 Total 158 180 167 Tabela 1. Número de postos de contagem por lotes no estado de São Paulo Fonte: Araújo et. al., 2006 Os postos de coleta citados anteriormente foram situados em trechos homogêneos com o mesmo perfil de tráfego, cuja localização se deu através da identificação histórica feita pelo DER/SP. Assim, os postos de coleta de três dias foram vinculados aos postos que fazem a coleta de sete dias, de forma que esses últimos foram distribuídos de forma homogênea na malha rodoviária, em função da posição geográfica e do tipo de oferta do sistema rodoviário. A locação para a instalação dos pontos de contagem se fez por meio da elaboração de croquis esquemáticos, complementados com cadastramento fotográfico e levantamento de informações adicionais, como infra-estrutura de apoio. Isso porque umas das definições do DER/SP é que o local não poderia se distanciar mais que dois quilômetros do ponto definido originalmente como local do ponto de contagem. Além disso, os pontos de instalação não poderiam apresentar ocupação lindeira de característica urbana, pois descaracterizaria o fluxo de tráfego de caráter rodoviário, que é o objetivo principal de contagem. Assim, para realização das contagens automatizadas foram utilizados contadores instalados com laços detectores eletro magnético embutidos no pavimento da rodovia, ou por meio de laços de detectores pneumáticos. 23 No local dos postos que realizaram as contagens, foram feitas contagens de 12 horas ininterruptas, das 7:00 as 19:00h, dentro do período de contagem, efetuadas sempre 3ª, 4ª ou 5ª feira, com o objetivo de produzir fatores de correção para classificação dos veículos comerciais, entre ônibus e caminhões, não identificados pelos equipamentos automáticos, como também para a autenticação das contagens mecanizadas, tendo sido admitida uma variação máxima de 5% para mais ou para menos. Assim a determinação do VMD foi realizada através da aplicação dos seguintes fatores: • Fatores semanais: representam a relação da soma do volume de tráfego da 00:00 h da 3ª feira à 24:00 hs da 5ª feira com o total da semana, • Fatores mensais: representam a relação do volume de tráfego total de cada mês sobre o volume total do ano. Dessa forma, foi criado um modelo com esses fatores de expansão a qual se aplicam para as coletas de três dias o fator de expansão semanal para determinar o volume semanal, o mensal e o anual. Esse modelo foi gerado a partir da análise da série histórica do volume de tráfego nas praças de pedágio do estado de São Paulo, pois nessas praças são realizadas contagens volumétricas classificadas durante todos os dias do ano, permitindo a visualização da variação do volume e a composição do tráfego. 2.2.6 Tocantins O estado do Tocantins, localizado na região norte do país, devido à necessidade de um maior acompanhamento da movimentação de algumas rodovias estaduais, implantou um programa de coleta de dados das mesmas. A necessidade surgiu a partir da construção de uma estrada de ferro, denominada Ferrovia Norte-Sul, que liga os estados de Goiás com o Maranhão, passando por Tocantins, modificando dessa forma o movimento das rodovias lindeiras à ferrovia. A grande maioria dessas rodovias apresentava um trânsito local, mas que se modificaria passando a abrigar um tráfego interestadual. 24 Dessa maneira, com o objetivo de analisar e monitorar o tráfego nas rodovias do estado, o Departamento de Estradas e Rodagens do Tocantins (DERTINS), implementou um plano de contagem de tráfego, para que fosse possível realizar análises e estudos, principalmente relacionados à capacidade das vias, para se certificar que as mesmas teriam capacidade de suportar a demanda crescente na região. As contagens começaram a ser realizadas em novembro de 2008, em 285 pontos onde foi coletado o volume classificado em cinco categorias: • Moto. • Veículos de passeio. • Veículos de carga leve. • Veículos de carga médio. • Veículos de carga pesado. A duração das contagens variou conforme a representatividade dos trechos perante a movimentação de veículos, ou seja, nos trechos mais movimentados a duração das contagens era maior. Assim, houve cinco durações de contagens: • Postos permanentes: Foram cinco trechos que se julgaram os mais importantes da região, e são apresentados na figura 2. • Postos sazonais: são cinco pontos que tem duração de 90 dias, mas pretende-se no ano de 2009 implantar mais 20 postos sazonais. • Postos de coletas de cobertura: com coletas manuais e mecanizadas, as coletas de cobertura possuem as seguintes durações, também variando conforme a importância e necessidade de cada trecho: 1 semana, 24 horas e 4 horas. 25 Figura 2 - Postos de contagem permanente do Tocantins Fonte: Adaptado de SECOM/TO (2008) Além disso, também foram realizadas pesquisas de origem-destino (OD) em treze trechos, que representam 95% do movimento de carga nas rodovias estaduais do Tocantins. 2.3 Outros países Assim como no item anterior, neste são apresentados procedimentos de coletas de cobertura realizados em alguns países, sendo que a grande maioria das informações aqui relatadas é baseada em um estudo denominado Highway Performance 26 Monitoring System (Sistema de Monitoramento do Desempenho do Tráfego), no qual são apresentadas tecnologias e programas de monitoramento de tráfego de alguns países europeus. Esse estudo foi realizado pela Federal Highway Administration (FHWA, 1997). A FHWA é uma secretaria do departamento de transportes do governo federal dos Estados Unidos, que tem a função de monitorar e manter atualizadas tecnologicamente todas as estradas do país com o objetivo de torná-las mais segura possível para os viajantes (FHWA, 2008). As informações relacionadas à Argentina, por sua vez, foram coletadas no site do governo argentino. 2.3.1 Argentina A Dirección Nacional de Vialidad (DNV - Direção Nacional de Estradas) é o departamento regulamentado para administrar tudo o que se relaciona com as rodovias nacionais da Argentina, sendo que em meados de 2000, e com a criação de agrupamentos jurisdicionais denominados de Centros de Controle de Tráfego (Ce.Co.T.) distribuídos em todo o território nacional, se estabeleceu uma nova organização funcional para a coleta de dados. Os Ce.Co.T são grupos de trabalho com funções específicas, composta por profissionais treinados para executar todas as tarefas existentes no posto. Cada uma das sedes de controle de tráfego é responsável por um distrito, o qual dependendo da extensão terá uma ou mais Unidades de Operação (U. de Op.). Uma das principais funções dos Ce.Co.T é de receber dados do tráfego se sua U. de Op., analisá-los e abastecer o Sistema en Línea de Información de Tránsito (DNV, 2008). Uma das formas de coleta de dados realizada é de coleta de cobertura, onde em todos os trechos que não existam uma estação permanente de contagem, são realizadas essas coletas, que tem uma duração de dois dias. A capacidade operacional da DNV permite realizar 500 coletas de cobertura por ano, mediante uma distribuição dos locais de contagens, onde a previsão é para que em todos os trechos sejam executadas quatro contagens anuais (DNV, 2008). Com a aquisição de novos equipamentos, o DNV além de medir os volumes de tráfego de veículos, também registra o tipo, velocidade e direção dos mesmos. 27 Através dessas informações são estimadas os valores de VMDa dos trechos pesquisados. As coletas de cobertura desses trechos são disponibilizadas numa versão de acesso público pelo próprio site da DNV. A figura 3 apresenta as informações sobre as coletas de uma rodovia, a qual também traz informações sobre o distrito a qual essa pertence, os limites do trecho, o VMDa, a classificação dos veículos por categoria e velocidade estimada. Figura 3 - Apresentação de TMDA de uma coleta de cobertura. Fonte: DNV (I). 2.3.2 Alemanha – BASt A Alemanha com uma superfície de 356.854 km², e uma população de cerca de 82,6 milhões de pessoas, é uma das economias mais desenvolvidas e o país com maior população da Europa (Europa, 2008). Sendo assim, o país deve dispor de um eficiente sistema de tráfego que lhe permita uma alta mobilidade de produtos e pessoas. Para a obtenção e coleta de dados de tráfego, o governo federal alemão oferece suporte operacional ao estado para a rede nacional de rodovias e é responsável por coletar os dados necessários para o projeto, planejamento e manutenção daquele sistema de estrada. A coleta de dados é realizada pelo BASt, que também é responsável pela produção nacional de estatísticas de tráfego. 