PEDAGOGIA PARA EDUCADORES DO CAMPO, A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO DO CAMPO SEBBEN, Fernanda (PG) (UNIOESTE) QUADROS, Cleverton (G) (UNIOESTE) BORGES, Liliam Faria Porto (UNIOESTE) 1. Introdução A partir de experiências do curso de Pedagogia para Educadores do Campo, busca-se avançar e aprofundar as reflexões sobre a formação de professores para atuar no campo. Destaca-se a importância dessa formação para os sujeitos dos movimentos sociais e aos povos do campo, por ser ter uma formação padronizada em que um professor da à mesma aula para as realidades diferentes. O objetivo desse artigo é destacar a importância da formação de professores para atuar no campo; ainda, descrever a experiência do Curso de Pedagogia para Educadores do Campo, visto que estes educadores atuaram consoante às especificidades das escolas do campo. Este trabalho contém três partes: na primeira parte, descreve-se sobre Educação do Campo ao destacar algumas características relevantes a discussão; na segunda, aborda-se a formação de professores para atuarem no campo ao trazer elementos da importância dessa formação; e na última, as experiências do Curso de Pedagogia para Educadores do Campo através de alguns elementos da vivência, quanto da necessidade do curso para os sujeitos do campo. 2. A Educação do Campo O descaso com campo tratado como extensão do urbano e das inúmeras formas de marginalização deu origem a um projeto de campo e de educação que se inicia através das lutas sociais por políticas públicas que garantam o direito e o acesso à educação de qualidade, que considere as especificidades do campo de seus sujeitos. A partir das reflexões feitas pelos movimentos sociais em prol de um projeto de desenvolvimento para o campo, percebeu-se a necessidade de pensar uma educação voltada para os trabalhadores do campo, para suas especificidades socioculturais, política, econômica e geográfica. Logo se compreende por Educação do Campo1 muito mais do que escolas localizadas na zona rural, é aquela que busca formar sujeitos críticos capazes de refletir a própria realidade. Conforme está publicado no Decreto nº 7.352 de 4 de novembro de 2010, Artigo 1º parágrafo 1 inciso II: “escola do campo: aquela situada em área rural, [...] ou aquela situada em área urbana, desde que atenda predominantemente a população do campo”. A Educação do Campo não se restringe ao um espaço geográfico, ela pode se apresentar em todos os lugares, independente de campo ou cidade, desde que construída pelos próprios indivíduos. Esta proposta vem contrapor-se ao modelo de sociedade que prioriza o mercado de trabalho em detrimento do ser humano e de suas necessidades. Segundo Caldart (2009, p. 46). A crítica originária da Educação do Campo à escola (ou a ausência dela) nunca defendeu um tipo específico de escola para os trabalhadores do campo. Sua crítica veio em dois sentidos: sim, a escola deve estar em todos os lugares, em todos os tempos da vida, para todas as pessoas. O campo é um lugar, seus trabalhadores também têm direito de ter a escola em seu próprio lugar e a ser respeitados quando nela entram e não expulsos dela pelo que não são... Como lugar de educação, a escola não pode trabalhar ‘em tese’: como instituição cuja forma e conteúdo valem em si mesmos, em qualquer tempo e lugar, com qualquer pessoa, desenvolvendo uma ‘educação’ a-histórica, despolitizada (ou falsamente despolitizada), asséptica... A Educação do Campo busca romper com a forma escolar que a sociedade capitalista impôs as escolas. Complexo criado com o implícito objetivo de obscurecer a consciência dos alunos de que existam classes sociais, e que sofrem as consequências da acumulação do capital. Também visa à superação da relação hierárquica presente nas escolas, visto que contribui com a manutenção da forma escolar. Assim novas relações se constituirão entre professores e alunos, relações que proporcione à produção do conhecimento ao invés do simples aprender a copiar conteúdos da lousa, portanto, uma relação recíproca de ensinar e aprender. As primeiras experiências de Educação do Campo iniciaram-se com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela necessidade de dar 1 Refere-se aqui a educação do campo nos aspectos referentes à escola e a necessidade de formação de professores. continuidade ao processo de formação das crianças Sem Terra. Isso ocorreu devido a haver muitas crianças que não tinham acesso à escola, então, pautou-se a necessidade de construir escolas nos locais em que as famílias estavam acampadas. Após vários debates e muita luta, criaram-se as Escolas Itinerantes; optou-se que cujos professores também fossem do local para atender as especificidades de formação dos sujeitos Sem Terra, para assim, dar continuidade a luta pela terra e por um projeto de campo mais justo. As experiências das Escolas Itinerantes do MST vieram a contribuir com a teoria/prática da Educação do Campo, apesar de ser um debate recente já provocou muitos debates e reflexões entre grandes teóricos da educação. Os debates das práticas sociais