opinião por Denise Bueno* Seguradora pretende voltar à liderança 2013 promete ser um ano de forte competição em full potencial. Esse é o nome dado ao plano de ataque do grupo AIG para voltar a liderança mundial, perdida em setembro de 2008, quando foi socorrida pelo governo dos EUA com um aporte de US$ 182 bilhões. Quatro anos depois, quitou a sua dívida com o governo americano e acaba de colocar no ar uma campanha institucional agradecendo aos contribuintes americanos a ajuda pontual no momento agudo da crise financeira. Para Jaime Calvo, que assumiu o comando da operação brasileira no final de 2012, chega de crise. A palavra é oportunidade. “Brasil e China são os principais países na mira dos investimentos dos acionistas da AIG. Pensamos no longo prazo. Então mãos à obra”, diz ele, decidido a construir uma história de sucesso do grupo no Brasil com o apoio da matriz. “Todo o board esteve aqui em dezembro. Visitamos clientes, corretores, parceiros”, conta. Parceiros? “Temos interesse em associações que façam sentido”, comenta, lembrando que a sociedade com o Unibanco, que durou 11 anos (1997 a 2008) foi um grande sucesso. Independentemente de ter um parceiro que acelere o ritmo de crescimento, a AIG constrói uma operação com foco no crescimento das vendas de seguros para corporações, famílias e indivíduos. Os produtos vão das complexas apólices para riscos cibernéticos até o seguro de carro online. Microsseguro pode vir a fazer parte do portfólio, caso o grupo conquiste algum parceiro que tenha foco nas apólices de menor valor. “Esse é um nicho que requer grande investimento”, diz. A prioridade atual é crescer com sustentabilidade, garantindo a qualidade de serviço e inovação, duas características que fizeram da AIG a maior do mundo no passado. Para isso, todos estão envolvidos em elencar o que é necessário para o crescimento, considerando-se sistemas, back-office, contratação de pessoas, treinamento, escolha de parceiros bem como áreas geográficas com potencial e nichos de mercado em que a AIG pode fazer a diferença. “Lançamos o seguro ambiental há anos e até hoje nosso produto se destaca entre os concorrentes”, comenta. Para fazer e acontecer, é preciso ter as pessoas certas e bem treinadas. Em três anos, o número de funcionários saltou de uma dúzia para 310, e deve encerrar 2013 com mais 150 que estão em fase de contratação. Duas vagas foram preenchidas recentemente. Um executivo do Bradesco foi contratado para a filial de Curitiba e um do Itaú para a de Belo Horizonte, informa Fábio Cabral, cujo cargo é uma novidade até mesmo dentro do grupo AIG. Ele é o responsável pela venda e também pela subscrição de seguros gerais. “Minha missão é otimizar a sinergia entre as duas equipes para que a seguradora cresça com rentabilidade”, diz ele, que divide esse desafio com o de criar gêmeas idênticas que nasceram em novembro passado. Aos olhos dos executivos, o Brasil tem muitas oportunidades e é preciso estar preparado para aproveitá-las diante de um cenário tão competitivo. “Estamos analisando diversas frentes de negócios. As consultorias já fizeram o trabalho delas e agora cabe a nós avaliarmos o que precisamos para o conselho aprovar na reunião trimestral que acontece em Nova York. A próxima é no final de fevereiro”, conta ele em um descontraído almoço. A meta dos executivos da AIG é passar de um market share de 0,5% em seguros patrimoniais para 3,7% em 5 anos. Um passo importante conquistado foi a capacidade de US$ 250 milhões por risco no contrato de resseguro com a matriz. Estão previstos 15 produtos inovadores para serem lançados em 2013 para os clientes corporativos. Em linhas pessoais, segmento que o grupo praticamente começa a desenvolver, a meta até 2017 é ter participação de 1,2%. Isso sem considerar uma fusão ou compra de canal de vendas. “Uma parceria pode mudar muito tudo isso”, diz Calvo. Ou seja, a AIG está decidida a ser líder no mundo e para isso precisa crescer rápido no Brasil. Sinal de que teremos muitas notícias daqui para frente do grupo * Denise Bueno é articulista da Revista Apólice 24 24