28 Neste contexto, o sistema de contagem de tráfego da Alemanha possui quatro formas de coletas, sendo três permanentes e uma através de contagens de cobertura, no qual cobre 48.250 locais, cada qual sendo contado de seis a oito vezes durante o ano. As rodovias com volumes esperados de VMDa de mais de cinco mil veículos são contadas oito vezes por ano, e rodovias com tráfego menor são contadas seis vezes. As contagens manuais têm duração de quatro horas, e normalmente são realizadas no período da tarde, embora também sejam contados veículos durante duas horas da manhã para um número limitado de locais que possuem alto volume de tráfego. Os dias de contagem são os mesmos para todos os locais e incluem dois dias de semana, dois domingos, e dois feriados. Os locais que são contados oito vezes também são observados em duas sextas-feiras. Em rodovias com menor tráfego, são coletados dados sem levar em consideração o tipo de pista ou direção de fluxo. Em rodovias com tráfego maior, múltiplas equipes coletam dados por pista e por direção. A tabela seguinte apresenta o formato do programa de contagem manual. Tipos de contagem Dias da semana que são realizadas Horas do dia no qual são realizadas Número total de contagens e horas anuais Postos de contagens Rodovias com VMDa > Rodovias com VMDa ≤ 5.000 veículos/dia 5.000 veículos/dia Contagens não Contagens direcionais direcionais • 2 dias úteis • 2 dias úteis • 2 sextas-feiras • 2 domingos • 2 domingos • 2 feriados na semana • 2 feriados na semana Postos de contagens adicionais Contagens direcionais • • • • 2 dias úteis 2 sextas-feiras 2 domingos 2 feriados na semana 15:00 h – 19:00 h (Adicionalmente, em dias úteis: 7:00 h – 9:00 h) 15:00 h – 19:00 h 06:00 h – 22:00 h 8 contagens (36 horas anuais) 6 contagens (24 horas anuais) 8 contagens (128 horas anuais) Tabela 2. Programa de contagem manual da Alemanha Fonte: Adaptado de FHWA, 1997 O tráfego de fins de semana e feriados é contado com a finalidade de se obter dados de viagens recreativas, que mostrem variações sazonais. Todas as contagens horárias são utilizadas para se estimar os volumes médios diários de tráfego anuais. 29 A contagem manual além de informar o volume de tráfego, analisa as características do fluxo e classifica os veículos em sete classes, instituídas por autoridades alemãs, que são: 9 Bicicletas. 9 Motocicletas. 9 Carros. 9 Ônibus. 9 Caminhões pequenos: que transportam menos de 3,5 toneladas. 9 Caminhões grandes: que transportam mais de 3,5 toneladas. 9 Combinações de caminhões. Na Alemanha, as contagens manuais são utilizadas no processo de expansão, onde os dados coletados são utilizados para realizar estimativas de VMDa. A figura 4 mostra as duas etapas para esse processo de expansão. 30 Figura 4 - Procedimento para expansão de dados de contagens horárias na Alemanha Fonte: Adaptado de FHWA, 1997 As contagens de quatro horas são convertidas inicialmente a estimativas diárias utilizando os fatores obtidos nos sistemas de contagens permanentes. Estas estimativas de volumes diários são então combinadas por um processo de médias ponderadas que estima a média para condições anuais. Os fatores utilizados para converter as contagens de quatro horas em estimativas anuais são baseados nas seguintes condições: 9 Classificação da rodovia. 9 Dia da coleta de dados. 31 9 Região do país. 9 Categoria do veículo. Percebe-se que na Alemanha há um grande número de contadores permanentes, com os quais as contagens curtas podem ser associadas, de forma que a possibilidade de associar uma contagem curta específica a um fator conhecido é alta, o que é considerado um fator muito positivo no plano de contagem do país. 2.3.3 França A França tem 59,6 milhões de habitantes distribuídos em 550.000 km² de área (Europa, 2008). Seu sistema rodoviário inclui 35.000 km de rodovias nacionais, 350.000 km de rodovias regionais e 560.000 km de outras estradas. Tais rodovias transportam 90 % de todas as viagens de passageiros e 70 % de todo o transporte de cargas do país. Aproximadamente 50 % das viagens rodoviárias são realizadas no sistema nacional de rodovias (FHWA, 1997). O plano de contagem da França utiliza três programas de coletas de dados, sendo que todos eles utilizam postos de contagem permanente e coletas de cobertura. Esses programas são denominados: 9 Índice da evolução do tráfego nacional. 9 Recenseamento permanente do tráfego. 9 Estudo da composição do tráfego nacional. Para abastecer as informações de tráfego, há 4.000 locais monitorados quatro vezes a cada dois anos, onde cada sessão de monitoramento tem cobertura de uma semana, que ocorre uma vez em cada um dos quatro períodos: 9 Fevereiro a abril. 9 Maio, junho ou setembro. 9 Julho ou agosto. 32 9 Outubro a dezembro. As semanas aleatórias são selecionadas para cada período de contagem e os dados são então fatorados para estimar a média anual. Os fatores são escolhidos com base em uma análise técnica de conjunto, em que os testes padrões observados ao longo das quatro semanas de contagens são comparados com dados similares tomados dos locais de contagens permanentes. Os franceses indicam uma precisão de 4% a 10% nesta técnica de estimativa de tráfego anual. O estudo da composição do tráfego nacional é feito a cada cinco anos como parte de um trabalho da União Nacional para monitorar e relatar as viagens européias. Sua intenção inicial é estimar o uso de veículos de carga nacional, isto é, a relação entre a frota francesa e a estrangeira. Tradicionalmente, os dados para este programa de contagem têm sido coletados manualmente, mas para o trabalho mais recente de contagem usou-se as estações de monitoramento de tráfego SIREDO, complementadas por uma amostra limitada de contagens manuais, para fornecer os dados do país de origem. Essas contagens manuais são realizadas em 270 locais, contados manualmente por doze períodos de uma hora em ambos os sentidos para fornecer a informação do número de veículos pelo país de origem, isto é, o país que realizou o emplacamento do veículo. Além disso, a contagem realizada é classificatória, abrangendo sete classes (carros, caminhões leves, ônibus, caminhões de três, quatro, cinco, seis ou mais eixos). 2.3.4 Holanda A Holanda possui geografia plana e alta densidade populacional. O país tem aproximadamente 15 milhões de pessoas, 106.000 km de estradas e 6 milhões de veículos. A população gera aproximadamente 130 milhões de VKT com veículos de passeio, 25.800 milhões de VKT através de transporte público e 14.300 milhões de VKT com bicicleta. Devido a sua localização na costa Atlântica e seus portos excelentes, a Holanda é um centro de embarcação e transporte, no qual o Porto de Rotterdam é um dos mais movimentados no mundo. As contagens de tráfego são executadas pelas autoridades através de uma combinação de contagens automatizadas e manuais. A maioria dos dados de 33 tráfego na Holanda é coletada a partir de detectores de laços indutivos instalados em locais permanentes, sendo que há aproximadamente 300 locais de monitoramento do tráfego nos quais são coletados dados periodicamente. Os dados coletados incluem volumes, velocidades, ocupação de faixas e classificações veiculares. Os veículos são ordenados em três categorias, baseadas em suas extensões: carros (que medem menos de 5,4 metros), caminhões leves (medem entre 5,4 e 11,5 metros) e caminhões pesados (com comprimento maior de 11,5 metros). A velocidade média e o desvio padrão da velocidade são calculados para as três classes veiculares, sendo que tais locais armazenam dados por aproximadamente um mês, que são transmitidos ao escritório central. As contagens são realizadas fixando-se temporariamente os laços indutivos, sendo que como resultado destes esforços, as estradas rurais possuem uma boa coleta de dados. 2.3.5 Reino Unido O sistema de transportes do Reino Unido é fortemente influenciado pela densa utilização de terra e população elevada do país. O resultado destas características é que, apesar de terem médias nacionais similares aos de outros países europeus na posse de carros e em milhas viajadas, o Reino Unido experimenta um dos mais altos níveis de congestionamentos dentre os países europeus. No Reino Unido, os sistemas de rodovias do País de Gales, da Escócia e da Irlanda do Norte são controlados separadamente da Inglaterra. O estudo da FHWA foi centrado somente sobre o levantamento de dados na rede de rodovias inglesa. Na Inglaterra, o levantamento de dados de tráfego é conduzido por três níveis do governo para diferentes finalidades. Os três níveis são: • Programa de coleta de dados do Central Transport Group (CTG Grupo Central de Transporte): As contagens sazonais são realizadas em 12.000 trechos de rodovias principais e em 1.500 locais na rede de rodovias secundárias, onde são feitas contagens de curta duração de 12 horas. O CTG também conduz um programa restrito à coleta do tempo de viagem no sistema nacional de rodovias. A coleta de dados é executada por um número de contratantes privados, abrangendo 34 corredores específicos de cada rodovia. Cada trecho é examinado oito vezes por ano, cobrindo quatro períodos em ambos os sentidos da pista. • Coleta de dados regionais e municipais: As contagens da curta duração são conduzidas para propósitos de coletas de cobertura e para prover informações de projeto, como dados exigidos para finalidades de projeto ou de operação. Em algumas regiões, somente certos locais operam com contadores permanentes o ano