1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO Redes Empresariais, Inovação e Competitividade Arlem Hudson Rocha DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO Belo Horizonte 2014 2 ARLEM HUDSON ROCHA DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO. Dissertação apresentada ao Programa de pósgraduação - Curso de Mestrado Profissional em Administração do Centro Universitário UNA em 2014, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Linha de pesquisa: Redes Inovação e Competitividade Empresariais, Orientador: Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva Co-orientador: Prof. Dr. Fabrício Ziviani Belo Horizonte 2014 3 4 5 Dedico este trabalho a minha esposa Marília Candian Rocha pela compreensão de minha ausência e nervosismo ao longo do tempo necessário para o desenvolvimento desta dissertação. Aos meus filhos Arthur Candian Rocha pelas cobranças e ensinamentos que ocorreram no percurso, e ao Heitor Candian Rocha, que resolveu compor a família no meio da fase de conclusão das disciplinas do mestrado. Aos meus eternos mestres, Hildo José da Rocha e Marlene Maria Rocha, que são exemplos para a minha formação, que me ensinaram tudo que sei, e igualmente aos meus 10 irmãos que sempre apostaram em meu potencial (Anderson, Albert, Simone, Rosemary, Kelly, Davidson, Débora, Hildo, Leonardo e Letícia) Em especial a meu irmão Davidson Rocha, que me ajudou de forma incontestável. 6 Agradeço a Deus por indicar caminhos a seguir para a constante busca do saber, por me ensinar a aprender para educar e educar para trabalhar. Às Professoras Dra. Iris Goulart e Dra. Marta Ferreira, que em restrito tempo souberam com maestria conquistar confiança e admiração, a quem devo agradecimentos especiais. Ao Professor e Orientador Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva pela sabedoria e condução deste trabalho e pela elaboração de cenário favorável à construção desta obra. Sem seus ensinamentos, o caminho seria árduo... Agradeço aos colegas mestrandos, em especial ao amigo e Professor Helton de Paula Guedes, que estiveram ao meu lado, sofrendo, pernoitando, chorando, lendo e compartilhando informações que se transformaram em conhecimento. Ao Professor Dr. Fabrício Ziviani, por não desistir do nosso projeto. Agradeço ao gerente do Projeto de P&D da CEMIG, Matheus Herzog, por dedicar momentos preciosos na apreciação do projeto proposto e a Professora Elizabeth Duarte, Coordenadora do Projeto. 7 “Você está vivo?” 8 RESUMO DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO COLETORES A utilização de fontes alternativas de energia vem ganhando importância na estratégia competitiva entre as nações e principalmente entre as organizações envolvidas em competitividade por este setor. Percebe-se o aumento de investimento e a importância que as organizações estão atribuindo a este cenário, capacidade de produção de energia de qualidade com maior percentual de sustentabilidade. Atualmente, existem poucos e rasos estudos desenvolvidos sobre o setor fabril de coletores solares de média capacidade instalados no Brasil, e desta forma não se tem claramente evidenciado em estudos a forma de organização deste setor da economia em vista à proposta de indicadores de inovação tecnológica. Importante destacar que o objeto de análise tem como foco único as organizações fabricantes de coletores solares, sendo que as demais organizações envolvidas com o setor de coletores solares servem como objeto para futuras análises e outros desenvolvimentos acadêmicos. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, de natureza descritiva. Devido à característica do universo de 40 organizações abordadas, optou-se por utilizar o método survey como estratégia de pesquisa. O questionário estruturado para este desenvolvimento conta com questões que objetivaram traçar métricas de análise de indicadores de inovação tecnológica e verificar a capacidade inovativa das organizações. Destaca-se que a proposição do conjunto de indicadores seja considerada como ponto de partida para levantamento de informações relevantes capazes de gerar sinais confiáveis para a aferição de práticas e indicadores relacionados à inovação no setor fabril de coletores solares nacionais. Os indicadores de inovação que compõem o processo de avaliação da capacidade inovativa foram agrupados em 5 campos, atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais. Entre os resultados apurados no estudo surgem dados positivos de evolução do setor principalmente quanto aos indicadores base da capacidade inovativa. Percebe-se uma evolução gradativa do nível de contratação de empregados, o que aponta para um setor da economia que está em expansão. Sobre as atividades internas de inovação, destacam-se o percentual de empregados envolvidos com a atividade inovativa, o que sinaliza para uma busca das Organizações em atender ao mercado com produtos com eficiência energética. O nível de esforço inovativo apresenta como destaque o percentual de investimento realizado coma a aquisição de máquinas e equipamentos, que aponta para a atualização e aumento do potencial produtivo. Como fontes de inovação, apresenta como destaque o enfoque dado aos projetos desenvolvidos com fornecedores para o desenvolvimento inovador empresarial. Os resultados apurados com os impactos das inovações apresentam como destaque os níveis de investimentos realizados coma comercialização pioneira de inovações para o mercado de atuação, e como fechamento, apura-se o registro e solicitações de patentes requeridas por parte dos fabricantes nacionais de coletores solares. Os resultados aferidos apontam para o comportamento setorial. Palavras chaves: Capacidade inovativa, Indicadores de inovação, Fabricantes nacionais de coletores solares. 9 ABSTRACT INNOVATION DYNAMICS OF MANUFACTURERS BRAZILIAN SOLAR COLLECTORS: ANALYSIS OF AN INNOVATION INDICATORS SET The use of alternative energy sources is becoming increasingly important in the competitive strategy among nations and especially between organizations involved in competitiveness in this sector. The increased investment up and realize the importance that organizations are attributing to this scenario, quality power production capacity with the highest percentage of sustainability. Currently there are few and shallow studies conducted on the manufacturing sector of solar collectors installed capacity of medium in Brazil, and thus not clearly has shown in studies the form of organization of this sector of the economy in view of the proposed technological innovation indicators. Importantly, the object of analysis is for the sole focus the manufacturers of solar collectors organizations, and other organizations involved in the sector of solar collectors serve as an object for further analysis and other academic developments. This is a research with qualitative and quantitative and descriptive in nature. Due to the nature of the universe of 40 organizations addressed, we chose to use the survey method as a research strategy. The structured questionnaire for this development has questions that aimed to draw metric analysis of technological innovation indicators and verify the innovative capacity of organizations. It is noteworthy that the set of indicators of the proposal is considered as a starting point for raising relevant information able to generate reliable signals for the measurement practices and indicators related to innovation in the manufacturing sector of domestic solar collectors. Innovation indicators that make up the evaluation process of the innovative capacity were grouped into 5 fields, internal activity of innovation, innovative effort, sources of innovation, impacts of innovation, operational. Among the results obtained in the study appear positive data evolution of the sector especially regarding the basis of the innovative capacity indicators. We can see a gradual evolution of the level of hiring employees, which points to a sector of the economy that is expanding. About the internal activities of innovation, we highlight the percentage of employees involved in innovative activity, which points to a search of organizations to meet the market with energy efficient products. The level of innovative effort has as highlight the investment percentage realized eat the acquisition of machinery and equipment, which points to upgrade and increase the productive potential. As sources of innovation, as has highlighted the focus given to projects developed with suppliers for innovative business development. The results obtained with the impacts of innovations presented as highlight the investment levels achieved eat pioneering marketing innovations to the market segment, and as closure, clears up the registry and patent applications required by national manufacturers of solar collectors. The measured results show the sector behavior. Key words: innovative capacity, innovation indicators, Domestic manufacturers of solar collectors. 