1
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
Redes Empresariais, Inovação e Competitividade
Arlem Hudson Rocha
DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS
DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE
INDICADORES DE INOVAÇÃO
Belo Horizonte
2014
2
ARLEM HUDSON ROCHA
DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES
SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO.
Dissertação apresentada ao Programa de pósgraduação - Curso de Mestrado Profissional em
Administração do Centro Universitário UNA em
2014, como requisito parcial à obtenção do título
de Mestre
Linha de pesquisa: Redes
Inovação e Competitividade
Empresariais,
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de
Paiva
Co-orientador: Prof. Dr. Fabrício Ziviani
Belo Horizonte
2014
3
4
5
Dedico este trabalho a minha esposa Marília Candian
Rocha pela compreensão de minha ausência e
nervosismo ao longo do tempo necessário para o
desenvolvimento desta dissertação.
Aos meus filhos Arthur Candian Rocha pelas cobranças
e ensinamentos que ocorreram no percurso, e ao Heitor
Candian Rocha, que resolveu compor a família no meio
da fase de conclusão das disciplinas do mestrado.
Aos meus eternos mestres, Hildo José da Rocha e
Marlene Maria Rocha, que são exemplos para a minha
formação, que me ensinaram tudo que sei, e igualmente
aos meus 10 irmãos que sempre apostaram em meu
potencial (Anderson, Albert, Simone, Rosemary, Kelly,
Davidson, Débora, Hildo, Leonardo e Letícia)
Em especial a meu irmão Davidson Rocha, que me
ajudou de forma incontestável.
6
Agradeço a Deus por indicar caminhos a seguir para a
constante busca do saber, por me ensinar a aprender
para educar e educar para trabalhar.
Às Professoras Dra. Iris Goulart e Dra. Marta Ferreira,
que em restrito tempo souberam com maestria
conquistar confiança e admiração, a quem devo
agradecimentos especiais.
Ao Professor e Orientador Dr. Ricardo Viana Carvalho de
Paiva pela sabedoria e condução deste trabalho e pela
elaboração de cenário favorável à construção desta
obra. Sem seus ensinamentos, o caminho seria árduo...
Agradeço aos colegas mestrandos, em especial ao
amigo e Professor Helton de Paula Guedes, que
estiveram ao meu lado, sofrendo, pernoitando, chorando,
lendo
e
compartilhando
informações
que
se
transformaram em conhecimento.
Ao Professor Dr. Fabrício Ziviani, por não desistir do
nosso projeto.
Agradeço ao gerente do Projeto de P&D da CEMIG,
Matheus Herzog, por dedicar momentos preciosos na
apreciação do projeto proposto e a Professora Elizabeth
Duarte, Coordenadora do Projeto.
7
“Você está vivo?”
8
RESUMO
DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE
SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO
COLETORES
A utilização de fontes alternativas de energia vem ganhando importância na estratégia
competitiva entre as nações e principalmente entre as organizações envolvidas em
competitividade por este setor. Percebe-se o aumento de investimento e a importância que as
organizações estão atribuindo a este cenário, capacidade de produção de energia de qualidade
com maior percentual de sustentabilidade. Atualmente, existem poucos e rasos estudos
desenvolvidos sobre o setor fabril de coletores solares de média capacidade instalados no
Brasil, e desta forma não se tem claramente evidenciado em estudos a forma de organização
deste setor da economia em vista à proposta de indicadores de inovação tecnológica.
Importante destacar que o objeto de análise tem como foco único as organizações fabricantes
de coletores solares, sendo que as demais organizações envolvidas com o setor de coletores
solares servem como objeto para futuras análises e outros desenvolvimentos acadêmicos.
Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, de natureza descritiva.
Devido à característica do universo de 40 organizações abordadas, optou-se por utilizar o
método survey como estratégia de pesquisa. O questionário estruturado para este
desenvolvimento conta com questões que objetivaram traçar métricas de análise de
indicadores de inovação tecnológica e verificar a capacidade inovativa das organizações.
Destaca-se que a proposição do conjunto de indicadores seja considerada como ponto de
partida para levantamento de informações relevantes capazes de gerar sinais confiáveis para a
aferição de práticas e indicadores relacionados à inovação no setor fabril de coletores solares
nacionais. Os indicadores de inovação que compõem o processo de avaliação da capacidade
inovativa foram agrupados em 5 campos, atividade interna de inovação, esforço inovativo,
fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais. Entre os resultados
apurados no estudo surgem dados positivos de evolução do setor principalmente quanto aos
indicadores base da capacidade inovativa. Percebe-se uma evolução gradativa do nível de
contratação de empregados, o que aponta para um setor da economia que está em expansão.
Sobre as atividades internas de inovação, destacam-se o percentual de empregados
envolvidos com a atividade inovativa, o que sinaliza para uma busca das Organizações em
atender ao mercado com produtos com eficiência energética. O nível de esforço inovativo
apresenta como destaque o percentual de investimento realizado coma a aquisição de
máquinas e equipamentos, que aponta para a atualização e aumento do potencial produtivo.
Como fontes de inovação, apresenta como destaque o enfoque dado aos projetos
desenvolvidos com fornecedores para o desenvolvimento inovador empresarial. Os resultados
apurados com os impactos das inovações apresentam como destaque os níveis de
investimentos realizados coma comercialização pioneira de inovações para o mercado de
atuação, e como fechamento, apura-se o registro e solicitações de patentes requeridas por
parte dos fabricantes nacionais de coletores solares. Os resultados aferidos apontam para o
comportamento setorial.
Palavras chaves: Capacidade inovativa, Indicadores de inovação, Fabricantes nacionais de
coletores solares.
9
ABSTRACT
INNOVATION DYNAMICS OF MANUFACTURERS BRAZILIAN SOLAR COLLECTORS:
ANALYSIS OF AN INNOVATION INDICATORS SET
The use of alternative energy sources is becoming increasingly important in the competitive
strategy among nations and especially between organizations involved in competitiveness in
this sector. The increased investment up and realize the importance that organizations are
attributing to this scenario, quality power production capacity with the highest percentage of
sustainability. Currently there are few and shallow studies conducted on the manufacturing
sector of solar collectors installed capacity of medium in Brazil, and thus not clearly has shown
in studies the form of organization of this sector of the economy in view of the proposed
technological innovation indicators. Importantly, the object of analysis is for the sole focus the
manufacturers of solar collectors organizations, and other organizations involved in the sector of
solar collectors serve as an object for further analysis and other academic developments. This
is a research with qualitative and quantitative and descriptive in nature. Due to the nature of the
universe of 40 organizations addressed, we chose to use the survey method as a research
strategy. The structured questionnaire for this development has questions that aimed to draw
metric analysis of technological innovation indicators and verify the innovative capacity of
organizations. It is noteworthy that the set of indicators of the proposal is considered as a
starting point for raising relevant information able to generate reliable signals for the
measurement practices and indicators related to innovation in the manufacturing sector of
domestic solar collectors. Innovation indicators that make up the evaluation process of the
innovative capacity were grouped into 5 fields, internal activity of innovation, innovative effort,
sources of innovation, impacts of innovation, operational. Among the results obtained in the
study appear positive data evolution of the sector especially regarding the basis of the
innovative capacity indicators. We can see a gradual evolution of the level of hiring employees,
which points to a sector of the economy that is expanding. About the internal activities of
innovation, we highlight the percentage of employees involved in innovative activity, which
points to a search of organizations to meet the market with energy efficient products. The level
of innovative effort has as highlight the investment percentage realized eat the acquisition of
machinery and equipment, which points to upgrade and increase the productive potential. As
sources of innovation, as has highlighted the focus given to projects developed with suppliers
for innovative business development. The results obtained with the impacts of innovations
presented as highlight the investment levels achieved eat pioneering marketing innovations to
the market segment, and as closure, clears up the registry and patent applications required by
national manufacturers of solar collectors. The measured results show the sector behavior.
Key words: innovative capacity, innovation indicators, Domestic manufacturers of solar
collectors.
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Divisões de conceitos sobre inovação
30
Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação
38
Quadro 3 – Composição de indicadores PINTEC
43
Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovadoras
45
Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D
46
Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação
46
Quadro 7 – Constructos de indicadores das fontes de informações
47
Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental
49
Quadro 9 – Constructos de indicadores problemas e obstáculos à inovação
50
Quadro 10 – Constructos de indicadores de inovações operacionais e marketing
51
Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica
55
Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo
59
Quadro 13 – Pressupostos da análise científica
66
Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares
87
Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares
88
Quadro 16 – Constituição de pessoa jurídica dos fabricantes
92
Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas
133
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Localização geográfica das fabricantes
89
Tabela 2 – Quantidade de empregados próprios e terceirizados
93
Tabela 3 – Número de empregados das fabricantes em 2013
95
Tabela 4 – Quantidade de funcionários envolvidos com atividade de inovação
96
Tabela 5 – Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor
97
Tabela 6 – Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação
99
Tabela 7 – Valores de investimento com atividade de P&D em 2013
100
Tabela 8 – Valores de investimento em aquisição de máquinas e equipamentos
101
Tabela 9 – Valores de investimento com aquisição de licença tecnológica em 2013
102
Tabela 10 – Valores de investimento com comercialização pioneira em 2013
102
Tabela 11 – Valores de investimento com compras de computadores em 2013
103
Tabela 12 – Valores de investimento com registro de patentes em 2013
104
Tabela 13 – Total de investimento com aprendizagem e inovação em 2013
105
Tabela 14 – Quantidade de funcionários que receberam investimento para qualificação 106
Tabela 15 – Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da empresa
107
Tabela 16 – Formas de remuneração
110
Tabela 17 – Fatores motivadores
111
Tabela 18 – Valores investidos em atividade de inovação
114
Tabela 19 – Composto de posicionamento de produto inovador
119
Tabela 20 – Faturamento bruto das fabricantes
121
Tabela 21 – Faturamento bruto do setor
122
Tabela 22 – Investimento em consultoria
123
Tabela 23 – Tipos de alianças tecnológicas
125
Tabela 24 – Grau de importância de participação de mercado
126
Tabela 25 – Constituição de patentes empresariais
128
Tabela 26 – Projetos conjuntos de inovação
131
Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores
134
Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas selecionadas
137
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Processos de gestão da inovação
36
Figura 2 – Evolução da análise de indicadores
39
Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia
42
Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC
52
Figura 5 – Modelo teórico
60
Figura 6 – Fatores que repercutem a capacidade inovativa
64
Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico
67
Figura 8 – Caracterização da empresa respondente
71
Figura 9 – Constituição jurídica da empresa
72
Figura 10 – Composição do quadro funcional
72
Figura 11 – Participação em incubadora
73
Figura 12 – Identificação do respondente
73
Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados
74
Figura 14 – Percentual de faturamento bruto
74
Figura 15 – Lançamento de novos produtos
75
Figura 16 – Participação em comércio exterior
75
Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação
76
Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários
76
Figura 19 – Empregados incentivados pela organização
76
Figura 20 – Formas de remuneração empresarial
77
Figura 21 – Investimento em consultoria especializada
77
Figura 22 – Capital de risco
78
Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos
78
Figura 24 – Procedimentos de inteligência competitiva
78
Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas
79
Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos
79
Figura 27 – Classificação de empresa inovadora
79
Figura 28 – Descrição da classificação empresarial
80
Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial
80
Figura 30 – Patentes
81
Figura 31 – Melhorias tecnológicas
81
Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação
82
Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras
82
Figura 34 – Faturamento bruto empresarial
83
13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Média de idade das fabricantes
91
Gráfico 2 – Percentuais de investimento em atividades internas de inovação
105
Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados
109
Gráfico 4 – Fatores motivacionais de investimento (2011/2013)
112
Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros
115
Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais
116
Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos
117
Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamentos de produtos
119
Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias de 2011 a 2013
120
Gráfico 10 – Investimento em consultoria especializada em 2013
124
Gráfico 11 – Tipos de alianças tecnológicas
125
Gráfico 12 – Percepção de importância na freqüência de lançamento de inovações
127
Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação
132
14
LISTA DE SIGLAS
ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
CBO – Classificação Brasileira de Ocupações
CEMIG – Companhia Energética do Estado de Minas Gerais
EIA – Energy Information Administration
EPE – Empresa de Pesquisa Energética
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MME – Ministério de Minas e Energia
MWTH - Megawatts térmicos
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PINTEC – Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica
ROL – Receita Operacional Líquida
UFMG – Universidade Federal do Estado de Minas Gerais
15
Sumário
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 17
1.1 Contextualização .......................................................................................................................... 17
1.2 Problema de pesquisa ................................................................................................................. 22
1.3 Objetivos ........................................................................................................................................ 23
1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 23
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 23
1.4 Justificativa .................................................................................................................................... 23
1.5 Estrutura da Dissertação ............................................................................................................. 26
2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................................. 28
2.1 Inovação ......................................................................................................................................... 28
2.1.1 Tipos de Inovação ................................................................................................................. 31
2.1.2 Gestão da Inovação .................................................................................................................. 34
2.1.3 Estratégia de Inovação......................................................................................................... 37
2.2 Indicadores de inovação .............................................................................................................. 38
2.2.1 Atividades inovativas ............................................................................................................ 44
2.2.2 Atividades internas de P&D ................................................................................................. 45
2.2.3 Impactos das inovações....................................................................................................... 46
2.2.4 Fontes de informações ......................................................................................................... 47
2.2.5 Relações de cooperações para a inovação ...................................................................... 48
2.2.6 Apoio Governamental ........................................................................................................... 48
2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação .................................................................................. 49
2.2.8 Inovações operacionais e Marketing.................................................................................. 50
2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores ........................................................................... 53
2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de coletores
solares .............................................................................................................................................. 54
2.3 Capacidade Inovativa ................................................................................................................... 61
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................................... 66
3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico ................................................. 66
3.2 Tipologia de pesquisa .................................................................................................................. 68
3.3 Universo de análise ...................................................................................................................... 69
3.4 Composição de instrumento de coleta de dados ..................................................................... 70
3.5 Forma de abordagem ................................................................................................................... 83
3.6 Técnica de análise estatística de dados ................................................................................... 85
16
4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ............................................................................................... 86
4.1 Caracterização do setor ............................................................................................................... 87
4.2 Fabricantes de coletores identificados ...................................................................................... 88
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................................... 91
5.1 Perfil do setor e das Empresas ................................................................................................. 91
5.2 Análise dos dados ........................................................................................................................ 95
5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas ................................................................. 96
5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação ....................................... 98
5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação .................................................. 116
5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação ........................................................... 122
5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação ...................................................... 126
5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing ............................. 128
5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações .......................... 129
5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação .................................................. 131
5.3 Métricas dos indicadores de inovação .................................................................................... 132
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 141
REFERENCIAL ...................................................................................................................................... 146
APÊNDICES ........................................................................................................................................... 152
APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de inovação ................................... 153
APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas .............................................................................. 161
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Nas últimas décadas o processo de gestão e difusão de fontes de energias
alternativas tem ganhado importância e destaque no cenário competitivo mundial e
regional. Este panorama ganha destaque quando se trata de uso com eficiência das
fontes energéticas balizada no equilíbrio ecológico.
Diante do ambiente natural, econômico e social, percebe-se que a demanda
pelo consumo de energia elétrica vem evoluindo a taxas crescentes nos últimos anos,
e a possibilidade de inovação nos meios de geração de energia deve ser observada
com um novo foco, como uma alternativa de solução para o consumo no comércio,
indústria e sociedade.
Cabe destacar que atualmente grande parte da produção de energia elétrica,
em especial na ótica da matriz brasileira, se caracteriza por ser concebida por
processos que geram severos danos ao meio ambiente, e por consequência à
biodiversidade. Exemplifica-se a demanda por construções de usinas hidrelétricas que,
conforme infraestrutura de operação, são capazes de provocar degradação de vastas
extensões de terra. Já as usinas de geração de energia eólica, que por sua natureza
mecanicista, caracterizam-se pela geração de poluentes sonoros emitidos no
ambiente. Destacam-se ainda, as usinas de energia termelétricas com elevada
capacidade de lançar toneladas de resíduos fósseis na atmosfera e apresentar
elevados custos operacionais (fator preponderante no aumento do custeio de
fornecimento de energia para a sociedade).
Segundo divulgação da U.S. Energy Information Administration - EIA1 (2012), a
prática de uso de energia renovável ocorre a mais de 150 anos pelas nações
desenvolvidas, sendo que a energia proveniente da extração, transformação,
processamento e combustão da madeira assumem como biomassa, participação
fundamental na geração de energia global.
Diante dos dados apresentados pela EIA (2012), extrai-se que as principais
fontes globais de energia estão compreendidas em 36% petróleo, 35% em gás natural,
20% carvão, 9% energia renovável e 8% de energia nuclear. Observa-se que a
1
www.eia.gov – U.S. Energy Information Administration, acesso em setembro de 2013
18
energia renovável produzida mundialmente ainda apresenta raso índice de exploração
em relação às não renováveis, e a possibilidade de novos desenvolvimentos para
aprimorar formas de exploração.
Segundo EIA (2012), a produção energética gerada a partir de recursos
renováveis mundiais pode ser dimensionada em 35% por utilização de hidrelétricas,
22% recursos em madeira, 21% biocombustíveis, 13% eólica, 5% resíduos de
biomassa, 2% geotérmica e somente 1% de energia solar2.
Diante do cenário apresentado pela EIA (2012), alinhado com a questão
massivamente discutida sobre o aquecimento global, observa-se a possibilidade de
análise acadêmica e industrial sobre a utilização da energia solar como fonte potencial
e alternativa de geração de energia elétrica, bem como, métodos organizacionais e
governamentais de acessibilidade, divulgação e investimento para a utilização de
energia desta natureza.
Entende-se sobre os dados apresentados pela EIA (2012), que entre os
principais benefícios advindos da geração de energia solar destacam-se redução de
emissão de poluentes na atmosfera, disponibilidade do recurso natural em abundância
geograficamente e a possibilidade de posicionamento dos painéis de coletores solares
em locais apropriados como edificações.
Identificam-se algumas limitações sobre o sistema nacional de produção
energética solar, dentre elas a dependência de localização geográfica, estação
climática do ano, condições meteorológicas e necessidade de extensão de superfície
para captar a energia a uma taxa representativa, além do grau de evolução dos
coletores solares produzidos nacionalmente.
As análises de dados do mercado interno nacional, segundo a Empresa de
Pesquisa Energética - EPE, Ministério de Minas e Energia - MME3 (2012), apontam
que a repartição de oferta energética no Brasil é observada em 42,4% de fontes
renováveis e 57,6% de fontes não renováveis, sendo que entre as fontes renováveis
apresentam-se 15,4% de biomassa, 13,8% de hidrelétricas, 9,1% provenientes do uso
de madeiras, 4,1% de energia eólica e outras fontes renováveis entre elas a energia
solar.
Segundo Trigueiro (2012), o Brasil possui atualmente uma média de incidência
solar de aproximadamente 280 dias por ano, e esse dado estatístico faz com que a
diversidade geográfica brasileira possa ser considerada naturalmente uma potência
2
http://www.eia.gov/energyexplained/index.cfm?page=renewable_home
3https://ben.epe.gov.br/downloads/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_2013_Web.pdf
19
mundial para produção de energia solar como fonte alternativa. Trigueiro (2012) ainda
relata em seus estudos que um metro quadrado de coletor solar apresenta a
capacidade equivalente a 215 quilos de gás fóssil, ou 56 metros quadrados de área
inundada por uma hidrelétrica. Fatores que apontam a riqueza natural disponível a ser
explorada.
Trigueiro (2012), relata que o mercado brasileiro ocupa a 6ª posição de
produtividade e utilização do sistema de coletores solares, com uma área fabril
equivalente a 900 campos de futebol. Nesse sentido, 72% da produção nacional é
utilizada no sistema de aquecimento de água para banhos domésticos e higienização
de residências, 17% destinam-se a aquecimento de piscinas, 9% abastecem o
comércio e 2% destinado a indústria com destinação de forma variada.
Já o relatório apresentado pela EIA (2012), apresenta divergência de
apreciação com relação ao estudo de Trigueiro (2012), onde que o Brasil ocupa a 5ª
posição mundial em capacidade solar instalada, dados de 2011, com 4.999 megawatts
térmicos (MWth) instalados.
Ainda sobre o estudo da EIA (2012), estima-se que o país que lidera o ranking
de instalação de coletores solares é a Alemanha, com 32,41 GW de capacidade, o que
representa 31% do mercado global, sobre esta composição Alemã estima-se que 6%
do consumo energético do país são provenientes das indústrias solares instalada.
Segundo o ranking temos em seguida a China, Turquia e Estados Unidos.
Segundo Pereira et al. (2006), o aproveitamento do potencial econômico
relacionado à exploração comercial dos recursos energéticos provenientes da
radiação solar depende de dois fatores, sendo o primeiro o desenvolvimento de
tecnologia eficiente para a conversão e armazenamento de energia, e o segundo à
obtenção de informações confiáveis e políticas governamentais de apropriação
energética do país.
Ainda segundo Pereira et al. (2006), elevado percentual de empreendedores e
acionistas que apresentam condições de investimento no setor de produção de
energia solar dispõem de poucos dados relativos sobre a atividade nacional, e desta
forma evitam o risco financeiro para fazer investimentos nesta área.
No Brasil, a aplicação de recursos financeiros em Pesquisa e Desenvolvimento
- P&D, por parte do setor de energia elétrica, foi uma obrigação determinada por Lei
Federal número 9.991, publicada no ano 2000, alterada pela Lei Federal de número
10.848 de 2004, que dispõem sobre a realização de investimentos em P&D em
20
eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e
autorizadas do setor de energia elétrica.
Identificam-se que os programas e projetos de P&D para o desenvolvimento
energético conhecidos são acompanhados por ações governamentais e recebem
incentivos legais de apropriação de recursos financeiros advindos de empresas
concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que
aplicam obrigatoriamente no mínimo 1% da sua receita operacional líquida para esse
fim.
A aplicação de recursos em projetos de P&D atualmente é supervisionada e
fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Um dos objetivos do
referido programa, regulado pela ANEEL, é criar uma cultura de inovação e de
investimentos em P&D no setor de energia elétrica.
Pompermayer et al. (2011) destacam que as principais fronteiras tecnológicas
no setor elétrico estão relacionadas à sustentabilidade, aumento da eficiência
energética, especialmente no consumo; busca por fontes alternativas de energia e
armazenamento.
Dentre os investimentos realizados para a expansão da utilização da energia
elétrica apontados pela ANEEL, com fonte solar, destaca-se o “Desenvolvimento de
novos coletores solares para sistemas de condicionamento de ar e refrigeração”.
Projeto de P&D desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais
– CEMIG (2011), que apresenta como objetivo a identificação de fontes alternativas de
geração distribuída e descentralizada, geração termelétrica e eficiência energética.
O projeto de P&D apresentado pela CEMIG visa à adaptação de tecnologia
para adequação dos sistemas de condicionamento de ar com fonte energética
originada de novos coletores solares para níveis de temperatura de 80ºC a 200ºC,
coletores de média temperatura, visando posterior integração aos sistemas de
refrigeração e condicionamento de ar.
Este projeto constitui uma importante ferramenta na disseminação da
alternativa solar térmica em diferentes setores da economia nacional. Dentro deste
projeto, o sub projeto desta dissertação trata do mapeamento da cadeia produtiva com
foco na apreciação da capacidade inovativa e indicadores de inovação que os
fabricantes de coletores solares apresentam no cenário atual.
O universo abordado para este trabalho foi de 40 organizações identificadas
como “fabricantes” de coletores solares. A seleção das empresas adotou como critério
a forma de atuação mercadológica das organizações, ou seja, a organização deve ser
21
legalizada e possuir certificações de produtividade e de eficiência dos produtos
ofertados no mercado. Sabe-se que estas fabricantes estão distribuídas em território
nacional, com destaque de concentração geográfica nos estados de São Paulo e
Minas Gerais.
Identificam-se que atualmente existem poucos estudos de acompanhamento
da evolução das empresas elencadas neste levantamento, e desta forma torna-se
importante a elaboração científica de novos estudos para caracterizar o potencial
deste segmento no que permeia a mensuração do nível de capacidade inovativa e
capacidade de absorção de novas tecnologias.
Na elaboração desta dissertação utilizaram-se estudos já consolidados de
mercado sobre indicadores de inovações elaborados pela Pesquisa Industrial de
Inovação Tecnológica PINTEC (2013). A pesquisa de inovação e seus indicadores
atualmente é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com
apoio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação. A opção pela utilização desta fonte de indicadores se dá pela
necessidade de emprego de indicadores já testados e aprimorados por órgãos oficiais
de estudo e análise.
A PINTEC (2013) apresenta-se como principal gestor e articulador dos
objetivos, composição e consolidação de indicadores setoriais nacionais das
atividades de inovação das empresas brasileiras. Estes indicadores podem ser
comparados com outros praticados em cenários internacionais, apresentam como foco
a pesquisa sobre fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, as
estratégias adotadas, esforços apreendidos, incentivos, obstáculos e resultados do
esforço inovador empresarial.
A apresentação dos dados divulgados pela PINTEC (2013) pode ser
considerada como um recorte fundamental de análise e proposta para construção de
modelos de indicadores abrangentes, que possibilitem
testar hipóteses de
comparações e desempenho, além de contribuir para o entendimento do processo de
inovação nas organizações, em especial para as fabricantes nacionais de coletores
solares de média capacidade.
A proposta de utilização de indicadores de inovação foi desenvolvida e aplicada
às empresas brasileiras fabricantes de coletores solares. Objetivam-se com esta
proposta avaliar o nível de capacidade inovativa, pareada em indicadores, que as
fabricantes nacionais apresentam.
22
Segundo PINTEC (2013), os indicadores de inovação podem ser agrupados
em grupos sendo; indicadores de insumo; de produto; de intensidade de inovação
tecnológica; intensidade de inovação tecnológica voltada a recursos humanos,
intensidade de infraestrutura, impactos da inovação tecnológica.
A proposta de utilização de indicadores de inovação para fabricantes de
coletores solares de média capacidade, se torna relevante pela possibilidade de
elaboração de uma ferramenta de análise do setor, e para a construção de um
instrumento de verificação da evolução das empresas relacionadas para o presente
estudo.
A CEMIG atualmente desenvolve projetos de pesquisa e desenvolvimento em
parceria com instituições privadas, universidades, Institutos de pesquisa e outras
organizações com vistas a viabilizar a implementação dos produtos inovadores de
projetos, objetivando, dentre outras questões, aumentar a competitividade de seus
agentes, gerando valor para a empresa, para os acionistas e para a sociedade.
1.2 Problema de pesquisa
O Brasil por seu posicionamento natural geográfico e extensão territorial pode
ser considerado uma potência na eficiência de utilização de fonte energética solar,
desta forma assume, segundo EIA (2012), a 5ª posição mundial no ranking de países
fabricantes e usuários da fonte de energia solar.
Conforme abordado anteriormente a Alemanha lidera o ranking de utilização
energética, seguida pela Turquia e China, países que desenvolveram tecnologia de
ponta para suprir deficiências geográficas e naturais, nestes casos possibilitando
novas perspectivas parar inovar o uso de fontes energéticas naturais e renováveis.
Observam-se que o setor fabril brasileiro de coletores solares de média
capacidade, assume importância no desenvolvimento, racionalização e nacionalização
de conhecimento sobre inovações tecnológicas, na concepção e geração de energia
elétrica por meio sustentável solar, porém, o setor apresenta estudos tímidos e
limitados no meio acadêmico nacional.
Considerando o cenário exposto e a importância da existência de métricas
gerenciais que possibilitem a adoção de critérios para avaliar as organizações
envolvidas. O presente trabalho se propõe a seguinte proposta de pesquisa:
23
Qual a capacidade inovativa dos fabricantes brasileiros de coletores
solares; análise a partir de um conjunto de indicadores de inovação?
1.3 Objetivos
Tendo como base a proposta de dissertação acadêmica, o presente trabalho
apresenta os seguintes objetivos.
1.3.1 Objetivo geral
Analisar a capacidade de inovação dos fabricantes brasileiros de coletores
solares a partir da identificação de um conjunto de indicadores de inovação.
1.3.2 Objetivos específicos
 A partir da revisão da literatura, identificar um conjunto de indicadores de inovação,
adaptados à realidade dos fabricantes nacionais de coletores solares, que evidenciem
a capacidade inovativa;
 Analisar os indicadores de inovação de inovação a fim de avaliar a capacidade dos
fabricantes nacionais de coletores solares de industrializarem e comercializarem novos
produtos a partir de resultados de pesquisa.
1.4 Justificativa
Segundo Trigueiro (2012), o crescimento de utilização de energia solar, na
matriz brasileira, apresenta-se com foco no atendimento ao aquecimento de água para
fins sanitários, mas nos últimos anos observa-se uma mudança deste paradigma com
a adoção de inovações criativas e racionais no uso sustentável do recurso energético.
Observam-se novos desenvolvimentos de estudos e projetos tecnológicos
voltados para a geração de energia elétrica a partir da fonte natural solar,
principalmente para o mercado nacional. Dentre as novas abordagens percebidas
destaca-se a utilização de coletores solares, com potencial de geração de energia
24
elétrica, para potencializar o funcionamento de condicionadores de ar, fator
praticamente inédito no país.
A proposta de utilização da energia elétrica, sob a ótica de fonte proveniente
solar, pode ser considerada como resultante do emprego de tecnologias inovadoras
que aplicam energia térmica solar em processo de troca e transformação em energia
elétrica, consumida nos compressores convencionais de refrigeração.
Segundo Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2010), o consumo de
energia elétrica no Brasil em 2009 atingiu 388TMh, dados que apresentam
comportamento crescente nos últimos anos. Os setores de consumo residencial e
comercial foram citados como responsáveis por 26% e 17% respectivamente do total
consumido respectivamente.
Ainda segundo Empresa de Pesquisa Energética - EPE (2010), o consumo de
energia elétrica associado à utilização de aparelhos de ar condicionado nacional
atinge 48% da energia utilizada no setor comercial. Dados que apontam para o
elevado consumo energético para a climatização de ambientes.
Apresenta-se o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da CEMIG, com
registro número 438 que assume o título; “Desenvolvimento de novos coletores
solares para sistemas solares de condicionamento de ar e refrigeração”, a qual está
dissertação é parte integrante.
O projeto de P&D 438 da CEMIG está dividido em três grupos sendo;

Grupo 1 - Novos Coletores Solares
A concepção, projeto, fabricação e ensaios de novos coletores para
temperaturas de operação entre 80º C e 200º C são fundamentais para a refrigeração
solar. Tais produtos não existem no país e outro resultado do projeto será a
viabilização do uso da energia solar térmica em aplicações industriais. Assim, o projeto
prevê toda a fase de desenvolvimento de produtos, onde se espera atingir pelo menos
duas novas patentes.
As etapas da metodologia incluem a formação de estudantes familiarizados
com o tema, concepção de novos produtos, modelagem e simulações matemáticas,
projeto final, fabricação e ensaios laboratoriais. Além dos relatórios parciais e finais, os
estudantes que serão estimulados a escrever trabalhos científicos para apresentação
em congressos e publicação em periódicos e documentos técnicos do Instituto
Nacional da Propriedade Industrial – INPI para requerimento de patentes.
25