todo, enquanto no restante é realizada contagem semi-permanente. Nesses locais, são coletados dados por um período de quatro a seis semanas. Cada local semi-permanente é contado duas vezes por ano. Além dos dados do volume nestes locais, o escritório oficial também coleta dados de classificação dos caminhões, baseados nos comprimentos dos veículos. O equipamento coleta dados em quatro categorias de comprimento, cujos limites são ajustados pela região e não fazem parte de um padrão nacional. As categorias pretendem primeiramente distinguir veículos pesados de veículos leves. Estas contagens são complementadas por um número limitado de contagens manuais que fornecem informações mais específicas do veículo. A região de Londres também realiza uma pesquisa do tempo de viagem recorrente, conduzida a cada três anos. A pesquisa mede tempos de viagem de porta a porta por diferentes modais e fornece estimativas atualizadas de tempos de viagens comparativos por modalidade. • Transport Research Laboratory (TRL - Laboratório de Pesquisas em Transportes): hoje privatizado, o TRL conduz uma grande parcela da pesquisa do Departamento de Transportes, mas não sendo mais uma agência governamental. A maioria do trabalho do TRL é ainda para o governo, embora uma parcela seja conduzida para autoridades locais, setor privado e nações em desenvolvimento. Dessa forma, a coleta de cobertura é utilizada apenas para os projetos específicos que podem ser usados para propósitos gerais. 35 De um modo geral, o Reino Unido não conduz coletas manuais extensivas para comparar o número de viagens internacionais com viagens nacionais. Isso ocorre devido ao fato de se ter um número limitado de pontos de entrada no país. Os Ingleses confiam nas estatísticas dos pontos de entrada em cruzamentos de canais através das balsas e do túnel do Canal da Mancha para determinar o tráfego. Além de ser mais econômico do que contagens manuais, este sistema também permite determinar quantos veículos registrados no Reino Unido viajam para outros países europeus. Entretanto, um tipo especial de contagem manual é apontado especificamente para a entrada de caminhões com registros estrangeiros para viagens comerciais dentro do Reino Unido, isto é, veículos comerciais estrangeiros que apanham e entregam o frete no Reino Unido. 2.3.6 Suíça A Suíça é o destino de muitos viajantes europeus e passagem para pessoas e bens que se deslocam da França e da Alemanha para a Itália. As áreas produtivas da Suíça (32.500 km2) são servidas por 71.000 quilômetros de rodovias e por 5.400 quilômetros de linhas de trem. Os 7,1 milhões de habitantes possuem 3,3 milhões de carros e 50 % das pessoas possuem bicicletas. Todos os anos, 60 milhões de veículos estrangeiros entram no país. O departamento de rodovias federais é responsável pelo sistema nacional suíço de rodovias, entretanto, os proprietários e os operadores reais da rede são os cantões (estados) em que as rodovias ficam situadas. As responsabilidades do monitoramento de tráfego são compartilhadas pelo governo nacional, pelo cantão e pelos governos municipais. O departamento nacional de rodovias é responsável por coletar dados do sistema de rodovia nacional, mas o esforço real do levantamento de dados é conduzido primeiramente com contadores automatizados que são instalados e mantidos pela equipe de funcionários ou pelos contratantes privados dos cantões, que assim como os municípios são responsáveis pelo levantamento de dados em seus próprios sistemas de rodovias. O Departamento Nacional de Rodovias executa diversas atividades rotineiras, de monitoramento contínuo para dados de tráfego, dentre as quais estão as coletas de 36 cobertura de curta duração, distribuídas geograficamente, como parte do esforço de monitoramento de viagem. Além disso, os suíços participam no programa da União Européia, que realiza uma contagem veículos a cada cinco anos para dados de viagens nacionais e internacionais de rodovias. Estas coletas, denominadas de contagens “UNO”, são executadas manualmente. Para o levantamento de dados do UNO, 470 locais são contados em cinco dias diferentes no ano. A contagem de cada dia consiste em diversos períodos de contagens curtas, que totalizaram seis horas por dia em dias úteis e quatro horas por dia nos domingos. Os dados coletados pelo programa UNO incluem volumes e classificações veiculares por hora, assim como a diferenciação entre veículos estrangeiros e veículos suíços registrados. As contagens do UNO classificam os veículos em seis categorias, que são: 9 Motocicletas. 9 Carros. 9 Caminhonetes / vans (< 3.5 toneladas). 9 Caminhões de carga unitária. 9 Caminhões com combinações de carga. 9 Ônibus. Ainda há a coleta de dados de tráfego realizada pelos cantões. A seguir são apresentadas algumas informações das coletas de cobertura feitas nos cantões de Zurick e Bern, onde para ambos o esforço para levantamento de dados é separado do levantamento nacional. 2.3.6.1 Zurick Em Zurick, há 248 locais de coletas de cobertura, no qual o cantão possui 30 equipamentos eletrônicos móveis para o levantamento de dados. A parte eletrônica de tais equipamentos é transportada até o local de coleta de dados e são 37 conectados aos laços indutivos instalados na pista. Os contadores são deixados em cada local por um período mínimo de duas semanas por ano e são coletados dados durante o ano todo, pois os laços existentes permitem o levantamento de dados sob quaisquer circunstâncias de tempo. Em locais onde são necessários dados para uma finalidade específica, a parte eletrônica do equipamento para o levantamento de dados pode ser deixada no local por até um ano todo. Os dispositivos do levantamento de dados de Zurick normalmente usam sensores de duplos laços indutivos para coletar dados em três categorias, conforme o comprimento do veículo: 9 Menores de 5 metros (carros). 9 Entre 5 e 8 metros (caminhões leves). 9 Maiores de 8 metros (caminhões pesados). As contagens de curta-duração são ajustadas para estimar as condições anuais médias. Cada local nos quais as contagens de curta-duração são realizadas é classificado de acordo com as características de cada um dos seis grupos seguintes: 9 Tráfego de longa distância. 9 Tráfego de longa distância, com viajante de bilhete mensal (pedagiadas). 9 Rodovias com viajante de bilhete mensal (pedagiadas). 9 Tráfego local. 9 Tráfego regional. 9 Tráfego recreacional. O cantão executa um micro-censo a cada quatro anos para fornecer detalhes adicionais de viagens para esforços de modelagem e atividades de planejamentos gerais. O micro-censo inclui perguntas sobre o número de viagens feitas, a extensão, o tempo e o modal de transporte utilizado. 38 Um grande esforço é realizado para monitorar o fluxo de tráfego dentro e fora da cidade, assim como o volume do fluxo de tráfego tangencial às rotas radiais principais e do centro de Zurick. O número de veículos que cruzam as pontes sobre os rios é monitorado também. Estes esforços ajudam os legisladores e planejadores a determinar o sucesso das políticas projetadas para incentivar uma interação mais eficiente do uso do solo e reduzir o impacto ambiental negativo oriundo do transporte. 2.3.6.2 Bern O programa de contagem de tráfego de Bern é de várias maneiras, similar ao de Zurick. Os locais nacionais de contagem permanente são complementados pelos locais de contagem que satisfazem as exigências específicas do cantão. O cantão de Bern coleta dados para o anuário, de duas semanas ou períodos mais curtos (dependendo das necessidades específicas) em um número de locais fixos para contagem. Estes dados são usados para calibrar e validar o modelo de previsão do tráfego denominado EMME II e são complementados pela saída desse modelo. O EMME II é usado para prever a eficácia de várias estratégias de controle de tráfego. Como em Zurick, a equipe de funcionários de Bern conduz muitos esforços especiais no levantamento de dados do tráfego para fornecer os dados indispensáveis para as necessidades políticas. Os esforços especiais incluem a coleta dos movimentos selecionados de pedestres e ciclistas (contados manualmente), bem como estudos de congestionamentos e filas. 