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ESTUDOS SOBRE PROCESSOS EROSIVOS NA GEOGRAFIA BRASILEIRA:
PERÍODO: 2004 ­ 2010
Kariza Dias Andrade Sant’Ana
Andrea Valli Nummer
Introdução
A erosão é um dos processos de dinâmica superficial responsável pela modelagem
da superfície da Terra, que é governada por agentes como clima, ação da água e vento,
natureza do material, relevo e ação antrópica e compreende um conjunto de fenômenos
naturais que envolvem a formação de materiais detríticos provenientes da decomposição e
desagregação das rochas e dos solos.
A erosão dos solos tem várias origens e afeta a vida de muitas maneiras, daí ser um
assunto multidisciplinar, envolvendo profissionais de várias áreas do conhecimento como
Agronomia, Geologia, Geografia e Engenharia Civil.
As consequências que os processos erosivos têm causado, tanto no meio rural
quanto no meio urbano, tem provocado, nos últimos anos, uma intensa investigação e
debate no meio acadêmico sobre os parâmetros e mecanismos responsáveis pela erosão
e possíveis medidas a serem adotadas para a prevenção e controle das áreas afetadas.
Por muitos anos, tanto a Geografia quanto a Geologia abordaram em seus estudos a
temática da erosão, porém, sempre de forma predominantemente qualitativa. Atualmente,
percebe­se que os estudos relacionados aos processos erosivos têm ganhado inúmeros
adeptos principalmente no campo da Geografia e que estes estudos tem deixado de ser
puramente qualitativos para ganharem caráter também quantitativo com a realização de
inúmeros ensaios e métodos aplicados.
Desta forma este artigo procurou avaliar como os pesquisadores da Geografia, em
diferentes Universidades do Brasil, têm trabalhado com o tema da erosão nos últimos seis
anos, quais os Eventos Científicos brasileiros que publicaram o maior número de artigos
sobre esta temática e quais os grupos que mais se destacaram.
Para efetuar esta análise foram consultados os Anais dos seguintes Eventos
Científicos que ocorreram no período de 2004 a 2010: V Seminário Latino Americano e I
Íbero­Americano de Geografia Física (2008); VI Seminário Latino Americano e II Íbero­
Americano de Geografia Física (2010); V Simpósio Nacional de Geomorfologia e I
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Estudos sobre processos erosivos na geografia brasileira: período: 2004 ­ 2010
Encontro Sul­Americano de Geomorfologia (2004); VI Simpósio Nacional de
Geomorfologia/ Regional Conference on Geomorfhology (2006); VII Simpósio Nacional de
Geomorfologia e II Encontro Latino­Americano de Geomorfologia (2008) e VIII Simpósio
Brasileiro de Geografia Física Aplicada (2009).
Esta pesquisa envolveu os seguintes procedimentos metodológicos: i) foram
separados os artigos sobre erosão publicados em cada evento; ii)foram analisados os
procedimentos metodológicos utilizados para o estudo de erosão e a área de abrangência;
iii) os artigos foram agrupados por universidade, independente do Evento Científico e do
ano de publicação e iv) a apresentação dos resultados se deu por Universidades,
independente dos grupos de pesquisa do CNPq envolvidos.
Desenvolvimento
Nos anais dos eventos científicos avaliados, foram encontrados 108 artigos sobre
erosão. Conforme o gráfico da Figura I, destes artigos, 7 constam dos anais do V
Seminário Latino Americano e I Íbero­Americano de Geografia Física (2008); 4 no VI
Seminário Latino Americano e II Íbero­Americano de Geografia Física (2010); 15 no V
Simpósio Nacional de Geomorfologia e I Encontro Sul­Americano de Geomorfologia
(2004); 31 artigos no VI Simpósio Nacional de Geomorfologia/ Regional Conference on
Geomorfhology (2006); 30 no VII Simpósio Nacional de Geomorfologia e II Encontro Latino­
Americano de Geomorfologia (2008) e 21 artigos do VIII Simpósio Brasileiro de Geografia
Física Aplicada (2009).
Figura I- Número de artigos em eventos científicos. Seminário Latino Americano de Geografia
Física (SLAGF), Simpósio Nacional de Geomorfologia (SNG), Simpósio Brasileiro de Geografia
Física Aplicada (SBGFA).Período: 2004 a 2010.