Grupo 2 - Refrigeração Solar
Esse grupo apresenta como objetivos o estudo aprofundado de novas
tecnologias: absorção4, adsorção5, dessecantes sólidos e líquidos. Dentre essas, a
única comercializada no país é a ciclo de absorção em geladeiras elétricas os a gás.
Portanto, uma fase importante da metodologia é a substituição (parcial ou total) do
gerador (elétrico ou gás) por coletores solares desenvolvidos e aprovados pelo Grupo
1 com aprendizagem de sua integração aos demais componentes do ciclo e
identificação de possíveis alterações. Será construída uma bancada de ensaios de
refrigeradores
solares
para
avaliação
do
impacto
dessas
modificações
no
desempenho do final do equipamento.
Para as demais tecnologias, inexistentes no país, preveem-se etapas de
reengenharia com a aquisição e instalação de sistema de refrigeração de para
posterior nacionalização:
a) Adsorção de pequeno porte - Chiller 3 TR (36.000 Btu/h).
b) Dessecante liquido de média escala
c) De grande porte - Chiller 10 TR (120.000 Btu/h)
Nos três casos, recomendam-se a aquisição de sistemas de porte a serem
instalados em condições reais de operação, mas em edificações que permitam o
controle e a monitoração requeridos em um projeto de pesquisa e desenvolvimento. A
aprovação final dos prédios e edificações que receberão as três tecnologias será de
responsabilidade da CEMIG.
Os resultados alcançados permitirão o desenvolvimento de novos conceitos de
pré-engenharia para equipamentos de pequeno e médio porte, visando o
estabelecimento de aplicações típicas em função de características climáticas e usos
finais, além de certo nível de padronização, a exemplo do que acontece nos sistemas
convencionais. Além, da disseminação da tecnologia avaliada.
Outro ponto inovador já identificado pela equipe é a etapa de avaliação do poli
(N-isopropilacrilamida), gel termossensível com grande capacidade de adsorção de
solutos e cuja regeneração é reversível e ocorre a 34º C. Tais características são
altamente promissoras, pois permitem um número infinito de ciclos de adsorção desorção em nível de temperatura compatível com o uso da energia solar.
4
5
Absorção - S.F. Ato daquilo que é absorvido ou que absorve alguma coisa.
Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o
grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície.
26

Grupo 3 - Mapeamento da cadeira produtiva
Este grupo se constitui em um importante diferencial para os projetos de
pesquisa e desenvolvimento, avaliando o ambiente interno propício à posterior
nacionalização dos equipamentos e sistemas estudados (como protótipos ou cabeçasde-série). Para tal, estão previstas “a elaboração e a aplicação de um instrumento de
diagnóstico do estado da arte e do grau de maturidade nas indústrias para a
nacionalização de novas tecnologias e sua efetiva aplicação”.
Serão identificados fornecedores de peças e componentes para projeto e
construção de coletores solares de média temperatura, de rastreadores solares em 1eixo e de sistemas inovadores de refrigeração solar. Após a análise e consolidação
dos resultados, serão elencadas as recomendações para inovação e sua gestão nas
empresas identificadas.
Assume-se para a elaboração deste trabalho a proposta a identificação de
fabricantes brasileiros de coletores solares de média temperatura, sendo que, após a
apuração dos resultados, serão elencadas recomendações para a inovação e sua
gestão nas empresas identificadas e respondentes ao projeto de pesquisa.
Para efeito de estudo, não será compreendida neste trabalho os fabricantes de
painéis fotovoltaicos, por entender que este sub-segmento ainda não está consolidado
nacionalmente e por estar sob forte influência do mercado internacional não formal de
produtividade.
Esta dissertação faz parte do grupo 3 do projeto de P&D da CEMIG, e
apresenta como proposta o mapeamento da cadeia produtiva de coletores solares
com foco nas métricas de capacidade inovativa, vista a indicadores de inovação.
1.5 Estrutura da Dissertação
O proposto trabalho está desenvolvido em 06 (seis) capítulos, sendo que no
primeiro capítulo aborda-se a Introdução do tema abordado com seus respectivos
desdobramentos como contextualização, problema de pesquisa, objetivos e
justificativa.
No segundo capítulo aborda-se a teoria relacionado aos principais elementos
referendados com a elaboração do arcabouço científico, tratam-se dos conceitos de
inovação, indicadores de inovação e capacidade inovativa. O terceiro capítulo traz a
abordagem metodológica do desenvolvimento da pesquisa. O quarto capítulo terá
27
como objetivo a abordagem da descrição do setor fabril dos coletores solares e das
fabricantes em questão.
O quinto capítulo aborda o perfil do setor fabril de coletores solares, suas
características peculiares, e traz a apuração dos principais resultados alcançados com
a aplicação dos questionários de indicadores de inovação. O sexto e último capítulo
traz o resumo das conclusões aferidas com o trabalho de dissertação.
28
2 REVISÃO DA LITERATURA
Esta seção do trabalho tem como foco a abordagem do estado da arte sobre
indicadores de inovação e capacidade inovativa que se refere o estudo. Apresenta o
levantamento atualizado das referências acerca do tema a ser investigado,
identificando os principais autores e obras que tratam do referido assunto.
Destacam-se como abordagem temas ligados ao processo de inovação, gestão
da inovação, estratégia de inovação, indicadores, métricas e proposta de modelo
teórico como segue.
2.1 Inovação
A palavra inovar deriva do latim, onde in + novare, apresenta como significado
fazer novo, renovar ou alterar uma realidade, e desta forma pode representar ações de
melhoria de potencial sobre bens ou serviços.
O ponto de partida para a compreensão da análise da inovação, sob a ótica da
revisão literária, inicia-se com as publicações de Schumpeter (1984).
A abertura de novos mercados – estrangeiros ou domésticos – e o
desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos
conglomerados, ilustram o mesmo processo de mutação industrial
que incessantemente revoluciona a estrutura econômica, a partir de
dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando
a nova. Esse processo de destruição criativa é o fato essencial
acerca do capitalismo. (SCHUMPETER 1984, p. 112/113)
Entende-se,
diante
da
contribuição
de
Schumpeter
(1984),
que
as
organizações objetivam constantemente criar mecanismos que a capacite a superar a
concorrência, estabelecendo momentos de controle de mercado até que seja
introduzida novos produtos, serviços ou processos que substitua o padrão
estabelecido.
Drucker (1969) afirma que no sistema de competitividade enfrentada pelos
mercados, tornam-se comum defrontar com períodos de descontinuidade da economia
e de tecnologia. Neste sentido, entendem-se as constantes mudanças na estrutura do
modelo industrial, em teorias da economia e na forma de gestão organizacional e
governamental. Complementa posteriormente que, “a inovação é o instrumento
específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudança como
uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. DRUCKER
29
(1987, p. 25). Desta forma entendem-se a relevância que a prática da inovação
representa para o meio empresarial e para a evolução da sociedade.
Identificam-se no início da década de 1990 registros da primeira edição de um
manual com a proposta de criar diretrizes para unificar, coletar e interpretar dados
sobre a inovação tecnológica – Manual de Oslo, organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico - OCDE.
A mudança de ênfase na política industrial e tecnológica dos países
desenvolvidos – em que a política científica e tecnológica tradicional
vem sendo substituída pela perspectiva de consolidação de um
efetivo sistema nacional de inovação – vem incentivando novas
experiências no sentido de aperfeiçoar as metodologias de geração
dos indicadores de C&T então disponíveis, reunidas nos manuais da
Família Frascati. As discussões em torno da geração de uma nova
modalidade de indicadores, que já vinham ocorrendo desde o final
dos anos 80, intensificaram-se nos anos 90, principalmente a partir de
1997, momento em que a OCDE lança a segunda e atual versão do
Manual de Oslo (1992), contendo recomendações especificamente
voltadas para a coleta e interpretação de dados sobre inovação
tecnológica empresarial. (ROCHA, 2003, P.63)
Segundo Rocha (2003), o Manual de Oslo surgiu com o propósito de
padronizar e orientar conceitos, métricas, referências estatísticas e indicadores de
pesquisa de P&D para os países considerados industrializados, e teve origem diante
da necessidade de atenção e preocupação da OCDE em produzir um instrumento
técnico e robusto de indicadores que representasse os requerimentos da sociedade do
conhecimento, que promoveram alterações na base de dados para facilitar a
sistematização e a padronização dos sistemas de coletas nos países em
desenvolvimento.
O Manual de Oslo apresenta diferenças conceituais e metodológicas
que o distinguem dos manuais da “Família Frascati”. Enquanto esses
se voltam para a mensuração da capacidade científica e tecnológica
de um país ou região, aquele foca a empresa, sujeito do processo de
inovação, e introduz o conceito de “inovação tecnológica de produtos
e processos”, principal categoria de mensuração dos indicadores de
inovação tecnológica empresarial. Os indicadores de inovação
tecnológica sugeridos no Manual de Oslo buscam, também, identificar
os objetivos da inovação, as fontes de informação e de financiamento
da inovação e a existência ou não de projetos conjuntos de P&D.
(ROCHA, 2003, p.64)
Atualmente o Manual de Oslo está em sua terceira edição, e serve como
balizador para consultas indispensáveis para formulação de modelos teóricos acerca
do conceito de inovação com maior grau de confiabilidade.
Segundo Manual de Oslo (2005) a inovação pode ser dividida em quatro áreas
distintas e com características diferentes sobre a inovação. Tem-se a inovação de
produto, de processo de marketing e organizacional, representada no Quadro 01:
30
Quadro – 1 Divisões de conceitos sobre inovação
Área
Descrição
Produto
Conceito familiar ao setor privado é a introdução de um bem ou serviço novo
ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou
usos previstos, inclui-se característica técnica, componentes e materiais,
software, facilidade de uso aplicabilidade e funcionalidade.
Processo
Familiar ao setor privado, a inovação de processo deve ser compreendida
como a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou
significativamente melhorado. Neste conceito, incluem-se mudanças
significativas em técnica, equipamento ou software.
Neste caso o objetivo pode ser a redução de custos de produção ou
distribuição, melhoria de qualidade, produção de novos bens ou melhorias
dos mesmos.
Marketing
Inovação em Marketing deve ser concebida como a implementação de um
novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do
produto ou em sua forma de apresentação ao mercado demandante, no
posicionamento do bem, promoção ou formulação de precificação. Sempre
voltados para atender às necessidades do mercado demandante.
Organização
A mudança organizacional é orientada pela implementação de um novo
método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na
organização do próprio ambiente de desenvolvimento das atividades
profissionais em relação ao mercado externo. Este conceito de inovação
apresenta como característica a melhora do desempenho organizacional por
meio de redução de custos e estímulo de pessoal.
Fonte: Manual de Oslo (2005, p.56) – Adaptado pelo autor
Porter (1998), Hamel (2007), Davila, Epistein e Shelton (2007), defendem
pontos de reflexões semelhantes, onde a inovação, sob a perspectiva de estratégia,
pode estar relacionada à possibilidade de obtenção de canais de vantagens
competitivas, e que a capacidade de inovação e a organização de aprendizado
organizacional podem diferenciar a empresa das demais concorrentes de mercado.
Freeman e Perez (1998), conceituam a inovação sob a ótica do grau de
novidade, aborda o grau de impacto gerado pela organização, e relatam também os
tipos de tratamentos da inovação, onde identificam a inovação incremental, inovação
radical, novos arranjos tecnológicos e as prováveis mudanças de processos tecnoeconômicos.
Entendem-se que o nível de capacidade inovativa de uma empresa está ligada
a profundidade de revelação e inovação que ela pode introduzir no mercado. Se a
inovação é inédita, deve ser considerada radical, pois abandona-se gradativamente
conceitos ultrapassados. Quando a inovação é percebida como uma alteração
substancial de projeto, produto ou processo, esta deve ser considerada como
incremental.
31
Outra abordagem apurada na atual literatura sobre o conceito de inovação
tange a percepção do processo produtivo, que pode ser determinante no entendimento
de como as empresas se organizam e inovam.
Para Utterback (1983) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), o processo de produção
nas organizações passa pela criação, desenvolvimento, uso e difusão de novos
protótipos, trato ou ideia. A criatividade de trato junto ao mercado atuante passa pela
percepção
de
novas
demandas
do
mercado
consumidor,
possibilidade
de
implementação de novas estratégias, desenvolvimento ou aquisições de soluções
externas, construção de protótipos e realização de testes.
Após estas etapas tornam-se importante o dimensionamento produtivo e a
disseminação (comercialização pioneira) deste novo produto ou processo para um
mercado demandante. Estas práticas são capazes de gerar novos ciclos viciosos
capazes de sustentar vários ciclos de inovações incrementais.
Tidd, Bessant e Pavitt (2008), Tigre (2006) e Hamel (2007) defendem a
inovação sob a ótica da tipologia, ou seja, inovação de produto, serviço, processo,
marketing, operação, estratégia, inovação gerencial e organizacional.
Inovação segundo conceito de Lei Federal é a introdução de novidade ou
aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos,
processos ou serviços (Lei Federal nº 10.973/2004).
Diante do alinhamento de conceitos sobre inovação, adota-se para a
elaboração deste trabalho, a definição de que inovação deve ser entendida como a
concepção ou nacionalização de uma ideia, nova ou incremental, sobre produto ou
processo produtivo capaz de ser disseminada por um mercado demandante e que
permita a otimização de uso de recursos naturais escassos.
2.1.1 Tipos de Inovação
Segundo Moreira e Queiroz (2007), a introdução de novos produtos está
relacionada a um melhor desempenho de mercado, onde que as organizações
buscam focar na melhoria de desempenho para alcançar melhor Market Share (fatias
de participação na preferência do mercado consumidor) e rentabilidade.
A disputa pelo mercado proporciona constantes adaptações e faz com que o
ciclo de vida útil dos produtos, processos e serviços sofra alterações conforme
características de demanda, oferta, durabilidade e eficiência. Assim torna-se
importante o reposicionamento rápido com a substituição por novas versões no lugar
das consideradas obsoletas.
32
Segundo OCDE (2005), a inovação de produto ou processo compreende a sua
introdução com uma nova técnica e melhorias que sejam consideradas significativas.
Para ser considerada como inovação tecnológica ela deve ser implementada e ser
introduzida no mercado, ou que seja, utilizada no processo de produção. A OCDE
(2005), relata ainda que pode ser envolvido uma série de atividades como científica,
tecnológica, organizacional, financeira ou até comercial.
Entendem-se que seja conveniente considerar uma organização inovadora
sendo aquela que introduz, em um determinado intervalo de tempo, novos produtos ou
processos tecnologicamente modificados ou significativamente melhorados.
Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a inovação deriva em maior ou menor grau,
do planejamento e implementação de produtos ou processos no mercado, quando o
produto é considerado como líder no mercado, o processo de inovação ganha
relevância e papel estratégico.
Tigre (2006) expõe que quando a inovação é considerada de processos, seus
resultados devem alterar o nível de qualidade no produto ou dos custos de produção e
entrega, neste caso o autor cita a exclusão de pequenas mudanças ou realizadas de
forma rotineira nos processos produtivos e as que são realizadas para atender
demandas administrativas ou organizacionais.
Schumpeter (1982) descreve as inovações radicais como aquelas que tem a
envergadura de provocar significativas alterações no mundo, já as inovações que são
incrementais, preenchem continuamente o processo de mudança.
Diante das citações abordadas de diversos autores, torna-se evidente a
necessidade de referendar os tipos de inovações para apreciar o campo de inovação a
ser atribuída no processo de nacionalização de inovação preterida por este trabalho.
a) Inovações radicais
Moreira e Queiroz (2007) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), assimilam
entendimentos de que as inovações radicais devem ser consideradas como aquelas
que de fato produzem modificações significativas nas atividades de uma organização,
e desta forma, representam um evidente e incontestável abandono das práticas usuais
passadas. Para ser compreendida como radical, deve-se introduzir novidade e
requerer o desenvolvimento de novas rotinas, usualmente deve se perceber
modificações de crenças e valores normativos para membros da sociedade.
Montanha Jr. et al. (2008), acrescentam que a inovação radical traz na base
um processo de revolução tecnológica, fator que por sua natureza potencialmente
33
conduz à extinção o que existia antes dela. Os autores apresentam a presença da
pesquisa científica e tecnológica, que deve ser originada nas empresas e
organizações por meio de possíveis parcerias firmadas com universidades e institutos
de pesquisa.
Rocha (2003) descreve que a distinção quanto à tipologia de radical ou
incremental da inovação parte da compreensão de que, a inovação radical se
caracteriza como o processo de destruição criadora que se estabelece na fronteira do
conhecimento tecnológico, noção e conceito explicitado por Schumpeter (1934),
resgatado pela Teoria Evolucionista da mudança técnica.
Rocha (2003) defende ainda que as inovações radicais assumam uma ruptura
com o padrão tecnológico até então vigente originando novos produtos, setores e
mercados ou seja representam produtos, setores e formas de organização
inteiramente novos para o mundo, ao passo que as inovações incrementais referem-se
à introdução de melhorias e aperfeiçoamentos em produtos, processos ou na
organização da produção.
Entende-se que a inovação radical provoca uma ruptura de padrões de
consumo, utilização e consumo de uma novidade ultrapassada, e substituída por algo
novo, padrões antigos são substituídos por novos com a proposta de mais eficiência
ou eficácia.
b) Inovações incrementais
Moreira e Queiroz (2007), Montanha Jr. et al. (2008) e Tidd, Bessant e Pavitt
(2008), relatam que as inovações consideradas como incrementais implicam pequenas
modificações, diferenças, realizadas em relação às práticas rotineiras, induz algo que
podem ser implementados com adaptações menores das rotineiras organizacionais
existentes, e que se ajusta a necessidade do mercado e de membros da organização.
Apresentam a característica de baixo custo de implementação, geralmente são
aplicadas internamente nas organizações e são mais rotineiras do que as inovações
radicais.
Davila, Epistein e Shelton (2007), contribuem para entendimento do conceito
referendando que a inovação com característica incremental é predominante na
maioria das organizações e desta forma recebem grande percentual de investimento.
Defendem, também, que pode ser considerada uma maneira de extrair o máximo
possível de produtos e serviços existentes sem a necessidade de fazer mudanças
significativas ou grandes investimentos.
34
Importante destacar análise de Davila, Epistein e Shelton (2007), que a
inovação incremental pode ser considerada como pequenas mudanças realizadas em
produtos ou processos que atendem a proposição de valor, alteração na cadeia de
valor ou na proposta para o cliente alvo, fatores que alavancam os modelos de
negócio das operações, ou ainda pode representar pequenas modificações que altera
produtos ou serviços, tecnologia de processos ou tecnologia capacitadora que
alavancam as tecnologias adotadas pelas organizações para se tornarem diferentes e
competitivas no mercado.
Diante dos diversos conceitos abordados, entende-se que a cadeia produtiva
preterida para este desenvolvimento, possivelmente, se enquadre no protótipo de
inovação incremental, visto que a tecnologia de utilização de coletores solares de
média capacidade para a geração de energia capaz de proporcionar o funcionamento
de um aparelho de condicionador de ar, já existe em funcionamento em outro país, e
desta forma as organizações envolvidas neste trabalho seriam verificadas sobre a
hipótese de nacionalização desta inovação tecnológica.
2.1.2 Gestão da Inovação
Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a dinâmica dos mercados vêm passando
por mudanças consideráveis ao longo das últimas décadas, e estas mudanças
exigiram uma adequação das organizações para se manter em processo de
competitividade frente aos concorrentes, incorporando a gestão da inovação em áreas
como finanças, marketing, recursos humanos, dentre outras. Os autores defendem
que a inovação deve decorrer de uma espécie de projeto corporativo, traduzido em
estratégias e ações que busque um diferencial de mercado, e deve ter pilares básicos
como: conhecimento, informação e criatividade.
Siluk (2011), Bautzer (2009), Scherer e Carlomagno (2009), afirmam que as
organizações devem adotar critérios para fazer diagnósticos e identificar sua situação
de atuação no mercado, verificar o nível de desempenho, postura estratégica e gestão
corporativa, verificar oportunidades e ameaças, reforçar a cultura de atuação, os
recursos de atuação como marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, logística,
patrimônio humano, sistema de informação, avaliação e controle, fazendo um
verdadeiro e confiável mapeamento interno e externo.
Segundo Rabaglio (2008), a gestão da inovação deve ser compreendida como
o ato de planejar, gerir, organizar, liderar projetos, organizações ou equipes, e que
existem diversos modelos conceituais de processos de gestão que podem ainda, ser
ligados a diferentes áreas do conhecimento.
35
Kaplan e Norton (2004) incluem quatro novos processos sendo a oportunidade
de identificar novos produtos e serviços, capacidade de gerenciar ações de pesquisa e
desenvolvimento, projetar e desenvolver inovações (produtos e serviços) e ainda,
lançar inovações para o mercado.
Para Davila, Epistein e Shelton (2007), existem regras para uma boa gestão no
que se tange a inovação. Liderança sólida para definir estratégias, organização de
calendários de inovações e incentivo a criações significativas. Entende-se que a
inovação deve ser considerada como uma unidade de negócio dentro das
organizações.
Percebe-se que o processo de inovação deve estar alinhado com o método de
estratégia adotada pelos gestores empresariais, e deve buscar equilíbrio entre a
capacidade de criação e a capacidade de geração de valor. Deve-se ainda, ter
afinamento institucional capaz de neutralizar os agentes e ações capazes de minimizar
ideias diferentes e com grande potencial inovador. Verificar redes internas e externas,
consideradas fontes básicas de inovação, e finalizam com a orientação para corrigir os
indicadores e as recompensas, formas de conduta adequada.
Rocha (2003, p.64) descreve que no processo de inovação de produto as
características diferenciam, com alta representatividade, daquelas apresentadas pelos
produtos em substituição, “pode implicar o uso de tecnologia radicalmente novas para
sua produção ou a combinação de tecnologia existentes, com novos usos, como
também pode derivar do uso de novos conhecimentos”. A inovação de processo é
relatada pela adoção de métodos melhorados, e pode compreender na mudança na
organização da produção e nos equipamentos.
Entendem-se que as organizações contemporâneas assumem determinado
potencial de inovação, seja na criação ou trato de produtos, serviços ou processos.
Neste sentido, observa-se que as organizações devem ser capazes de lidar com
disciplina organizacional, adotar princípios, técnicas, ferramentas que estejam
acessíveis a todos os colaboradores da empresa, e assim, deve-se, também, adotar
critérios de proteção da inovação, principalmente a propriedade intelectual.
36
Figura 1 – Processos de gestão da inovação
Fonte: Instituto Inovação (2014)6
Diante do modelo apresentado pelo Instituto Inovação (2014), processos de
inovação tecnológica - figura 1, percebe-se a existência de processos a serem
seguidos para gerir a inovação nas organizações. Entende-se, diretrizes como
direcionamento,
detecção,
seleção,
apoio,
implementação,
aprendizado
e
conscientização, e destas premissas, destaca-se a aprendizagem, pois, as
organizações inovadoras devem sempre estar aprendendo para sobreviver em
situação de competitividade.
O modelo apresentado retrata a possibilidade de que as organizações
direcionarem as ações gerenciais garantindo que o processo de inovação esteja
alinhado com as estratégias mercadológicas. Deve-se adotar métodos para detectar
sinais e tendências de mercado para gerar e capturar ideias que possam contribuir
para o desenvolvimento.
O próximo passo sugerido pelo modelo refere-se a aprimorar, onde deve-se
selecionar as ideias que representam maior potencial de valor, alinhado com a
estratégia organizacional, aparelhar a organização através do desenvolvimento de
competências internas ou parcerias e implementar, de forma eficiente e sustentável,
os possíveis projetos de inovação.
6
Disponível em <http://minas-gerais.all.biz/gestao-da-inovacao-tecnolgica-s1320#show0> Acesso em
Maio 2014.
37
Ainda, sobre o modelo, têm-se a preocupação em apoiar e estimular as
iniciativas de inovação, e desta forma, criar nas organizações uma cultura de
conscientização, em todos os níveis de trabalho, sobre a importância da inovação para
a sobrevivência da organização.
Como último passo do método apresentado, têm-se o processo de
aprendizado, que envolve todas as etapas do processo de inovação, sendo
necessário, registro dos processos, e realizar ajustes necessários.
Entende-se, com o modelo apresentado, o processo de gestão da inovação
inerente às organizações contemporâneas em estágio de competitividade. Destaca-se,
no modelo apresentado, o processo de detecção de sinais e tendências do ambiente
externo, passo importante para a identificação de inovações que surgem no ramo de
atividade organizacional. Para identificar as modificações e inovações de mercado, as
organizações devem recorrer a métodos lícitos de inteligência competitiva.
O entendimento sobre as variações de forma de gestão de inovação torna-se
relevante para a correta mensuração dos indicadores de inovação tecnológica
aplicada à população pretendida de fabricantes de coletores solares de média
capacidade, entende-se que parte destes constructos estão relacionados com a
potencialidade de nacionalização e gestão de inovação das organizações.
2.1.3 Estratégia de Inovação
Outro aparato conceitual importante para este desenvolvimento envolve a
análise da estratégia de inovação que a população analisada utiliza para atuação no
mercado nacional, visto que esta estratégia pode sinalizar a forma de atuação desta
empresa e de projeção para a construção de um ambiente interno que favoreça a
inovador.
Segundo Stoeckicht e Soares (2010), uma estratégia que observa a inovação
deve abranger o planejamento necessário para que a inovação possa ocorrer de fato
desta forma proporcionar competitividade.
Freeman (1997) e Tigre (2006), adotam a classificações da estratégia de
inovação em seis patamares distintos, sendo; ofensiva, defensiva, imitativa,
dependente, tradicional e oportunista. As organizações podem optar por selecionar
uma ou mais estratégias para atuação no mercado de participação, bem como ainda
podem optar por mudança de estratégia ao longo do tempo para adaptar a possíveis
mudanças de foco de atuação.
38
Tigre (2006), apresenta uma série de características que diferenciam as
estratégias entre ofensivas, defensivas, imitativas e tradicionais, e apresenta
descrições delas conforma apresentado no quadro 2.
Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação
Estratégia
Ofensivas
Descrição
As organizações necessitam capacitar e contar com o potencial criativo e técnica de
seus colaboradores, contar ainda com infraestrutura e acesso a laboratórios e centros
de pesquisa, ter participação abrangente de mercado capaz de assegurar o risco de
investimentos e retornos insertos.
Defensiva
A organização não quer correr riscos, não deseja ser a primeira a inovar, mas também
não quer ser ignorada e deixada pra trás pelas concorrentes.
Imitativa
É usualmente adotara por organizações presentes em países em desenvolvimento,
praticamente em locais onde se percebe a ausência de empresas inovadoras.
Tradicional
As organizações geralmente não mudam seus produtos, possibilidades; o mercado
não demanda por modificações ou a concorrência também não inova
Fonte: Tigre (2006) - Adaptado pelo autor
Entende-se que Tigre (2006) apresenta relevante contribuição para a
compreensão das tipologias de estratégias de inovação. A adoção de métodos e
estratégia de inovação ofensivas podem assinalar elevado risco para as organizações,
pois vão depender do potencial criativo dos colaboradores em conjunto com a
infraestrutura organizacional. Já os métodos de estratégia considerados defensivos
assumem menor grau de risco, entende-se que as organizações acompanham as
inovações de mercado, mas não assumem o risco de serem as primeiras a inovar.
Quanto a estratégia imitativa, segundo Tigre (2006), estas ocorrem em geral
nos países em desenvolvimento. Entende-se que estes países possuem mecanismos
de produção, mas são limitados quanto à geração de inovações. Já os métodos
tradicionais de estratégia de inovação estão caracterizados por mercados com baixa
demanda por modificações, ou onde os concorrentes assumem a postura de pouca
inovação.
2.2 Indicadores de inovação
Segundo Ziviani (2013), os indicadores de inovação se apresentam como
instrumento/ferramenta com alto potencial para subsidiar estudos capazes de gerar
análises de desempenho do esforço de inovação, e subsidiar os gestores
organizacionais
estratégicas.
com
informações
consolidadas
para
tomadas
de
decisões
39
Entende-se que a proposta de indicadores de inovação para a indústria
assume fundamental importância para a aferição do nível de capacidade inovativa e
competitividade entre organizações de um mesmo setor, principalmente no contexto
do paradigma técno-econômico atual, que está sobre o enfoque da gestão do
conhecimento e equipamentos.
Para Bes e Kotler (2011), a proposta de indicadores envolve um conjunto de
ferramentas e um sistema capaz de medir a capacidade de inovação de uma
determinada organização. Os autores relatam, também, que a criação de indicadores
para medir o grau de inovação das organizações é considerada como um tema
relativamente novo, que veio para substituir outros métodos adotados como
crescimento geral de vendas e lucros, que são consideradas insuficientes no campo
de verificação do potencial inovador.
Bes e Kotler (2011) afirmam ainda que os indicadores de inovação constituem
um sistema de avaliação e podem ser consideradas como ferramenta de diagnóstico
para prever a capacidade futura de inovar, ou características que as organizações
podem apresentar para assinalar a perda de potencial inovador, e desta forma prever
tendências preventivamente. Os autores trazem a proposta de evolução de análise de
indicador, representado na figura 2.
Figura 2 – Evolução de análise para Indicadores
Comparar e classificar
evolução empresarial entre
outros concorrentes
Comparar duas ou mais
unidades de negócio da
mesma organização
Mensurar o crecimento da
capacidade de inovação de uma
empresa ao longo do tempo
Fonte: BES, F. T. de; KOTLER, P. (2011) – Adaptado pelo autor
O processo apresentado por Bes e Kotler (2011), relata a necessidade de
comparar e classificar a evolução empresarial entre outros concorrentes, neste caso,
presume-se que as organizações estão inseridas em um contexto competitivo que
40
exige constante vigilância do potencial competitivo dos concorrentes, e lançamentos
de novos produtos que possam impactar na participação de mercado da organização,
estar atento aos processos de inovação, lançamentos de mercado, e identificação de
novos produtos, processos ou serviços deve ser considerado importante para a gestão
organizacional.
O segundo tópico relacionado por Bes e Kotler (2011) refere-se ao método de
comparação de duas ou mais unidades de negócio da mesma organização. Neste
sentido, entende-se que a organização deve ter mais de uma opção de produtividade,
e desta forma, traçar com periodicidade, períodos de comparação entre as unidades
de negócio para compreender melhor o processo gerencial.
Bes e Kotler (2011) relatam que deve-se mensurar o crescimento da
capacidade de inovação de uma empresa ao longo do tempo. Neste sentido, entendese que as organizações devem estar atentas ao processo de gestão do conhecimento,
torna-se evidente investimentos em qualificação da mão-de-obra contratada e dos
equipamentos estruturais da organização.
Para o presente desenvolvimento, entende-se que a opção adequada, dentro
da análise de Bes e Kotler (2011), seria o ponto central da evolução de análise para
indicadores que trata de comparar e classificar evolução empresarial entre
concorrentes.
Trizotto e Geisler (2008), Bes e Kotler (2011), Scherer e Carlomagno (2009) e
Ziviani (2013), apresentam características semelhantes sobre os indicadores que
podem ser considerados excelentes instrumentos para a medição de desempenho do
esforço de inovação, e desta forma de subsidiar os gestores e tomadores de decisões
são subsidiados com informações que retratam a realidade empresarial. Só é possível
avaliar o desempenho de uma organização, sobre o processo de inovação, com a
utilização de indicadores corretos.
Segundo Andreassi (2007); Bes e Kotler (2011), a utilização de indicadores
para avaliar a capacidade de inovação das organizações é uma prática relativamente
nova e pouco difundida e que ainda não conta com a importância em investimentos
financeiros no meio científico e empresarial. Chamam, ainda, a atenção para que as
empresas criem consciência da relação entre indicadores e os resultados da inovação
e a importância de adoção de estratégia de sobrevivência em mercado competitivo.
Segundo Rocha (2003), os indicadores de inovação aplicados para a América
Latina e em países em desenvolvimento são adaptados para atender as
características regionais, no caso do Brasil, os indicadores de inovação tomam como
41
base o Manual de Oslo, da OCDE, e relatam as experiências de inovação empresarial
do país.
Rocha (2003) apresenta a colaboração onde que no Brasil os esforços
pioneiros de geração de indicadores de inovação tecnológica partiram da Associação
Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras –
ANPEI e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A ANPEI é uma organização privada que desenvolve desde a década de 90 a
elaboração de uma base de dados de indicadores de inovação tecnológica em
empresas sediadas no país. Em 1992 iniciou o desenvolvimento de trabalhos de
geração e sistematização de informações sobre inovação tecnológica no setor
industrial brasileiro, concretizou uma base de dados operada em sistema de rede. A
ANPEI é composta de pessoal qualificado e atua como um elo de uma cadeia
composta por entidades de classes setoriais, federações estaduais de indústria e
núcleos acadêmicos, cada qual se responsabilizando por sua esfera quanto aos
procedimentos de coleta de dados (ANPEI, 2000).
O levantamento de dados realizado pela ANPEI apresenta periodicidade anual,
e a série de levantamento inicia-se em 1992. A base de dados permite desagregações
importantes que permite fazer recortes das empresas pelo porte de atuação (pequena,
média e grande), origem do capital privado (nacional e estrangeiro), setor industrial e
estado da federação onde se localizam as empresas.
Os indicadores propostos pela ANPEI (2000) mensuram a intensidade das
atividades inovadoras por meio dos gastos e elas associados, os recursos humanos e
os resultados da inovação da organização. Os indicadores que elabora correspondem
ao valor médio por empresa.
A última edição publicada pela PINTEC registra-se em 2011/2013, ela deu
continuidade à série que começou com a PINTEC 2000 (relativa ao triênio 1998-2000),
seguida pela PINTEC 2003 (relativa ao período de 2001 a 2003), PINTEC 2005
(relativa ao período 2000 a 2005). Destaca-se que a base conceitual e metodológica
da PINTEC é o Manual de Oslo: proposed guide lines for collections and interpreting
technological innovation data, publicado pela OCDE (1997).
O objetivo principal do desenvolvimento da PINTEC é de construir indicadores
setoriais, regionais (caso da indústria) e nacionais das atividades de inovação
tecnológica das empresas brasileiras, que sejam confrontáveis com as informações de
outros países. A unidade de investigação se restringe a atividade industrial ativa, que
possui dez ou mais funcionários.
42
Para Ziviani (2013), além da compreensão dos fatores que influenciam o
comportamento inovador das empresas, suas estratégias, esforços empreendidos,
incentivos, obstáculos em resultados da inovação. Permite às empresas avaliar seu
desempenho setorial, às entidades de classe, analisar a conduta tecnológica de seu
setor, e ao governo, avaliar e desenvolver políticas de inovação.
Percebe-se que os indicadores sempre representam aspectos parciais do
processo inovativo, sendo que devem ser utilizados em conjunto, para que se possa
ter uma noção da realidade em matéria de inovação. Para fins desta pesquisa, é de
grande relevância o modelo de sistema setorial de inovação, visto que o modelo de
gestão da inovação adotado atualmente no setor elétrico brasileiro, pano de fundo
para esta pesquisa, depende para seu sucesso das relações estabelecidas e dos
fluxos de conhecimento entre empresas do setor, empresas fornecedoras,
universidades e agências de regulação e fomento.
Rocha (2003), relata que a contribuição sobre as fases de construção de
indicadores de inovação, sendo atribuída esta evolução em três níveis, sendo que o
primeiro está ligado a fase de experimentação dos indicadores concebidos
institucionalmente, após vem a fase de desenvolvimento e validação dos indicadores,
e por último, adota-se a fase de implementação e análises periódicas dos indicadores,
como representado na figura 3.
Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia
Fase experimental
• Conjecturas de pesquisadores e especialistas do meio
acadêmico para montagem de modelo decompilação
dos indicadores: formas de obtenção, análise e
interpretação para a busca de sentido das informações
representadas pelos indicadores.
Fase de
desenvolvimento de
indicadores
• Definição do marco preliminar e do sistema de
informação correspondente. importancia do trabalho
estatístico, de forma a legitimar os indicadores e
subsidiar o lançamento das primeiras amostras
nacionais de pesquisa oficial.
Fase estatísticas
governamentais
recinhecidas
• Implementação de amostras periódicas de pesquisa,
cujo resultados, publicados em formatos estabelecidos,
são utilizados de foorma permanente pelos tomadores
de decisão no âmbito da política de ciência e
tecnologia e pelo público interessado, em geral.
Fonte: Rocha (2003, p. 57). Adaptado pelo autor
43
Tigre (2006) apresenta relevante informação sobre a ferramenta de análise do
processo de inovação e indicadores, que é o Manual de Oslo, também desenvolvido
pela OCDE, que constitui o meio utilizado para abranger e ampliar o proposto no
Manual de Frascati. O Manual de Oslo, segundo este autor, permite realizar o
tratamento estatístico e comparar as informações em uma abrangência internacional,
servido também como base de dados para a União Europeia sobre inovação.
No Brasil o órgão gestor de indicadores de inovação é o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística- IBGE, que utiliza da Pesquisa Industrial sobre Inovação
Tecnológica – PINTEC. Neste composto são monitorados três níveis de inovação
sendo a de produtos, processos e produção (Mudanças organizacionais).
O relatório PINTEC (2013) apresenta uma série de indicadores de inovação
tecnológica compilados para o Brasil, agrupados em capacidade de inovação em
produtos e processos, atividade inovativa, atividade interna de P&D, impactos da
inovação, fontes de inovação, relação de cooperação para a inovação, apoio
governamental e problemas e obstáculos à inovação.
Sobre a composição de indicadores propostos pela PINTEC (2013), identificase a inovação em tecnologia, atividades inovativas, inovação organizacional, inovação
em marketing, atividades internas de P&D, impactos da inovação, fontes de inovação
e relações de cooperações e o problemas e obstáculos eu impedem a inovação.
Quadro 3.
Quadro 3 – composição de indicadores PINTEC
Indicador
Observação
Inovação
tecnológica
Definida pela introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) novo
ou substancialmente aprimorado ou pela introdução na empresa de um
processo novo ou substancialmente aprimorado
Atividades
inovativas
Referem-se aos esforços empreendidos pela empresa no desenvolvimento
e implementação de produtos (bens ou serviços) e processos novos ou
aperfeiçoados. A pesquisa procura mensurar estes esforços em termos
monetários, através de estimativa dos dispêndios nestas atividades;
Inovação
organizacional
Compreende a implementação de novas técnicas de gestão ou de
significativas mudanças na organização do trabalho e nas relações externas
da empresa.
Inovação de
marketing
Consiste na implementação de novas estratégias ou conceitos de marketing
ou de mudanças significativas na estética, desenho ou embalagem dos
produtos, sem modificar suas características funcionais e de uso.
Atividades
internas de
P&D
 Número de pessoas do quadro da empresa normalmente ocupadas nas
atividades de P&D
 Número de empresas que informam ter realizado P&D de forma contínua
44
Impactos da
inovação
Fontes de
informação e
relações de
cooperação
 Proporção de vendas internas e das exportações atribuídas aos produtos
novos
 Percentual de empresas que implementaram inovação por grau de
importância
 Frequência de resposta das empresas que implementaram inovação por
grau de importância
 Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes nos últimos
tempos
 Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações
 Número de empresas que implementaram inovações
 Frequência de respostas das empresas quanto a importância dos
parceiros nos projetos de inovação
 Percentual de empresas inovadoras que afirmam ter encontrado
problemas na inovação
 Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações
 Frequência de respostas das empresas que não implementaram
inovações e sem projeto
Fonte: PINTEC (2013). Adaptado pelo autor
Problemas e
obstáculos
à inovação
2.2.1 Atividades inovativas
A PINTEC (2013) considera como atividade inovativa as atividades
representativas dos esforços da organização que são voltadas para a melhoria do
acervo tecnológico e o desenvolvimento e implementação de produtos ou processos
novos ou modificados.
Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática,
com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso
destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais como
produtos ou processos novos ou substancialmente aprimorados. O
desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações piloto
constituem muitas vezes a fase mais importante das atividades de
P&D. Inclui também o desenvolvimento de, desde que este envolva
um avanço tecnológico ou científico. PINTEC (2013)
As atividades inovativas são analisadas em duas perspectivas distintas sendo a
primeira sob a ótica do Planejamento e Desenvolvimento (pesquisa básica, aplicada
ou desenvolvimento experimental) e a segunda sobre as atividades não relacionadas a
P&D – (aquisição de bens serviços e conhecimentos externos).
Esta proposta de indicador apresenta a capacidade de revelar o esforço
empreendido para a inovação de produto e processo. São contabilizados os gastos
realizados nas inovações implementadas e nos projetos em andamento, concluídos ou
não. Representados no quadro 4.
45
Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovativas
Constructos
Atividades
P&D
internas
Descrição
de
Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma
sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de
conhecimento e o uso destes conhecimentos para desenvolver
novas aplicações.
Aquisições externas de
P&D
Compreende, além das características das atividades internas
de P&D, a adição de outras atividades realizadas por outras
organizações e adquiridas pela empresa.
Aquisição
de
outros
conhecimentos externos
Acordos de transferência de tecnologia originadas da compra de
licença de direitos de exploração de patentes e uso de marcas,
aquisição de know-how e outros tipos de conhecimentos
técnico-científicos de terceiros, para que a empresa desenvolva
ou implemente inovações.
Aquisição de software
Compreende a aquisição de software específicos adquiridos
para a implementação de produtos ou processos novos ou
substancialmente aprimorados.
Aquisição de máquinas e
equipamentos
Aquisição de máquinas e equipamentos especialmente
comprados para a implementação de produtos ou processos
novos ou substancialmente modificados.
Treinamento
Compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento de
produtos
ou
processos
tecnologicamente
novos
ou
significativamente aperfeiçoados e relacionados às atividades
inovativas da empresa.
Introdução
das
inovações tecnológicas
no mercado
Compreende as atividades de comercialização, diretamente
ligadas ao lançamento de novo produto ou aperfeiçoado,
podendo incluir pesquisa de mercado e publicidade para o
lançamento.
Projeto
industrial
e
outras
preparações
técnicas para produção
Refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para
efetivar a implementação de inovações de produtos ou
processo.
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.2 Atividades internas de P&D
Segundo PINTEC (2013) o indicador de atividades internas deve ser verificado
com o levantamento de dados sobre a quantidade de pessoas do quadro funcional da
empresa que normalmente ocupada nas atividades de P&D. Pondera que deve ser
verificado a ocupação e nível de qualificação do corpo de empregados compatível com
a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO – do Ministério do Trabalho e
Emprego. Deve-se verificar, também, o tipo de dedicação (parcial ou exclusiva) para
os colaboradores alocados em P&D. Quadro 5.
46
Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D
Constructos
Método de cálculo
Quantidade de pessoas do quadro Quantidade de trabalhadores envolvidos com
funcional da organização que normalmente atividade de P&D / Total de empregados
estão ocupadas nas atividades de P&D,
informados pela empresa
Grau de qualificação – nível de
Quantidade de trabalhadores com graduação /
escolaridade
(Nível
médio,
técnico,
Total de empregados informados pela empresa
graduado pós graduado e outros)
Forma de dedicação que os funcionários e Quantidade de trabalhadores envolvidos com
colaboradores tem para as atividades atividade de P&D / Total de empregados
internas de P&D
informados pela empresa
Quantidade de organizações eu relataram
ter realizado atividade interna de P&D de Quantidade de trabalhadores envolvidos com
forma
contínua
e
quantidade
de atividade de P&D / Total de empregados
funcionários que realizaram esta atividade, informados pela empresa
ocasionalmente, em determinado período.
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.3 Impactos das inovações
Segundo relatório da PINTEC (2013), os impactos das inovações priorizam a
identificação de impactos associados ao Produto (melhorar a qualidade ou ampliar a
gama de produtos ofertados); Mercado (manter ou ampliar a participação da empresa
no mercado, abrir novos mercados); Processo (Aumentar a flexibilidade ou a
capacidade produtiva, reduzir custos); Meio Ambiente; Saúde e segurança;
Enquadramento em regulamentações e normas e Proporções de vendas internas e
das exportações. Quadro 6.
Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação
Constructos
Proporção das vendas internas e das exposições atribuídas aos produtos novos ou
significativamente modificado no período de 2011 a 2013
Percentual de empresas que implementaram inovação tecnológica de produto ou processo
no período de 2011 a 2013
Melhora na qualidade dos bens e serviço
Ampliação da gama de bens ou serviços ofertados
Permitiu manter ou ampliar a participação da empresa no mercado
Permitiu acesso a novos mercados
Aumentou a capacidade de produção ou de prestação de serviços
Aumentou a flexibilidade da produção ou de prestação de serviços
Reduziu o custo de produção ou dos serviços prestados
Reduziu os custos do trabalho
47
Reduziu o consumo de matéria prima
Reduziu o consumo de energia
Reduziu o consumo de água
Permitiu reduzir o impacto sobre o meio ambiente
Permitiu controlar aspectos ligados à saúde e segurança
Enquadramento em regulamentações e normas padrão relativas ao mercado interno ou
Externo
Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes durante o período de 2011 à
2013
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.4 Fontes de informações
Segundo PINTEC (2013) o indicador de fontes de informações é descrito pela
capacidade que as empresas possuem para obter inspiração e orientação para
desenvolver seus projetos de inovação de uma gama variada de fontes de
informações. Também pode ser representado pelo desenvolvimento interno da
capacidade de criação de novos conhecimentos.
A PINTEC (2013) descreve que o uso de conhecimentos científicos e
tecnológicos
incorporados
a
patentes,
máquinas
e
equipamentos,
artigos
especializados, software, entre outros também devem ser considerados fontes de
inovação. O uso de informações geradas por instituições de produção de
conhecimento tecnológico (universidades ou centros de ensino superior, institutos de
pesquisa ou centros tecnológicos, centros de capacitação profissional e assistência
técnica, ensaios e certificações.
Outra fonte de indicadores está ligada a forma de inteligência competitiva, ou
seja, o uso de conhecimento obtido através de empresas com as quais se relacionam
comercialmente (fornecedores de máquinas, equipamentos, componentes ou software,
clientes
ou
consumidores
e
concorrentes)
para
implementarem
mudanças
tecnológicas. Quadro 7.
Quadro 7 – Constructos de indicadores das Fontes de informações
Constructos
Fontes internas de informações
Departamento de P&D e outros
Fontes externas à empresa
Outra empresa do grupo, fornecedores de máquinas, equipamentos, matérias, componentes
ou software, clientes ou consumidores, empresa de consultoria e consultoria independente
48
Centros educacionais e centros de pesquisa
Universidades ou outros centros de ensino superior
Institutos de pesquisa ou centros tecnológicos
Centros de capacitação profissional e assistência técnica
Instituições de testes, ensaios e certificações
Outras fontes de informação
Conferências, encontros e publicações especializadas
Feiras e exposições
Redes de informações informalizadas (Internet – extranet, intranet, entre outros)
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.5 Relações de cooperações para a inovação
Segundo PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a
participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de
inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes
envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de
serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada
cooperação.
As questões que focam a cooperação para inovação, presentes na PINTEC
(2013), buscam identificar as relações entre um amplo conjunto de atores que,
interligados por canais de troca de conhecimento e/ou articulados em redes, formam o
que se denomina Sistema Nacional de Inovação. A pesquisa identifica os parceiros
das empresas nos projetos de cooperação, o objeto desta e a sua localização (mesmo
estado, outros estados, Mercosul, Estados Unidos, Europa, outros países).
2.2.6 Apoio Governamental
Segundo PINTEC (2013) as ações governamentais e políticas públicas
englobam financiamentos, incentivos fiscais, subvenções, participação em programas
públicos voltados para o desenvolvimento tecnológico e científico, entre outras.
Para PINTEC (2013) é necessário identificar as características das Empresas
como tamanho e porte, frequência de participação e uso de apoios das atividades
inovativas e percentual de financiamento concedido pelo governo para as atividades
de P&D. Quadro 8.
49
Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental
Constructos
Incentivos fiscais à P&D e inovação tecnológica (Lei 8.661 e Cap. III da Lei 11.196)
Incentivo fiscal Lei de Informática (Lei nº 10.664, Lei nº 11.077)
Financiamento a projetos de P&D e inovação tecnológica:
1 – Sem parceria com universidades ou institutos de pesquisa
2 - Em parceria com universidades ou institutos de pesquisa
Financiamento exclusivo para a compra de máquinas e equipamentos utilizados para
inovação
Bolsas oferecidas pelas fundações de amparo à pesquisa e RHAE/ CNPq para
pesquisadores
Aporte de capital de risco
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação
Os problemas identificados pela PINTEC (2013) e citados como obstáculos à
atividade de inovação temos a Identificação dos motivos pelos quais a organização
não desenvolveu atividades inovadoras ou não obteve os resultados esperados;