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Divisões de conceitos sobre inovação 30 Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação 38 Quadro 3 – Composição de indicadores PINTEC 43 Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovadoras 45 Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D 46 Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação 46 Quadro 7 – Constructos de indicadores das fontes de informações 47 Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental 49 Quadro 9 – Constructos de indicadores problemas e obstáculos à inovação 50 Quadro 10 – Constructos de indicadores de inovações operacionais e marketing 51 Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica 55 Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo 59 Quadro 13 – Pressupostos da análise científica 66 Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares 87 Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares 88 Quadro 16 – Constituição de pessoa jurídica dos fabricantes 92 Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas 133 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Localização geográfica das fabricantes 89 Tabela 2 – Quantidade de empregados próprios e terceirizados 93 Tabela 3 – Número de empregados das fabricantes em 2013 95 Tabela 4 – Quantidade de funcionários envolvidos com atividade de inovação 96 Tabela 5 – Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor 97 Tabela 6 – Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação 99 Tabela 7 – Valores de investimento com atividade de P&D em 2013 100 Tabela 8 – Valores de investimento em aquisição de máquinas e equipamentos 101 Tabela 9 – Valores de investimento com aquisição de licença tecnológica em 2013 102 Tabela 10 – Valores de investimento com comercialização pioneira em 2013 102 Tabela 11 – Valores de investimento com compras de computadores em 2013 103 Tabela 12 – Valores de investimento com registro de patentes em 2013 104 Tabela 13 – Total de investimento com aprendizagem e inovação em 2013 105 Tabela 14 – Quantidade de funcionários que receberam investimento para qualificação 106 Tabela 15 – Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da empresa 107 Tabela 16 – Formas de remuneração 110 Tabela 17 – Fatores motivadores 111 Tabela 18 – Valores investidos em atividade de inovação 114 Tabela 19 – Composto de posicionamento de produto inovador 119 Tabela 20 – Faturamento bruto das fabricantes 121 Tabela 21 – Faturamento bruto do setor 122 Tabela 22 – Investimento em consultoria 123 Tabela 23 – Tipos de alianças tecnológicas 125 Tabela 24 – Grau de importância de participação de mercado 126 Tabela 25 – Constituição de patentes empresariais 128 Tabela 26 – Projetos conjuntos de inovação 131 Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores 134 Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas selecionadas 137 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Processos de gestão da inovação 36 Figura 2 – Evolução da análise de indicadores 39 Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia 42 Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC 52 Figura 5 – Modelo teórico 60 Figura 6 – Fatores que repercutem a capacidade inovativa 64 Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico 67 Figura 8 – Caracterização da empresa respondente 71 Figura 9 – Constituição jurídica da empresa 72 Figura 10 – Composição do quadro funcional 72 Figura 11 – Participação em incubadora 73 Figura 12 – Identificação do respondente 73 Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados 74 Figura 14 – Percentual de faturamento bruto 74 Figura 15 – Lançamento de novos produtos 75 Figura 16 – Participação em comércio exterior 75 Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação 76 Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários 76 Figura 19 – Empregados incentivados pela organização 76 Figura 20 – Formas de remuneração empresarial 77 Figura 21 – Investimento em consultoria especializada 77 Figura 22 – Capital de risco 78 Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos 78 Figura 24 – Procedimentos de inteligência competitiva 78 Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas 79 Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos 79 Figura 27 – Classificação de empresa inovadora 79 Figura 28 – Descrição da classificação empresarial 80 Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial 80 Figura 30 – Patentes 81 Figura 31 – Melhorias tecnológicas 81 Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação 82 Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras 82 Figura 34 – Faturamento bruto empresarial 83 13 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Média de idade das fabricantes 91 Gráfico 2 – Percentuais de investimento em atividades internas de inovação 105 Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados 109 Gráfico 4 – Fatores motivacionais de investimento (2011/2013) 112 Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros 115 Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais 116 Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos 117 Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamentos de produtos 119 Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias de 2011 a 2013 120 Gráfico 10 – Investimento em consultoria especializada em 2013 124 Gráfico 11 – Tipos de alianças tecnológicas 125 Gráfico 12 – Percepção de importância na freqüência de lançamento de inovações 127 Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação 132 14 LISTA DE SIGLAS ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica CBO – Classificação Brasileira de Ocupações CEMIG – Companhia Energética do Estado de Minas Gerais EIA – Energy Information Administration EPE – Empresa de Pesquisa Energética FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MME – Ministério de Minas e Energia MWTH - Megawatts térmicos OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico P&D – Pesquisa e Desenvolvimento PINTEC – Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica ROL – Receita Operacional Líquida UFMG – Universidade Federal do Estado de Minas Gerais 15 Sumário 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 17 1.1 Contextualização .......................................................................................................................... 17 1.2 Problema de pesquisa ................................................................................................................. 22 1.3 Objetivos ........................................................................................................................................ 23 1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 23 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 23 1.4 Justificativa .................................................................................................................................... 23 1.5 Estrutura da Dissertação ............................................................................................................. 26 2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................................. 28 2.1 Inovação ......................................................................................................................................... 28 2.1.1 Tipos de Inovação ................................................................................................................. 31 2.1.2 Gestão da Inovação .................................................................................................................. 34 2.1.3 Estratégia de Inovação......................................................................................................... 37 2.2 Indicadores de inovação .............................................................................................................. 38 2.2.1 Atividades inovativas ............................................................................................................ 44 2.2.2 Atividades internas de P&D ................................................................................................. 45 2.2.3 Impactos das inovações....................................................................................................... 46 2.2.4 Fontes de informações ......................................................................................................... 47 2.2.5 Relações de cooperações para a inovação ...................................................................... 48 2.2.6 Apoio Governamental ........................................................................................................... 48 2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação .................................................................................. 49 2.2.8 Inovações operacionais e Marketing.................................................................................. 50 2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores ........................................................................... 53 2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de coletores solares .............................................................................................................................................. 