Título: Análise dos artigos da Revista Brasileira de Educação Especial acerca da Comunicação Suplementar e Alternativa Viviane Rodrigues Glauciene Pinheiro da Silva Universidade Federal de São Carlos Centro de Educação e Ciências Humanas Programa de Pós-graduação em Educação Especial Eixo temático: Modelos teóricos e pesquisas científicas em comunicação alternativa. Análise dos artigos da Revista Brasileira de Educação Especial acerca da Comunicação Suplementar e Alternativa. Resumo: o objetivo desta pesquisa foi analisar artigos publicados na Revista Brasileira de Educação Especial acerca da Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), no período de 2005 a 2012. Optou-se por está revista diante da sua relevância nacional e também pela qualidade em relação à produção de conhecimento na área de educação especial diante da sua avaliação em 2012, onde recebeu a classificação na Qualis A2, pela Capes. A CSA é um dos recursos da educação especial e por isso estudos evidenciam a necessidade de um avanço na produção de conhecimento quanto à temática, uma vez que a mesma vem crescentemente sendo explorada e difundida em nosso país. Trata-se de pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. A partir da busca na base de dados Scielo, foi encontrado um total de 9 artigos que versam sobre CSA no período de 2005 a 2012. Estes foram organizados em categorias de análise tais como: modalidade de produção científica; sistemas de comunicação suplementar e/ou alternativa; os sujeitos das pesquisas analisadas; formação em nível de graduação dos autores. Finalizando com uma síntese de cada artigo, contendo autores/ano; objetivos; resultados e conclusões. Os resultados das análises dos artigos revelaram a necessidade de estudos voltados para a CSA principalmente envolvendo os contextos e educacionais, contemplando indivíduos com problemas na fala das mais variadas necessidades especiais já que a ênfase da Revista é a educação da pessoa com deficiências, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Palavras-chave: Comunicação suplementar e/ou alternativa. Revisão de literatura. Educação especial. 1. INTRODUÇÃO A comunicação é uma necessidade básica humana e por meio dela podemos manifestar nossos desejos e necessidades. Ela envolve um vasto entrelaçamento de informações, que podem ser manifestadas por meio de elementos motores, de expressão emocional, vocalizações, podendo inclusive ocorrer sem linguagem. Pessoas com necessidades especiais que não possuem ou perderam a capacidade de comunicação convencional, necessitam de auxílio para se comunicarem. Esse auxílio pode vir da Tecnologia Assistiva, que contempla a área denominada Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) (LIEGEL; GOGOLA; NOHAMA, 2008). A CSA é composta por recursos que facilitam a comunicação de pessoas que não a possuem oralmente ou aquelas pessoas que possuem a oralidade, mas esta não é suficiente para que se mantenha uma comunicação com as outras pessoas. Composta por importante área de conhecimento, a CSA, apresenta um caráter interdisciplinar em sua na prática clínica, educacional, hospitalar e acadêmico. Dentre os profissionais que atuam em CSA, temos diversas áreas: Fonoaudiologia, Educação Especial, Fisioterapia, Terapia Ocupacional favorecendo sujeitos com impedimentos ou limitações para a produção oral de fala, de modo especial em quadros clínicos como a Encefalopatia Crônica Infantil (Paralisia Cerebral), a Deficiência Mental, Autismo, Síndrome de Down, dentre outros distúrbios de linguagem e desenvolvimento. Dessa forma, o objetivo da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa é possibilitar uma maior integração do indivíduo ao meio social (CESA; RAMOS-SOUZA; KESSLER, 2010). Muitos estudos apontam para o crescente aumento das produções em CSA em nosso país, mas não consideram um aumento significativo: “A Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) vem se expandindo em nosso país, porém ainda não se constitui em prática de amplo conhecimento”. (CHUN, p. 70, 2009). Alguns autores (CHUN, 2010; DELIBERATO, 2009; ALMEIDA, 2005), apontam a relevância do tema em suas pesquisas, mostrando que a CSA é uma técnica capaz de proporcionar a interação de pessoas com problemas na fala. De acordo com os autores, a CSA possibilita às pessoas com graves