Kariza Dias Andrade Sant’Ana; Andrea Valli Nummer
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Os trabalhos sobre erosão têm sido publicados em maior número nos Simpósios de
Geomorfologia sendo que sua VI edição, realizada em Goiânia, contou com 30 artigos
sobre o tema. Já nos Seminários Latino Americanos, o número de artigos sobre erosão
são em número muito menor.
Os artigos publicados no V Seminário Latino Americano e I Íbero­Americano de
Geografia Física (2008) encontravam­se nos eixos temáticos: Contribuição de Geografia
Física para Planejamento e Gestão de Ambientes Urbanos e Rurais e Desafios e
potencialidades da Geografia Física na Gestão de Ambientes Costeiros. Já no VI Seminário
Latino Americano e II Íbero­Americano de Geografia Física (2010) o eixo temático dos artigos
foi Riscos Naturais e Sustentabilidade dos Territórios.
No V Simpósio Nacional de Geomorfologia e I Encontro Sul­Americano de
Geomorfologia (2004) os trabalhos foram publicados no eixo temático Análise e Diagnóstico
de Processos Erosivos; já no VI Simpósio Nacional de Geomorfologia/ Regional Conference
on Geomorfhology o eixo temático era: Processos Geomorfológicos acelerados e Degradação
Ambiental.
No VII Simpósio Nacional de Geomorfologia e II Encontro Latino­Americano de
Geomorfologia (2008) os trabalhos sobre erosão foram encontrados nos eixos temáticos: O
Homem como Agente Geomorfológico, Biogeomorfologia e Arenização: fatores e processos
associados. No VIII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada (2009) o eixo temático
dos trabalhos de erosão denominava­se: Manejo e conservação dos solos.
Os artigos publicados nos Anais avaliados são de autoria de pesquisadores de 28
Universidades Brasileiras. O gráfico da Figura II mostra o número de artigos publicados por
Universidade, no qual o maior número pertence à Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
com 14 artigos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) com 11 artigos cada.
Outras Universidades que publicaram um maior número de artigos foram: Universidade
Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP) com 10 artigos, Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ) também com 10 artigos e Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com 8.
Outras Universidades como a Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual do Centro­
Oeste (UNICENTRO), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Estadual de
Maringá (UEM), Universidade Federal de São Paulo (USP). Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (UNIOESTE), Universidade Federal de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Goiás
(UEG) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contribuíram com menor numero de
artigos (de 6 a 2). As demais Universidades, em número de 13, têm apenas um trabalho sobre
erosão no período analisado.
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Estudos sobre processos erosivos na geografia brasileira: período: 2004 ­ 2010
Número de artigos sobre erosão publicados por pesquisadores das Universidades
brasileiras em Eventos Científicos Nacionais no período de 2004 a 2010.
Figura II-
Os pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia foram os que mais publicaram
artigos sobre erosão nos eventos analisados. Muitas publicações envolvem experimentos
executados na Fazenda Experimental do Glória, localizada no município de Uberlândia. Os
artigos apresentam a análise de variação da umidade do solo em diferentes parcelas e sua
relação com o tipo de cobertura vegetal e o escoamento superficial.
Outros avaliam o processo de revegetação de área degradada por meio de estudo de
caso em ravinas localizadas na estação experimental onde propõem técnicas para contenção
de fluxo de água, utilização de barreiras físicas para contenção de sedimentos com a utilização
de materiais de baixo custo.
Alguns trabalhos avaliam a relação entre a condutividade hidráulica, textura e estrutura
dos solos com descrição pedológica e análise granulométrica. Outra forma de abordagem
refere­se a construção de um vertedouro em alvenaria para medidas de vazão e quantidade de
sedimentos carreados em dias chuvosos. Estes trabalhos têm sido desenvolvidos em parcelas
de solos com diferentes coberturas vegetais, inclinação do terreno, quantidade e intensidade de
chuva.
Um grupo de pesquisadores da UFRJ apresentou artigos envolvendo mapeamento de
rede de fluxo subterrâneo utilizando piezômetros em cabeceira de drenagem onde ocorrem
voçorocas e outras formas erosivas, com o intuito de avaliar a relação entre escoamento­
infiltração­erosão em parcelas de um mesmo solo com diferentes usos e coberturas.
Outro grupo de pesquisadores, também da UFRJ trabalha com o monitoramento da
evolução do processo de selagem dos solos submetidos a intervenção antrópica quantificando
Kariza Dias Andrade Sant’Ana; Andrea Valli Nummer
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a diminuição da capacidade de infiltração em relação ao solo natural. Para estes estudos
utilizam parcelas de solos com diferentes coberturas e ensaios de infiltração.
Outros procedimentos metodológicos realizados na UFRJ envolvem a análise do
comportamento da água no solo a partir de dados de tensiometria (avalia a estabilidade dos
agregados) em parcelas de solo exposto, com geotêxtil , gramíneas e com diferentes técnicas
de preparo e uso. Alguns trabalhos procuram relacionar o tipo de solo e suas propriedades
físicas e químicas com o desencadeamento das feições erosivas ou suscetibilidade dos solos à
erosão acelerada.
A UFMG participou com o mesmo número de trabalhos da UFRJ nos eventos
analisados sendo que em alguns deles na forma de parceria de pesquisa onde foram
realizados monitoramento do índice de erosão em solos com diferentes coberturas e formas
de manejo procurando correlacionar com os totais de chuva obtidos de pluviógrafos
instalados próximos de cada área.
Muitos trabalhos procuram correlacionar tipo de rocha, relevo ( energia e forma das
vertentes) e classes de solo com a presença de erosões aceleradas, principalmente no
Espinhaço Meridional. Os procedimentos metodológicos incluem: análise e interpretação de
fotos aéreas, trabalhos de campo e de laboratório com a realização de ensaios de massa
específica e análise granulométrica.
Os pesquisadores da UNESP trabalham com aproximadamente três linhas de
abordagens diferentes. Uma delas se utiliza do sensoriamento remoto para avaliar a
influência da declividade e formas de relevo na geração de feições vinculadas aos
processos erosivos, com base na Teoria Geral dos Sistemas. Também avaliam a perda de
solo por erosão integrando dados do sistema natural e antrópico utilizando a Equação
Universal de Perda de Solos (EUPS).
Outra forma de abordagem procura identificar o grau de alteração das propriedades
físicas e químicas dos horizontes superficiais dos solos com diferentes tipos de uso e
ocupação como cultivo de cana­de­açúcar, pastagem, cultivo de soja, solo urbano e mata.
Um terceiro grupo procura identificar e avaliar a magnitude dos processos erosivos de
margem, isto é, a dinâmica fluvial, procurando quantificar a erosão marginal no Córrego do
Cedro em Presidente Prudente/SP e no Rio Paraguai utilizando SIG e imagens de satélite
Quick Bird. A mensuração da erosão hídrica é efetuada com base no modelo WEPP (Water
Erosion Prediction Project) para cálculo de perdas de solo e água.
Entre as pesquisas realizadas pela UERJ sobre erosão encontra­se aquelas que
envolvem a análise do teor de carbono e nitrogênio total do solo sob influência de três
manejos diferentes: pousio, floresta e plantio convencional para áreas localizadas na Mata
Atlântica. Os pesquisadores avaliam também a remoção de nutrientes ao longo de
topossequência de solos desenvolvidos em parcelas sob diferentes setores de uma
vertente.
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Estudos sobre processos erosivos na geografia brasileira: período: 2004 ­ 2010
Alguns trabalhos da UERJ avaliam propriedades físicas e químicas do solo de uso
agroflorestal como porosidade total, macroporosidade, microporosidade, granulometria e
carbono orgânico. Outras pesquisas procuram avaliar a influência do manejo na hidrologia
de solos, comparando o índice de erosividade e a perda de solo, em área de agricultura
orgânica, efetuando ensaios em áreas com manejo convencional (plantio convencional) e
manejo conservacionista (cultivo mínimo).
Um dos trabalhos, com uma proposta um pouco diferente, diz respeito à análise da
erodibilidade dos materiais das trilhas da APA do Gericinó­Mendanha (RJ) e sua relação
com os processos erosivos que visa contribuir na caracterização sócio­ambiental do Maciço
com enfoque pedológico e geomorfológico, frente à utilização das mesmas, que constituem
os acessos no interior da APA aos seus principais pontos de atração turística. Este trabalho
procura subsidiar o cálculo de capacidade de carga turística em sítios de visitação em
Unidades de Conservação.
Alguns pesquisadores da UFAM trabalham com análise das propriedades físicas dos
solos de várzea avaliando sua erodibilidade e influência no processo de erosão natural por
meio de ensaios de caracterização física (método da pipeta), análise química (PH em água)
e análise mineralógica (difratometria).
Outros apresentaram artigos com cadastro e monitoramento de feições erosivas
(voçorocas) incluindo descrição de características pedológicas de perfis, formas de relevo,
localização da feições, aspectos do substrato rochoso, solos e topografia. Além disto,
classificam as áreas estudadas segundo diferentes graus de risco quanto a ação erosiva
complementando estes dados com uma avaliação da erodibilidade baseada na
caracterização textural dos materiais.
A maioria dos trabalhos apresentam o monitoramento do avanço de voçorocas por
meio de técnicas de poligonal planimétrica utilizando pinos de erosão para monitorar a
perda de material por erosão laminar complementando com testes de infiltração e
granulometria para compreender a dinâmica que envolve a formação do escoamento
superficial e consequentemente o surgimento e expansão das incisões
Alguns pesquisadores da UFG trabalham com a avaliação da erosividade e perda de
solo em área de arenização no sudeste de Goiás com coberturas vegetais diferenciadas.
Outros estudam a suscetibilidade erosiva com base na erodibilidade do solo, erosividade da
chuva, uso do solo e suas relações com os processos erosivos hídricos. Um outro trabalho
apresenta a relação entre relevo e arenização no setor sul da alta bacia do Rio Araguaia
com vistas a identificar quais formações agrupam o maior número de areais.
A UNICENTRO apresentou estudos de depósitos sedimentares originados de erosões
aceleradas procurando compreender as condições hidrodinâmicas atuantes na sua
formação utilizando ensaios de granulometria e análise micromorfológica.
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Em outro artigo os estudos relacionam­se ao reconhecimento de rotas de fluxo
subsuperficial ocasionando erosão em túneis que causam estruturas de abatimento, tanto
em solos oriundos da decomposição de rochas sedimentares, como em solos originados de
rochas basálticas. Para efetuar estes estudos foram utilizados ensaios geofísicos com o uso
de geofones aplicados às seções estratigráficas em paredes de voçorocas.
Um dos trabalhos refere­se a correlações entre morfometria de encostas, estrutura
geológica e processos de voçorocamento no centro e sul do segundo Planalto Paranaense
baseadas na identificação e caracterização de processos de erosão.
A UFPE apresentou trabalhos relativos a estimativa da susceptibilidade à erosão
hídrica dos solos do município do Cabo de Santo Agostinho – PE, utilizando
geoprocessamento com base na análise da declividade, densidade de drenagem, tipos de
solos e grau de cobertura vegetal.
Estes pesquisadores trabalham também com o monitoramento de ravinas no litoral
norte de Pernambuco utilizando o método de pinos e com o diagnóstico do nível de
degradação do solo avaliando o conhecimento e interesse da população local sobre tal
problema ambiental. Para efetuar sua pesquisa realizaram análises físicas e químicas dos
solos e entrevistas com moradores locais.
A UEM de Maringá apresentou trabalhos referentes a identificação e avaliação da
influência das características morfopedológicas na distinção de unidades de paisagem e na
definição das suas vulnerabilidades e potencialidades com base no levantamento e
caracterização dos sistemas morfopedológicos realizado por meio de topossequências em
vertentes típicas para cada unidade de paisagem.
Também se encontra artigos referentes à caracterização fisionômica e geométrica de
ravina localizada em ambiente urbano, incluindo descrição de topossequência com
descrição morfológica de perfis de solo bem como artigos que tratam da aplicação de
modelo matemático para estimativa de erosão de solos em vertentes da bacia hidrográfica
do Ribeirão Maringá – PR com base no Modelo de Produção de Sedimento proposto por
Kirkby (1976).
A USP apresentou trabalhos relativos à erosão costeira no litoral de São Paulo onde
apresenta um histórico de intervenções antrópicas e impactos que elas causam na praia,
principalmente refletidos em sua forte erosão e apontam causas naturais do fenômeno, que,
segundo os autores, agem em consonância com as causas antrópicas.
Um dos trabalhos em parceria com a UFAL (Universidade Federal de Alagoas) analisa
a erosão do solo em ambiente de superfície sertaneja do semi­árido cearense em áreas
experimentais sob diferentes usos de manejo do solo.