54 2.3 Capacidade Inovativa ................................................................................................................... 61 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................................... 66 3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico ................................................. 66 3.2 Tipologia de pesquisa .................................................................................................................. 68 3.3 Universo de análise ...................................................................................................................... 69 3.4 Composição de instrumento de coleta de dados ..................................................................... 70 3.5 Forma de abordagem ................................................................................................................... 83 3.6 Técnica de análise estatística de dados ................................................................................... 85 16 4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ............................................................................................... 86 4.1 Caracterização do setor ............................................................................................................... 87 4.2 Fabricantes de coletores identificados ...................................................................................... 88 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................................... 91 5.1 Perfil do setor e das Empresas ................................................................................................. 91 5.2 Análise dos dados ........................................................................................................................ 95 5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas ................................................................. 96 5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação ....................................... 98 5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação .................................................. 116 5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação ........................................................... 122 5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação ...................................................... 126 5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing ............................. 128 5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações .......................... 129 5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação .................................................. 131 5.3 Métricas dos indicadores de inovação .................................................................................... 132 6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 141 REFERENCIAL ...................................................................................................................................... 146 APÊNDICES ........................................................................................................................................... 152 APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de inovação ................................... 153 APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas .............................................................................. 161 17 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização Nas últimas décadas o processo de gestão e difusão de fontes de energias alternativas tem ganhado importância e destaque no cenário competitivo mundial e regional. Este panorama ganha destaque quando se trata de uso com eficiência das fontes energéticas balizada no equilíbrio ecológico. Diante do ambiente natural, econômico e social, percebe-se que a demanda pelo consumo de energia elétrica vem evoluindo a taxas crescentes nos últimos anos, e a possibilidade de inovação nos meios de geração de energia deve ser observada com um novo foco, como uma alternativa de solução para o consumo no comércio, indústria e sociedade. Cabe destacar que atualmente grande parte da produção de energia elétrica, em especial na ótica da matriz brasileira, se caracteriza por ser concebida por processos que geram severos danos ao meio ambiente, e por consequência à biodiversidade. Exemplifica-se a demanda por construções de usinas hidrelétricas que, conforme infraestrutura de operação, são capazes de provocar degradação de vastas extensões de terra. Já as usinas de geração de energia eólica, que por sua natureza mecanicista, caracterizam-se pela geração de poluentes sonoros emitidos no ambiente. Destacam-se ainda, as usinas de energia termelétricas com elevada capacidade de lançar toneladas de resíduos fósseis na atmosfera e apresentar elevados custos operacionais (fator preponderante no aumento do custeio de fornecimento de energia para a sociedade). Segundo divulgação da U.S. Energy Information Administration - EIA1 (2012), a prática de uso de energia renovável ocorre a mais de 150 anos pelas nações desenvolvidas, sendo que a energia proveniente da extração, transformação, processamento e combustão da madeira assumem como biomassa, participação fundamental na geração de energia global. Diante dos dados apresentados pela EIA (2012), extrai-se que as principais fontes globais de energia estão compreendidas em 36% petróleo, 35% em gás natural, 20% carvão, 9% energia renovável e 8% de energia nuclear. Observa-se que a 1 www.eia.gov – U.S. Energy Information Administration, acesso em setembro de 2013 18 energia renovável produzida mundialmente ainda apresenta raso índice de exploração em relação às não renováveis, e a possibilidade de novos desenvolvimentos para aprimorar formas de exploração. Segundo EIA (2012), a produção energética gerada a partir de recursos renováveis mundiais pode ser dimensionada em 35% por utilização de hidrelétricas, 22% recursos em madeira, 21% biocombustíveis, 13% eólica, 5% resíduos de biomassa, 2% geotérmica e somente 1% de energia solar2. Diante do cenário apresentado pela EIA (2012), alinhado com a questão massivamente discutida sobre o aquecimento global, observa-se a possibilidade de análise acadêmica e industrial sobre a utilização da energia solar como fonte potencial e alternativa de geração de energia elétrica, bem como, métodos organizacionais e governamentais de acessibilidade, divulgação e investimento para a utilização de energia desta natureza. Entende-se sobre os dados apresentados pela EIA (2012), que entre os principais benefícios advindos da geração de energia solar destacam-se redução de emissão de poluentes na atmosfera, disponibilidade do recurso natural em abundância geograficamente e a possibilidade de posicionamento dos painéis de coletores solares em locais apropriados como edificações. Identificam-se algumas limitações sobre o sistema nacional de produção energética solar, dentre elas a dependência de localização geográfica, estação climática do ano, condições meteorológicas e necessidade de extensão de superfície para captar a energia a uma taxa representativa, além do grau de evolução dos coletores solares produzidos nacionalmente. As análises de dados do mercado interno nacional, segundo a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, Ministério de Minas e Energia - MME3 (2012), apontam que a repartição de oferta energética no Brasil é observada em 42,4% de fontes renováveis e 57,6% de fontes não renováveis, sendo que entre as fontes renováveis apresentam-se 15,4% de biomassa, 13,8% de hidrelétricas, 9,1% provenientes do uso de madeiras, 4,1% de energia eólica e outras fontes renováveis entre elas a energia solar. Segundo Trigueiro (2012), o Brasil possui atualmente uma média de incidência solar de aproximadamente 280 dias por ano, e esse dado estatístico faz com que a diversidade geográfica brasileira possa ser considerada naturalmente uma potência 2 http://www.eia.gov/energyexplained/index.cfm?page=renewable_home 3https://ben.epe.gov.br/downloads/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_2013_Web.pdf 19 mundial para produção de energia solar como fonte alternativa. Trigueiro (2012) ainda relata em seus estudos que um metro quadrado de coletor solar apresenta a capacidade equivalente a 215 quilos de gás fóssil, ou 56 metros quadrados de área inundada por uma hidrelétrica. Fatores que apontam a riqueza natural disponível a ser explorada. Trigueiro (2012), relata que o mercado brasileiro ocupa a 6ª posição de produtividade e utilização do sistema de coletores solares, com uma área fabril equivalente a 900 campos de futebol. Nesse sentido, 72% da produção nacional é utilizada no sistema de aquecimento de água para banhos domésticos e higienização de residências, 17% destinam-se a aquecimento de piscinas, 9% abastecem o comércio e 2% destinado a indústria com destinação de forma variada. Já o relatório apresentado pela EIA (2012), apresenta