10 princípios
DE ATUAÇÃO PARA EDUCADORES
Introdução
Os princípios a seguir são base para professores e futuros professores que participam de programas de
treinamento oferecidos pelo Clinton Center for Teaching and Learning. Eles também são centrais para
professores que ministram cursos na Clinton Ensino de Negócios.
Os 10 princípios de atuação para educadores estão ligados às boas-práticas utilizadas em programas de
capacitação de adultos nas áreas de negócios. Professores que seguirem os 10 princípios desenvolverão
programas de ensino mais eficientes, ligados à realidade dos alunos. Esses, por outro lado, serão
beneficiados pois participarão de programas desenhados para seu contexto.
Princípios de auto-direção
1. Alunos transitam em diferentes níveis de auto-direção
2. Existem diferentes estilos de ensino, e professores normalmente se apegam à um deles
3. É possível encorajar alunos adultos apenas até certo ponto
Princípios de contexto
4. Alunos têm diferentes papéis na sociedade, e a importância desses papéis varia com o passar do
tempo
5. As disciplinas das áreas de negócios evoluíram a partir de disciplinas de outras áreas
6. O contexto onde um curso está inserido influencia o processo de aprendizagem
7. Na área de negócios, a resposta certa normalmente é temporária (se existir)
8. O potencial do aprendizado informal é subestimado pelos educadores
9. “Alfabetização para a informação” é chave para um aprendizado permanente
Princípio de avaliação
10. A principal responsabilidade por criticar se o aprendizado ocorreu é do aluno adulto
-- -A seguir, detalhamos cada princípio, que são seguidos por algumas perguntas para reflexão.
Princípios de auto-direção
1. Alunos transitam em diferentes níveis de auto-direção Adultos interessados em marketing de varejo
podem gostar de merchandising ou precificação, mas não de logística. Enquanto um vendedor prefere
fazer apresentações para novos clientes, ele pode não ter interesse em preencher o relatório de vendas
que concretiza o negócio. Como os exemplos mostram, a relação de maior ou menor auto-direção ocorre
em áreas que tecnicamente são similares, mas despertam diferentes graus de interesse do aluno.
O quanto um aluno quer/precisa se envolver com a disciplina que você ensina? Quais componentes dessa
disciplina são mais ou menos atraentes para esse aluno?
2. Existem diferentes estilos de ensino, e professores normalmente se apegam à um deles O estilo mais
comum – e normalmente associado aos professores considerados “bons” – é o do professor “engajador.”
Outros estilos comuns são o professor autoritário e o delegador. Por mais que um professor seja fiel à um
estilo – normalmente sem saber –, alunos de diferentes perfis exigem abordagens distintas. A combinação
do perfil do aluno com o perfil do professor é uma das estratégias mais poderosas na educação.
Qual seu estilo de ensino? Você está tratando todos os alunos da mesma maneira?
3. É possível encorajar alunos adultos apenas até certo ponto Mesmo que uma professora utilize os
melhores métodos de ensino, a principal responsabilidade por aprender é do aluno. No caso do ensino de
negócios, alunos diminuem o envolvimento em atividades de aprendizagem quando acreditam que o que
sabem é suficiente para desempenharem papéis na sociedade.
Como você encoraja e incentiva seus alunos? Quando você deixou de encorajar um aluno por achar que
não tinha mais o que fazer ou por pensar que daria muito trabalho?
Princípios de contexto
4. Alunos têm diferentes papéis na sociedade, e a importância desses papéis varia com o passar do
tempo Entre eles, estão o papel profissional, pessoal, de estudante, de lazer, comunidade e família. O
grau de envolvimento dos alunos com esses papéis tem influência direta na aprendizagem: alunos com
filhos e ativos em ações comunitárias são diferentes de alunos solteiros que estão empenhados em papéis
profissionais. A habilidade em considerar esses papéis na hora de desenhar e ministrar programas
contribui para um ensino mais eficiente.
No planejamento e durante suas aulas, você leva em conta o papel dos alunos fora do contexto da escola?
Quais outros papeis são mais presentes na vida de seus alunos?
5. As disciplinas das áreas de negócios evoluíram a partir de disciplinas de outras áreas Marketing utiliza
conceitos dos campos da psicologia, economia, neurociência, entre outros. Operações faz uso da
matemática, lógica e conceitos de produção industrial. Por ser um campo mais recente,
empreendedorismo se apoia em muitas disciplinas, e usa conceitos que alunos adultos já viveram inclusive
em experiências profissionais. Durante a construção de programas de ensino, exercícios e atividades,
considere a experiência anterior dos alunos (tanto profissional, como ex-alunos de outras disciplinas).
