Garantindo o Primeiro Lugar em Exportações de Carne Bovina: Planejamento de Marketing para Alcançar Novos Mercados Roberto Fava Scare Marcos Fava Neves Raquel de Carvalho Nascimento Nayana Carvalho A. Pereira Resumo O mercado mundial da carne bovina vem sofrendo grandes alterações nos últimos anos, devido principalmente a problemas sanitários derivados da “doença da vaca-louca” (BSE) e da febre aftosa. O Brasil foi um dos principais países beneficiados com esses problemas, tendo o maior crescimento de participação nas exportações mundiais nos últimos anos. O salto brasileiro foi de 9% do total de exportações em 1999, para aproximadamente 17,8% em 2003. Além desse fator sanitário, o aumento das exportações brasileiras também deve ser creditado à variação cambial sofrida no período e à importantes ações empresariais. O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a atual situação de mercado e comercialização de produtos derivados da pecuária bovina, analisando dados macroeconômicos e ações de marketing realizadas no cenário internacional pelo Brasil. O artigo também apresenta uma agenda para a cadeia produtiva da carne bovina brasileira, e ações para aumentar a exportações, tanto em volume quanto em valor, sugerindo os responsáveis pela sua realização (governo, frigoríficos, associações de classe, produtores rurais). PALAVRAS-CHAVE: Carne Bovina, Exportações, Coordenação de SAG’s, Novos Mercados, Plano de Marketing Garantindo o Primeiro Lugar em Exportações de Carne Bovina: Planejamento de Marketing em Busca de Novos Mercados 1. INTRODUÇÃO O mercado mundial da carne bovina vem sofrendo grandes alterações nos últimos anos, devido principalmente a problemas sanitários derivados da “doença da vaca-louca” (BSE) e da febre aftosa. Doenças essas que ocorreram em diversos países como Argentina, Uruguai, Reino Unido, Japão e Canadá e recentemente nos Estados Unidos. O Brasil foi um dos principais países beneficiados com esses problemas, tendo o maior crescimento de participação nas exportações mundiais nos últimos anos. O salto brasileiro foi de 9% do total de exportações em 1999, para aproximadamente 17,8% em 2003 (MAPA, 2004). Além desse fator sanitário, o aumento das exportações brasileiras também deve ser creditado à variação cambial sofrida no período e importantes ações empresariais. Tal situação pode ser verificada por meio de exemplos de diversos países que nitidamente trocaram seus fornecedores. O Brasil serviu como alternativa para o fornecimento ameaçado. No final de 2003 foi divulgado nos principais meios de comunicação que o Brasil tornou-se o maior exportador mundial da carne bovina. Porém, os dados oficiais ainda não foram publicados. As informações usadas neste artigo, que não demonstram a liderança brasileira neste mercado, são referentes a estimativas para o ano de 2003. Surge, então, o principal desafio para os exportadores brasileiros que é manter a parcela de mercado adquirida, e mesmo aumentá-la. Isto requer cada vez mais que a carne brasileira deixe de ser “comprada” e passe a ser “vendida”. Os esforços de marketing para a carne brasileira devem estar voltados para garantir que, com a superação da crise dos concorrentes, as parcelas de mercados adquiridas pelo Brasil não sejam reconquistadas por eles. Atualmente, diversas ações estratégicas estão sendo tomadas por empresas brasileiras exportadoras e suas associações, como o caso da ABIEC, por meio do programa denominado Brazilian Beef. Apesar do aumento das exportações da carne bovina brasileira, deve causar preocupação o fato do Brasil não exportar para os maiores importadores, exceção feita à União Européia e mais recentemente à Rússia. Os outros principais mercados importadores não recebem quantidades significativas de carne bovina brasileira, importando principalmente carnes industrializadas, devido à falta de acordos sanitários entre países. 2. OBJETIVOS E MÉTODOS O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a atual situação de mercado e comercialização de produtos derivados da pecuária bovina, analisando dados macroeconômicos e ações de marketing realizadas no cenário internacional pelo Brasil. Visa ainda expor as etapas para a consolidação de um plano de marketing que envolva toda a cadeia produtiva da carne, além de ações necessárias para o aumento do volume e valores das exportações brasileiras de carne bovina. Juntamente com as ações seriam sugeridos os responsáveis por sua realização (governo, frigoríficos, associações de classe, produtores rurais, entre outros). 