UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO CELESTE MARIA DE FREITAS FRANÇA MODELAGEM DE GESTÃO EMPREENDEDORA DE QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE – QSMS: A EXPERIÊNCIA DA PLATAFORMA P-54 Niterói 2009 CELESTE MARIA DE FREITAS FRANÇA MODELAGEM DE GESTÃO EMPREENDEDORA DE QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE – QSMS: A EXPERIÊNCIA DA PLATAFORMA P-54 Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho Orientador: Gilson Alves Lima Brito, D.Sc. Niterói 2009 CELESTE MARIA DE FREITAS FRANÇA MODELAGEM DE GESTÃO EMPREENDEDORA DE QUALIDADE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE – QSMS: A EXPERIÊNCIA DA PLATAFORMA P-54 Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho Aprovado em de de 2009. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof. Gilson Alves Lima Brito,D.SC. Universidade Federal Fluminense- UFF _______________________________________________________ Prof. Martius Vicente Rodriguez y Rodriguez,D.SC. Universidade Federal Fluminense- UFF _______________________________________________________ Prof. Ruben Huamanchumo Gutierrez, D.SC. Universidade Federal Fluminense- UFF _______________________________________________________ Prof. Romeu e Silva,D.Sc. Instituto Federal Fluminense-IFF/Campos IV AGRADECIMENTOS A Petrobras e a Mauá-Jurong, pela oportunidade de desenvolvimento deste Estudo de Caso. Ao Dr. Gilson Alves Lima Brito – meu professor, que incentivou meu trabalho sempre me abrindo oportunidades de aprimoramento profissional. Ao Engenheiro Roberto Tomiyoshi – amigo sempre presente, que com sua experiência profissional, contribuiu muito para esse estudo. RESUMO A necessidade de aplicação de metodologias e ferramentas de projeto, a necessidade de interação de competências diferentes é cada vez mais uma demanda das companhias por parte do mercado que tem seu processo de trabalho consolidado progressivamente, pelas novas tecnologias, globalização de produtos e processos de produção. Dentro deste contexto se insere a modalidade integrada de contratação de projeto, por pacotes de Engenharia, Fornecedores e Construção – usualmente denominado contrato EPC (Engineering, Procurement e Constrution) que se apresenta como uma modalidade com capacidade para atender às demandas das contratantes. Neste sentido, o objetivo central desta dissertação é apresentar uma abordagem da Gestão QSMS, pautado no Estudo de Caso da Plataforma P-54, buscando estruturar um levantamento de informações que permita um diagnóstico sobre os processos de planejamento das “EPCistas”, no tocante às questões afetas à disciplina QSMS. Como resultado espera-se apresentar uma análise da metodologia estratégica da “gestão empreendedora” com foco nas interfaces dos processos, tecnologia e pessoas entre contratada e contratante. Palavras-chave: Sistema de administração de projeto. Qualidade. Segurança. Saúde. Ambiente. Contrato EPC. ABSTRACT The need of application of methodologies and project tools, the need of interaction of different competences is more and more a demand of the companies on the part of the market that has his/her work process consolidated progressively, for the new technologies, globalization of products and production processes. Inside of this context he/she interferes the integrated modality of project recruiting, for packages of Engineering, Suppliers and Construction-usually denominated hire EPC (Engineering, Procurement and Constrution) that comes as a modality with capacity to assist to the demands of the contracting parties. In this sense, the central objective of this dissertation is to present an approach of the Gestão QSMS, ruled in the Study of Case of the Plataforma P-54, looking for to structure a rising of information that allows a diagnosis on the processes of planning of the “EPCistas”, in the touching the subjects affect to the discipline QSMS. As result hopes to present an analysis of the strategic methodology of the “enterprising administration” with focus in the interfaces of the processes, technology and people among contracted and contracting party. Keywords: System of project administration. Quality. Safety. Health. Environment. Contract EPC. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Esquema de arranjo contratual de projetos EPC ........... Organização do gerenciamento de empreendimentos utilizado na forma de contratação EPC ......................... Fases de desenvolvimento do trabalho ......................... Ligações entre grupos de processos em cada fase ...... O ciclo do PDCA ............................................................ Ciclo de vida de um projeto ........................................... Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto ........................................................................... Cadeia de valor de um empreendimento ....................... Grupo de processo de gestão de projeto X PDCA ........ Desenvolvimento intrínseco da etapa do processo ....... Processos de uma Gestão Aspectos de QSMS na gestão de projeto EPC ............. Níveis de Planejamento ................................................. Níveis de Planejamento ................................................. As 3 dimensões de Gestão Empreendedora ................. Integração na Gestão Empreendedora .......................... Níveis de Maturidade ..................................................... Técnicas compatíveis como o estágio de Maturidade ... Maturidade aplicada na melhoria contínua do processo de gestão ....................................................................... Estágios de Cultura de QSMS........................................ Visão Sistêmica de Processo........................................ Ambiente Organizacional...................................... Fluxograma de delineamento do estudo ........................ Organograma da IERO .................................................. Campo de Roncador ...................................................... Foto da plataforma P-54 no dia da sua entrega a Petrobras ....................................................................... Evolução do processo da gestão empreendedora de QSMS Forma de Ação X Requisito ........................................... Lições aprendidas .......................................................... Sistemática Gerencial .................................................... Representação Gráfica .................................................. Níveis de maturidade (performance versus tempo decorrido) ....................................................................... “Média performance”da gestão de QSMS ..................... Gestão de QSMS – performance ................................... Análise da relação entre os resultados da performance de gestão de QSMS ....................................................... Nível de planejamento X PDCA X Processo, Tecnologia, Pessoas ...................................................... Contexto organizacional de contratante e contratada ... 13 13 16 17 18 19 20 21 30 33 35 37 40 43 45 46 50 51 51 53 57 62 64 66 67 69 76 79 80 81 83 84 85 86 87 89 93 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ABC Coast Based Activies EPC Engineering Procurement Contract FPSO Sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo IERO Implementação Empreendimento para Roncador LDA Lâmina de água PDCA Plan Do Check Act PMBOK Project Management Body of Knowledge PMI Project Management Institute PMP Project Management Professional QSMS Qualidade Saúde Meio Ambiente Segurança UEP Unidade de exploração de Petróleo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 11 1.1 O PROBLEMA PRELIMINAR DA PESQUISA.............................................................. 11 1.1.1 O Contexto da Gestão de um Projeto .................................................................... 16 1.1.2 Interação entre Processos ...................................................................................... 18 1.1.2.1 Fases da Gestão de um Projeto ......................................................................... 19 1.2 CADEIA DE VALOR DE UM EMPREENDIMENTO ..................................................... 20 1.3 CONTEXTO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO PROBLEMA ............................................ 23 1.4 OBJETIVO ..................................................................................................................... 23 1.4.1 Objetivo Específico .................................................................................................. 24 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO........................................................................................ 24 1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ....................................................................................... 25 1.7 QUESTÕES DA PESQUISA ......................................................................................... 26 1.8 ORGANIZAÇÃO PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO........... 27 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 28 2.1 GESTÃO DE PROJETO, ASPECTOS DE QSMS NA GESTÃO DE CONTRATO EPC28 2.1.2 Processos e Fundamentos da Gestão de um Projeto ......................................... 29 2.1.2.1 Processos de Iniciação....................................................................................... 30 2.1.2.2 Processos de Planejamento ............................................................................... 30 2.1.2.3 Processos de Execução ..................................................................................... 31 2.1.2.4 Processos de monitoramento e controle ............................................................ 32 2.1.2.5 Processos de Encerramento .............................................................................. 32 2.1.2.6 Aspectos de QSMS na Gestão de Contrato ....................................................... 33 2.2 FASES DA GESTÃO DE QSMS................................................................................... 37 2.3 INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETO; NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 38 2.3.1 Gestão Empreendedora e Níveis de Planejamento.............................................. 41 2.4 GESTÃO EMPREENDEDORA E AS INTERFACES PROCESSOS, TECNOLOGIAS E PESSOAS ............................................................................................................................ 43 2.5 INTEGRAÇÃO, INTERFACES E GESTÃO.................................................................. 43 2.6 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO .......................................................................... 46 2.6.1 Gestão de Projeto e Níveis de Maturidade, Cultura e a Gestão Empreendedora 47 2.6.2 Cultura Organizacional dos Envolvidos no Processo ......................................... 52 2.6.3 Uma Gestão baseada em Princípios Mensuráveis de QSMS.............................. 53 2.7 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DA GESTÃO EMPREENDEDORA DE QSMS 54 2.8 VISÃO ESTRATÉGICA DE GESTÃO: FUNCIONAL E HORIZONTAL ....................... 55 2.8.1 Visão Funcional ........................................................................................................ 55 2.8.2 Visão Horizontal: Gestão por Processo e Abordagem Sistêmica...................... 56 2.8.3 Contratante e Contratada: A gestão compartilhada ............................................ 57 2.9 FATORES GERADORES DE SUCESSO NA GESTÃO EMPREENDEDORA DE QSMS .............................................................................................................................................. 58 2.9.1 Liderança do Processo ............................................................................................ 58 2.9.2 Propriedade do Processo........................................................................................ 58 2.9.3 Responsabilidade pelo Processo........................................................................... 59 3 ASPECTOS METODOLOGICOS .................................................................................... 60 4 ESTUDO DE CASO PROPOSTO ................................................................................... 65 4.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE EMPREENDIMENTO PARA RONCADOR (IERO) .............................................................................................................................................. 66 4.1.1 O Campo Petrolífero de Roncador ......................................................................... 67 .............................................................................................................................................. 69 4.1.2 O Empreendimento P- 54......................................................................................... 69 4.1.3 A Contratada Mauá Jurong ..................................................................................... 71 4.1.4 A Gestão Empreendedora de QSMS do Empreendimento ................................. 72 4.1.5 A Evolução do Processo da Gestão Empreendedora de QSMS ........................ 75 4.1.6 Implantação do Processo da Gestão Empreendedora de QSMS....................... 81 4.1.7 Níveis de Performance de QSMS e Níveis de Maturidade................................... 84 4.1.8 Análise Critica da Gestão do Empreendimento.................................................... 88 5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 91 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 91 5.2 QUANTO AO OBJETIVO .............................................................................................. 94 5.3 QUANTO ÀS QUESTÕES PROPOSTAS .................................................................... 95 5.4 SUGESTÕES DE DESDOBRAMENTOS PARA ESTUDOS FUTUROS........... 96 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 97 ANEXOS .............................................................................................................................. 99 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 O PROBLEMA PRELIMINAR DA PESQUISA As formas de organização e condições do trabalho trazidas pela aplicação de metodologias e ferramentas de projeto, a necessidade de interação de diferentes competências em equipes multidisciplinares são respostas de empresas às demandas cada vez mais sofisticadas por parte do mercado, que tem seu poder progressivamente consolidado, seja por novas tecnologias, globalização de produtos e processos de produção ou por novas regras de legislação cada vez mais restritivas. Neste contexto, não cabem mais métodos intuitivos ou não estruturados de projeto, mas sim a aplicação de novos e sofisticados conjuntos de procedimentos para desenvolvimento de produtos/processo, cuja necessidade de infraestrutura e ampliação da capacidade de produção tem sido uma condição sine-quanon para alavancar investimentos, que no cenário mercadológico atual se apresenta com carência de recursos financeiros, conflitos políticos e econômicos, consolidando, posições cada vez mais cautelosas e exigentes com que os investidores, analisem seus empreendimentos, visando fundamentalmente às garantias de retorno dos investimentos, realizado com taxas atrativas que compensem o risco assumido. Assim, como modelo de contratação e de condução do processo de construção de obras de infra-estrutura e de produção, os contratos EPC (Engineering Procurement Contract)1, aparecem como um dos mecanismos mais adequados para enfrentar os problemas que surgem ao empreender grandes projetos de engenharia tendo portanto, papel fundamental no estabelecimento dessas garantias. 1 EPC (Engineering Procurement Contract): na cadeia de negócios, qual seja prospecção, contratação e execução de obra, é uma modelagem utilizada como instrumento de contratação e é ela que regula a forma de construção do empreendimento, seus prazos, condições técnicas e performance. 12 Neste cenário à atuação de empresas nacionais e multinacionais no mercado, como clientes / fornecedores, vêm se impondo o modelo de contrato EPC que na década de 50 surgiu para atender as necessidades de inovação de empresas, ou seja, uma modalidade, em que empresas especializadas no domínio de tecnologias genéricas prestadoras de serviços técnicos a terceiros, implementam uma forma de contratação englobando todas as fases de realização da obra, como tecnologia, projeto de engenharia, desenvolvimento, fornecimento dos equipamentos, obras civis, montagem eletromecânica, automação, start-up, treinamento e operação assistida. Os fundamentos da gestão de projeto desses empreendimentos, nesta modelagem de contrato EPC, inevitavelmente, estão baseados nas mesmas premissas e são construídas a partir de métodos de construção testados e aprovados ao longo do tempo. No início da fase dita “Moderna” da evolução industrial brasileira a partir da década de 70, predominou a força de contratação das empresas estatais, em especial da Petrobrás. Em razão das limitações do mercado e da própria filosofia básica de “ter o projeto nas mãos”, praticamente executavam o gerenciamento dos empreendimentos, contratando diretamente as empresas projetistas, fornecedoras dos equipamentos e componentes, construtoras e montadoras, e de inspeção por ensaios não destrutivos. Portanto, a integração entre elas era atribuição do próprio cliente. A transição para o modelo atual de EPC passou pela etapa seguinte, onde os clientes continuaram ainda fazendo a integração entre empresas contratadas, mas já iniciando a passagem para as mesmas de novas atribuições, tais como detalhamento do projeto, compra de materiais e acessórios. Também nessa fase passou a ser delegado às contratadas o controle de qualidade de fabricação e instalação. As normas previam que o cliente manteria presente apenas uma equipe reduzida com atribuições de auditagem do processo. 