MARÇO 2015 CONEXPOLATINAMERICA.COM IDEIAS EM CONSTRUÇÃO Nesta edição 1 TELEMÁTICA: A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA Histórias de sucesso da implementação. 2 Com Afonso Mamede, Diretor de Equipamentos da Odebrecht Infraestrutura e Presidente da Sobratema. Usando a Telemática Você Poderá Melhorar a Produtividade e o Lucro para o seu Negócio O setor da construção está vivendo uma revolução tecnológica. A habilidade para usar uma combinação de hardware, software e tecnologias de telecomunicações, conhecida como telemática, é um sistema para monitorar e gerenciar melhor as frotas dos veículos e já existe há anos. Enquanto a telemática continua em sua fase inicial na indústria da construção, três empresas cujos negócios dependem das frotas de equipamentos pesados bem geridos, já estão vendo os frutos desta tecnologia. Aqui estão suas histórias. John Deere Divisão Construção e Florestal A John Deere vem recebendo os benefícios da telemática no setor da construção há tempos. De acordo com Thomas Trone, Diretor de WorkSight Solutions na companhia, a John Deere começou a integração de tecnologias como o GPS em algumas de suas máquinas há duas décadas. Nos últimos três anos, a empresa começou a integrar as tecnologias telemáticas em praticamente todos os veículos (inclusive o hardware foi produzido por uma divisão da própria John Deere), o que permite aos usuários monitorar continuamente tudo, desde o tempo de inatividade ao consumo de petróleo e óleo, até o rendimento do operador. Quando WorkSight detecta uma estatística fora do considerado ideal, explica Trone, um alerta é enviado ao smartphone do proprietário do equipamento e, se ele quiser, a um concessionário John Deere. Se o UMA CONVERSA DIRETA 3 ESTATÍSTICAS E FATOS O uso da telemática e seus benefícios. alerta não garante uma ação imediata, um administrador da frota ou o operador simplesmente ativa os programas de manutenção preventiva. Para problemas mais sérios, o alerta inclui os códigos de diagnóstico que permitem que o técnico assista ao atendimento preparado com as ferramentas e equipamentos necessários. Trone acredita que, assim que uma “massa crítica” de companhias adote a telemática, a percepção de alguns de que esta tecnologia é “estranha e complicada” irá desaparecer. “Vamos partir dos baixos níveis de aprovação até se tornar uma parte essencial do negócio em um ou dois anos”, diz Kevin Van Bree, vice-presidente da Birnam Excavating Ltd., em Ontário, Canadá. Um cliente de telemática da John Deere muito feliz, disse: “Eu reduzi US$ 20 mil de tempo de inatividade em apenas um ano”. > Continua na página 2 1 | IDEIAS EM CONSTRUÇÃO CONEXPO LATIN AMERICA | Março 2015 IDEIAS EM CONSTRUÇÃO ¡Cadastre-se para CONEXPO Latin America 2015! 21 a 24 de outubro de 2015 Santiago do Chile Saiba mais sobre a feira conexpolatinamerica.com Caterpillar Inc. continuação da página 1 A Caterpillar, o fabricante de equipamentos sediado no estado de lllinois, nos Estados Unidos, começou a pesquisar e investir em telemática há décadas. Atualmente, “o que a telemática faz é tornar tudo o que você está fazendo mais eficiente porque não é preciso estar na máquina”, diz Thomas Bucklar, Gerente de Condição de Monitoração e Tecnologia de Terreno na Caterpillar. Indica que o controle de módulos eletrônicos da máquina e a tecnologia de comunicações dessa última, agora é padrão na maioria dos equipamentos Caterpillar. “Assim obtemos dinamismo e prevenção, em vez de uma reação à condição da máquina”, diz Bucklar. O fato de que Bucklar esteja tão animado sobre isso, é a oportunidade para que a telemática se abra a uma parceria baseada nos dados entre o cliente, o distribuidor e a Caterpillar. “Falamos muito sobre como trabalhar com o cliente e ajudá-lo a tornar suas operações e negócios mais bem sucedidos”, diz ele. Um dos desafios para os donos de equipamentos com frotas mistas, é a revisão dos dados telemáticos que têm vários formatos e precisam ser baixados das distintas fontes de cada fabricante. Os proprietários da CONEXPO Latin America e a Associação de Fabricantes de Equipamentos (AEM), estão trabalhado em conjunto com a Associação de Profissionais da Gestão de Equipamentos (AEMP) em um padrão ISO (Organização Internacional para Padronização) de dados telemáticos para permitir aos usuários finais, importar facilmente dados de múltiplas fontes em seu sistema de negócio. Bucklar prevê que o retorno sobre o investimento vai estimular a adoção rápida em toda a indústria. Ele acredita que a telemática pode reduzir o tempo de inatividade pelo menos de um 10% a 30% (aproximadamente US$400 mil em economia anual em combustível para uma frota de 400 