2 3. ANÁLISE ESTRATÉGICA DO MERCADO MUNDIAL DE CARNE BOVINA Análise dos Mercados O principal mercado consumidor de carnes do mundo é o americano, com um consumo total estimado de 12,74 milhões de toneladas ano (2002). Destacam-se ainda os mercados do Brasil, China, Argentina, Rússia e México, todos acima de 2 milhões de toneladas ano. Outro fundamental mercado é o da Comunidade Européia representando 7,5 milhões de toneladas/ano. A análise demonstra em termos mundiais a existência de 5 grandes mercados consumidores a serem explorados pela carne brasileira. Além do mercado interno, são importantes o americano, o mercado comum europeu, a Rússia e a China. Porém, enquanto muitos desses países são grandes produtores, outros não são auto-suficientes para atender toda demanda. Nesse sentido, o país que apresenta a maior oportunidade é o Japão com 825 mil toneladas no ano de 2003 (estimativa), seguido de perto pela Rússia com aproximadamente 700 mil toneladas de importação por ano. A tabela 1 apresenta os maiores mercados consumidores de carne bovina no mundo. A tabela da esquerda demonstra o potencial de consumo total e a da direita apresenta o volume de importações. Tabela 1 - Mercado Potencial de Carnes Bovinas Mercado Consumidor Mercado para Importações Consumo (mil ton eq c.) 2002 12.738 7.507 6.437 5.830 2.369 2.409 2.361 10.300 49.951 EUA União Européia Brasil China Rússia México Argentina Outros Países Total Mundial *Estimativa - Fonte: FAS/USDA, 2004 Importação (mil ton eq. c) 2003* 12.422 7.598 6.460 6.007 2.391 2.438 2.332 9.152 48.800 EUA Japão Rússia União Européia México Coréia do Sul Canadá Outros Países Total Mundial 2002 1.460 707 638 518 489 430 307 224 5.228 2003* 1.311 825 700 520 500 430 280 202 5.151 Obs: 1 tonelada equivalente carcaça é medida padrão na análise dos dados. 1 Kg de carne industrializada equivale a 2,5 kg de carne equivalente carcaça e 1 kg de carne desossada equivale a 1,3 kg de carne equivalente carcaça. A partir da análise da defasagem no abastecimento dos principais países, pode-se acompanhar a evolução das importações nos principais mercados. O mercado composto pelos países participantes do NAFTA (EUA, México e Canadá), apesar de formarem o principal bloco importador (aproximadamente 44% do volume total de importações em 2002) apresentam pequena taxa de crescimento, em média menos de 5% ao ano. Enquanto o mercado da comunidade européia e da ex-URSS cresceram mais de 10% em 2003. 3 Tabela 2 – Evolução dos Volumes de Importação de Carne Bovina do Mundo Carne Bovina – Maiores Importadores (mil t eq c) 1999 2000 2001 2002 2003* Países Estados Unidos 1.304 1.375 1.435 1.460 1.311 Japão 959 1.016 955 707 825 Ex-URSS 838 478 653 638 700 União Européia 351 448 413 518 520 México 358 420 426 489 500 Canadá 254 263 299 307 280 Coréia do Sul 242 324 246 430 430 * Estimativa Fonte: Dados selecionados da FNP Consultoria – Anualpec 2003 com base em dados do USDA Olhando a evolução do consumo per capita, nota-se que os Estados Unidos e os países do Mercosul, principalmente Argentina, Uruguai e Brasil são os países onde o consumo da carne vermelha é mais difundido entre a população. Veja a tabela 3. Tabela 3- Consumo Mundial de Carne Bovina Consumo Mundial de Carne Bovina Kg/pessoa/ano Países EUA Argentina Brasil Uruguai França Alemanha Reino Unido Japão Hong Kong China 1997 43,1 70 39 66,6 25,9 14,7 15,4 11,5 9,2 3,5 1998 43,7 63,6 38 72,2 26,6 15 16,1 11,7 11,4 3,8 1999 44,1 67,4 36,3 71,3 26,9 15,2 16,7 11,7 12 4,0 2000 43,9 67,8 35,8 61,2 27,4 15,5 17 12, 12,11 4,2 2001 43 67,3 35,6 51,2 23 13 14,3 10,8 11,9 4,4 2002* 44,2 61,8 35,8 60,2 25,8 14,7 16,1 10,2 10,8 4,4 2003** 41,9 61,8 36,2 56 25,6 14,7 16 11 11,2 4,4 *Preliminar **Previsão Fonte: Dados selecionados da FNP Consultoria – Anualpec 2003 com base em dados do USDA Por outro lado, países do oriente como Japão, China e Hong Kong, por questões culturais, são os países de menor consumo relativo. Nesses países o consumo per capita não apresenta evolução significativa ou em alguns casos demonstra até uma pequena retração como no caso do Japão. Porém, devido ao tamanho de suas populações, estes mercados continuam sendo uma importante alternativa a ser explorada. Resta saber como uma possível redução do preço final do produto para o consumidor afetaria o consumo, no caso de reduções de barreira, ou os resultados de esforços de comunicação de marketing. O Brasil credencia-se como um importante fornecedor do mercado mundial, pois sua produção mantém-se constante e a partir de 1997 as exportações cresceram de forma consistente. No período de 1997 a 2002 as exportações brasileiras cresceram 297% em volume. No mesmo período, o faturamento com as exportações reduziu 41% mostrando uma queda relativa do preço médio principalmente devido à desvalorização do Real frente o Dólar. Esse crescimento na produção levou o Brasil a representar 14,2% da produção mundial total. 