2.4 Comparações entre os procedimentos de contagens de cobertura dos países abordados Com o intuito de verificar as diferenças e semelhanças entre as coletas de cobertura realizada nos países europeus abordados no capítulo, a tabela a seguir apresenta um resumo com dados quantitativos referente às mesmas, tais como: extensão da malha, quantidade de coletas de cobertura, duração, freqüência, entre outras variáveis que se mostraram importantes para o trabalho. Procurou-se coletar todas 39 as informações possíveis, mas algumas não constavam no relatório da FHWA, sendo que por esta razão, existem campos da tabela em branco. Extensão da malha (km) Postos de contagem de cobertura Duração Freqüência Dias Alemanha França Holanda 550.000 945.000 106.000 48.250 4.000 300 4 horas 1 semana 6 (VMD < 5000) a 8 vezes/ano (VMD > 5000) • 2 dias úteis. • 2 domingos. • 2 feriados na semana. • 2 sextas-feiras 4 vezes a cada dois anos • Fevereiro a Abril. • Maio, Junho ou Setembro. • Julho ou Agosto. • Outubro a Dezembro. (para os trechos com VMD > 5000). Departamento responsável Outras contagens de cobertura Tabela 3. Bundesanstalt für Straßenwesen (BASt) Reino Unido (Inglaterra) Suíça 71.000 13.500 12 horas 8 vezes/ano 470 6 horas em dias úteis e 4 horas nos domingos 5 dias diferentes a cada 5 anos Administração de Rodovias Central Transport Group (CTG) Programa da União Européia (UNO) Estudo de composição do tráfego nacional (em 270 locais, em 12 períodos de 1 hora a cada cinco anos). Coleta de dados regionais e municipais: Contagem de quatro a seis semanas, duas vezes por ano. Transport Research Laboratory (TRL): Há coletas de cobertura para projetos específicos. Coleta de dados de tráfego realizada pelos cantões (cada um independente do outro). Tabela comparativa das coletas de cobertura de alguns países Na tabela, o que se destaca é o grande número de locais no qual a Alemanha realiza a contagem de cobertura, totalizando 48.250 contagens todos os anos, embora a duração das mesmas seja a mais curta dentre todas. Além da Alemanha, 40 a Inglaterra também apresenta um grande número de locais de coletas: 13.500. Pela tabela 3, pode-se perceber que os procedimentos adotados nos países são muito diferentes uns dos outros, o que mostra que não há um padrão ideal a ser cumprido, onde cada nação estabelece o seu padrão de acordo com as necessidades, e principalmente a renda disponível para esse fim. 41 3 EQUIPAMENTOS DE CONTAGEM EXISTENTES Para este capítulo foram pesquisados no mercado alguns aparelhos contadores especialmente desenvolvidos ou que também podem ser utilizados para contagens de cobertura. Os resultados desse estudo estão apresentados nos itens que seguem. 3.1 ADR A American Traffic S.A. - ATSA é uma empresa sediada em Buenos Aires, capital da Argentina, que é especializada na área da detecção, contagem, triagem e pesagem dinâmica de veículos. Além de fornecer os equipamentos, a empresa fica responsável pela instalação, operação e integração das informações de trânsito aos centros de transmissão de dados remoto. Ainda presta consultorias técnicas e treinamento de pessoal para a utilização dos equipamentos e software para a coleta de dados e do processamento de informações. Nos dois itens subseqüentes são apresentadas informações que dizem respeitos a três aparelhos comercializados pela ATSA para coleta de cobertura: o ARG 500, o ADR 1000 e o ADR 2000. Essas informações estão disponibilizadas na seção de produtos e serviços da home page da empresa ATSA (2008). 3.1.1 ARG 500 O ARG 500, um equipamento portátil, desempenha funções de contagem e classificação automática de veículos. Suas configurações são realizadas mediante um teclado e display integrado ou através de um computador com o software correspondente diretamente em campo. Os tipos de dados que podem ser obtidos através da utilização deste equipamento são: volume e sentido de faixa, classificação do veiculo de acordo com a velocidade e distância entre eixos. 42 Figura 5 - ARG 500 Fonte: ATSA, 2008 O ARG 500 é abrigado em um gabinete resistente à água e agüenta variações de temperatura de -20°C a + 60°C. Faz a contagem de até 200 veículos por segundo e tem uma autonomia de trinta dias. A capacidade de armazenamento de dados é de 32 megabytes, e tem saída USB para a passagem dos dados. O software utilizado para a configuração e o processamento das informações utiliza a plataforma operacional Windows e é disponibilizado pela própria empresa fornecedora do equipamento. Além disso, através do software é possível que o usuário importe e exporte tabelas e banco de dados. 3.1.2 ADR 1000 Também se trata de um equipamento portátil em que obtêm informações sobre contagem e classificação dos veículos passantes de acordo com o esquema definido pelo usuário. Os dados que podem ser coletados para cada veículo são: velocidade, comprimento, classificação por eixo, headway e gap, além de gerar o volume de faixa e sentido. Todos os dados coletados são armazenados no cartão de memória removível do aparelho. 43 Figura 6 - ADR 1000 Fonte: ATSA, 2008 O aparelho é resistente a intempéries e é totalmente compatível com o ADR-2000 e do ADR-3000, operando da mesma maneira em base Windows. Sua configuração pode ser feita no local através do teclado integral inteligente ou por aparelho remoto, no caso de um computador com software apropriado ou um coletor de dados de mão. Assim, o equipamento permite fazer tomadas nas faixas horárias entre 1, 2, 5, 6, 10, 30 e 60 minutos, 2, 3, 6, 12 e 24 horas em tempo real, com períodos de estudo 6, 12, 24 horas, 2, 4, 7 dias. E ainda permite a configuração de quatro períodos diários pico. Já a coleta de dados, ocorre por conexão direta manual ou por um polling automático usando telemetria de campo com conexão via modem. 3.1.3 ADR 2000 O aparelho ADR – 2000 é um aparelho portátil que além da função básica de contagem, possui também a função de classificação veicular definida de acordo com as necessidades do operador. O equipamento pode apresentar oito especificações para cada veículo, como por exemplo, velocidade, comprimento e distância entre eixos. Os dados que serão apresentados por veículo vão depender das configurações pré-estabelecidas do usuário ao iniciar o sistema de contagem. 44 Figura 7 - ADR 2000 Fonte: ATSA, 2008 A operação do equipamento nos postos de contagem pode ser combinada pela instalação de um sistema composto por dois sensores indutivos (espiras) e um sensor de pesagem, que deverão ser embutidos no pavimento da via e vinculados ao equipamento alojado em uma cabine para proteção a intempéries. Caso sejam utilizados os sensores Peek Traffic – AMP BL sensor classe II, de 1,8m a 3,6m de comprimento, fornecidos pela própria empresa, a instalação no pavimento da pista deverá ser mediante a utilização de selador com resina base epóxi para os sensores de pesagem e, para os sensores indutivos, selador de base asfáltica. A disposição dos sensores deve ocorrer na seguinte ordem: sensor indutivo – sensor de pesagem - sensor indutivo. Deverá também, ser feita manutenção no máximo a cada dois anos e caso os fios sensores apresentarem qualquer orifício exposto, esse deverá ser devidamente tratado com epóxi de baixa viscosidade. Também deverá ser testada a capacidade e resistência dos mesmos. Essa combinação de sensores permite classificar os veículos em função da quantidade de eixos e a distância entre eles. Os dados de saída do sistema são: 9 Data e hora que o veículo passou pelos sensores; 9 Identifica o tipo de veículo de acordo com a classificação pré-programada; 9 Informa o valor do peso do veículo; 9 Informa a distância entre eixos e a largura do veículo; 45 9 Informa a velocidade em km/h; 9 Gap e Headway; No caso de pesagem em movimento em que o sistema deverá ser composto por sensores de espira e de pesagem do tipo WIM, o ideal é adotar os sensores Peek Traffic - Linguini, Classe I, de 3,60 m de comprimento, vinculados ao ADR – 2000. A instalação e a manutenção deverão ser iguais aos sensores Peek Traffic – AMP BL sensor que foram apresentadas anteriormente. Segundo as normas da American Society for Testing and Materials (ASTM) para 95% de confiabilidade dos dados, as tolerâncias devem estar de acordo com as seguintes margens: 9 Peso por eixo - ± 30 % 9 Peso do grupo de eixos - ± 20 % 9 Peso bruto - ± 15 % 9 Distância entre eixos - 150 mm; 9 Velocidade - 2 km/h. As informações coletadas pelo equipamento podem ser lidas em tempo real desde que o computador receptor tenha devidamente instalado o software para a leitura desses. 3.2 SOMA Equipamento eletrônico de classificação e contagem de veículos, fabricado pela empresa SOMA – Sousa Machado Equipamentos Ltda. que coleta dados de tamanho, velocidade e quantidade de veículos que passa na via, e isso, permite várias combinações de análise em diversas categorias. 