Se a empresa não inovou e porque;

Inovações prévias;

Condições de mercado (deficiência de demanda, estrutura de oferta,
desestímulo à inovação);

Problemas e obstáculos, que engloba fatores macros e microeconômicos;
natureza econômica (custo, risco, fontes de financiamento apropriadas);

Problemas internos à empresa (rigidez organizacional);

Deficiência técnica (escassez de serviços técnicos externos adequados, falta
de pessoal devidamente qualificado);

Problemas de informação (falta de informações sobre tecnologia e sobre
mercados);

Problemas com o Sistema Nacional de Inovação (escassas possibilidades de
cooperação com outras empresas e instituições);

Problemas de regulamentação (dificuldade para se adequar a padrões, normas
e regulamentações).
50
Quadro 9 – Constructos de indicadores Problemas e obstáculos à inovação
Constructos
Identificar se a organização acusa dificuldades ou obstáculos que podem ter tornado mais
lenta a implementação de determinados projetos ou que os tenha inviabilizado
Razões, justifica o fato da empresa não ter realizado nenhuma atividade inovativa
Riscos econômicos excessivos
Escassez de fontes apropriadas de financiamento
Elevados custos da inovação
Rigidez organizacional
Falta de pessoal qualificado
Falta de informação sobre tecnologia
Falta de informação sobre mercados
Escassas possibilidades de cooperação com outras empresas/instituições
Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações
Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos
Escassez de serviços técnicos externos adequados
Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
2.2.8 Inovações operacionais e Marketing
A terceira edição do Manual de Oslo (2005) adota como conceito de “inovação
organizacional” a implementação de um novo método organizacional nas práticas de
negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações
externas, visando melhorar o uso do conhecimento, a eficiência dos fluxos de trabalho
ou a qualidade dos bens ou serviços. Ela é resultado de decisões estratégicas
tomadas pela direção e deve constituir novidade organizativa para a empresa.
 Questiona-se se a organização implementa;
 Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim
como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades internas na
empresa;
 Uso de novas técnicas de gestão ambiental;
 Novos métodos de organização do trabalho para proporcionar melhoria de
distribuição de responsabilidades e poder de decisão, e
 Mudanças significativas nas relações com empresas e outras instituições sem
fins lucrativos.
As inovações em Marketing são consideradas como a implementação de um
novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou
51
em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação
de preços, visando melhor responder às necessidades dos clientes, abrir novos
mercados ou a reposicionar o produto no mercado para incrementar as vendas. As
novas estratégias ou conceitos de marketing devem diferir significativamente daqueles
utilizados previamente pela empresa.
Especificamente, a empresa implementa mudanças significativas nos conceitos
e estratégias de marketing e mudanças significativas na estética, desenho ou outras
mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos.
Quadro 10 – Constructos de indicadores Inovações operacionais e marketing
Constructos
Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a
troca de informações, de conhecimento e habilidades dentro da empresa. Por exemplo: reengenharia dos processos de negócio, gestão do conhecimento, controle da qualidade total,
sistemas de formação/treinamento, SIG (sistemas de informações gerenciais), ERP
(planejamento dos recursos do negócio).
Novas técnicas de gestão ambiental para tratamento de efluentes, redução de resíduos, de
CO².
Novos métodos de organização do trabalho para melhor distribuir responsabilidades e poder
de decisão, como por exemplo o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização
ou integração de departamentos.
Mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem
fins lucrativos, tais como o estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias,
terceirização ou sub-contratação de atividades.
Mudanças significativas nos conceitos/estratégias de marketing, como por exemplo novas
mídias ou técnicas para a promoção de produtos; novas formas para colocação de produtos
no mercado ou canais de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a
comercialização de bens e serviços
Mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos
um dos produtos
Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor
Percebem-se diante da abrangência de tratamento da PINTEC (2013) a
complexidade que se exige para a construção de indicadores. Para a elaboração de
um mapeamento de abordagens, a PINTEC (2013) inicia com a característica a
empresa, e posteriormente visa identificar se ela adota mecanismos de inovação ou
não.
Sobre os conceitos apresentados pela PINTEC (2013) e aplicação do
questionário de captação de análise aplicada ao mercado, identifica-se inicialmente a
caracterização das empresas, fatores que podem influenciar na estratégia e no
desempenho inovativo, como fonte de recursos, grau de dependência e abrangência
geográfica.
52
O
posicionamento
produtos
e
processos novos
ou
substancialmente
aprimorados, a PINTEC (2013) segue conceitos apresentados pelo Manual de Oslo, já
tratado anteriormente. Neste posto da apresentação, define=se se a organização é ou
não inovadora, caso seja considerada inovadora, passa pelos processos de descrição
da inovação, caracterização das atividades inovadoras, fontes de financiamento da
inovação, compra de P&D, P&D interno, impactos das inovações, fontes de captação
de informações, cooperações, nível de apoio governamental e problemas e obstáculos
das inovações.
Caso seja identificado que a empresa não promova inovação inicia-se uma
investigação para verificar quais foram as possíveis barreiras enfrentadas pela gestão
organizacional. Segue representação na figura 4.
Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC (2013)
Fonte: PINTEC (2013, p.18)
Segundo PINTEC (2013), o fluxograma de variáveis procura identificar se a
empresa inova em produto ou processo, caso a empresa seja identificada como
inovadora, pede-se para fazer a descrição das inovações, abordagem da atividade
53
inovativa, fontes de financiamento, processos de compras em P&D, P&D interno,
impactos da inovação, fontes de informação, bases de cooperação e bases de apoio
governamental.
Os problemas e obstáculos enfrentados com a inovação podem ser
apresentados pelas empresas que promovem ou não inovações. A partir deste ponto o
fluxograma da PINTEC (2013) apresenta a investigação sobre as possibilidades de
inovações operacionais e de marketing e posteriormente as ações de uso de
biotecnologia e nanotecnologia, especificidades que não contemplam a elaboração
deste trabalho.
Furtado e Queiroz (2010) apresentam uma série de indicadores com frequência
da utilização internacionalmente, sendo estes o indicador de tecnologia ou de P&D,
intensidade inovativa, quantidade de patentes de invenção, taxa de inovação, número
de inovações e impacto econômico das inovações.
Com a apreciação destes indicadores, percebe-se que os indicadores de
inovação apresentam capacidade de representar aspectos parciais do processo de
inovação, o que induz a necessidade de utilização de um conjunto de indicadores para
se obter uma representação da realidade da capacidade de inovação das
organizações.
2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores
Após o desenvolvimento conceitual de indicadores de inovação, torna-se
conveniente compreender as métricas e fatores de aferição que possibilitem analise da
população pretendida para este desenvolvimento. Sabe-se que na literatura existe
poucas referências bibliográficas sobre mensuração de indicadores de inovação
tecnológica.
Segundo Knox (2002), a caracterização de uma organização, sob a ótica de
capacidade de inovação, deve abranger além dos recursos investidos em inovação
tecnológica, habilidade de criar valor que atenda às necessidades do mercado
demandante. Esta habilidade de atender ao mercado é julgada e comparada junto a
competidores de um mesmo segmento. Entende-se que o processo de inovação está
ligado a capacidade organizacional de desenvolvimento e implantação de uma
inovação, produto, serviço ou processo.
Entende-se que a métrica do grau de inovação de uma empresa pode ser
realizada via indicadores de inovação, que possibilitam uma série de ângulos
diferenciados como estratégico, tecnológico, cultural, financeiro, processuais, entre
54
outros, porém, sabe-se que os indicadores devem ser utilizados em conjunto para a
mensuração de um resultado mais confiável e realista.
A primeira coisa que um modelo de métricas de gestão de inovação
deve considerar é que diferentes tipos de inovação demandam
diferentes tipos de métricas. Outro aspecto a considerar é que,
embora haja grande expectativa de mensuração do retorno
econômico (criação de valor para o acionista em última instância), na
prática isso nem sempre é facilmente calculável e outras métricas
mais associadas ao ciclo de vida da inovação (da ideia até a sua
implementação) também precisam ser analisadas visando um
aprimoramento contínuo de todo o modelo de gestão de inovação da
organização. Finalmente, é amplamente sabido que empresas que se
engajam em inovação conseguem auferir vários resultados
intangíveis nem sempre quantificáveis, mas de grande impacto na
organização e nos negócios. (TERRA et al. 2012, p.181)
Davila, Epistein e Shelton (2007) consideram que é fundamental e decisivo
para o sucesso das organizações ter a prática de medição da inovação, porém deve-se
ter preocupação acentuada com a quantidade de indicadores presentes no mercado e
com soluções paliativas.
Segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), o Balanced Scorecard – BSC vêm
se tornando um dos mais sólidos conceitos em sistema de avaliação, este sistema de
avaliação descreve a maneira pela qual a empresa será inovadora, e como os
tomadores de decisão pretendem gerar valor a partir da inovação.
2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de
coletores solares
Entende-se, segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), que atualmente
existem uma infinidade de indicadores capazes de apresentar diagnósticos
organizacionais, e torna-se necessário adotar critérios para obter resultados
satisfatórios e confiáveis a fim de reduzir riscos e incertezas. Os autores ainda acusam
que a montagem de um modelo inovador de negócio deve ser considerada como um
desafio, assim como sua representação gráfica resumida. A representação gráfica
deve ser capaz de tornar explícita a forma de trato da inovação na cultura
organizacional.
Bes e Kotler (2011) assinalam que os indicadores de inovação necessitam ser
agrupados para organizar o que se pretende avaliar e medir, e desta forma
apresentam como categorias de agrupamento os indicadores econômicos, de
intensidade de esforço, eficácia de atividade de inovação e o grau de disseminação de
inovação. Os autores afirmam, ainda, que a necessidade de construção de um
55
protótipo para diagnóstico da capacidade de inovação de uma organização pode
assinalar o nível de maturidade do processo de P&D na ótica da gestão e inovação.
Bes e Kotler (2011) projetam, ainda, critérios que devem ser observados para
se propor conjunto de indicadores para a mensuração de resultados empresariais
como serem compreensíveis, ter clareza para compreensão e cálculo, explorar
indicadores existentes utilizados com regularidade e devem estar relacionados com a
proposta de análise.
Segundo Rocha (2003) a relação de indicadores e o significado dos
indicadores de inovação tecnológica devem ser apresentados de forma clara e que
possibilite a correta identificação dos indicadores com seu objetivo de investigação.
Rocha (2003) apresenta como indicadores o esforço inovador das organizações, a
intensidade de tecnologia, a taxa de inovação, os mecanismos utilizados para
patenteamento, uso de mecanismo de patenteamento, suporte e aparato recebido pelo
governo, conforme representado no quadro 11.
Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica
Indicador
Significado
Mensura o valor do dispêndio das empresas em atividades
inovativas em relação à receita líquida de vendas. São
consideradas atividades inovativas
- Desenvolvimento interno de pesquisa e desenvolvimento P&D
Esforço inovador
- Aquisição externa de P&D
- Aquisição de máquinas e equipamentos
- Treinamentos
- Introdução de inovações tecnológicas no mercado
- Projeto industrial
Valor dos dispêndios das empresas inovadoras com a atividade
de pesquisa e desenvolvimento P&D, em relação à receita líquida
de vendas. A atividade de P&D compreende o trabalho criativo,
empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o
Intensidade tecnológica
acervo de conhecimento e o uso destes para desenvolver novas
aplicações, tais como produtos ou processos novos ou
tecnologicamente aprimorados; o desenho, a construção e o teste
de protótipos e de instalações pilotos, além do desenvolvimento
de software, que envolva avanço tecnológico ou científico.
Corresponde ao percentual do número de empresas que
Taxa de inovação
implementaram inovação de produto ou processo em relação ao
total de empresas respondentes.
Participação percentual do número de empresas com depósito de
Mecanismo de
patentes e patentes em vigor, em relação ao número total de
patenteamento
empresas respondentes.
Participação percentual do número de empresas inovadoras com
Uso do mecanismo de
depósito de patente e patente em vigor, em relação ao número
patenteamento
total de empresas inovadoras.
Percentual do número de empresas que recebem suporte do
Suporte governamental –
governo para as atividades inovadoras em relação ao número
Painel respondente
total de empresas respondentes.
Percentual do número de empresas que recebem suporte do
Suporte governamental –
governo para as atividades inovadoras em relação ao número de
empresas inovadoras
empresas inovadoras.
Fonte: PINTEC (2000), ANPEI (2000) citado por Rocha (2003) - Adaptado pelo autor
56
Entende-se, diante das propostas dos autores apresentados, que torna-se
necessário a apresentação de um modelo conceitual de indicadores de inovação que
deverá ser utilizado para a caracterização das empresas fabricantes nacionais de
coletores solares. Para este sentido, pretende-se utilizar como sinalizadores a
percepção de pessoas, tecnologia e processos. Estes elementos fundamentais para
as organizações em estudo são balizadores para o dimensionamento de
gerenciamento e métricas de indicadores.
Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), apresentam
relevantes análises sobre a construção de indicadores de inovação e seus constructos
avaliativos. Dentro do desenvolvimento destes autores, foram selecionados os
indicadores de atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação,
impactos da inovação e inovações operacionais para a composição de índices
avaliativos da capacidade de inovação deste trabalho.
Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, inicia-se a investigação
sobre o percentual de empregados envolvidos no processo de inovação. Esta análise
se faz necessário para mensurar, dentro do quadro efetivo de empregados
contratados, qual a porcentagem de trabalhadores que estão envolvidos diretamente
com as atividades de inovação.
Segundo Sbragia e Andreassi (2006), a participação dos funcionários nas
ações de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são
parte da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos
de mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como
fonte de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação
para que se perpetue esta aliança.
Segundo Ziviani (2012) é importante utilizar de forma eficiente as competências
agregadas com o intuito de fortalecer as estratégias empresariais que proporcionem
vantagem competitiva para as organizações nos mercados atuantes.
Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, presume-se
a quantidade do quadro de trabalhadores contratados possuem capacitação
especializada para lidar com os equipamentos e máquinas. Este indicador pode
assinalar a qualificação necessária dos trabalhadores que assumem condições de
incorporar inovações implantadas pela gestão organizacional.
O percentual de empregados que possui formação superior, curso de
graduação concluído ou em fase de conclusão, assim como o percentual de mestres e
57
doutores, indica a qualificação acadêmica da mão-de-obra contratada, e desta forma o
condicionamento científico que se pode dar para os processos de aperfeiçoamento e
de inovações tratadas pelas organizações.
Percentual de faturamento investido em capacitação e treinamento. Entende-se
que as capacitações e treinamentos proporcionados aos trabalhadores fazem com que
a organização esteja acompanhando as mudanças e atualizações de mercado.
Proporciona aos trabalhadores condições de assimilar inovações lançadas e entender
as novas demandas de insumos e de produtos, assim como o manuseio de matérias
primas.
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a formação e treinamento de
trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidar com problemas
associados ao processo de inovar nas firmas.
Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas
como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do
mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos
problemas com a inovação.
Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de
P&D, entende-se que este desenvolvimento assinala a intenção da gestão
organizacional em
envolver
recursos financeiros para realizar
pesquisas e
desenvolvimentos que proporcionem maior entendimento do campo de inovação
organizacional.
Segundo Tigre (2006), os investimentos em aquisição e atualização de
máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição
criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no
mercado. Tigre (2006) relata ainda que todas as organizações teriam a qualquer
momento de investir em inovações e abandonar as formas tradicionais de produção.
Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação,
pretende-se identificar o nível de investimento que as organizações estão dispostas a
realizar para manter seus equipamentos (computadores) e similares de informatização
atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes.
Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de
aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem
ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante
58
investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera
competitividade e inovação para as organizações. Sobre este contexto, pretende-se
avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de
aprendizagem nas organizações.
Sobre o percentual de funcionários que recebem apoio financeiro para
continuidade da formação acadêmica, avalia o quanto as organizações estão
dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos trabalhadores
contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com as mutações
proporcionadas pelas inovações incorporadas.
O investimento em licenças de tecnologias tem como pretensão avaliar os
níveis de investimento realizados pelas organizações para manter atualizados seus
programas e suas licenças para atuar no mercado com produtos inovadores, assim
como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e Normas
governamentais.
O indicador de parceiros em projetos de inovação pretende avaliar o quanto a
organização busca com outros atores de mercado a disseminação da inovação, e o
quanto ela está atenta aos fatores externos para atuar com as mudanças de mercado.
O percentual de projetos desenvolvidos com clientes assegura o quanto às
organizações estão atentas e abertas para ouvir os clientes e adaptar seus produtos.
Este constructo se torna importante para verificar como as empresas se relacionam
com seus clientes e como se forma o processo de comunicação.
Os projetos desenvolvidos com firmas privadas e outras empresas assinalam
para a oportunidade de assimilação de inovações mercadológicas verificam-se neste
campo como as organizações se relacionam com outras empresas, sejam do mesmo
setor de atuação ou não.
Os fornecedores podem ser considerados como fontes de inovação para as
organizações, neste campo identifica-se que determinadas organizações desenvolvem
peças específicas do composto de inovação, e para proteção da inovação, aderem os
fornecedores como parceiros para o desenvolvimento específico de peças.
Os desenvolvimentos realizados em conjunto com Universidades e centros
universitários merecem destaque na percepção de parceria das organizações. Os
centros universitários e universidades são considerados fontes ilimitadas de
conhecimento, e merecem ter destaque pelos gestores organizacionais.
59
Sobre o percentual de investimentos realizados com a comercialização pioneira
de inovação, pretende-se averiguar o comportamento das organizações para o
lançamento de produtos novos ou substancialmente modificados para os mercados
preteridos. Sabe-se que este nível de investimento deve ser considerado de risco e
avaliativo da aceitação do produto para o mercado.
A quantidade de patentes registrada e requeridas assinala sobre o potencial
criativo das organizações e para a necessidade de proteção das inovações advindas
do corpo funcional das empresas.
O quadro 12 aborda a síntese de composição de indicadores e constructos
avaliativos selecionado para este trabalho, onde pretende-se diagnosticar a
capacidade de inovação dos fabricantes de coletores solares, vistas a indicadores de
inovação.
Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo
Indicador
Constructo avaliativo
Empregados envolvidos no processo de inovação
Empregados que possuem especialização
Atividade interna de Empregados que possuem formação superior (Graduação)
inovação
Empregados mestres e doutores
Faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento
Faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação
Investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos
Faturamento investido em tecnologia da informação
Investimento realizado com atividades de aprendizagem
Empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a
formação acadêmica
Esforço inovativo
Faturamento investido em licenças de tecnologias
Número total de parceiros em projetos de inovação
Projetos desenvolvidos com Clientes
Projetos desenvolvidos com firmas privadas
Projetos desenvolvidos com Fornecedores
Fontes de inovação Projetos desenvolvidos com universidades
Impacto da inovação Investimento realizado com a comercialização pioneira
Número de patentes registradas
Número de patentes solicitadas
Inovações
operacionais
Investimento realizado com registro de patentes
Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008)
Conforme abordagem da capacidade inovativa que está ligada a habilidade de
trato com recursos múltiplos capacitadores, os constructos de indicadores foram
agrupados em 5 conjuntos, sendo atividade interna de inovação, esforço inovador,
fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais.
Em busca de um modelo teórico que sirva de base para demonstrar a avalição
dos indicadores de inovação dos fabricantes de coletores solares brasileiros, chegouse ao modelo apresentado na figura 5.
60
Figura 5 – Modelo teórico
Fonte: Elaborado pelo autor
A partir da literatura aderente ao tema, estruturado mediante a seguinte
formulação:

Sobre os indicadores de atividade interna, projeta-se quatro constructos
para verificar os percentuais de qualificação da mão-de-obra contratada
e sua efetiva contribuição dentro do processo inovativo organizacional.

Sobre o esforço inovativo estão elencados os constructos para
verificação de investimento realizado nos processos inovativos
organizacionais.

Sobre as fontes de inovação deve-se elencar os níveis de parcerias
firmadas com a organização que podem ser consideradas como
motivadoras de inovação.

As fontes de inovação apresentam como objetivo proporcionar a
identificação dos procedimentos gerenciais que visam assimilação de
novos conhecimentos organizacionais com os diversos parceiros de
relacionamento empresarial.
61

Os impactos da inovação pretende identificar como a organização reage
para
realizar
investimentos
pioneiros
para
o
lançamento
de
comercialização pioneira dos produtos inovadores.

As inovações operacionais pretendem identificar como está o sistema
de
proteção
das
inovações
por
parte
dos
administradores
organizacionais.
Entende-se com a apresentação do modelo teórico que a composição dos
indicadores abrange todas as propostas apresentadas pela PINTEC (2013). Desta
forma, no que tange indicadores de atividade inovadora, serão questionamentos,
sobre atividades internas de inovação serão apresentados apêndices sobre a
capacidade de inovação serão apresentados quatro questionamentos, fontes de
inovação serão apresentadas três questionamentos, impactos da inovação com três
questionamentos, inovações operacionais e marketing dois questionamentos,
problemas e obstáculos com a inovação um questionamento e relações de
cooperações um questionamento. A composição do questionário será apresentada no
terceiro capítulo, que trata dos procedimentos metodológicos.
2.3 Capacidade Inovativa
A abordagem sobre o conceito de capacidade inovativa vem ganhando
destaque na literatura nas últimas décadas porém, a construção definitiva do
significado ainda não apresenta-se concluída. Diversos autores apresentam diferentes
contribuições em diversas áreas para o entendimento desta temática.
Segundo Bastos e Bueno (2003, p.184), “capacidade é tornar capaz, habilitar,
pois o conceito apoia-se no potencial das pessoas e na qualidade que cada um possui
para exercitar uma determinada habilidade, aptidão, que precisam ser valorizadas nas
empresas para tornar o processo mais eficaz.” Observa-se a importância aferida no
potencial e na qualificação pessoal alinhada a habilidades como determinante da
capacidade.
Cetindamar et al. (2009) tratam a capacidade inovativa como a habilidade que
as organizações possuem para moldar e gerenciar as múltiplas capacidades. O
esforço de trato com a inovação exige dos gestores empresariais habilidades para
lidar com diversas atividades de processos como gestão do conhecimento e gestão de
tecnologia, e estas habilidades devem estar alinhadas com as demandas e
posicionamento de mercado.
62
Barbieux (2011) sugere que capacidade inovativa deva ser entendida como os
recursos e habilidades que as organizações possuem para articular as informações e
conhecimentos para estabelecer novas rotinas, novos produtos e novas tecnologias,
de modo a gerar um desempenho superior para a empresa.
Segundo PINTEC (2013) a capacidade de inovação do produto ou do processo
pode ser definida pela ação identificada da organização em implementar produtos,
bens ou serviços, ou processos novos ou substancialmente aperfeiçoados.
A capacidade que uma empresa possui de especificar, ou seja, definir
variáveis críticas no desenvolvimento de novos produtos (ou na
melhoria significativa de produtos atuais) que atendam às demandas
do mercado em que ela atua. Implica a empresa ser capaz de
detectar as necessidades de mercado e de traduzi-las em
especificações funcionais críticas que definam o conceito de seus
produtos. OCDE (2005)
Para Mello (2006) identificar a estreita relação entre a capacidade inovativa e a
capacidade de competição das organizações, sendo que ambas estão ligadas à
trajetória evolutiva em termos de crescimento nos campos de produtividade, geração
de empregos, desenvolvimento tecnológico e inserção de mercado.
Segundo Neely e Hii (1998), a capacidade de inovação de uma organização
pode ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar saída inovadora e
depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma vez que lhe
permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades. Estudos recentes
sugerem determinantes fundamentais da capacidade de uma empresa em inovar
sendo a cultura da empresa, os processos internos adotados e o meio ambiente
externo. Em termos de cultura organizacional as empresas inovadoras possuem
cultura mais forte, um claro sentido demissão e finalidade, uma estratégia de atuação
repensada e uma filosofia empresarial de melhoria contínua impulsionada pela
verificação da satisfação total dos clientes e gestão da qualidade total.
Segundo Burgelman, Christensen e Wheelwright (2009), os gestores
organizacionais devem ser responsabilizados pelas adaptações e implementações dos
processos de inovação. Eles descrevem que os gestores devem apresentar potenciais
e habilidades para decidir quais inovações devem obter maior atenção e recursos
organizacionais.
O Conhecimento do potencial de inovação, ou capacidade inovativa, e suas
possíveis barreiras devem ser consideradas como estratégicas para que sejam
eficazes. Entende-se que esta responsabilidade deva ser dividida com os demais
colaboradores envolvidos com as organizações.
63
Entre as estratégias apontadas por Burgelman, Christensen e Wheelwright
(2009) destacam-se a realização de auditoria para investigar como a empresa tem
sido inovadora nas áreas de oferta de produtos e serviços e/ou de sistemas de
produção e distribuição. Esta auditoria deverá, também, reunir condições de apontar
possibilidades de ajustes entre o negócio mercadológico praticado e as estratégias
corporativas da empresa, suas capacitações para inovar e quais são as necessidades
empresariais em termos de capacidade inovativas para suportar suas estratégias de
negócios a longo prazo.
A capacidade de inovação organizacional vai depender do alinhamento da
capacidade tecnológica instalada, bem como de outras capacitações críticas em áreas
como o pátio de fabricação com suas instalações, maquinários e equipamentos,
marketing e distribuição, além da gestão dos recursos humanos.
Papaconstantinou (1997) argumenta que a capacidade das empresas para
inovar depende de múltiplos fatores como os esforços identificados para a criar novos
produtos ou melhorar o processo de produção, a extensão das competências da força
de trabalho contratada, a capacidade de aprender e o ambiente em que as
organizações operam. Todas as atividades relacionadas com a inovação como
pesquisa e desenvolvimento, design, marketing, aquisição de patentes, máquinas e
equipamentos, contratação de pessoal qualificado, valores de P&D, seus volumes e
intensidade ajudam a determinar a capacidade inovativa.
A difusão da inovação molda a produtividade através de vários canais como a
compra de maquinários e equipamentos novos e sofisticados, reforça a aquisição de
licenças ou patentes que permitam o uso de ideias desenvolvidas em outros locais, ou
o empréstimo de ideias e perícia, mas ao mesmo tempo um esforço inovador próprio é
importante para permitir que os benefícios da tecnologia sejam compreendidos com o
aprendizado organizacional.
Neely e Hii (1998) relatam quatro fatores que possibilitam repercutir a
capacidade de inovar de uma organização sendo a cultura, os recursos, competências
e redes, conforme representado na figura 6.
64
Figura 6 – Fatores que repercutem na capacidade inovativa
• Sistema
Gerencial
• Financeiro
• Humanos
• Estruturais
• Sistema Físico
Cultura
Recursos
Competência
Ativos
+
+
Conhecimento
Competências
Redes
• Internas
• Exernas
Competência
Habilidade de
integrar
• Oportunidade e
mercado
• Habilidade
tecnológica
Fonte: Neely e Hii (1998). Adaptado pelo autor.
Para Neely e Hii (1998), a cultura de uma organização deve ser de valorização
das competências e do conhecimento, incorporados em sistemas físicos e sistemas
gerenciais, que são moldados pela cultura da empresa. Assim, a cultura desempenha
papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de uma empresa para inovar.
Ela influencia no “modo como as coisas são feito” dentro da empresa e as relações
entre os funcionários da empresa. Entende-se que a cultura organizacional permeia a
junção de várias culturas.

O conjunto de ativos e competências que são utilizados para criar ou apoiar a
competitividade e gerar vantagem para as empresas. A adoção de recursos,
em termos de recursos financeiros, humanos e estruturais é crucial para a
inovação. As empresas concorrentes são diferentes em termos de adoção de
recursos e portanto, as diferenças surgem em termo de vantagem competitiva
e de inovação.

A competência de uma empresa lhe confere a capacidade de explorar suas
ideias inovativas. Competência inclui habilidades como integrando as
oportunidades de mercado com habilidades tecnológicas, de resolução de
65
problemas de maneira criativa compartilhando o conhecimento tácito e
experimentação. A competência de uma empresa muitas vezes se concentra
no setor de engenharia, design, recursos ativos e pesquisa e marketing. O
papel do gestor organizacional é combinar as oportunidades de mercado com
competência para gerar inovações.