4 Tabela 4 – Evolução da Exportação Brasileira Dados da Pecuária de Corte no Brasil Rebanho (Milh.de Cabeças) Produção (Mil T. Eq. Carc) Consumo Per Capita Anual Exportações (Mil T.) Exportações (US$ milhões) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003* 154,1 152,8 153,2 155,6 157,3 160,8 164,1 167,4 177,6 6.768 6.794 6.406 6.491 6.539 6.583 6.892 7.143 7.530 42,6 42,4 39,0 38,0 36,3 35,8 35,6 35,8 35,5 287 280 287 370 541 554 789 929 1.140 121 139 112 79 42 57 38 66 84 *Preliminar Fonte: FNP Consultoria – Anualpec 2003 com base em dados do USDA Comparado a outros países exportadores de carnes, ressalta-se o fato do Brasil ter apresentado o maior crescimento relativo, passando de um volume de aproximadamente 250 mil toneladas, ou 5% do mercado em 1990 para aproximadamente 881 mil toneladas (eq.carc.) em 2002, ou mais de 14% do total das exportações. Outros dois países que nesse mesmo período foram responsáveis por uma parcela significativa das exportações mundiais foram os Estados Unidos e a Austrália. Apesar das exportações australianas apresentarem uma tendência decrescente a partir de 1998 e da participação americana não apresentar grandes variações a partir do mesmo período, Brasil, Estados Unidos e Austrália formam a base de países exportadores responsáveis pelo abastecimento mundial. Essa concentração aconteceu em detrimento de países como Irlanda, França e Argentina devido principalmente a motivos sanitários. Veja as tabelas 5 e 6. Tabela 5 – Evolução das Exportações Mundiais Em Mil Toneladas Carne Bovina - Exportações Mundiais (mil ton. Eq. carc.) 1999 Vol % Austrália 1.270 22% Brasil 541 9% EUA 1.094 19% Canadá 492 8% Nova Zelândia 462 8% União Européia 949 16% Índia 222 4% Argentina 359 6% Outros 508 9% Total Mundial 5.897 100% 2000 Vol % 1.338 23% 554 9% 1.119 19% 523 9% 505 9% 615 10% 365 6% 357 6% 552 9% 5.928 100% 2001 Vol % 1.398 24% 789 14% 1.029 18% 575 10% 516 9% 546 9% 370 6% 168 3% 419 7% 5.810 100% 2002 Vol % 1.365 21% 881 14% 1.110 17% 610 10% 503 8% 512 8% 416 7% 348 5% 641 10% 6.386 100% 2003* Vol % 1.250 20% 1.140 18% 1.192 19% 425 7% 535 8% 535 7% 465 7% 330 5% 607 9% 6.400 100% 2004** Vol % 1.300 19% 1.370 20% 1.207 17% 615 9% 535 8% 440 6% 520 7% 350 5% 597 9% 6.934 100% *Estimativa **Preliminar Fonte:Preparado pelos autores, baseado nos dados da FNP Consultoria/2003 e USDA O crescimento dos volumes de exportação da carne brasileira in natura ocasionou uma mudança na pauta brasileira de carne bovina. Em 1998, 72% da carne brasileira exportada era do tipo processada, a partir de 2001 nota-se a inversão desse percentual, com 41% do volume sendo exportado industrializado e 59% passando a ser exportado in natura. No gráfico 1 apresenta-se a evolução das exportações brasileiras por categoria. 5 Gráfico 1 – Evolução das Exportações Brasileiras por Categoria Mil Toneladas Equivalente Carcaça 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 In natura 105,10 195,96 245,25 478,83 559,35 806,15 Industrializada 270,08 352,16 336,24 336,76 401,20 451,01 In natura Industrializada Fonte: Fonte: DBO/Secretaria da Produção e Comercialização do Mapa. Classificando os principais mercados e a participação brasileira no cenário internacional, pode-se dividir a atuação e as oportunidades decorrentes para o país em quatro grupos: mercados de altos volumes onde o Brasil não participa; mercados de altos volumes onde o Brasil tem relevância; seguidos por mercados de baixos volumes de importação onde o Brasil é importante e finalmente, por mercados promissores. Foram considerados mercados de altos volumes aqueles, segundo dados do USDA, com volume de importação superior a 300 mil toneladas em 2001. Esse bloco é composto por EUA, Rússia, México e Japão. Caracterizam-se por certa dependência de fornecimento de países como Austrália, Nova Zelândia e EUA. Deve-se ainda ressaltar o papel da União Européia como parceiro comercial e principal fornecedor da Rússia. As tabelas 9 e 10 indicam as importações totais de carne bovina (“in natura” e processada) durante os anos de 2000 e 2001. Além disso, indicam os três maiores fornecedores, as variações nos volumes de ano a ano e a participação total de cada fornecedor ao final de 2001. Ressalta-se que o acordo da NAFTA garante aos Estados Unidos mais de 76% do mercado mexicano. A tabela 10 mostra a origem das importações dos países formadores de bloco. Nota-se que o Brasil não faz parte das opções de fornecimento. 