comprometimentos da oralidade a oportunidade de se expressarem e manifestarem seus pensamentos, anseios e vontades. A CSA teve início no Brasil em 1978 na cidade de São Paulo na escola especial e centro de reabilitação Quero-Quero e começou a se expandir por outras instituições de escolas especiais e clínicas de forma a contribuir para a formação de muitos profissionais. Atualmente, a área acadêmica vem demonstrando um interesse crescente na área de CSA, algumas universidades como: USP, UNESP-Marília, UFSCAR, UNICAMP, PUCCAMP, Universidade de São Camilo, UERJ, apresentam muitas iniciativas como grupos de estudos, laboratórios, teses e dissertações que versam sobre a temática (SCHIRMER, 2009) Em consonância com os estudos acima citados, diante da relevância da área de CSA para as pessoas com comprometimentos na oralidade, evidenciase a necessidade de um avanço contínuo na produção de conhecimento nesse campo, uma vez que o mesmo vem ganhando espaço e notoriedade em nosso país (BERBERIAN; KRÜGER; GUARINELLO, MASSI, 2009). Uma das referências em divulgação da produção científica na área da educação especial é a Revista Brasileira de Educação Especial que surgiu com iniciativas de um grupo de pesquisadores (sócio fundadores) preocupados em criar um espaço que visava servir como veículo para integração entre pesquisadores, profissionais e professores das áreas de Educação, Educação Especial e Saúde. Então, em 1992 lançaram a primeira Revista Brasileira de Educação Especial. Para que a elaboração e produção da mesma continuasse foi criada, um ano depois, a Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE). A partir de 2013, a sede da ABPEE está localizada na cidade de São Carlos, na Universidade Federal de São Carlos UFSCar. A Revista Brasileira de Educação Especial propõe dar suporte ao intercâmbio técnico-científico em Educação Especial e áreas afins. Publica artigos originais, principalmente de pesquisa, porém, abrindo espaço para ensaios, artigos de revisão e resenhas. A partir de 2005, a revista foi avaliada e incorporada ao SciELO, que apresenta os números mais recentes da revista. Foi avaliada em 2012 e classificada na Qualis A2 , pela Capes.(ABPEE, Um levantamento e análise da produção científica em CSA na Revista Brasileira de Educação Especial poderá indicar a dimensão da pesquisa em CSA e também apontar as necessidades de pesquisas em determinadas áreas e também em qual sentido devemos avançar. Diante da referência da Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) e também da relevância da CSA para a área da educação especial, o objetivo do presente estudo é analisar o conhecimento produzido acerca da CSA, veiculada nos periódicos da Revista Brasileira de Educação Especial, editados no período entre 2005 e 2012. 1. OBJETIVO Analisar artigos publicados na Revista Brasileira de Educação Especial acerca da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA), no período de 2005 a 2012. 2. METODOLOGIA: Esta pesquisa é de abordagem qualitativa e a modalidade de pesquisa escolhida é a pesquisa bibliográfica que tem como “principal característica o fato de que o campo onde será feita a coleta de dados é a própria bibliografia sobre o tema ou objetivo que se pretende investigar”. (TOZONI-REIS, p25, 2009). Na pesquisa bibliográfica busca-se nos autores e obras selecionados, os dados para a produção do conhecimento pretendido. A coleta de dados iniciou-se com a realização da busca do periódico Revista Brasileira de Educação Especial na base de dados SciELO que versam sobre CSA no período de 2005 a 2012. Utilizamos os seguintes descritores: comunicação suplementar e alternativa (4 artigos), comunicação alternativa e aumentativa (0 artigos), comunicação encontrados, portanto, um total de 9 artigos. alternativa (9 artigos), foram A partir da leitura dos 9 artigos encontrados na Revista Brasileira de Educação Especial, estes foram organizados em categorias de análise tais como: Modalidade de produção científica: foram identificados pesquisa bibliográfica, pesquisa experimental, pesquisa exploratória e pesquisa quaseexperimental associada a pesquisa exploratória. Sistemas de Comunicação Suplementar e alternativa: foram encontrados os sistema Picture communication Symbols(PCS), Picture exchange communication suystem (PECS), híbridos (que envolviam mais de um tipo de CSA) e não especificado. Sujeitos das pesquisas analisadas: Paralisia Cerebral, família, deficiência Intelectual, sem sujeito. Formação em nível de graduação dos autores: Fonoaudiólogos, Letras, Arquitetura e Urbanismo, Psicólogo, Engenharia Elétrica, Desenho Industrial, Informática. Finalizando, portanto, com uma síntese de cada artigo, contendo autores/ano; objetivos; resultados e conclusões. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da tabela 1, é possível estabelecer uma relação do número de produções em CSA com o número de produções gerais da Revista Brasileira de Educação Especial. Observa-se que houve o maior número de artigos sobre CSA, nos anos de 2009 e 2010 com 2 artigos cada ano. O maior número de produções gerais está presente no ano de 2011 com 41 artigos. As produções em CSA em relação às produções gerais atingiu um percentual de 4% do total. Tabela 1- Produções RBEE Rev. Bras. Educ. Espec. 2005 2006 2007 2008 Número de produções em CSA Número de produções gerais 16 1 24 1 26 1 30 2009 2 30 2010 2011 2012 TOTAL Percentual 2 30 1 41 1 40 9 197 Em seguida serão apresentadas as categorias de análises: modalidade de produção científica; sistemas de comunicação suplementar e alternativa; 4 sujeitos das pesquisas analisadas, formação em nível de graduação dos autores dos artigos analisados. 1. Modalidade de produção científica: Nesta categoria de análise foi destacada a modalidade de pesquisa dos artigos analisados. De acordo com a figura 1, pode-se observar que há, na área de CSA, predominância de artigos que utilizam a pesquisa exploratória como tipo de pesquisa, perfazendo um total de 5 artigos; seguida da pesquisa quase-experimental associada à exploratória com 2 artigos, pesquisa bibliográfica e pesquisa experimental com 1 artigo cada. Figura 1 – Modalidade de produção científica Modalidade de produção científica 5 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Pesquisa bibliográfica 2 1 1 Pesquisa exploratória Pesquisa experimental Pesquisa quaseexperimental e exploratória 2. Sistemas de Comunicação Suplementar e/ou Alternativa: Pode-se observar o tipo de CSA utilizado nos artigos analisados, de acordo com a Figura 2. Constatou-se que a maioria, 5 artigos, não especificou o tipo de sistema utilizado, 2 utilizaram o sistema Picture Comunication symbols (PCS) de Johnson (1981), 1 utilizou o The Picture Exchange Communication System (PECS) e 1 utilizou mais de um sistema de comunicação tais como: PCS e acionadores de voz, denominado híbrido. Figura 2 – Números de artigos a partir da categoria de análise sistemas de comunicação e alternativa. Sistemas de CSA 5 5 4 3 2 2 Não especificado 1 1 0 1 PCS Híbrido PECS 3. Sujeitos das pesquisas analisadas: Observa-se que nesta categoria, 2 artigos não envolviam sujeitos em suas pesquisas, dentro deste item temos artigos de revisão literária e de programas tecnológicos. Para a Paralisia Cerebral constatou-se 2 artigos; Sujeitos com Necessidades Especiais (estudos que apresentavam mais de um quadro clínico) obteve 1 artigos, outros 1 para os trabalhos que envolvem a família. Somente 1 artigo especificamente envolvendo professores de educação especial e 2 também para diagnóstico com Deficiência Intelectual. Figura 3 – Números de artigos a partir da categoria de análise dos sujeitos das pesquisas analisadas. Sujeitos das pesquisas 2 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 2 2 1 1 1 Sem sujeito Paralisia Cerebral Sujeitos com NE variados Família Deficiência Intelectual Professores 4. Formação em nível de graduação dos autores dos artigos analisados: É possível constatar que a maioria, 7 autores, tinha a nível de graduação formação em fonoaudiologia, 3 em engenharia elétrica, 2 em psicologia, 2 não identificados, foi realizada a busca no currículo lattes, mas não foram encontrados. Letras, Arquitetura e Urbanismo e Desenho Industrial, somente 1 autor em cada área. Perfazendo um total de 17 autores. Uma autora com formação em Letras aparece em 2 artigos, portanto a contagem foi realizada somente uma vez. Figura 4 – Formação dos autores Formação em nível de graduação dos autores das pesquisas analisadas 8 7 6 Fonoaudiologia 3 4 2 2 1 1 Letras 2 1 Arquitetura e Urbanismo Psicologia 0 Engenharia Elétrica Desenho Industrial Não identificado Em seguida, será apresentada uma síntese dos 9 artigos utilizados neste estudo, contendo objetivos, resultados e conclusões. Figura 5 – Síntese dos artigos utilizados neste estudo. AUTORES/ANO OBJETIVOS RESULTADOS CONCLUSÕES Guarda, Deliberato (2006) Analisar a extensão e a organização sintática dos enunciados de narrativas construídas por um aluno nãofalante usuário de recurso suplementar de comunicação. A relação sintática simples concretizou-se nos enunciados. Também foram oportunizados e explorados momentos de estruturação complexas na relação metalingüística entre aluno e interlocutor. Houve a ampliação e aprimoramento da organização e da estrutura sintática dos enunciados das narrativas construídas pelo aluno mediado pelo interlocutor. Paula, Enumo (2007) Analisar a adequação da avaliação assistida para crianças com problemas de comunicação, comparando o seu desempenho em provas psicométricas tradicionais e prova assistida. Após a intervenção, as crianças foram mais persistentes e concentradas nas tarefas computadorizadas. Esses dados sugerem que estratégias mediacionais, podem ter contribuído para uma maior participação. A integração da avaliação assistida e a CSA poderá auxiliar no desenvolvimento de intervenções psicológicas mais sensíveis e eficazes, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência e outras necessidades específicas do ensino. Liegel, Gogola, Nohama (2008) Descrever e discutir a proposta de um novo layout de teclado projetado especialmente para uma prancha de comunicação alternativa, a partir de acionamento mecânico e remoto, para ser utilizado por portadores de Paralisia Cerebral com capacidade cognitiva preservada. O layout do teclado de comunicação alternativa proposto representa uma inovação em projetos de teclado, por conter, num mesmo dispositivo,teclas especiais de comunicação e teclas características de um teclado convencional. Essa inovação auxilia na redução do tempo de digitação e fadiga muscular dos usuários. O layout apresentou uma aceitação de 89,52% por parte das voluntárias que fizeram parte da pesquisa. Poderá auxiliar no processo de inclusão digital, social, educacional e profissional de seus usuários. Jordan, Nohama, Britto (2009) Divulgar e discutir os resultados obtidos com a aplicação de um simulador de teclado em conjunto com uma técnica de predição de palavras baseada nos grupos das classes gramaticais da língua portuguesa, o qual oferece ao usuário facilitação na produção de textos com qualidade gramatical. O uso de um simulador de teclado diminui o número de periféricos necessários para a produção textual e concentra a atenção do usuário em somente um campo de visão, o monitor. O aplicativo permite um número maior de usuários, além de viabilizar estudos futuros de redução de lesões por esforços repetitivos. Há necessidade de se agregar aos sistemas de comunicação um acelerador de uso eficiente, permitindo maior autonomia às pessoas consideradas não capazes por não se expressarem (de forma oral e escrita). Deliberato (2009) Descrever as habilidades expressivas orais durante a implementação do recurso de comunicação de um aluno com Paralisia Cerebral. Possibilitou identificar a importância das habilidades não-verbais para as expressões verbais para o aluno, viabilizando a efetividade das intenções comunicativas com os diferentes interlocutores. O aluno com deficiência sem oralidade apresentou ampliação das habilidades expressivas sem prejuízo do uso da fala. Há necessidade da implementação precoce da CSA não só para habilidades expressivas, mas para investir na construção da linguagem. Nunes, Nunes Sobrinho (2010) Analisar as características metodológicas do acervo constituído de 56 trabalhos científicos focados na Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), para educandos com espectro do autismo, que foram produzidos no período de 1980-2007. A análise apurada das características metodológica identificadas nos 56 artigos revisados sustenta a predominância de delineamentos experimentais do tipo intrassujeitos, o que colabora a escassez de pesquisas de grupo em população de autistas. Caberá aos especialistas se apropriarem das melhores práticas, ou seja, dos modos de intervenção, em Educação Especial, mais eficazes e eficientes que assegurem um desempenho ótimo do aluno. Walter, Almeida (2010) Aplicar e avaliar os efeitos do uso de um programa de Comunicação Alternativa no contexto familiar (PROCAAF), por meio da capacitação de 3 mães e seus filhos autistas não verbais e /ou com fala não funcional. As mães, após receberem a capacitação necessária pela pesquisadora e o uso sistemático e orientado, passaram a utilizar a CAA com seus filhos, de forma independente e eficaz, mostrando resultados importantes na melhoria da qualidade de vida das pessoas com autismo. Proporcionou novas investigações que apóiam familiares de pessoas com déficits severos na comunicação, visando novas técnicas que supram suas reais necessidades. Mostrou também a necessidade de se ampliar estudos que utilizem a CAA em diferentes contextos. Kruger, et. al. (2011) Analisar fatores que contribuem para o uso e para o não uso da CSA no contexto familiar, pelos pais e/ou responsáveis de crianças que fazem uso da CSA no contexto escolar. Os fatores favoráveis e desfavoráveis ao uso da CSA no contexto familiar, levantados pela pesquisa, ofereceram elementos que possibilitam orientar intervenções com as famílias dos sujeitos portadores de graves dificuldades de oralidade. O trabalho contribuiu para que a CSA seja concebida como recurso que pode proporcionar novos elementos discursivos fundamentais para a contribuição de sujeitos com maior autonomia e participação social. Moreschi, Almeida, 2012 A participante passou a usar figuras pictográficas como recurso comunicativoem várias situações de sua rotina. A comunicação alternativa aprimorou as habilidades linguísticas da participante e também complementou sua comunicação oral. Planejar, aplicar e avaliar os efeitos de um programa de CSA para o desenvolvimento de habilidades comunicativas de uma adolescente com Paralisia Cerebral. Considerando os resultados apresentados, verifica-se um aumento da produção geral no período estudado, mas na área de CSA a produção científica na RBEE manteve-se, de uma forma geral, a mesma durante o período de 2005 a 2012. Além dos dados apontarem que não houve uma tendência de crescimento em relação a essa produção, a existência de apenas 9 artigos publicados sobre esta temática permite afirmar que representa aproximadamente 4% da produção total dos artigos publicados no período de 2005 a 2012, indexados na Revista Brasileira de Educação Especial. Quanto aos artigos analisados, há evidência de que a maioria utilizou como modelo de pesquisa exploratória, a maioria envolvia somente o contexto de escola especial ou ambientes de clínica, nenhum trabalho apresentou como local de pesquisa o ambiente da rede regular de ensino, da classe comum. Percebe-se nestes trabalhos a CSA como um recurso clínico. Quanto aos Sistemas de Comunicação Suplementar e Alternativa, o mais utilizado foi o sistema pictográfico Picture Comunication symbols (PCS), Johnson (1981). Os sujeitos das pesquisas analisadas apontou que a maioria dos trabalhos está voltada para casos de Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual evidenciando, entretanto, a necessidade de estudos que envolvam indivíduos das mais variadas Necessidades Especiais que apresentem problemas na fala. A formação dos autores dos artigos analisados são em variadas áreas, a maioria é fonoaudiólogo. Observa-se a carência de educadores especiais e pedagogos que publiquem sobre o assunto. 4. CONCLUSÃO Constatando a estabilidade de artigos publicados na Revista Brasileira de Educação Especial e considerando a grande relevância e necessidade de avanço da produção científica na área da CSA, é imprescindível o incentivo ao aumento da divulgação e produção de artigos sobre esta temática. Os resultados das análises dos artigos revelaram também a necessidade de estudos voltados para a CSA nos contextos educacionais, este recurso fazendo parte do processo de aprendizagem de alunos com dificuldades na comunicação, já que este deveria estar presente nas escolas e na rotina escolar das crianças com dificuldades na comunicação. REFERÊNCIAS ABPEE, http://www.abpee.net/ ALMEIDA, M. A.; PIZA, M. H. M.; LAMÔNICA, D. A. C. Adaptações do sistema de comunicação por troca de figuras no contexto escolar. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. Barueri, ago 2005, vol.17, n.2, p.233-240. BERBERIAN, A. P. et al. 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