As Iniciativas de redes são essenciais para a capacidade de inovar, pois elas
agem como um veículo para a importação de conhecimento externo e interno.
Este veículo é crucial para muitas fontes de inovação e devem ser estimulados.
Muitas vezes, a maior parte dessas iniciativas de redes são informais.
Empresas inovadoras dependem de ambas as redes informais e formais para
suas inovações.
Neely e Hii (1998) concluem que o conhecimento é a base sobre a qual as
ideias inovadoras são geradas. A inovação é fundamentalmente um processo
cumulativo de aprendizagem, pesquisa e exploração. Este processo cumulativo reduz
as incertezas embutidas em uma atividade inovadora. Inovações envolvem a
combinação de ideias e conhecimentos novos e antigos para resultar em novos
produtos, técnicas, formas de organização e novos mercados.
Como pressuposto teórico, adota-se para a elaboração deste trabalho a
definição de capacidade inovativa, ou de inovação, com base apresentada por Neely e
Hii (1998), onde deve ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar
saída inovadora que depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma
vez que lhe permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades.
Entende-se que a proposta de verificação da capacidade inovativa das
empresas fabricantes de coletores solares devem ser embasadas na composição de
indicadores de inovação, que estarão contidos nos compostos de verificação da
cultura, recursos, competências e redes das empresas envolvidas.
66
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico
Burrell e Morgan (1979), citados por Paiva (2011), desenvolvem a análise
científica sobre o conjunto de pressupostos filosóficos que são considerados
subjacentes às diferentes abordagens reconhecidas em ciências sociais sobre a ótica
da geração de conhecimento, estes pressupostos são compostos da ontologia,
epistemologia, natureza humana e metodologia, quadro 13.
Quadro 13 – Pressupostos da análise científica
Natureza
Ontológica
Descrição
A natureza filosófica da questão é aproximada a realidade externa ao
indivíduo, ou como se fosse produto de sua consciência, possui natureza
objetiva ou subjetiva
Nominalista quando o mundo social externo á cognição do indivíduo é
construído por nomes, conceitos e títulos utilizados para estruturar a
realidade, esses nomes utilizados para codificar o mundo, que possui
qualquer estrutura real.
Realista – Considera que o mundo social externo possui estruturas
concretas, tangíveis, reais e relativamente imutáveis.
Epistemológica
A forma como o conhecimento é obtido, o que é considerado pelo
indivíduo como falso ou verdadeiro, a possibilidade ou não de aquisição
do conhecimento apenas pela experimentação, são aquelas que são
evadas em consideração.
Positivista - busca explicar o que acontece no mundo social, através da
identificação de regularidades e de relações de causa e efeito. Baseado
nas abordagens tradicionais predominantes nas ciências naturais.
Antipositivismo - considera ser inútil a busca de regularidades e de
relações causais no mundo social, que deve ser visto de forma
relativizada.
Natureza
humana
Procuram interpretar a relação dos indivíduos em seu ambiente, sendo
essa relação sujeito de investigação e podendo ser vista sob duas
perspectivas
Voluntarismo predomina a visão de um homem completamente
autônomo e com livre arbítrio
Determinismo o homem é visto como sendo totalmente condicionado ao
ambiente que habita
Metodológico
Ideográfica – considera que o entendimento do mundo social só é
possível pela obtenção, em primeira mão, do conhecimento sob
investigação.
Monotética – dá ênfase ao protocolo sistemático e s técnica, estando
voltada para a construção de testes científicos e técnicas quantitativas
para análise de dados.
Fonte: Burrell e Morgan (1979) – citados por Paiva (2011)
67
O entendimento sobre tais pressupostos e características torna-se importante
para o presente desenvolvimento, desenvolver uma linha de abordagem metodológica
para o trabalho de dissertação que se pretende.
Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico
Fonte: Burrel e Morgan (1979)
Tendo como base os conceitos abordados, pretende-se caracterizar este
trabalho sob o pressuposto da ontologia sendo realista, sob a epistemologia será
positivista, a natureza humana voltada para o determinismo e a metodologia como
monotético.
Defende-se que a natureza ontológica do desenvolvimento seja realista por
entender que as organizações fabricantes de coletores solares representam estruturas
concretas e tangíveis, bem como o objeto proposto de análise que são os coletores
solares de média capacidade.
Quanto ao pressuposto epistemológico, considera-se que seja positivista pois,
buscam-se explicar fatos que ocorrem no mundo social através da proposta de modelo
conceitual de indicadores de inovação, que possuem métricas mensuráveis que
beneficiam o entendimento de causa e efeito predominante nas ciências sociais.
A natureza humana do desenvolvimento é pareada com a determinista, pois a
população condiciona o estudo a ser desenvolvido sobre ele, já existe com suas
práticas culturais e formas de atuação perante o mercado, e desta forma, objetiva-se
apenas relatar as formas de fabricação dos coletores solares de média capacidade.
68
Por fim, a metodologia apreciada para este desenvolvimento é a monotética,
pois, a proposta é de dar ênfase aos protocolos existentes e testados previamente em
outros setores da economia nacional, afere-se técnicas científicas voltadas para testes
e medições quantitativas para análise de dados. Em síntese, pretende-se adotar uma
metodologia realista.
3.2 Tipologia de pesquisa
Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) descrevem a pesquisa
exploratória sendo útil para o tomador de decisões que dispõe de rasas informações,
que desse ser orientado para a descoberta. Este tipo de pesquisa é indicado para o
segmento de indústrias que assume características inovadoras, pois identifica novas
técnicas e objetiva descoberta de tecnologias que atendem as necessidades da
empresa ou do consumidor.
Segundo Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) a pesquisa
descritiva, são estruturadas e especificamente criados para medir as características
descrita em uma questão de pesquisa. As hipóteses, derivadas da teoria, normalmente
servem para guiar o processo e fornecer uma lista do que precisa ser mensurado.
Quanto a pesquisa descritiva, Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra
(2006) a considera transversal quando pode dar ao usuário um panorama ou uma
descrição dos elementos administrativos em um dado intervalo de tempo, fornece
dados transversais, sendo que os dados são coletados em um único ponto no tempo e
sintetizados estatisticamente.
A natureza deste trabalho assume-se a característica de ser exploratória
descritiva, por assumir a necessidade de descoberta sobre o estado da arte das
fabricantes de coletores solar de média capacidade, além de se tornar flexível e
versátil pela iniciativa inédita de estudo deste segmento de mercado, sendo baseada
em dados secundários e com levantamentos piloto acerca da atividade econômica.
Segundo Machado et al. (2007) o método de pesquisa que se utiliza o Survey é
mais usual para a realização de pesquisa quantitativa, pois envolve a realização de
uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é realizada através da aplicação
de questionário ou formulário junto à população investigada.
O método Survey com a característica de corte transversal será útil na
percepção da composição inovadora das fabricantes de coletores solares pois o
campo de inovação é muito dinâmico podendo sofrer interferências de diversos atores
internos e externos à organização.
69
Para complementar, caso necessário, a coleta de dados, projeta-se a
possibilidade de visitar as empresas fabricantes e aplicar o questionário diretamente
com os diretores das organizações, podendo este contato ser efetuado por
prospecções realizadas em eventos pertinentes ao setor.
3.3 Universo de análise
Segundo Malhotra (2006) a elaboração de uma análise amostral deve começar
com a especificação da população-alvo, onde a coleção de elementos ou objetos que
possuem a informação procurada pelo investigador, e sobre as quais se pretende
investigar uma hipótese. Neste caso, o autor enfatiza que, a população alvo deve ser
definida com precisão para que a resposta do que se pretende investigar tenha grande
percentual de assertividade.
Malhotra (2006) também define que o tamanho da amostra diz respeito a
quantidade de elementos a serem incluídos no estudo pretendido, sendo que esta
composição é complexa e envolve várias considerações de ordem quantitativa e
qualitativa.
Sabe-se que atualmente o setor produtivo de coletores solar nacional possui
regulamentação, em processo, organizada e reconhecida pela ABRAVA, que atua
mercadologicamente como sindicato que regulariza as atividades institucionais das
principais organizações que poderiam ser averiguadas neste desenvolvimento. A
ABRAVA trabalha em conjunto com o Governo Federal, inclusive na emissão de
certificação que assegura o nível de eficiência energética dos coletores – Programa
Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização
Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de
fabricação dos coletores conforme normas internacionais.
Segundo ABRAVA (2013) a quantidade de organizações envolvidas no
segmento de aquecedores solares é de aproximadamente 200 organizações,
distribuídas entre fabricantes, consultores, instaladores, centros de distribuição,
representação
comercial,
representantes,
entre
outros,
porém
a quantidade
identificada como fabricantes, objeto do estudo em análise é de 40 empresas (objeto
de análise).
O universo deste segmento de mercado apresenta-se limitada quanto a
quantidade de atores que atuam na fabricação de equipamentos, uma característica
que pode dificultar a obtenção de determinadas informações sobre os indicadores de
inovação.
70
Inicialmente pretende-se abordar todo o universo das fabricantes através de
emissão de um questionário eletrônico, este questionário foi enviado por link
eletrônico, que foi encaminhado diretamente para os e-mails dos diretores e
proprietários das organizações.
Importante relatar eu todas as empresas descritas como fabricantes,
identificadas pela ABRAVA, foram abordadas para colaborarem com a coleta de
dados. O universo identificado foi de 40 organizações fabricantes de coletores solares,
e desta quantidade, foi identificado o retorno de 20 organizações, o que corresponde a
50% de abrangência do território nacional.
3.4 Composição de instrumento de coleta de dados
O
questionário
apresenta
questões
quantitativas
para
mensurar
as
porcentagens e índices quantificáveis dos indicadores de inovação, como também
apresenta questões qualitativas, especificamente desenvolvidas para avaliar níveis de
percepção dos gestores organizacionais acerca da capacidade inovativa.
No plano de elaboração do questionário de pesquisa, utilizou-se na introdução
do tema a apresentação dos objetivos de pesquisa, e desta forma trabalhar com
clareza e transparência junto aos respondentes sobre os objetivos da proposta de
trabalho.
O presente questionário faz parte do projeto de Pesquisa e
Desenvolvimento - P&D - da Companhia Energética do Estado de
Minas Gerais – CEMIG e Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, com parceria do Centro Universitário UNA (Belo
Horizonte/MG), cujo tema é a Caracterização da Dinâmica de
Inovação dos Fabricantes de Coletores Solares Nacionais: Avaliação
a partir de um conjunto de indicadores de inovação. Para a correta e
confiável representação dos resultados, torna-se de suma
importância que o questionário seja respondido pelas Indústrias que
atuam no segmento de fabricação de painéis/coletores solares, pois
objetiva-se que os resultados possam auxiliar no delineamento das
políticas de tecnologia da cadeia produtiva do setor elétrico. O
questionário deverá ser preenchido, preferencialmente, por um dos
diretores da empresa e, para permitir uma avaliação estatística
confiável, torna-se necessário que todas as questões sejam
respondidas. Dessa forma, solicitamos especial atenção para que
nenhuma questão seja apresentada sem resposta. Sabe-se que a
ética no desenvolvimento de pesquisas científicas bem como a
legislação vigente garantem o caráter confidencial das informações
coletadas, as quais devem se destinar exclusivamente para a
realização da pesquisa. Portanto, as informações aqui coletadas são
de caráter sigiloso e confidencial. Contamos com sua colaboração no
preenchimento
cuidadoso
de
nosso
questionário
Fonte:
http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR,
Elaborado pelo autor.
71
Observa-se o cuidado necessário para apresentar aos respondentes quais
bases estão norteando este trabalho de P&D. A figura 8 trata da identificação e
caracterização de dados gerais da organização sendo que, inicialmente solicita-se a
razão social da empresa e em seguida a identificação do nome fantasia praticado no
mercado atuante. Sabe-se que diversas fabricantes de coletores solares atuam no
mercado com mais de um nome fantasia.
O último questionamento da figura 8 trata do ano de fundação da empresa,
esta pergunta tem por objetivo de mensurar a quanto tempo a fabricante atua no
mercado, e desta forma, buscar fazer um correlato do grau de capacidade de inovação
ligado ao tempo de atuação mercadológica das fabricantes.
Figura 8 – Caracterização da empresa respondente
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Seguindo a parte de caracterização da empresa respondente, questiona-se ao
respondente sobre o estado e município a qual a fabricante está inserida, e desta
forma compreender onde se localiza geograficamente as fabricantes no território
nacional.
Segundo manual da PINTE (2013), a unidade de investigação pleiteada para o
trabalho é a empresa, neste caso, as empresas caracterizadas como fabricantes de
coletores solares instaladas no território nacional. Estas empresas devem ser
consideradas como unidades jurídicas, caracterizadas por uma denominação “firma”
ou razão social. Estas unidades empresariais devem exercer atividades econômicas
72
em uma ou mais unidades locais, e ter responsabilidade pelo capital investido nestas
atividades.
Outro questionamento pertinente a se fazer sobre a empresa respondente trata
a forma de constituição jurídica da fabricante, figura 9, onde pretende-se identificar a
origem do capital formador. Neste quesito objetiva-se identificar se o capital de
constituição é de origem nacional, estrangeira ou de capital misto.
Capital controlador é aquele que é titular de uma participação no
capital social que lhe assegura a maioria dos votos e que, portanto,
possui direitos permanentes de eleger os administradores e de
preponderar nas deliberações sociais, ainda que não exerça este
direito, ausentando-se das assembleias ou nelas se abstendo de
votar. (...) Origem do capital controlador – O capital controlador é
nacional quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas
físicas residentes e domiciliadas no país. O capital controlador é
estrangeiro quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas
físicas ou jurídicas domiciliadas fora do país. (PINTEC 2011, p.02)
Figura 9 – Constituição jurídica da empresa
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A figura 10 trata da verificação de evolução da quantidade de funcionários
diretos e terceirizados que trabalham nas fabricantes, o objeto análise apresenta
recorte temporal entre os anos de 2011 a 2013, neste trabalho o ano de 2014 foi
suprimido, entende-se que os dados apresentados para o ano de 2014 seriam
incompletos e poderiam afetar a representação do estudo proposto.
Figura 10 – Composição do quadro funcional
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A figura 11 trata da investigação se a fabricante de coletores teve como origem
algum projeto desenvolvido de incubadora de empresas, e desta forma, compreender
o nível de capacitação e consultoria que seus fundadores tiveram acesso no ato de
constituição empresarial.
73
Figura 11 – Participação em incubadora
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A figura 12 trata da identificação respondente do questionário, objetiva-se que
este questionário seja respondido pelo diretor da empresa fabricante, porém, entendese que devido a especificidade de algumas indagações, que as respostas seriam mais
facilitadas sendo assumidas pelo gestor de produção ou até mesmo do setor contábil.
No caso de não compreensão das respostas fornecidas pelas organizações, toma-se o
cuidado de solicitar a identificação do respondente para dirimir dúvidas.
Figura 12 – Identificação do respondente
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A escolaridade do respondente foi questionada com o propósito de identificar o
grau de instrução do respondente, e desta forma perceber o perfil da direção
responsável pelos dados da fabricante.
No que se refere ao objetivo de identificar os indicadores de inovação para o
segmento de mercado proposto, o próximo questionamento teve como propósito que o
respondente adotasse em uma escala de 1 a 5, onde 1 representasse um baixo grau
de importância e 5 representasse um alto grau de representatividade, a frequência de
introdução de produtos inéditos ou claramente aperfeiçoados no mercado atuante.
Figura 13 que segue;
74
Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A figura 14 apresenta como questionamento, o percentual de faturamento que
a fabricante obteve com a comercialização de produtos lançados durante o período de
2011 a 2013, novamente excluído das análises o ano de 2014.
Figura 14 – Percentual de faturamento bruto
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
PINTEC (2011) apresenta definições adotadas por este trabalho para descrição
de produtos e a forma de introdução no mercado atuante.
Produto novo (bem ou serviço) é um produto cujas características
fundamentais (especificações técnicas, componentes e materiais,
software incorporado funções ou usos pretendidos) diferem
significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela
empresa. (...). Significativo aperfeiçoamento de produto (bem ou
serviço) refere-se a um produto previamente existente, cujo
desempenho foi substancialmente aumentado ou aperfeiçoado. Um
produto simples pode ser aperfeiçoado (no sentido de obter um
melhor desempenho ou um menor custo) através da utilização de
matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto
complexo, com vários componentes ou subsistemas integrados, pode
ser aperfeiçoado via mudanças parciais em um dos componentes ou
subsistemas. (...)Não são incluídas: as mudanças puramente
estáticas ou de estilo e a comercialização de produtos novos
integralmente desenvolvidos e produzidos por outra empresa.
(PINTEC 2011, p.3)
Questiona-se na figura 15 se no período de 2011 a 2013 a fabricante introduziu
ou comercializou no mercado produto novo ou substancialmente aperfeiçoado, caso a
resposta do representante seja positivo, abre-se a possibilidade do respondente fazer
comentários sobre qual produto a empresa lançou.
75
Figura 15 – Lançamento de novos produtos
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Com o objetivo de identificar o nível de participação internacional das
fabricantes, questiona-se se a fabricante exporta seus produtos, no caso de afirmativo
a resposta, questiona-se ao respondente o percentual de faturamento que a empresa
obtém com esta atuação. Figura 16.
Figura 16 – Participação em comércio exterior
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Do total de funcionários da empresa, considerando o ano base de 2013,
incluindo os que efetivamente trabalham em tempo integral, incluindo os proprietários,
que o respondente identifique a quantidade de funcionários que estão envolvidos
diretamente com a atividade de inovação. Figura 17.
76
Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A próxima verificação tem como objetivo identificar a qualificação acadêmica
que a organização apresenta em seu quadro de funcionários, neste caso, questiona-se
ao respondente, considerando o ano base de 2013, do total de funcionários da
empresa, incluindo proprietários, a quantidade que possuem formação universitária
entre graduação, especialização, mestrado e doutorado, figura 18.
Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Para identificar o nível de atuação da fabricante no que refere-se a qualificação
da mão-de-obra contratada, se do total de funcionários contratados no ano base de
2013, indicar a quantidade de pessoas que receberam incentivos financeiros para a
qualificação profissional. Figura 19.
Figura 19 – Empregados incentivados pela organização
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
77
Para identificar a forma de remuneração dos funcionários da empresa,
solicitou-se ao respondente que indique a forma que melhor representa o praticado
pela fabricante entre uma forma de remuneração baseada na estrutura de cargos e
salários, baseada exclusivamente na forma variável, com base em resultados,
desempenhos e competências ou baseado em cargos e salários para funcionários de
menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários, considerado
como uma forma mista. Figura 20.
Figura 20 – Formas de remuneração empresarial
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Na figura 21 questiona-se ao respondente sobre os níveis de investimentos e
gastos e investigue a fabricante desprendeu com a contratação de consultorias
externas realizadas para o ano de 2013, distingue se entre as opções as consultorias
realizadas por universidades, centros tecnológicos e institutos de pesquisa pública, por
firmas privadas especialistas em consultorias e solicita-se ao respondente que
apresente o total de despesas com serviços de consultoria realizados para o período
de análise.
Figura 21 – Investimento em consultoria especializada
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Sobre o questionamento se a fabricante teve algum investimento em capital de
risco (venture capital), nesta análise considerando o período entre 2011 a 2013, o
responsável pela empresa teve a opção entre a resposta negativa ou afirmativa.
Figura 22.
78
Figura 22 – Capital de risco
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Questiona-se ao respondente que, em caso de afirmativo, que seja
apresentado a quantidade de projetos conjuntos de inovação, segundo o tipo de
parceiro, que a fabricante firmou durante o período de 2011 a 2013.
Neste
campo
considera-se
como
parceiros
universidades
e
centros
tecnológicos, outras empresas privadas, fornecedores ou clientes da própria
fabricante. Figura 23.
Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Para compreender o nível de verificação que a empresa faz no mercado
atuante, neste caso, se a empresa adora mecanismos para acompanhar o lançamento
de inovações, as movimentações dos concorrentes, a inclusão de novos produtos e
fatores que podem ser considerados oportunidades ou ameaças, foi questionado ao
fabricante se ele adota medidas ou procedimentos de inteligência competitiva de
análise de mercado, considerando para esta resposta a afirmativa ou negativa como
resposta. Figura 24.
Figura 24 – Procedimentos de inteligência Competitiva
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
79
Adotando o método de aplicação de questionário Survey, foi solicitado ao
respondente que ponderasse, no caso da representação da fabricante, por ordem de
prioridade sobre os tipos de alianças tecnológicas firmadas para o período de 2011 a
2013. Considerando como respostas o Fornecimento – busca da redução de custos
das transações comerciais, Posicionamento – busca da consolidação da participação
da empresa no mercado atuante, e Aprendizado – busca pela expansão da
capacidade tecnológica da fabricante. Figura 25.
Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Ainda embasado pelo método survey questiona-se a fabricante, por ordem de
importância, sobre os fatores que motivaram a empresa, caso afirmativo, a realizar
investimentos durante o período de 2011 a 2013. Figura 26.
Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Outra pergunta que foi lançada no questionário teve como pretensão, verificar
como está a percepção do respondente quanto ao grau de inovação empresarial, foi
indagado ao respondente se ele classifica a empresa como “Uma empresa inovadora”,
neste caso as respostas possíveis seriam sim ou não. Figura 27.
Figura 27 – Classificação de empresa inovadora
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
80
Neste questionamento, pretende-se, verificar como o respondente compreende
a organização sob a ótica de inovadora. Sabe-se da subjetividade desta questão,
porém o foco de análise deverá ser a resposta de comentário do respondente. Figura
28.
Figura 28–Descrição da classificação empresarial
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Diante da complexidade do questionário e da densidade de tempo para as
respostas, questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas
atividades empreendedoras como o Pesquisa e Desenvolvimento, Aquisição de
maquinas e equipamentos de produção, Aquisição de licença tecnológica, Despesas
com comercialização – lançamento de novos produtos, Aquisição de computadores e
outro material informático, Despesas com registro e material de patentes, Despesas
com capacitação de pessoal – treinamento, Despesas com consultorias realizada por
universidades e centros de pesquisa, e Despesas com consultoria realizada por
consultores privados. Figura 29.
Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
81
Para identificar o indicador de inovações registradas ou em processo de
registro, questiona-se ao respondente se a empresa detém patentes ou se está em
estágio de solicitação de patentes. Figura 30.
Figura 30 - Patentes
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Questiona-se ao respondente se no período compreendido entre 2011 a 2013,
se a fabricante realizou projetos de melhorias tecnológicas em produtos e processos,
ou até mesmo para o lançamento de novos produtos, no caso de afirmativo, é
solicitado ao respondente que faça um breve comentário em campo aberto sobre a
quantidade. Figura 31.
Figura 31 – Melhorias tecnológicas
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
Para identificar os fatores motivadores que a empresa adota medidas de
atuação no mercado, questiona-se ao respondente a demarcação do grau de
importância entre as opções de diminuir os preços dos produtos, aumentar a
produção, melhorar a distribuição dos produtos, lançamento de novos produtos ou o
fator de exportação das empresas. Figura 32.
82
Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
As duas últimas perguntas foram posicionadas estrategicamente para não
corromper os respondentes, ou até desestimular a continuidade de respostas,
entende-se que o teor do questionamento poderia ser considerado estratégicos para
os respondentes e desta forma se prevê uma grande dificuldade em obter respostas
para o que se propõe.
Questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas
atividades, e o total de despesas realizadas em atividades de aprendizagem e
inovação, tendo como base o ano de 2013. Neste campo se questiona a Pesquisa e
Desenvolvimento, Aquisição de Maquinas e Equipamentos, Aquisição de licença e
tecnologia, Despesas com comercialização pioneira, Investimentos em compras de
computadores, registros de patentes e o total de gastos realizados com aprendizagem
e inovação. Figura 33.
Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
A última informação solicitada ao respondente, igualmente estratégica e de
complexa mensuração, contempla a citação do total de faturamento bruto da
organização realizada no ano base de 2013. Diante deste questionamento espera-se
que o respondente responsável pela organização apresente valores absolutos de
faturamento. Figura 34.
83
Espera-se com os níveis de resposta deste questionamento fazer as análises d
cruzamento de dados par aferir diversos indicadores de investimento de recursos
financeiros.
Figura 34 – Faturamento bruto empresarial
Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo
autor
3.5 Forma de abordagem
Para este trabalho utiliza-se a elaboração de um questionário composto de
questões quantitativas e qualitativas. Quantitativas para apurar métricas dos
indicadores da capacidade inovativa e questões qualitativas para analisar os pontos de
percepção dos gestores sobre indicadores de inovação.
Para Gressler (2007) a forma de abordagem quantitativa se caracteriza pela
formulação de hipóteses, definições operacionais das variáveis, quantificação nas
modalidades de coleta de dados e informações, utilização de tratamentos estatísticos,
que são bases para aferir resultados com precisão e evitar distorções de análise e
interpretações.
Para Martins e Theóphilo (2009) a pesquisa quantitativa assume a
característica em que os dados e as evidências coletadas podem ser quantificados,
mensurados. Os dados podem ser filtrados, organizados e tabulados para serem
submetidos às técnicas e/ou testes estatísticos.
Para Flick (2004) a metodologia quantitativa assume o objetivo de isolar causas
e efeitos, operacionalizar relações teóricas, medir e quantificar fenômenos, criar
planos de pesquisa e formular leis gerais.
Segundo Pope e Marys (1995) os métodos de pesquisa qualitativa e
quantitativa não se excluem, cada forma apresenta diferentes formas e ênfases. O
método quantitativo traz contribuição de cunho racional e intuitivo, já o método
qualitativo possibilita uma abordagem subjetiva de análise
Já o modelo qualitativo, segundo Gressler (2007), apresenta diferenciação
quanto a forma de abordagem, sendo que é considerada à medida que não emprega
84
instrumentos estatísticos como base do processo de análise. É utilizada quando se
busca descrever a complexidade de determinado problema.
A aplicação do questionário contemplou 40 empresas fabricantes de coletores
solares filiadas à ABRAVA.
A ABRAVA desenvolve um trabalha em conjunto com o Governo Federal,
inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de eficiência energética dos
coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL,
gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que tratase de um selo de garantia de fabricação dos coletores conforme normas
internacionais.
O registro de coleta dos dados ficou sob a responsabilidade de uma empresa
terceirizada, contratada pela CEMIG, que utilizou o software Lime Survey. O
questionário
eletrônico
foi
encaminhado
para
as
empresas
fabricantes
eletronicamente, estipulados prazos para respostas, e paralelamente feito contatos
telefônicos para orientações diversas.
A elaboração do questionário aplicado às empresas fabricantes de coletores
solares teve como base os trabalhos desenvolvidos pela PINTEC (2013), sendo que
foram selecionados os quesitos referentes aos indicadores de inovação para esta
composição. O tratamento dos dados foi realizado pelo próprio autor deste
desenvolvimento, com o auxílio do Orientador Professor Dr. Ricardo Paiva e Coorientador Professor Dr. Fabrício Ziviani, este último sendo considerado profissional
com relevantes contribuições na área de indicadores de inovações.
Sobre a consistência dos dados apurados, entendem-se que foram abordadas
as fabricantes nacionais de maior expressão, que atuam formalmente no mercado e
que possuem certificações de fabricação reconhecidas por agências governamentais
reguladoras da atividade econômica. Foram abordadas todas as empresas fabricantes
nacionais, e recolhido 50% de respondentes. Este desenvolvimento trabalha com 50%
de respondentes instalados no território nacional.
Importante destacar que o questionário foi destinado aos diretores e/ ou
proprietários das empresas fabricantes, ou seja, os responsáveis pela gestão
organizacional. Entende-se que a seleção dos gestores organizacionais daria mais
credibilidade as respostas conquistadas. Cada empresa teve a possibilidade de
contribuir com um único questionário, mesmo quando fabricante de modelos diferentes
de coletores solares.
Registra-se a opção de participação no 2º Congresso Brasileiro de
Aquecimento Solar e Intersolar South América, ocorrido na cidade de São Paulo, no
85
final do mês de agosto de 2014, como forma de aproximação e abordagem junto às
fabricantes de coletores solares. Evento realizado pela Solar Promotion International,
Freiburg Management Marketing International, Aranda Eventos e ABRAVA, que reuniu
temas de grande relevância técnica para os profissionais do setor de aquecimento
solar, energias renováveis, construções sustentáveis e arquitetura.
Durante a realização do congresso foi possível obter um dimensionamento do
setor, coletar informações que compõem este trabalho e fazer a prospecção de
fabricantes para a composição dos resultados de questionário.
3.6 Técnica de análise estatística de dados
A forma de abordagem das organizações fabricantes se deu pelo envio do link
do questionário, método survey, contatos telefônicos com representantes e diretores
das empresas e participação de congressos do setor que possibilitasse uma
abordagem direta para a apresentação e afirmação da importância de resposta.
Para Bertucci (2008, p. 76) a análise de dados deve mencionar: “como os
dados obtidos de fontes primárias e ou secundárias serão analisados, como a
observação direta será operacionalizada e como as informações obtidas por meio de
entrevistas serão analisadas”. Ou seja, na análise de dados deverão ser evidenciados
os métodos utilizados para formar uma base de conclusões e constatações.
Apresenta-se que o universo preterido para o desenvolvimento desta análise é
de 40 organizações fabricantes de coletores solares. Todos os fabricantes foram
abordados
para
participação
deste
desenvolvimento,
foram
respondidos
20
questionários, o que representa 50% do universo identificado.
A limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes, 50% do
total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o número
absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a realização
de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de correlações
entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o sentido das
relações entre as componentes da capacidade absortiva envolvidas no estudo, além
de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de dados, haja vista a
possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual de respondentes
tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de questões
abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita a
realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações
estruturais.
86
4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO
Segundo Cometta (2000) uma das mais importantes características da energia
solar é de ser uma forma de energia absolutamente pura; não origina fumaça, escórias
e tampouco a descargas de gênero algum. Nesse sentido, o aproveitamento da
energia solar constitui a solução ideal para a proteção do meio ambiente.
Observa-se que o potencial total da energia solar que atinge a Terra representa
cifras fantásticas. Anualmente chegam à Terra mais de 1018kWh; num só mês, o Sol
envia à Terra o equivalente de cerca de 1013t de carvão, comparáveis às reservas total
de carvão do Planeta. Além disso, que o consumo anual de energia pela humanidade,
é avaliado atualmente em 1014kWh, apenas 1/10.000 da energia que o Sol envia à
Terra (COMETTA, 2000).
Mas, contudo, se a energia solar é tão abundante e barata porque ainda a
utilizamos tão pouco como fonte energética? Nas palavras de Cometta (2000)
questiona-se:
À luz do que se disse, e considerando que a energia solar está
disponível de forma absolutamente gratuita, surge espontaneamente
a pergunta: como o aproveitamento da energia solar, para fins
técnicos, é praticamente inexistente?
A resposta é simples e esclarecedora: a energia solar se apresenta
sob forma disseminada, e não concentrada, e sua captação e
aproveitamento, ao menos para potências elevadas, requerem
instalações complexas e custosas. A energia também, no local de
instalação, é disponível de forma descontínua, sujeita a alternâncias
periódicas (dia-noite; verão-inverno) e casuais (céu claro – nebuloso),
pelo que é indispensável prover dispositivos de acumulação, com
ulteriores complicações e elevação dos custos da instalação.
(COMETTA, 2000, p. 29).
Cometta (2000) identifica o surgimento do desafio de inovação de uma
tecnologia capaz de captar e armazenar a energia solar, visto que é elevada
necessidade de desenvolvimento de novas alternativas de energia, e a energia para
atender as necessidades da sociedade deve ser procurada onde é mais abundante e
barata.
Existem constantes discussões sobre o fim dos combustíveis fósseis, com isso
iniciou-se buscas por alternativas de energias renováveis que não causem impactos
ambientais. Uma dessas alternativas é a energia solar térmica. DASOL (2013).
Os meios de captação direta da energia solar são as estufas – por meio de
chapas coletoras; espelhos; fotocélulas e as possíveis combinações entre esses
meios. COMETTA (2000).
87
Segundo informações da DASOL a instalação de cada m² de coletores solares
equivale às representações do quadro 14.
Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares
56 metros quadrados de áreas inundadas (hidrelétricas);
Cada m² de coletor solar instalado,
utilizado durante um ano
215 quilos de lenha;
66 litros de diesel;
55 quilos de gás.
Fonte: DASOL (2013) Adaptado pelo autor.
De acordo com o DASOL (2013), atualmente no Brasil tem-se utilizado a
energia solar para o aquecimento de água, o que reduz o uso do chuveiro elétrico, um
