Plates de ouro
O álbum de estreia do Fleet Foxes provavelmente
estabeleceu novos recordes para a quantidade
de reverb vocal aplicado e, embora ainda exista
bastante reverb em Helplessness Blues, ele parece
ter sido bastante reduzido em comparação. Uma
decisão consciente? “Bom, em minha opinião,
diz Ek, “eu acho que algumas coisas no primeiro
álbum tinham um pouco de reverb demais. Eu
achei que começou a ofuscar a voz, ao contrário de
simplesmente soar legal e poderoso. Ele foi mais
exigente sobre ter mais reverb no outro álbum. Com
você não pode fazer um material com som
super íntimo.”
No Bear Creek, Ek decidiu não usar a
mesa Trident TSM do estúdio, preferindo
a Neve BCM10. “Eu gosto muito daquelas
mesas Trident,” ele enfatiza, “mas usei
apenas para monitoramento. Gostamos muito
do som da BCM10 e Robin tem este ótimo
pré valvulado LaChapell que utilizamos.”
Depois de uma semana no Bear Creek,
a equipe mudou para os Avast Studios de
Seattle, onde Ek tinha trabalhado antes
com The Shins e Band Of Horses. “É um
espaço com um ótimo som,” ele diz.
“Tem uma grande sala e não é muito caro.
Eles têm uma incrível Trident A-Range e
apenas umas 13 dela foram fabricadas.”
Foi durante as sessões no Avast que o
tecladista Casey Wescott adicionou a
maioria das suas partes. “Ele gravou o seu
piano vertical lá,” o produtor acrescenta.
“Depois gravamos um pouco de órgão de
sala e um pouco de harmônica.”
Então chegou a hora de gravar os
vocais finais de Robin Pecknold. “Robin
soa bem em um Neumann U67,” diz Ek.
“Experimentamos vários microfones
diferentes na voz dele – diferentes
47s, eu experimentei até um AKG
414, só para ver se poderíamos
optar por sonoridades diferentes.
Mas sempre voltávamos para um 67.
Para a cadeia vocal, tínhamos um
Neve 1073 ou Robin tinha um 1079.
Algumas vezes, para alguns vocais
bastante suaves, eu usei alguns préamplificadores API porque eles têm
um nível de ruído mais baixo. Ele foi
quase sempre comprimido com um
[Urei] 1176 ou um [Teletronix] LA2A.
Existia bastante variação dinâmica
na voz dele, então eu tentei não
comprimi-la demais, porque ela faz
parte da voz.”
este, ao se tratar da mixagem, eu simplesmente
pensei em fazer do meu jeito. E eu acho que ficou
mais claro e ainda teve o mesmo efeito.”
Como a banda gosta de gravar em grandes
espaços, parece razoável supor que pelo menos
um pouco do reverb característico nos vocais seja
natural. Não é bem assim, diz Ek. “Não, não existe
absolutamente nenhum reverb natural. Nem um
pouquinho. É apenas um plate EMT. Existiram
alguns momentos em que um pouco de digital foi
adicionado aqui e ali para obter um efeito diferente
Embora Ek goste empregar o fiel
método de fazer um cantor gravar três
ou quatro takes e depois compilar os
resultados, ele diz que muitas vezes preferia
que Pecknold gravasse um take master,
adicionando várias seções conforme eles
trabalhavam. “A maneira que eu gosto de
trabalhar com um cantor, em se tratando
da produção, é colocá-lo em uma direção,”
ele explica. “Cantar em certo volume com
certa clareza. Obter a apresentação geral e
depois guiá-lo pelo processo.”
Ao fazer as harmonias que são marca
registrada do Fleet Foxes, o tecladista
Casey Wescott atua como arranjador
vocal, enquanto Pecknold, o baterista Josh
Tillman e o baixista Christian Wargo gravam
os resultados. “Como Casey conhece
tanto sobre teoria e sobre ser pianista,”
Ek diz, “ele simplesmente sabe como
compor aquelas harmonias de maneira
muito mais rápida do que qualquer um de
nós. Então ele cria arranjos muito legais
muito rapidamente. Robin, Christian e
Josh faziam as harmonias, ou às vezes
era apenas Robin, ou Robin e Josh sem
ou talvez algum tipo de pequeno spring . Sabe, eu
nunca usei reverbs do Pro Tools, nunca mexo muito
com eles. Eu uso Lexicons e coisas assim. Mas,
em grande parte do tempo, eles soam bons demais
ou brilhantes demais. Eles não são muito ruins ou
fracos. Eles simplesmente parecem muito separados
da música. Eu acho complicado colocá-los no
lugar certo, onde eles não soem como demais ou de
menos. Digitais mais antigos se encaixam melhor na
mixagem. Mas, na maior parte do tempo, é apenas
um bom e velho plate barulhento.”
Christian, apenas dependendo de como
aqueles vocais se encaixavam. Fizemos um
pouquinho com todos eles em volta de um
microfone, mas isso se tornou meio que
um problema, então acabamos fazendo
tudo individualmente. Simplesmente não
harmonizou tão bem quanto queríamos,
ao vivo, ao contrário dos tracks individuais.
Para Josh e Christian, as suas vozes eram
mais legais com um 47, mas, para o Robin
era um 67 novamente.”
De maneira impressionante, o próprio
Robin Pecknold contribuiu com as partes
de cordas para ‘Sim Sala Bim’, gravando
seu violino. “Robin fez uma pequeníssima
parte em ‘Sim Sala Bim’. Depois, o material
restante foi feito por uma musicista local
[Hanna Benn]. Ela é amiga de Robin e fez as
partes em ‘The Shrine’ e em ‘Bedouin Dress’.
Eu tenho certeza que Robin não se considera
um violinista, mas, se precisar sustentar
uma ou duas notas, ele consegue. A parte
em ‘Sim Sala Bim’ devia ser assustadora
e intensa, então tudo bem. Mas ele não
conseguiria fazer uma melodia como a de
‘The Shrine’. Pelo menos não muito bem...”
Josh Tillman, Robin Pecknold e Christian
Wargo gravam vocais em volta de um único
microfone: na prática, a maioria das suas
harmonias teve overdubs individuais
w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Agosto 2011
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