13 Com o amadurecimento das empresas nacionais e entrada das empresas multinacionais no mercado, tanto como clientes quanto como fornecedores, passouse à etapa atual onde ainda se mantém o sistema anterior, porém, progressivamente, vem se impondo o sistema EPC. Neste arranjo contratual o contratante fornece o projeto básico e a contratada é responsável desde o detalhamento do projeto até a fase de comissionamento conforme apresentado de forma gráfica na Figura 1. Figura 1 - Esquema de arranjo contratual de projetos EPC Fonte: Ferreira (2004) Por outro lado, a organização do gerenciamento do empreendimento é semelhante à representada na Figura 2, sendo que toda a atividade de subcontratação é de responsabilidade da contratada principal. Figura 2 - Organização do gerenciamento de empreendimento utilizado na forma de contratação EPC Fonte: Ferreira (2004) A utilização destes arranjos contratuais, os quais reduzem a participação das empresas contratantes na gestão do empreendimento é uma dinâmica cada vez mais observada no mercado. A razão para este fato é a tendência das empresas contratantes em focar sua atuação na finalidade principal de seus negócios, 14 delegando a terceiros, as empresas de engenharia, a tarefa de gerenciar e executar a implantação de suas plantas. Por outro lado, a redução do envolvimento da contratante no gerenciamento de seus empreendimentos, tem também como argumentação em pesquisa de (FERREIRA, 2004) a perspectiva de redução dos custos finais de implantação das plantas industriais. Atualmente são freqüentes novas modalidades de contratação (turn-key), tomando como objeto o que se tem denominado "pacotes": a partir de estudos e projetos conceituais, com termos de referência e especificações detalhadas, o proprietário contrata o empreendimento com uma única organização capaz de desenvolver os projetos executivos, fornecer os materiais e equipamentos, executar as obras e montagens, pôr em marcha o empreendimento executado, preparar pessoal para a operação e outras possíveis tarefas que podem incluir a sua própria operação e manutenção. As organizações capazes de atender a esse tipo de demanda (EPC) são geralmente consórcios formados por empresas de consultoria de engenharia (estudos, projetos, gerenciamento), de construções, fornecedores de equipamentos e outros bens e serviços. Alguns desses parceiros poderão ser subcontratados, não participando do consórcio. De uma forma geral, os autores pesquisados Gómez (2006); Coelho (2006), apresentam como vantagens para a modalidade de contrato EPC em empreendimentos, dentre outros, de elevado custo; que normalmente envolvem a utilização de novas tecnologias, equipamentos e recursos; onde o melhor preço final deve ser “garantido”; onde o contrato é tipicamente de performance e como desvantagens a grande dificuldade de gestão de contratos no longo prazo e a dicotomia de custo fixo e necessidade de qualidade. As vantagens desse modelo são basicamente poder o proprietário dispor de equipes qualificadas da gerenciadora, capaz de alocar profissionais especializados para 15 cada atividade ou etapa específica, dispensando a manutenção de quadros técnicos próprios para tarefas que não constituem sua atividade-fim, de duração limitada no tempo; limitar as interfaces com múltiplas empresas contratadas, concentrando sua atenção no acompanhamento do desempenho da gerenciadora, ainda que participando de reuniões com os diversos atores envolvidos no empreendimento para maior segurança na tomada de decisões. O risco a evitar seria justamente o bom desempenho da gerenciadora em manter o proprietário confiante e, portanto, distante dos eventos cotidianos, transferindo, na prática, crescente e demasiado poder à gerenciadora para decisões que extrapolam as que podem e devem lhe ser delegadas. A modelagem de contrato EPC é utilizada como instrumento de contratação sendo ela que regula a forma de construção, prazo, condições técnicas e performance do empreendimento, atestados pela Contratante na emissão de certificado de aceitação à Contratada na conclusão e recebimento da implantação do projeto. Atrelado a este contexto, as questões técnico e sócio-econômico-ambiental que deixaram de ser vistas como um cenário de interfaces conflitantes e sim, sob o prisma técnico como uma caracterização imprescindível à reflexão de seu significado e implicações com um perfil de “parceria” e, portanto, culminando em que; para o desenvolvimento destes sistemas, a necessidade de impor-se interfaces harmônicas de atividades/etapas e pessoas no sentido de cumprimentos de procedimentos relativos aos mesmos, com finalidade de atendimentos aos requisitos préestabelecidos na concepção inicial da implementação do empreendimento focando prazo, viabilidade técnica, econômica, qualidade e legislação visando à execução do projeto e a efetiva instalação do empreendimento. Em um contexto global, a gestão de projeto compreende o processo produtivo, os meios utilizados, e ainda a performance resultante. Estes componentes são heterogêneos na sua essência e a sua conjugação pressupõe a existência de uma organização e gestão. Assim sendo as etapas, inerentes a todos os aspectos de execução de um projeto, não resultam apenas da atividade produtiva, mas também 16 da conduta dentro dos atores envolvidos, contratante e contratada, no modo de condução deste processo e conseqüente caracterização de uma gestão de projeto que, portanto, situa-se no estudo elaborado como abordagem de gestão dos aspectos QSMS em empreendimentos na modelagem EPC (Figura 3) Figura 3 – Fases de desenvolvimento do Trabalho Fonte: Elaborado pelo autor do estudo 1.1.1 O Contexto da Gestão de um Projeto A gestão de projeto não é apenas um conjunto de regras que regem as diversas funções da empresa; mas é também, o conjunto de normas, de procedimentos e de meios, humanos e materiais, que aplicam métodos capazes de permitir o direcionamento da empresa na rota de objetivos fixados, indicando a noção do alvo a um objetivo; a definição da trajetória que conduz a esse objetivo, a correção dos desvios; a adaptação dos objetivos e da trajetória, quando exigidos. No contexto desta dissertação propõe-se como definição de gestão de projeto, um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único (PMBOK, 2004). 17 Neste mesmo principio, dá-se o entendimento de gestão de projeto como, realização de um projeto, através de habilidades técnicas, habilidades interpessoais e habilidades administrativas, como conjunto de atividades de planejamento, coordenação da execução, e controle entre processos, tecnologias e pessoas, nas interfaces contratante e contratada, que visa garantir o bom desenvolvimento do projeto e o cumprimento dos objetivos de projeto (“qualidade”, “prazos”, “custos”) (PMI, 2004). A metodologia PMI (2000) define como sendo as cinco fases da gestão de projeto, a iniciação, o planejamento, a execução, o controle e o encerramento, conforme Figura 4. Figura 4 - Ligações entre grupos de processos em cada fase Fonte: PMBoK (2000) Apesar de haver, em teoria, clareza sobre cada processo, na pratica eles podem se sobrepor, e interagir de um vasto número de maneiras. O grupo de processos e subprocessos definidos servem como guia para orientar os gerentes de projetos sobre o que deve ser cumprido em cada processo. Mesmo a ordem pode ser alterada ou pode haver repetição para garantir melhor qualidade em um projeto. Por exemplo, um conceito para interação entre os processos é um PDCA, um ciclo orientado por resultados onde o output de um ciclo serve como input para o ciclo posterior, e buscando consequentemente a “melhoria contínua” pode ser visualizado na Figura 5. 18 Figura 5 - O Ciclo do PDCA Fonte: CEFET/RJ Marques B. O ciclo corresponde ao processo de melhoria composto por quatro etapas, sendo descrito originalmente por DEMING (1967) em homenagem a Walter A. Shewhart (1891 - 1967) físico, engenheiro e estatístico, conhecido como “pai do Controle Estatístico da Qualidade”. A primeira etapa (“P”, Plan) compreende o planejamento requerido para atingir a melhoria desejada; a Segunda etapa (“D”, Do) corresponde a implementação do plano; a terceira etapa (“C”, Check) corresponde a avaliação do plano; a quarta etapa (“A”, Act) corresponde a revisão dos resultados do plano. Este ciclo também é conhecido como Ciclo de Shewhart e Ciclo de Deming. 1.1.2 Interação entre Processos O grupo de processos em um projeto, por se tratar de um objetivo comum, está geralmente ligado uns aos outros através de suas entradas e saídas. É comum que os resultados em um dos processos funcionem para prover insumos que serão usadas no ciclo seguinte ou mesmo em processos sobrepostos. O grupo de processos de planejamento fornece ao grupo de processos de execução um plano de gerenciamento do projeto e uma declaração do escopo do projeto documentados, 19 e, freqüentemente, atualiza o plano de gestão do projeto conforme o projeto se desenvolve. A Figura 6 é um gráfico clássico PMI que mostra o nível de esforço e interação entre as várias fases do projeto de acordo com o tempo, ou seja, ciclo de vida do projeto; visão clara de como os projetos se relacionam e de como cada um pode depender dos outros. Figura 6 - Ciclo de Vida de um Projeto Fonte: PMI A American Management Association apresenta uma definição que define Gestão de Projeto como “o processo de reunir e liderar uma equipe de pessoas e outros recursos, para estimar, planejar, acompanhar e controlar um número de tarefas relacionadas entre si, que resulta num produto final específico, que deve ser criado num prazo, dentro de um orçamento e de acordo com as especificações”, adotada no contexto desta dissertação com abordagem dos aspectos QSMS em modelagem EPC. 1.1.2.1 Fases da Gestão de um Projeto Segundo Ricardo Vargas (2003) o conhecimento das fases da gestão de um projeto, ou seja, de seu ciclo de vida, proporciona uma série de benefícios, dentre eles: a correta análise do ciclo de vida determina o que foi, ou não, feito pelo projeto; avalia como o projeto está progredindo até o momento; permite que seja indicado qual o 20 ponto exato em que o projeto se encontra no momento; possibilita de se identificar as mudanças inerentes à conclusão de cada fase, conforme Figura 7. Figura 7 – Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto Fonte: Istefani de Paula (2007) 1.2 CADEIA DE VALOR DE UM EMPREENDIMENTO Até pouco tempo atrás, a cadeia de valor era vista como um empreendimento estático: um conjunto fixo de fornecedores, processos de produção e canais de distribuição projetados com o objetivo de obter uma vantagem competitiva e mantêla. Mas isso caiu por terra, com o ritmo de mudanças nas tecnologias e nos mercados. Hoje, a vantagem depende de um reordenamento freqüente dos ativos estruturais, financeiros, tecnológicos, de qualidade, ambientais e humanos em todos os elos. Uma nova estrutura estratégica permite entender e redesenhar a cadeia de valor constantemente, identificando onde se cria valor e que atividades não contribuem para isso. O novo modelo concentra-se na origem dos processos de fornecimento: se são internos ou terceirizados. Seu ponto-chave é a decisão de terceirizar ou não processos. 21 De acordo com Porter (1985), gerenciar custos exige um enfoque externo à empresa, definindo este enfoque como a cadeia de valor. Nesta definição, a cadeia de valor de uma empresa em qualquer setor é o conjunto de atividades criadoras de valor, desde as fontes de matéria-prima básica, passando pelos fornecedores de componentes intermediários, até o produto final entregue nas mãos cliente. Abaixo, apresentamos, a evolução da Cadeia de Valor, na contratação de um empreendimento “Antes” e “Depois” (Figura 8) da forma de contrato EPC. Figura 8 - Cadeia de Valor de um Empreendimento Fonte: Pessôa (2004) Assim, as respectivas figuras demonstram que a ''cadeia de valor'' designa um série de atividades relacionadas e desenvolvidas pela “empresa a fim de satisfazer as necessidades dos “clientes”, desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção até a fase de conclusão. Cada elo dessa cadeia de atividades está interligado. 22 O correto gerenciamento de uma cadeia de valor pode se tornar um diferencial competitivo, na medida em que colabora para a melhoria da rentabilidade do empreendimento, por meio da identificação e eliminação de atividades que não adicionam valor ao produto. Assim sendo, trabalhar uma estratégia de produção considerando como parâmetro a cadeia de valor pode se configurar diferença entre o sucesso e o fracasso de um empreendimento, uma vez que leva em consideração todas as etapas do processo produtivo. O impacto nos aspectos social, econômico e ambiental, principalmente, na fase da implantação do empreendimento, é inevitável. Neste sentido entende-se que a gestão de aspectos de QSMS deve estar inserida nas fases de cadeia de valor de um empreendimento como um valor a ser agregado em empreendimentos, visto que riscos existentes como ameaças à qualidade, meio ambiente, saúde e segurança dos empregados; seriam, quando gerenciados, ferramenta de consolidação a uma estratégia de diferencial competitivo interessante às partes envolvidas (Contratante e Contratada). Para que isso ocorra, todas as atividades, produtos e serviços devem ser analisados considerando os aspectos e impactos ambientais relacionados, bem como os prováveis incidentes e situações de emergência. A identificação destes deve considerar todos os fatores existentes, e a definição de critérios que permitam avaliar quais os aspectos que provocam maior impacto, bem como uma forma de hierarquização dos mesmos, auxilia na determinação das ações a serem tomadas como prioridade. No cenário produtivo, no qual diversos atores integrantes de um empreendimento exercem influência sobre o desempenho do empreendimento e que se insere neste cenário as exigências em práticas de aspectos de QSMS, requer das empresas, uma atuação em níveis consolidados de gestão, de suas atividades exercidas, que em função de interfaces complexas, evidenciam maior necessidade de relevância aos aspectos citados. 23 1.3 CONTEXTO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO PROBLEMA No cenário de um empreendimento, de uma forma geral temos (PMI, 2004) o ambiente multi-organizacional, que envolve um conjunto de atividades multidisciplinares, complexas, especializadas, autodependentes, de tempo e na abordagem desta gestão, e pode-se incluir a identificação de aspectos de QSMS; destinada ao uso interno organizacional como uma ferramenta da gestão fundamentada pela interação entre as partes interessadas, no sentido uniformizar as ações necessárias às respostas de controle desta gestão, visando o atendimento às necessidades e expectativas do contratante e contratada que, neste cenário, exercem influência sobre o desempenho de execução do projeto, com atuação em níveis harmônicos, atentas às suas atividades exercidas em função de interfaces entre processos, tecnologias e pessoas. Assim sendo, no contexto citado, apresenta-se para discussão, como situaçãoproblema, a necessidade da garantia de gestão de processos, tecnologias e pessoas, para a consolidação da gestão empreendedora de QSMS. 1.4 OBJETIVO A escolha das técnicas e ferramentas adequadas à abordagem da tipologia de contrato EPC significa pôr em prática conceitos modernos de gestão dos aspectos de QSMS que possibilitam estabelecer padrões de eficiência que satisfaçam às necessidades e expectativas da empresa Contratante e da Contratada. Tornar-se, portanto, de importância estratégica a consolidação de implantação, e a própria execução de qualquer empreendimento sob a modelagem de Contrato EPC, garantindo vantagens comparativas, em termos das interfaces processostecnologias-pessoas. 24 O objetivo geral desta dissertação é analisar cada uma das partes afetadas, pelo contrato de gestão do empreendimento objeto do estudo de caso ora proposto – A Plataforma P-54, buscando a identificação dos aspectos QSMS das etapas do modelo integrado, com base nos pressupostos teóricos e ferramentas da gestão, enfocando a integração dos elementos da gestão da Contratante e Contratada, com a finalidade de atender às expectativas geradas no processo de um empreendimento EPC. 1.4.1 Objetivo Específico Neste sentido, propõe-se como objetivo específico deste trabalho a apresentação, análise e discussão do processo de gestão integrada de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde – QSMS, implementado no empreendimento de construção e montagem da plataforma P-54, estruturado através da gestão das interfaces existentes na abordagem de modelagem EPC (integração entre contratante e contratada) e nos critérios adotados para assegurar as ações a serem tomadas como prioridades na gestão das interfaces entre processos, tecnologias e pessoas. 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Toda pesquisa científica impõe limitações que não podem ser desconsideradas e omitidas pelo pesquisador, e este estudo deparou-se com a escassez de instrumentos bibliográficos existentes. De forma a contornar, pelo menos em parte, essa limitação, buscou-se a experiência de profissionais de nível diretivo e gerencial atuante na área de gestão de empreendimentos na modelagem de contrato EPC. 25 Neste sentido, na formulação da proposta, não serão aprofundados, alguns temas pertencentes ao contexto da Administração Geral e temas correlatos como administração de recursos humanos; ética profissional e empresarial; marketing; relacionamento com as comunidades influenciadas pelo projeto; sistema nacional de exportações e importações; garantias para o cliente (contratante) e empreendedores. 1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO O conhecimento disponível a respeito da estruturação e implantação da gestão QSMS em contrato EPC com base nos seus modelos normativos no Brasil, ainda guarda um marcante caráter insipiente e empírico, carecendo do rigor científico. Desta forma, abordar este processo de construção metodológica permitirá aumentar a eficácia de processos de gestão principalmente desenvolvendo e aplicando conhecimentos cientificamente comprovados. O estudo tem sua importância no fato de que, apresenta, uma metodologia inovadora, que trata do desenvolvimento de uma abordagem na gestão de aspectos QSMS sob um enfoque integrado cooperativo, buscando a adoção de uma sistemática mais objetiva e simplificada, nas interfaces de um contrato EPC, representado pelos atores Contratante e Contratada, e assim, contextualizando um desenvolvimento integrado de uma gestão. Além disso, o estudo permite um enfoque que integre os diversos componentes dos aspectos de QSMS estabelecendo uma visão macro em níveis tático e operacional da gestão, possibilitando uma análise aprofundada dos mecanismos que constroem e sustentam a gestão compartilhada (Contratante e Contratada), bem como, permitindo incorporar ao conhecimento científico uma série de novas percepções de como se processa esta dinâmica de implantação. 