46 Figura 8 - FOCO F9 – Central do equipamento Fonte: SOMA, 2008 A base do funcionamento se dá pela emissão de um feixe de sinal de microondas projetado sobre a rodovia de forma invisível e com baixa intensidade, e devido a isso, o aparelho deve ser instalado lateralmente ou em cima da via de rolamento o que evita o rompimento do pavimento para instalação de sensores. Esse processo possibilita a contagem em rodovias não pavimentadas por causa do seu modo de instalação, pois toda parte de sensores se encontra na central do equipamento e o esquema abaixo mostra o funcionamento desse sistema. Figura 9 - Esquema de instalação e detecção do equipamento FOCO F9 Fonte: SOMA, 2008 47 O aparelho opera numa faixa de temperatura entre -25 °C até +75 °C com uma resolução métrica de 1 km/h. Nessas condições é capaz de detectar veículos numa faixa de velocidade de 3 a 199 Km/h e de tamanho de 0,5 a 25,5 m. Para isso os sensores devem obedecer a certo limite de inclinação, que é recomendado para o ângulo horizontal tangente a curva algo em torno de 45° e o ângulo vertical de afastamento da rodovia entre 30° a 90°. A instalação do FOCO F9 deve seguir as seguintes recomendações: • Sobre o ponto de localização para instalação do aparelho, esse deve estar posicionado em um trecho retilíneo da rodovia e livre de obstáculos; • Caso a opção de instalação se de mediante a fixação do aparelho em um poste, esse deve estar em boas condições, principalmente em relação à inclinação e sustentação. Recomenda-se que a distância entre a pista e o ponto de fixação (DV) do equipamento não ultrapasse 4,5m e fique numa altura mínima de 4,0 m (HS); • Ajustar os ângulos verticais e horizontais de posicionamento do equipamento; • Caso seja feita a opção de painéis solares para manter o equipamento em funcionamento, esse deve ser instalado no mesmo poste de fixação do aparelho FOCO F9, mas em uma altura superior. O suporte com os painéis deve estar ajustado de forma a receber maior insolação, por isso deve ser corrigido durante a mudança dos solstícios de inverno e verão; Figura 10 - Indicação do melhor posicionamento para instalação do FOCO F9 Fonte: SOMA, 2008 48 Figura 11 - Indicação do afastamento (DV) da via e altura (HPS) Fonte: SOMA, 2008 Figura 12 - Indicação da altura (HS) do aparelho e o campo dos feixes sensores Fonte: SOMA, 2008 A remoção de dados pode ser feita no local por meio de um laptop ou por transmissão automática e remota em intervalos de tempo programáveis. Assim, a base receptora de ter instalado o software para receber os dados do contador, no qual faz o processamento em base Windows gerando relatórios de acordo com as necessidades a serem analisadas. 3.3 MetroCount O equipamento MetroCount 5600 é um equipamento de coleta de dados de tráfego que opera com duas mangueiras de ar e é alimentado por um conjunto de baterias alcalinas (substituíveis) que lhe dão uma autonomia de 290 (duzentos e noventa) dias de coleta contínua de dados. A Unidade de Processamento, montada sobre uma estrutura de PVC é totalmente a prova d’água. A comunicação de dados com a Unidade de Processamento Central é feita através de uma porta de comunicação padrão RS-232 e de um software de comunicação. Para proteção mecânica contra choques involuntários o equipamento possui uma caixa de aço inoxidável que o protege quando operando na pista. 49 Um conjunto de LED’s fornece o estado operacional do equipamento indicando para seu operador o estado do equipamento assim como o estado dos sensores a ele acoplado. Isso permite que o operador com uma simples visualização decida se deve ou não atuar no equipamento. Uma vez instalado, o mesmo opera totalmente no modo automático não exigindo qualquer ação adicional para a captura dos dados. O equipamento possui quatro estados de operação: o Inativo: neste estado o equipamento não captura dados, mas mantém armazenados os dados previamente capturados. o Ativo: o equipamento assume esse estado de operação sempre que ele é configurado para uma operação. Neste estado, o equipamento conta os eixos que passam pelos sensores além de executar todas as ações préprogramadas durante o processo de configuração. Ele permanece neste estado de operação até que seja solicitada a transferência dos dados capturados ou sua memória se esgote. Ainda nesta condição se nenhum eixo for detectado pelo período de uma semana o equipamento automaticamente retorna para o estado “Inativo”. o Transferindo: neste estado, o equipamento está transferindo os dados armazenados em sua memória para um PC. o Espera: neste estado, o equipamento está em condições de receber configurações e/ou comandos. O equipamento possui um conjunto de 3 LED’s que indicam o estado operacional do mesmo e dos seus sensores. 50 Figura 13 - Equipamento MetroCount 5600 LED Piscando a cada 8 ESTADO OPERACIONAL Inativo – permanece neste estado quando o equipamento não está em uso segundos Piscando a cada 2 segundos Aceso Ativo – permanece neste estado enquanto o equipamento está capturando dados Espera – permanece neste estado enquanto o equipamento espera a configuração de dados Transferindo – permanece neste estado Apagado enquanto o equipamento está transferindo dados coletados Tabela 4. LED Aceso Apagado Tabela 5. Estado dos LED central ESTADO OPERACIONAL Sensor Ativo – indica que o sensor está ativo e coletando dados Sensor Inoperante – indica que o sensor está inoperante ou ausente Estado dos LED’s extremos (direita e esquerda) 51 A comunicação de dados com o equipamento é feita através de uma porta de comunicação RS-232 localizada na parte frontal do equipamento. A comunicação é estabelecida através de dois softwares de comunicação: MCSurvey ou MCSetLite. Um cabo de dados de fácil instalação (inserir e girar) não necessita qualquer ferramenta adicional para conexão, facilitando assim o acesso aos dados e a configuração do equipamento. Para introduzir ou transferir dados é necessária a utilização de um PC ou Laptop. O equipamento pode trabalhar com três cartões de memória de capacidades conforme a tabela a seguir. Tabela 6. Memória Total de Eixos 512 K Máximo de 240.000 eixos 1M Máximo de 490.000 eixos 2M Máximo de 990.000 eixos Capacidade dos cartões de memória possíveis de utilização pelo equipamento É importante lembrar que sempre que a memória se esgota o equipamento assume automaticamente o estado “Inativo”, cessando a captura dos dados. O MetroCount 5600 opera com um conjunto principal de baterias alcalinas não recarregáveis tamanho D, comum no mercado, de fácil substituição que dão ao equipamento autonomia (em média 290 dias sem necessidade de reposição) compatível com sua capacidade de armazenamento de dados. O nível de carga das baterias pode facilmente ser visualizado com auxílio dos softwares MCSurvey e MCSetLife. Além destas baterias, o MetroCount 5600 possuí uma bateria de sustentação da memória RAM, que garante a integridade dos dados capturados mesmo quando as baterias principais se descarregam ou são substituídas. Essa bateria de apoio é recarregável e é mantida sempre carregada pelas baterias principais. 52 Antes de substituir as baterias principais, é recomendável extrair os dados armazenados no equipamento. Apesar de o MetroCount possuir uma bateria de apoio à memória RAM, problemas podem ocorrer durante a operação de remoção das baterias velhas e reposição das novas. Esses problemas podem eventualmente corromper e/ou apagar os dados armazenados. Para substituir as baterias, basta abrir a tampa superior do equipamento removendo os seis parafusos com uma ferramenta adequada, remover o conjunto de baterias, instalar o novo conjunto, atentando para a polaridade correta na instalação, fechar a tampa e o processo está encerrado. Sempre que uma substituição de baterias ocorre, ao acessar o equipamento uma mensagem indicará que houve um evento relacionado ao conjunto de baterias, conforme mostra a figura 14. Figura 14 - Indicação da ocorrência de um evento relacionado às baterias Isso é normal e essa mensagem desaparecerá assim que o equipamento for configurado para nova coleta. 3.3.1 Instalação do equipamento O equipamento pode ser instalado de diversas formas, com um ou dois sensores, contudo a configuração mais comum é o uso do equipamento com dois sensores em paralelo, a uma distância de um metro separando os dois. Como o resultado da qualidade dos dados da coleta pode ser afetado por uma série de características do local, é aconselhável que se observe os aspectos a seguir, durante a decisão de qual local instalar o equipamento. 53 o Selecione locais onde a maior parte dos veículos trafegue com velocidade constante. Se possível, evite locais onde os veículos necessitem frear ou acelerar tais como: curvas, aclives ou declives acentuados, controlados por semáforo ou cruzamentos em nível. Lembre que o fato de frear ou acelerar sobre as mangueiras pode removê-las ou ainda danificá-las. o Evite locais onde ocorram congestionamentos e conseqüentemente veículos permaneçam estacionados sobre as mangueiras. o Garanta que o tráfego dos veículos ocorra perpendicular aos tubos evitando a instalação em locais de mudança de via de rolamento. Da mesma forma, evite instalar em locais de ultrapassagem permitida. o Minimize a ocorrência de ocupação de uma única mangueira evitando locais onde a mudança de faixa ou ultrapassagem é facilitada. o Procure um local seguro para proteger equipamento e o operador, dando preferência para locais onde haja árvores ou construções de alvenaria. Para a coleta de dados em pistas bidirecionais o melhor método é instalar uma unidade para cada sentido. Isso garante maior precisão na coleta do volume, classificação e determinação da velocidade dos veículos passantes. Figura 15 - Pista bidirecional – melhor configuração Não existe nada que impeça que a coleta dados em uma rodovia bidirecional seja feita com um único equipamento. Isso por que a probabilidade de um veículo cruzar com outro sobre o sensor é muito pequena e, portanto a perda de dados não 54 alteraria a média coletada. Assim a configuração a seguir também pode ser utilizada nesta condição. Figura 16 - Pista bidirecional – configuração alternativa Para pistas unidirecionais com mais de uma faixa, o uso de um equipamento por faixa é o mais utilizado. Figura 17 - Uso correto para pistas unidirecionais com múltiplas faixas Quando o sensor de uma unidade é colocado sobre duas ou mais faixas de rolamento de tráfego de mesmo sentido, o resultado de múltiplos eixos de veículos leves passando simultaneamente sobre o sensor pode ser interpretado como sendo um veículo pesado. Por esse motivo, não se deve usar a configuração da figura 18. 