dos grandes responsáveis pelo alto consumo da energia elétrica. Com a instalação do
Sistema de Aquecimento Solar - SAS, há uma economia de até 50% na conta de
energia elétrica.
O uso dessa tecnologia ocorre predominantemente no setor residencial, mas
há demanda significativa e aplicações em outros setores, como edifícios públicos e
comerciais, hospitais, restaurantes, hotéis e similares. “Para o suprimento de água
quente de uma residência típica (três ou quatro moradores), são necessários cerca de
4m² de coletor” – ANEEL (2013, p. 33).
4.1 Caracterização do setor
Segundo a ANEEL (2013) atualmente existem vários projetos em operação
para o aproveitamento da energia solar no Brasil, principalmente por meio de sistemas
fotovoltaicos de geração de eletricidade para o atendimento às comunidades isoladas
da energia elétrica.
O setor de aquecimento solar engloba empresas que atuam com a fabricação,
venda instalação, projeto, manutenção e consultoria. Existem aproximadamente 200
empresas que atuam no setor e movimentam cerca de R$500 milhões/ano (DASOL,
2014). Ressalta-se que o objeto de estudo para este trabalho se restringe somente as
fabricantes de coletores solares.
Conforme a ANEEL (2013) esclarece estes projetos recebem ajuda e apoio de
órgãos nacionais e internacionais:
Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos
órgãos e instituições brasileiras (MME, ELETROBRÁS /CEPEL e
universidades, entre outros), esses projetos tem todo o suporte de
organismos internacionais, particularmente da Agência Alemã de
Cooperação técnica (GTZ) e do laboratório de Energia Renovável dos
88
Estados Unidos. (National Renewable
NREL/DOE). ANEEL (2013, p.37)
Energy
Laboratory
-
Além disso, segundo o DASOL (2013) os programas habitacionais CDHU;
COHAB e Minha Casa, Minha Vida utilizam o Sistema de Aquecimento Solar (SAS) de
água, tendo assim uma grande economia de energia elétrica e menor custo. O
mercado de aquecimento solar tem crescido muito, acumulando uma área superior a 5
milhões de m² de coletores solares instalados.
4.2 Fabricantes de coletores identificados
O mercado Nacional fabricante de coletores solares apresenta como principal
agente normalizador a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado,
Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), segundo dados divulgados, atualmente o setor
envolvido com o segmento de aquecimento solar conta com 40 empresas distribuídas
pelo país com uma tendência de concentração na região sudeste (ABRAVA, 2013).
Como abordado anteriormente, a ABRAVA trabalha em conjunto com o
Governo Federal, inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de
eficiência energética dos coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras –
ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de fabricação dos coletores
conforme normas internacionais.
Em análise ao banco de dados da ABRAVA, foram identificados 40 fabricantes
de coletores solares instalados no território brasileiro, conforme quadro 15.
Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares
ID Fabricante
Cidade
UF
1
Aço Nobre
Aparecida de Goiânia
GO
2
Aquecemax
Belo Horizonte
MG
3
Arksol
Belo Horizonte
MG
4
Atual aquecedores
Mogi Guaçu
SP
5
Bosch
Campinas
SP
6
Brauer
Ponta Grossa
PR
7
ColSol
Indaiatuba
SP
8
Cumulus
Birigui
SP
9
E2Solar
Barueri
SP
10 Enalter
Nova Lima
MG
11 Excel Metalúrgica
Juiz de Fora
MG
12 Girassol
Piracicaba
SP
13 Kisol
Mococa
SP
89
14 Komlog
São José
SC
15 Mastersol
Sorocaba
SP
16 Maxtemper
Belo Horizonte
MG
17 Mondialle Solar
Florestópolis
PR
18 NGK-Rinnai
São Paulo
SP
19 Ouro Fino
Ribeirão Preto
SP
20 Pantho
Vespasiano
MG
21 Porto Solar
Porto Alegre
RS
22 Pro-sol
Mauá
SP
23 RM Aquecedores
Sorocaba
SP
24 Solar Life
Ribeirão Preto
SP
25 Solar Minas
Poços de Caldas
MG
26 Solar Nobre
Aparecida de Goiânia
GO
27 Solarpress
Vargem Grande
SP
28 Soletrol
São Manuel
SP
29 Solis
Birigui
SP
30 Soltec
São Carlos
SP
31 Soria
Birigui
SP
32 Taiyo
Caçapava
SP
33 Tégula
Atibaia
SP
34 Tempersol
Taubaté
SP
35 Termomax
Brodowski
SP
36 Termotron / JMS
Contagem
MG
37 ThermoSystem
Tubarão
SC
38 Transsen
Birigui
SP
39 Tuma
Contagem
MG
40 Unisol
Brodowski
SP
Fonte: adaptado de ABRAVA, 2013.
Importante relatar que todas as empresas descritas como fabricantes foram
abordadas para a colaboração com o trabalho de coleta de dados, do universo
descrito como 40 fabricantes de coletores solares.
Conforme já abordado na investigação sobre a literatura disponível obteve-se a
confirmação da existência de dois clusteres de fabricantes de coletores solares
nacionais. São Paulo e Minas Gerais, que assumem respectivamente a referência de
instalação das fabricantes, sendo que os outros estados nacionais assumem, de forma
discreta, baixa quantidade de fabricantes instalados. Na Tabela 1 são apresentados os
dados da localização das empresas respondentes.
90
Tabela 1 - Localização geográfica das fabricantes
Unidade da Federação
Frequência
Percentual Válido
Goiás
1
5,0%
5,0%
Santa Catarina
1
5,0%
10,0%
Minas Gerais
7
35,0%
45,00%
São Paulo
11
55,0%
100,0%
20
100,0%
Total
Fonte: Dados da pesquisa
Percentual Acumulado
Observam-se a concentração das empresas na Região Sudeste (90% da
amostra) sendo que a maioria delas está localizada no Estado de São Paulo (55% das
respostas válidas) seguido de Minas Gerais (35% dos respondentes). Apenas 5% das
empresas respondentes estão na Região Sul e o mesmo percentual no Centro Oeste,
confirmando uma tendência dos fabricantes de coletores solares em se instalarem nos
centros industriais mais desenvolvidos onde as condições de mercado favorecem o
crescimento e a consolidação deste setor. Estes dados encontram-se em consonância
com as informações divulgadas pela ABRAVA (2013) e DASOL (2014).
91
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados alcançados com a aplicação de um
modelo de indicadores de inovação exposto aos fabricantes nacionais de coletores
solares. O universo estatístico abordado foi de 40 fabricantes distribuídas no território
nacional.
Atendendo a questões de sigilo pactuado com as empresas fabricantes, neste
trabalho não serão desenvolvidos tópicos que possibilitem a identificação dos
respondentes nem das fabricantes que optaram por participar.
5.1 Perfil do setor e das Empresas
A abordagem de mercado para coleta de dados contemplou as 40 empresas
caracterizadas como fabricantes, e desta amostragem obteve-se como respondentes
20 fabricantes, ou seja 50% do total de empresas identificadas.
Outra informação importante para a compreensão do setor pode ser extraída
da mensuração do tempo em que estas empresas atuam formalmente no mercado,
representado no gráfico 1.
Gráfico 1 – Média de Idade das fabricantes
Acima de 20
anos
25%
Menos de 10
anos
25%
Entre 10 e
20anos
50%
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se com o gráfico 1 que 50% das fabricantes declararam possuir entre
10 e 20 anos de fundação. Segundo ABRAVA (2013), a evolução do setor fabril de
aquecedores solares neste período passou por transformações marcantes, sendo que
92
houve uma atenção dedicada às questões de profissionalização da indústria, crise de
abastecimento de outras fontes energéticas praticadas, advindo de conflitos
internacionais entre nações, escassez de matéria prima, reajustes de preços,
incidência de impostos e racionamento energético na matriz brasileira.
O quadro 16 aborda-se os dados referentes à forma de constituição do capital
controlador da empresa. Esta informação se torna importante para a correta
mensuração das formas de tomadas de decisões gerenciais e mercadológica.
Quadro 16 – Constituição da pessoa jurídica dos fabricantes
Tipo de formação
Id. Empresa
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
C1
D1
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Misto
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Empresa de Capital Nacional
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se com esta apuração sobre a forma de constituição de capital
controlador que 5% das empresas apresentam ser mista a forma de gestão financeira,
o montante de 95% das organizações atua com o aporte de capital nacional. Este
dado estatístico aponta para o nível interno nacional de empreendedores que
assumem o risco financeiro de investimento no processo fabril de coletores solares.
A tabela 2 descreve, diante dos respondentes, a representação nacional de
constituição do capital acionário empresarial
Tabela 2 - Constituição Jurídica do setor
Frequência
Percentual
Percentual
Válido
Percentual
Acumulado
Empresa de capital nacional
Empresa de capital estrangeiro
Empresa de capital misto
19
0
1
95,00%
0,00%
5,00%
95,00%
0,00%
5,00%
95,00%
95,00%
100,00%
Total
20
100,00%
100,00%
Constituição Jurídica
Fonte: Dados da pesquisa
93
Segundo PINTEC (2013) a identificação da fonte de constituição do capital
formador empresarial se torna importante para mensurar a titularidade empresarial, e
desta forma verificar de quais de onde podem prover as deliberações sociais. Esta
característica pode apresentar a forma empresarial de lidar com os riscos de
investimentos realizados em inovações de mercado.
A tabela 2 apresenta a evolução do setor fabril estudado sob a ótica da
quantidade de trabalhadores contratados diretamente pelas fabricantes, e apresenta
em 2011 a quantidade de 1.263 postos de trabalhos, para o ano de 2012 houve um
crescimento de 13,14% fechando o ano com 1.429 trabalhadores contratados. Para o
ano de 2013 também é percebido acréscimo de 12,59% fechando o ano com 1.609
trabalhadores.
Tabela 2 - Quantidade de empregados próprios e terceirizados
ID
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
C1
D1
Total
2011
10
200
19
120
11
0
15
9
12
90
50
8
70
173
57
60
27
84
200
48
1263
Próprios
2012
22
220
22
130
18
8
20
9
16
15
68
14
66
214
63
100
31
100
240
53
1429
2013
37
290
24
150
25
19
25
10
25
30
87
16
69
268
76
120
32
50
200
56
1609
2011
0
20
0
5
0
0
3
0
0
15
0
0
5
23
18
0
0
10
50
0
149
Terceirizados
2012
0
30
0
4
0
0
6
0
0
3
0
14
5
25
24
10
0
8
50
0
179
2013
0
40
1
5
0
0
8
0
0
6
0
18
3
31
31
20
0
6
50
0
219
Fonte: Dados da pesquisa
A representação de empregados terceirizados apresenta evolução semelhante
a de empregados próprios das organizações, sendo que em 2011 eram 149
terceirizados, em 2012 eram 179 terceirizados (acréscimo de 20,13%), e em 2013
anotado 219 trabalhadores terceirizados, com acréscimo de 22,34%.
Quanto da análise comparativa entre as fabricantes é importante afirmar que
no ano de 2013, a empresa que apresenta maior percentual de funcionários
contratados, tendo como base o total apresentado pelo setor, é a empresa paulista A2,
com 18% da totalidade, sendo acompanhada pela empresa B3 com 17% e a empresa
C1 com 12%.
94
Outra base de análise relevante de análise está relacionada ao aumento de
contratação de trabalhadores entre as fabricantes entre os anos de 2012 e 2013. A
empresa que apresenta melhor performance é a A10 que no ano de 2011 possuía 90
trabalhadores contratados, passou por um processo de reestruturação em 2012
mantendo 15 funcionários e no ano de 2013 apontou para uma leve recuperação
chegando a 30 trabalhadores contratados.
A empresa A6 assume que suas atividades empresariais iniciaram-se no ano
de 2012 com 8 trabalhadores, e no ano de 2013 tinha contratado 19 funcionários,
relação considerada oportuna para uma empresa que está no processo de
implantação mercadológica.
Dentre
as fabricantes que merecem
destaques pela quantidade
de
trabalhadores, chama-se a atenção para a A2 que no ano de 2011 tinha registrado 200
trabalhadores, no ano de 2012 estava com 220 e no ano de 2013 apresentou 290
funcionários, esta evolução no último ano foi de 32% no nível de contratação.
O destaque negativo quanto se compara níveis de contratação é a B7 e C1. A
B7 apresenta uma redução em seu quadro funcional de 50%, sendo que no ano de
2012 obtinha 100 trabalhadores e no ano de 2013 apenas 50 funcionários. A empresa
C1 relatou que no ano de 2011 tinha 200 contratações, no ano 2012 teve um
acréscimo e atingiu 240 trabalhadores e no ano de 2013 teve sinais de depressão e
passou novamente para 200 trabalhadores, fator de queda de contratação de 17%.
Os dados comparativos sobre a movimentação de contratação e dispensa dos
trabalhadores pelas fabricantes pode subsidiar relevantes observações sobre o
comportamento financeiro das organizações e formas de atuação diante do processo
de fabricação dos coletores solares.
Importante destacar que as fabricantes de coletores solares mantiveram
relativamente o perfil de contratação tanto de trabalhadores diretos quanto de
terceirizados para os anos em análise.
A análise sob a perspectiva nacional dos fabricantes em relação a quantidade
de trabalhadores contratados, ano referência 2013, temos representado na tabela 3
que grande parte das empresas estão atuando entre 20 a 99 empregados contratados.
95
Tabela 3 - Número de empregados das fabricantes em 2013
Frequência
Percentual
Percentual
Acumulado
Até 20
3
15,00%
15,00%
de 21 a 99
12
60,00%
75,00%
de 100 a 499
5
25,00%
100,00%
acima de 500
0
0,00%
100,00%
Total
20
80,00%
Número de Empregados
Fonte: Dados da pesquisa
Na caracterização do porte das empresas foi observado o critério proposto pelo
IBGE, para o segmento industrial, que classifica as fabricantes nacionais quanto ao
número de empregados, qual seja, indústrias de grande porte são aquelas com 500 ou
mais empregados, de médio porte possuem entre 100 e 499 empregados, as
indústrias de pequeno porte entre 20 e 99 funcionários e as microempresas possuem
menos de 20 empregados.
Diante do critério apresentado pelo IBGE, entende-se que 60% das empresas
respondentes podem ser consideradas como indústria de pequeno porte, registrandose ainda que 15% devem ser microempresas (microindústrias), e 25% consideradas
como indústria de médio porte. Esse resultado demonstra que o setor ainda está em
processo de consolidação e que apresenta números discretos quando se trata de
contratação de mão-de-obra operacional.
Quanto o entendimento da origem de formação da empresa, foi questionado se
a empresa participou de alguma incubadora de empresas de base tecnológica, sabese que o processo de incubadoras de base tecnológica oferece às empresas um
ambiente de estímulo a criação e proteção ao desenvolvimento de inovações, além de
se obter capacitação tecnológica e gerencial para novos empreendedores.
Todas as empresas participantes do trabalho afirmaram não ter participado de
incubadores de base tecnológica.
5.2 Análise dos dados
A análise estatística dos dados coletados durante a distribuição do questionário
será realizada de acordo com a proposta de indicadores selecionados para compor o
modelo apresentado.
96
5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas
Segundo PINTEC (2013) as atividades inovativas são consideradas todas as
etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais que visam a inovação de
produtos ou processos. Compreende na dedicação que a empresa apresenta para
realizar, de forma sistemática, o desenvolvimento de suas atividades com o objetivo de
promover o conhecimento e o uso de novas aplicações para o desenvolvimento e
implementação de produtos novos ou substancialmente aperfeiçoados.
Para Fonseca (1998) as organizações que adotam ações de atividades
inovativas criam condições culturais favoráveis para motivar comportamentos dos
funcionários que favorecem as técnicas para o desenvolvimento de projetos de
inovação tecnológica, e as estruturas organizacionais assume condições de criar uma
base formal capaz de viabilizar a execução conjunta de projetos e concretização das
inovações.
A tabela 4 apresenta a apuração, por fabricante, da quantidade de funcionários
que participam e estão envolvidos diretamente com as atividades de inovação nas
organizações tendo como ano base 2013.
Tabela 4 - Quantidade de funcionários
envolvidos com atividade de inovação
Id
Quantidade
Percentual ponderado
A1
6
5%
A2
10
8%
A3
2
2%
A4
5
4%
A5
7
6%
A6
19
15%
A7
30
24%
A8
10
8%
A9
4
3%
A10
3
2%
A11
4
3%
B1
-
0%
B2
0
0%
B3
3
2%
B4
3
2%
B5
2
2%
B6
5
4%
B7
3
2%
C1
10
8%
D1
1
1%
Fonte: Dados da pesquisa
97
De acordo com a tabela 4, percebe-se um maior compromisso das empresas
localizadas no estado de São Paulo no processo de envolvimento de trabalhadores
contratados envolvidos com as atividades de inovação.
Projeta-se diante do cenário apresentado que a fabricante A7 é a que
apresenta maior quantidade de funcionários envolvidos com a atividade de inovação
empresarial, 24% da média ponderada entre as respondentes, a segunda empresa
com resultado positivo é a A6 com 15% dos funcionários contratados envolvidos com a
atividade de inovação organizacional. Esta referência pode ser apontada como um
indicativo do potencial criativo que a empresa apresenta no processo criativo, porém
não se sustenta na potencialidade de sinalizador único da qualidade de ações de
conhecimento e aplicação empresarial.
Tabela 5 - Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor
Número de Empregados
Não respondeu
0
de 1 a 9
Acima de 10
Total
Frequência
1
1
13
5
20
Percentual
Percentual Acumulado
5,00%
5,00%
65,00%
25,00%
100,00%
5%
10%
75%
100%
Fonte: Dados da pesquisa
A tabela 5 aborda a percepção deste grupo analisado que 65% das empresas
respondentes declaram possuir de um a mais funcionários envolvidos com a atividade
de inovação durante o ano de 2013, e 25% das respondentes declaram possuir entre
10 e mais trabalhadores. Apenas uma empresa não respondeu este questionamento e
uma empresa informou que não adota esta prática de investimento na qualificação de
seus funcionários.
Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de funcionários envolvidos
diretamente com a atividade de inovação empresarial deve ser considerada como fator
essencial para o bom desempenho da organização, a cooperação interna entre os
indivíduos apresenta forte indício de eficácia da inovação.
Para Howell e Higgins (1990) os indivíduos envolvidos com os processos de
inovação dentro das organizações são capazes de entusiasmar outros trabalhadores
com sua visão de inovação em potencial e promover a busca por inovações, sempre
assegurado pelo suporte e o comprometimento alheio.
A proposta de utilização destes indicadores assume como pretensão o ato de
revelar o potencial do esforço de inovação nos produtos e processos.
Considera-se para este indicador os funcionários envolvidos com atividade de
inovação organizacional capazes de gerar novas ideias para a organização e aqueles
98
que participam das equipes de desenvolvimento dos projetos e pesquisas que
pertencem a um setor de inovação.
Sabe-se que este questionamento está ligado a forma com a qual a gestão da
empresa busca incentivar a participação dos trabalhadores, e desta forma manter em
seu quadro de funcionários pessoas aptas para lidar com inovações ou adoção de
novas tecnologias.
Este cenário possibilita entender o quanto as organizações analisadas estão
envolvendo seus trabalhadores nas atividades de inovação, e posteriormente perceber
quantos estão envolvidos diretamente na produtividade sem compromisso em inovar,
produtividade para abastece a demanda de mercado.
5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação
Segundo Tigre (2006) as atividades internas de P&D engloba o trabalho criativo
que é realizado de forma sistemática, e que apresenta como objetivo o aumento e uso
do acervo de conhecimento com o propósito de desenvolvimento de novas aplicações
em produtos, processos ou lançamentos de inovações para o mercado.
Para PINTEC (2013) existe um critério para distinguir as atividades de P&D de
outras atividades relacionadas da empresa que é a presença da novidade e a
resolução de um problema científico ou tecnológico. A mensuração das atividades de
P&D são realizadas através dos dispêndios e do número de pessoas dedicadas a esta
atividade.
Sobre a aplicação deste indicador foram formuladas 6 questões para aplicação
no questionário de campo, na primeira questão foi solicitado ao respondente que
informasse, levando em consideração o ano base de 2013, o valor (em reais) em
diversas modalidades consideradas internas de inovação.
O primeiro questionamento solicitava ao respondente que apontasse o valor de
capital investido em sete campos considerados pela PINTEC (2013) de atividade de
inovação interna.
a. Pesquisa e desenvolvimento (P&D)
b. Aquisição de Máquinas e equipamentos
c. Aquisição de licenças de tecnologia
d. Despesas com comercialização pioneira
e. Investimento em compras de computadores
f.
Registro de patentes
g. Total de gastos com aprendizagem e inovação
99
Segundo PINTEC (2013) as atividades de inovação das empresas são aquelas
que apontam para as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais
que tem como ótica a inovação dos produtos ou processo, e que são necessárias para
o processo de desenvolvimento e implementação da inovação no mercado.
Quando da elaboração deste questionário, e da aplicação do pré-teste, foi
previsto que os respondentes se recusariam a prestar determinadas informações.
Inicialmente foram apontadas duas barreiras sendo a primeira pelo grau de dificuldade
em apurar em registros financeiros empresariais, e a segunda pela importância
estratégica que esta informação representa para o corpo gestor empresarial.
A tabela 6 apresenta a síntese de investimentos realizados pelas empresas nas
atividades internas de inovação. Verifica-se nesta representação que as empresas
analisadas apresentam potenciais distintos de investimentos, sendo que, no que se
refere a investimento em P&D, a empresa A1, localizada no estado de São Paulo e a
empresa B7, localizada em Minas Gerais, apresentam níveis de investimentos
superiores as demais participantes de mercado.
Tabela 6 - Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação
Aquisição
de Máquinas
Aquisição
Comercialização
de
Pioneira
Licenças
Investimento
em
Computadores
Registro
de
Patentes
Total
Investido em
Aprendizagem
30.000,00 30.000,00
200.000,00
Cod
P&D
A1
500.000,00
300.000,00
30.000,00
100.000,00
A2
--
--
-
-
-
-
-
A3
0,00
85.000,00
0,00
0,00
6.000,00
0,00
3.000,00
A4
-
-
-
-
-
-
-
A5
25.000,00
100.000,00
0,00
0,00
10.000,00
0,00
135.000,00
A6
50.000,00
1.000.000,00
0,00
100.000,00
10.000,00
2.000,00
1.500,00
A7
-
-
-
-
-
-
-
A8
0,00
15.000,00
0,00
0,00
5.000,00
0,00
20.000,00
A9
20.000,00
180.000,00
0,00
0,00
0,00
0,00
200.000,00
A10
15,00
40,00
0,00
30,00
7,00
5,00
-
A11
60.000,00
438.000,00
0,00
235.000,00
51.000,00
0,00
784.000,00
B1
-
-
-
-
-
-
-
B2
48.000,00
60.000,00
-
-
24.000,00
-
-
B3
-
-
-
-
-
-
-
B4
0,00
470.000,00
0,00
0,00
12.000,00
0,00
0,00
B5
40.000,00
150.000,00
0,00
0,00
30.000,00
0,00
220.000,00
B6
-
-
-
-
-
-
-
B7
180.000,00
120.000,00
0,00
5.000,00
5.000,00 10.000,00
320.000,00
C1
-
-
-
-
-
-
-
D1
10.000,00
50.000,00
0,00
0,00
20.000,00
0,00
80.000,00
Fonte: Dados da pesquisa
100
Sobre o questionamento do volume de aporte de investimentos realizados com
atividade de P&D registra-se o montante informado pelas respondentes de R$
933.015,00. Apresenta-se como destaque a empresa A1 com representação de 54%
do montante informado pelas fabricantes respondentes. A segunda empresa com
melhor nível de investimento informado é a B7 localizada em Minas Gerais com 19%.
Segundo Trizotto e Geisler (2008), as atividades em P&D podem ser
consideradas a mais clássica entre as atividades de inovação e assume um importante
papel na identificação do potencial de competitividade das organizações no mercado,
possibilitando apoiar e expandir a atividade empresarial, e impulsiona a organização
para novos negócios e ampliar as capacidades tecnológicas.
Segundo
PINTEC
(2013)
as
atividades
em
P&D
compreendem
no
desenvolvimento do trabalho realizado pelas empresas de forma sistemática, que tem
como objetivo principal o aumento do acervo de conhecimento e a forma de utilização
do conhecimento para o desenvolvimento de novas aplicações.
Na verificação de valores investidos com atividade de P&D, tabela 7, nota-se
13 fabricantes que informaram os valores de investimentos realizados. 65% dos
questionários validados. O total de investimento informado neste constructo foi de
R$933.015,00, tendo como referência o ano de 2013. Registra-se que expressiva
parcela do valor investido é assumida pelas fabricantes de médio porte.
Tabela 7 - Valores de investimento com atividades de P&D em 2013
Cálculo
Contagem
Resultado
13
Soma
933.015,00
Desvio Padrão
132015,78
Média
71770,38
Mínimo
20000
Valor médio
55000
Máximo
500000
Fonte: Dados da pesquisa
O investimento médio que as fabricantes fazem é estimado em R$ 71.770,38,
considerando-se esta importância, apenas duas fabricantes fazem investimentos
superiores à média identificada.
Segundo Rocha (2003) dentre as atividades que as organizações realizam
aquelas relacionadas à P&D são consideradas particularmente relevantes, e a
mensuração deste indicador se torna importante para verificar o nível de influência na
configuração do processo inovador das fabricantes. As atividades de P&D podem
101
contribuir para o aumento do acervo de conhecimento tecnológico e sua forma de
utilização para desenvolver novas aplicações em produtos, construção de protótipos,
novas elaborações e outros desenvolvimentos conceituados como inovadores.
Segundo PINTEC (2013) a aquisição de máquinas e equipamentos são fatores
de indício de inovação se são utilizados para a fabricação ou implementação de
produtos ou processos novos ou aperfeiçoados. Podem ser identificados se
melhorarem o desempenho tecnológico da empresa ou se apresentam em estágio
mais avançados em relação aos modelos anteriores.
Sobre valores investidos em aquisição de máquinas e equipamentos, tabela 8,
foi apurado 13 empresas respondentes, apura-se o montante de R$ 2.968.040,00
aplicados na melhora de condições de fabricação dos coletores solares, neste caso,
percebe-se o maior volume de investimento realizado pelas empresas com menos de
10 anos de fundação.
Tabela 8 – Valores totais de investimento do setor em aquisição de máquinas e
equipamentos
Cálculo
Resultado
Contagem
Soma
13
2968040
Desvio Padrão
265729.55
Média
228310.77
Mínimo
40
Valor médio
Máximo
100000
1000000
Fonte: Dados da pesquisa
A média de investimentos praticados pelas organizações em investimentos de
máquinas e equipamentos é de R$ 228.130,77, quando comparado com os
investimentos individuais, temos que 5 empresas realizam investimentos acima da
média como citado anteriormente, destaca-se a empresa A6, localizada em São Paulo,
com investimento informado de R$ 1.000.000,00.
Entre as empresas respondentes, pode-se verificar na tabela 6, que a empresa
que apresenta maior destaque entre as fabricantes é a A6, localizada em São Paulo,
com 34% do montante informado pelas respondentes. Outras empresas relevantes
para o setor são a B4 com 16%, A4 com 15% e A1 com 10%.
A apresentação deste levantamento sinaliza o nível de investimento que as
organizações estão praticando para manter seus maquinários e equipamentos
atualizados e em condições de atender a praticidade e competitividade industrial.
Sobre o valor investido aquisição de licença de tecnologia foram respondidos
12 questionários, sendo que penas uma empresa apontou investimentos realizados
102
neste campo, 11 fabricantes informaram que não fazem investimentos em aquisição
de licença de tecnologia.
Como representado na tabela 6, apenas a empresa A1 relata ter feito
investimentos em aquisição de licença tecnológica. Ou seja, a prática de investimento
predomina em apenas 5% das fabricantes relacionadas, apuração de valores na
tabela 9.
Tabela 9 - Valores de investimento com aquisição de licença de tecnologia em
2013
Cálculo
Resultado
Contagem
Soma
12
30000
Desvio Padrão
Média
8291.56
2500
Mínimo
0
Máximo
30000
Fonte: Dados da pesquisa
A comercialização pioneira de produtos, relativo a lançamentos de inovações, a
empresa que apresenta destaque é A11, com participação superior ao dobro das
demais participantes.
No questionamento sobre investimentos realizados com a comercialização
pioneira, tabela 10, projeta-se dos respondentes o valor investido para comercializar
produtos novos que são lançados no mercado. Foram respondidos 12 questionários,
sendo que 5 apresentaram valores investidos nesta forma de abordagem de mercado.
Sobre a comercialização pioneira de produtos inovadores entende-se o aporte
de capital investido, considerado de alto risco, para a apresentação do produto ou
processo inovador, ou substancialmente modificado, para o mercado consumidor. Este
aporte de capital é considerado especulativo uma vez que está intimamente ligado ao
sucesso de aceitação e aprovação do produto em relação ao mercado apresentado.
Tabela 10.
Tabela 10 - Valores de investimento com comercialização pioneiras em 2013
Cálculo
Contagem
Soma
Resultado
12
440030
Desvio Padrão
70186.93
Média
36669.17
Mínimo
0
Máximo
235000
Fonte: Dados da pesquisa
103
A tabela 10 apresenta média de investimentos na ordem de R$ 36.669,17, no
comparativo deste valor, apenas duas das respondentes apresentam valores inferiores
à média.
De acordo com a tabela 6, a empresa A11 relata ter realizado o montante de
R$ 235.000,00 de investimento em atividades de comercialização pioneira, este valor
representa 53% do total investido pelo setor durante o ano de 2013, e pode indicar
uma necessidade de posicionamento do produto ou processo inovador para o
mercado consumidor.
O nível de investimento em aquisição de computadores apresenta relativa
similaridade entre os participantes, com ligeira tendência da empresa A11 em atualiza
seu sistema de informatização.
O total de investimento informado pelo setor foi de R$ 203.007,00, deste
montante a empresa que apresenta maior destaque é a A11 que angaria 25% de
participação em investimentos, as empresas A1 e B5 acusam 15% de participação e a
empresa B2 com 12%.
Sobre os investimentos realizados com a compra de computadores e
equipamentos de informática, tabela 11, verifica-se como a fabricante está
acompanhando o processo de informatização do mercado. Foram obtidas 13
respostas dos fabricantes, e somente um não acusa investimentos realizados neste
tópico. Esta apuração demonstra o interesse das fabricantes em manter seus
equipamentos de informática atualizados.
Tabela 11 - Valores de investimento com compras de computadores em 2013
Cálculo
Resultado
Contagem
13
Soma
203007
Desvio Padrão
14242.02
Média
15615.92
Mínimo
0
Máximo
51000
Fonte: Dados da pesquisa
Para Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de ideias que a
organização
apresenta
capacidade
de
gerar
e
registrar
pode
representar
seu potencial criativo, e desta forma mensurar sua capacidade de inovar. O sistema
de patentes existente existe para beneficiar as organizações, pode ser considerada
como uma premiação para aquelas que investem em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico. Este indicador ganha relevância de acordo com o montante financeiro de
faturamento percebido com as inovações realizadas.
104
Sobre investimentos realizados com registro de patentes, tabela 12, foram
contabilizadas 12 respostas, deste total 3 empresas realizaram investimentos em
registro de patentes no ano base de 2013. Percebe-se com este registro que, entre as
respondentes, existe pouco movimento de registro e proteção de inovações. Destacase novamente o aporte de investimento realizado pela empresa respondente A1,
localizada em São Paulo.
Ainda sobre o questionamento de registro de patentes, tem-se como
respondente apenas três empresas, A1 com investimento de R$ 30.000,00 (71%), A6
com R$ 2.000,00 (5%), e B7 com 10.000,00 (24%). Este questionamento teve
comportamento de fragilidade entre os respondentes sob a ótica do respondente A10
que apresenta valor de investimento infinitamente inferior aos demais respondentes.
Tabela 12 - Valores de investimento com registros de patentes em 2013
Cálculo
Resultado
Contagem
12
Soma
42005
Desvio Padrão
8450.67
Média
3500.42
Mínimo
0
Máximo
30000
Fonte: Dados da pesquisa
O total de investimentos realizados em aprendizagem apresenta montante de
R$ 1.963.500,00. A empresa A11 apresenta como destaque o nível de investimento de
R$ 784.000,00 esta participação representa 40% do total informado. A empresa B7
apresenta R$ 320.000,00 de investimentos, 16% de participação e a A1 e A9 com R$
200.000,00 cada (11%).
Segundo Vasconcelos e Mascarenhas (2007) a aprendizagem pode ser
compreendida como um processo de mudança de comportamento. Assume crescente
relevância para as organizações devido às constantes mudanças organizacionais.
Para Garvin (2002) Uma organização que aprende apresenta condições de
apresentar uma organização hábil na criação, aquisição, interpretação, transferência e
retenção
de
conhecimento,
e
também
na
modificação
deliberada
de
seu
comportamento para refletir novos conhecimentos e insights.
Sobre o nível de investimentos realizados com aprendizagem e inovação,
foram validados 11 questionários, tabela 13, somente uma empresa informou que não
realiza investimentos neste campo, o restante de 10 fabricantes, relataram valores
investidos, neste caso, destaca-se a empresa A11, localizada em São Paulo com R$
784.000,00 de investimentos realizados em 2013.
105
Tabela 13 - Total de investimentos com aprendizagem e inovação em 2013
Cálculo
Resultado
Contagem
11
Soma
1963500
Desvio Padrão
217424.49
Média
178500
Mínimo
0
Máximo
784000
Fonte: Dados da pesquisa
Entende-se com este cenário que a fabricante A11 é a que apresenta melhores
condições de investimento em atividades de aprendizagem organizacional, e desta
forma, destina parte dos recursos financeiros empresariais para ações de médio e
longo prazo no processo de qualificação da estrutura e dos funcionários contratados.
O gráfico 2 apresenta em síntese, a evolução de investimento das empresas
que compõem o setor sob a ótica de atividades internas de inovação.
Gráfico 2 - Percentuais de investimento em atividades internas de inovação
P&D
14%
Aprendizagem
30%
Patentes
1%
Computadores
3% Comercialização
Máquinas
45%
Pioneira
Licenças
7%
0%
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo Trizotto e Geisler (2008), os indicadores que possibilitam avaliar os
níveis de investimentos realizados em inovação são importantes para quantificar os
riscos que as empresas estão dispostas a assumirem em relação ao mercado. Para a
OCDE, os investimentos realizados em atividades de inovação podem ser
considerados uma característica da competência organizacional de uma empresa
considerada inovadora.
Trizotto e Geisler (2008) revelam ainda que o nível de investimento realizado
em atividades de inovação podem revelar o esforço empreendido pela empresa para a
inovação. Podem ser investimentos em recursos humanos e financeiros.
106
Observa-se no gráfico 2 que 45% dos investimentos realizados pelas empresas
respondentes em atividades internas de inovação estão concentrados em aquisição de
máquinas e equipamentos, o segundo nível com maior índice de investimento está
relacionado à aprendizagem e inovação, o terceiro refere-se a pesquisa e
desenvolvimento – P&D com 14% de investimentos.
Fatores que podem ser considerados negativos, diante da representação, são
os aportes de investimentos realizados em aquisição de patentes de tecnologia e
registros de patentes, ambas com menos de 1% de participação nos investimentos
declarados.
Seguindo análise proposta sobre indicadores de atividades internas de
inovação, foi questionado sobre o total de funcionários contratados pelo setor
analisado, ano base 2013, incluindo os proprietários, que receberam incentivos
financeiros da organização para a qualificação dos trabalhadores contratados. Tabela
14.
Tabela 14 - Quantidade de funcionários que receberam
investimentos para a qualificação profissional
Cod
Quantidade
A1
5
Percentual ponderado
3,03%
A2
0
0,00%
A3
0
0,00%
A4
35
21,21%
A5
4
2,42%
A6
0
0,00%
A7
0
0,00%
A8
1
0,61%
A9
2
1,21%
A10
4
2,42%
A11
9
5,45%
B1
-
0,00%
B2
6
3,64%
B3
35
21,21%
B4
2
1,21%
B5
2
1,21%
B6
0
0,00%
B7
0
0,00%
C1
30
18,18%
D1
30
18,18%
Fonte: Dados da pesquisa
107
A apreciação dos dados apresenta que a empresa em destaque é a A4 e B3,
ambas com 21,21% de participação entre as respondentes. A terceira empresa com
dados representativos é a C1 com 18,18% de participação. As demais organizações
do setor apresentam discreta participação diante do grupo analisado.
Segundo OCDE (2014) o equilíbrio de competências dos trabalhadores podem
afetar positivamente ou negativamente no desempenho operacional e técnico das
organizações, como por exemplo, as organizações que atual no mercado com foco no
preço atuam com baixo percentual de escolaridade de seus trabalhadores contratados,
pois desta forma sua produção é padronizada na baixa qualidade exigente na gama
de produtividade. Este cenário deixa os funcionários expostos à demissão devido aos
fatores de inovação e à competitividade nos mercados globais. Os trabalhadores
apresentam baixos níveis de incentivos para se manterem na educação porque os
empresários não buscam competências de alto nível nem apresentam condições de
recompensa financeira pelo esforço apreendido.
Para a OCDE (2014) no que se refere às organizações que atuam em
complexos sistemas de competitividade e inovativo, o nível de qualificação da mão-deobra contratada ou comprometida com a organização deve ser altamente qualificada,
o investimento na oferta de competência pode ajudar a transformar os tipos de
empregos oferecidos e qualificar o trabalho realizado. A qualificação dos trabalhadores
podem aferir a organização condições favoráveis para lidar com a inovação, além de
facilitar o desenvolvimento de novos arranjos produtivos.
Quando se analisa o nível de formação acadêmica dos trabalhadores
contratados pelas fabricantes de coletores solares, incluindo proprietários, foram
selecionados quatro níveis sendo a graduação básica, especialização, mestrado e