divergência de apreciação com relação ao estudo de Trigueiro (2012), onde que o Brasil ocupa a 5ª posição mundial em capacidade solar instalada, dados de 2011, com 4.999 megawatts térmicos (MWth) instalados. Ainda sobre o estudo da EIA (2012), estima-se que o país que lidera o ranking de instalação de coletores solares é a Alemanha, com 32,41 GW de capacidade, o que representa 31% do mercado global, sobre esta composição Alemã estima-se que 6% do consumo energético do país são provenientes das indústrias solares instalada. Segundo o ranking temos em seguida a China, Turquia e Estados Unidos. Segundo Pereira et al. (2006), o aproveitamento do potencial econômico relacionado à exploração comercial dos recursos energéticos provenientes da radiação solar depende de dois fatores, sendo o primeiro o desenvolvimento de tecnologia eficiente para a conversão e armazenamento de energia, e o segundo à obtenção de informações confiáveis e políticas governamentais de apropriação energética do país. Ainda segundo Pereira et al. (2006), elevado percentual de empreendedores e acionistas que apresentam condições de investimento no setor de produção de energia solar dispõem de poucos dados relativos sobre a atividade nacional, e desta forma evitam o risco financeiro para fazer investimentos nesta área. No Brasil, a aplicação de recursos financeiros em Pesquisa e Desenvolvimento - P&D, por parte do setor de energia elétrica, foi uma obrigação determinada por Lei Federal número 9.991, publicada no ano 2000, alterada pela Lei Federal de número 10.848 de 2004, que dispõem sobre a realização de investimentos em P&D em 20 eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica. Identificam-se que os programas e projetos de P&D para o desenvolvimento energético conhecidos são acompanhados por ações governamentais e recebem incentivos legais de apropriação de recursos financeiros advindos de empresas concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que aplicam obrigatoriamente no mínimo 1% da sua receita operacional líquida para esse fim. A aplicação de recursos em projetos de P&D atualmente é supervisionada e fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Um dos objetivos do referido programa, regulado pela ANEEL, é criar uma cultura de inovação e de investimentos em P&D no setor de energia elétrica. Pompermayer et al. (2011) destacam que as principais fronteiras tecnológicas no setor elétrico estão relacionadas à sustentabilidade, aumento da eficiência energética, especialmente no consumo; busca por fontes alternativas de energia e armazenamento. Dentre os investimentos realizados para a expansão da utilização da energia elétrica apontados pela ANEEL, com fonte solar, destaca-se o “Desenvolvimento de novos coletores solares para sistemas de condicionamento de ar e refrigeração”. Projeto de P&D desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMIG (2011), que apresenta como objetivo a identificação de fontes alternativas de geração distribuída e descentralizada, geração termelétrica e eficiência energética. O projeto de P&D apresentado pela CEMIG visa à adaptação de tecnologia para adequação dos sistemas de condicionamento de ar com fonte energética originada de novos coletores solares para níveis de temperatura de 80ºC a 200ºC, coletores de média temperatura, visando posterior integração aos sistemas de refrigeração e condicionamento de ar. Este projeto constitui uma importante ferramenta na disseminação da alternativa solar térmica em diferentes setores da economia nacional. Dentro deste projeto, o sub projeto desta dissertação trata do mapeamento da cadeia produtiva com foco na apreciação da capacidade inovativa e indicadores de inovação que os fabricantes de coletores solares apresentam no cenário atual. O universo abordado para este trabalho foi de 40 organizações identificadas como “fabricantes” de coletores solares. A seleção das empresas adotou como critério a forma de atuação mercadológica das organizações, ou seja, a organização deve ser 21 legalizada e possuir certificações de produtividade e de eficiência dos produtos ofertados no mercado. Sabe-se que estas fabricantes estão distribuídas em território nacional, com destaque de concentração geográfica nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Identificam-se que atualmente existem poucos estudos de acompanhamento da evolução das empresas elencadas neste levantamento, e desta forma torna-se importante a elaboração científica de novos estudos para caracterizar o potencial deste segmento no que permeia a mensuração do nível de capacidade inovativa e capacidade de absorção de novas tecnologias. Na elaboração desta dissertação utilizaram-se estudos já consolidados de mercado sobre indicadores de inovações elaborados pela Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica PINTEC (2013). A pesquisa de inovação e seus indicadores atualmente é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A opção pela utilização desta fonte de indicadores se dá pela necessidade de emprego de indicadores já testados e aprimorados por órgãos oficiais de estudo e análise. A PINTEC (2013) apresenta-se como principal gestor e articulador dos objetivos, composição e consolidação de indicadores setoriais nacionais das atividades de inovação das empresas brasileiras. Estes indicadores podem ser comparados com outros praticados em cenários internacionais, apresentam como foco a pesquisa sobre fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, as estratégias adotadas, esforços apreendidos, incentivos, obstáculos e resultados do esforço inovador empresarial. A apresentação dos dados divulgados pela PINTEC (2013) pode ser considerada como um recorte fundamental de análise e proposta para construção de modelos de indicadores abrangentes, que possibilitem testar hipóteses de comparações e desempenho, além de contribuir para o entendimento do processo de inovação nas organizações, em especial para as fabricantes nacionais de coletores solares de média capacidade. A proposta de utilização de indicadores de inovação foi desenvolvida e aplicada às empresas brasileiras fabricantes de coletores solares. Objetivam-se com esta proposta avaliar o nível de capacidade inovativa, pareada em indicadores, que as fabricantes nacionais apresentam. 22 Segundo PINTEC (2013), os indicadores de inovação podem ser agrupados em grupos sendo; indicadores de insumo; de produto; de intensidade de inovação tecnológica; intensidade de inovação tecnológica voltada a recursos humanos, intensidade de infraestrutura, impactos da inovação tecnológica. A proposta de utilização de indicadores de inovação para fabricantes de coletores solares de média capacidade, se torna relevante pela possibilidade de elaboração de uma ferramenta de análise do setor, e para a construção de um instrumento de verificação da evolução das empresas relacionadas para o presente estudo. A CEMIG atualmente desenvolve projetos de pesquisa e desenvolvimento em parceria com instituições privadas, universidades, Institutos de pesquisa e outras organizações com vistas a viabilizar a implementação dos produtos inovadores de projetos, objetivando, dentre outras questões, aumentar a competitividade de seus agentes, gerando valor para a empresa, para os acionistas e para a sociedade. 1.2 Problema de pesquisa O Brasil por seu posicionamento natural geográfico e extensão territorial pode ser considerado uma potência na eficiência de utilização de fonte energética solar, desta forma assume, segundo EIA (2012), a 5ª posição mundial no ranking de países fabricantes e usuários da fonte de energia solar. Conforme abordado anteriormente a Alemanha lidera o ranking de utilização energética, seguida pela Turquia e China, países que desenvolveram tecnologia de ponta para suprir deficiências geográficas e naturais, nestes casos possibilitando novas perspectivas parar inovar o uso de fontes energéticas naturais e renováveis. Observam-se que o setor fabril brasileiro de coletores solares de média capacidade, assume importância no desenvolvimento, racionalização e nacionalização de conhecimento sobre inovações tecnológicas, na concepção e geração de energia elétrica por meio sustentável solar, porém, o setor apresenta estudos tímidos e limitados no meio acadêmico nacional. Considerando o cenário exposto e a importância da existência de métricas gerenciais que possibilitem a adoção de critérios para avaliar as organizações envolvidas. O presente trabalho se propõe a seguinte proposta de pesquisa: 23 Qual a capacidade inovativa dos fabricantes brasileiros de coletores solares; análise a partir de um conjunto de indicadores de inovação? 1.3 Objetivos Tendo como base a proposta de dissertação acadêmica, o presente trabalho apresenta os seguintes objetivos. 1.3.1 Objetivo geral Analisar a capacidade de inovação dos fabricantes brasileiros de coletores solares a partir da identificação de um conjunto de indicadores de inovação. 