Diferenças Culturais e Negociações Internacionais: Brasil e Arábia Saudita MARIANA CAROLINA ARVATI [email protected] ORIENTADORA: ACÁCIA DE FÁTIMA VENTURA Estágio Supervisionado em ADM – GNI - UNIMEP [email protected] Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar as diferenças culturais entre Brasil e Arábia Saudita e como essas diferenças podem influenciar as negociações internacionais, mais especificamente, as negociações envolvidas na exportação de carne. Os métodos de pesquisa histórica e exploratória foram utilizados para a obtenção dos dados referentes aos países estudados. De acordo com os dados obtidos junto a uma empresa do ramo, concluiu-se que, se observadas e respeitadas as diferenças culturais existentes entre os países estudados é possível evitar tropeços e conflitos, garantindo assim o sucesso das negociações. Palavras-Chave: Cultura Árabe; Cultura Brasileira; Exportação de Carne Bovina. Abstract: This article has as objective, to establish the cultural differences between Brazil and Saudi Arabia and as these differences can influence the international negotiations, more specifically, the involved negotiations in the meat exportation. The methods of historical and research had been used for the attainment of the referring data to the studied countries. In accordance with the data gotten next to a company of the branch, concluded that, if observed and respected the existing cultural differences between the studied countries it is possible to prevent slips and conflicts, thus guaranteeing the success of the negotiations. Keywords: Arab Culture; Brazilian Culture; Exportation of Bovine Meat. 1. INTRODUÇÃO Até recentemente os brasileiros desconheciam a potencialidade de países Islâmicos, como a Arábia Saudita, nas áreas econômica e cultural e, conseqüentemente, as oportunidades e recompensas advindas de negociações com tais países. Tal percepção, fomentada pela globalização, que permitiu maior acesso às informações, facilitou o conhecimento da grande diversificação cultural mundial, bem como, as possibilidades e benefícios que elas oferecem para uma boa negociação. A história, valores, costumes, sutilezas e peculiaridades dos países analisados deixam de ser 5(9):7-12, 2007 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):19-24 2007 uma curiosidade e passam a ser, na prática das organizações empresariais, garantia de crescimento e sucesso. 2. NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL O comércio internacional opera desde a Antigüidade. Soares (2004, p. 21), destaca que a cidade de Roma era grande concorrente entre todas as províncias. Sua economia se estendeu durante séculos pelos notáveis meios de transporte e por suas redes de rodovia e navegação, estimulando assim o comércio por todo o Império. O comércio internacional já era praticado desde o início da civilização, 19 mas foi a partir do século XV que ele realmente se desenvolveu. A globalização é um processo de integração e interdependência de todos os povos e países do planeta, comumente chamado de “aldeia global”. Beck (1999, p. 95), menciona que “a globalização significa a existência de um encontro de culturas locais que poderão ser revistas em seu conceito original”. Assim, a globalização cultural é evidenciada nas práticas do dia-a-dia, interferindo na maneira de viver de toda uma sociedade, determinando significativas mudanças nas suas instituições. Beck (1999, p. 99), descreve que a globalização faz com que a sociedade reflita e com isso, adquira uma nova idéia histórica justificando assim a idéia de uma “sociedade mundial”, pois se acredita em um destino comum, manifestada na eminência improvável do distante em um “mundo sem fronteiras”. A globalização teve seu início na década de 80 e trouxe profundas transformações para a sociedade. Vazquez (2001, p. 187) ao analisar uma negociação, dispõe sobre a importância de definir o mercado, as vias de distribuição, os preços, a estratégia nas promoções e identificar os compradores mais interessantes, para então se iniciar a efetivação dos negócios. São de extrema importância no sucesso de uma negociação, que