6 Tabela 6 – Mercados de Alto Volume onde o Brasil não é Relevante EUA Total Imp. Austrália Canadá N. Zelândia 2000 1.012.765 341.510 331.133 212.379 México Total Imp. EUA Canadá Uruguai 2000 309.093 239.681 42.046 13.765 Importação de Carnes – Toneladas Métricas por País de Origem VAR (%) 2001 Share Rússia 2000 VAR (%) 4% 1.056.004 (%) Total Imp. 333.073 38% 12% 383.719 36% U. Européia 133.573 145% 7% 353.671 33% Ucrânia 139.930 -35% 0% 211.854 20% Mongólia 15.249 -29% VAR (%) 1% 0% 41% -97% 2001 312.996 239.108 59.104 450 Share (%) 76% 19% 0% Japão Total Imp. EUA Austrália Nova Zelândia 2000 740.592 361.999 332.617 15.183 VAR (%) -6% -10% -2% 18% 2001 459.756 327.582 90.379 10.765 Share (%) 71% 20% 2% 2001 695.762 324.727 326.453 17.954 Share (%) 47% 47% 3% Fonte: USDA A União Européia é o principal mercado atendido pela carne brasileira. Em 2001 o Brasil representou 61% do volume importado pela região e o crescimento sobre 2000 foi da ordem de 12%. Nesses mercados as exportações brasileiras substituíram principalmente as vendas argentinas e uruguaias que apresentaram decréscimo. A tabela 11 apresenta os volumes de importação da União Européia dos seus três principais fornecedores. Tabela 10 – Mercado de Altos Volumes onde o Brasil é Relevante Origem das Importações de Carne Bovina da União Européia (Toneladas Métricas por País de Origem) 2000 Total União Européia Brasil Argentina Uruguai VAR (%) 299.185 -8% 150.239 12% 60.886 -56% 20.906 -11% 2001 Share 274.869 168.149 26.966 18.571 (%) 61% 10% 7% Fonte: USDA Além de crescer em participação na comunidade européia, mercado onde já era um fornecedor importante, o Brasil avançou nos últimos anos em alguns mercados com menores volumes de compras, como Egito, Chile, Israel e Arábia Saudita. Se analisada a evolução das importações desses países nos últimos anos, fica nítido que o Brasil ocupou fatias de mercado antes da Argentina, Uruguai e União Européia. Porém, esses são mercados periféricos e não dos maiores importadores mundiais. A tabela 11 mostra a evolução do Brasil nesses mercados. 7 Tabela 11 – Mercado de Baixos Volumes onde o Brasil é Relevante Importação de Carne Bovina - Toneladas Métricas por País de Origem Egito 2000 VAR (%) 2001 Share Chile 2000 Total U. Européia Brasil Índia 163.131 131.577 3.814 24.230 -36% -97% 1237% 51% (%) 4% 49% 35% Total Brasil Paraguai Argentina 88.873 29.067 21.366 32.892 Filipinas 2000 VAR (%) 2001 Share Arábia Saudita 2000 Total Índia Austrália Brasil 88.224 43.471 16.659 1.892 -6% 15% 24% 279% 82.710 49.815 20.641 7.175 (%) 55% 23% 8% Total Brasil União Européia Austrália 30.234 3.139 22.236 848 Israel Total Brasil Uruguai Argentina Fonte: USDA 2000 62.620 13.469 28.088 16.521 VAR (%) 1% 159% -29% -59% 2001 63.055 34.950 20.020 6.741 Share (%) 55% 32% 11% 104.591 3.828 51.002 36.586 VAR (%) -4% 82% 20% -87% VAR (%) 18% 745% -100% 550% 2001 Share 85.328 52.943 25.662 4.344 (%) 62% 30% 5% 2001 Share 35.565 26.538 35 5514 (%) 75% 0% 16% Deve-se ressaltar o potencial dos mercados orientais, principalmente a China, pois apesar do pequeno volume per capita, o consumo de carne bovina vem aumentando e as importações nesse mercado cresceram quase 30% de 2000 para 2001. O mercado consumidor chinês, com uma população de mais de 1 bilhão de habitantes, pode transformar o país em grande importador. A tabela 12 apresenta a evolução deste mercado. Nota-se que os E.U.A representam aproximadamente 50% do volume importado. Tabela 12 – Mercados Potenciais Origem das Importações de Carne Bovina da China (Toneladas Métricas por País de Origem) Total China EUA Austrália Brasil 2000 11.181 6.606 2.398 848 VAR (%) 28% 3% 12% 86% 2001 14.269 6.834 2.692 1.576 Share (%) 48% 19% 11% Fonte: USDA O desempenho da participação brasileira nas importações dos principais mercados mundiais é analisado no quadro 1, onde estão representados os países em quadrantes relacionados ao volume de mercado e o market-share brasileiro. O volume total transacionado é considerado em toneladas métricas. O eixo vertical é definido pelo tamanho do mercado nos diversos países. O eixo horizontal representa a participação brasileira em cada mercado. Deve-se citar que o eixo horizontal é crescente a partir da direita. 