55 Figura 18 - Configuração não recomendada Para vias unidirecionais com mais de duas faixas este equipamento não é adequado. Para uma correta e segura instalação é aconselhável levar ao local os seguintes equipamentos: o Uma marreta de no mínimo 1 kg, martelo de borracha (opcional). o Um pé de cabra de no mínimo 80 cm. o Tesoura. o Alicate. o Giz branco ou lápis crayon de cera. o Trena e/ou metro. o Equipamentos de proteção individual EPI, para proteção das mãos, pés e olhos durante o processo de instalação. Em relação à preparação dos sensores serão utilizados os seguintes acessórios: o Trava de aço. o Cinta de couro. o Pregos de aço. o Fita adesiva. 56 Os procedimentos para a preparação dos sensores são descritos a seguir. 1. Caso as mangueiras de ar não estejam cortadas, corte-as de forma que seu comprimento seja suficiente para cobrir toda a faixa a ser monitorada, mais toda a extensão do acostamento (se houver) e ainda uma folga suficiente para manter o equipamento protegido do tráfego. As mangueiras devem ter exatamente o mesmo comprimento. Mangueiras de tamanhos diferentes podem alterar os dados da coleta apresentando resultados errados. 2. Coloque em uma das pontas de cada mangueira uma ou duas travas de aço e fixe-as torcendo a trava e passando a mangueira pelo buraco conforme mostram as figuras 19, 20 e 21. Figura 19 - Inserir a extremidade da mangueira na alça de aço da trava Figura 20 - Torcer a alça da trava de forma a criar um oito e inserir a ponta da mangueira na alça criada Figura 21 - Empurrar a trava e puxar a extremidade da mangueira de forma que a trava de aço fique a aproximadamente 50 cm da ponta da mangueira 3. Para arrematar e selar a mangueira deve-se dar dois nós bem apertados na ponta da mangueira conforme figura a seguir. 57 Figura 22 - Arremate a mangueira dando dois nós em sua extremidade Para a instalação dos sensores, alguns procedimentos devem ser tomados. Os mesmos encontram-se descritos a seguir. 1. Prepare duas mangueiras de mesmo tamanho. 2. Estenda uma mangueira perpendicularmente ao eixo da rodovia e fixe à extremidade que ficará próxima a extremidade interna da faixa (lado oposto do acostamento). Deste lado ficará a extremidade que foi selada com os nós. 3. Prenda as travas de aço da extremidade com os nós, com auxílio dos pregos de aço (para facilitar a fixação com os pregos de aço, faça antes, com auxílio de uma furadeira de impacto, um orifício de no máximo 4 milímetros de espessura por 4 centímetros de profundidade no pavimento onde será introduzido o prego de aço). 4. Estique a mangueira entre 10 e 15 por cento de seu tamanho e prenda a outra extremidade com auxílio dos pregos de aço conforme descrito no item anterior. 5. Com auxílio de uma trena ou metro, meça e marque no pavimento com o giz ou crayon a distância de um metro para o local que será instalado a segunda mangueira. 6. Prenda a segunda mangueira conforme descrito para fixação da primeira. 7. Certifique-se de que as mangueiras estão paralelas distantes de um metro uma da outra e perpendiculares ao eixo da via. 58 8. Para evitar movimento lateral do sensor quando da passagem dos veículos, divida o espaço da mangueira que ficará sujeita ao tráfego dos veículos em três e marque cada um deles com o giz. Em cada marca prenda a mangueira com a cinta de couro e pregos de aço, conforme figura a seguir. Figura 23 - Para evitar movimentos laterais dos sensores, fixe as mangueiras com a cinta de couro Para finalizar a instalação dos sensores, sobre cada cinta de couro coloque uma tira de fita adesiva de forma que toda a cinta seja coberta e ainda sobre diretamente sobre o pavimento aproximadamente 10 cm de fita que deverá ser comprimida ao pavimento com auxílio da marreta e/ou martelo de borracha. Uma vez que os sensores estejam corretamente instalados e fixados a uma distância de 1 metro, só falta ligar o equipamento aos sensores e configurá-lo para o início das coletas. Para isso, remova a cobertura de aço que protege a unidade de PVC, deslizando para trás e coloque a unidade MetroCount MC5600 junto aos sensores. A seguir ligue as mangueiras aos terminais A e B da unidade e prenda-as no espaço adequado na carcaça de aço e recoloque a cobertura de aço para proteger o equipamento. No terminal A deverá ser conectada a mangueira que primeiro será ocupada pelo veículo que depende exclusivamente do sentido de tráfego que se está querendo monitorar e do lado do qual se instalou o equipamento (canteiro central ou acostamento). Caso seja necessário para garantir essa condição, cruze as mangueiras junto à unidade. 59 A configuração do equipamento é feita com auxílio de um laptop ou desktop e pode ser realizada no escritório ou laboratório, através da aplicação MetroCount Traffic Executive. 3.4 HI-TRAC EMU O HI-TRAC® EMU é um sistema de coleta de dados de tráfego que pode ser configurado como um sistema de pesagem em movimento (SISPESMOV); um sistema contador/classificador de veículos (SISCONCLA) ou um sistema de contagem volumétrica (SISCONVOL). O HI-TRAC EMU fornece, a baixo custo, a capacidade de armazenar dados do fluxo de tráfego sem interromper ou interferir no mesmo, além de detectar e armazenar velocidades de 1 até no máximo 180 km/h. A unidade possui interfaces para operar com sensores piezelétricos e laços indutivos. Os sinais dos sensores piezelétricos são utilizados para calcular o peso por eixo, velocidade e distância entre eixos de todos os veículos que passam sobre o sensor. Os sinais dos laços indutivos são utilizados para medir as mudanças indutivas geradas pela massa metálica (chassi) dos veículos que passam na zona de medição dos laços indutivos. O laço tem sua indutância determinada pelo número de espiras de cobre e tamanho do laço. O HI-TRAC EMU é projetado para operar em uma cabine instalada à margem da rodovia e pode ser alimentado com energia da concessionária local ou por um painel de energia solar associado a um carregador e um conjunto de baterias instaladas no local. Alternativamente, devido ao seu baixo consumo, em locais onde fontes alternativas de energia não são disponíveis, pode ser alimentado por uma bateria de 6 v, por um período limitado de operação. O sistema possui equipamentos instalados no pavimento que são até 4 sensores piezelétricos (classe 1 para aplicações de pesagem e classe 2 para aplicações de classificação) e 8 laços indutivos. Para aplicações de pesagem é necessária a instalação de um termistor no pavimento. Um display LCD de 4 linhas e 20 caracteres, localizado no painel frontal, mostra os dados armazenados do último veículo e, em conjunto com um teclado de membrana 60 de 16 teclas permite facilmente localizar e configurar parâmetros, calibrar o equipamento e executar outras funções. O HI-TRAC® EMU possui em seu painel frontal uma porta serial (RS232) para facilitar a conexão com um laptop. Além disso, através de um conector localizado na parte traseira do painel, outra porta RS232 pode ser conectada através de GSM/GPRS ou modem para permitir o download remoto de dados, viabilizando a transmissão, em tempo real, dos dados de tráfego. Os dados são armazenados internamente em um cartão de memória SRAM. O HITRAC® EMU possui como padrão um cartão de 4MB que pode armazenar os dados de até 400.000 veículos, quando operando no modo pesagem. Opcionalmente cartões de 6 ou de 8 MB podem ser utilizados e são disponíveis como equipamentos sobressalentes. O HI-TRAC® EMU utiliza o Sistema de Compensação de Temperatura (Systems Neural Network Temperature Compensation Algorithm) para continuamente ajustar a compensação de temperatura otimizando a performance e a precisão do sistema. O HI-TRAC® EMU incorpora a função “Advanced Loop Profiling”. Esta função utiliza um algoritmo (Advanced Vehicle Loop Signature Identification Algorithm) para reconhecer e classificar precisamente os veículos. 3.4.1 Configuração local São possíveis várias configurações locais e elas dependem da aplicação que se pretende: o Pesagem em movimento (alta precisão): até duas faixas utilizando sensores piezo classe 1 com sensores configurados Piezo-Loop-Piezo (PLP) por faixa. o Pesagem em movimento (baixa precisão): até quatro faixas utilizando sensores piezo classe 1 com sensores configurados Loop-Piezo-Loop (LPL) por faixa. 