Participação das famílias na escola: um dilema ou uma meta a ser superada? Muitas escolas expressam o desejo de que as famílias participem mais do processo de aprendizagem dos filhos, acompanhando efetivamente seu desenvolvimento nos estudos. Sabe-se que, na configuração atual da sociedade, as famílias se constituem das mais diversas formas e a característica patriarcal deixa de figurar como padrão. Assim, mulheres são cada vez mais vistas em profissões que costumavam ser exclusivas dos homens. As mães, as quais antes exerciam quase exclusivamente os papéis de zelar pela administração da casa e pela educação dos filhos, passam a ser as mantenedoras de suas casas, assumindo muitas vezes o papel de pai também, sem deixar de lado as atribuições domésticas. Já os pais acostumaram-se a dividir as tarefas, e aqueles que assumiram a criação dos filhos na ausência das mães passam a exercer papéis que, antes, eram atribuídos às mulheres. Ainda não há consenso no que se refere à divisão dos papéis ou tarefas que devem ser realizadas pelos genitores para a educação dos filhos. É preciso muito diálogo e bom senso na relação do casal, mesmo que estejam separados, para que os filhos possam ter um desenvolvimento saudável, considerando os aspectos psicológicos, sociais e educativos. Não obstante, com os direitos a serem assegurados às pessoas de mesmo sexo de adotar crianças, é provável que a escola passe a receber famílias compostas por dois pais ou duas mães. Diante dessas situações, é preciso questionar se a escola está preparada para receber todos os tipos de famílias e se no Projeto PolíticoPedagógico estão contempladas, com clareza, as ações que promoverão o acesso e o acompanhamento que a escola almeja por parte das famílias. Nesse sentido, cabe questionar: Quando os responsáveis devem ser chamados na escola? Apenas quando os filhos apresentam comportamentos indesejados? Ou quando são feitas reuniões que tratam de avisos, anuidades, entre outros, mas que não haja assuntos muito atrativos, que reforcem aos responsáveis o seu papel e o papel da escola? Se a resposta a uma dessas perguntas for “sim”, é preciso reconsiderar e planejar ações que possam atrair as famílias para a escola, mostrando a importância de seu papel na educação dos filhos. Cabe à escola possibilitar aos alunos a construção de conhecimentos, os quais, com a educação recebida da família, propiciarão a atuação desses indivíduos na sociedade de forma participativa, crítica, transformadora e consciente. Dessa forma, com ações bem planejadas, um dos objetivos da escola deve ser o aumento significativo da participação das famílias. Sendo assim, deve ser estabelecida uma meta a ser atingida e, consequentemente, superada. É importante ressaltar que, embora os papéis sejam distintos, a escola e a família devem formar uma equipe, nas quais se percebam os objetivos comuns, buscando atingi-los, especialmente no que se refere à aprendizagem e ao desenvolvimento integral do aluno. Jane Tosin Assessora Pedagógica Editora Positivo/Departamento Pedagógico Para saber mais! POLATO, A. 5 mitos da relação família e escola. Educar para crescer, 23 jan. 2011. Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/familia-escola-educacao502577.shtml>. Acesso em: 6 maio 2013. PORTAL DO PROFESSOR. A participação da família na escola. Edição 4 – Família na Escola. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=63>. Acesso em: 6 maio 2013.