8 Quadro Pensa de Posicionamento & Participação de Mercados Quadrantes Competitivos da Carne Bovina Brasileira D O 1.200.000 2Q EUA 3,9% Japão 3Q 4Q Russia M E R C A D O C. Européia Arábia Saudita 100,0% 61,2% Egito Chile 74,6% 62,0% 55,4% 48,8% Israel 50,0% 0,1% 600.000 México Coréia do Sul Filipinas China 0,4% 0,0% 0,0% Volume de Importações Ton. V O L U M E 1Q 8,7% 11,0% 0 0,0% Participação Brasil PORCENTUAL DA CARNE COMPRADA POR ESTE PAÍS VINDA DO BRASIL Fonte: Elaborado pelos autores com base em USDA Nota-se que o Brasil possui grande participação de mercado (acima de 50%) em mercados menores, representado pelos países indicados no quadrante inferior esquerdo (3Q). A exceção é feita ao mercado da Comunidade Européia, que, quando considerada em conjunto, alcança o quinto volume total. Nos mercados de maior volume – EUA, Japão, Rússia e México – o Brasil possui participação nula ou irrisória. A entrada da carne in natura brasileira no mercado americano é bloqueada por barreiras sanitárias. Para romper com essa situação e conquistar consumidores em novos mercados, deve-se realizar ações nos âmbitos governamentais, coletivas e individuais para incrementar a participação brasileira e garantir os mercados já conquistados. Assim, para modificar a posição brasileira entre os quadrantes é necessário analisar quais são as hipóteses de barreiras ou problemas existentes dentro de cada mercado. A grande mensagem é que as estratégias devem ser distintas. Essas hipóteses (vetores fundamentais para a mudança de quadrante) são: • Existência de cotas – Comunidade européia, Rússia, EUA, México; • Existência de barreiras sanitárias – EUA, Comunidade Européia, Japão, Coréia do Sul, China; • Problemas de inteligência de mercado – Todos os países, menos o Chile; • Problemas de preço – Filipinas, Rússia, Arábia Saudita, Egito, China; • Problemas de linhas de produtos – Todos os países; • Problemas de canais de distribuição – Todos os países; • Problemas de estrutura de vendas – Todos os países, menos o Chile e Comunidade Européia; • Consumo de carne bovina é pequeno - Fator cultural: China, e fator preço de gôndola: Arábia Saudita, Egito, Rússia, Filipinas e outros. 9 Alguns países podem se tornar grandes mercados se forem desenvolvidas ações de marketing para a carne bovina (esta é uma ação inclusive que pode ser feita com concorrentes, inicialmente). Muitos desses países têm hoje o hábito de comprar outras carnes, seja por questões culturais, seja por preço. Nesses países o preço da carne bovina é ainda alto, e reduções nas barreiras comerciais podem reduzir preços deslocando o consumo de outras carnes. O quadro 2 apresenta uma agenda de trabalho para a carne bovina brasileira. Quadro Pensa da Agenda de Trabalho da Carne Bovina Brasileira com Base em Segmentos Estratégicos (Quadro 02). Segmentos Ação Primeira Ação Segunda Onda Ação de Terceira Onda Onda Plano Estratégico de Ações para dificultar Fidelização e Países onde as Marketing entrada de Crescimento barreiras não são o concorrentes Sustentável no impedimento e Mercado nitidamente falta marketing da cadeia carnes brasileira Negociações Plano Estratégico de Ações para dificultar Países onde existem bilaterais ou blocos Marketing para ser entrada de barreiras ou mundiais para implementado concorrentes comerciais e reduzi-las. imediatamente após sanitárias as aberturas dos impeditivas mercados, seja integral ou de parcela. Se o motivo for de Plano Estratégico de Ação para Paises onde o barreiras Marketing consolidar o produto consumo per capita comerciais, Envolvendo brasileiro pode crescer havendo redução do negociações visando Concorrentes para reduzir proteções Estimular o Consumo preço final que elevam os preços. Caso seja cultural, deve ser introduzido o conceito do consumo do produto Fonte: Autores 4. MONTANDO UM PLANO ESTRATÉGICO DE MARKETING PARA A CADEIA DA CARNE O que falta hoje, para qualquer cadeia produtiva no Brasil, é um esforço coordenado de marketing. Faltam planos estratégicos que envolvam toda a cadeia, com ações coletivas e grande interação do setor privado com o setor público. Existem iniciativas, que devem ser premiadas, mas no geral falta ação coordenada e contínua. A articulação nas cadeias produtivas do agronegócio brasileiro deve ser horizontal (associações setoriais, cooperativas, pools de produtores, entre outros) como também vertical aonde a cadeia irá se coordenar, juntando desde empresas de insumos até os distribuidores, passando por produtores e agroindústria/indústria de alimentos. Sempre nas 10 ações coletivas, e este assunto hoje é moda no mundo, existem tipos de ações onde todos ganham, ações onde uns ganham e outros permanecem na mesma e ações onde uns ganham e outros perdem. O quadro 3 resume estas ações, dando alguns exemplos. Quadro 3 - Tipos de Ações Coletivas Alguns Exemplos Queda de barreiras/negociações internacionais Conquista de mercados Ações de comunicação para melhoria de imagem Compartilhar informações (São ações que estão num plano de marketing para o setor) Outras Ações onde uns ganham e outros Exigências de certificações ficam na mesma Criação de selos Outras Ações onde uns ganham e outros Articulação de preços perdem Colocar barreiras à entrada Modificações de tributos Outras Tipos de Ações Ações onde todos ganham Fonte: Autores Uma das ações onde nitidamente todos ganham é na elaboração de um plano estratégico de marketing para atingir os mercados e aumentar vendas, preços e obter um posicionamento de destaque. As principais etapas de um plano de marketing para o setor carnes são detalhadas a seguir. Em um primeiro momento, este esforço deve ser coordenado entre os integrantes, e depois algumas ações são mantidas em conjunto, mas as empresas adquirem dimensões e sofisticação tal que precisam fazer seus planos individualmente. Quadro 4 – Etapas e Ações a Serem Feitas em um Plano Estratégico de Marketing com Enfoque de Redes para a Carne Bovina Brasileira Etapa 1– Levantamento dos Agentes Participantes (Cadeia) 2 – Análise do Mercado Mundial de Carne no Enfoque de Rede da Empresa O que deve ser feito • • • • • • • • • Fase 01 – Introdutória Trazer o histórico das empresas; da associação, ou do agente analisado. Identificar claramente os objetivos de cada um e que ações representarão ganhos para todos. Buscar a motivação para a ação coordenada. Desenhar e entender a cadeia produtiva da carne no mundo; Analisar o ambiente externo: levantamento de dados secundários, da estrutura de mercado, taxas de crescimento; Análise geral e permanente dos concorrentes externos, sejam empresas como países; Consolidar estas informações em ameaças e oportunidades advindas das variáveis incontroláveis (ambiente político/legal, econômico natural, sóciocultural e tecnológico) no mercado nacional e internacional; Entender as barreiras (tarifárias e não tarifárias) existentes e verificar ações coletivas para sua redução; Analisar o comportamento do consumidor final e intermediário (distribuidores) e seus processos de decisão de compra; 11 • Montagem de um Sistema de Informações de Marketing permanentemente atualizado com informações de eventos, web pages, assinatura de revistas de carne mundiais; • Levantamento de novos mercados; • Descrição dos principais concorrentes nacionais e internacionais. • Em síntese, este item 2 é muito caro para uma empresa organizar individualmente, mas existem enormes ganhos se for criada uma central de inteligência & marketing de carnes, mantida pelo setor privado e com livre acesso a informações de mercado pelos seus associados. • Levantar todos os pontos fortes e fracos das regiões produtivas no Brasil, das 3 - Análise de diferentes cadeias existentes; Situação Interna • Fazer também esta análise em relação aos seus principais concorrentes em Marketing internacionais; da Carne Bovina • Verificar quais empresas e que países serão benchmark (fontes de boas no Brasil idéias), que podem ou não ser concorrentes. 4 - Objetivos e • Principais objetivos devem ser definidos (em termos de vendas, de Metas de participação e presença em mercado, entrada em novos mercados), por ano. Marketing para • O nível de detalhamento deve ser grande, para que estas metas possam ser as Exportações observadas no transcorrer do período e no final do plano. Brasileiras de • Objetivos devem ser amplamente discutidos, trazendo ganhos a toda a cadeia Carne Bovina e devem estar, em carnes, focados em um central: volume de divisas trazido pelas exportações. • Listar as principais estratégias (ações) que serão usadas para atingir os 5 – Estratégias objetivos propostos no item anterior. Devem ser focadas em volume e valor. para Atingir os • No caso do aumento do volume de divisas, deve-se pensar em atuais Objetivos mercados e atuais produtos, novos mercados com os atuais produtos, novos Propostos pelo produtos para os atuais mercados e finalmente, novos produtos para novos Brasil mercados. • Discorrer sobre segmentação de mercados, seleção de mercados-alvo, diferenciação, entre outros fatores para os tipos de carnes brasileiras; • Talvez o posicionamento que o Brasil deve ocupar é o de “o maior e mais completo fornecedor de carnes”. Maior assim que atingir este número nas exportações, maior pelo tamanho, pelo volume, entre outros. Mais completo pois todos os tipos para todos os segmentos são aqui produzidos, com qualidade e segurança. • Fazer aqui um grande resumo das ações que estão previstas na fase 02 (após o termino da redação do plano). Fase 02 - Planos das Variáveis Controláveis de Marketing • Garantir controle de qualidade e sanidade do produto; 6 – Plano de • Analisar produtos e linhas de produtos, bem como linhas de produtos Produtos complementares para decisões de expansão; • Levantar oportunidades de lançamento de novos produtos, como: o Investimentos em produção com características adequadas a mercados especiais, tais como orgânicos, de bem estar animal, entre outros; o Produtos especiais e variação de produtos; • Detalhar todos os serviços que estão sendo e que serão oferecidos; • Tomar decisões com relação às marcas (nome, patrocínio da marca, marca família, marca-própria) como: o Investimentos em marcas individuais; o Desenvolvimentos de marcas coletivas; o Desenvolvimento de produtos premium com marcas diferenciadas; o Desenvolvimento dos produtos com marcas de varejistas nacionais e 12 • • • 7 - Plano de Comunicações • • • • • • • 8 – Plano de Distribuição e Logística • • • • • • • • • • • • 9 – Plano de Força de Vendas • e Adminis• tração de Vendas • internacionais (marcas-próprias da distribuição); Criação de um selo comum. Tomar decisões com relação às embalagens (rótulos, materiais, design, etc), como: o Novas embalagens adequadas ao consumidor internacional; o Rotulagem que identifique o padrão de produção; Orçar despesas com produtos, novos produtos e outras ações que estão nesta etapa. Identificar o público alvo que receberá a comunicação; Desenvolver os objetivos desejados para esta comunicação (conhecimento de marca, lembrança de marca, persuasão, entre outros); Tentar atingir um posicionamento e mensagem única do produto, tal como o proposto no item 5; Definir o composto de comunicação que será utilizado; Definir o plano de propaganda, de relações públicas e publicidade, de promoção de vendas, bem como ações de marketing direto; De acordo com o tópico acima algumas iniciativas devem ter destaque: o Definir material promocional; o Definir Feiras e exposições; o Definir ações de relações públicas com jornalistas do mercado-alvo; o Identificar quais as ações que podem ser feitas em conjunto; o Adaptações e outras considerações ligadas à comunicação nos países onde estas serão realizadas devem ser feitas; Orçar as ações de comunicação e possivelmente determinar verba promocional anual envolvendo todos os agentes da rede; Indicar como os resultados serão medidos. Analisar os canais de distribuição dos produtos de carne no principais mercados do mundo; Buscar novos canais de distribuição; Definir objetivos de distribuição, tais como presença em mercados, tipo e número de pontos de venda; Identificar possíveis desejos dos distribuidores e do consumidor para adequar os serviços prestados; Definir o modo de entrada nos mercados, se estas serão via franquias via joint-ventures ou outras formas contratuais, ou até mesma via integração vertical; Formar parcerias para atuar em novos mercados internacionais; Elaborar os contratos nacionais ou internacionais com os canais de distribuição, como contratos de representação internacional; Determinar as funções do canal de distribuição quanto a informações de mercado, promoção de produtos e incentivos a ação; Determinar orçamento anual para a Distribuição; Verificar como ações na distribuição podem ser feitas em conjunto com outras empresas da rede. Fazer um diagnóstico da situação atual da força de vendas e definir objetivos para o próximo período, ambos com base em indicadores de desempenho; Definir a forma de abordagem dos vendedores aos clientes (estratégia); Delimitar os limites de atuação dos vendedores, direcionando seus esforços, estabelecendo ou não equipe de apoio na empresa; Definir como os vendedores se relacionam com a empresa a qual vendem seus produtos (estrutura), definir o número ideal de vendedores para a empresa (tamanho) e por fim estabelecer como eles deverão ser recompensados (remuneração); 13 • • • • 10 – Plano de Precificação 11 – Orçamentação 12 – Execução, Controle, Acompanhamento e Correções. • • • • • • • • • • Recrutar e selecionar a força de vendas; Supervisionar, motivar e treinar a equipe de vendas são passos necessários para garantir a continuidade do trabalho desejado de vendas; Como última etapa, tem-se a avaliação, a monitoração para o alcance dos objetivos, que compreende acompanhar todas aos pontos levantados nas etapas anteriores; Também ações em redes, portanto, em cooperação com concorrentes e como outras empresas que atuam no mesmo mercado alvo, podem ser feitas; Deve ser feito um orçamento para a força de vendas. Definir os objetivos com relação a preços com base na demanda nacional e internacional; Analisar e controlar