61 o Contagem/classificação com detecção de eixo: até duas faixas utilizando sensores piezo classe 2 com sensores configurados em PLP. Esta configuração permite a detecção de bicicletas em ambiente de tráfego misto. o Contagem/classificação com detecção de eixo: até quatro faixas utilizando sensores piezo classe 2 com sensores configurados em LPL. o Contagem/classificação sem detecção de eixo: até quatro faixas com sensores configurados Loop-Loop (LL). o Contagem volumétrica: até 8 faixas com um único sensor Loop ou até 6 faixas na configuração N+1. O HI-TRAC® EMU também pode ser configurado para classificar diferentemente bicicletas e motocicletas; para classificar segundo perfil do veículo e dependendo da aplicação, uma função “Monitor de Evento” pode ser incorporada. 3.4.2 Princípios de funcionamento O sensor piezelétrico gera uma carga elétrica de saída proporcional à pressão aplicada pelo eixo do veículo ou roda passando sobre o sensor. A carga elétrica é convertida em tensão elétrica pelo HI-TRAC® EMU. Esta tensão elétrica é monitorada pelo HI-TRAC® EMU e usada para detectar um eixo. A amplitude do sinal fornece a indicação do peso do eixo. Com a configuração PLP, os sensores piezelétricos são instalados distantes 3 metros entre si sobre o leito da via. O laço indutivo é um quadro de dois metros. O laço indutivo fica simetricamente instalado entre os dois sensores piezelétricos na faixa de rolamento. O intervalo de tempo entre a detecção do mesmo eixo pelos dois sensores piezo fornece a velocidade do veículo. A distância entre cada par de eixos do veículo é calculada através dos tempos em que os eixos foram detectados e a velocidade do veículo. Para aumentar a precisão, este valor é a média dos resultados obtidos pelos dois sensores. 62 O valor da indutância no laço instalado no pavimento varia quando um veículo passa sobre ele. Isto provoca uma mudança no circuito detector do HI-TRAC® EMU. Esta mudança é monitorada pelo equipamento e utilizada para determinar quando um veículo está ocupando o sensor. O tamanho do veículo é determinado pelo intervalo de tempo em que o laço foi ativado pela massa metálica do veículo. O perfil desta mudança é também utilizado para classificar o veículo (Loop Pofiling Function). O laço indutivo é utilizado também para distinguir quando o movimento sobre ele termina, ou seja, quando o veículo passou totalmente sobre ele. Isto é feito quando o sinal de saída do laço é desativado. Neste instante o HI-TRAC® EMU considera que o último eixo foi detectado pelo primeiro sensor piezelétrico (isto é o primeiro sensor no sentido da direção do tráfego). Neste instante é determinado o número de eixos do veículo. Quando duas os mais faixas são monitoradas com sensores, o HI-TRAC® EMU tem capacidade para determinar e armazenar os dados dos veículos que trafegam sobre a faixa de divisão de duas faixas adjacentes. Um algoritmo “Bicycle Detection Algorithm” utilizado pelo HI-TRAC® EMU permite distinguir bicicletas e motocicletas em um ambiente de tráfego misto. O HI-TRAC mede a distância entre as rodas, a velocidade e o valor do sinal elétrico para distinguir bicicletas e motocicletas. Com a configuração LPL, dois loops de 2 metros quadrados são instalados distantes entre si de 2,5 metros. Nesta configuração, o sensor piezo está instalado simetricamente entre os dois loops, que são utilizados para calcular a velocidade dos veículos através do intervalo de tempo decorrido entre a ativação dos mesmos. O sensor piezo adicional fornece a medida da distância entre eixos. O princípio de operação do laço indutivo se baseia na medição da variação da indutância do laço provocada pela massa metálica do veículo quando passado sobre o sensor. Esta mudança é processada e utilizada para calcular a velocidade do veículo, seu comprimento, tempo de ocupação do sensor e consequentemente o índice de ocupação da via. O sinal do loop é também utilizado pelo HI-TRAC® EMU para 63 determinar o tamanho do chassi e como um detector de final de veículo para distinguir os veículos passando sobre ele. Com a configuração LL, dois loops com dois metros quadrados são instalados distantes entre si de 2,5 metros. Estes loops são utilizados para calcular a velocidade dos veículos através do intervalo de tempo decorrido entre a ativação de cada laço. Estes tempos são utilizados também para determinar o comprimento do veículo e o final do veículo para distinguir os veículos passando sobre eles. Com a configuração de um simples laço, isto é, um loop instalado em cada faixa de rolamento, o HI-TRAC® MEU é utilizado para contagem de volume de tráfego. A configuração N+1 evita a dupla contagem de veículos trafegando entre faixas. 64 4 METODOLOGIA A SER ADOTADA 4.1 Introdução Conforme exposto no Produto 2: Relatório de Localização dos Postos Permanentes, produto este integrante do presente projeto, a figura 24 apresenta a localização dos 189 postos permanentes que integrarão o novo Plano Nacional de Coleta de Tráfego. Vale ressaltar que houve algumas mudanças relacionadas às localizações dos postos permanentes daquelas apresentadas no Produto 2, onde referidas mudanças foram estabelecidas em acordo com o DNIT e o Labtrans/UFSC. O conhecimento dessa localização se mostra importante uma vez que os trechos abrangidos pelos postos permanentes não terão a necessidade de se realizar coletas de cobertura. Além disso, no processo de determinação dos fatores de expansão eles podem ser analisados para expandir os volumes de tráfego dos trechos com coletas de cobertura. Como pode ser observado nas figuras 24 e 25, todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal são abrangidos pelos postos permanentes. Além disso, a intenção de se mostrar as rodovias concedidas se dá pelo fato de que nas mesmas a concessionária responsável deve manter um programa de contagem de veículos. Sendo assim, com exceção de eventual necessidade dos órgãos governamentais em realizar uma coleta, não haverá a necessidade de se coletar dados nestes trechos. 65 Figura 24 - Localização dos postos de contagem permanente Fonte: Labtrans Neste contexto, a tabela a seguir apresenta as seguintes extensões das rodovias federais por estado: as planejadas, pavimentadas e não pavimentadas, rodovias concedidas e em processo de concessão e dos trechos a serem abrangidos por postos de contagem permanente. Vale salientar que os valores apresentados são aproximados, e tem três fontes: DNIT (rede planejada, pavimentada e não pavimentada, além da extensão dos trechos do PNV), ABCR (Extensão da rede concedida) e Labtrans (rede PNCT). Além da tabela, a figura 25 apresenta a malha 66 rodoviária federal salientado os trechos pedagiados e aqueles abrangidos pelo PNCT. Região UF Rede Rede Rede Não Rede Rede Planejada Pavimentada Pavimentada Concedida PNCT RO AC AM RR Norte PA AP TO Subtotal MA PI CE RN PB Nordeste PE AL SE BA Subtotal MG ES Sudeste RJ SP Subtotal PR SC Sul RS Subtotal MT MS CentroGO Oeste DF Subtotal Total Tabela 7. 91,3 443,7 3.673,3 259,0 2.516,0 193,4 335,9 7.512,6 981,6 1.854,5 1.088,2 251,1 375,2 219,3 93,3 97,5 5.154,7 10.115,4 6.312,4 537,3 886,8 5.326,3 13.062,8 2.831,4 1.278,1 2.966,2 7.075,7 1.939,6 760,6 2.576,5 115,7 5.392,4 1.363,3 948,1 461,0 933,0 1.666,5 342,1 1.457,5 7.171,5 3.268,2 2.351,6 2.181,6 1.388,0 1.228,1 2.512,8 746,6 314,3 4.975,9 18.967,1 10.193,7 985,7 1.587,4 1.109,9 13.876,7 3.298,8 2.144,4 5.353,1 10.796,3 3.401,2 3.500,6 3.350,9 240,1 10.492,8 507,4 231,4 2.020,0 668,3 3.029,3 678,9 905,9 8.041,2 100,0 196,1 318,8 153,1 65,2 106,0 77,0 0,0 1.092,8 2.109,0 1.236,6 138,8 33,5 0,0 1.408,9 134,8 141,6 381,9 658,3 837,4 289,0 292,0 0,0 1.418,4 43.158,9 61.304,4 13.635,8 0,0 118,3 28,2 37,3 31,2 280,4 21 63,2 579,6 226,4 60,4 169,5 100,3 42,7 212,4 48,2 29,1 306,7 0,0 1.195,7 499,2 936,6 187,9 1006,3 143,7 937,2 16,8 2.442,7 1.230,7 393,4 102,8 535,9 239,7 744,8 344,2 1.674,1 686,7 121,7 567 349,1 10,4 0,0 1.048,2 4.116,8 4.740,9 Extensões das rodovias federais por estado Fonte: DNIT, 2008 Se analisarmos a rede pavimentada e a PNCT de cada região, ou até mesmo de cada estado, percebe-se que elas estão relacionadas de certa forma, ou seja, os 67 estados que apresentam a maior rede de rodovias pavimentadas também são aqueles que apresentam a maior cobertura do PNCT, dentro de cada região. Figura 25 - Localização dos postos de contagem permanente Fonte: Labtrans 68 4.2 Definição da freqüência, duração e localização das coletas de cobertura As coletas automatizadas de cobertura que irão integrar o no PNCT tem o objetivo de registrar velocidade, volume e composição (classificatória) do tráfego, sendo que elas têm como finalidade subsidiarem projetos rodoviários específicos de tráfego ou de restauração. Através de análises que levaram em consideração as necessidades e as restrições orçamentárias, ficou estabelecido entre os técnicos do DNIT e do Labtrans que serão realizadas, a cada ano, 42 (quarenta e duas) contagens por lote, cada uma delas com duração prevista de 3 (três) dias, perfazendo um total de 210 (duzentos e dez) trechos do PNV. A localização dessas coletas se dará conforme as necessidades de planejamento e operação da malha rodoviária, sendo que elas também deverão subsidiar o remanejamento dos postos permanentes. Além disso, se houver a necessidade, o DNIT poderá solicitar outras contagens de cobertura, além das 42 mencionadas. 