1.3.2 Objetivos específicos A partir da revisão da literatura, identificar um conjunto de indicadores de inovação, adaptados à realidade dos fabricantes nacionais de coletores solares, que evidenciem a capacidade inovativa; Analisar os indicadores de inovação de inovação a fim de avaliar a capacidade dos fabricantes nacionais de coletores solares de industrializarem e comercializarem novos produtos a partir de resultados de pesquisa. 1.4 Justificativa Segundo Trigueiro (2012), o crescimento de utilização de energia solar, na matriz brasileira, apresenta-se com foco no atendimento ao aquecimento de água para fins sanitários, mas nos últimos anos observa-se uma mudança deste paradigma com a adoção de inovações criativas e racionais no uso sustentável do recurso energético. Observam-se novos desenvolvimentos de estudos e projetos tecnológicos voltados para a geração de energia elétrica a partir da fonte natural solar, principalmente para o mercado nacional. Dentre as novas abordagens percebidas destaca-se a utilização de coletores solares, com potencial de geração de energia 24 elétrica, para potencializar o funcionamento de condicionadores de ar, fator praticamente inédito no país. A proposta de utilização da energia elétrica, sob a ótica de fonte proveniente solar, pode ser considerada como resultante do emprego de tecnologias inovadoras que aplicam energia térmica solar em processo de troca e transformação em energia elétrica, consumida nos compressores convencionais de refrigeração. Segundo Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2010), o consumo de energia elétrica no Brasil em 2009 atingiu 388TMh, dados que apresentam comportamento crescente nos últimos anos. Os setores de consumo residencial e comercial foram citados como responsáveis por 26% e 17% respectivamente do total consumido respectivamente. Ainda segundo Empresa de Pesquisa Energética - EPE (2010), o consumo de energia elétrica associado à utilização de aparelhos de ar condicionado nacional atinge 48% da energia utilizada no setor comercial. Dados que apontam para o elevado consumo energético para a climatização de ambientes. Apresenta-se o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da CEMIG, com registro número 438 que assume o título; “Desenvolvimento de novos coletores solares para sistemas solares de condicionamento de ar e refrigeração”, a qual está dissertação é parte integrante. O projeto de P&D 438 da CEMIG está dividido em três grupos sendo; Grupo 1 - Novos Coletores Solares A concepção, projeto, fabricação e ensaios de novos coletores para temperaturas de operação entre 80º C e 200º C são fundamentais para a refrigeração solar. Tais produtos não existem no país e outro resultado do projeto será a viabilização do uso da energia solar térmica em aplicações industriais. Assim, o projeto prevê toda a fase de desenvolvimento de produtos, onde se espera atingir pelo menos duas novas patentes. As etapas da metodologia incluem a formação de estudantes familiarizados com o tema, concepção de novos produtos, modelagem e simulações matemáticas, projeto final, fabricação e ensaios laboratoriais. Além dos relatórios parciais e finais, os estudantes que serão estimulados a escrever trabalhos científicos para apresentação em congressos e publicação em periódicos e documentos técnicos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI para requerimento de patentes. 25 Grupo 2 - Refrigeração Solar Esse grupo apresenta como objetivos o estudo aprofundado de novas tecnologias: absorção4, adsorção5, dessecantes sólidos e líquidos. Dentre essas, a única comercializada no país é a ciclo de absorção em geladeiras elétricas os a gás. Portanto, uma fase importante da metodologia é a substituição (parcial ou total) do gerador (elétrico ou gás) por coletores solares desenvolvidos e aprovados pelo Grupo 1 com aprendizagem de sua integração aos demais componentes do ciclo e identificação de possíveis alterações. Será construída uma bancada de ensaios de refrigeradores solares para avaliação do impacto dessas modificações no desempenho do final do equipamento. Para as demais tecnologias, inexistentes no país, preveem-se etapas de reengenharia com a aquisição e instalação de sistema de refrigeração de para posterior nacionalização: a) Adsorção de pequeno porte - Chiller 3 TR (36.000 Btu/h). b) Dessecante liquido de média escala c) De grande porte - Chiller 10 TR (120.000 Btu/h) Nos três casos, recomendam-se a aquisição de sistemas de porte a serem instalados em condições reais de operação, mas em edificações que permitam o controle e a monitoração requeridos em um projeto de pesquisa e desenvolvimento. A aprovação final dos prédios e edificações que receberão as três tecnologias será de responsabilidade da CEMIG. Os resultados alcançados permitirão o desenvolvimento de novos conceitos de pré-engenharia para equipamentos de pequeno e médio porte, visando o estabelecimento de aplicações típicas em função de características climáticas e usos finais, além de certo nível de padronização, a exemplo do que acontece nos sistemas convencionais. Além, da disseminação da tecnologia avaliada. Outro ponto inovador já identificado pela equipe é a etapa de avaliação do poli (N-isopropilacrilamida), gel termossensível com grande capacidade de adsorção de solutos e cuja regeneração é reversível e ocorre a 34º C. Tais características são altamente promissoras, pois permitem um número infinito de ciclos de adsorção desorção em nível de temperatura compatível com o uso da energia solar. 4 5 Absorção - S.F. Ato daquilo que é absorvido ou que absorve alguma coisa. Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície. 26 Grupo 3 - Mapeamento da cadeira produtiva Este grupo se constitui em um importante diferencial para os projetos de pesquisa e desenvolvimento, avaliando o ambiente interno propício à posterior nacionalização dos equipamentos e sistemas estudados (como protótipos ou cabeçasde-série). Para tal, estão previstas “a elaboração e a aplicação de um instrumento de diagnóstico do estado da arte e do grau de maturidade nas indústrias para a nacionalização de novas tecnologias e sua efetiva aplicação”. Serão identificados fornecedores de peças e componentes para projeto e construção de coletores solares de média temperatura, de rastreadores solares em 1eixo e de sistemas inovadores de refrigeração solar. Após a análise e consolidação dos resultados, serão elencadas as recomendações para inovação e sua gestão nas empresas identificadas. Assume-se para a elaboração deste trabalho a proposta a identificação de fabricantes brasileiros de coletores solares de média temperatura, sendo que, após a apuração dos resultados, serão elencadas recomendações para a inovação e sua gestão nas empresas identificadas e respondentes ao projeto de pesquisa. Para efeito de estudo, não será compreendida neste trabalho os fabricantes de painéis fotovoltaicos, por entender que este sub-segmento ainda não está consolidado nacionalmente e por estar sob forte influência do mercado internacional não formal de produtividade. Esta dissertação faz parte do grupo 3 do projeto de P&D da CEMIG, e apresenta como proposta o mapeamento da cadeia produtiva de coletores solares com foco nas métricas de capacidade inovativa, vista a indicadores de inovação. 1.5 Estrutura da Dissertação O proposto trabalho está desenvolvido em 06 (seis) capítulos, sendo que no primeiro capítulo aborda-se a Introdução do tema abordado com seus respectivos desdobramentos como contextualização, problema de pesquisa, objetivos e justificativa. No segundo capítulo aborda-se a teoria relacionado aos principais elementos referendados com a elaboração do arcabouço científico, tratam-se dos conceitos de inovação, indicadores de inovação e capacidade inovativa. O terceiro capítulo traz a abordagem metodológica do desenvolvimento da pesquisa. O quarto capítulo terá 27 como objetivo a abordagem da descrição do setor fabril dos coletores solares e das fabricantes em questão. O quinto capítulo aborda o perfil do setor fabril de coletores solares, suas características peculiares, e traz a apuração dos principais resultados alcançados com a aplicação dos questionários de indicadores de inovação. O sexto e último capítulo traz o resumo das conclusões aferidas com o trabalho de dissertação. 28 2 REVISÃO DA LITERATURA Esta seção do trabalho tem como foco a abordagem do estado da arte sobre indicadores de inovação e capacidade inovativa que se refere o estudo. Apresenta o levantamento atualizado das referências acerca do tema a ser investigado, identificando os principais autores e obras que tratam do referido assunto. Destacam-se como abordagem temas ligados ao processo de inovação, gestão da inovação, estratégia de inovação, indicadores, métricas e proposta de modelo teórico como segue. 