com caráter pedagógico fundamentou a efetivação da Educação do Campo, protagonizadas pelos movimentos sociais que exigem, inicialmente, políticas públicas para viabilizar a construção do projeto de campo. No contexto da Educação do Campo surge à necessidade de pensar a formação de professores específicos para atuarem nas escolas do campo, tendo em vista que, os professores formados atualmente possuem formação padronizada, como se o campo e a cidade precisassem do mesmo professor. Tal formação ignora o espaço do campo e o vê como uma extensão do urbano ao desprezar suas particularidades. Portanto para uma educação diferenciada os professores precisam ter em mente que sujeitos pretendem construir, tanto para a manutenção quanto para a transformação social. Tais questionamentos fizeram os movimentos sociais do campo se organizar em defesa da formação específica de professores para a atuação no campo. A disputa de políticas públicas conseguiu garantir vários cursos de formação de professores em diversas universidades do país, como por exemplo, o curso de Pedagogia para Educadores do Campo na UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), buscando atender esse diferencial. 3. A necessidade de formar professores para atuar na Educação do Campo O Governo Federal criou vários programas para facilitar o acesso aos cursos de graduação, como por exemplo, o PROUNI (Programa Universidade para Todos) que distribui milhares de bolsas de estudos para graduação; o FIES (Financiamento Estudantil) que o beneficiário só paga depois de formado, entre outros. Consequente a estas políticas, os programas de formação de professores também vêm se expandindo nos últimos anos, abriram-se inúmeras vagas para os mais diversos cursos em docência, principalmente, nos cursos à distância. Nestes aumentaram-se em muito os investimentos, em particular os relacionados ao magistério; a vantagem para o Estado está na racionalização dos recursos no que tange à infraestrutura, como a construção e manutenção de universidades. Aos professores que atuam nesta modalidade de ensino à vantagem está em poder atender milhares de alunos que por sua vez tem acesso pelas inúmeras facilidades; porém, uma das dificuldades é a falta de controle da aprendizagem, porque o descompromisso com o estudo por partes de alguns pode acarretar na formação de docentes desqualificadas; outra é que o Estado pode deixar de investir em novos campi universitários. Uma das grandes questões da educação de modo geral é a qualidade que os profissionais adquirem ao saírem dos cursos. Certas instituições não capacitam os futuros professores de forma adequada para atuarem em sala de aula porque transmitem conhecimentos a-históricos, falsamente despolitizados que não garantem a plena aprendizagem dos alunos. Isso coincide com a busca quantitativa por parte do Estado ao acesso de pessoas a cursos superiores que não garante a qualidade desse ensino e tampouco a permanência até o termino dos cursos. O impasse da má formação dos professores acarreta consequências enormes e incalculáveis, porquanto o aprendizado dos alunos depende da formação dos professores. Muitas vezes se questiona, porque os alunos não aprendem; qual o problema? Evidência se neste impasse a relevância da formação diferenciada dos professores, visto que interfere na capacitação dos alunos e, por conseguinte no comportamento em sociedade. Para tanto, no campo das políticas educacionais novas demandas se apresentam com relação à formação de professores, consoante às especificidades dos povos do campo; representado Por Um Movimento de Educação do Campo2. Estas demandas são pertinentes, pois influenciam na aprendizagem e na formação dos alunos, contando que considerem os aspectos socioculturais, políticos, econômicos e geográficos da comunidade. 2 Por uma Educação do Campo é um movimento nacional de articulação em prol da formulação da concepção de Educação do Campo que envolve vários teóricos que observam as praticas sociais do campo. A demanda de formar profissionais qualificados para atender o campo surge dos movimentos sociais pela ausência deste ator específico, sensível às especificidades de tal contexto. A dificuldade em formar professores que atendam as demandas da comunidade e de seus sujeitos ocorre devido diversidade sociocultural, tanto que a formação desses profissionais não pode ser a mesma dos professores que atuam nas escolas da cidade. Por conta disso, é primordial a constituição específica de professores para contribuírem na construção do projeto de Educação do Campo, pois a ausência destes retrata a urgência de tais profissionais para atuarem nesses espaços; neste sentido, formados pela concepção de Educação do Campo o curso de Pedagogia para Educadores do Campo forma esses professores. No entanto estes professores precisam dar sequência ao seu próprio processo formativo, visto que exercem atividades que envolvem a produção do conhecimento de maneira crítica, também por acumular conhecimentos sobre pesquisa essencial a qualquer professor-pesquisador. São habilidades que possibilitam na prática de docente a pesquisa de novos materiais e métodos de ensino, além da capacidade de atuar em vários espaços educativos a fim de contemplar as demandas socioeducativas. 4. A experiência do curso de Pedagogia para Educadores do Campo – UNIOESTE Pensando nessa formação para atender as especificidades do campo que os movimentos sociais lutam para conquistar cursos de licenciaturas; como por exemplo, a efetivação da primeira turma de Pedagogia para Educadores do Campo no Brasil, em 1998, e depois desta, muitas foram se constituindo em vários lugares. Na Unioeste, o Curso de Pedagogia para Educadores do Campo teve sua primeira turma no Campus de Francisco Beltrão nos anos de 2004 a 2008. Em 2009 começou se a segunda turma, sendo essa no Campus de Cascavel, com 50 alunos oriundos dos mais diversos assentamentos do estado do Paraná e alguns de Santa Catarina, representantes do MST e do MMC (Movimento de Mulheres Camponesas). Os alunos representam diversas comunidades e assentamentos que aguardam pelo término do curso para que como futuros professores contribuam com as escolas da comunidade, ajudando a construir a consciência de classe dos sujeitos do campo. Também participam na organicidade dos movimentos sociais, através das diversas práticas educativas tanto no âmbito da escola quanto na luta social. Nadja Krupskaia foi à escolha do nome da turma; pedagoga russa que pensara a educação a partir da avaliação da realidade, assim elaborava propostas educacionais refletindo a realidade do povo, pois tinha como função organizar o sistema bibliotecário da Rússia. Compreendia a importância da educação e do conhecimento para a humanidade, como também para a transformação social. São algumas das características que identificou a turma, logo como futuros pedagogos passam a refletir a realidade para transforma-la. O curso objetiva a compreensão da Educação do Campo e o movimento realizado no campo brasileiro, quanto à perspectiva transformadora e o fortalecimento da articulação dos movimentos sociais. Visa à formação de pedagogos para atuar nesses espaços, principalmente nas escolas que atendem os Sem Terra3, que entenda a dinâmica que gerou o movimento Por uma Educação do Campo, seus princípios e objetivos. A organização do curso acontece em regime de alternância, Tempo Escola (TE) e Tempo Comunidade (TC); o TE é a etapa que estudam e assistem às aulas na universidade, de duas ou três por ano que varia de 25 a 60 dias. Já o TC é período que dão continuidade aos estudos e reflexões concomitante ao labor nas comunidades de origem, visto que são atividades encaminhadas do TE de cunho pedagógico. Isto se dá de acordo com os princípios da alternância, logo alguns trabalhos do TE se cruzam com os do TC. A turma se organiza em várias instâncias, como Núcleos de Base (NB’s), equipes de trabalho, coordenação, coordenação político pedagógico; o maior grau de participação tende a democratizar as decisões e dar fluxo às informações. A coletividade é outro aspecto bem presente na turma, além da vivência coletiva e da troca de experiências que trazem aprendizados como o respeito, o cumprimento de combinados coletivos e a conscientização de que as coisas são coletivas e não individuais. Questões relevantes para a formação dos sujeitos. A mística é um momento de formação que resgata a memória de lutas passadas, de exemplos e aprendizados vivenciados; reviver o passado é reacender a luta para o 3 Sem Terra são os sujeitos que compõem um movimento nacional de luta pela terra denominado MST, aqui entendido como um movimento sociocultural e político. futuro, através de elementos que fazem refletir erros e acertos do pretérito, assim como do presente. Trata-se de um momento envolvente, que meche com o subjetivo dos sujeitos, pois aflora a capacidade de indignar-se com as injustiças oriundas das relações de exploração. A mística resgata sentimentos esquecidos com o tempo ao demonstrar quem é e aonde queremos chegar, reviver a história da luta de classe é projetar novas relações sociais. A experiência do curso de Pedagogia para Educadores do Campo busca trabalhar olhando a realidade do campo, diferencial tanto almejado pelo MST, porque não adianta ter escola no campo se são laborados conteúdos pertinentes à cidade, com os mesmos professores que não distinguem seu método de ensino. Entende-se que ser pedagogo é ir muito além da atuação como professor dos anos iniciais, é atender as demandas educacionais da escola; embora necessite tomar cuidado para não ser “tapa buraco”, respeitada as competências e atribuições, as divisões de tarefa. Por sua vez, pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2010, p. 33). Consoante a isso o pedagogo tem a tarefa de pensar o pedagógico e os momentos de integração entre os alunos, desde que elaborados juntamente com a escola e a comunidade, o Projeto Político Pedagógico (PPP) e outras questões pertinentes. Ainda acompanha os planejamentos dos professores para averiguar a coerência com as concepções propostas no PPP. Talvez a essência de sua função