4.3 Definição dos requisitos dos aparelhos móveis Os aparelhos contadores a serem utilizados no PNCT deverão ser definidos através de uma licitação a ser realizada pelo DNIT para aquisição dos mesmos. Dessa forma, estabeleceu-se alguns requisitos que os aparelhos deverão possuir para que possam ser utilizados no PNCT. Esses requisitos são apresentados a seguir. Os contadores de tráfego do tipo móvel devem possuir um alto grau de portabilidade para ser deslocado em função das necessidades quanto aos postos de cobertura, e deverão ser capazes de coletar no mínimo os seguintes dados: Data. Hora. Comprimento do veículo. Classificação do veículo. 69 Intervalo de tempo entre veículos. Faixa de tráfego. Sentido de tráfego pesquisado. Velocidade. Para as contagens classificatórias, os equipamentos deverão classificar os veículos conforme as seguintes classes: Veículos de passeio. Veículos comerciais de dois eixos, efetuando a distinção entre ônibus e caminhões. Veículos comerciais de três eixos, efetuando a distinção entre ônibus e caminhões. Combinações de veículos de carga de quatro eixos, com uma unidade rebocada. Combinações de veículos de carga de cinco eixos, com uma unidade rebocada. Combinações de veículos de carga de seis eixos, com uma unidade rebocada. Combinações de veículos de carga de seis eixos, com duas unidades rebocadas. Combinação de veículos de carga de sete eixos, com duas unidades rebocadas. Combinação de veículos de carga acima de sete eixos, com duas unidades rebocadas. Além disso, o equipamento instalado deverá discriminar as combinações de veículos de carga segundo as configurações certificáveis pela Resolução nº 211/2006 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e Portaria 086/2006 do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). O equipamento ao classificar automaticamente os veículos conforme as categorias apresentadas acima, deverá fazê-lo com um erro 70 menor que ±5% para cada categoria, tendo em vista a composição do tráfego por faixa, ou por conjunto de faixas até o número máximo de 4 (quatro) faixas. Ainda espera-se que eles possam enviar automaticamente, no máximo a cada vinte minutos, os dados armazenados no intervalo. No caso de o sistema de transmissão de dados se encontrar indisponível por problemas de qualquer ordem, o equipamento deverá enviar os dados armazenados no próximo horário programado. Independentemente do sistema empregado para a geração ou coleta, os dados deverão ser fornecidos em discos óticos do tipo CD-ROM ou DVD, para arquivamento. Além disso, os equipamentos utilizados deverão manter a sua operação normal sem prejuízo da continuidade da pesquisa, durante a transmissão de dados. O sistema deverá permitir a coleta de dados de duas maneiras: em períodos pré-programados, por meio da utilização de tecnologia de transmissão disponível, ou caso indisponível em áreas mais remotas, através de coleta manual feita por técnico habilitado que, junto ao equipamento de armazenagem e por meio de computador portátil, copiará os registros e encaminhará sem processamento ao DNIT. Os equipamentos utilizados deverão possuir fonte de alimentação autônoma com capacidade mínima para 48 horas de operação, sem redução de sua capacidade de detectar e capturar os dados de tráfego, podendo armazenar no mínimo 10(dez) dias de operação contínua, sem perder quaisquer dados. Para efeito de cálculo de capacidade de armazenagem, deve-se considerar como capacidade máxima de tráfego 2.000 (dois mil) veículos/hora por faixa para o horário de pico e 800 (oitocentos) veículos/hora em média, para um máximo de 4 (quatro) faixas de tráfego em uma mesma pista e/ou sentido. A instalação do aparelho de cobertura numa rodovia requer alguns cuidados especiais, além dos que são adiante indicados para a coleta em geral e a determinação do local exato para esta instalação deve cumprir alguns requisitos, a saber: • Permitir que os veículos possam desenvolver velocidade normal. 71 • O pavimento esteja em boas condições assegurando a correta instalação de sensores e impedindo, desse modo, que estes venham a ser danificados, com a conseqüente perda de informações. • As condições físicas da via reúnam requisitos tais que a instalação do equipamento não gere condição de risco para os veículos e pedestres que transitam no local. • A instalação deve preservar o meio ambiente principalmente no que se refere á vegetação e recursos hídricos existentes no local. • Preferencialmente o local deve apresentar condições que permitam que os veículos trafeguem com velocidade normal sem que haja interferências nas velocidades praticadas tais como veículos pesados à frente reduzindo a velocidade e comprometendo o fluxo normal do tráfego. • Haja sinalização viária adequada, facilitando e ordenando o tráfego de veículos no local. • Preferencialmente isenta e/ou protegida do trânsito de pedestres e ou veículos com tração humana ou animal. • Não haja paradas de ônibus, para se evitar retenção de veículos próximo ao local de classificação. • Não haja pólo gerador de tráfego que interfira no fluxo normal dos veículos. 72 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância em se obter dados de tráfego é evidente quando há a necessidade em se realizar estudos sobre viabilidade de implantação ou aumento da capacidade de rodovias, estudos sobre acidentes, projeções de matrizes de origem-destino, dentre outros inúmeros estudos. Mas a coleta de dados permanentemente em todos os trechos se mostra financeiramente inviável devido aos altos custos associados. Dessa maneira, as coletas de cobertura vêm como um incremento ao banco de informações de tráfego das rodovias federais brasileiras, e foi o objeto de estudo do presente relatório, que apresentou os procedimentos utilizados nessas contagens por alguns estados brasileiros e outros países. Através da análise desses procedimentos, foi possível perceber que tanto os estados, como os países utilizam procedimentos extremamente diferentes uns dos outros, onde cada nação estabelece o número de postos, a freqüência e duração de acordo com suas necessidades e/ou recursos disponíveis. Sendo assim, no âmbito do PNCT, decidiu-se que a localização das contagens de cobertura se dará pelas necessidades do próprio DNIT, que pode mudar no decorrer dos anos que irá vigorar o plano, sendo que serão estabelecidos 42 pontos de coleta em cada um dos lotes. Espera-se, assim, que as coletas de cobertura, além de incrementar o sistema de informações de tráfego, sirvam para realizar as expansões através dos dados coletados nos postos permanentes. 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCR. Associação Brasileira de Concessionárias das Rodovias. Disponível em: http://www.abcr.org.br/conc/index.php. Acesso em: outubro de 2008. ARAÚJO, M.R; CARVALHO, W.M; BERNAR, C.A.G; ALMEIDA, M.M.; MONTEIRO, M.M.; VERNIERS, C.R.; UEDA, Y.; DEMARCHI, S.H.; NAGAO, E.M.; GERSON, L.; NETTO, D.V.V.F; GERMANI, E. Sistema de Contagem e Controle Permanente de Tráfego nas Rodovias do Estado de São Paulo. Estudo de Caso – 37ª Reunião Anual de Pavimentação – RAPv e 11º Encontro Nacional de Conservação Rodoviária – ENACOR. Goiânia, 2006. ATSA. American Traffic S.A. Disponível em: http://www.americantrafficsa.com.ar/. Acesso em 21 de julho de 2008. DNIT. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. 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Acesso em 26 de fevereiro de 2008. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: Fonte: http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo. Acesso em: 03 de março de 2008. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de dados do PIB municípios. Disponível ftp://ftp.ibge.gov.br/Pib_Municipios/2005/Banco_de_Dados. em: Acesso em: 21 de fevereiro de 2008. IBGE (1). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem da população 2007. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/default.shtm. Acesso em: 14 de fevereiro de 2008. IBGE (2). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estados @. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=sc. Acesso em: 24 de janeiro de 2008. LIMA, L.C. e MOREIRA, M.E.P. Plano de Contagem de Tráfego na Malha Rodoviária do Estado do Ceará. Anais do IX ANPET – Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. Volume I. São Carlos – SP, 1995. MACHADO, Cláudio Eduardo Pereira. Pesquisa de Tráfego Rodoviário - Conceitos, Metodologias, Orientações e sua Evolução no Estado do Rio Grande do Sul. 75 Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004. SECOM/TO. Secretaria de Comunicação do Tocantins. Disponível em: SOMA. Sousa Machado Equipamentos Ltda. Catálogo de Produtos. Florianópolis, 2008. 76