se conheçam muito bem os riscos e peculiaridades do país com o qual deseja negociar, enviando ao importador todas as informações sobre o produto em questão. Segundo Vazquez (2001, p. 211), é importante entender que a empresa deve buscar oportunidades, visando negociações no mercado exterior, pois com isso haverá diversificação dos clientes, geração de emprego, lucros, beneficiando-se não somente a empresa, mas sim toda a sociedade. A empresa deve ter consciência que, ao entrar no mercado internacional, não deverá apenas pensar em suprir uma dificuldade do mercado interno, mas sim se deve ter em mente que tal decisão representa uma oportunidade incrível em uma nova frente de negócios, uma vez que a negociação atende ao mercado interno e externo. Para Vazquez (2001, p. 175) a exportação é uma forma infalível, que dá abertura ao país para todo mundo. É uma maneira de conhe20 cer parceiros e aprender através dessas experiências a lidar com diferentes países. Segundo Antônio Sarkis Junior, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os brasileiros não tinham idéia da potencialidade dos países árabes, em sua economia e cultura, mas isso está mudando e os países vêm construindo uma boa relação. (ANBA, 2007) De acordo com Sarkis, os árabes simpatizam muito com o Brasil. Tiveram oportunidade de conhecer produtos de qualidade e preços competitivos. O carisma e a amabilidade do brasileiro foi o ponto fundamental para conquistar a confiança e a simpatia dos árabes, e isso resultou no crescimento dos negócios entre os dois países. (ANBA, 2007) A Arábia Saudita é considerada a maior economia da região, pois em 2004 apresentou um PIB da ordem de US$ 236 bilhões. O país é considerado o maior produtor e exportador de petróleo do mundo, possuindo ¼ das reservas de petróleo bruto. (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2006) Em suas negociações internacionais, ela adota o sistema de livre comércio, sem restrições, controle de quantidade ou barreiras tarifárias ao intercâmbio externo. A Arábia Saudita é o principal mercado do Oriente Médio, arrecadando uma média de 25% do total do comércio da região e 0,9% do comércio mundial. Com isso, o intercâmbio comercial entre o Brasil e os países árabes vem crescendo a cada ano, sendo a exportação de carne a mais visada pelos exportadores. 3. A CULTURA BRASILEIRA E A ISLÂMICA 3.1 O Conceito de Cultura A cultura é uma herança que o homem recebe ao nascer e que, no decorrer do tempo, sofre uma série de influências dos grupos (família, igreja, comunidades e outros). À medida que vai crescendo, recebe novas influências desses mesmos grupos, de modo a integrar-se na sociedade, em função do papel que nela exerça. A cultura se reflete na maneira de alimentar-se, no vestuário, na língua, e, portanto, na identidade de um país. Ostrower (1986, p. 11) afirma que, no conhecimento atual sobre a cultura, observa-se que, desde Rev.de deNegócios NegóciosInternacionais, Internacionais,Piracicaba, Piracicaba,5(9):19-24, 5(9):7-12, 2007 Rev. o passado, o homem se comporta como um ser cultural, cujo comportamento está ligado ao lugar e informações que recebe desde pequeno dentro de uma cultura já estabelecida. Salienta assim, a importância das empresas que operam no exterior manterem em suas organizações, profissionais multiculturais, evitando-se conflitos culturais, que poderiam atrapalhar qualquer tipo de negociação. Ter conhecimento da cultura do país com o qual se pretende manter relações comerciais é de extrema importância. O conhecimento das suas línguas, costumes, religiões, códigos morais e jurídicos e tabus, farão grande diferença no sucesso de uma negociação internacional. 