2.1 Inovação A palavra inovar deriva do latim, onde in + novare, apresenta como significado fazer novo, renovar ou alterar uma realidade, e desta forma pode representar ações de melhoria de potencial sobre bens ou serviços. O ponto de partida para a compreensão da análise da inovação, sob a ótica da revisão literária, inicia-se com as publicações de Schumpeter (1984). A abertura de novos mercados – estrangeiros ou domésticos – e o desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos conglomerados, ilustram o mesmo processo de mutação industrial que incessantemente revoluciona a estrutura econômica, a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando a nova. Esse processo de destruição criativa é o fato essencial acerca do capitalismo. (SCHUMPETER 1984, p. 112/113) Entende-se, diante da contribuição de Schumpeter (1984), que as organizações objetivam constantemente criar mecanismos que a capacite a superar a concorrência, estabelecendo momentos de controle de mercado até que seja introduzida novos produtos, serviços ou processos que substitua o padrão estabelecido. Drucker (1969) afirma que no sistema de competitividade enfrentada pelos mercados, tornam-se comum defrontar com períodos de descontinuidade da economia e de tecnologia. Neste sentido, entendem-se as constantes mudanças na estrutura do modelo industrial, em teorias da economia e na forma de gestão organizacional e governamental. Complementa posteriormente que, “a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. DRUCKER 29 (1987, p. 25). Desta forma entendem-se a relevância que a prática da inovação representa para o meio empresarial e para a evolução da sociedade. Identificam-se no início da década de 1990 registros da primeira edição de um manual com a proposta de criar diretrizes para unificar, coletar e interpretar dados sobre a inovação tecnológica – Manual de Oslo, organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE. A mudança de ênfase na política industrial e tecnológica dos países desenvolvidos – em que a política científica e tecnológica tradicional vem sendo substituída pela perspectiva de consolidação de um efetivo sistema nacional de inovação – vem incentivando novas experiências no sentido de aperfeiçoar as metodologias de geração dos indicadores de C&T então disponíveis, reunidas nos manuais da Família Frascati. As discussões em torno da geração de uma nova modalidade de indicadores, que já vinham ocorrendo desde o final dos anos 80, intensificaram-se nos anos 90, principalmente a partir de 1997, momento em que a OCDE lança a segunda e atual versão do Manual de Oslo (1992), contendo recomendações especificamente voltadas para a coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica empresarial. (ROCHA, 2003, P.63) Segundo Rocha (2003), o Manual de Oslo surgiu com o propósito de padronizar e orientar conceitos, métricas, referências estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D para os países considerados industrializados, e teve origem diante da necessidade de atenção e preocupação da OCDE em produzir um instrumento técnico e robusto de indicadores que representasse os requerimentos da sociedade do conhecimento, que promoveram alterações na base de dados para facilitar a sistematização e a padronização dos sistemas de coletas nos países em desenvolvimento. O Manual de Oslo apresenta diferenças conceituais e metodológicas que o distinguem dos manuais da “Família Frascati”. Enquanto esses se voltam para a mensuração da capacidade científica e tecnológica de um país ou região, aquele foca a empresa, sujeito do processo de inovação, e introduz o conceito de “inovação tecnológica de produtos e processos”, principal categoria de mensuração dos indicadores de inovação tecnológica empresarial. Os indicadores de inovação tecnológica sugeridos no Manual de Oslo buscam, também, identificar os objetivos da inovação, as fontes de informação e de financiamento da inovação e a existência ou não de projetos conjuntos de P&D. (ROCHA, 2003, p.64) Atualmente o Manual de Oslo está em sua terceira edição, e serve como balizador para consultas indispensáveis para formulação de modelos teóricos acerca do conceito de inovação com maior grau de confiabilidade. Segundo Manual de Oslo (2005) a inovação pode ser dividida em quatro áreas distintas e com características diferentes sobre a inovação. Tem-se a inovação de produto, de processo de marketing e organizacional, representada no Quadro 01: 30 Quadro – 1 Divisões de conceitos sobre inovação Área Descrição Produto Conceito familiar ao setor privado é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos, inclui-se característica técnica, componentes e materiais, software, facilidade de uso aplicabilidade e funcionalidade. Processo Familiar ao setor privado, a inovação de processo deve ser compreendida como a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Neste conceito, incluem-se mudanças significativas em técnica, equipamento ou software. Neste caso o objetivo pode ser a redução de custos de produção ou distribuição, melhoria de qualidade, produção de novos bens ou melhorias dos mesmos. Marketing Inovação em Marketing deve ser concebida como a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua forma de apresentação ao mercado demandante, no posicionamento do bem, promoção ou formulação de precificação. Sempre voltados para atender às necessidades do mercado demandante. Organização A mudança organizacional é orientada pela implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do próprio ambiente de desenvolvimento das atividades profissionais em relação ao mercado externo. Este conceito de inovação apresenta como característica a melhora do desempenho organizacional por meio de redução de custos e estímulo de pessoal. Fonte: Manual de Oslo (2005, p.56) – Adaptado pelo autor Porter (1998), Hamel (2007), Davila, Epistein e Shelton (2007), defendem pontos de reflexões semelhantes, onde a inovação, sob a perspectiva de estratégia, pode estar relacionada à possibilidade de obtenção de canais de vantagens competitivas, e que a capacidade de inovação e a organização de aprendizado organizacional podem diferenciar a empresa das demais concorrentes de mercado. Freeman e Perez (1998), conceituam a inovação sob a ótica do grau de novidade, aborda o grau de impacto gerado pela organização, e relatam também os tipos de tratamentos da inovação, onde identificam a inovação incremental, inovação radical, novos arranjos tecnológicos e as prováveis mudanças de processos tecnoeconômicos. Entendem-se que o nível de capacidade inovativa de uma empresa está ligada a profundidade de revelação e inovação que ela pode introduzir no mercado. Se a inovação é inédita, deve ser considerada radical, pois abandona-se gradativamente conceitos ultrapassados. Quando a inovação é percebida como uma alteração substancial de projeto, produto ou processo, esta deve ser considerada como incremental. 31 Outra abordagem apurada na atual literatura sobre o conceito de inovação tange a percepção do processo produtivo, que pode ser determinante no entendimento de como as empresas se organizam e inovam. Para Utterback (1983) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), o processo de produção nas organizações passa pela criação, desenvolvimento, uso e difusão de novos protótipos, trato ou ideia. A criatividade de trato junto ao mercado atuante passa pela percepção de novas demandas do mercado consumidor, possibilidade de implementação de novas estratégias, desenvolvimento ou aquisições de soluções externas, construção de protótipos e realização de testes. Após estas etapas tornam-se importante o dimensionamento produtivo e a disseminação (comercialização pioneira) deste novo produto ou processo para um mercado demandante. Estas práticas são capazes de gerar novos ciclos viciosos capazes de sustentar vários ciclos de inovações incrementais. Tidd, Bessant e Pavitt (2008), Tigre (2006) e Hamel (2007) defendem a inovação sob a ótica da tipologia, ou seja, inovação de produto, serviço, processo, marketing, operação, estratégia, inovação gerencial e organizacional. Inovação segundo conceito de Lei Federal é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços (Lei Federal nº 10.973/2004). Diante do alinhamento de conceitos sobre inovação, adota-se para a elaboração deste trabalho, a definição de que inovação deve ser entendida como a concepção ou nacionalização de uma ideia, nova ou incremental, sobre produto ou processo produtivo capaz de ser disseminada por um mercado demandante e que permita a otimização de uso de recursos naturais escassos. 2.1.1 Tipos de Inovação Segundo Moreira e Queiroz (2007), a introdução de novos produtos está relacionada a um melhor desempenho de mercado, onde que as organizações buscam focar na melhoria de desempenho para alcançar melhor Market Share (fatias de participação na preferência do mercado consumidor) e rentabilidade. A disputa pelo mercado proporciona constantes adaptações e faz com que o ciclo de vida útil dos produtos, processos e serviços sofra alterações conforme características de demanda, oferta, durabilidade e eficiência. Assim torna-se importante o reposicionamento rápido com a substituição por novas versões no lugar das consideradas obsoletas. 