26 1.7 QUESTÕES DA PESQUISA No mercado global, “inovar”, é ferramenta importante no diferencial de estratégica gerencial competitiva nas organizações. Atrelada a esta “Inovação” surgem “mudanças” no processo organizacional com a inserção de novos produtos, serviços, técnicas, procedimentos, conceitos, com a finalidade de melhoria no alcance às necessidades das partes envolvidas em um processo. Conseqüentemente com a “inovação” surgem também “mudanças” no sentido de geração de “novos riscos” associados aos “novos” produtos, serviços, técnicas, procedimentos, conceitos, aos aspectos de qualidade, meio ambiente saúde e segurança (QSMS) no desenvolvimento de um processo e, portanto, “novos desafios” a serem superados na gestão dos mesmos e impondo à gestão de QSMS, como um todo, “novos condicionantes competitivos”. Neste sentido, na “Visão Estratégica das Organizações” surge como sendo imprescindível a necessidade da “Visão Estratégica da sua Atuação em QSMS”, como na integração ao próprio negócio e na estrutura da organização, caracterizando o arcabouço de uma atuação sustentável segundo conceitos de sustentabilidade ambiental e social e de qualidade. A linha da pesquisa abordará fundamentos estratégicos pré-estabelecidos, dentre os quais: Aspectos de qualidade que buscam propor o alcance da qualidade sustentável, possibilitando, à organização, a vantagem competitiva resultante de dividendos aos acionistas e a efetiva produtividade nos seus processos. Aspectos meio ambiente que buscam propor processos limpos visando à preservação do meio ambiente no seu estado natural, na medida do possível, e minimizar de forma coerente os riscos e eventuais danos à natureza, numa escala lato sensu. A proposta é formular ações nos negócios que os tornem robustos, limpos e sustentáveis no tempo. 27 Aspectos de saúde e segurança que buscam como propósito fundamental o homem no seu contexto laboral e no seu entorno. Isso significa que todas as ações de melhoria e otimização têm como proposta básica reduzir e/ou eliminar, de forma inteligente, toda e qualquer possibilidade de causar prejuízo à saúde. Outro aspecto conjugado a esse é possibilitar que a organização entenda sua importância socioeconômico-cultural e atue como uma agente de promoção da cidadania e desenvolvimento. Aspectos regulatórios que buscam possibilitar a organização e o atendimento aos marcos regulatórios definidos por todas as agências de caráter público, em todas as suas esferas de poder, e privado. Neste sentido como principal questão de pesquisa a ser investigada é proposta a seguinte formulação: Como integrar a gestão de QSMS de forma a garantir a implementação de um empreendimento EPC dentro das prerrogativas gerenciais de processos, tecnologias e pessoas entre Contratante e Contratada? 1.8 ORGANIZAÇÃO PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO O estudo desenvolve-se em 5 capítulos, onde no capítulo I apresenta aspectos introdutórios gerais sobre o assunto abordado, citando pontos de relevância na questão da pesquisa. Este capítulo cita, ainda, como foi desenvolvido o trabalho que será detalhado nos capítulos subseqüentes. No capítulo II buscou-se apresentar um referencial teórico que descreve o surgimento e a evolução das formas de contratação EPC. No capítulo III apresentam-se os aspectos metodológicos da pesquisa; no capítulo IV é apresentado o estudo de caso - descrição do problema e a estruturação de uma metodologia de abordagem para a análise da gestão de QSMS da gestão do contrato EPC. No capítulo V apresentam-se conclusões esperadas. 28 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 GESTÃO DE PROJETO, ASPECTOS DE QSMS NA GESTÃO DE CONTRATO EPC Neste capítulo, conceitos de gestão de projeto, modelagem de contratação EPC e aspectos da gestão de QSMS na implantação de um empreendimento consolidam a abordagem do enfoque proposto pelo estudo, ou seja, um acompanhamento da gestão de um projeto, em uma modelagem de contratação EPC, com foco em conceitos sobre cada uma das principais etapas da gestão integrada desta modelagem que compõem a implantação de um projeto, bem como sobre as interfaces existentes nos aspectos QSMS, entre Contratante e Contratada. O termo gestão, segundo o dicionário Aurélio Buarque de Hollanda, quer dizer, “ato de gerir; gerência, administração”. Como administração “é um conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado”, a prática desses princípios, normas e funções é a Gestão. Nos tempos atuais as questões associadas à gestão começam num sentido mais amplo com a "Missão" e "Visão" da organização (ARAUJO, 2004). A gestão de projetos prevê o tratamento de ações com foco nas prioridades e objetivos. Enquanto o planejamento estratégico delineia a visão de futuro, as metas e as ações necessárias a se atingir os objetivos; a gestão de projetos busca efetivar e concretizar as ações no desenvolvimento de um conjunto de atividades a ser executadas para se alcançar um resultado e os meios utilizados para atingi-los devendo ser significante em relação aos fatores de sucesso no negócio, buscando criar vínculos com as partes envolvidas desde sua implantação e de forma assertiva e convincente sinalizando acerca dos benefícios e resultados esperados com a sua implementação. 29 Neste sentido a gestão de projetos consiste na aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. Vários aspectos devem ser observados na gestão de projetos, dentre eles destacam-se, as pessoas, as interfaces, a identificação de vulnerabilidades, a comunicação a todos os envolvidos no projeto, os resultados parciais alcançados e a avaliação dos resultados globais propostos. A definição clara da responsabilidade de atores envolvidos tanto para o projeto como um todo como para as suas diversas etapas ou atividades específicas, é de fundamental importância para a gestão. 2.1.2 Processos e Fundamentos da Gestão de um Projeto Na gestão de projetos aplica-se o conceito básico de “Planejar – Executar – Verificar – Atuar”, conhecido como o Ciclo PDCA de Controle de Processos, que em função de temporariedade dos processos, acrescenta-se a este ciclo a “Iniciação” e o “Encerramento” e, portanto, o conceito de grupo de processos de gestão de projetos sendo “Iniciação, Planejamento, Execução, Verificar, Atuar, Encerramento” (PMBOK, 2004), conforme Figura 9. Apesar de apresentar uma boa noção de como os processos podem funcionar, a natureza integradora dos processos em um projeto pode ser mais complicada do que o PDCA básico. A natureza integradora do gerenciamento de projetos exige a interação do grupo de processos de monitoramento e controle com todos os aspectos dos outros grupos de processos (PDCA), de acordo com a Figura 9. 30 Figura 9 - Grupos de processo de Gestão de Projeto X PDCA Fonte: Pereira (2003) 2.1.2.1 Processos de Iniciação O grupo de processos de iniciação verifica a viabilidade para haver uma autorização de desenvolvimento para o projeto. Os processos são geralmente desenvolvidos fora do escopo do projeto o que pode tornar os limites dos projetos menos claros. É possível estabelecer a viabilidade do novo empreendimento através de um processo de avaliação das alternativas para selecionar a melhor e são desenvolvidas descrições claras para indicar qual o objetivo do projeto. A descrição inicial do escopo e os recursos que a organização está disposta a investir passam por um refinamento adicional durante o processo de iniciação. Se o gerente de projetos ainda não tiver sido designado, ele será selecionado. 2.1.2.2 Processos de Planejamento Nessa fase, sob a responsabilidade do grupo de processos prevê tanto o planejamento para desenvolver o projeto quando medidas para tal gerenciamento seja monitorado. O Grupo de processos de planejamento ajuda a coletar informações de muitas fontes, algumas delas mais completas e confiáveis que outras. 31 Esses processos também identificam, definem e amadurecem o escopo do projeto, o custo do projeto e agendam as atividades do projeto que ocorrem dentro dele. À medida que forem descobertas novas informações sobre o projeto, as dependências, os requisitos, os riscos, as oportunidades, as premissas e as restrições adicionais serão identificados ou resolvidos. Conforme há repetição ou iteração entre as fases e novas informações ou características do projeto são coletas, ou melhor entendidas, pode haver necessidade de se refazer parte do planejamento. Durante o planejamento do projeto, a equipe do projeto deve envolver todas as partes interessadas adequadas, dependendo da influência delas no projeto e nos seus resultados. 2.1.2.3 Processos de Execução Nesse grupo de processos, a equipe deve colocar em ação o planejamento feito nos processos de planejamento a fim de cumprir os requisitos do projeto. Esse grupo de processos envolve a coordenação das pessoas e dos recursos, além da integração e da realização das atividades do projeto de acordo com o plano de gerenciamento do projeto. Também devem ser implementadas possíveis mudanças no escopo do projeto, desde que elas sejam devidamente aprovadas. Claro, essas possíveis mudanças de escopo podem gerar algum replanejamento nos projetos de execução gerando variações que podem incluir durações de atividades, produtividade e disponibilidade de recursos, e riscos não esperados. Entre a lista de sub processos para essa fase, destacam-se processos para orientar e gerenciar a execução do projeto, realizar a garantia da qualidade e desenvolver a equipe do projeto. 32 2.1.2.4 Processos de monitoramento e controle Grupo de processos usados para acompanhar o desenvolvimento do projeto de forma a reconhecer, evitar e corrigir os problemas que possam surgir. Inclui ainda monitoramento de como as mudanças podem impactar no projeto e a tomada de ações corretivas para minimizar os problemas que podem surgir com tais mudanças. O principal propósito do monitoramento contínuo é que, a partir dele, a equipe tem uma clara noção de como o projeto está. Essa percepção pode, por exemplo, indicar que alguma das áreas exige atenção adicional. O Grupo de processos de monitoramento e controle, além de monitorar e controlar o trabalho que está sendo realizado dentro de um grupo de processos, também monitora e controla todo o esforço do projeto. Em projetos com várias fases, o grupo de processos de monitoramento e controle também fornece feedback entre as fases do projeto a fim de implementar ações corretivas ou preventivas para assegurar a conformidade do projeto com o plano de gerenciamento do projeto. Entre os principais subprocessos, destacam-se Verificação e Controle do escopo, Controle de cronograma, Custos, e Gerencia da equipe de projeto e as partes interessadas. 2.1.2.5 Processos de Encerramento O Grupo de processos de encerramento inclui os processos usados para finalizar formalmente todas as atividades de um projeto ou de uma fase do projeto, entregar o produto terminado para outros ou encerrar um projeto cancelado. Esse grupo de processos verifica se todas as fases ou ciclos dentro dos outros grupos foi formalmente encerrado e então encerrar por completo o projeto conforme adequado. Gasnier (2001) apresenta definido na Figura 10 o desenvolvimento, intrínseco, das etapas destes processos. 33 Figura 10 – Desenvolvimento intrínseco das etapas do processo Fonte: Gasnier (2001) 2.1.2.6 Aspectos de QSMS na Gestão de Contrato No cenário atual, a gestão de aspectos de QSMS torna-se essencial a crescente e irreversível conscientização na implantação de um projeto, assegurando um diferencial competitivo à organização e consolidando a gestão na concepção do contexto global de um empreendimento. Desta forma, devido às demandas existentes, a implantação de um empreendimento tem atentado de forma mais concreta para as questões que envolvem os aspectos de QSMS e que cabe se ressaltar ser de grande importância estratégica de uma Organização, pois, a não observância no atendimento de requisitos mínimos desta abordagem, pode gerar barreiras comerciais junto a determinados mercados, quando na execução de projetos. A gestão de aspectos de QSMS visa o atendimento a requisitos; porém, o bom desempenho desta gestão não se esgota apenas em atendimento de momento. É importante que a visão gerencial de uma organização contemple a perspectiva da 34 busca sempre em um patamar superior e que, para tal, o desempenho seja avaliado periodicamente, ou seja, uma gestão eficiente que contemple esses aspectos, com as ferramentas que possibilitem à mesma atingir bons níveis de desempenho. Outro fator que influencia incisivamente nesta questão é a atuação dos órgãos normativos e fiscalizadores, nas esferas municipal, estadual e federal. Para os dois aspectos – proteção ao meio ambiente e saúde e segurança do trabalho – tais órgãos determinam, sob pena de aplicação de multas e sanções. Tal argumento é confirmado por Frysinger (2001), ao afirmar que as questões relativas ao meio ambiente, saúde e segurança do trabalho são encaradas de forma diferente da maioria dos outros processos relacionados aos negócios da empresa por duas razões: são associadas a regulamentos legais, podendo resultar em sanções financeiras caso as normas não sejam cumpridas e, simultaneamente, são consideradas como uma operação “extra” que não agregam valor ao produto da empresa. Segundo Campos (2004), “toda empresa possui seu próprio sistema de gestão, uma vez que elas “executam” sua gestão. Mas como eles são estruturados? Como são organizados? Quais são seus elementos? Esses elementos são aqueles que darão os melhores resultados?”. Neste ambiente, no escopo da gestão de projetos, a inserção dos aspectos de QSMS passou a ter um contexto relevante como ferramenta na gestão da viabilidade de um empreendimento. Segundo o PMI (2004), os processos que compõem uma gestão, estão ligados através dos resultados que produzem. As “saídas” de um processo são, normalmente, as “entradas” para outros processos, onde a troca de informações é o motor que impulsiona a integração nas interfaces da gestão de projeto, e assim, caracterizando que cada processo possa ser mais 35 desenvolvido segundo as características de suas entradas, técnicas, ferramentas e saídas. (Figura 11) Nesta abordagem, analogamente, todos os processos de controle e acompanhamento que estão presentes na gestão de QSMS de um projeto, três componentes básicos podem ser identificados: a “entrada” de informações e dados necessários que alimentarão o processo; as “ferramentas” e “técnicas” que serão as rotinas de trabalho e desenvolvimento desses processos; e as “saídas” de resultados que serão utilizados pela equipe de gestão como produto final dessa etapa. As entradas fornecem documentos ou itens documentáveis que sofrerão algum tipo de ação no processo, as técnicas e ferramentas (processo), caracterizadas pelos mecanismos aplicados à entrada que geram saídas e os dados de saída cujos documentos ou itens documentáveis são resultados do processo. Figura 11 Processos de uma Gestão Fonte: PMI (2004) O contexto da gestão de projetos pode ser descrito em nove áreas de conhecimento (PMI, 2004): gestão da integração, gestão do escopo, gestão do tempo, gestão do custo, gestão da qualidade, gestão dos recursos humanos, gestão das comunicações, gestão de riscos, gestão das aquisições e como abordagens complementares, a gestão do conhecimento e a gestão de SMS. Segundo Borges (2006), a gestão da integração visa a assegurar que os diversos elementos do projeto sejam adequadamente coordenados; a gestão do escopo define as atividades necessárias para assegurar que o projeto contemple todo o 36 trabalho requerido; a gestão do tempo visa a assegurar a pontualidade na conclusão do projeto; a gestão do custo visa a assegurar que o projeto seja completado dentro do orçamento previsto; a gestão da qualidade define os processos necessários para assegurar a satisfação das necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto; a gestão dos recursos humanos visa a proporcionar a melhor utilização das pessoas envolvidas no projeto; a gestão das comunicações procura assegurar que a geração, captura, distribuição, armazenamento e pronta apresentação das informações do projeto sejam feitas de forma adequada e no tempo certo; a gestão de riscos trata dos processos que dizem respeito à identificação, análise e resposta a riscos do projeto; a gestão das aquisições trata dos processos necessários para a aquisição de bens e serviços fora da organização que desenvolve o projeto, a gestão do conhecimento descreve os processos para que a organização executora do projeto possa fazer uso eficiente do conhecimento adquirido durante o desenvolvimento do projeto e possa incentivar a inovação, a gestão de SMS descreve de forma estruturada processos que fazem assegurar que o projeto será desenvolvido e implementado, preservando o meio ambiente a segurança e a saúde dos trabalhadores. Neste contexto, das nove áreas de conhecimento (PMI, 2004), ou seja, a gestão dos aspectos de qualidade e a gestão dos aspectos de SMS caracterizam o propósito do autor do estudo a ser elaborado com abordagem na gestão de um projeto na modelagem de contrato EPC. Neste sentido, consolidado pelos autores Otero (2006) e Affonso (2006) de forma esquemática, o autor do estudo apresenta adaptação da estrutura da gestão de QSMS integrado a um projeto de modelagem EPC, que representa o escopo de cada uma das cinco fases de uma gestão de projeto (PMI, 2004), com suas respectivas definições (Figura 12). 37 Contratante x Contratada Gestão Iniciação Planejamento Execução Controle Encerramento Desenvolver Estudos dos Implementação da Monitoramento dos Executar projeto escopo aspectos QSMS gestão dos aspectos aspectos QSMS gestão dos preliminar do projeto de QSMS QSMS Licenciamento de Identificação de QSMS QSMS aspectos QSMS requisitos legais e Requisitos Legais e outros outros Validação do Modelo de gestão modelo de gestão QSMS QSMS Figura 12- Aspectos de QSMS na Gestão de Projeto EPC Fonte: Adaptado de PMI (2004) Neste sentido, citamos descritivo de cada uma das fases apresentadas na Figura 11 conforme adaptação do autor do estudo proposto. 2.2 FASES DA GESTÃO DE QSMS Iniciação: que defini o estudo da viabilidade do projeto, a determinação dos objetivos e as metas aos aspectos de QSMS do projeto; Planejamento: que defini os estudos dos aspectos QSMS - processo de diagnosticar as áreas envolvidas, identificar os riscos às pessoas e ao meio ambiente, estabelecendo formas de minimização dos riscos e dos impactos decorrentes do projeto, visando à aceitação das partes interessadas; o licenciamento de QSMS - processo administrativo, regulado por lei, estabelece uma sistemática para obter permissão junto aos órgãos reguladores de determinadas etapas do projeto. Neste processo, o uso 38 dos estudos é fundamental para a implementação para assegurar a conformidade com os requisitos estabelecidos por órgãos reguladores; requisitos legais e Outros - processo que levanta as restrições e obrigações às quais a organização deverá se submeter para estar em conformidade com os requisitos subscritos pela organização provenientes da legislação ou de outras fontes, o modelo de gestão SMS,- Processo que estrutura o sistema de gestão de SMS. Estabelece qual o modelo adequado de gestão de SMS para o projeto, adaptando os requisitos de sistema à política da organização; Execução: que garante a implementação do Sistema de Gestão em QSMS, neste processo são implementados os requisitos do sistema de gestão de QSMS, identificação de requisitos legais e outros, - processo que levanta as restrições e obrigações às quais a organização deverá se submeter para estar em conformidade com os requisitos subscritos pela organização provenientes da legislação ou de outras fontes, validação do modelo de gestão; Controle para monitoramento dos aspectos SMS - Processo para analisar criticamente os resultados e ações previstas nos demais processos. Encerramento - processo que encerra e consolida as informações para serem repassadas ao contratante do projeto. 2.3 INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETO; NÍVEIS DE PLANEJAMENTO Em conceito, a gestão da integração refere-se a um conjunto de processos que visam assegurar que os vários elementos de um projeto e suas interfaces sejam, harmonizadas e coordenadas, buscando a identificação, a definição e consolidação. Os conjuntos de processos se ligam pelos resultados que produzem. Os processos centrais (planejamento - execução – monitoramento e controle) possuem interfaces, 39 ou seja, os processos de planejamento geram subsídios para os processos de execução, que geram e recebem subsídios dos processos de monitoramento e controle, evidenciando assim a existência de atividades que se sobrepõem/interagem em diferentes fases da gestão. No contexto de uma gestão de projeto entre contratada e contratante, as questões relativas à QSMS passam por processos de integração, para caracterização de estabelecimento de uma estrutura organizacional com interfaces a serem compartilhadas, e, portanto, o seqüenciamento das atividades de cada um definindo as estratégias e as conseqüentes prioridades, objetivos e metas das partes envolvidas. Neste sentido a consolidação assumida pela gestão de projeto na modelagem de contratos EPC, com gestão dos aspectos de QSMS, caracteriza-se pela maior relevância, no fato da implantação desta modelagem, em sua totalidade, ter necessidade de estar fundamentada na gestão de interfaces, proporcionando estabilidade e consistência do fluxo de informações das mesmas, imprescindíveis à implantação e execução de um projeto. Na gestão de projeto em geral e na modelagem de contratos EPC, o planejamento se caracteriza por ser premissa, e, portanto, permitindo que as partes interessadas construam seu modelo de gestão por partes, porém harmonizadas, ou seja, em níveis hierárquicos como elementos integrantes2 desta gestão em suas interfaces. A literatura conceitua e defini, uma gestão de projeto em três níveis hierárquicos de um planejamento. (Figura 13) 2 O planejamento é o trabalho de preparação para a tomada de decisão, segundo roteiros e métodos determinados” (dicionário Aurélio) 40 Figura 13 – Níveis de Planejamento Fonte: Rebouças (2002) E portanto; Planejamento estratégico; este é elaborado geralmente pela alta gerência e abrange toda a estrutura organizacional de uma organização. Consiste no processo de tomada de uma série de decisões sobre o futuro da organização, cujas providências a serem tomadas pelos executivos diante do ambiente interno e externo apresentado sejam diferentes das do passado, onde o processo é contínuo, tendo maior clareza, transparência e visibilidade da atuação da instituição; maior capacidade de produzir e demonstrar resultados, disponibilidade de mecanismos eficientes de transformação da estratégia institucional em resultados concretos; e maior integração entre planejamento, alocação de recursos, execução, monitoramento e avaliação. Características: é o planejamento mais amplo e abrangente: Voltado para o longo prazo; Envolve a totalidade da Organização; É definido pela cúpula; É voltado p/ a eficácia da Organização. Planejamento tático: é desenvolvido por profissionais da média gerência e aplica-se a departamentos específicos. Objetiva otimizar determinada área de resultado. Trabalha com a decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico, tendo direcionamento para resultados do esforço das diversas áreas da Agência, através de ações integradas; tendo maior capacidade de supervisão e controle, na 41 medida em que impõe a mensuração dos resultados, das ações e dos custos, e tornando bastante explícitos os compromissos e as responsabilidades; e a convergência das partes interessadas para uma agenda concreta de resultados e ações compartilhadas. Características: é o planejamento feito no nível gerencial ou departamental: Voltado para o médio prazo; Envolve cada departamento ou gerência; É definido no nível intermediário (gerencial); É voltado p/ a integração das atividades. Planejamento operacional; é considerado como formalização, principalmente através de documentos escritos das metodologias de desenvolvimento e implantações estabelecidas e é desenvolvido pelos baixos níveis de gerência. Considerado a formalização do planejamento, que deve conter recursos necessários, procedimentos básicos, resultados esperados e os responsáveis pela execução. Portanto, nesta situação tem-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais. Características: é o planejamento que se refere a cada atividade ou tarefa: Voltado para o curto prazo; Envolve cada tarefa, cada atividade; É definido no nível operacional; É voltado p/ a eficiência na execução. 2.3.1 Gestão Empreendedora e Níveis de Planejamento A metodologia de gestão empreendedora segundo Tomiyoshi (2007) apóia-se no conjunto de valores e atributos característicos da organização e envolve um complexo de atitudes e procedimentos, que permeiam desde a modelagem organizacional até os processos de gestão, tendo como principal instrumento a 42 gestão orientada para resultados. A seguir estão relacionadas algumas características desta gestão. No nível estratégico: maior clareza, transparência e visibilidade da atuação da instituição; maior capacidade de produzir e demonstrar resultados as partes interessadas disponibilidade de mecanismos eficientes de transformação da estratégia institucional em resultados concretos; e maior integração entre planejamento, alocação de recursos, execução, monitoramento e avaliação. No nível tático: direcionamento para resultados do esforço das diversas áreas do empreendimento, através de ações integradas, da contratante e contratada; maior capacidade de supervisão e controle, na medida em que impõe a mensuração dos resultados, das ações, e torna bastante explícitos o comprometimento e as responsabilidades da contratante e contratada; convergência nas interfaces da contratante e contratada para uma agenda concreta de resultados e ações pactuadas. No nível operacional: maior capacidade de respostas, na medida em que propicia ganhos expressivos de foco nas demandas existentes e melhoria nos índices de implementação; melhoria na interação das equipes da contratada e contratante; maior capacidade de execução de atividades que respondem às demandas de processo. Neste sentido, os níveis hierárquicos de planejamento, consolidam a flexibilização do processo de gestão de forma a otimizar o fluxo de ações para a execução desta gestão, com a finalidade de agilizar a gestão de interfaces existentes nos processos produtivos entre contratante e contratada na utilização de ferramentas, para exercer 43 esta flexibilização, no estudo objeto relativas aos requisitos formais as questões QSMS, nos níveis tático e operacional (Figura 14). Figura 14 – Níveis de Planejamento Fonte: Adaptado pelo autor do estudo 2.4 GESTÃO EMPREENDEDORA E AS INTERFACES PROCESSOS, TECNOLOGIAS E PESSOAS Segundo Tomiyoshi (2007), a gestão empreendedora tem como premissa, a questão dos aspectos de QSMS, na gestão das interfaces entre contratante e contratada quando do controle de seus processos, tecnologias (atribuído pelo autor em substituição a expressão “ferramentas”) e pessoas. 2.5 INTEGRAÇÃO, INTERFACES E GESTÃO O termo ‘integração’ designa a quantidade e qualidade da interação entre os agentes do processo de produção ao longo do empreendimento. A integração entre os membros da equipe constitui um requisito essencial para a melhoria do 44 desempenho. Com freqüência, os agentes desenvolvem relações conflituosas e não cooperativas no decorrer do processo de produção. No entanto, benefícios consideráveis podem ser alcançados por meio do incentivo à cooperação e à integração, do estabelecimento de ambientes isentos de conflitos e da convergência em torno dos objetivos do contratante. Neste sentido, o autor do estudo elaborado, descreve as definições existentes na literatura científica das três dimensões já citadas como objetivo específico do estudo nas interfaces da contratante e contratada (Figura 15): Pessoas: correspondem à dimensão com maior importância, pois são responsáveis, nos três níveis hierárquicos pelo planejamento, pela implementação do plano, pela avaliação do plano e pela revisão dos resultados do plano; Processos: de forma análoga à dimensão “pessoas”, os processos também devem ser claramente definidos e estruturados de forma robusta a suportar as tarefas do ciclo PDCA, distribuídas pelos três níveis hierárquicos; Tecnologias: de forma análoga às dimensões “pessoas” e “processos”, as tecnologias devem ser claramente definidas e estruturadas de forma robusta a suportar as tarefas do ciclo PDCA, distribuídas pelos três níveis hierárquicos. É justamente esse um dos aspectos mais importantes dentro de um novo enfoque dado pela gestão “empreendedora’, qual seja, o da necessidade da formação de gestão compartilhada de QSMS, entre contratante e contratada para o seu desenvolvimento, desde as suas etapas mais iniciais, como forma de se integrar sinergicamente as necessidades e os conhecimentos de todos os e agentes envolvidos. 45 Figura 15 - As 3 dimensões da Gestão Empreendedora Fonte: Adaptada pelo autor do estudo Neste contexto, a metodologia sugere papéis dos agentes intervenientes sendo redefinidos, atividades sendo repensadas, redesenhadas e redistribuídas, novas abordagens sendo incorporadas, intensa integração de todos os atores envolvidos, gestão com estabelecimento de objetivos a serem atingidos e compartilhados por todos os intervenientes, maior flexibilidade e transparência em todas as fases, interfaces técnicas e organizacionais, ou seja, abordagens sistêmica, de elevada capacidade de ações em conjunto e simultâneo, eliminando barreiras criadas pela estrutura de divisão do trabalho, e fundamental se faz a forte participação de todos os envolvidos no projeto, e de toda a empresa, principalmente das lideranças e dos gestores do empreendimento. A gestão se caracteriza pelo diálogo e interação mútua entre os intervenientes, contratante e contratada, consolidando a compreensão de forma enfática, do conceito de que, em tudo existente no universo onde operam, há necessidade em se atingir um contexto dimensionado pelo interesse comum (Figura16) 46 Figura 16 - Integração na Gestão Empreendedora Fonte: Elaborado pelo autor do estudo Como na gestão de projeto, a gestão empreendedora, objeto do estudo, apresenta os fatores críticos de sucesso que identificam aspectos indispensáveis para atender necessidades do empreendimento, medindo sua percepção na busca de resultados. 2.6 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO3 (CSF) O termo CSFs no contexto da administração de projetos está definido como fatores que predizem sucesso em projetos (SANVIDO et al. 1992) A literatura sugere que os CSFs possam ser agrupados intrinsicamente em pré requisitos principais como: fatores humanos, procedimentos de projeto, administração de projeto e ambiente externo. Neste sentido, o autor do estudo elaborado, sugere como fator crítico de sucesso da gestão empreendedora, a performance relativa aos pré-requisitos citados entre contratante e contratada, na utilização de conceitos, ferramentas e técnicas de 3 CSF envolve treinamento de pessoal e educação, ferramentas boas, liderança forte e administração, maturidade , equipe, e organização (Saltos, 1998). 47 gestão, tanto na busca de eficiência e de eficácia compartilhadas, bem como, a evolução da maturidade dos envolvidos relativo aos componentes: Da Estrutura Organizacional Um reflexo de uma estrutura organizacional aderente às estratégias de gestão é a “gestão compartilhada” da contratante e contratada, no contexto das condições e variáveis intrínsicas ao trinômio processo-tecnologiapessoas De Equipe A capacidade de balancear os recursos (conceitos, ferramentas e técnicas de gestão), através da formação de equipes eficientes com capacidade em fluência de aplicação aos recursos citados. 2.6.1 Gestão de Projeto e Níveis de Maturidade, Cultura e a Gestão Empreendedora A gestão de projetos vem recebendo cada vez mais atenção no meio empresarial, pois provê um conjunto de ferramentas gerenciais para abordar alguns dos problemas organizacionais de forma organizada. É neste ponto que a maturidade em gerenciamento de projetos ganha corpo. Pois, surge a pergunta: O que garante que os projetos estão sendo gerenciados contribuindo para o aumento de chances de sucesso na realização das estratégias? Esta questão pode ser tratada pelos modelos de maturidade4 em gestão de projetos. Na organização, tal ferramenta busca identificar o nível de desenvolvimento 4Ter maturidade significa ser capaz de ver o contexto e efetuar boas escolhas. No âmbito de uma empresa, significa basear as decisões numa compreensão clara dos custos e dos benefícios inerentes à decisão de fazer uma coisa em detrimento de outra. Siqueira (2005) 48 comparando as práticas atuais com as consideradas melhores práticas, revelar forças e fraquezas, bem como direcionar esforços de melhoramento por meio de planos de evolução. Segundo Domingues PMP (2004) existe uma relação direta entre algumas habilidades das pessoas envolvidas em um projeto, e o sucesso alcançado. “Os processos e metodologias que são usados pelas empresas para gerenciar projetos são extremamente importantes para aumentar a probabilidade de sucesso, mas por si só não o garantem”. É simples entender, pois os projetos, processos e metodologias só têm sentido realizados por pessoas, sendo estas em última análise que determinarão o sucesso ou falha dos mesmos. Haverá maior probabilidade de sucesso em um projeto com uma equipe capacitada e com as habilidades exploradas adiante, mesmo não havendo nenhum processo formal instituído para a gestão do mesmo, do que em um projeto conduzido com base em metodologia e ferramentas modernas, porém por pessoas que não possuam tais habilidades. O mesmo autor cita a existência de duas vertentes de maturidade a serem obtidas, que são: Vertente Mecânica – Composta da parte tecnicista da gestão, que é formada pelos processos, metodologias, ferramentas, modelos e formulários que devem ser seguidos para que sejam mantidos os controles necessários ao atingimento dos objetivos do projeto. Vertente Orgânica – Composta da parte humana de quem intervém nos processos dos projetos – os stakeholders - formada, entre outras, pelas habilidades de comunicação, motivação, negociação, administração de conflitos, limites de stress e de liderança. Estas habilidades são necessárias em qualquer projeto e devem ser inerentes aos seus gestores. 49 Na evolução da maturidade no processo de gestão será considerada não só a maturidade dos processos, mas também a questão da evolução da maturidade das pessoas envolvidas com o projeto, denominadas stakeholders e, principalmente, do respectivo gestor (DOMINGUES, PMP). Segundo Mayer e Fagundes (2007) o modelo dos níveis de maturidade, oferece uma estrutura formal para o desenvolvimento da gestão de riscos de segurança da Informação, conforme Figura 17, de acordo com as respectivas definições: Inicial não há processos de gerenciamento em operação, sucesso depende do esforço individual de gestores: sistemas e procedimentos a serem definidos, cronogramas estabelecidos, Início de Interfaceamento com áreas funcionais; Conhecido (abreviado, planejado) os processos de planejamento, previsão de prazos, acompanhamento e estimativas funcionam e são percebidos como importantes e ferramentas ainda não utilizadas em sua forma mais integrada; Padronizado (organizado, gerenciado) há uma abordagem padronizada de gerenciamento, definidos e documentados que são integrados aos sistemas e procedimentos da empresa, o desempenho em termos de prazo e custos tende a melhorar, forte ênfase na gestão do escopo; Gerenciado (integrado) gerenciamento avaliado e controlado, gerência interligada ao fluxo de informações dos projetos, utilização e interpretação da informação, banco de dados consolidado; Otimizado (adaptativo, sustentado) processos continuamente aperfeiçoados: envolvidos na gestão utilizam modelo de gestão de maneira consolidada, banco de dados contendo lições aprendidas, dados de referência e critérios das estimativas, otimização de 50 recursos, integração de requisitos de prazo, qualidade e custo, informações analisadas do ponto de vista corporativo. Figura 17 - Níveis de Maturidade Fonte: Mayer; Fagundes (2007) O modelo, segundo Mayer e Fagundes (2007), é norteado por três estágios: Imaturidade: os processos da organização são improvisados ou não são seguidos; Maturidade: a organização já tem seus processos definidos, padronizados e controlados e quanto mais madura a organização for, melhor e mais consistente é sua atuação; Excelência5: a organização consegue otimizar seus processos, pois todos estão engajados em atividades de melhoria contínua. Tem-se uma evolução controlada de tecnologias e processos. Neste sentido, o autor de estudo, adaptou o referido modelo conforme a Figura 19 e utiliza a abordagem que no contexto da escolha da abordagem e de técnicas na avaliação da maturidade de acordo com a definição operacional permite traçar um roteiro selecionando as técnicas compatíveis com seu atual estágio de maturidade conforme Figura 18. Caracterizada no modelo adaptado pelo autor, como uma faixa da maturidade aplicada na melhoria contínua do processo de gestão. 5 51 Figura 18 – Técnicas compatíveis com o estágio de maturidade Fonte: Fabio Silva - DI-UFPE Portanto, sugere o autor que, na gestão empreendedora, à medida que a escala de maturidade evolua, suas metas de desempenho são redefinidas e ela sofistica suas abordagens, fazendo o uso adequado e de forma progressiva da grande variedade de técnicas e passo a passo, ela vai fortalecendo suas competências e construindo sua infraestrutura. 52 Figura 19 – Maturidade aplicada na melhoria contínua do processo de gestão Fonte: Elaborada pelo autor do estudo Considera-se que uma empresa atingiu sua maturidade quando os seus processos são explicitamente definidos, gerenciados, medidos, controlados e eficazes, ou seja, tem mecanismos que garantem a sua repetição sucessiva com bons resultados futuros relacionado, principalmente, à qualidade, custos e prazos (SIQUEIRA, 2005). 2.6.2 Cultura Organizacional 6dos Envolvidos no Processo Segundo Mayer e Fagundes (2007), no modelo de maturidade, a partir do nível padronizado (3) para o nível gerenciado (4) indica a mudança cultural na organização. Neste sentido, o autor do estudo objeto, sugere, que a cultura deva estar incorporada a todas as partes envolvidas no processo, a partir dos níveis citados, ou seja, na sedimentação do conhecimento dos aspectos de QSMS na cultura da organização e então, um processo de transformação a ser conduzido pelo pensamento organizacional dominante, onde a linguagem e o contexto técnico devam ser claros a todos os envolvidos; e assim podendo então ser consolidado um nível de maturidade da cultura de QSMS. Neste sentido, criar uma cultura positiva de QSMS é reconhecido como um aspecto essencial da gestão empreendedora. Em uma analogia ao modelo da M&M, o autor do estudo elaborado, representa, na Figura 20, o desenvolvimento dos níveis da cultura da maturidade de QSMS, que possibilita aos envolvidos identificarem as ações necessárias para melhorá-la, com visão no estabelecimento de iniciativas coerentes aos respectivos estágios. 6 Cultura Organizacional são valores, crenças e hábitos difundidos pela alta direção da empresa, que sejam a essência dos valores que a companhia acredita que serão os alicerces do seu sucesso. Antonio Fernando Coelho portal da administração (2008) 53 Figura 20 - Estágios de cultura de QSMS Fonte: M&M ( 2005 ) 2.6.3 Uma Gestão baseada em Princípios Mensuráveis de QSMS O grande objetivo é garantir a efetividade das ações entre contratante e contratada, no sentido de que resultados de suas interfaces, sejam pautados em princípios mensuráveis de desempenho a fim de garantir a consolidação de requisitos aplicáveis de QSMS ao longo de seus processos desenvolvidos. Para o autor do estudo, a “Gestão Empreendedora” sugere os princípios mensuráveis de sua lógica fundamentada, como: Liderança (líderes estabelecem a unidade de propósitos e rumos da organização); Engajamento das pessoas (em todos os níveis são a essência da organização); Abordagem de processos (atividades e recursos gerenciados como processos); Abordagem sistêmica para a gestão (processos inter-relacionados); Melhoria contínua (nada é tão bom que não possa ser melhorado); Abordagem para a tomada de decisões (decisões baseadas na análise de dados e informações); 54 Benefícios mútuos, contratante e contratada (parcerias entre todas as partes interessadas. Neste contexto, a gestão empreendedora, caracteriza-se em métodos e ferramentas aplicados em processos inter-relacionados, com a participação efetiva das partes envolvidas em busca da melhoria contínua e obtenção de resultados alinhados com a Política e Diretrizes de QSMS. 2.7 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DA GESTÃO EMPREENDEDORA DE QSMS Na etapa de iniciação (etapa A) o autor buscou ter a “visão sistêmica” dos atores envolvidos, contratante e contratada. Esta etapa de acordo com Tomiyoshi (2007) caracterizou-se pela avaliação de recursos da contratante e contratada, de pessoal, técnicos, gerenciais, administrativos, metodologia de trabalho, rotina de avaliação, amadurecimento de cultura QSMS, com a finalidade de subsidiar ações intrínsecas ao início de desenvolvimento da estratégia metodológica nas questões relativas à QSMS. Tomiyoshi (2007) ressalta a necessidade de sólidos conhecimentos nas questões de gestão QSMS, quando da avaliação e, busca da “visão sistêmica” das partes envolvidas. Neste contexto, as questões relativas à QSMS, ou seja, políticas, diretrizes, requisitos contratuais e indicadores, se apresentam com perfil característico de cada organização (contratante e contratada). A etapa de planejamento (etapa B) define a sistemática de trabalho, quando da “interação” da gestão de QSMS entre contratante e contratada baseada na aplicação dos fundamentos de Gestão de Negócio (GN), Disciplina Operacional (DO), e Aprimoramento Comportamental (AC). 55 A etapa de execução (etapa C) define a implementação das ações; e a interação da gestão de QSMS entre contratante e contratada, de maneira mais consolidada, quando da interseção de ações dos fundamentos aplicados em suas interfaces operacionais, já a etapa de controle/encerramento (etapa D) define o monitoramento, a avaliação e o aprimoramento contínuo para consolidação da interação da gestão QSMS entre contratante e contratada, quando da citada interseção de ações e então, adotada como estratégia metodológica e definida como uma “Sistemática Gerencial” pelo autor. 2.8 VISÃO ESTRATÉGICA DE GESTÃO: FUNCIONAL E HORIZONTAL De acordo com Araújo (2005), a gestão é uma seqüência de processos que são executados entre as partes envolvidas, e o resultado da articulação de pessoas, instalações, equipamentos e outros recursos (materiais,...), ou seja, qualquer atividade executada resulta de processos desenvolvidos, que são atividades logicamente relacionadas que produzem resultados reais, adicionando valor a cada etapa. 2.8.1 Visão Funcional Organizações que funcionam como sistemas fechados, segundo a termodinâmica, estão no estado final de sua evolução, o ponto no qual o sistema esgotou a sua capacidade de mudar. Seus subsistemas não interagem e ela não interage com o meio externo, perdendo dessa forma sua flexibilidade e capacidade de adaptação. As estruturas funcionais são rígidas e pesadas, suas atividades são controladas por níveis hierárquicos. 56 Analisando isoladamente áreas e/ou departamentos a Organização não analisa as interações entre elas e o impacto que cada uma exerce nas outras. Sem conhecer seus processos através de uma abordagem sistêmica, dificilmente uma Organização terá sucesso na conquista de seus objetivos. Melhorar o “todo” significa melhorar cada parte de forma harmônica. 2.8.2 Visão Horizontal: Gestão por Processo e Abordagem Sistêmica7 A proposição de uma gestão por processo proporciona uma visão mais sistematizada da organização e seus departamentos, identificando as deficiências interdepartamentais que por ventura existirem. Abordar por processos significa derrubar as fronteiras funcionais e caminhar em busca da eficiência e eficácia, tendo sempre as necessidades do cliente como referencial absoluto. Significa desenvolver pensamento sistêmico na organização, significa desenvolver visão de totalidade, significa abandonar o pensamento linear e trabalhar os círculos de influência. Uma atividade fundamental da gestão por processos é a análise da cadeia de valor de uma Organização que já traz em si um grande processo de aprendizado. Ao realizar esta análise a Organização coloca foco nos processos que agregam valor, separando-os dos processos de suporte. Avançando um pouco mais na gestão por processos e na abordagem sistêmica, a Organização analisa e estabelece seus objetivos estratégicos e, com base neles, prioriza os processos críticos da sua cadeia de valor e determina os indicadores que 7 Por fim, deve sempre haver sinergia entre o objetivo comum (o que se quer criar) e o raciocínio sistêmico (como criar). Este raciocínio permite criar uma realidade e assim gerar mudanças necessárias à consolidação do objetivo estabelecido 57 lhe permitirão a medição de desempenho e implantação de processo de melhoria contínua. Assim, as organizações podem ser consideradas como sistemas que processam diversas entradas e geram saídas, através de diversos processos que cruzam a organização horizontalmente (HRONEC, 1993; CAMPOS, 1998; ENSTRÖM, 2002) (Figura 21). A visão sistêmica ou visão horizontal de uma organização permite visualizar: O cliente, o produto e o fluxo de atividade da cadeia produtiva; Como o trabalho é realmente feito pelos processos que atravessam as fronteiras funcionais; Os relacionamentos internos entre contratante e contratada, por meio dos quais são produzidos os produtos e serviços. Figura 21 – Visão Sistêmica de Processo Fonte: HRONEC,CAMPOS,ENSTROM 2.8.3 Contratante e Contratada: A gestão compartilhada O vínculo existente entre contratante e contratada, gera a necessidade de convergência nas ações e interesses dos envolvidos, tendo em vista que a gestão é abrangida por uma estrutura hierárquica, onde as decisões desdobram-se verticalmente, definindo os limites de autonomia de cada setor. A gestão tem planejamento, com objetivos e metas estabelecidos, tem ainda seus processos operacionais e gerenciais e nesse contexto, facilita muito se houver uma 58 convergência e interação na organização entre filosofia e objetivos de forma global entre contratante e contratada. Isso significa que contratante e contratada precisam ter conhecimento do planejamento e ações de cada uma, para haver um alinhamento em seu planejamento e definição dos objetivos para toda a gestão, bem como precisa ter consciência de seu papel e responsabilidade nesse processo, provendo de forma eficaz o que for de sua responsabilidade para obtenção de resultados. Na “gestão empreendedora” o sucesso situa-se no compartilhar ações entre contratante e contratada, estabelecidos em níveis de planejamento. Há necessidade de reconhecimento dos benefícios mútuos nas relações com partes interessadas (equipe de gestão, gestora). 2.9 FATORES GERADORES DE SUCESSO NA GESTÃO EMPREENDEDORA DE QSMS 2.9.1 Liderança do Processo Assegurar eficácia, integridade e eficiência dos processos de trabalho em sua unidade; Assegurar que os processos estejam alinhados com os processos principais e com outras unidades (entradas e saídas); 2.9.2 Propriedade do Processo Supervisão de todo o processo, para garantir que seja otimizado; 59 Prática das tecnologias (ferramentas) de avaliação, de modo que o desempenho do processo possa ser medido, e; Atuação nas interfaces dos envolvidos no trinômio processo-tecnologiapessoas para levar a gestão a um nível mais alto de desempenho, nível este compatível com o atendimento aos requisitos QSMS. 2.9.3 Responsabilidade pelo Processo Responsabilidade pelo modo como os envolvidos administram o processo e convivem com ele; Manter processos otimizados em ação, para cumprir suas estratégias da gestão, conforme os requisitos do empreendimento; Garantir que o desempenho do processo atenda as necessidades, e; Priorização alocar os recursos necessários de modo a alcançar o nível de desempenho compatível com as metas e a estratégia na implementação do empreendimento 60 3 ASPECTOS METODOLOGICOS Segundo Yin (2001), entende-se estudo de caso como uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando, os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. O uso de estudo de caso é apenas uma forma de se fazer pesquisa, pois segundo Yin (2001), como esforço de pesquisa, o estudo de caso contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos. O estudo realizado, de natureza qualitativa, apresentou abordagem didática, em que nos próximos itens serão definidos e apresentados alguns tópicos relativos à delimitação metodológica do estudo. A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo à medida que o estudo se desenvolve. A classificação do estudo desenvolvido baseia-se nas proposições de Silva e Menezes (2000), que estabelecem quatro maneiras de classificação de uma pesquisa científica: quanto aos objetivos, quanto à forma de abordagem, quanto à natureza, e quanto aos procedimentos adotados. Gil (1991) afirma que, “embora as pesquisas geralmente apontem para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos exploratórios, descritivos e explicativos”. Quanto aos objetivos o presente trabalho situa-se na categoria de Pesquisa Exploratória e descritiva, devido ao caráter recente e pouco explorado do tema 61 escolhido. De acordo com Chizzotti (1995), “um estudo exploratório sendo indicado [...] quando existe pouco conhecimento sobre o fenômeno”. Pesquisas Exploratórias envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou tem) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores (GIL, 1991). Quanto à forma de abordagem, o presente estudo representa uma pesquisa qualitativa, pois suas características principais coincidem com as recomendações de (GODOY, 1995) acerca da pesquisa qualitativa em que considera o ambiente como fonte direta dos dados; o pesquisador como instrumento-chave; o caráter descritivo; o processo como foco principal de abordagem a análise dos dados realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador; o não uso de técnicas e métodos estatísticos. A classificação do estudo desenvolvido baseia-se nas proposições de Silva; Menezes (2000), que estabelecem quatro maneiras de classificação de uma pesquisa científica: quanto aos objetivos, quanto à forma de abordagem, quanto à natureza, e quanto aos procedimentos adotados. Em relação à natureza do presente trabalho, o mesmo pode ser classificado, segundo Silva; Menezes (2000), como pesquisa aplicada, dada sua intenção de servir de apoio à gestão de aspectos QSMS nas interfaces de contratos EPC à contratantes e contratadas de uma forma geral, embora respeitando as peculiaridades de cada aplicação. Segundo a classificação proposta por Gil (1991), quanto aos procedimentos técnicos adotados, o presente trabalho apresentou uma pesquisa bibliográfica, elaborada a 62 partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos, e material disponibilizado na Internet. A abordagem adotada para a presente pesquisa foi o estudo de caso com caracterização do ambiente organizacional, envolvendo a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995), conforme Figura 22, a seguir: Figura 22 - Ambiente Organizacional Fonte: Elaborada pelo autor do estudo (2007) Neste sentido a pesquisa de campo visou proporcionar um estudo acerca do modo como vem sendo tratado o tema da pesquisa numa realidade prática. O acesso ao campo e a imersão no contexto do problema fazem parte da atividade profissional do autor que é engenheiro e possui a maior parte de suas experiências profissionais na atividade relacionada à pesquisa em questão. A análise e interpretação dos dados e informações foram feitos de forma interativa com a obtenção dos mesmos, durante todo o processo de pesquisa. O modelo de gestão adotado no estudo foi estruturado a partir de Tomiyoshi (2007), que coordenou a gestão de QSMS do empreendimento objeto do estudo de caso ao longo do período das fases de construção, montagem e construção. 63 A análise dos dados e informações se fez através de um processo continuado, em que se procurou desvendar-lhes o significado. A medida que as informações eram coletadas o autor procurou construir interpretações e gerou novas questões, o que, por sua vez, o levou a buscar novos dados, num processo que culminou com a análise final, bastante para formular as respostas e conclusões sobre as questões levantadas. O estudo se desenvolveu conforme mostrado na Figura 23, tendo início com a definição dos objetivos da pesquisa. Com essa definição, foi estabelecida a estratégia metodológica, paralelamente à revisão de literatura e respectiva elaboração de documental para análise do processo. A partir desta base, foi estudado, então, o tema-chave para a pesquisa: “Gestão empreendedora em QSMS: A experiência da P- 54” No título do objeto de estudo da pesquisa duas palavras definem o contexto da sistemática utilizada na gestão de QSMS da P54 e o foco da dissertação. Gestão: A condução de um ou vários processos ou empresas de forma planejada, com metas definidas, indicadores determinados, atividades e ações a serem executadas, responsabilidade, prazos e permanente ações de melhorias. As informações necessárias a gestão do empreendimento devem ser compartilhadas por meio de quadros de Gestão à Vista. Nelas estão identificados os responsáveis, metas e indicadores de desempenho, resultado das avaliações periódicas e informações pertinentes a Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Empreendedora: Todas as atividade dentro de uma organização ou empresa deve ter como foco principal o Resultado. Portanto, as atividades de QSMS devem agregar, sempre, valor ao processo produtivo nas suas ações. 64 Dentro desta mesma temática podemos destacar o conceito de Unidades de Negócios onde para cada uma delas temos uma equipe responsável. Cada uma delas tem suas metas alinhadas com aquela do Empreendimento. Sendo estes sabedores que o resultado da organização é a soma dos resultados das partes, ou seja, a responsabilidade e o compromisso mútuo em prol do todo é o principal fator de sucesso. Isto é trabalho em equipe. Estes dois conceitos atrelados e utilizados de forma sistêmica, são recursos gerenciais essenciais na gestão moderna de QSMS. Finalizando o estudo, são feitas análises conclusivas desta abordagem. De acordo com os aspectos metodológicos abordados, o delineamento do estudo está definido com as etapas do fluxo de pesquisa abaixo: Figura 23 - Fluxograma de delineamento do estudo Fonte: Elaborada pelo autor (2007) Foram submetidos à apreciação de profissionais qualificados, questionários previamente preparados seguindo a técnica de “pesquisa de campo com coleta de dados por meio de formulários” preconizada por Fachin (2002). 65 Conforme esse autor, a utilização desse método de pesquisa “é fundamentada numa série de questões sucessivamente ordenadas e relacionadas com o objeto do estudo”. Dessa maneira, foi possível receber uma avaliação e comentários sobre a metodologia prática proposta por profissionais da alta administração de duas empresas ligadas à área de empreendimentos EPC, da empresa “Contratada Principal – Líder do EPC” – Mauá – Jurong e da empresa Contratante - P-54. Neste sentido, conforme evidências aos objetivos e as questões a serem respondidas pela pesquisa, anteriormente relacionadas, é possível identificar-se uma investigação de caráter explanatório, na qual, busca-se o maior entendimento da questão dos aspectos de QSMS na modelagem EPC Desta forma, em conformidade com o que definimos anteriormente, a investigação terá uma abordagem eminentemente qualitativa e descritiva. Segundo Godoy apud Ferreira, quando estamos nos confrontando com problemas, onde são poucas as referências e a pesquisa tem caráter exploratório, e ainda se o estudo é descritivo e o que se busca é o entendimento do fenômeno como um todo na sua complexidade é possível que uma análise qualitativa seja o tipo de investigação mais adequado. Concluindo, dentre os métodos de pesquisa relacionados, o mais adequado para condução desta pesquisa é o método do estudo de casos. O objeto desta pesquisa envolve questões do tipo “como” e “porque” e conforme destacado anteriormente, segundo Yin (2001) estas questões são mais exploratória e favorecem a utilização do método de estudo de caso. Finalizando o estudo, são feitas análises conclusivas da abordagem proposta. ESTUDO DE CASO PROPOSTO 66 4.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE EMPREENDIMENTO PARA RONCADOR (IERO) O IERO, Implementação empreendimento da de Empreendimentos para PETROBRAS/ENGENHARIA/IEEPT. Roncador, é Implementação um de Empreendimentos para Exploração e Produção e Transporte Marítimo, tendo sob sua gestão a construção das plataformas P52 e P54. O IERO é composto por uma Gerência do Empreendimento, e por gerências setoriais de Planejamento e Controle (PC), Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS), e Construção, Montagem e Integração da P52 e P54 (CMI). As gerências de CMI são desdobradas em gerências de Construção e Montagem (CM), e de Projeto e Suprimento (PS), conforme organograma (Figura 24) ORGANOGRAMA DO IERO IERO Gerente do Empreendimento P&C QSMS Gerente Setorial Gerente Setorial C&MI - P52 C&MI - P54 Gerente Setorial Gerente Setorial Proj. & Supr. P52 Proj. & Supr. P54 Gerente Setorial Gerente Setorial C&MMPU P-52 C&MMCPU - P54 Gerente Setorial Gerente Setorial C&MMG - P52 C&MMG - P54 MC P52 Gerente Setorial C&MC - P52 C&MC P-54 Gerente Setorial Gerente Setorial C&MDBMA P52 Gerente Setorial Figura 24 – Organograma da IERO Fonte: IERO 67 4.1.1 O Campo Petrolífero de Roncador O Campo de Roncador, localizado na área norte da Bacia de Campos, a cerca de 125 km do Cabo de São Tomé, foi descoberto em outubro de 1996, com a perfuração do poço 1-RJS-436A (Figura 25) O Campo de Roncador possui uma área de 111km² e está sob uma lâmina d'água (LDA) que varia de 1.500 a 1.900 metros. Devido à extensão de sua área e ao grande volume de hidrocarbonetos existente, o desenvolvimento da produção de Roncador foi planejado para ocorrer num total de quatro módulos conforme figura abaixo. O óleo de cada um desses módulos possui diferentes densidades, distribuídas da seguinte forma: Módulo 1A - 28º a 31º API Módulo 2 - 18º API Módulo 3 - 22º API Módulo 4 - 18º API Figura 25 – Campo de Roncador Fonte: Petrobrás www.clickmacaé.com.br (2007) 68 A produção do campo teve início em 23 de janeiro de 1999, quando o navio de produção de posicionamento dinâmico (DP FPSO) SEILLEAN foi interligado ao 1RJS-436A por um sistema pioneiro de completação submarina, que representou, à época, recorde mundial de lâmina d'água: 1.853m. Em março de 2001, esse sistema piloto de produção foi transferido para poço 9-RO-20-RJS, localizado no Módulo 3 de Roncador, onde permaneceu até maio de 2002, produzindo cerca de 15.000 bpd. Após o acidente com a plataforma P-36, em 15 de março de 2001, a concepção de desenvolvimento de Roncador foi revista e o Módulo 1 foi rebatizado como Módulo 1A, passando a ser dividido em 2 fases. A Fase 1, concebida como uma solução de curto prazo para a retomada da produção do campo, é composta de 8 poços produtores, além do poço produtor RO-42, do Módulo 2, e 3 injetores interligados a uma unidade de produção do tipo FPSO, com as seguintes características: O óleo produzido é armazenado no FPSO e, o escoamento do óleo será em será para transferido para um navio aliviador. O FPSO BRASIL permanecerá em Roncador até 2008, quando então será feito o remanejamento de seus poços para a unidade de produção da Fase 2 do Módulo 1. O Módulo 2 consistirá na utilização de uma embarcação do tipo FPSO, denominada P-54. Esta UEP será ancorada em LDA de 1.315 m, sendo dotada de facilidades de produção para processar e tratar 180.000 bpd de óleo, comprimir 6,0 milhões de m3/d de gás, além de capacidade para injetar 39.000 m3/d de água. Dezessete poços serão interligados à plataforma, sendo 11 produtores e 6 injetores de água. O escoamento do óleo será, através de um navio aliviador, enquanto o gás será escoado através da Plataforma de Garoupa (PGP-1). 69 Figura 26 - Foto da Plataforma P-54 no dia da sua entrega à Petrobras Fonte: www.ortengrj.com.br (2007) 4.1.2 O Empreendimento P- 54 Segundo informações da assessoria de Imprensa da Petrobras (Petrobras, 2007), a P-54 exigiu investimentos de cerca de US$ 900 milhões. Mais de 60% dos seus componentes, como os módulos8, foram fabricados pela indústria brasileira, gerando até 2.600 empregos diretos. Unidade do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo), a P-54 é uma das maiores plataformas do gênero no mundo. Quando em operação, a plataforma terá capacidade de processar diariamente 180 mil barris de petróleo e comprimir 6 milhões de metros cúbicos de gás natural e injetar 39 mil m3 de água por dia. (ZAIDER; 2006) Além dos sistemas de separação de óleo e gás, serão instalados quatro turbo geradores de energia elétrica de 23 MW de 13,8KV, três moto compressores de 2 milhões de m3 diários, um gerador auxiliar de 1,6 MW de 13,8 KV, um gerador de emergência de 1,6 MW de 480V, além de sistemas de ar comprimido, combate a incêndio e ‘flare’. 8 Arranjo esquemático: Anexo J 70 O casco foi adaptado em um estaleiro em Cingapura, a partir do antigo naviopetroleiro Barão de Mauá, da frota da Petrobras. Com o início de operação em 11 de dezembro de 2008, e projetada para produzir 180 mil barris por dia, quando atingir o pico de produção, a P-54 eleva a capacidade instalada no campo de 280 para 460 mil barris por dia, contribuindo decisivamente para a sustentabilidade da auto-suficiência brasileira em petróleo. Construída a partir da conversão do navio Barão de Mauá, pertencente à frota da Petrobras, a P-54 tem capacidade para comprimir 6 milhões de metros cúbicos por dia de gás e estocar até 2 milhões de barris de óleo. A nova plataforma se somará, no campo de Roncador, à P-52, que começou a operar em novembro, com capacidade para produzir 180 mil bpd, e ao FPSO Brasil, que produz 100 mil bpd. Com a entrada da P-54, a Petrobras completa a inauguração de três novas unidades de produção na região Sudeste, nos últimos três meses do ano. Além dela e da P52, em novembro a empresa já havia colocado em operação, também, o FPSO Cidade de Vitória, com capacidade para produzir 100 mil bpd, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo. A nova plataforma deverá alcançar o pico de produção no segundo semestre de 2008. Até lá, a unidade atingirá também o pico de escoamento de gás, que será de 1,8 milhão de m3/dia. O escoamento da produção de petróleo será feito por navios aliviadores e o do gás por dutos submarinos até o continente. Assim como a P-52, a nova plataforma foi construída pela Petrobras dentro dos novos parâmetros de nacionalização. Com um conteúdo nacional de 63%, a obra da P-54 gerou 2.600 empregos diretos e 10 mil indiretos. O FPSO foi construído de forma modular, em 41 meses, a partir de três contratos assinados em junho de 2004. 71 Os módulos de compressão de gás foram construídos pelo consórcio Dresser Rand/Mauá Jurong e os de geração elétrica pela Nuovo Pignone. O estaleiro Jurong Shipyard encarregou-se da conversão do casco, fabricação dos demais módulos de processos e utilidades e da integração da unidade. Os módulos de processos, utilidades e compressão foram construídos no canteiro do Mauá-Jurong, em Niterói (RJ), e os de geração elétrica no canteiro Porto Novo Rio, da Nuovo Pignone, no Caju (RJ). A nova plataforma deverá alcançar o pico de produção no segundo semestre de 2008. Até lá, a unidade atingirá também o pico de escoamento de gás, que será de 1,8 milhão de m3/dia. O escoamento da produção de petróleo será feito por navios aliviadores e o do gás por dutos submarinos até o continente. Cita-se abaixo as características técnicas da P-54: Localização: Bacia de Campos, a 125 Km do litoral, Cabo de São Tomé (RJ); Produção de petróleo: 180 mil barris/dia; Compressão de gás: 6 milhões de m3/dia; Geração elétrica: 92 MW (capaz de abastecer uma cidade de 290 mil habitantes); Profundidade de ancoragem: 1.400 m; Comprimento: 337 m; Acomodações: 160 pessoas; Peso total: 73 mil toneladas. 4.1.3 A Contratada Mauá Jurong A Mauá Jurong S/A (MJ), joint venture formada em 2000 com o grupo Jurong Shipyard (Cingapura), opera um dos maiores estaleiros do Brasil que iniciou suas atividades em 1845, sendo, portanto, a mais antiga e tradicional empresa da área 72 naval ainda em operação no País. Instalado na Ponta D'Areia, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, o Mauá é o único estaleiro de grande porte na Baía de Guanabara e está estrategicamente localizado antes da ponte Rio - Niterói, o que facilita a atracação de embarcações que possuam restrições de altura ou manobra. A Mauá Jurong oferece a seus clientes uma ampla linha de serviços, incluindo docagem, reparos, engenharia especializada, conversões, novas construções e diversas atividades correlatas. A MJ vem se destacando como um dos maiores centros de construção e integração de unidades flutuantes de produção de petróleo e gás em todo o mundo. A atuação integrada com o Jurong Shipyard (Cingapura) possibilitou grande sinergia com otimização de recursos e soma de experiências. Dessa forma, o tradicional Estaleiro Mauá, na Ponta D’Areia, sua associada, a CEC Equipamentos, na Ilha do Caju e o Caximbau, na Ilha da Conceição, todos em Niterói, estão plenamente reativados e prontos para maiores desafios, nas atividades de Construção de Navios, Offshore e Reparo. Os “topsides”9 dos FPSOs da Petrobras P-43, P-48, P-50 e P-54 foram construídos pelo MJ, assim como os serviços de integração e comissionamento dos FPSOs P43, P-50 P-54. A empresa posiciona-se como estaleiro de classe internacional, com ênfase no aprimoramento das atividades de SMS&Q (Segurança, Meio Ambiente e Saúde & Qualidade) 4.1.4 A Gestão Empreendedora de QSMS do Empreendimento Neste item apresenta-se a metodologia aplicada no empreendimento P-54, caracterizada pela evolução do processo de gestão “empreendedora” de QSMS, apresentada pela Figura 15, definida como “gestão empreendedora” e como um conjunto de ações fiscalizadoras e gerenciais de QSMS, fundamentadas em princípios sistêmicos que denominamos, Gestão do Negócio (GN), Disciplina 9 Parte do casco do navio que está acima da linha de flutuação (deck e módulo) 73 Operacional (DO) e Aspectos Comportamentais (AC), atuando de forma planejada, monitorada e harmônica, e assim constituindo a Sistemática Gerencial e a evolução do processo de gestão. A gestão é impulsionada por um programa de “reconhecimento e motivação”, denominado Prêmio Destaque de QSMS - P54, consolidado e caracterizado por “objetivos e metas” na forma: Alinhado com as Diretrizes Corporativas de SMS – Petrobras; Atender os requisitos do SGI da Petrobras/Engenharia; Fazer cumprir os Requisitos Contratuais definidos para a Contratada; Atender todas as Metas/Indicadores de Desempenho determinadas anualmente para o Empreendimento P54. É precisamente no âmbito da Gestão Empreendedora de QSMS, como filosofia norteada pelo estabelecimento concertado de metas de trabalho, tendo em conta os recursos disponíveis e o período de tempo previsto para a sua realização, que nos debruçaremos, identificando os seus traços fundamentais, com especial realce para a sua definição de reconhecimento e motivação. Esta abordagem segundo o autor do estudo, segundo a metodologia Tomiyoshi (2004), assenta-se, basicamente, na adoção de um sistema de gestão radicado num conjunto de indicadores, tendo como prioridade o cumprimento de objetivos e metas pré-definidas, cuja estruturação segue a filosofia da melhoria contínua: a) Planejamento – a existência de objetivos pertinentemente estabelecidos, é característica de uma perspectiva atenta às interfaces contratante e contratada. O próprio conceito de objetivos e metas, referido a um determinado período de prazo qualidade e custo, leva à necessidade de estruturação articulada de objetivos e metas, das mais gerais (estratégicos) para as mais particulares (individuais); b) Participação – os envolvidos devem participar ativamente na determinação dos seus próprios objetivos e metas, em vez de os mesmos lhes serem definidos apenas 74 pelos superiores hierárquicos, portanto, cada trabalhador deve ser gestor de suas próprias atividades; c) Motivação – o nível de empenho dos envolvidos dependerá muito da criação de um sistema de gestão em que a satisfação de objetivos e metas individuais estejam estreitamente correlacionadas aos objetivos e metas organizacionais. Como fatores motivadores na gestão por resultados, a metodologia, segundo Tomiyoshi (2004), caracteriza-se por: Motivação pela premiação com a adoção de um sistema de premiação segundo os resultados alcançados, com o qual se procura criar um elo inequívoco de dependência entre esforço e recompensa, tendo-se revelado como uma forma eficaz de estimular o empenho dos trabalhadores; Reconhecimento, componente fortemente motivador introduzido pela gestão por resultados, como resposta à necessidade individual de obtenção de feedback sobre a respectiva atividade profissional, confere sentido à atuação e reforça-a quando esta é superiormente reconhecida como bem-sucedida, havendo também aqui tendência para ações corretivas, em caso inverso. Embora o dinheiro seja um dos instrumentos mais utilizados pelas organizações para obter o empenho do pessoal, é hoje relativamente pacífico que este é considerado pelos trabalhadores como um fator de satisfação, enquanto o reconhecimento se afirma como um verdadeiro fator motivador; d) Autocontrole, a participação de todos os elementos da organização estende-se à fase de controle dos resultados, na medida em que a gestão por resultados coloca o indivíduo como parte integrante do processo da sua própria avaliação, conjuntamente com a avaliação realizada pelo superior hierárquico. Os funcionários têm conhecimento do que deles é esperado, das metas que devem atingir para serem positivamente avaliados, quer isto dizer, têm conhecimento dos meios indispensáveis para uma boa avaliação de desempenho, permitindo a autoavaliação ao longo do processo de execução, e introduzindo necessárias medidas corretivas, de modo a assegurar uma maior eficácia. 75 4.1.5 A Evolução do Processo da Gestão Empreendedora de QSMS A abordagem caracteriza-se pela gestão do empreendimento nas fases de Iniciação (Etapa A), Planejamento (Etapa B), Execução (Etapa C), Controle /Encerramento (Etapa D), com aplicação inovadora de fundamentos, a serem combinados, nas respectivas fases, culminando na “sistemática gerencial” e assim, consolidando a definição de uma “gestão empreendedora”, assim classificada por Tomiyoshi (2007), como um arcabouço de “fundamentos aplicados” definido em um RESULTADO de interfaces harmônicas entre contratante e contratada na “Sistemática Gerencial” (Figura 26). Neste contexto, Tomiyoshi (2004) define o processo de evolução nas etapas de implantação na gestão empreendedora de QSMS, com a respectiva abordagem: Etapa A: Avaliação da Petrobras, P- 54, Contratada e suas Sub-Contratadas. Políticas e Diretrizes de QSMS; Requisitos Contratuais de QSMS; Atendimento a Requisitos Legais; Estrutura Organizacional; Instalações Fabris, Refeitórios, Sanitários e Vestiários; Equipe de Trabalho; Etapa B: Definição da Sistemática de Trabalho e Inicio de Implantação. Atendimento aos Indicadores de Desempenho; Determinação de Rotinas Operacionais; Agendas de Auditorias; Requisitos para subcontratação de serviços pela Contratada; Rotinas de aplicação de lista de Verificações - SALV; Análise de procedimentos técnicos da Contratada / Vendors - SIGEM; Aplicação de Auditorias Comportamentais - AUDICOMP; Participação diária de DDSMS da Contratada; 76 Etapa C: Identificação e Gestão de Melhorias. - Aprimoramento do Programa de Estímulo e Reconhecimento; - Avaliação das Subcontratadas de Serviços e Vendors; - Realização mensal do DDSMS gerencial; - Certificação do SGI da Engenharia / Petrobras; - Atualização periódica da Planilha CAL; - Auditorias de Contratada e SGI-Engenharia / Petrobras; Etapa D: Consolidação do Processo de Avaliação das Melhorias, Implantação de Sistemática, Estrutura de Acesso a Plataforma, Organização e Limpeza. Figura 27 – Evolução do Processo da Gestão Empreendedora de QSMS Fonte: Tomiyoshi (2004) Neste contexto, conforme Figura 27, Tomiyoshi (2007), define como os “fundamentos aplicados” na gestão empreendedora de QSMS: 1 – Gestão do Negócio (GN) Divisão por Área Unidade de Negócio; 77 Sentido de Propriedade - Identificação dos Responsáveis; Foco no Resultado Gestão Multidisciplinar; Gestão à Vista; 2 - Disciplina Operacional (DO) Ação “ostensiva” e permanente na área de produção/operação; Participação e Envolvimento nas Auditorias; Análise e implementação e monitoramento de documentos operacionais (PT, APR, Procedimentos Técnicos); Monitoramento, Análise e Ações de Correção para Acidentes com e sem Afastamento; Campanhas de QSMS; Aplicação das Ferramentas de Gestão (Lista de Verificação-SALV, AUDICOMP, IPS, Registro de Incidentes, SIGA, GESTOR, PAG-SMS). 3 - Aspecto Comportamental (AC) Trabalho em Equipe; Pro atividade; Participação e Envolvimento; Liderança/Gestor; Gestão para Resultado. Compromisso e Responsabilidade. Tomiyoshi (2007) apresenta na Figura 28 elaborado, comparativo de Ação x Requisito na forma de evolução do processo de “gestão empreendedora”, cujos fundamentos estão alinhados com a Diretriz 1 “Liderança e Responsabilidade da Diretriz Corporativa de SMS-Petrobras”. Na Figura 28 Tomiyoshi (2007) apresenta o aprimoramento da “forma de ação” e “requisitos” pré-existentes, em uma gestão tradicional e o demonstrativo dos respectivos, com nova “abordagem”, ou seja, tomada de ação para a implementação do modelo de gestão empreendedora proposta, consolidados pelos “fundamentos aplicados”; “Gestão Comportamental”. do Negócio, Disciplina Operacional e o Aspecto 78 Neste contexto, é importante ter em mente que a gestão é um instrumento das partes envolvidas na busca de resultados. Tornar os integrantes das partes interessadas parceiros atuantes na busca de resultados é fator crítico de sucesso nesta gestão empreendedora (TOMIYOSHI, 2007). Assim sendo, a Figura 28 indica que a gestão estará atingindo seus objetivos quando as partes interessadas, estiverem atuando de forma balanceada, harmônica e sustentada, sendo, portanto, fundamental que sejam traçadas metas para os principais resultados, de forma que as pessoas envolvidas, possam entender claramente os objetivos e metas propostos; quando: o acompanhamento dos processos envolvidos entre contratante e contratada, visando resultados por meio de fixação de metas, servem como importantes elementos desta gestão, caracterizando-se como fator crítico de sucesso; os principais desdobramentos diretamente ligados a este fundamento abrangem, a gestão e o estabelecimento de um conjunto de indicadores de desempenho, a busca de entendimento dos níveis dos resultados obtidos e os desejados; ou seja, uma a análise crítica dos resultados para o estabelecimento de planos de ação. 79 Figura 28 - Forma de Ação x Requisito Fonte: Tomiyoshi (2007) Na aplicação da metodologia, Tomiyoshi (2007), apresenta na Figura 29, síntese de conclusões, nomeadas sob o título de “lições aprendidas”, na implementação da “gestão empreendedora”, caracterizando um arcabouço de indicativos associados na “forma de ação” e “requisitos”, citados na Figura 28. 80 Figura 29 - Lições aprendidas Fonte: Tomiyoshi (2007) O contexto apresentado por Tomiyoshi (2007), na Figura 29, apresenta a expectativa na utilização de ferramentas existentes no processo de gestão, em um estágio de implementação, fato este, citado, quando o mesmo, descreve diferenças entre as fases de planejamento e da execução, e focando no aprendizado organizacional, o fortalecimento do processo de gestão de QSMS, através destas ferramentas na busca de resultado, enfatizado no processo de evolução da gestão empreendedora (Figura 27) 81 Neste sentido, Tomiyoshi (2007), apresenta esta evolução na postura da busca de um “resultado comum”, a definição da “sistemática gerencial”, fundamentada em dados objetivos, por definição de unidades relatórios, indicadores, identificação de responsáveis, auto-avaliação definindo a estrutura organizacional, conforme a Figura 30. Figura 30 – Sistemática Gerencial Fonte: Tomiyoshi (2007) 4.1.6 Implantação do Processo da Gestão Empreendedora de QSMS Na etapa de iniciação (etapa A) o autor buscou ter a “visão sistêmica” dos atores envolvidos, contratante e contratada. Esta etapa de acordo com Tomiyoshi (2007) caracterizou-se pela avaliação de recursos da contratante e contratada, de pessoal, técnicos, gerenciais, administrativos, metodologia de trabalho, rotina de avaliação, amadurecimento de cultura QSMS, com a finalidade de subsidiar ações intrínsecas ao início de desenvolvimento da estratégia metodológica nas questões relativas à QSMS. Tomiyoshi (2007) ressalta a necessidade de sólidos conhecimentos nas questões de gestão QSMS, quando da avaliação e, busca da “visão sistêmica” das partes envolvidas. Neste contexto, as questões relativas à QSMS, ou seja, políticas, 82 diretrizes, requisitos contratuais e indicadores, se apresentam com perfil característico de cada organização (contratante e contratada). A etapa de planejamento (etapa B) define a sistemática de trabalho, quando da “interação” da gestão de QSMS entre contratante e contratada baseada na aplicação dos fundamentos de Gestão de Negócio (GN), Disciplina Operacional (DO), e Aprimoramento Comportamental (AC). A etapa de execução (etapa C) define a implementação das ações; e a interação da gestão de QSMS entre contratante e contratada, de maneira mais consolidada, quando da interseção de ações dos fundamentos aplicados em suas interfaces operacionais. A etapa de controle/encerramento (etapa D) define o monitoramento, a avaliação e o aprimoramento contínuo para consolidação da interação da gestão QSMS entre contratante e contratada, quando da citada interseção de ações e então, adotada como estratégia metodológica e definida como uma “Sistemática Gerencial” pelo autor. Segundo Tomiyoshi (2007) como toda a tecnologia, a implantação da gestão empreendedora de QSMS, conforme citado no Capitulo 2. Neste contexto Tomiyoshi (2007) discute a “performance de QSMS” no decorrer da implantação da gestão empreendedora, estabelecendo parâmetros ao contexto citado (Figura 31). A representação gráfica (Figura 30) discute o conceito da performance da Gestão de QSMS entre contratante e contratada, caracterizada e consolidada pela associação de “ação gerencial” e de “ação da fiscalização” em uma implementação, de maneira a transcender o processo da “efetividade da ação gerencial” focada na importância do seu papel, na obtenção do comprometimento/envolvimento da equipe, no alcance dos resultados previstos pela alta administração do negócio e na implementação de inovações e da “efetividade da ação de fiscalização” focada na aplicação de técnicas, procedimentos de diretrizes específicas; quando acrescenta a “efetividade ação empreendedora” no binômio gerencial-fiscalização, e então consolidando à gestão associadas às cinco níveis de maturidade: inicial, conhecido, padronizado, garantido e o otimizado, já citados no Capítulo 2. 83 Observa-se que através de “ação gerencial” e “fiscalizadora”, os níveis menores de performance, caracterizado no gráfico nos pontos A e B, atribuídas por Tomiyoshi (2007) e representado na Figura 30, que cita a forma de ações x requisitos normas e procedimentos, porém ele mesmo enfatiza, ser estas ações importantes quando associadas e em uma visão mais cartesiana serem entendidas como sendo os “elementos da soma” que apresentam como resultado a “gestão empreendedora”. Neste sentido, de acordo com Tomiyoshi (2007), o referencial na elaboração da performance de QSMS, representada pela Figura 31, está associado ao que se procura adotar na gestão empreendedora, ou seja, uma visão sistêmica, global e abrangente, que possibilitasse visualizar as relações de causa e efeito, o inicio, o meio e o fim, ou seja, as interfaces entre recursos captados e valores por ela obtidos entre as interfaces contratante e contratada. Na abordagem sistêmica, o foco da atenção se transfere da análise da interação das partes para o todo, contrariamente ao pensamento pré-sistêmico, no qual o método analítico procurava chegar à compreensão do todo a partir do estudo independente das partes. Figura 31 – Representação Gráfica Fonte: Tomiyoshi (2007) 84 O enfoque sistêmico possibilita uma visão macroscópica da organização, que é o ponto de partida para a gestão de QSMS, na qual, a macro visão, permite visualizar a organização como um macro-sistema que converte diversas entradas de recursos em saídas de produtos e serviços em uma visão horizontal do processo e busca um enfoque integrado dos preceitos citados; nas interfaces de um contrato EPC, de maneira qualitativa e não quantitativa, e que intrinsecamente, estariam atrelados ao trinômio processo-tecnologia-pessoas, objeto do estudo. 4.1.7 Níveis de Performance de QSMS e Níveis de Maturidade Neste sentido, numa perspectiva gerencial de níveis de maturidade (performance versus tempo decorrido), o nível “A” caracterizado pela “menor performance” da gestão de QSMS sugere o autor do estudo elaborado, baseado no modelo adaptado estar associado a etapa de “inicial” do nível de maturidade, na qual as vertentes mecânica e orgânica necessitam ainda de definição de uma estratégia na gestão (Figura 32) Figura 32 - Níveis de maturidade (performance versus tempo decorrido) Fonte: Elaborada pelo autor do estudo 85 O nível “B” caracterizado pela “média performance” da gestão de QSMS, sugere ao autor do estudo elaborado, a experiência da etapa anterior, ou seja “inicial”, acrescer no período de tempo as vertentes mecânica e orgânica (Figura 33) Figura 33 – “Média performance” da gestão de QSMS Fonte: Elaborada pelo autor do estudo O nível “C” caracterizado pela maior performance da gestão de QSMS, sugere ao autor, estar associado a etapa “otimizada”, ou seja, o nível consolidado pela “gestão empreendedora”, pela definição na literatura científica, de que, seria um processo de “evolução” que denota um alto nível de maturidade, citado no Capítulo 2, na gestão pela empresa, com processos e principalmente maturidade estabelecidas, nas vertentes mecânica e orgânica consecutivamente. O desenvolvimento das habilidades nos níveis anteriores forma uma base para que nesta etapa possam ser reforçadas algumas características específicas. O desafio é avaliar estes processos e maturidade e entender que ainda existe muito para ser feito e que deve ser mantida a busca de melhoria contínua (Figura 34). 86 Figura 34 – Gestão de QSMS - performance Fonte: Elaborada pela autor do estudo Para fins de análise da relação entre os resultados da Performance de Gestão de QSMS (Figura 31), da Performance dos níveis de maturidade (Figura 19) e da Performance da Evolução (Figura 27) da gestão empreendedora de QSMS em análise, o autor do estudo elaborou uma estruturação gráfica adaptada e sedimentada pela Figura 35. 87 Figura 35 - Análise da relação entre os resultados da Performance de Gestão de QSMS Fonte: Elaborada pelo autor do estudo Sugere o autor do estudo que os resultados da avaliação da estruturação gráfica apresentada na Figura 35, sejam componentes de informações que possam ajudar a organização a planejar, executar e monitorar suas iniciativas de melhoria na gestão nas etapas desde a ação gerencial, fiscalizadora até a consolidação da etapa da 88 Gestão Empreendedora QSMS, quando permite em cada nível de maturidade, estimar os benefícios potenciais da melhoria da gestão de processos de QSMS, determinar a capacidade do processo na realização de seus propósitos, prover as bases e orientações para melhorias contínuas na execução e gestão de forma estruturada, priorizada e evolutiva, selecionar e combinar abordagens e técnicas de melhoria e gestão compatíveis com cada estágio de maturidade e mediante avaliações sucessivas, monitorar e avaliar os progressos na melhoria da gestão. Assim sendo, no contexto, da melhoria contínua, a avaliação de maturidade (linguagem e contexto) nas interfaces processos-tecnologia-pessoas permita identificar e planejar objetivamente os três tipos básicos de ações de melhoria da gestão ou seja: previsibilidade: o primeiro resultado esperado de uma organização madura é a diminuição da diferença entre resultados desejados e reais; controle: organizações mais maduras se tornam mais efetivas no controle de seu desempenho dentro de limites aceitáveis; eficácia: com a evolução da maturidade, a organização elimina desperdícios, falhas e retrabalhos. 4.1.8 Análise Critica da Gestão do Empreendimento O autor de estudo apresenta, conforme Figura. 35, check-list desenvolvido à especificidade da “gestão empreendedora”, como uma ferramenta indicativa aos fundamentos aplicados desta gestão, relativos aos níveis tático e operacional delimitado pelo estudo elaborado, de acordo com o descritivo: A abordagem da Gestão Empreendedora é baseada no foco de análise da três matriz “nível de planejamento” x “pdca” associados ao estudo a ser elaborado nas interfaces “processo, tecnologia e pessoas” , conforme Figura 38 e apresenta checklist desenvolvido à especificidade da “gestão empreendedora”, como uma ferramenta indicativa aos fundamentos aplicados desta gestão, relativos aos níveis tático e operacional delimitado pelo estudo elaborado, de acordo com o descritivo: 89 • Hierarquia das Estratégias: descrito por Anthony (1965), permite a decomposição do processo da tomada de decisões gerenciais em três níveis: estratégico (corresponde ao processo de decisão sobre as alterações nos objetivos da organização, nos recursos que são utilizados para atingir os objetivos e nas políticas que governam a aquisição e o uso desses recursos), tático (corresponde ao processo de garantir que os recursos são obtidos e usados eficaz e eficientemente na conquista dos objetivos da organização) e operacional (corresponde ao processo de garantir a aquisição e uso eficiente de recursos, com relação às atividades para as quais a relação ótima entre as saídas e os recursos pode ser aproximadamente determinada). • Ciclo PDCA: processo de melhoria composto por quatro etapas, sendo descrito originalmente como Ciclo de DEMING (1967). A primeira etapa (“P”, Plan): planejamento requerido para atingir a melhoria desejada; a Segunda etapa (“D”, Do): implementação do plano; a terceira etapa (“C”, Check): avaliação do plano; a quarta etapa (“A”, Act): revisão dos resultados do plano. Figura 36 - “NÍVEL DE PLANEJAMENTO” x “PDCA” x “PROCESSO, TECNOLOGIA, PESSOAS” Fonte: Elaborada pelo autor 90 Neste aspecto, na lógica da estrutura proposta para o nível tático, pode-se indicar através das questões/assertivas, associadas à matriz, que: 211- A “gestão empreendedora” sugere um plano formal de integração dos funcionários relativa aos aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada , que de acordo com Tomiyoshi consolida-se em um escopo de planejamento. 231- A “gestão empreendedora” avalia seu programa de integração relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada, e de acordo com Tomiyoshi, esta avaliação define-se sob o prisma de uma visão macro dos resultados do empreendimento. Neste aspecto, na lógica da estrutura proposta para o nível operacional, pode-se indicar através das questões/assertivas, associadas à matriz que: 311- Na “gestão empreendedora” os funcionários possuem uma programação para a devida integração sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada, que de acordo com Tomiyoshi, de maneira periódica e sistemática. 331- Na “gestão empreendedora” os funcionários são avaliados em relação à integração sobre os aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada, que de acordo com Tomiyoshi, ser a proposição mais relevante a “disseminação” dos conceitos de aspectos de QSMS nesta “gestão empreendedora”. 