3.2 Características Culturais Brasileiras A cultura do Brasil apresenta aspectos peculiares que devem ser considerados, uma vez que através da análise sobre “o jeito de ser” do brasileiro, estabelecem-se aspectos diferenciadores com as demais culturas. O conhecimento destes aspectos torna-se importante na medida em que contribui para uma boa negociação. Segundo Sebben e Dourado (2005, p. 31), no Brasil é muito comum ouvir a expressão “Se Deus quiser”, tendo como tendência viver e administrar o tempo de maneira bem flexível. Outro comportamento do brasileiro a ser considerado, segundo Sebben e Dourado (2005, p. 33) é a relação de confiança e amizade que se estabelece no trabalho. O brasileiro é extremamente criativo, otimista e têm dificuldade em dizer não. Com o famoso “jeitinho brasileiro” muitas vezes cria relações de conflito, pois tenta encontrar saídas e alternativas nas dificuldades. Segundo Minervini (2001, p. 112), a informalidade, a hospitalidade e o bom humor passam aos estrangeiros a impressão de um povo generoso. São calorosos, gostam de abraços e proximidade física, prezam ser tratados pelo primeiro nome, adoram músicas, conversas animadas e descontraídas. Apreciam uma cerveja e uma boa caipirinha, e têm como paixão nacional o futebol. É comum durante os encontros de negócios servirem o famoso cafezinho. Porém, na perspectiva dos outros países, essas peculiaridades são muitas vezes consideradas como pontos negativos. Os brasileiros são tidos como de5(9):7-12, 2007 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):19-24 2007 sorganizados e informais. Fazem o uso de gírias e chavões, tem pouco respeito à vida e à segurança e, em conversas de conhecimentos gerais, apresentam um baixo nível de cultura. A instabilidade econômica, a violência, a desigualdade social, a falta de conscientização para proteção ambiental, são consideradas pelos estrangeiros como fatores que precisam de intervenção. 3.3 Características Culturais Árabes Um conhecimento mínimo dos costumes culturais árabes é imprescindível para a obtenção de sucesso nos negócios. Isto porque, no mundo árabe um deslize no comportamento pode não ser visto como uma simples “gafe”, e sim, como uma maneira de aniquilar toda uma negociação. Os árabes são calorosos, festivos e negociadores persistentes. Acreditam que abordar o assunto da negociação de maneira direta significa desprezo, fazer pouco caso da pessoa, pois costumam ter uma relação de confiança e familiaridade. Gostam de fazer amizades e, essa atitude, muitas vezes é um fator determinante para a continuidade de um negócio. Para eles, a pontualidade demonstra interesse e respeito. (GLOBAL 21, 2006) Apesar de serem atenciosos em seus encontros, dão um valor essencial à hierarquia, e acreditam que um subordinado não tem nenhum poder para assinar um contrato. O funcionário é sempre bem tratado e ouvido, mas somente os executivos é que podem concluir uma negociação. É comum entre os árabes a expressão “Inch Ala” ao final de toda frase dita, que equivale ao modo de dizer do brasileiro “Se Deus quiser”. Nos encontros de negócios, costumam oferecer chá, refrigerante e café. Deve-se aceitar por educação, mesmo que não esteja com vontade e após consumir a bebida, deve-se devolver a xícara indicando que não deseja mais. (GLOBAL 21, 2006) A posição da mulher no mundo árabe, de acordo com Minervini (2001, p. 114), é relegada a um nível de inferioridade. 3.4 Características Históricas e Geográficas do Brasil A História do Brasil inicia-se com a frota marítima de Pedro Álvares Cabral, que desejava esta21 belecer relações comerciais com a Índia. Alencar, Ramalho e Ribeiro (1985, p. 8) contam que foram recebidas as instruções de que o Capitão deveria impor o domínio comercial e marítimo lusitano no litoral Malabar, a fim de livrar-se da dependência dos árabes, italianos e judeus. Essa era a missão principal dos 1.200 portugueses que estavam a serviço do Estado, dos nobres e da burguesia comercial: dominar o centro de trocas das especiarias orientais que eram muito valiosas. Entretanto, desviando-se da trajetória, Cabral avista uma terra desconhecida, dando-lhe o nome de Santa Cruz. Logo, não mais seria Santa Cruz. Caldeira (1997, p. 21) relata que, apesar de não ter sido realizada a missão a que fora destinado e as novas terras encontradas não possuírem muito valor, não deixou de despertar o interesse dos portugueses, pois encontraram nessas terras uma árvore chamada pau-brasil ou pau cor de brasa, da qual se podia extrair uma tintura vermelha usada para tingir tecido (tintura considerada de grande valor), despertando assim, a cobiça não só de Portugal, mas também de aventureiros de vários países. Com isso, essa terra ficou cada vez mais conhecida pelo nome da madeira – Brasil. O português é o idioma oficial, escrito e falado em todo o território nacional. Em termos de extensão territorial, o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil é o maior país em território e o maior em termos populacionais da América Latina, sendo o quinto em área e população do mundo. Apresenta uma superfície de 8.514.215,3 Km² e uma população de 169.799.170 habitantes. Sua moeda é o Real, introduzida a partir de 1994. 3.5 Características Históricas e Geográficas da Arábia Saudita Segundo Salum (2003, p. 109) a Arábia Saudita (país do Sudoeste da Ásia), possui uma monarquia independente e é considerado o maior país do Oriente Médio. Sua Constituição é a “Sharia” Islâmica formada pelo Alcorão e a Sunna escrita pelo profeta Maomé depois de sua imigração para Medina, onde apresenta seus ensinamentos e práticas. A Arábia apresenta um território de 2.155.000 Km², tendo como principais cidades Jeddah, Meca, Al Medina, Taif e Riade (capital do país). Sua moe22 da local é o Riyal – SAR, que apresenta desde 1986, uma paridade com o dólar de US$ 1,00 = SAR 3,75. (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2006) Sua população total é estimada em 26,4 milhões de habitantes. O país é formado em grande parte por desertos, apresentando calor intenso e grande aridez. Hourani (1994, p. 67), descreve que entre os muçulmanos a língua árabe é considerada sagrada, sendo a língua oficial do país. É impossível conhecer a Arábia Saudita sem falar sobre o Islamismo. Para população árabe o islamismo não é apenas uma religião, mas, consiste em seu próprio modo de vida. 3.6 A Importância das Características Culturais, Históricas e Geográficas na Negociação Segundo Minervini (2001, p. 99) “concretizar negócios é muito mais do que somente negociar, é socializar, estabelecer laços de amizade, é conhecer o perfil do empresário, o protocolo e depois os detalhes”. Conhecer o idioma, as normas das negociações comerciais, terem uma boa relação com o parceiro, entender e respeitar a cultura e tudo que envolve as negociações é de fundamental importância no mercado internacional. O processo de uma negociação pode acabar sendo prejudicado simplesmente por pequenas “gafes” cometidas, atrapalhando assim meses de trabalho. De acordo com Minervini (2001, p. 101), “colocar-se na cultura do parceiro” é fundamental para o sucesso de uma negociação, pois, mais de 50% dos negócios internacionais acabam não sendo concretizados pela falta de conhecimento existente nas diversas culturas. Segundo o autor (2001, p. 103) fatores como tempo, saudação, uso do nome, cores, mulheres, linguagem corporal, humor e idioma são muito importantes e devem ser considerados em uma negociação. 4. O BRASIL E A EXPORTAÇÃO DE CARNE PARA A ARÁBIA SAUDITA 4.1 O Processo de Abate Bovino adotado no Brasil Segundo Pacheco (2006, p. 30) o processo de abate adotado no Brasil segue procedimentos industriais regulamentados por normas sanitárias com o Rev.de deNegócios NegóciosInternacionais, Internacionais,Piracicaba, Piracicaba,5(9):19-24, 5(9):7-12, 2007 Rev. objetivo de dar segurança aos consumidores, pois atuam com inspeções e fiscalização dos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária. 4.2 Procedimentos para o preparo da Carne Exportada para a Arábia Saudita Existe uma grande diversidade de exigências dos países compradores de carne quanto aos aspectos sanitários e técnicos, como padrão de corte e preferências de consumo. De acordo com Jank apud Miranda e Motta (2001), com relação à exportação de carne para a Arábia Saudita, o abate seguindo as normas árabes, é uma exigência que eleva os custos para a empresa exportadora. O abate é realizado por muçulmanos praticantes, um sangrador e um supervisor, utilizando uma faca bem afiada, para que seja realizado num único corte. Em movimentos de meia lua, sem separar a cabeça, corta-se as duas jugulares, o esôfago e a traquéia, para