esteja em compreender as necessidades do aluno, como Krupskaia entender a realidade dos alunos para propor mudanças que vão ao encontro do processo de humanização do sujeito. O curso de Pedagogia para Educadores do Campo proporciona formação integral ao abordar muito mais que os conteúdos didáticos, ou seja, valoriza os sujeitos envolvidos desenvolvendo as várias dimensões humanas. De forma mais ou menos elaborada, pode-se vislumbrar a contribuição da forma organizativa da turma para tal formação, agregando preparo diferencial em relação aos demais cursos. Também é importante considerar a nova concepção de educação que estão ajudando a construir, a qual pensa e valoriza as diversas dimensões humanas, desenvolvendo-as consoante a realidade. Também possibilita a pesquisa por intermédio do trabalho de conclusão de curso, com temas voltados a comunidade ou a tarefa que desenvolvem nos movimentos sociais. Tendo em vista que a pesquisa instiga o senso crítico e marca a maneira de trabalho de um professor-pesquisador como produz conceitos novos, complementa-se assim a aprendizagem do aluno. Consequentemente tende haver a socialização do conhecimento científico propiciando aplicação, além disso, é de fundamental importância para os futuros professores ir além do conhecimento empírico. Adquirir o conhecimento científico é indispensável para avançar na prática pedagógica, pois os professores que já atuam nas Escolas Itinerantes de modo formal ou informal exercem a prática educativa limitada quanto à apropriação do conhecimento científico. O curso vem para suprir essas necessidades teóricas dos alunos e também avançar nas próprias reflexões sobre a prática. O diferencial dessa formação explicitará ao termino do curso, visto que a aprendizagem foi considerável, muito além dos conteúdos básicos das disciplinas. Abrange as experiências da vivência coletiva, da organização nas instâncias, da preparação para atuar nas escolas do campo; e para entrelaçar tudo isso, as disciplinas têm a especificidade da Educação do Campo. Os concursos de professores realizados pelo Estado cuja intenção seja atender às escolas do campo necessita reconhecer as especificidades da Educação do Campo. Tal recrutamento não contempla a formação própria para o campo, quando generaliza os profissionais para trabalhar ignora a habilidade específica para nesses espaços. Desta forma, apesar desses cursos serem reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) não há uma política pública específica para atender essas especificidades de aptidão, tampouco que garanta a atuação nos espaços próprio da formação. Devida a importância e a necessidade de qualificar professores com as particularidades do campo, busca-se junto à universidade a efetivação do curso de Pedagogia para Educadores do Campo em regime regular, com vestibulares a cada quatro anos, a fim de atender cada vez mais as demandas de formação dos sujeitos do campo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tais cursos é um grande avanço para os povos do campo e consequentemente para a Educação do Campo, atender as especificidades, os anseios e as necessidades de um povo marginalizado é caminhar rumo à reparação das injustiças sociais a uma parcela da sociedade que recebe tão pouca atenção do governo. A Educação do Campo dá um novo rumo às políticas educacional e ao projeto de campo no Brasil. Pela primeira vez em nossa história se tem pensado a preparação de professores para laborar em contexto específico, ou seja, de forma pontual na Educação do Campo. O curso de Pedagogia para Educadores do Campo é o marco histórico para o campo e para o próprio país cuja capacitação abrange as necessidades do sujeito e de seu grupo social. Os movimentos sociais como protagonistas dessa educação continuam a lutar por políticas públicas que atendam e reconheçam suas particularidades, que faça do campo um lugar de vida digna, habitável por gente. Para tanto investimentos do Estado se fazem necessários em infraestrutura, alimentação, saúde, lazer e outros. Os camponeses são sujeitos históricos no Brasil, dispostos a aprender a fim de construir um mundo melhor com igualdade e justiça social. O resgate da condição humana destes trabalhadores depende em parte da formação de professores que norteará o pensamento dos homens que farão a história. Portanto tem-se a delicada tarefa de formar professores e a sensatez do governo em reconhecer os cursos específicos de atuação nos espaços do campo. No entanto o debate e as discussões não se esgotam aqui dada à relevância da temática, que merece uma atenção especial de pesquisadores e de educadores que pensam a formação humana desses professores. Referências BRASIL. Decreto 7.325, de 4 de novembro de 2010. Dispõem sobre a Política de Educação do Campo e o PRONERA. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1025597/decreto-7352-10 Acesso em: 31 out. 2011. CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 7 n.1, p. 35-64, mar./jun.2009. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12º ed. São Paulo: Cortez, 2010.