32 Segundo OCDE (2005), a inovação de produto ou processo compreende a sua introdução com uma nova técnica e melhorias que sejam consideradas significativas. Para ser considerada como inovação tecnológica ela deve ser implementada e ser introduzida no mercado, ou que seja, utilizada no processo de produção. A OCDE (2005), relata ainda que pode ser envolvido uma série de atividades como científica, tecnológica, organizacional, financeira ou até comercial. Entendem-se que seja conveniente considerar uma organização inovadora sendo aquela que introduz, em um determinado intervalo de tempo, novos produtos ou processos tecnologicamente modificados ou significativamente melhorados. Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a inovação deriva em maior ou menor grau, do planejamento e implementação de produtos ou processos no mercado, quando o produto é considerado como líder no mercado, o processo de inovação ganha relevância e papel estratégico. Tigre (2006) expõe que quando a inovação é considerada de processos, seus resultados devem alterar o nível de qualidade no produto ou dos custos de produção e entrega, neste caso o autor cita a exclusão de pequenas mudanças ou realizadas de forma rotineira nos processos produtivos e as que são realizadas para atender demandas administrativas ou organizacionais. Schumpeter (1982) descreve as inovações radicais como aquelas que tem a envergadura de provocar significativas alterações no mundo, já as inovações que são incrementais, preenchem continuamente o processo de mudança. Diante das citações abordadas de diversos autores, torna-se evidente a necessidade de referendar os tipos de inovações para apreciar o campo de inovação a ser atribuída no processo de nacionalização de inovação preterida por este trabalho. a) Inovações radicais Moreira e Queiroz (2007) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), assimilam entendimentos de que as inovações radicais devem ser consideradas como aquelas que de fato produzem modificações significativas nas atividades de uma organização, e desta forma, representam um evidente e incontestável abandono das práticas usuais passadas. Para ser compreendida como radical, deve-se introduzir novidade e requerer o desenvolvimento de novas rotinas, usualmente deve se perceber modificações de crenças e valores normativos para membros da sociedade. Montanha Jr. et al. (2008), acrescentam que a inovação radical traz na base um processo de revolução tecnológica, fator que por sua natureza potencialmente 33 conduz à extinção o que existia antes dela. Os autores apresentam a presença da pesquisa científica e tecnológica, que deve ser originada nas empresas e organizações por meio de possíveis parcerias firmadas com universidades e institutos de pesquisa. Rocha (2003) descreve que a distinção quanto à tipologia de radical ou incremental da inovação parte da compreensão de que, a inovação radical se caracteriza como o processo de destruição criadora que se estabelece na fronteira do conhecimento tecnológico, noção e conceito explicitado por Schumpeter (1934), resgatado pela Teoria Evolucionista da mudança técnica. Rocha (2003) defende ainda que as inovações radicais assumam uma ruptura com o padrão tecnológico até então vigente originando novos produtos, setores e mercados ou seja representam produtos, setores e formas de organização inteiramente novos para o mundo, ao passo que as inovações incrementais referem-se à introdução de melhorias e aperfeiçoamentos em produtos, processos ou na organização da produção. Entende-se que a inovação radical provoca uma ruptura de padrões de consumo, utilização e consumo de uma novidade ultrapassada, e substituída por algo novo, padrões antigos são substituídos por novos com a proposta de mais eficiência ou eficácia. b) Inovações incrementais Moreira e Queiroz (2007), Montanha Jr. et al. (2008) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), relatam que as inovações consideradas como incrementais implicam pequenas modificações, diferenças, realizadas em relação às práticas rotineiras, induz algo que podem ser implementados com adaptações menores das rotineiras organizacionais existentes, e que se ajusta a necessidade do mercado e de membros da organização. Apresentam a característica de baixo custo de implementação, geralmente são aplicadas internamente nas organizações e são mais rotineiras do que as inovações radicais. Davila, Epistein e Shelton (2007), contribuem para entendimento do conceito referendando que a inovação com característica incremental é predominante na maioria das organizações e desta forma recebem grande percentual de investimento. Defendem, também, que pode ser considerada uma maneira de extrair o máximo possível de produtos e serviços existentes sem a necessidade de fazer mudanças significativas ou grandes investimentos. 34 Importante destacar análise de Davila, Epistein e Shelton (2007), que a inovação incremental pode ser considerada como pequenas mudanças realizadas em produtos ou processos que atendem a proposição de valor, alteração na cadeia de valor ou na proposta para o cliente alvo, fatores que alavancam os modelos de negócio das operações, ou ainda pode representar pequenas modificações que altera produtos ou serviços, tecnologia de processos ou tecnologia capacitadora que alavancam as tecnologias adotadas pelas organizações para se tornarem diferentes e competitivas no mercado. Diante dos diversos conceitos abordados, entende-se que a cadeia produtiva preterida para este desenvolvimento, possivelmente, se enquadre no protótipo de inovação incremental, visto que a tecnologia de utilização de coletores solares de média capacidade para a geração de energia capaz de proporcionar o funcionamento de um aparelho de condicionador de ar, já existe em funcionamento em outro país, e desta forma as organizações envolvidas neste trabalho seriam verificadas sobre a hipótese de nacionalização desta inovação tecnológica. 2.1.2 Gestão da Inovação Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a dinâmica dos mercados vêm passando por mudanças consideráveis ao longo das últimas décadas, e estas mudanças exigiram uma adequação das organizações para se manter em processo de competitividade frente aos concorrentes, incorporando a gestão da inovação em áreas como finanças, marketing, recursos humanos, dentre outras. Os autores defendem que a inovação deve decorrer de uma espécie de projeto corporativo, traduzido em estratégias e ações que busque um diferencial de mercado, e deve ter pilares básicos como: conhecimento, informação e criatividade. Siluk (2011), Bautzer (2009), Scherer e Carlomagno (2009), afirmam que as organizações devem adotar critérios para fazer diagnósticos e identificar sua situação de atuação no mercado, verificar o nível de desempenho, postura estratégica e gestão corporativa, verificar oportunidades e ameaças, reforçar a cultura de atuação, os recursos de atuação como marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, logística, patrimônio humano, sistema de informação, avaliação e controle, fazendo um verdadeiro e confiável mapeamento interno e externo. Segundo Rabaglio (2008), a gestão da inovação deve ser compreendida como o ato de planejar, gerir, organizar, liderar projetos, organizações ou equipes, e que existem diversos modelos conceituais de processos de gestão que podem ainda, ser ligados a diferentes áreas do conhecimento. 35 Kaplan e Norton (2004) incluem quatro novos processos sendo a oportunidade de identificar novos produtos e serviços, capacidade de gerenciar ações de pesquisa e desenvolvimento, projetar e desenvolver inovações (produtos e serviços) e ainda, lançar inovações para o mercado. Para Davila, Epistein e Shelton (2007), existem regras para uma boa gestão no que se tange a inovação. Liderança sólida para definir estratégias, organização de calendários de inovações e incentivo a criações significativas. Entende-se que a inovação deve ser considerada como uma unidade de negócio dentro das organizações. Percebe-se que o processo de inovação deve estar alinhado com o método de estratégia adotada pelos gestores empresariais, e deve buscar equilíbrio entre a capacidade de criação e a capacidade de geração de valor. Deve-se ainda, ter afinamento institucional capaz de neutralizar os agentes e ações capazes de minimizar ideias diferentes e com grande potencial inovador. Verificar redes internas e externas, consideradas fontes básicas de inovação, e finalizam com a orientação para corrigir os indicadores e as recompensas, formas de conduta adequada. Rocha (2003, p.64) descreve que no processo de inovação de produto as características diferenciam, com alta representatividade, daquelas apresentadas pelos produtos em substituição, “pode implicar o uso de tecnologia radicalmente novas para sua produção ou a combinação de tecnologia existentes, com novos usos, como também pode derivar do uso de novos conhecimentos”. A inovação de processo é relatada pela adoção de métodos melhorados, e pode compreender na mudança na organização da produção e nos equipamentos. Entendem-se que as organizações contemporâneas assumem determinado potencial de inovação, seja na criação ou trato de produtos, serviços ou processos. Neste sentido, observa-se que as organizações devem ser capazes de lidar com disciplina organizacional, adotar princípios, técnicas, ferramentas que estejam acessíveis a todos os colaboradores da empresa, e assim, deve-se, também, adotar critérios de proteção da inovação, principalmente a propriedade intelectual. 