que o animal não sofra e assim não libere enzimas que são prejudiciais à carne no momento da morte desse animal. Depois que estiver completamente sem vida e o sangue for totalmente drenados, continua o processo de corte, com a retirada do couro, miolos e os demais procedimentos. Depois de terminado todo o processo, o produto recebe o selo Halal, que significa que foram seguidas todas as recomendações islâmicas e que o produto está aprovado para o consumo dos muçulmanos. (CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA BRASIL-IRÃ, 2007) 4.3 Apresentando um Caso Concreto O fator que impulsionou a busca pelo relato concreto de uma empresa que negocia com a Arábia Saudita se deu ante a necessidade de se constatar se as exigências árabes, decorrentes das diferenças históricas e culturais entre os dois países são observadas na prática das organizações nacionais. 4.3.1 Caracterização da realidade que possibilitou averiguar o atendimento aos procedimentos exigidos A empresa pesquisada é um grupo do ramo frigorífico independente e sólido que exporta 80% de toda sua produção de carne. Ela desenvolve um programa de qualidade exclusivo no Brasil. Tem divul5(9):7-12, 2007 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 5(9):19-24 2007 gado e definido os conceitos de produção EUREPGAP entre seus fornecedores, promovendo através do mesmo, a qualificação e certificação das fazendas e de todo seu sistema de transporte. Atualmente, destaca-se como um dos melhores produtores de carne do mundo, usando como diferencial a qualidade e agilidade no mercado internacional, pela sua pontualidade e custo competitivo. Exporta carne para os principais mercados mundiais da Europa, Ásia, América do Sul, Oriente Médio, com projetos de expansão para outros países. A empresa tem consciência e responsabilidade com o desenvolvimento social do país. 4.3.2 A empresa e a exportação para a Arábia Saudita A empresa pesquisada relata que exporta carne para a Arábia Saudita há mais de vinte anos, com contatos com os principais importadores do país. Para tanto, utilizam uma trading company baseada em Jeedah. Aspecto considerado essencial para que a negociação se concretize é a confiança. Os produtos têm que ter qualidade e obedecer aos padrões impostos. As exigências são cumpridas rigorosamente pela empresa. Um representante certificado a realizar os processos de abate halal fica presente do abate ao carregamento, sob pena das exportações não se realizarem. Todos os contratos têm que constar que são animais de origem halal e, na unidade, são degoladores iraquianos, normalmente em dupla, que degolam os animais e assinam os certificados Halal. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir que as diferenças culturais entre Brasil e Arábia Saudita, não se constituem na atualidade impedimento para que boas negociações entre os dois países se concretizem. Isto porque as empresas têm se esforçado para conhecer estes aspectos e adaptarem-se as exigências com a finalidade de obter sucesso nas negociações, aumentando significativamente as exportações. Pelo relato da organização pesquisada, pode-se verificar que as empresas exportadoras estão preocupadas com as diversificadas formas de pensar dos povos, bem como o conhecimento da cultura, costumes, comportamento dos líderes com que nego23 ciam cientes que o acesso a estas informações são importantíssimas para o desfecho da negociação. E que, não só o idioma, como também o conhe- cimento intercultural, possibilita a manutenção no mercado e a obtenção das vantagens no ambiente internacional. REFERÊNCIAS ALENCAR, F.; RAMALHO, L. C.; RIBEIRO, M. V. T. História da sociedade brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. ANBA, Agência de Notícias Brasil-Árabe. Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Relação Brasil-países árabes avança em várias frentes, diz Sarkis. Disponível em: <http://www.anba. com.br/noticia.php?id=10680> Acesso em: 10 de abr 2007. BECK, U. O que é globalização? Equívocos do globalismo: respostas à globalização. Tradução de André Carone. 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