Sua aula é totalmente inédita para os alunos, ou é possível que eles já tenham tido contato com o conteúdo
(mesmo que marginalmente)? Como você pode se beneficiar da experiência profissional ou acadêmica
anterior?
6. O contexto onde um curso está inserido influencia o processo de aprendizagem Um curso de finanças
oferecido por uma escola de educação continuada é diferente de um curso de finanças oferecido em uma
pós-graduação: são diferentes os objetivos de aprendizagem, material de apoio, exercícios, avaliações,
coordenação acadêmica, acreditações, etc. Um curso de 30h sobre “direito do consumidor” é diferente
de um workshop de 12h e de uma palestra de 2h, mesmo que sejam oferecidos na mesma instituição,
pela mesma professora. Cursos presenciais e a distância também tem características distintas.
Qual importância você dá ao contexto do curso na hora de preparar suas aulas? Quando convidado a
ministrar o mesmo curso em um formato diferente, você dá prioridade a quais adaptações?
7. Na área de negócios, a resposta certa normalmente é temporária (se existir) O ensino formal de
negócios geralmente está desconectado do contexto profissional dos alunos. Uma sala de aula não é o
mercado, e grupos são compostos por pessoas sem grande afinidade profissional. Exercícios e provas são
elaborados considerando critérios de regulação institucional – das universidades ou agências de
acreditação, por exemplo. Com poucas exceções, o que é ensinado tem como base artigos acadêmicos
escritos por profissionais que atuam em um contexto diferente dos alunos.
Qual seu critério para selecionar conteúdo e elaborar exercícios que desafiem profissionalmente os
alunos? Como você provoca os alunos com dilemas que eles estão vivenciando hoje? Você oferece
diferentes pontos de vista para uma questão, ou normalmente ajuda o aluno a chegar à uma resposta
correta?
8. O potencial do aprendizado informal é subestimado pelos educadores A maior parte da educação
ocorre fora da sala de aula – longe do acompanhamento de professores. Ainda assim, a integração da
experiência real com o conteúdo de cursos está longe de ser ideal. Durante um curso de graduação, por
exemplo, o processo pelo qual um aluno aprende a estudar é mais importante do que o conteúdo
estudado. Nesse contexto profissional, um aluno de TI irá se apoiar mais no modo pelo qual aprendeu a
aprender, já que o que foi estudado provavelmente ficou desatualizado antes do fim do curso.
Você ajuda seus alunos a exercitarem um processo de aprendizagem específico para sua disciplina? Você
dá mais foco na transmissão de informações ou na descoberta de conteúdo ligado ao contexto profissional
do aluno?
9. “Alfabetização para a informação” é chave para um aprendizado permanente Oportunidades de
aprendizado são perdidas quando alunos não sabem buscar, selecionar, sintetizar e apresentar
informações. Cada campo acadêmico possui locais específicos onde informações são armazenadas: livros,
revistas, academic journals, especialistas, artigos, vídeos, etc. Esses campos também têm locais onde
novas informações são transmitidas. Em cursos tradicionais, alunos trabalham com informações
fornecidas pelo professor, em um ambiente controlado. Na prática profissional, entretanto, o
conhecimento é mais desorganizado, difícil de assimilar e retransmitir.
Como você incentiva e orienta os alunos a ficarem atualizados sobre seu campo de atuação? Você ajuda
seus alunos a exercitarem um processo de aprendizagem específico para sua disciplina?
Princípio de avaliação
10. A principal responsabilidade por criticar se o aprendizado ocorreu é do aluno adulto Alunos adultos
– tirando casos especiais – tem discernimento para decidir se o que aprenderam é suficiente para atender
às suas expectativas (entretanto, o tempo para essa auto avaliação pode extrapolar o tempo do curso).
As provas, na maioria das vezes, apenas medem se um aluno memorizou algo por um curto espaço de
tempo. Se um aluno adulto não se dedicou a participar da avaliação que você propôs, considere que ela
está desconectada do contexto do aluno.
Se você fosse desenhar a avaliação ideal, como ela seria? Como utilizar as melhores práticas de avaliação
em seu campo, considerando o contexto do curso? Se você fosse aplicar a mesma avaliação um ano após
a conclusão de um curso, como os alunos se sairiam?
CONCLUSÃO
A lista acima pode ser ampliada, reduzida ou alterada conforme sua experiência como educador(a).
Entretanto, acreditamos que esses 10 princípios de atuação para educadores são base para uma educação
que coloca o aluno e seu contexto no centro do processo de aprendizagem.
Gostaríamos de saber se você se identificou com algum dos 10 princípios. Escreva para
[email protected] e entraremos em contato.
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10 princípios de atuação para educadores de adultos