SEMINÁRIO ENSINO MÉDIO NO BRASIL:
SUJEITOS, TEMPOS, ESPAÇOS E SABERES
Monica Ribeiro da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
OBSERVATÓRIO DO ENSINO MÉDIO
Observatório do Ensino Médio/Universidade Federal do Paraná
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05/11/2015
INTERLOCUÇÕES PARA PENSAR O
CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO
1. O ENSINO MÉDIO, SEU CURRÍCULO, SUA HISTÓRIA
2. OS SUJEITOS: JOVENS, NÃO TÃO JOVENS, SER PROFESSOR E SER ALUNO
DO ENSINO MÉDIO EM UM CENÁRIO DE DESIGUALDADES E (A)DIVERSIDADES
3. AS POLÍTICAS CURRICULARES: A EXPERIÊNCIA DO PROEMI
4. E OUTRAS AÇÕES DA POLÍTICA PÚBLICA: O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO; O
PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO; O
CURRÍCULO DITADO PELAS AVALIAÇÕES E PELOS RESULTADOS; DISCURSOS E
PROJETOS: A RETÓRICA DA (NECESSIDADE) DE REFORMULAÇÃO: A AÇÃO DO
“EMPRESARIADO”; O PL 6840/2013
6. O CURRÍCULO E O DEBATE SOBRE CONHECIMENTO E CONHECIMENTO
ESCOLAR
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O ENSINO MEDIO, SEU CURRÍCULO, SUA
HISTÓRIA
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UM ENSINO PARA POUCOS; PARA FORMAR AS “ELITES
DIRIGENTES”
O RECONHECIMENTO TARDIO - O DIREITO À EDUCAÇÃO E O
ENSINO MÉDIO COMO “EDUCAÇÃO BÁSICA” AINDA QUE NÃO
OBRIGATÓRIO – 5 milhões entre e 15 e 17 anos que não estão no ensino
médio
UM CURRÍCULO MARCADO PELA FRAGMENTAÇÃO E
HIERARQUIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
O DEBATE SOBRE A “IDENTIDADE” E SOBRE A “DUALIDADE”
O FRÁGIL ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR: “preparar para o
vestibular”
A FORMAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO: “preparar para o mercado”
OU “preparar para o mundo do trabalho”
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Sujeitos: “a juventude não é apenas
uma palavra”
-O Seminário Nacional do Ensino Médio Integral – Construindo um ensino médio para
todos no Brasil: a(s) juventude(s) como “referente permanente para pensar as políticas
para o ensino médio”
Os jovens e os Sentidos da escola
Universalização
Abandono e Permanência
Crescimento da matrícula e Distorções na oferta
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Conclusões do Seminário Nacional Ensino Médio
Integral: indicativos para a política educacional
Brasília, DF – junho 2012.
Pensar as políticas e práticas do Ensino Médio a partir dos sujeitos (jovens e
adultos) que cursam a última etapa da educação básica, considerando sua
diversidade e necessidades;
Conhecer as razões do abandono escolar, particularmente do Ensino Médio
Noturno, com vistas à sua contenção e ampliação do acesso com permanência e
conclusão;
Aproximar a formação inicial e continuada de professores das demandas e
especificidades da última etapa da educação básica bem como dos dispositivos
normativos que a regulamentam;
Rever a organização curricular do Ensino Médio – saberes, tempos e espaços, com
vistas a atender às necessidades dos que hoje estão na escola pública; do mesmo
modo, há necessidade de rever a avaliação (feitas pela escola e pelo Estado);
Adequar a estrutura física das escolas (equipamentos, laboratórios, climatização,
quadras poliesportivas) às exigências de uma educação com qualidade social;
Ampliar a produção de conhecimento acerca das relações entre juventude(s) e
ensino médio, bem como das particularidades quando se trata do público da EJA;
Instituir políticas e práticas de valorização da permanência dos jovens na escola;
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Seminário Nacional Ensino Médio Integral: Conclusões a partir
da participação nas Oficinas com relatos de experiências das
escolas
Há uma diversidade de currículos e concepções
relativas ao Ensino Médio no Brasil, com poucos
elementos de unidade ou questões que consigam
dar às políticas para essa etapa de ensino alguma
identidade.
Mesmo
havendo
normativas
nacionais, as políticas efetivam-se nos estados
em relação com a característica de cada governo
e mesmo das escolas, de maneira que podemos
falar em Ensinos Médios – ou de Ensino Médio no
plural
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As políticas curriculares: O ProEMI
“O Programa Ensino Médio Inovador tem a finalidade de estabelecer
mudanças significativas nas escolas públicas de Ensino Médio, com
a intenção de ampliar o acesso e a permanência dos estudantes,
conter o abandono e a não aprendizagem e assegurar, para o
maior contingente possível da população brasileira, a conclusão da
escolarização básica. Tendo em vista esses objetivos os enunciados
do ProEMI apontam para a necessidade de inserção de
componentes pedagógico-curriculares que assegurem maior
sustentabilidade das ações das escolas e reconhecem a
importância de uma organização curricular que possa fomentar as
bases para uma nova escola de ensino médio. (ProEMI, 2009)”
* Versões dos Documentos Orientadores: 2009; 2011; 2013; 2014
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O SENTIDO DO “INOVADOR”
 Qual seria a interpretação da escola com relação ao
sentido de “inovador”?
 na maioria das vezes, para a escola, “inovador”
significa qualquer ação e/ou conteúdo que se
diferencie do que é “comum”, clássico do trabalho
pedagógico.
 Estão destacados a seguir exemplos presentes nos
PRC das escolas e que são mencionadas como
propostas e ações inovadoras
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TEMPO
 Ampliação do tempo de permanência do aluno na
escola: a ampliação do tempo por si só é considerada
inovação
 as atividades decorrentes dessa ampliação não
necessariamente mostram vinculação com os
princípios e proposições sugeridos pelo ProEMI, como
elemento propiciador de maior integração curricular e
resignificação da experiência escolar
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Espaço
 Atividades isoladas realizadas fora do espaço escolar
são consideradas inovadoras, por exemplo: visitas aos
museus, parques, outras instituições, ainda que não
estejam em articulação com as práticas curriculares
consideradas “convencionais”.
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Saberes/conteúdo
 Assuntos diversos que são considerados conteúdos
de várias disciplinas (como forma de trabalho
interdisciplinar) e/ou são trabalhados em atividades
de contraturno são consideradas inovações, ainda
que realizadas de forma esporádica e sem articulação
com o currículo “convencional”;
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A implantação do ProEMI: o que dizem
gestores e professores
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Questionários dirigidos a gestores e a professores das 2006 escolas em
todas as unidades da federação que haviam feito adesão ao ProEMI até
março de 2013 por meio de e-mail e correio convencional;
Retorno: 867 questionários respondidos por gestores e 1282 questionários
respondidos por professores (em algumas escolas mais de um professor
respondeu);
O percentual de respostas varia conforme o estado e a região: na região
Sul, 64,62% das escolas respondeu aos questionários; na região Sudeste,
51,71%; na região Nordeste, 40,03%; na região Centro-Oeste, 36,66% e; na
região Norte, 29,97%.
Dentre os fatores que explicam uma menor incidência de respostas nas
regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, está o acesso mais restrito das
escolas dessas regiões ao serviços de internet banda larga e mesmo correio
convencional.
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Gestores: mudanças ocorridas na
escola relacionadas ao ProEMI
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
Maior participação ou envolvimento de alunos (432 respostas – 50%)
Melhor desempenho ou aprendizagem de alunos
Mudanças relacionadas aos professores: envolvimento, participação, questões
ligadas ao ensino
Mudanças relacionadas aos saberes escolares como conteúdo do currículo
Mudanças na infraestrutura: recursos didáticos, pedagógicos, estrutura física da
escola, laboratórios
Mudanças na noção/organização do tempo dentro do currículo
Mudanças na noção/organização do espaço dentro do currículo
Mudanças relacionadas à comunidade escolar
Diversificação das práticas pedagógicas
Maior permanência ou menor abandono de alunos
Mudanças e impactos negativos nos processos escolares (2,1%)
Mudanças e impactos positivos não descritos
Ausência de mudanças (2,1%)
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Questionário dirigido aos
Professores: 4 questões abertas
 Identificação (disciplina ou área em que atua)
 1) Conhecimento acerca de experiências curriculares
diferenciadas resultantes do ProEMI
 2) Relato de pelo menos uma experiência
protagonizada como professor a partir das ações do
ProEMI;
 3) A contribuição do ProEMI no que se refere ao
enfrentamento de dificuldades do ponto de vista
pedagógico
 4) Se conhece os documentos orientadores do
ProEMI
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Professores: resultados mediante o
procedimento de análise de conteúdo
 A pesquisa exploratória levou à definição de uma
hipótese que orientou a leitura e análise de
conteúdo de cada questionário, agrupados
inicialmente por estado. A hipótese foi assim
enunciada:
 “Predominam atividades, projetos e oficinas
desarticulados da base curricular estruturada em
disciplinas; esta base curricular permanece
inalterada”
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Professores: resultados mediante AC
 Do total de questionários respondidos, apenas 16,61% não
confirma a hipótese. As regiões que mais se aproximam das
propostas do ProEMI são o Sul e o Nordeste, nesta ordem;
 A hipótese é confirmada em 46,65% dos questionários
respondidos. O número mais expressivo de experiências que se
distanciam das proposições do ProEMI está na região Sudeste,
seguida pela região Centro-Oeste e pela região Norte;
 36,04% das respostas não ofereceram elementos suficientes para
análise ou categorização;
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Professores: resultados mediante AC
Os estados que possuem ProEMI/PJF
são os que mais se distanciam das
proposições presentes nos documentos
orientadores do ProEMI, conforme
evidenciado na fala dos professores,
especialmente Ceará, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Pará
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Professores: resultados mediante AC
 Estado que mais se aproxima das propostas do
ProEMI: a Paraíba, em todas as categorias definidas
para análise: sujeitos, tempos, espaços e organização
do conhecimento escolar.
 Uma ação que se destaca é o planejamento coletivo
semanal e por área de conhecimento.
 Os professores apontam melhoria no rendimento
escolar com redução dos índices de reprovação e
abandono e o fortalecimento da autonomia e senso
crítico dos estudantes.
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Professores: resultados mediante AC
 Independentemente da confirmação ou não hipótese, isto é, das escolas
se aproximarem mais, ou menos, das proposições do ProEMI, as
respostas dos professores (e dos gestores) levam a concluir que o
estudante se constitui no grande beneficiário das mudanças derivadas do
Programa, pois em todos os casos se afirma, com uma conotação
positiva, que houve mudança de atitude dos jovens com relação à escola
 “[...] os alunos se tornam mais participativos e envolvidos com a escola,
proporcionando uma proximidade que humaniza e consequentemente
faz com que esse aluno sinta sua importância no ambiente escolar, o que
pode ser percebido no melhoramento das notas e participação nas aulas
do ensino regular.”
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Professores: resultados mediante AC
 Os dados coligidos confirmam que há um predomínio de
atividades, projetos e oficinas não necessariamente
articulados ou integrados à base curricular estruturada em
disciplinas e que os macrocampos são percebidos como
atividades ou conjunto de atividades e não como
possibilidades de integração curricular
 Observa-se uma configuração “dupla” – um currículo/escola
convencional e outro currículo/escola que se diferencia. Isso
resulta na/da compreensão do ProEMI como uma ação
separada da estrutura curricular da escola e que se distancia
dela pelas lógicas de organização dos sujeitos, dos tempos,
dos espaços e do conhecimento propiciadas pelo Programa.
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E OUTRAS AÇÕES DA POLÍTICA PÚBLICA
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O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO DO RIO GRANDE DO
SUL;
 O PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO
ENSINO MÉDIO;
 O CURRÍCULO DITADO PELAS AVALIAÇÕES E PELOS
RESULTADOS;
 DISCURSOS E PROJETOS: A RETÓRICA DA
(NECESSIDADE) DE REFORMULAÇÃO: A AÇÃO DO
“EMPRESARIADO”; O PL 6840/2013
O CURRÍCULO E O DEBATE SOBRE CONHECIMENTO E
CONHECIMENTO ESCOLAR
A nanotecnología é a manipulação dos
materiais na escala atômica ou molecular;
é aplicação da nanociência em campos
diversos que trabalham com materiais que
vão de 1 a 100 nanômetros. Um
nanômetro
é um bilionésimo de metro, ou um
milionésimo de milímetro .
Um cabelo humano, por exemplo, pode ter
100.000 nanômetros de espessura.
A nanotecnologia traz a possibilidade de
fabricar materiais e máquinas a partir do
reordenamento de átomos e moléculas em
nanoescala. => isso implica na fusão de
vários campos disciplinares
QUAL CURRÍCULO/QUAL
CONHECIMENTO ?
 “O currículo tem que levar em consideração o
conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem
para a escola, mas esse conhecimento nunca poderá ser
uma base para o currículo. A estrutura do
conhecimento local é planejada para relacionar-se com
o particular e não pode fornecer a base para quaisquer
princípios generalizáveis. Fornecer acesso a tais
princípios é uma das principais razões pelas quais todos
os países têm escolas”. (YOUNG, Michael. Para que
servem as escolas. 2007, p. 13)
Observatório do Ensino Médio
 www.observatoriodoensinomedio.ufpr.br
 https://www.facebook.com/ObservatoriodoEnsinoMe
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Mesa 5 - Observatório da Juventude