máquinas). Bucklar também diz que uma redução significativa do tempo de inatividade do equipamento pode aumentar a produtividade na obra entre um 5% e 10%. “É uma equação simples”, acrescenta ele. “Assim obtemos dinamismo e prevenção, em vez de uma reação à condição da máquina”. Waste Management Inc. A telemática é uma ferramenta que visa a ajudar o desempenho dos operadores de equipamentos humanizados demais. Essa é uma das coisa mais importantes, diz John Meese, Diretor Sênior de Equipamento Pesado para a Gestão de Resíduos em Houston, no Texas, Estados Unidos. Ao longo dos últimos seis anos, ele aprendeu a trabalhar incorporando a tecnologia em sua frota. Dos 5 mil equipamentos que Meese é responsável, apenas cerca de 10% têm soluções telemáticas, provenientes dos fabricantes de equipamentos Volvo, Caterpillar e John Deere. Ainda assim, Meese diz que a telemática oferece informação muito valiosa, especialmente quando se trata da formação dos operadores. “Se vemos um determinado comportamento em 60% dos nossos caminhões basculantes equipados com telemática, podemos supor que uma grande parte da totalidade da frota de caminhões está sendo operada da mesma forma”, diz ele. “Isso nos dá a oportunidade de gerenciar o comportamento do operador e usar a informação como ferramenta de treinamento”. Meese diz que o tempo de resposta é um dos principais benefícios da telemática. Por exemplo, os motoristas de Gestão de Resíduos completam os formulários de inspeção dos equipamentos diariamente, no entanto, os problemas normalmente não chamam à sua atenção até um mês depois. “O operador pode ter registrado que existe um aquecimento intermitente, mas no momento que vejo o equipamento, já temos um motor quebrado”, diz ele. A informação telemática também indica os erros do operador. Por exemplo, Meese diz que seu sistema telemático detecta se um operador está desgastando os freios em vez de utilizar o retardador. Essa informação pode ajudar a evitar que a empresa tenha que pagar entre US$4 mil e US$5 mil por roda para reconstruir os freios. A diferença, então, entre a manutenção proativa e reativa dos equipamentos é simples: um monte de dólares. 2 | IDEIAS EM CONSTRUÇÃO CONEXPO LATIN AMERICA | Março 2015 IDEIAS EM CONSTRUÇÃO ¡Cadastre-se para CONEXPO Latin America 2015! 21 a 24 de outubro de 2015 Santiago do Chile Saiba mais sobre a feira conexpolatinamerica.com UMA CONVERSA DIRETA Com Afonso Mamede, Diretor de Equipamentos da Odebrecht Infraestrutura e Presidente da Sobratema. A Odebrecht é uma empresa líder da construção no mundo - ¿quando tomou a decisão de implantar o uso da telemática e por quê? Há dez anos, em 2005, quando percebemos que as tecnologias aplicadas aos equipamentos estavam em forte transformação. A utilização crescente da eletrônica nos equipamentos estava transformando a maneira como eles eram operados, utilizados e mantidos. Os processos de gestão da época também se tornaram cada vez mais complexos. Sabíamos que para ser mais competitivos teríamos que repensar o nosso futuro. Decidimos então buscar uma alternativa. Necessitávamos de uma ferramenta que nos entregasse informação em tempo real para tomar decisões, só que para isso, também precisávamos superar outro grande desafio: uma infraestrutura de comunicação precária. Necessitávamos um sistema híbrido capaz de trabalhar com o celular ou via satélite. Com os problemas já identificados, saímos ao mercado em busca de parceiros que pudessem transformar nossos sonhos em realidade. Apareceram várias soluções, mas nenhuma atendia nossas necessidades totalmente. Foi aí que resolvemos identificar um parceiro, cuja tecnologia era a mais próxima do que precisávamos e, em conjunto com ele, desenvolvemos o que faltava e customizamos o produto. Isso demorou aproximadamente um ano e meio e no final de 2006 começamos o processo de instalação em nossa frota do Brasil e do Exterior. O primeiro país escolhido para implantação do programa piloto foi Angola, onde tínhamos uma frota de 500 caminhões basculantes em operação. ¿O senhor pode dar um ou dois exemplos específicos de ROI que a telemática trouxe? Desde o início tivemos 3 pilares no uso da telemática em nossos projetos. O primeiro é segurança. Ter uma operação mais segura para todos os nossos Integrantes é fundamental. O segundo é a preservação do meio ambiente. Diminuir a emissão de “No primeiro ano de implantação, economizamos US$2 milhões em custos com combustível, pneus, manutenção e acidentes”. > Continua na página 4 3 | IDEIAS EM CONSTRUÇÃO CONEXPO LATIN AMERICA | Março 2015 IDEIAS EM CONSTRUÇÃO ¡Cadastre-se para CONEXPO Latin America 2015! 21 a 24 de outubro de 2015 Santiago do Chile Saiba mais sobre a feira conexpolatinamerica.com UMA CONVERSA DIRETA continuação da página 3 “Mudar crenças e comportamentos não se faz da noite para o dia”. gases e geração de resíduos não deve ser uma preocupação só nossa, mas de todo mundo. O terceiro é a produtividade. Ser eficiente na execução de nossas atividades não é meta em nossa organização, mas sim valor!. A telemática nos permitiu alcançar esse três pilares e hoje está claro que estávamos certos ao utilizar esta ferramenta na gestão de nossos equipamentos. O que não faltam são exemplos, mas acredito que o mais marcante veio de nossa operação em Angola. Antes da implantação do sistema tivemos uma série de ineficiências e problemas, tais como acidentes, desvio de cargas, ineficiência, problemas com a imagem da organização, etc. Também tivemos que vencer um grande paradigma. O monitoramento iria mexer com pessoas e com a maneira com que elas trabalhavam. Foi um processo que demorou 6 meses para ser implantado, mas ao final valeu a pena. No primeiro ano de implantação, economizamos US$2 milhões em custos com combustível, pneus, manutenção e acidentes. Sem considerar os benefícios indiretos de melhoria da imagem corporativa e de respeito junto às comunidades onde operamos. ¿Quais foram seus maiores desafios na implantação da telemática? O grande desafio não foi tecnológico. As barreiras deste campo se resolvem com pesquisa e desenvolvimento e hoje temos soluções das mais simples às mais complexas. O grande desafio está nas pessoas. Mudar crenças e comportamentos não se faz da noite para o dia. O grande trabalho é convencer as pessoas que a tecnologia está vindo para ajudar, para melhorar sua qualidade de vida, facilitar seu trabalho. A partir do momento em que as pessoas entendem e aceitam isto, a implantação é rápida e os resultados aparecem sem grandes esforços. ¿O senhor tem exemplos de como a telemática melhorou o treinamento do operador ou a eficiência em uma obra? A telemática é ferramenta fundamental para o processo de evolução dos operadores, pois muitos deles comentem falhas durante o processo de operação e, às vezes, nem sabem que estão cometendo. Nosso sistema permite que tenhamos um relatório detalhado das falhas cometidas por cada operador, que é usado por nossos instrutores no processo de requalificação. A este processo chamamos de Operação Assistida. Também monitoramos o número de violações a cada 1.000 horas de operação por obra. Trata-se do FQO – Fator de Qualidade Operacional. Falar especificamente sobre exemplos de como a telemática melhorou o treinamento do operador é difícil, mas de maneira geral, quando a telemática está implantada e assimilada por todos, as falhas operacionais caem cerca de 80% no momento seguinte à sua implantação. Se melhorarmos a operação, a melhoria na eficiência da obra é automática. “As falhas operacionais caem cerca de 80% no momento seguinte à sua implantação”. ¿Por que a adoção mais ampla da telemática na América Latina será um benefício para as empresas? Porque representa uma otimização muito grande dos custos, é muito dinheiro que se economiza. De maneira geral, dependendo de como a gestão dos equipamentos está estruturada, a economia pode chegar facilmente a mais de 10% dos custos operacionais. 4 | IDEIAS EM CONSTRUÇÃO CONEXPO LATIN AMERICA | Março 2015 IDEIAS EM CONSTRUÇÃO ¡Cadastre-se para CONEXPO Latin America 2015! 21 a 24 de outubro de 2015 Santiago do Chile Saiba mais sobre a feira conexpolatinamerica.com Estatísticas e fatos O USO DA TELEMÁTICA E SEUS BENEFÍCIOS O potencial da telemática nas operaçõs industriais Os usuários atuais afirmam e os avaliadores percebem que, além da economia / custo / benefício, o principal uso da telemática, é ajudar a otimizar o tempo de atividade e a utilização dos ativos. Atuais Usos da Telemática Respostas 35% 30% 25% 20% 15% 10% Economias Previstas Usando a Telemática 5% 40% 0% 30% Manutenção Preventiva Análise Financeiro Projeto/ Produtividade Acompanhamento do Operador do Trabalho Uso do Equipamento Custos de Funcionamento do Equipamento Perda do Serviço de Localização Benefícios Observados da Telemática Respostas 35% 20% 30% 25% 20% 10% 15% 10% 5% 0% Fonte: Kiewit Corporation realizada em paralelo com dueños y productores 0% Administração do Trabalho Manutenção Economia em Combustível ROI Eficiência da Manutenção Tempo de Atividade dos Equipamentos Fonte: Association of Equipment Management Professionals AN AEM EVENT *Originalmente, partes deste artículo apareceram na Constructive Thoughts para CONEXPO-CON/AGG por Chris Warren. 5 | IDEIAS EM CONSTRUÇÃO CONEXPO LATIN AMERICA | Março 2015 Utilização Eficaz Gestão de Riscos Custo do Ciclo de Vida