doutorado. Tabela 15.
Tabela 15 - Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da
empresa
Cod
Graduação
Especialização
Mestrado
Doutorado
A1
14
2
1
0
A2
80
10
-
-
A3
2
2
0
0
A4
40
15
5
2
A5
3
1
0
0
A6
5
1
0
0
A7
3
1
0
0
A8
3
1
0
0
A9
7
1
0
0
A10
4
1
0
0
A11
11
0
0
0
Continua
108
Continuação
B1
-
-
-
-
B2
12
5
0
0
B3
3
-
-
-
B4
4
2
-
-
B5
-
-
-
-
B6
5
2
0
0
B7
4
2
1
-
C1
20
50
3
1
D1
50
-
-
-
Fonte: Dados da pesquisa
Os comparativos de formação acadêmica contratada. As fabricantes A2, A4 e
D1 são as que mais se destacam com relação a contratação de funcionários com
graduação. Juntas estas empresas são responsáveis por 64% do total de
trabalhadores com graduação que são contratadas pelo setor.
Sob a ótica de especialização, a fabricante C1 é a que apresenta relevância
com informe de 50 funcionários especialistas, este valor representa 52% do total de
especialistas contratados pelo setor. A empresa A4 novamente apresenta destaque
quanto à contratação de pessoas com mestrado e Doutorado.
Sobre o nível de formação acadêmica informada pelas fabricantes, gráfico 3, foi
apurado um total de 379 trabalhadores com registro de formação complementar em
relação ao Ensino Médio regulamentar. Do total apresentado, 71,24% apresentam-se
com a graduação completa, ou seja 270 trabalhadores graduados, 25,33% são
considerados como especialistas, total de 96 trabalhadores.
Quanto ao nível de escolaridade de mestrado e doutorado percebe-se uma
bruta redução de contingente de trabalhadores, a proporção de trabalhadores com
mestrado representa 2,63%, apenas 10 trabalhadores e com doutorado, apenas 3
pessoas são credenciadas, valor que não chega a 1% dos trabalhadores envolvidos
com a fabricação de coletores solares. Esta apresentação pode representar a
necessidade de uma atenção por parte das fabricantes na continuidade e no incentivo
que deveria ser proporcionada aos trabalhadores na busca de uma qualificação para
contribuição organizacional.
109
Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados
300
270
250
200
150
96
100
50
10
3
0
Graduação
Especialização
Mestrado
Doutorado
Fonte: Dados da pesquisa
Sobre a forma de remuneração dos trabalhadores contratados foram
apresentados aos respondentes três formas básicas sendo a primeira baseada
exclusivamente na estrutura de cargos e salários, a segunda baseada exclusivamente
variável, com base em resultados, desempenhos e competências, e a terceira
baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável
para os demais níveis de funcionários.
A identificação da forma de remuneração predominante praticado pelas
organizações se torna relevante para mensurar o grau de relevância que os gestores
apresentam na distribuição financeira de produtividade e a distinção hierárquica
predominante.
O que se refere a forma de remuneração exclusivamente variável, com base
em resultados, desempenho e competências, percebe as empresas A1, A5, A7, A9,
B5, B6, e B7 como respondentes, ou seja, 7 empresas adotam esta forma de
remuneração, o que representa dentro do grupo analisado o percentual de 36,84%.
Quanto a representatividade de empresas que adotam a forma de
remuneração baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível
hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários temos como respondente
as organizações A2, A3, A4, A6, A8, A10, B2, B3, B4 E C1, o que representa 52,63%
do grupo analisado.
110
A forma de remuneração baseada exclusivamente na estrutura de cargos e
salários foi respondida pelas empresas A11 e D1, ou seja 10,52% do grupo
participante. Tabela 16.
Tabela 16 - Formas de Remuneração
Cod
A1
A2
A3
A4
Respostas
Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
A5
Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários
A6
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
A7
Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)
A8
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
A9
Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)
A10
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
A11
Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários
B1
B2
B3
B4
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
B5
Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários
B6
Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)
B7
Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários
C1
Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais
níveis de funcionários
D1
Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo Fleury e Fleury (2000) existem fatores que devem ser considerados
como motivadores para a realização de investimentos como o preço dos produtos
fabricados e os serviços oferecidos, a qualidade dos produtos e serviços, distribuição e
entrega dos produtos e serviços, diversidade da produção e inovação de produtos e
serviços das organizações.
A proposta do questionamento foi de apreciar e comparar a percepção da
própria respondente quanto a ser ou não inovadora sob o aspecto de importância que
foi aferida a cada opção apresentada.
Quanto à classificação, por ordem de importância, sobre os fatores
considerados que motivaram a empresa a realizar investimentos no período de 2011 a
2013, foram apresentados 5 campos sendo preço, qualidade, distribuição, inovação e
111
diversidade de produtos. A tabela 17 apresenta as respostas obtidas dos fabricantes.
Destaca-se a ênfase que se tem com relação a qualidade e inovação de produtos.
Tabela 17 - Fatores motivacionais
Cod
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
C1
D1
Preço
2
4
2
4
4
3
3
4
1
5
5
1
4
3
2
4
1
4
5
Qualidade
3
4
3
5
5
4
4
4
5
5
5
2
5
3
5
3
4
5
3
Distribuição
1
2
1
4
3
4
2
4
4
2
3
3
4
2
1
2
5
5
4
Inovação
5
4
4
4
5
5
3
2
4
4
3
3
4
2
3
5
2
5
4
Diversidade
4
3
1
3
2
3
1
1
1
1
1
4
4
2
4
4
3
5
3
Fonte: Dados da pesquisa
O grau de importância máximo aferida para a percepção de inovação foi
percebida para as empresas A1, A5, A6, B6 e C1, que representa 26,31% dos
respondentes. Sobre esta tabela, chama-se a atenção para a percepção de
distribuição com 42% dos respondentes considerando de baixa ou moderada
importância entre os tópicos apresentados.
O gráfico 4 apresenta a média de ponderação dos fabricantes quanto ao grau
de importância aferidas entre as variáveis. Os itens com menor apontamento foram o
nível de diversidade que os produtos possam apresentar e a forma de distribuição dos
produtos no mercado
Importante destacar que sobre a forma de distribuição, os fabricantes nacionais
assumem a característica de atuação regional, presume-se desta forma que a
demanda pelos produtos ofertados no mercado atende as expectativas empresariais, e
desta forma não se aplica a inevitável necessidade de aumentar a abrangência de
atuação.
O tópico demarcado como mais relevante pelos respondentes está ligado sobre
fatores que atestam a qualidade dos produtos, com média superior a 4, que representa
uma importantíssima importância que os empresários dão para este construto.
112
O segundo tópico com maior relevância está ligado ao fator de inovação dos
produtos e processos ofertados ao mercado, onde a percepção dos empresários
aponta para relevante importância aferida. Este cenário sugere que os mecanismos de
inovação do setor ainda podem passar por transformações e adapta para atender ao
mercado.
Gráfico 4 – Fatores motivadores de investimento (2011/2013)
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Preço
Qualidade
Distribuição
Inovação
Diversidade
Fonte: Dados da pesquisa
Importante destacar que este questionamento foi respondido por 19
respondentes, desta amostra, o tópico com maior representatividade entre os
respondentes está ligado ao fator de qualidade dos produtos. Percebe-se que a
importância referente à inovação está mais forte do que a precificação, quantidade,
distribuição e diversidade dos coletores solares disponibilizados para o mercado
consumidor.
O último questionamento deste indicador foi referendado sobre valores gastos
com diversas atividades da empresa no campo de atividade interna de inovação sobre
pesquisa e desenvolvimento, aquisição de maquinas e equipamentos de produção,
aquisição de licenças de tecnologia, despesas com comercialização pioneira
(lançamentos de novos produtos), aquisição de computadores e outro material de
patentes, despesas com capacitação de pessoal (treinamento), despesas com
consultoria realizada por universidades e centros de pesquisa, e despesas com
consultoria realizada por especialistas.
Os dispêndios observados em P&D são considerados pela PINTEC (2013)
como aquelas que decorrem de formas diretas e indiretas, estão relacionadas com
custos de mão-de-obra e seus encargos legais, valores creditados a empresas
terceirizadas contratadas especializadas referentes ao fornecimento de serviços
113
indiretos à atividade de P&D e aquisição de materiais e equipamentos para atividades
de P&D.
Sobre os dispêndios com aquisição de máquinas e equipamentos, a PINTEC
(2013) considera os valores investidos com a aquisição que foram comprados para a
implementação de produtos ou processos novos ou aperfeiçoados.
A tabela 18 apresenta uma abordagem sobre investimento das fabricantes,
valores em moeda corrente, com atividades de inovação. Pretende-se com esta tabela
identificar valores realizados com atividades de P&D, aquisição de máquinas e
equipamentos, aquisição de licenças, comercialização pioneiras de inovações,
aquisição de equipamentos de informática, registros de patentes, capacitações e
treinamentos, investimentos em consultorias de centros universitários e privadas, e o
total de investimentos realizados exclusivamente com a atividade de inovação
organizacional.
Trata-se de uma pergunta estratégica, e que alguns respondentes se omitem
de resposta por não apresentar a intensão de revelar sua forma de trato deste tema
considerado de inteligência competitiva.
Sobre a coluna de total de investimentos, ela não terá a obrigatoriedade de
fechamento com a soma das outras colunas, visto que as organizações podem realizar
outras formas de investimentos em campos considerados de inovação que não estão
elencados neste desenvolvimento.
114
Tabela 18 – Valores investidos em atividades de inovação
A1
500.000,00
Aquisição de
máquinas
300.000,00
30.000,00
Comerc.
Pioneira
100.000,00
50.000,00
50.000,00
50.000,00
Cons. de
Univers.
50.000,00
A2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,00
A3
0,00
155.000,00
0,00
0,00
6.000,00
0,00
3.000,00
0,00
5.600,00
169.600,00
A4
10.000,00
1.500.000,00
-
300.000,00
350.000,00
25.000,00
35.000,00
0,00
100.000,00
2.320.000,00
Cod
P&D
Licenças
Informática
Patentes
Capacitação
Consultoria
Privada
50.000,00
Total
1.180.000,00
A5
25.000,00
100.000,00
0,00
15.000,00
10.000,00
0,00
12.000,00
0,00
0,00
162.000,00
A6
200.000,00
1.500.000,00
0,00
150.000,00
15.000,00
3.000,00
20.000,00
0,00
100.000,00
1.988.000,00
A7
1.000,00
130.000,00
0,00
0,00
2.000,00
0,00
0,00
0,00
0,00
133.000,00
A8
-
15 000
-
-
2.000,00
-
2.000,00
-
12.000,00
16.000,00
A9
20.000,00
180.000,00
0,00
0,00
0,00
0,00
15.000,00
0,00
12.000,00
227.000,00
A10
15.000,00
40.000,00
0,00
30.000,00
7.000,00
5.000,00
3.000,00
0,00
0,00
100.000,00
A11
60.000,00
438.000,00
0,00
235.000,00
51.000,00
0,00
93.000,00
0,00
30.000,00
907.000,00
B1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,00
B2
36.000,00
48.000,00
-
36.000,00
156.000,00
B3
250.000,00
1.800.000,00
0,00
45.000,00
200.000,00
15.000,00
35.000,00
0,00
120.000,00
2.465.000,00
B4
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,00
B5
40.000,00
150.000,00
0,00
0,00
50.000,00
0,00
20.000,00
0,00
30.000,00
290.000,00
12.000,00
24.000,00
B6
72.000,00
0,00
0,00
24.000,00
10.000,00
2.000,00
5.000,00
0,00
5.000,00
118.000,00
B7
150.000,00
180.000,00
15.000,00
20.000,00
5.000,00
8.000,00
4.000,00
0,00
15.000,00
397.000,00
C1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,00
D1
70.000,00
50.000,00
0,00
0,00
20.000,00
0,00
10.000,00
0,00
2.500,00
152.500,00
1.449.000,00
6.571.000,00
45.000,00
919.000,00
790.000,00
108.000,00
331.000,00
50.000,00
518.100,00
10.781.100,00
Desvio Padrão
134.418,75
614.580,98
8.987,17
96.685,54
93.872,88
14.193,33
24.026,98
13.363,06
39.828,70
803.017,98
Média
96.600,00
438.066,67
3.461,54
65.642,86
49.375,00
7.714,29
20.687,50
3.571,43
32.381,25
539.055,00
Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Máximo
500.000,00
1.800.000,00
30.000,00
300.000,00
350.000,00
50.000,00
93.000,00
50.000,00
120.000,00
2.465.000,00
Soma
Fonte: Dados da pesquisa
115
De acordo com a tabela 18, apura-se a participação de 13,44% do montante
aplicado por este setor em atividades de P&D, 6,09% estão destinados a
investimentos de aquisição de máquinas e equipamentos, 4,1% em licenças, 8,5% na
comercialização pioneira de produtos inovadores, 7,3% em equipamentos de
informática, 1% em registro de patentes, 3,07% em capacitações e treinamentos aos
trabalhadores, 4,6% em consultorias realizadas por centros universitários e 4,8% em
contratação de consultorias provenientes de firmas privadas.
Apura-se que a fabricante que apresenta maior percentual total de investimento
geral é a B3 com 23% do total informado pelo setor, a segunda é a A4 com 22% de
participação, seguida pela A6 com 18% e A1 com 11%. Este cenário aponta para os
fabricantes B3 e A4 como as empresas de destaque em níveis de investimento nas
atividades de inovação organizacional.
Observa-se no gráfico 5, que o maior aporte de investimentos das fabricantes
em atividades internas de inovação é na aquisição de máquinas e equipamentos,
montante de R$ 6.571.000,00, equivalente a 60,95%. O segundo item de referência
dos fabricantes de coletores solares está ligado aos investimentos de P&D com
13,44% de investimentos seguidos por fatores de comercialização pioneira com
8,53%, compra de equipamentos e materiais de informática com 7,33%, contratação
de consultorias especializadas privadas com 4,81%.
Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros
Capacitação;
3,07%
Consultoria de
Universidades;
0,46%
Patentes; 1,00%
Consultoria
Privada; 4,81%
P&D; 13,44%
Informática; 7,33%
Comercialização
Pioneira; 8,52%
Licenças; 0,42%
Aquisição de
máquinas; 60,95%
Fonte: Dados da pesquisa
116
Sobre o gráfico 6 destaca-se como valores negativos os volumes de
investimentos realizados com as aquisições de licenças e consultorias realizadas por
centros universitários que representa menos de 1% de participação, registro de
patentes com 1% e capacitações realizadas com 3,07%. Valores expressados em
moeda corrente no gráfico 6.
Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais.
Aquisição de licenças
R$ 45.000,00
Despesas com consultoria de universidades
R$ 50.000,00
Despesas com registro de patentes
Despesas com treinamento
Despesas com consultoria especializada
Aquisição de computadores
Depsesas com comercialização pioneira
Pesquisa e Desenvolviemento (P&D)
R$ 108.000,00
R$ 331.000,00
R$ 518.100,00
R$ 790.000,00
R$ 919.000,00
R$ 1.449.000,00
Aquisição de maquinas e equipamentos de produção
R$ 6.571.000,00
Fonte: Dados da pesquisa
5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação
O próximo indicador apresentado para análise é referente a capacidade de
inovação, este tópico teve o tratamento com quatro questões representadas no
questionário de campo. Sendo elas a verificação se a empresa introduziu no mercado
de coletores solares produto novo, ou substancialmente modificado, se foi realizado
melhoria tecnológica em produtos e processos para o lançamento de novos produtos,
fatores que motivaram a organização a desenvolver modificações no processo
produtivo e a identificação do faturamento bruto organizacional.
O primeiro tratamento, sobre a introdução pelas empresas, de produto novo ou
substancialmente modificado. Nesta abordagem foram coletadas 18 respostas, desta
amostra, 74% dos respondentes afirmaram que no período entre 2011 e 2013 foram
lançados, já 26% ou seja 5 de fabricantes, relataram não haver ter lançado inovações
para o período. Este dado mostra como o setor de fabricantes de coletores estão
buscando inovar no mercado.
117
Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos
Não
26%
Sim
74%
Fonte: dados da pesquisa
Segundo relatos apurados dos fabricantes, observa-se que alguns estão
direcionando as inovações para o sistema de aquecimento de piscinas e algumas
empresas estão atentas aos incentivos praticados pelo governo em facilitar a
aquisição da casa própria para a população brasileira.
PINTEC (2013) define que uma inovação de produto ou processo pode ser
definida pela ação da empresa em introduzir no mercado atuante um produto novo ou
substancialmente aprimorado, ou pela inserção de um novo processo produtivo
durante determinado intervalo de tempo.
PINTEC (2013) ainda apresenta que a inovação se refere a um novo produto
ou processo para a organização, ou substancialmente aprimorado, neste caso, não
seria necessário ser uma inovação para o mercado de atuação.
Sobre a abordagem da PINTEC (2013) foi questionado as organizações sobre
a introdução de produtos novos ou substancialmente modificados. Importante destacar
que os representantes das organizações foram provocados a tecer comentários
acerca da resposta.
A empresa caracterizada como A1 argumentou o início das atividades
operacionais datada em 2011, com a produção de coletores e reservatórios termo
solares com inovações tecnológicas, no ano de 2012 e 2013 foi necessário que a
gestão da operação adotasse novas medidas para manter a situação de
competitividade no mercado, e desta forma foram lançados 4 novos produtos
competitivos.
A empresa A2 relata que existe uma cultura de inovação empresarial, e que
esta atitude é adotada com periodicidade, que há o desenvolvimento de novos
118
produtos e processos, aperfeiçoamento que culminam em patentes. Atualmente a
empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores
solares e seus acessórios, assim como a equipe dedicada e capacitada para lidar com
produtos inovadores. Sob este aspecto, a PINTEC (2013) relata adoção de novas
tecnologias nas linhas de produção devem ser considerados como um expressivo
indicador de inovação, pois tem ele representa a intenção da organização em fomentar
seu método de atuação mercadológica.
A empresa A3 relatou possuir hábitos periódicos de processos de melhoras,
principalmente sobre a fabricação dos coletores solares, contudo não atingiu níveis
satisfatórios de mudanças, e desta forma, não obteve sucesso no lançamento de
novos produtos para o mercado de atuação.
A empresa A5 relata que foram lançados no mercado novos coletores com
maior eficiência, e que este lançamento possibilitou a redução de custos e por
consequência menor preço para o mercado, melhor custo benefício para os
consumidores.
A empresa A6 relatou ter participado com maior ênfase no campo de
aquecedores para piscinas, com ganho significativo de produção de energia e
resistência a pressão.
A empresa A10 descreve que passou no ano de 2011 por uma séria crise
administrativa, que estava com excesso de funcionários, processos administrativos
não coerentes com os praticados pelo mercado e com baixíssima participação de
competitividade, no ano de 2012 passou por uma reestruturação, e em 2013 ainda
apresenta sintomas de recuperação administrativa. Que diante do cenário exposto,
não teve condições de atuar com inovação, e por este fato está presa a condições de
fabricação tradicional para recuperar o aporte industrial.
A empresa B3 relata ter introduzido no mercado novos dispositivos para a
fixação e interligação dos sistemas de aquecimento solar para atender aos requisitos
do programa Minha Casa Minha Vida, além de apresentação de novos modelos para
atender a casas populares.
Quatro fabricantes apresentam relatos similares onde asseguram que estão
buscando aumentar a eficiência energética de seus coletores, prevendo uma maior
demanda pelo mercado consumidor, porém relatam a pretensão de experiência com
os tubos solares a vácuo e fotovoltaica.
O próximo questionamento deste indicador está ligado a melhorias de projetos
tecnológicos e processos para lançamento de novos produtos, para o período de 2011
e 2013. Dentre as declarações dos respondentes, destaca-se o representante da
119
empresa A2 que relata ser um processo constante da empresa, que não divulgam os
valores investidos nesta atividade por se tratar de informações estratégicas.
A empresa A5 relata que o conjunto de melhorias em projetos, processos,
componentes e conhecimentos possibilitou o desenvolvimento e produção de
coletores solares com melhor eficiência energética para serem comercializados.
O gráfico 8 apresenta que 5%, ou seja uma empresa não adotou a estratégia
de melhorias para lançamento de produtos. Já 95% apontam relatam estarem atentas
as necessidades de ajuste junto ao mercado consumidor.
Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamento de produtos
Não
5%
Sim
95%
Fonte: dados da pesquisa
Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação
foram apresentados aos fabricantes as condições de preço, produto, distribuição,
lançamento e exportação, tabela 19.
Tabela 19 – Composto de posicionamento de mercado
Cod
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
C1
D1
Preço
4
3
2
5
4
2
3
5
1
5
5
5
3
2
4
1
5
-
Produto
5
5
4
5
4
4
4
5
5
5
5
5
5
3
5
2
5
-
Fonte: Dados da pesquisa
Distribuição
3
5
1
4
4
5
2
3
4
2
3
4
2
2
2
4
5
-
Lançamento
5
4
1
4
5
5
2
3
4
5
3
5
4
3
3
3
5
-
Exportar
2
3
1
1
2
1
3
1
1
1
1
1
1
5
-
120
Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação
tem-se maior representatividade pelos representantes respondentes é o aumento da
produtividade das fábricas, seguido pela necessidade de lançar inovações com 22,8%,
redução dos preços com 21,2% e a melhoria de distribuição dos produtos com 20,1%.
Sobre este mercado, é importante registrar que o fator exportação dos produtos
representa apenas 8,5%, esta indicação possibilita afirmar que as fabricantes estão
preocupadas em atender o mercado interno, e não estão considerando a hipótese de
competição pela participação do mercado mundial
Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias período de 2011 a 2013.
Aumentar produtividade
71
Lançar inovações
59
Diminuir preços
55
Melhorar distribuição
Exportar produtos
52
22
Fonte: dados da pesquisa
Segundo Rodrigues (1997) o aumento da produtividade deve ser considerado
aspecto ligado a fatores de condicionamento do maquinário e equipamentos
disponibilizado pelas empresas, está intimamente ligado ao design dos produtos
fabricados, a normalização técnica aferida por órgãos competentes e a disponibilidade
e qualidade de recursos humanos que a organização pode contar.
Gomes (2007) defende que as empresas adotassem mecanismos para
compreender os consumidores e os valores que são existentes pelos produtos
ofertados, o lançamento de inovações deve levar em consideração o que efetivamente
pode gerar valor para os consumidores. Relata ainda que sem o lançamento de
inovações não há diferenciação empresarial, e desta forma a empresa se torna
comum sob a ótica do consumidor.
Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a redução de preços dos produtos ofertados
pode aumentar a abrangência de participação de mercado das empresas, porém pode
afetar seu desempenho a nível de investimentos em processos de inovação e
qualificação profissional de seus trabalhadores. O valor agregado está associado ao
aumento de participação de mercado, trava-se uma batalha entre qualidade e preço.
121
Entende-se diante do exposto que as organizações selecionadas para este
estudo apresentam pouca relevância para a exportação dos coletores solares, esta
despreocupação pode estar associada ao fator de satisfação com o consumo interno
ou ao alto nível de competitividade que pode representar o mercado externo.
O que se apura sobre o questionamento o nível de investimento de venture
capital, também conhecido como Capital Empreendedor ou Capital de Risco, esta
forma de aporte financeiro assume a modalidade de investimento de compra, por um
período pré-determinado, de participação acionária em empresas inovadoras de
pequeno/médio porte, de capital fechado, em um estágio primário de desenvolvimento
e com perspectivas positivas de crescimento a curto prazo.
Sobre este acompanhamento, teve-se 19 respostas validadas, e por
unanimidade, ou seja, 100% das fabricantes relataram não ter tido o apoio de capital
de risco para financiamento de inovações. Esta afirmativa pode estar relacionada ao
pouco grau de incentivo governamental no setor.
Sobre a informação do faturamento bruto empresaria, previa-se obstáculos
para a obtenção deste dado devido a sua dificuldade de obtenção junto ao processo
administrativo organizacional e sua natureza estratégica. Para a obtenção de 10
respondentes, teve-se a participação dos parceiros deste projeto, que asseguraram
aos respondentes o sigilo sobre a identidade das empresas envolvidas. Tabela 20.
Tabela 20 – Faturamento bruto das
fabricantes
Cod
A1
Valor (R$)
R$
7.500.000,00
R$
2.760.000,00
A2
A3
-
A4
-
A5
A6
R$
2.000.000,00
A7
-
A8
-
A9
-
A10
-
A11
-
B1
-
B2
R$
11.000.000,00
B3
R$
33.308.996,96
B4
R$
15.000.000,00
B5
R$
16.000.000,00
B6
R$
2.400.000,00
B7
R$
3.000.000,00
C1
-
D1
R$
9.963.250,85
Total
R$
102.932.247,81
Fonte: Dados da pesquisa
122
Observa-se com a tabela 20 o faturamento bruto das respondentes em R$
102.932.247,81, entre as respondentes, teve-se maior contribuição de informação as
fabricantes localizadas no estado de Minas Gerais.
A tabela 21 apresenta como média de faturamento bruto o valor de R$
9.195.834.52, no comparativo, 5 fabricantes apresentam faturamento superior ao
apontado pela média.
Tabela 21 – Faturamento bruto do setor
Cálculo
Contagem
Soma
Resultado
10
102932247.81
Desvio Padrão
9195834.52
Média
9357477.07
Mínimo
0
Máximo
33308996.96
Fonte: Dados da pesquisa
Projeta-se com esta tabela, que apesar de se ter apenas 10 fabricantes que
responderam o questionamento, que o segmento da economia se encontra ativo e
com ótimas perspectivas de faturamento.
5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação
Para esta apuração foram selecionados três questionamentos sendo a primeira
sobre o nível de investimento feito com serviços de consultoria especializada, tendo
como ano base 2013, se a empresa adotou mecanismos de inteligência competitiva
(gestão do conhecimento) e classificação dos tipos de alianças tecnológicas firmadas.
Segundo PINTEC (2013) este indicador deve descrever a capacidade que as
fabricantes possuem para obter “inspiração e orientação” para a captura de ideias e
desenvolvimento de projetos de inovação
O primeiro tópico deste indicador tem como objetivo identificar os níveis de
investimentos realizados em contratação de consultoria especializada contratado para
o ano base de 2013. Segundo respostas apuradas, 7 empresas relataram já ter
efetuado consultorias por meio de Universidades, centros tecnológicos e institutos de
pesquisa pública, o aporte de investimento neste tipo de consultoria foi estimado em
R$ 190.000,00. Tabela 22.
123
Tabela 22 - Investimento em consultoria
Universidades e
Cod
Firma privada
centros tec.
R$ 20.000,00
R$
40.000,00
A1
R$
R$ 150.000,00
A2
R$ 85.000,00
R$
7.000,00
A3
R$ 20.000,00
R$
15.000,00
A4
R$
5.000,00
R$
A5
R$
R$ 100.000,00
A6
R$
R$
A7
R$
R$
12.000,00
A8
R$ 20.000,00
R$
A9
R$
R$
A10
R$
R$
A11
B1
R$
R$
36.000,00
B2
R$
R$ 120.000,00
B3
R$
R$
45.000,00
B4
R$ 30.000,00
R$
30.000,00
B5
R$
R$
5.000,00
B6
R$
R$
15.000,00
B7
R$
R$
C1
R$ 10.000,00
R$
50.000,00
D1
Fonte: Dados da pesquisa
Outros
Total
R$
R$
R$
R$ 65.000,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
-
R$
60.000,00
R$ 150.000,00
R$
92.000,00
R$ 100.000,00
R$
5.000,00
R$ 100.000,00
R$
R$
12.000,00
R$
20.000,00
R$
R$
R$
36.000,00
R$ 120.000,00
R$
45.000,00
R$
60.000,00
R$
5.000,00
R$
15.000,00
R$
R$
60.000,00
No comparativo entre as empresas observa-se que a fabricante A2 apura 17%
de participação do montante informado pelas organizações de investimentos
realizados em atividades de consultoria, em especial, no caso da referida empresa,
este aporte financeiro foi realizado por empresa privada. A empresa B3, com
participação de 14% similarmente informa ter realizados investimentos em firmas
privadas. Dentre as empresas que realizaram investimentos em universidades e
centros tecnológicos, destaca-se a A3 com investimento de 9%.
13 fabricantes relataram ter efetuado investimentos em firmas privadas
especialista, o montante financeiro investido neste tipo de consultoria, o total de
despesas foi de R$ 839.000,00, deste montante pode se extrair que R$ 65.000,00
foram investidos em outras formas de consultoria, como relatou a empresa A4.
Representado no gráfico 10.
124
Gráfico 10 – Investimentos em consultoria especializada, ano base 2013
Outros
7%
Firmas privadas
71%
Universidades e
centros
tecnológicos
22%
Fonte: Dados da pesquisa
Entre as iniciativas que compreendem ações de inteligência competitiva,
espera-se que a gestão organizacional esteja atenta a todas movimentações de
atores,
internos
e
externos,
que
possam
afetar
economicamente
e
mercadologicamente seu posicionamento. Entre as ações de inteligência competitiva
estão elencados a verificação de inovações surgidas, participação em feiras,
congressos e encontros relativo ao setor, monitoramento dos concorrentes e dos
produtos lançados e que podem ser considerados como concorrentes, para o caso de
fabricantes de coletores solares, entende-se a entrada de placas fotovoltaicas e de
tubo a vácuo, participação de monitoração das ações governamentais de incentivo ao
setor, entre outros.
Diante do cenário exposto foi verificado 19 respostas válidas para este
questionamento, sendo que desta amostra, 13 fabricantes relataram não adotar em
sua gestão ações de inteligência competitiva, e 6 fabricantes relataram adotar medidas
de monitoramento do mercado. Importante relatar 66,67% das que responderam estar
atentas ao mercado possuem fundação empresarial com menos de 10 anos de idade.
O último quesito relatado por este indicado trata da classificação, por ordem de
prioridade dos tipos de alianças tecnológicas, considerando o período de 2011 a 2013.
Foram considerados com fatores de escolha para os respondentes, o fortalecimento,
onde se busca reduzir custo de transações comerciais da empresa; posicionamento
com a busca por consolidação da participação das empresas no mercado e
aprendizado, onde se busca expandir a capacidade tecnológica da empresa,
representado na tabela 23.
125
Tabela 23 - Tipos de alianças tecnológicas
Cod Fornecimento Posicionamento Aprendizado
A1
3
4
5
A2
2
5
4
A3
4
4
4
A4
3
5
3
A5
4
4
5
A6
4
5
4
A7
3
3
3
A8
4
4
5
A9
4
4
4
A10
4
4
4
A11
5
5
4
B1
B2
2
3
2
B3
5
5
4
B4
5
5
5
B5
4
5
4
B6
5
5
5
B7
5
3
4
C1
5
5
4
D1
5
5
4
Fonte: dados da pesquisa
O gráfico 11 pode representar a tendência do mercado em adotar alianças de
posicionamento, ou seja, reflete a perspectiva de que as fabricantes adotam a
cobertura regional de mercado, que existe uma demanda a ser atendida e que no
momento, não há necessidade de buscar novos mercados fora da área de atuação.
Gráfico 11 –Tipos de aliança tecnológicas
Aprendizado
10%
Fornecimento
37%
Posicionamento
53%
Fonte: Dados da pesquisa
Importante na análise deste gráfico que 53% das respondentes relatam que o
tipo de aliança mais importante, segundo percepção dos respondentes, está
126
relacionado ao posicionamento. Registra-se também a pouca expressão que os
respondentes aplicam ao fator aprendizado.
5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação
Segundo a PINTEC (2013) os impactos das inovações estão alinhados com a
identificação da necessidade de melhoria, qualidade ou ampliação da gama de
atuação, atento ao mercado, processo, meio ambiente, saúde e segurança e
enquadramento das normas vigentes governamentais.
Para apurar os impactos da inovação para o setor de fabricantes de coletores
solares foram projetados dois questionamentos sendo o primeiro sobre a capacidade
da empresa em introduzir um produto inédito ou claramente aperfeiçoado no mercado
e o segundo sobre sua capacidade de exportar os produtos e participar do comércio
exterior.
A primeira abordagem está relacionada ao grau de importância que a empresa
referenda sobre aspectos de participações de mercado. Neste campo são propostos
para mensurar a introdução de produtos novos, ou substancialmente modificados,
adoção de processos internos inéditos, cooperação com empresas elétricas ou o
interesse em cooperar com o setor elétrico. Tabela 24.
Tabela 24 - Grau de importância de participação de mercado
Cod
Introdução de novos
produtos
Adoção de processos
inéditos
Cooperação com
empresas elétricas
Interesse em
cooperar com setor
elétrico
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
C1
D1
5
5
2
5
5
5
1
3
4
5
2
2
3
1
3
5
4
4
3
5
4
3
5
5
5
1
3
5
5
2
1
3
1
4
5
3
3
3
3
4
1
2
1
2
5
1
1
1
1
2
3
2
4
5
3
3
3
5
4
4
4
5
5
5
3
5
5
5
3
4
5
5
5
3
3
5
Fonte: Dados da pesquisa
127
Segundo Lisboa et al. (2013) a introdução de novos produtos ou serviços está
ligado a receptividade diante dos consumidores, caso o produto obtenha sucesso de
aceitação, estes produtos podem ser amplamente divulgados e desta forma obtêm-se
maior participação de mercado, e assim mesmo abre-se uma maior margem para que
apareçam novos concorrentes, diminuindo o crescimento das vendas dos produtos. O
período de atuação de mercado com o lançamento de novos produtos deve obedecer
um ciclo de maturidade e declínio.
O primeiro questionamento está ligado a percepção se a fabricante tem
introduzido no mercado produto(s) inéditos ou claramente aperfeiçoados.
Sobre a análise do gráfico 12 temos que o interesse de cooperar com
empresas do setor elétrico no desenvolvimento de tecnologias é considerado como
representativamente importante para os fabricantes de coletores solares, porém, o
questionamento a seguir, se a empresa tem colaborado com empresas do setor
elétrico no desenvolvimento de tecnologias apresenta baixa representatividade. Este
cenário apresenta uma disposição das empresas em acolher os projetos de parcerias
para o desenvolvimento tecnológico, desde que estas propostas surjam por parte das
companhias elétricas.
Gráfico 12 – Percepção de importância na frequência de lançamento de
inovações
Interesse em cooperar
Cooperação setor elétrico
Adoção de processos
Introdução de produto
0
Elevadíssimo
Fonte: Dados da pesquisa
2
4
Elevado
Indiferente
6
8
Baixo
Baixísso
10
12
128
Sob a adoção de processos inéditos ou claramente aperfeiçoados, os
respondentes apresentam divididos entre os que consideram importantíssimo esta
ação e os que julgam indiferença.
Sobre as ações empresariais de introdução de inovações no mercado elevado
percentual de respondentes consideram importantíssimo, porém, existe nesta análise
forte tendência a ser considerada como irrelevante ou de baixa atratividade.
No quesito de verificação da participação das empresas sobre a exportação de
seus produtos, teve-se 19 respostas válidas, sendo que 4 fabricantes relataram já ter
exportado seus produtos.
5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing
Segundo Manual de Oslo (2005) as inovações operacionais e de marketing
estão alinhadas com o método organizacional na prática de negócio da empresa. Ela
resulta das decisões estratégicas tomadas pela direção e deve constituir novidade
organizacional para a empresa.
Sobre as inovações operacionais, foram questionados aos respondentes se as
organizações possuem o hábito de registrar as inovações empresariais por meio de
patentes, em caso de afirmativo, quantos patentes possuem. Tabela 25.
Tabela 25 - Constituição de patentes empresariais
Cod
Detém
A1
7
A2
27
A3
0
A4
50
A5
0
A6
2
A7
0
A8
1
A9
0
A10
3
A11
Não
B1
B2
Não
B3
2
B4
0
B5
Não
B6
Sim
B7
Sim
C1
Sim
D1
Não
Fonte: Dados de pesquisa
Solicitou
3
Sim
0
5
0
1
0
Não
0
0
Não
Não
0
0
Não
Não
Sim
Não
Não
129
Diante da tabela exposta, chama-se a atenção para a empresa A4, localizada
em São Paulo, com o montante de 50 patentes registradas. Contempla-se registrar
que o mercado de fabricantes relata possuir quantidade superior a 92 patentes
registradas, e 9 empresas relatam não possuir registros.
No que se refere a solicitações de patentes, neste caso, considera-se os
registros que ainda não foram oficializados, destaca-se novamente a empresa A4, com
5 registros em análise.
Segundo Rocha (2003) os indicadores de patentes das empresas inovadoras
apontam para a natureza estratégica que estas assumem no cenário da
competitividade econômica mundial e pela complexidade que suas atividades
envolvem. A preocupação das empresas inovadoras em articular mecanismos de
proteção do conhecimento por meio das patentes, revela-se mais intensa nas
organizações onde se identifica maior potencial e intensidade tecnológica.
5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações
Segundo PINTEC (2013), entre os obstáculos e problemas para a inovação
empresarial temos os motivos pelos quais a empresa não inovou, dentre estes
problemas podem se identificar custos operacionais, rigidez organizacional, deficiência
técnica, problemas de formação, problemas com o Sistema nacional de inovação,
problemas de regulamento, entre outros.
Sobre este tema, foi questionado aos respondentes se eles consideram a
fabricante inovadora, e em seguida disponibilizado espaço para relato do respondente.
19 respostas foram validadas, sendo que 13 respondentes consideram a organização
como inovadora e 6 não consideram inovadora.
Entre os depoimentos, extrai-se que os que consideram a empresa como
inovadora levam em consideração o fortalecimento da empresa e as chances de
ancorar maiores fatias de participação no mercado, outras relatam que o princípio de
inovador está enraizado na cultura organizacional, uma organização relata a questão
da competitividade como fator primordial para a sobrevivência em mercado
competitivo.