91 5 CONCLUSÕES 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde o início desta pesquisa sustentou-se que o Sistema de Gestão de QSMS estudado, apresentava resultados expressivos, boas práticas de QSMS, um grau de disseminação e ciclo de maturidade consistente e com melhoria contínua. Ao atender requisitos de um sistema de gestão de QSMS específico como o do estudo de caso, pode-se observar o enfoque e a aplicação, dimensões que pontuam critérios estabelecidos, à referida melhoria continua. No caso do enfoque, ou seja, a verificação de como foram atendidos os requisitos, considerando-se o perfil da organização, e, outro, ponto importante são as inovações produzidas para a gestão e/ou o refinamento das práticas de QSMS desenvolvidas pela contratante e contratada. No caso da aplicação, na forma de como foi disseminada e ao uso do enfoque pela organização citamos como fatores a disseminação e a continuidade, o primeiro em função da implementação das práticas de gestão de QSMS e o segundo pela manutenção das práticas de maneira periódica e ininterrupta. Para o autor do estudo elaborado, a metodologia da “gestão empreendedora”, não diz respeito apenas a gestão de um projeto propriamente dito, ou seja, com os aspectos teóricos discutidos no estudo, como o Ciclo PDCA de Controle de Processos, como o conceito de grupo de processos de uma Gestão de Projetos sendo “Iniciação, Planejamento, Execução, Verificar, Atuar, Encerramento” (PMBOK, 2004), mas se refere principalmente às conseqüências relevantes de uma gestão da relação contratante - contratada, como fator preponderante ao cumprimento da gestão de um projeto no modelo EPC, consolidando como aprendizado: 92 a consciência da necessidade de mudanças na forma de se pensar um processo produtivo em um empreendimento na forma contratual em regime EPC relacionado às questões QSMS, entre contratante e contratada, no âmbito das interfaces processo-tecnologia-pessoas visando a uniformização de linguagem tática e operacional entre as interfaces deste contexto, ser a aplicação de um meio sistemático fundamentado, para o alcance dos objetivos e metas dos aspectos QSMS possibilitando ações dirigidas para a implementação de programas e procedimentos que possam contribuir para a melhoria continua estratégica, em contrato EPC, ou seja focando a integração do monitoramento e da manutenção de registros para todos os aspectos das atividades de contratante e contratada relacionadas aos aspectos QSMS. Neste contexto, todo o processo de elaboração do estudo, desde o planejamento, implementação, acompanhamento, coleta e análise de dados, constituiu mais uma rica experiência para o autor do estudo, destacando-se importantes contribuições que proporcionaram a oportunidade de falar sobre a metodologia da “Gestão Empreendedora” de forma integrada baseado na performance profissional do autor10, com uma linguagem coloquial, que é bem peculiar ao meio empresarial, no qual, ação e resultado, são preponderantes à existência de uma gestão em geral. Neste sentido, então caracterizando a efetiva e premente necessidade de que uma estrutura sistematizada para uma gestão específica, no estudo focado na gestão no modelo de contrato EPC relativo aos aspectos de QSMS seja caracterizado pelo seqüenciamento das atividades em suas interfaces estabelecendo a necessidade de interação entre os diversos agentes envolvidos no processo, ou seja, Contratante e Contratada. O foco nas interfaces destes envolvidos sempre fundamentado na interação dos seus processos sugere um grau de complexidade; basicamente por causa da relevância das interações entre os envolvidos, associado à necessidade de estar 10 O acesso ao campo e a imersão no contexto do problema fazem parte da atividade profissional do autor que é engenheiro e possui a maior parte de suas experiências profissionais na atividade relacionada à pesquisa em questão. 93 pautado a um conteúdo e contexto organizacional da contratante e contratada (Figura 37) Figura 37 - Contexto organizacional da contratante e contratada Fonte: Elaborada pelo autor do estudo Na verdade, não se busca oferecer "receitas" prontas e sim alertar para aspectos importantes resultantes da aplicação de novos parâmetros no contexto de um sistema de gestão, procurando oferecer orientação sobre os componentes que devem ser trabalhados no sentido de aumentar a eficiência e eficácia na busca de uma gestão; para que os envolvidos neste processo atuem de maneira compartilhada e portanto, ser definida pelo autor como: a gestão empreendedora é um processo de sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida por uma organização, visando ao otimizado grau de interação entre os envolvidos contratante e contratada, atuando de forma inovadora e diferenciada. Apesar de não ter sido nosso objetivo fazer análise cultural do grupo, pudemos constatar, numa primeira observação, alguns aspectos que nos serviram de base para compreender as relações que se estabelecem no campo real do trabalho da contratante e contratada. Em razão do caráter itinerante desse tipo de obra, o grupo torna-se um corpo único, não obstante a fiscalização ser realizada por empregados da contratante e a construção por contratados e subcontratados. Existem, sem dúvida, distinções quanto a uniformes, salários, mas a obra corporifica algo maior do que as diferenças no campo real. 94 Pela complexidade e sem querer esgotar o assunto, o objetivo desse trabalho foi mostrar a aplicabilidade em empreendimento na modelagem EPC da metodologia da gestão empreendedora de QSMS. 5.2 QUANTO AO OBJETIVO O tema do estudo elaborado, através da análise da metodologia da gestão empreendedora, adotada na implementação da modelagem de contrato EPC no projeto da P-54; mostrou ser de grande relevância a utilização de ferramentas (tecnologia), associadas ao binômio processo – pessoas, nas interfaces; contratante e contratada como instrumento de gestão de QSMS, onde se evidencia o desempenho da referida gestão, no contexto de sua implementação e, portanto, ponto relevante na tomada de decisões. Assim sendo, para o autor do estudo, o enfoque sistêmico, caracterizado pelas interfaces contratante-contratada demonstrou ser crucial e de grande importância na aplicação desta metodologia e na busca de soluções para os desafios na implementação da ‘gestão empreendedora’ em um empreendimento de modelagem EPC. A análise dos processos predominantes e o estabelecimento das metas e objetivos dos envolvidos da contratante – contratada, foram fundamentais para orientar a fase de síntese, ou seja, na definição do sistema de gestão a ser implementado. Neste cenário dotar a organização de tecnologia (ferramentas) adequadas às práticas gerenciais a partir de uma visão sistêmica, caracteriza a “gestão empreendedora” criando na organização um ambiente estratégico que passe a fazer parte do cotidiano organizacional, associado ao binômio processo-pessoa, obtendo com essas práticas o sentido de antecipação, monitorando as tendências ao desempenho esperado. 95 5.3 QUANTO ÀS QUESTÕES PROPOSTAS Os dados que emergiram desse estudo demonstraram que o aperfeiçoamento de gestão representa uma intervenção que afeta diretamente os processos, a tecnologia e pessoas envolvidas, sob pena de se distanciar das metas e dos objetivos propostos e, como conseqüência, ou seja, produzir desvios nos resultados esperados. É nesse momento que a aplicação da metodologia demonstrou ser fundamental para que, através da busca de interação entre contratante e contratada, seja alcançado todo o potencial de resultados do aperfeiçoamento de processos, tecnologia e pessoas, entre os envolvidos, e assim contribuindo, para a construção de uma visão de complementaridade da gestão, em vista o desenvolvimento de uma nova concepção organizacional, ou seja, uma “gestão empreendedora”, compondo como premissas básicas que: A gestão deve consistir de parâmetros, diretrizes e requisitos a serem atendidos, por contratantes e contratados; Contratantes e contratados dominem o conhecimento técnico, necessário para implantar os mecanismos de desenvolvimento do projeto; A gestão deve formalizar procedimentos para assegurar que as responsabilidades sobre o processo estejam perfeitamente definidas; A gestão deve partir do conceito de que cada agente interveniente, com base nos procedimentos estabelecidos, assegure o desenvolvimento dos seus processos individuais; A gestão deve identificar claramente as relações de interface entre contratantes e contratados (processos-chave, alinhamento e integração); A gestão também deve contemplar comunicação entre contratantes e contratados. 96 5.4 SUGESTÕES DE DESDOBRAMENTOS PARA ESTUDOS FUTUROS Como proposta de continuidade para o presente estudo propõe-se um estudo entre o modelo de contratação de um empreendimento na modalidade EPC e o impacto nas questões de QSMS, quando da aplicação da gestão empreendedora, relativo ao trinomio prazo, custo e qualidade. 97 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistemas de gestão ambiental - Especificação – Diretrizes. NBR 14001. Rio de Janeiro, 2006. 24p. ______. Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos - Vocabulário. NBR ISO 9000. Rio de Janeiro, 2006. 22p. ______. Sistemas de gestão da qualidade- Requisitos. NBR ISO 9001 Rio de Janeiro. 2006. 23p. GIFFONI, Daniel Araujo. Gestão da Segurança do Trabalho em Construção e Montagem na Indústria Petroquímica - Um Estudo de Caso. 147f. Dissertação (Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão) Universidade Federal fluminenseUFF, 2004. COCHARERO, Renato. Ferramentas para Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho, Monografia (MBA em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios)Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2007. QUELHAS, O. L. G. e ALVES, M. S. e FILARDO, P. S. As práticas da gestão da segurança em obras de pequeno porte: integração com os conceitos de sustentabilidade. Revista produção Online. ISSN 1676 - 1901 /Vol. 4/ Num. 2/ Maio de 2004 BOBSIN, Marco Aurélio. Gestão de Meio Ambiente, Segurança e Saúde: Proposta de estrutura e metodologia de avaliação de desempenho, 2005. LOPES, Marcelo José Cavalcante. Dispositivos e Condições Contratuais que dão Suporte a um Financiamento de Longo Prazo, Modalidade Project Finance, para Projetos Termoelétricos, a Gás Natural no Brasil. 2003. 98f. Dissertação (Mestrado em Energia), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade e Instituto de Física da Universidade de São Paulo, 2003. ARAÚJO, N. M. C. Proposta de sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, baseado na OHSAS 18001, para empresas construtoras de edificações verticais. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2002. GÓMEZ, Luis Alberto de et al. Contratos Epc TurnKey. Florianópolis: Visual Books, 2000 FERREIRA, M.L.R. Gestão de contratos de construção e montagem industrial. Niterói: Eduff, 2004 DINSMORE, Paul C,; NETO, Fernando H.S. Gerenciamento de projetos e o fator humano: conquistando resultados através de pessoas. Rio de Janeiro: Qualymark, 2006. 98 JUNIOR, José G, L,; DE ANGELO, Claudio F. A importância dos objetivos na implementação de modelos de gestão. São Paulo: Caderno de Pesquisas em Administração, 2002. TOMIYOSHI, R.M. (Gerente de QSMS). Gestão de QSMS da P-54: estaleiro MauáJurong. Rio de Janeiro: Apresentação. 2007. IMPLEMENTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS PARA RONCADOR (IERO). Plano de gestão integrada-PI-25-IERO Revisão. Rio de Janeiro. 2007. KEELLING, Ralph. Gestão de Projetos: Uma Abordagem Global. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 293. Harmon, Paul: Evaluating an Organization's Business Process Maturity. Business Process Trends Newsletter, Volume 2, No 3, March 2004. SOLER, Alonso Mazini. Maturidade na gerência de projetos. PRADO, D. (2006) “MMGP”: Um modelo brasileiro de maturidade em gerenciamento de projetos. Disponível em: http://pontogp.wordpress.com/2006/05/06/mmgp-um-modelobrasileiro-dematuridade-em-gerenciamento-de-projetos. Acesso em Maio de 2008. DUHAN, S; LEVY, M; POWELL, P. Information systems strategies in knowledgebased SMEs: the role of core competencies. European Journal of Information Systems 10, p. 25-40, 2001. SANVIDO, V; PARTIFF, K, GUVERIS,M,and COYLE, M. Critical success factors for construction projects. 1992 J. Constr. Engrg. and Mgmt.,ASCE 1992 118(1), 94– 111. 99 ANEXOS ANEXO A - QUESTIONÁRIO PARA O NÍVEL TÁTICO 211- A “gestão empreendedora” sugere um plano formal de integração dos funcionários relativa aos aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada ? 212- A “gestão empreendedora” sugere uma estratégia formal relativa a gestão dos aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada ? 213) A “gestão empreendedora” sugere a implantação de tecnologia adequada, na gestão de QSMS, nas operações entre contratante e contratada? 221- A “gestão empreendedora”, implementa um programa de integração de funcionários sobre os métodos sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 222) A “gestão empreendedora” implantou uma estratégia formal sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 223) A “gestão empreendedora” desenvolveu/aplicou tecnologia para identificação aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 231- A “gestão empreendedora” avalia seu programa de integração relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada, 232) A “gestão empreendedora avalia sua estratégia formal em função dos resultados relativos relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 233) A “gestão empreendedora” avalia a tecnologia, relativos relativo aos os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 100 241- A “gestão empreendedora”, aprimora e consolida seu programa de integração relativo aos os aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada? 242) A “gestão empreendedora” aprimora e consolida sua estratégia formal relativo aos os aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada ? 243) A “gestão empreendedora” corrige a tecnologia relativo aos os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 2.3. Questionário para o Nível Operacional 311- Na “gestão empreendedora” os funcionários possuem uma programação para a devida integração sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada ? 312) Na “gestão empreendedora” os funcionários discutem os métodos formais relativos aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 313) Na “gestão empreendedora” os funcionários discutem a tecnologia adequada, relativos aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 321) Na “gestão empreendedora” os funcionários receberam o treinamento formal sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 322) Na “gestão empreendedora” existem métodos formais relativos aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 323) Na “gestão empreendedora” os funcionários utilizam tecnologia adequada, relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 331- Na “gestão empreendedora” os funcionários são avaliados em relação à integração sobre os aspectos de QSMS nas operações entre Contratante e Contratada ? 332) Na “gestão empreendedora” existem avaliações dos métodos formais relativos aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 101 333) Na “gestão empreendedora” os funcionários avaliam a tecnologia, relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 341) Na “gestão empreendedora” os funcionários são treinados novamente sobre os aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 342) Na “gestão empreendedora” existem correções em função da avaliação dos métodos formais relativos aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 343) Na “gestão empreendedora” os funcionários corrigem a tecnologia, relativo aos aspectos de QSMS nas operações entre contratante e contratada? 102 ANEXO B – SISTEMÁTICA GERENCIAL Abaixo, apresentamos a caracterização da “sistemática gerencial”, consolidadas pelas ferramentas utilizadas em sua estrutura de implementação. 103 ANEXO C – REGISTRO DE INCIDENTES 104 ANEXO D – INDICADORES DE SMS 105 ANEXO E – RELATÓRIO DE ANÁLISE DE ACIDENTE - RAA 106 ANEXO F – PRÊMIO DESTAQUE EM QSMS 107 ANEXO G – GESTORES DA ÁREA 108 ANEXO H – DIVISÃO DE ÁREA / RESPONSÁVEIS 109 ANEXO I - CHECK LIST AUTO- AVALIAÇÃO DATA: _____/______/______ ÁREA: _____________________ CHECK LIST AUTO-AVALIAÇÃO A - ISOLAMENTO DE ÁREA A1 Onde requeridas, as áreas estão devidamente isoladas? Sim ( ) Não ( ) A2 O isolamento encontra-se preservado? Sim ( ) Não ( ) A3 Está identificado o motivo do isolamento? Sim ( ) Não ( ) B - ROTAS DE FUGA B1 Existem os acessos ou rotas de fuga? Sim ( ) Não ( ) B2 A rota de fuga está sinalizada corretamente? Sim ( ) Não ( ) B3 A rota de fuga está livre e desimpedida? Sim ( ) Não ( ) C - ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DA ÁREA C1 A área está organizada e limpa? Sim ( ) Não ( ) C2 Os materiais estão devidamente organizados e separados? Sim ( ) Não ( ) C3 O local está isento de poeira e resto de materiais? Sim ( ) Não ( ) D – CABOS ELÉTRICOS E MANGUEIRAS DE GÁS / AR COMPRIMIDO D1 Os cabos elétricos e mangueiras de ar comprimido estão corretamente distribuídos? Sim ( ) Não ( ) D2 Os cabos elétricos e mangueiras estão em bom estado de conservação? Sim ( ) Não ( ) D3 São utilizados dispositivos especiais para manter suspensos os Sim ( ) Não ( ) 110 cabos elétricos e mangueiras? D4 Os cabos elétricos estão devidamente identificados de acordo com a sua voltagem? Sim ( ) Não ( ) E - FERRAMENTAS MANUAIS E1 As ferramentas estão em perfeito estado de uso e conservação? Sim ( ) Não ( ) E2 As ferramentas estão sendo inspecionadas e devidamente identificadas? Sim ( ) Não ( ) E3 O usuário de ferramentas manuais realiza inspeção antes de utilizá-la? Sim ( ) Não ( ) E4 As ferramentas estão sendo armazenadas corretamente após o uso? Sim ( ) Não ( ) F - MÁQUINAS DE SOLDA F1 As máquinas de solda estão devidamente aterradas? Sim ( ) Não ( ) F2 As máquinas de solda possuem sinalização liga / desliga? Sim ( ) Não ( ) F3 As máquinas de solda estão abrigadas das intempéries? Sim ( ) Não ( ) F4 As máquinas de solda estão aferidas e calibradas? Evidenciar. Sim ( ) Não ( ) G1 Os equipamentos de solda estão em condições seguras de trabalho? Sim ( ) Não ( ) G2 As canetas dos maçaricos possuem válvulas de segurança? Sim ( ) Não ( ) G3 Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) G – EQUIPAMENTOS DE SOLDA As mangueiras estão em bom estado (máximo duas emendas)? G4 Os cilindros de gases estão afixados corretamente? H - UTILIZAÇÃO DE EPI`S H1 Todos os trabalhadores usam corretamente os EPI`S? Sim ( ) Não ( ) H2 Os EPI`S utilizados estão em bom estado de conservação? Sim ( ) Não ( ) 111 H3 Os EPI`S utilizados estão compatíveis com suas atividades? Sim ( ) Não ( ) I - UTILIZAÇÃO DE PERMISSÃO PARA TRABALHO (PT) I1 Todas as atividades estão devidamente liberadas por meio de PT? Sim ( ) Não ( ) I2 As permissões para trabalho são avaliadas pelos Técnicos de Segurança? Sim ( ) Não ( ) I3 As PT`S estão disponíveis nos locais de trabalho? Sim ( ) Não ( ) J - UTILIZAÇÃO DE ANDAIMES J1 Os andaimes estão em adequados ao uso? Sim ( ) Não ( ) J2 Os andaimes em uso estão com aviso de liberação? Sim ( ) Não ( ) J3 Os andaimes estão em bom estado de conservação e limpeza? Sim ( ) Não ( ) L- COLETA SELETIVA DOS RESÍDUOS L1 Os resíduos estão sendo segregados corretamente? Sim ( ) Não ( ) L2 Os coletores estão identificados por módulos? Sim ( ) Não ( ) L3 A retirada/retorno dos coletores de resíduos dos módulos estão sendo realizados? Sim ( ) Não ( ) M – PROCEDIMENTOS DAS ATIVIDADES DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM M1 O encarregado tem conhecimento do Procedimento? Sim ( ) Não ( ) M2 Os Procedimentos estão sendo devidamente seguidos? Sim ( ) Não ( ) M3 Os Procedimentos/Desenhos/Projetos, estão com revisão atualizada? Sim ( ) Não ( ) 112 ANEXO J – DESCRIÇÃO DOS MÓDULOS E DETALHAMENTO DAS ETAPAS