Outro trabalho discute pseudocarste em forma de depressões interfluviais e
voçorocamentos em cabeceiras de drenagem como feições do desenvolvimento do relevo
da Depressão Periférica do Rio Grande do Sul.
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Estudos sobre processos erosivos na geografia brasileira: período: 2004 ­ 2010
Os trabalhos da UNIOESTE avaliam as causas e consequências da erosão urbana em
uma propriedade localizada no perímetro periurbano da cidade de Marechal Cândido
Rondon. Bem como procuram relacionar as características macromorfológicas do solo e os
processos erosivos em uma unidade de paisagem utilizando dados de topografia e
sondagens com as seguintes informações: tipo de solo, textura e cor.
Os artigos da UNB relacionam, por meio de SIG, a ocorrência de erosões em voçoroca
nas porções central e sudoeste do Distrito Federal com parâmetros morfométricos de
altimetria, declividade, área de contribuição, formas de paisagem e mapas temáticos de
geologia, solos e topografia.
A UEG em um de seus artigos procurou avaliar a erosividade das chuvas na porção
norte da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Santo Antônio em Iporá – GO com base nos dados
de precipitação do período de 2000 a 2008.
Um dos trabalhos publicados pela UFSM refere­se a avaliação da relação entre
declividade e processos erosivos no morro do Cerrito de Santa Maria – RS – Brasil
estabelecendo a correlação entre as ocorrências erosivas, grau de declividade e
concentração de nascentes do local. O Outro trabalho procura analisar a erodibilidade de
materiais que compõem uma voçoroca por meio de ensaios diretos e indiretos relacionando
os resultados obtidos, à presença de formas de pseudocarste e ao avanço do processo
erosivo.
Treze Universidades apresentaram somente um trabalho nos eventos científicos
analisados, sendo que predominaram os artigos que avaliaram a suscetibilidade à erosão
em diferentes parcelas de solo com cobertura vegetal e tipo de manejo diferentes, e
aqueles que apresentam o monitoramento do avanço do processo erosivo por meio da
técnica de pinos.
Conclusão
Dentre os eventos científicos analisados, o maior número de trabalhos sobre erosão
foram apresentados no Simpósio Nacional de Geomorfologia. Os grupos de pesquisadores
que mais publicaram nestes eventos pertencem as seguintes Universidades: Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outras Universidades que publicaram um
maior número de artigos foram: Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP),
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Percebe­se que muitos dos trabalhos procuram avaliar a relação entre a erosão, o tipo
de cobertura vegetal e manejo do solo. A maioria dos ensaios utilizados nas pesquisas
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referem­se à granulometria e análises químicas. Poucas pesquisas utilizam equipamentos
como tensiômetros, infiltrômetros, etc.
Pode­se perceber que o tema erosão tem despertado maior interesse nos últimos
anos e que a Geografia brasileira tem trabalhado cada vez mais procurando quantificar
suas análises, que durante muitos anos, foram puramente qualitativas.
Referências
KIRKBY, M. J.; MORGAN, R. P. C. Soil Erosion and construction. Ed. John Wiley & Sons, New
York, 1976.
SEMINÁRIO LATINO­AMERICANO DE GEOGRAFIA FÍSICA, V, 2008, Santa Maria. Anais. Santa
Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2008. 1 CD.
SEMINÁRIO LATINO­AMERICANO DE GEOGRAFIA FÍSICA, VI, 2010. Coimbra: Universidade de
Coimbra ­ Portugal. Anais. Disponível em <http://www.uc.pt/fluc/cegot/VISLAGF> Acesso em 20 jul
2010.
SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA E I ENCONTRO SUL­AMERICANO DE
GEOMORFOLOGIA, V, 2004, Santa Maria. Anais. Santa Maria: Universidade Federal de Santa
Maria, 2004. 1 CD.
SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA / REGIONAL CONFERENCE
GEOMORPHOLOGY,VI, 2006, Goiânia. Anais: Universidade Federal de Goiás, 2006. 1 CD.
ON
SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA E II ENCONTRO LATINO­AMERICANO DE
GEOMORFOLOGIA, VII, 2008, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: Universidade Federal de
Minas Gerais, 2008. 1 CD.
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, VIII, 2009, Viçosa. Anais. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 2009. 1 CD.
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A erosão é um dos processos de dinâmica superficial