Percebe-se uma crença de positividade na visão dos respondentes quanto as
atividades desenvolvidas que conduzem as organizações para a inovação. Extrai-se o
relato da empresa A2 que relata que a empresa inova constantemente, desenvolvendo
novos produtos, processos e aperfeiçoamentos que culminam em patentes e DIs. A
130
empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores
solares e seus acessórios, assim como equipe dedicada de técnicos especializados. O
responsável pela empresa relata o desenvolvimento de novas tecnologias em produtos
e aplicações desde o início de suas atividades, exercendo forte liderança no setor
baseada a partir da inovação e capacitação de profissionais para todo o mercado.
Destaca-se como depoimento a condição de inovadora, a organização A5 que
apresenta que a empresa foi fundada tendo como princípio a inovação tecnológica em
seus absorvedores; para que estes objetivos fossem atingidos, foram buscar no
mercado mundial os processos mais avançados na fabricação dos coletores solares.
Iniciamos nossa produção com as aletas soldas por ultrassom; em tubos de cobres e
fitas de alumínio. Atualmente tem o coletor mais eficiente na tabela do INMETRO; com
o menor preço de venda.
Entre os depoimentos que destacam as fabricantes como “não inovadoras”, ou
seja, em condições contraditórias, destaca-se a fabricante A3, que descreve; “Temos
alto comprometimento com a qualidade e a relação custo x benefício. Buscamos
melhorar nossos processos e produtos continuamente. Buscamos parcerias com
universidades e demais organismos para isso. Contudo, não acredito que nos
encaixamos em inovação, mas apenas acompanhamos o avanço tecnológico natural
do setor.” Percebe-se que o gestor não acredita em grandes mudanças no setor,
porém adota a postura de acompanhar as alterações provocadas pelo mercado.
Segundo Reis e Armond (2012) uma empresa inovadora é aquela que aplica a
inovação em seu dia-a-dia, inicia-se na indústria que permite que inovações sejam
criadas, que esteja aberta a receber diversos inputs como sinalizadores de inovação.
A organização para ser considerada criativa deve estar aberta para buscar soluções
para as soluções de problemas que se apresentam das mais diversas formas. Buscam
sempre a melhor maneira de atuação de mercado, mesmo que isto implique realização
de investimentos e redução de lucros.
Como estratégia as organizações inovadoras podem estreitar relacionamentos
com os clientes, promover interatividade com parceiros de mercados, realizar
promoções a inovação e qualidade, exercer liderança no segmento que atua, ter
excelência de atendimento, assumir riscos com oportunidades, entender as
necessidades do mercado consumidor, estar atendo ao grau de satisfação dos clientes
e buscar por oportunidades emergentes.
131
5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação
Para a PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a
participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de
inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes
envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de
serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada
cooperação.
Segundo PINTEC (2013) a relação que a organização pode apresentar na
captura de projetos em conjuntos com Universidades, centros tecnológicos, outras
empresas, fornecedores de insumos e clientes, pode assinalar fontes de cooperação
para a inovação, e neste caso, assume-se a postura de identificar o quanto a
organização está atenta as modificações que ocorrem nos mercados, nas novas
oportunidades de lançamentos de produtos ou processos que possam atender a
demandas reprimidas.
Sobre este tema, foi questionado aos respondentes sobre as redes de
cooperação para a adoção de inovações, foram considerados como possíveis
parceiros que cooperam para a inovação as universidades e centros tecnológicos,
participação em conjunto com outras empresas privadas, obtenção de informações
junto a fornecedores e observação e atendimento a demanda dos clientes. Tabela 26.
Tabela 26 - Projetos conjuntos de inovação
Empresas
privadas
A1
0
0
A2
0
0
A3
0
0
A4
0
0
A5
0
0
A6
0
0
A7
0
0
A8
0
1
A9
0
0
A10
1
1
A11
0
1
B1
B2
0
0
B3
0
0
B4
0
0
B5
0
0
B6
1
0
B7
1
0
C1
0
0
D1
0
0
Fonte: Dados da pesquisa
Cod Universidades
Fornecedores Clientes
0
0
0
0
0
0
0
0
2
3
6
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
132
Para este setor da economia, O gráfico 13 traz a abordagem geral das
empresas quanto a participação de colaboração para o desenvolvimento de inovação
nas fabricantes.
Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação
Clientes
17%
Fornecedores
57%
Univesridades
13%
Empresaas
privadas
13%
Fonte: Dados da pesquisa
Entende-se com o gráfico 13 que os fornecedores das fabricantes são fortes
aliados na cooperação para o desenvolvimento das inovações, oura fonte importante
para o desenvolvimento das inovações são os clientes das empresas, diante desta
evidência, permite-se compreender que 74% da cooperação para as inovações
empresariais provem do relacionamento das organizações com os fornecedores e com
os clientes.
5.3 Métricas dos indicadores de inovação
O quadro 17 apresenta a forma de abordagem quantitativa dos dados apurados
diante dos fabricantes de coletores solares. Neste contexto foram desenvolvidos a
análise de cinco fatores de indicadores de inovação. Atividade interna de inovação,
esforço inovativo, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais.
No que se refere à mensuração das atividades internas de inovação, foi
desenvolvido a análise sobre o percentual de empregados envolvidos com o processo
interno de inovação, percentual de colaboradores, por empresa, que possuem
especialização, graduação e mestrado/doutorado.
Sobre o esforço inovativo foram abordados o percentual de faturamento
investido em atividade de capacitação e treinamento dos colaboradores, percentual de
133
faturamento investido em atividade de P&D, percentual de investimento realizado em
aquisição de máquinas e equipamentos, percentual de faturamento investido em
tecnologia da informação, percentual total de investimento realizado com a atividade
de aprendizado organizacional, percentual de colaboradores que receberam incentivos
financeiros para o aperfeiçoamento profissional e o percentual de faturamento
investido em aquisição de licenças.
Sobre os indicadores de fontes de inovação, apura-se a quantidade total de
parceiros que a organização possui para o desenvolvimento de projetos de inovação,
percentual de projetos desenvolvidos com clientes, firmas privadas, fornecedores e
universidades.
No que se refere aos indicadores de impacto da inovação, apresenta-se o
percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira.
Sobre os indicadores de inovações operacionais apresenta-se a quantidade de
patentes registradas, solicitadas e o percentual de investimento realizado com registro
de patentes. Quadro 17.
Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas
Fontes de inovação
Esforço inovativo
Atividade interna de
inovação
ind
Quesito
Percentual de empregados envolvidos no
processo de inovação
Percentual de empregados que possuem
especialização
Percentual de empregados que possuem
formação superior (Graduação)
Percentual de empregados mestres e
doutores
Percentual de faturamento investido em
atividade de capacitação e treinamento
Percentual de faturamento investido pela
empresa em atividade de P&D e inovação
Percentual de investimento realizado em
aquisição de máquinas e equipamentos
Percentual do faturamento investido em
tecnologia da informação
Percentual total de investimento realizado
com atividades de aprendizagem
Percentual de empregados que receberam
apoio financeiro da empresa para a
formação acadêmica
Percentual de faturamento investido em
licenças de tecnologias
Número total de parceiros em projetos de
inovação
Percentual de projetos desenvolvidos com
Clientes
Percentual de projetos desenvolvidos com
firmas privadas
Percentual de projetos desenvolvidos com
Fornecedores
Cálculo
(número de colaboradores envolvidos no processo de
inovação x 100)/ número de colaboradores da empresa
(número de colaboradores com especialização x 100)/
número de colaboradores da empresa
(número de colaboradores em formação superior x
100)/ número de colaboradores da empresa
(número de mestres e doutores x 100)/ número de
empregados
(Valor investido em treinamentos e capacitações x
100)/ faturamento
(valor investido em P&D x 100)/ faturamento
(Valor investido em aquisição de máquinas e
equipamentos x 100)/ faturamento
( valor investido na compra de tecnologia incorporada x
100)/faturamento
(Valor investido em atividades de aprendizagem x 100)/
faturamento
Número de funcionários que receberam apoio sobre o
número total de empregados
(valor investido na compra de tecnologia x 100)/
faturamento
Quantidade de parceiros ativos em projetos de
inovação
(número total de projetos de P&D em parcerias com
clientes x 100)/ número total de projetos de P&D
(número total de projetos de P&D em parcerias com
firmas privadas x 100)/ número total de projetos de
P&D
(número total de projetos de P&D em parcerias com
fornecedores x 100)/ número total de projetos de P&D
Continua
134
Inovações
operacionais
Impacto da
inovação
Continuação
Percentual de projetos desenvolvidos com
universidades
(número total de projetos de P&D em parcerias com
universidades x 100)/ número total de projetos de P&D
Percentual de investimento realizado com a
comercialização pioneira
(Valor investido em comercialização pioneira de
inovações x 100)/ faturamento
Número de patentes registradas
Quantidade de patentes registradas pela empresa
Número de patentes solicitadas
Quantidade de patentes solicitadas pela empresa
(Valor investido em registro de patentes x 100)/
faturamento
Percentual de investimento realizado com
registro de patentes
Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008)
A tabela 27 apresenta os valores aferidos com a aplicação das fórmulas de cálculo dos
indicadores das 20 empresas, valores que mensuram o valor total, média, valor mínimo, valor
máximo e desvio padrão.
Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores
Esforço inovativo
Atividade interna de
inovação
ind
Quesito
Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação
Valor
Total
Média
Valor
Valor
Mínimo
Máximo
Desvio
Padrão
445,07
22,25
0,00
100,00
37,2333
155,54
7,78
0,00
57,89
13,0813
381,40
19,07
0,00
89,29
19,7532
11,37
0,57
0,00
4,67
1,2695
2,67
0,27
0,00
1,00
0,3147
26,70
2,67
0,00
10,00
3,4705
97,90
9,79
0,00
75,00
23,0476
2,90
0,29
0,00
0,75
0,2513
15,69
1,57
0,00
10,67
3,3134
1,89
0,09
0,00
0,54
0,1255
0,60
0,03
0,00
0,40
0,0979
23,00
3,29
1,00
8,00
2,6904
162,50
23,21
0,00
100,00
35,9926
129,17
18,45
0,00
100,00
36,6301
291,67
41,67
0,00
75,00
30,0463
116,67
16,67
0,00
50,00
23,5702
10,64
1,06
0,00
7,50
2,3137
95,00
5,00
0,00
50,00
12,5255
11,00
0,58
0,00
5,00
1,3045
1,21
0,12
0,00
0,67
0,2109
%
Percentual de empregados que possuem especialização
Percentual de empregados que possuem formação superior
(Graduação)
Percentual de empregados mestres e doutores
Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e
treinamento
Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de
P&D e inovação
Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e
equipamentos
Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação
Percentual total de investimento realizado com atividades de
aprendizagem
Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da
empresa para a formação acadêmica
Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias
Número total de parceiros em projetos de inovação
Fontes de inovação
Unid.
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
UN.
Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes
%
Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas
%
Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores
%
Percentual de projetos desenvolvidos com universidades
Inovações
operacionais
Impacto
da
inovação
%
Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira
Número de patentes registradas
Número de patentes solicitadas
Percentual de investimento realizado com registro de patentes
Fonte: Dados da pesquisa
%
UN.
UN.
%
135
Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, os resultados apurados
com a aplicação do questionário indicam que o percentual médio do setor de
empregados envolvidos no processo de inovação organizacional é de 2,25% do efetivo
contratado. Existe a incidência de empresas que não possuem empregados nesta
atividade e empresas que possuem 100% de seus funcionários envolvidos com
atividade de inovação.
Segundo Sbragia e Andreassi (2006) a participação dos funcionários nas ações
de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são parte
da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos de
mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como fonte
de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação para
que se perpetue esta aliança.
Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, admite-se
que em média 7,78% dos contratados possuem capacitação especializada para lidar
com os equipamentos e máquinas. Este indicador assinala a qualificação necessária
dos trabalhadores que assumem condições de incorporar inovações implantadas pela
gestão organizacional.
O percentual médio de empregados que possui formação superior, curso de
graduação concluído ou em fase de conclusão, é estimado na média de 19,07%. Já a
média percentual de mestres e doutores está estimada em 0,57%, o que sinaliza a
existência de poucos mestres e doutores envolvidos com as organizações fabricantes,
e um considerável percentual de trabalhadores com graduação.
O apontamento dos indicadores de esforço inovador apresenta o percentual
médio de faturamento investido em capacitação e treinamento é estimado em 0,27%.
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a formação e treinamento de
trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidarem com problemas
associados ao processo de inovar nas firmas.
Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas
como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do
mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos
problemas com a inovação.
Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de
P&D,
identifica-se
a
média
empresarial
de
2,67%.
Entende-se
que
este
136
desenvolvimento assinala a intenção da gestão organizacional em envolver recursos
financeiros para realizar pesquisas e desenvolvimentos que proporcionem maior
entendimento do campo de inovação organizacional.
Segundo Tigre (2006) os investimentos em aquisição e atualização de
máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição
criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no
mercado.
Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação,
identifica-se a média 0,29%, o que demonstra valores tímidos de investimentos
realizados para manter equipamentos (computadores) e similares de informatização
atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes.
Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de
aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem
ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante
investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera
competitividade e inovação para as organizações. Sobre este cenario, pretende-se
avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de
aprendizagem nas organizações.
Sobre o percentual médio de funcionários que recebem apoio financeiro para
continuidade da formação acadêmica é de 0,09%, o que revela o quanto as
organizações estão dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos
trabalhadores contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com
as mutações proporcionadas pelas inovações incorporadas.
O investimento médio em licenças de tecnologias é de 0,03%, revela o baixo
nível de investimento realizado em licenças para atuar no mercado com produtos
inovadores, assim como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e
Normas governamentais.
A quantidade média de parceiros em projetos de inovação é estimado em 3,29
unidades por organização, esta média revela a busca com outros atores de mercado a
disseminação da inovação, e o quanto as organizações estão atentas aos fatores
Sobre o percentual médio de investimentos realizados com a comercialização
pioneira de inovação tem-se 1,06%, Destaca-se um dos respondentes que relata ter
investimentos em torno de 7,5% do faturamento. Este percentual sinaliza o
137
comportamento das organizações para o lançamento de produtos novos ou
substancialmente modificados para os mercados preteridos.
A média de quantidade de patentes registradas é de 5 por empresa, e as
patentes solicitadas é de 0,58, e o valor percentual médio investido em registro de
patentes é de 0,12%.
Diante do cenário exposto por este setor, fez-se a opção por selecionados 4
fabricantes para o desenvolvimento de uma análise comparativa entre os resultados
aferidos. Dentre os critérios para selecionar as fabricantes deste setor, optou-se pelas
organizações que apresentassem maior quantidade de indicadores respondidos e a
localização geográfica, sendo uma representante de cada estado, São Paulo, Minas
Gerais, Goiás e Santa Catarina. Tabela 28.
Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas
Esforço inovativo
Atividade interna de
inovação
ind
Quesito
Unid.
A1
B7
C1
D1
%
16,22
5,36
4,00
1,79
%
5,41
3,57
20,00
%
37,84
7,14
8,00
%
2,70
1,79
1,60
%
0,67
0,13
%
6,67
5,00
%
4,00
6,00
%
0,67
0,17
Percentual total de investimento realizado com atividades de
aprendizagem
%
2,67
10,67
Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da
empresa para a formação acadêmica
%
0,14
%
0,40
Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação
Percentual de empregados que possuem especialização
Percentual de empregados que possuem formação superior
(Graduação)
Percentual de empregados mestres e doutores
Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e
treinamento
Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de
P&D e inovação
Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e
equipamentos
Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação
Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias
Fontes de inovação
Número total de parceiros em projetos de inovação
Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes
Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas
Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores
Inovações
operacionais
Impacto
da
inovação
Percentual de projetos desenvolvidos com universidades
Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira
%
%
%
%
0,50
-
89,29
0,10
0,70
0,50
0,20
0,80
0,12
0,54
-
-
2
UN.
%
-
-
-
-
0
-
-
-
0
-
-
-
50
-
-
-
50
-
-
1,33
0,67
-
-
Número de patentes registradas
UN.
7
1
1
0
Número de patentes solicitadas
UN.
3
1
0
0
0,67
0,27
-
-
Percentual de investimento realizado com registro de patentes
Fonte: Dados da pesquisa
%
138
Sobre a tabela 28 apresenta-se que sobre os indicadores de atividade interna
em análise ao setor analisado, a empresa que apresenta maior porcentagem de
empregados envolvidos com atividades do processo de inovação é a D1 com 16,22%
de participação, as empresas B7 apresenta participação de 5,36% a C1 com 4% e a
empresa D1 com 1,79%.
Sobre o percentual de empregados com especialização a empresa que
apresenta melhor percentual é a C1 com 20% do efetivo contratado. A empresa A1
apresenta 5,41% e a empresa B7 apresenta 3,57%. Neste tópico a empresa D1 não
registrou a informação.
Sobre a qualificação acadêmica sob a ótica de graduação a empresa que
apresenta maior percentual é a D1 com 89,29% do efetivo que possui formação
superior, a empresa A1 apresenta 37,84%, C1 com 8% e a empresa que apresenta
menor porcentagem é a B7 com 1,79%. Percebe-se a empresa D1 possui expressivo
potencial de qualificação acadêmica dos profissionais contratados. Este fator pode ser
considerado relevante para adoção e incorporação de inovações tecnológicas. Sabese que os profissionais com qualificação assumem maior potencial de contribuição
para as ações de criatividade das organizações.
O percentual de trabalhadores que possuem doutorado ou mestrado é
registrado em 2,7% para a empresa A1, seguida por 1,79 para a empresa B7 e 1,6%
para a empresa C1. A empresa D1 não registra esta informação. Estas porcentagens
sinalizam para a baixa quantidade de profissionais que possuem pós-graduação
agregado ao quadro funcional das organizações, este indicador pode assinalar o baixo
grau de investimentos na qualificação acadêmica dos trabalhadores. Entende-se que o
trabalhador com mestrado ou doutorado, ou quanto maior seu nível de graduação,
maior
será
o
potencial
deste
trabalhador
contribuir
para
a
absorção
ou
implementações de inovações para o setor.
Sobre os indicadores de esforço de inovação, o questionamento sobre o
percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento
apresenta a empresa A1 com maior percentual, 0,67% do faturamento, seguidos pela
empresa B7 com 0,13% e D1 com 0,10%. Entende-se que estes níveis de
investimentos são considerados relativamente baixos para aferir qualidade e
quantidade no processo de capacitação e treinamento dos profissionais contratados.
Sobre o percentual de faturamento investido em atividades de P&D, registra-se
que a empresa A1 apresenta 6,67% de investimento e a empresa B7 relata 5% estes
139
níveis de investimentos assinalam uma tendência das organizações em desenvolver
ações de criatividade e conhecimento para potencializar suas condições de
competitividade regional.
Sobre os percentuais investidos em aquisição de máquinas e equipamentos
temos como destaque a empresa B7 com 6% seguido pela empresa A1 com 4%.
Neste tópico temos as duas organizações como as que mais realizam investimentos
para manter o setor fabril em condições de atuar face às inovações propostas para
atender as demandas do mercado.
O campo de tecnologia da informação, aquisição de computadores e
equipamentos de informática, as empresas selecionadas apresentam condições
similares de investimento, com breve destaque para a empresa A1 com 0,67% de
investimento sobre o faturamento bruto. Este indicador sinaliza o quanto as
organizações estão atentas e investindo para manter seus equipamentos de
informática atualizados com o que é praticado pelo mercado.
Sobre o montante investido em atividades de aprendizagem temos como
destaque a empresa B7 com 10,67% do faturamento informado. Esta informação é
relevante para pontuar como as organizações estão disponibilizando e facilitando o
acesso de qualificação que proporcione o aprendizado para os colaboradores
contratados. Entende-se que o conhecimento e a aprendizagem são fatores que
geram condições de modificar a cultura organizacional e gerar potenciais de
competitividade.
O percentual de colaboradores que recebem incentivos financeiros para a
qualificação e formação acadêmica apresenta a empresa D1 como destaque entre as
selecionadas para este comparativo com 0,54%, este indicador acena para uma
preocupação da gerência para o aperfeiçoamento do quadro funcional capaz de lidar
com as inovações e as alterações propostas pelas mudanças de mercado.
Sobre os níveis percentuais de investimentos realizados em aquisição de
licenças de tecnologia, temos que a empresa A1 realiza 0,40% e a empresa B7 0,50%,
estes valores são considerados tímidos face o montante de faturamento bruto
empresarial informado.
Sobre os indicadores de fontes de inovação temos uma breve análise dos
parceiros que contribuem para projetos de inovação das organizações, dentre as
empresas selecionadas apenas a B7 apresenta 2 parcerias firmadas, sendo uma
realizada com fornecedores e outra com Universidades e centros tecnológicos. Este
140
indicador revela a baixa relação que as empresas possuem com parceiros de atuação
de mercado.
O indicador de impacto da inovação revela que sob a ótica de comercialização
pioneira de inovação as empresas A1 acusa ter investido 1,33% do faturamento e a
empresa B7 com 0,67%, valores que representam o quanto as empresas estão
dispostas a divulgar e apresentar suas inovações para o mercado.
Sobre os indicadores de inovações operacionais, que trará especificamente de
registro de patentes, temos a empresa A1 com maior representatividade sobre a
quantidade de patentes registradas somando 7, seguidas pela empresa B7 e C1 com
1 registro cada. A empresa D1 não relata ter registrado patentes para o período.
Quanto às patentes solicitadas a empresa A1 segue em destaque com 3
solicitações requeridas, e a empresa B7 com uma.
Sobre o percentual do faturamento investido com os registros de patentes
temos a empresa A1 com 0,67% e B7 com 0,27% do faturamento investido. Estes
valores denotam o quanto as organizações estão dispostas a investir financeiramente
para proteger suas inovações face o mercado atuante.
141
6 CONCLUSÕES
Assume-se com a elaboração desta dissertação o tema “Dinâmica de Inovação
dos Fabricantes Brasileiros de Coletores Solares”, um desenvolvimento a partir da
conjuntura
de
indicadores
de
inovação.
Dissertação
apresentada a
Banca
examinadora do Centro Universitário UNA Belo Horizonte, estado de Minas Gerais.
Esta dissertação é parte integrante do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento
desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMG, sob o
supervisão da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, sob o registro de P&D
438, que trata do desenvolvimento de novos coletores solares para sistemas de
condicionamento de ar e refrigeração.
A avaliação da capacidade inovativa dos fabricantes de coletores solares teve
como base de elaboração os indicadores de inovação aferidos pela PINTEC (2013),
fez-se uma ampla pesquisa bibliográfica para atualização de conceitos e referências
acerca do tema proposto.
Dentre os objetivos traçados para este desenvolvimento tem-se como objetivo
geral a análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores solares, a partir da
utilização de um conjunto de indicadores de inovação.
É possível estabelecer algumas conclusões acerca desta investigação, onde se
identifica que existe uma considerável concentração das fabricantes no estado de São
Paulo e Minas Gerais, e que 50% das fabricantes possuem idade média entre 10 e 20
anos.
Sobre a composição jurídica das fabricantes, identificou-se que 95% possui
fonte de capital nacional, este indicador assinala para o potencial interno de
investimento.
Quanto a composição do quadro de trabalhadores, aponta-se para a evolução
crescente de contratação nos últimos anos, sendo que é possível identificar pequena
parcela de trabalhadores terceirizados. Diante dos dados identificados, percebe-se
que as grandes empresas localizadas no estado de São Paulo são as que mais
possuem trabalhadores contratados.
Diante do quadro geral de trabalhadores contratados, é tímida a quantidade de
funcionários envolvidos com as atividades internas de inovações nas organizações, e
este cenário pode ser alterado por parte dos gestores administrativos para
potencializar novas fontes de inovação e melhorar a capacidade interna criativa.
142
Os indicadores de inovação selecionados para este desenvolvimento foram
elencados em atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação,
impacto da inovação e inovações operacionais.
Sobre os valores financeiros investidos em atividades de aprendizado e
inovação, duas organizações assumem destaque em investimentos em atividades de
P&D, aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de licenças, comercialização
pioneira, registro de patentes e o valor total investido em aprendizagem. É possível
verificar que nas análises de outros indicadores, estas empresas apresentam
destaque positivo, dentro de um contexto, se apresentando como líderes em seu
segmento.
Sobre o nível de investimento identificado pelas fabricantes nos trabalhadores,
com incentivos para a qualificação profissional, chama-se a atenção para 4 fabricantes
que declaram quantidades superiores a 30 trabalhadores em processo de incentivo,
fator que pode ser considerado como positivo para a formação de profissionais
qualificados e com condições técnicas para contribuir para a capacidade inovativa
organizacional.
O nível de qualificação acadêmica dos trabalhadores contratados pelas
fabricantes apresenta um bom indicador para os campos de graduação e
especialização, porém se apresenta deficitário quanto a formação de mestres e
doutores. Este indicador deve ser observado com mais enfoque por parte dos
gestores, pois, entende-se que profissionais efetivos com formação acadêmica de
mestre e doutores possuem condições de contribuir para o processo inovativo por
possuir maios expertise no desenvolvimento de pesquisas.
Entre os fatores motivacionais apresentados, apura-se com destaque a
necessidade de produção com qualidade e às inovações proporcionadas para a
fabricação dos coletores solares, porém o campo de diversidade foi o que apresentou
menor grau de importância dos fabricantes, este cenário aponta para a possibilidade
dos fabricantes estarem atentos à linha de produção, porém dispersos a diversificação
de produtos para atender ao mercado.
Sobre o potencial de investimentos realizados em atividade de inovação,
chama-se a atenção para os valores informados em aquisições de máquinas e
equipamentos, com valor informado pelo grupo de fabricantes de R$ 6.571.000,00,
praticamente
todas
as
empresas
respondentes
relataram
estarem
fazendo
investimentos neste quesito. Outro fator relevante neste questionamento refere-se a
investimentos realizados em consultoria realizada por centros universitários e
143
universidades, caracterizando-se como o de menor expressão na destinação de
verbas dos empresários.
Observa-se que 74% das empresas fabricantes relataram participar ativamente
no mercado com o lançamento de novos produtos e 96% declararam possuir projetos
de melhorias par lançamento de produtos, estes indicadores assinalam o quanto as
organizações estão se movimentando para acompanhar as inovações lançadas no
mercado.
Sobre o posicionamento de produto no mercado, chama-se a atenção para o
baixo grau de importância que os gestores organizacionais aferem para a exportação
de seus produtos. Este indicador assinala para a tendência de as fabricantes
atenderem ao mercado interno, e que as organizações estão atentas ao atendimento
das demandas regionais. Neste quesito o indicador que teve maior potencial de
atenção está relacionado ao aumento de produtividade.
No processo de classificatório de quatro empresas selecionadas, chama-se a
atenção para a empresa A1, que apresenta melhor composto de indicadores de
capacidade inovativa.
O comportamento de verificação dos indicadores e seus constructos se
apresentaram de forma satisfatória durante a realização desse trabalho, porém
chama-se a atenção para a necessidade e possibilidade de novas aplicações e novos
estudos acerca do tema proposto.
O objetivo geral de análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores
solares, a partir da utilização de um conjunto de indicadores de inovação, foi
desenvolvido com êxito, porém com algumas restrições e aprofundamentos que foram
limitados pela quantidade de questionários respondidos.
A realização deste trabalho possibilita selecionar 4 fabricantes com resultados
satisfatórios da conjunção de indicadores de inovação, o que credencia a um cenário
favorável de capacidade inovativa.
Tendo em vista as deficiências apresentadas pelas empresas e constatadas
nos resultados da pesquisa, recomenda-se a realização de novos estudos de
diagnóstico mais detalhado para evidenciar as fragilidades que esses fabricantes
possam apresentar em relação à capacidade inovativa.
Este diagnóstico poderá orientar e estimular agentes do setor elétrico que
tenham interesse no desenvolvimento de produto inovador em parceria com essas
144
empresas,
a
constituírem
programas
que
objetivem
a
capacitação
e
o
desenvolvimento de capacidade absortiva dessas empresas.
De outra forma, importante destacar as limitações para a realização desta
pesquisa, iniciando-se pelo baixo percentual de empresas que responderam ao
questionário utilizando-se da plataforma eletrônica, on line, acarretando a necessidade
de se buscar a aplicação desse instrumento de pesquisa, presencialmente, o que foi
conseguido pela participação no 2º CB Sol Congresso Brasileiro de Aquecimento
Solar, realizado em São Paulo, no período 26 a 28 de agosto de 2014, que contou
com a presença de diversas empresas objeto desta pesquisa.
Outra limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes,
50% do total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o
número absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a
realização de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de
correlações entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o
sentido das relações entre as componentes da capacidade inovativa envolvidas no
estudo, além de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de
dados, haja vista a possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual
de respondentes tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de
questões abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita
a realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações
estruturais. Esta condição foi agravada também pela premência do tempo para a
efetivação da pesquisa.
Dessa forma, recomenda-se, para futuras pesquisas envolvendo este mesmo
setor, que sejam implementadas estratégias que estimulem a participação e
envolvimento de uma maior gama de empresas, se possível, contemplando todo o
universo. Para tal, a disponibilização de um prazo mais dilatado para se obter as
respostas aliado a uma programação de visitas às empresas poderão facilitar o
alcance deste objetivo.
Finalmente, há de se destacar a percepção clara de que há interesse dos
fabricantes de coletores solares, foco desta pesquisa, em se aproximarem das
empresas do setor elétrico para o estabelecimento de parcerias com vistas à
implantação e desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadoras, conforme
referendado nas respostas obtidas ao questionamento da capacidade inovativa, sobre
esta cooperação que representou um resultado de 87,4% favoráveis, que sinaliza a
abertura de
um canal de relacionamento que fortalece a perspectiva da
concessionária de energia elétrica em viabilizar seus projetos de P&D junto aos
fabricantes nacionais de coletores solares.
145
O desenvolvimento desta dissertação possibilitou a revisão da literatura de dois
conceitos de enfoque na sociedade atual, sendo a capacidade inovativa e indicadores
de inovação. Os conceitos foram abordados com o que se tem de maior referência de
conhecimento e atuação acadêmica e mercadológica.
A realização desta dissertação possibilitou uma nova observação sobre as
empresas fabricantes de coletores solares, e como estas fabricantes se comportam
diante da proposta de indicadores de inovação. Com os resultados aferidos torna-se
possível o desenvolvimento futuro de novas análises e estudos de casos, que podem
ser atribuídos para outras organizações do segmento.
146
REFERENCIAL
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152
APÊNDICES
153
APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de
inovação
154
155
156
157
158
159
160
161
APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas
162
A1
Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação
Percentual de empregados que possuem especialização
A2
A3
16,22
3,45
A4
8,33
A5
3,33
A6
A7
A8
A9
A10
A11
B1
B4
100,00
120,00
100,00
16,00
10,00
4,60
0,00
0,00
1,12
-
-
7,25
-
5,41
3,45
8,33
10,00
4,00
57,89
4,00
10,00
4,00
3,33
37,84
27,59
8,33
26,67
12,00
26,32
12,00
30,00
28,00
13,33
12,64
Percentual de empregados mestres e doutores
2,703
0
4,67
0
0
0
0
0
0
Percentual de faturamento investido em atividade de
capacitação e treinamento
0,67
Percentual de faturamento investido pela empresa em
atividade de P&D e inovação
6,67
Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas
e equipamentos
Percentual do faturamento investido em tecnologia da
informação
Percentual total de investimento realizado com atividades de
aprendizagem
2,67
Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da
empresa para a formação acadêmica
0,14
-
-
Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias
0,40
-
-
0,11
0
-
17,39
0
1,12
0
B5
3,95
B7
2,63
-
6,25
4,00
25,00
5,26
-
15,63
8,00
10,00
89,29
2
0
0
-
0,13
0,21
0,13
0,10
3,00
5,00
0,70
6,00
0,50
0,17
0,20
10,67
0,80
0,75
-
0,25
4,00
5,62
75,00
0,44
5,40
-
0,94
0,67
0,22
0,75
0,06
-
0,31
-
1,38
-
0,02
-
0,23
-
0,16
-
-
0,10
-
-
-
-
0,08
-
1
Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes
-
Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas
100,00
Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores
-
Percentual de projetos desenvolvidos com universidades
1,33
-
0,10
-
-
-
-
7,000
27
-
50
-
Número de patentes solicitadas
3,000
1
-
5
-
percentual de investimento realizado com registro de patentes
0,67
2
1
0,15
-
-
-
0,13
-
0,03
-
0,42
-
-
-
0,20
6
8
1
33,33
16,67
12,50
100,00
16,67
12,50
-
50,00
75,00
-
50,00
50,00
-
50,00
50,00
1,00
0,67
66,67
-
1
0,09
-
3
16,67
-
7,50
Número de patentes registradas
-
0,13
-
-
2
0,33
-
1,79
0
10,00
0,08
5,00
0
-
0,11
6,00
D1
15,63
0,22
0,11
C1
1,67
0
0,11
B6
1,00
Número total de parceiros em projetos de inovação
Percentual de investimento realizado com a comercialização
pioneira
B3
28,00
Percentual de empregados que possuem formação superior (
curso superior completo)
0
B2
2
-
-
-
3
-
-
2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,05
-
-
1
0,08
-
-
1
-
-
-
-
0,14
0,54
2
-
-
0,15
1
1
-
0,27
-
163
Download

Arlem Hudson Rocha DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS