608 Síntese de Nanopartículas de Poliuretano V Mostra de Pesquisa da PósGraduação Fernanda da Costa Velho2, Camila D. Franzoi1, Vanusca D. Jahno1, Jeane Dullius1,2 , Sandra Einloft1,2, Rosane Ligabue1,2 (orientador) 1 Faculdade de Química, PUCRS, 2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais, PGTEMA Resumo Introdução O potencial de uso de nanopartículas poliméricas para o sistema de liberação de fármacos tem sido extensivamente investigado nos últimos anos, para que elas possam fornecer um meio de modificar a distribuição de uma substância ativa in vivo aumentando a sua concentração no sítio-alvo, melhorando assim a eficácia e reduzindo a toxicidade. Para essas aplicações, as nanopartículas não só devem ser compostas por um polímero biodegradável e biocompatível, mas também ter diâmetro e distribuição granulométrica controladas (LEGRAND et al., 2007). A escolha do polímero e a capacidade de controlar a liberação do fármaco têm feito das nanopartículas poliméricas as candidatas ideais para a terapia do câncer, a liberação de vacinas, contraceptivos e liberação de antibióticos (LEGRAND et al., 2007; KAYSER, LEMKE, TREJO, 2005). As nanopartículas são definidas como dispersões de partículas ou partículas sólidas com um tamanho na faixa de 10-1000nm (JÄGER, 2008, MOHANRAJ, CHEN, 2006) e podem consistir de diferentes materiais biodegradáveis como polímeros naturais ou sintéticos, lipídios ou fosfolipídios (KAYSER, LEMKE, TREJO, 2005). Este trabalho tem como objetivo a síntese e caracterização de nanopartículas poliméricas por dispersão aquosa de poliuretano usando a policaprolactona como poliol e o encapsulamento do óleo miglyol 812 nestas nanopartículas. V Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2010 609 Metodologia A síntese das nanopartículas de poliuretano foi realizada variando os parâmetros reacionais: razão NCO/OH e extensão da cadeia a fim de se obter nanopartículas de poliuretano com um eficiente encapsulamento e/ou adsorção do óleo miglyol 812. As reações foram realizadas por meio de duas etapas, na primeira etapa o polímero PU foi obtido pela reação de PCL (0, 354 mols), de DMPA (0, 0373 mols) (dissolvido com 20 mL de n-MP) e de IPDI (0, 1091 mols) numa razão molar de NCO/OH= 1,5 (reação 1) e 1,05 (reação 2), utilizando DBTDL (0,1% p/p) como catalisador. O óleo miglyol (10% em relação à massa do polímero) foi adicionado no início da reação juntamente com o DMPA. Posteriormente, os grupos de carboxilatos do DMPA foram neutralizados com TEA (0,0373 mols). As reações foram acompanhadas através da técnica de titulometria com n-dibutilamina para medir o teor residual de NCO livre. Na reação 1 a extensão da cadeia foi realizada com a adição de EDA (0,0912 mols ) com 50mL de MEK, não houve extensão de cadeia na reação 2. Na segunda etapa da reação, foi preparada uma solução contendo 80% em peso de água destilada, 0,1% em peso de antiespumante antarol L837 e 10% em peso de Lauril Éter Sulfato de Sódio utilizado como surfactante, posteriormente essa solução foi adicionada ao polímero sob uma agitação de 1000 rpm durante 30min formando a dispersão aquosa de PU. Após a dispersão os solventes orgânicos foram retirados sob pressão reduzida. Resultados e Discussão Os filmes dos polímeros obtidos foram caracterizados por Cromatografia de Permeação em Gel (GPC) para determinação das massas molares, onde o filme obtido da dispersão polimérica das reações 1 e 2 obtiveram, respectivamente, as massas molares numérica média (Mn) e ponderal média (Mw) nos valores de 19164 e 34026g/mol com o Índice de Polidispersidade (IP) de 1,77 (reação1) e 16710 e 31456g/mol com IP=1,88 (reação 2). A partir dessas informações foi possível observar que não houve um aumento significativo de massa molar com a extensão da cadeia, não sendo necessária essa etapa da reação. O tamanho de partícula foi obtido através do aparelho Dispersion Analyser LUMiSizer. Podemos observar que a dispersão 1 obteve tamanho de partícula médio de 185nm enquanto a dispersão 2 obteve um tamanho de partícula médio de 100nm. A morfologia dos filmes obtidos das reações 1 e 2 foi analisada através da Microscopia Eletrônica de Varredura. As figuras 1 e 2 mostram respectivamente a morfologia interna dos filmes obtidos das reações 1 e 2. V Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2010 610 Figura 1 MEV filme da reação 1 Figura 2 MEV filme da reação 2 Podemos observar que as amostras possuem uma superfície irregular densa (figura 1) e com aglomerados na forma de grão irregulares (figura 2). A análise do encapsulamento do óleo pelo polímero foi realizada através do aparelho de microscopia eletrônica de transmissão, modelo JEM-1011 TEM. As figuras 3 e 4 mostram respectivamente o TEM das dispersões 1 e 2. Figura 3 TEM da dispersão 1 Figura 4 TEM da dispersão 2 Referências JÄGER, E. Controle da liberaçãp do éster etílico de endometacina a partir de nanocáspulas poliméricas através da variação da concentração de monoestereato de sorbitano. Porto Alegre:UFRGS, 2008. Dissertação de Mestrado em Ciências Faramacêuticas.Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. KAYSER, O.; LEMKE, A.; TREJO, N. The impact of nanobiotechnology on the development of new drug delivery systems. Current Pharmaceutic Biolotechnology, v.6, (2005), pp.3-5. LEGRAND, P.; LESIEUR, S.; BOCHOT, A.; GREF, R.;RAATJES,W.; BARRATT, G.; VAUTHIER, C. Influence of polymer behavior in organic solution on the production of polylactide nanoparticles by nanoprecipitation. International Journal of Pharmaceutics, v. 344, (2007), pp. 33-43. MOHANRAJ, J.V.;CHEN, Y. Nanoparticles Review. Tropical Journal of Pharmaceutical Research, v.5, (2006), pp. 561-573. V Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2010