os custos de produção; Analisar os custos, preços e ofertas dos concorrentes; Escolher um método a ser usado na determinação de preços e decisão de que tipos de preços e variações (regionais, conjunturais, etc.) seriam praticados. Todos os orçamentos das variáveis de marketing que trazem custos, tais como as ações ligadas à análise de mercados e do consumidor (02) a produtos (06), a comunicações (07), a distribuição (08) e força de vendas (09) devem ser colocados para que se tenha um orçamento completo para o Plano de Marketing, visando atingir os objetivos colocados. Fase 03 – Acompanhamento Esta fase, que tem início após o término da elaboração do Plano, refere-se ao acompanhamento do plano, as equipes envolvidas e ações corretivas. Alguns aspectos metodológicos: Normalmente este modelo tem sido usado para o período de um ano. Ou seja, faz-se o plano em 3 ou 4 meses antes do período marcado para o início, e o plano contempla 12 meses. O fator tempo pode ser ajustado. Este plano pode ser usado por associações setoriais, por um país, por um Estado, por uma empresa, entre outros, com pequenas adaptações. Comitês de acompanhamento, com reunião mensal, são de fundamental importância. Ressalta-se que um plano pode ser feito para o país, para a ABIEC (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes), para associações de produtores, para uma cooperativa, para um frigorífico, empresa de insumos, associação de raças e outros. Basta adaptar para cada caso. Para incrementar o consumo de carne através da elaboração de planos de marketing é fundamental olhar o que tem sido feito em outros países e mesmo no Brasil. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O fato de o Brasil ainda estar fora dos maiores mercados importadores de carne bovina é muito estimulante. Quase todo o aumento das exportações brasileiras de carne se deu em mercados periféricos. Conseguindo o acesso aos grandes, o Brasil poderia enfim transformar-se no maior fornecedor de carne bovina do mundo. Porém quando esse acesso for possível, é imprescindível que as potencialidades naturais brasileiras estejam aliadas a uma adequada orientação de marketing. Os produtores associados à Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (NCBA) arrecadam fundos (US$ 1,00 anual por cabeça) para investimento em marketing. Exemplo de ações são promoções nos pontos de venda, propaganda na TV, lançamento de novos produtos, centro de culinária, parcerias com redes de fast-food, 14 sistemas de inteligência, entre outros. É fundamental para a cadeia da carne bovina brasileira que assuntos ligados a marketing estejam cada vez mais no dia a dia de todos os envolvidos. Os planos podem ser feitos por quaisquer agentes envolvidos na cadeia, como foi visto. O acesso brasileiro aos grandes mercados poderia impulsionar fortemente toda a cadeia da carne bovina brasileira, o que traria grande aumento de divisas e empregos para um setor tão importante da economia do país. A importância e a dimensão da pecuária brasileira são impressionantes. Segundo dados da ABIEC, o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, a pecuária de corte ocupa 2 de cada 3 hectares empregados em atividades rurais, sendo aproximadamente 2 milhões de propriedades. Estima-se que toda a cadeia (insumos, produção animal, indústria e comércio de carnes e couros) empregue diretamente 7,2 milhões de pessoas. Além disso, a carne é um dos principais alimentos na dieta dos brasileiros (que consomem 36 Kg/per capita/ano, ou seja, cerca de 100g por pessoa diariamente). A mensagem final é que os planos devem ser feitos e mais do que isto, é preciso verificar onde existem ações para serem feitas em conjunto, obedecendo à premissa que hoje todas as empresas fazem parte de redes. Fazer ações em conjunto é sinal de força no mundo moderno. Mãos a obra, para que se possa adicionar mais valor à produção feita no Brasil. 6. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ANUALPEC 2002 – Anuário da Pecuária Brasileira – FNP Consultoria. São Paulo, 400p. ANUALPEC 2003 – Anuário da Pecuária Brasileira – FNP Consultoria. São Paulo. BERMAN, B., Marketing Channels, John Wiley And Sons, 1996, USA, 663 p. BRIDGEWATER, S. e EGAN, C., International Marketing Relationships, Palgrave, 2002, 288 p. CAVALCANTI, M. R., Relatório Beef Point – SIAL 2002. BeefPoint. Piracicaba 2002. CAMARGO NETO, P. Apresentação: Panorama Mundial da Carne. Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária. Secretaria de Produção e Comercialização. 2002 COUGHLAN, A. et al, Marketing Channels. 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