36 Figura 1 – Processos de gestão da inovação Fonte: Instituto Inovação (2014)6 Diante do modelo apresentado pelo Instituto Inovação (2014), processos de inovação tecnológica - figura 1, percebe-se a existência de processos a serem seguidos para gerir a inovação nas organizações. Entende-se, diretrizes como direcionamento, detecção, seleção, apoio, implementação, aprendizado e conscientização, e destas premissas, destaca-se a aprendizagem, pois, as organizações inovadoras devem sempre estar aprendendo para sobreviver em situação de competitividade. O modelo apresentado retrata a possibilidade de que as organizações direcionarem as ações gerenciais garantindo que o processo de inovação esteja alinhado com as estratégias mercadológicas. Deve-se adotar métodos para detectar sinais e tendências de mercado para gerar e capturar ideias que possam contribuir para o desenvolvimento. O próximo passo sugerido pelo modelo refere-se a aprimorar, onde deve-se selecionar as ideias que representam maior potencial de valor, alinhado com a estratégia organizacional, aparelhar a organização através do desenvolvimento de competências internas ou parcerias e implementar, de forma eficiente e sustentável, os possíveis projetos de inovação. 6 Disponível em <http://minas-gerais.all.biz/gestao-da-inovacao-tecnolgica-s1320#show0> Acesso em Maio 2014. 37 Ainda, sobre o modelo, têm-se a preocupação em apoiar e estimular as iniciativas de inovação, e desta forma, criar nas organizações uma cultura de conscientização, em todos os níveis de trabalho, sobre a importância da inovação para a sobrevivência da organização. Como último passo do método apresentado, têm-se o processo de aprendizado, que envolve todas as etapas do processo de inovação, sendo necessário, registro dos processos, e realizar ajustes necessários. Entende-se, com o modelo apresentado, o processo de gestão da inovação inerente às organizações contemporâneas em estágio de competitividade. Destaca-se, no modelo apresentado, o processo de detecção de sinais e tendências do ambiente externo, passo importante para a identificação de inovações que surgem no ramo de atividade organizacional. Para identificar as modificações e inovações de mercado, as organizações devem recorrer a métodos lícitos de inteligência competitiva. O entendimento sobre as variações de forma de gestão de inovação torna-se relevante para a correta mensuração dos indicadores de inovação tecnológica aplicada à população pretendida de fabricantes de coletores solares de média capacidade, entende-se que parte destes constructos estão relacionados com a potencialidade de nacionalização e gestão de inovação das organizações. 2.1.3 Estratégia de Inovação Outro aparato conceitual importante para este desenvolvimento envolve a análise da estratégia de inovação que a população analisada utiliza para atuação no mercado nacional, visto que esta estratégia pode sinalizar a forma de atuação desta empresa e de projeção para a construção de um ambiente interno que favoreça a inovador. Segundo Stoeckicht e Soares (2010), uma estratégia que observa a inovação deve abranger o planejamento necessário para que a inovação possa ocorrer de fato desta forma proporcionar competitividade. Freeman (1997) e Tigre (2006), adotam a classificações da estratégia de inovação em seis patamares distintos, sendo; ofensiva, defensiva, imitativa, dependente, tradicional e oportunista. As organizações podem optar por selecionar uma ou mais estratégias para atuação no mercado de participação, bem como ainda podem optar por mudança de estratégia ao longo do tempo para adaptar a possíveis mudanças de foco de atuação. 38 Tigre (2006), apresenta uma série de características que diferenciam as estratégias entre ofensivas, defensivas, imitativas e tradicionais, e apresenta descrições delas conforma apresentado no quadro 2. Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação Estratégia Ofensivas Descrição As organizações necessitam capacitar e contar com o potencial criativo e técnica de seus colaboradores, contar ainda com infraestrutura e acesso a laboratórios e centros de pesquisa, ter participação abrangente de mercado capaz de assegurar o risco de investimentos e retornos insertos. Defensiva A organização não quer correr riscos, não deseja ser a primeira a inovar, mas também não quer ser ignorada e deixada pra trás pelas concorrentes. Imitativa É usualmente adotara por organizações presentes em países em desenvolvimento, praticamente em locais onde se percebe a ausência de empresas inovadoras. Tradicional As organizações geralmente não mudam seus produtos, possibilidades; o mercado não demanda por modificações ou a concorrência também não inova Fonte: Tigre (2006) - Adaptado pelo autor Entende-se que Tigre (2006) apresenta relevante contribuição para a compreensão das tipologias de estratégias de inovação. A adoção de métodos e estratégia de inovação ofensivas podem assinalar elevado risco para as organizações, pois vão depender do potencial criativo dos colaboradores em conjunto com a infraestrutura organizacional. Já os métodos de estratégia considerados defensivos assumem menor grau de risco, entende-se que as organizações acompanham as inovações de mercado, mas não assumem o risco de serem as primeiras a inovar. Quanto a estratégia imitativa, segundo Tigre (2006), estas ocorrem em geral nos países em desenvolvimento. Entende-se que estes países possuem mecanismos de produção, mas são limitados quanto à geração de inovações. Já os métodos tradicionais de estratégia de inovação estão caracterizados por mercados com baixa demanda por modificações, ou onde os concorrentes assumem a postura de pouca inovação. 2.2 Indicadores de inovação Segundo Ziviani (2013), os indicadores de inovação se apresentam como instrumento/ferramenta com alto potencial para subsidiar estudos capazes de gerar análises de desempenho do esforço de inovação, e subsidiar os gestores organizacionais estratégicas. com informações consolidadas para tomadas de decisões 39 Entende-se que a proposta de indicadores de inovação para a indústria assume fundamental importância para a aferição do nível de capacidade inovativa e competitividade entre organizações de um mesmo setor, principalmente no contexto do paradigma técno-econômico atual, que está sobre o enfoque da gestão do conhecimento e equipamentos. Para Bes e Kotler (2011), a proposta de indicadores envolve um conjunto de ferramentas e um sistema capaz de medir a capacidade de inovação de uma determinada organização. Os autores relatam, também, que a criação de indicadores para medir o grau de inovação das organizações é considerada como um tema relativamente novo, que veio para substituir outros métodos adotados como crescimento geral de vendas e lucros, que são consideradas insuficientes no campo de verificação do potencial inovador. Bes e Kotler (2011) afirmam ainda que os indicadores de inovação constituem um sistema de avaliação e podem ser consideradas como ferramenta de diagnóstico para prever a capacidade futura de inovar, ou características que as organizações podem apresentar para assinalar a perda de potencial inovador, e desta forma prever tendências preventivamente. Os autores trazem a proposta de evolução de análise de indicador, representado na figura 2. Figura 2 – Evolução de análise para Indicadores Comparar e classificar evolução empresarial entre outros concorrentes Comparar duas ou mais unidades de negócio da mesma organização Mensurar o crecimento da capacidade de inovação de uma empresa ao longo do tempo Fonte: BES, F. T. de; KOTLER, P. (2011) – Adaptado pelo autor O processo apresentado por Bes e Kotler (2011), relata a necessidade de comparar e classificar a evolução empresarial entre outros concorrentes, neste caso, presume-se que as organizações estão inseridas em um contexto competitivo que 40 exige constante vigilância do potencial competitivo dos concorrentes, e lançamentos de novos produtos que possam impactar na participação de mercado da organização, estar atento aos processos de inovação, lançamentos de mercado, e identificação de novos produtos, processos ou serviços deve ser considerado importante para a gestão organizacional. O segundo tópico relacionado por Bes e Kotler (2011) refere-se ao método de comparação de duas ou mais unidades de negócio da mesma organização. Neste sentido, entende-se que a organização deve ter mais de uma opção de produtividade, e desta forma, traçar com periodicidade, períodos de comparação entre as unidades de negócio para compreender melhor o processo gerencial. Bes e Kotler (2011) relatam que deve-se mensurar o crescimento da capacidade de inovação de uma empresa ao longo do tempo. Neste sentido, entendese que as organizações devem estar atentas ao processo de gestão do conhecimento, torna-se evidente investimentos em qualificação da mão-de-obra contratada e dos equipamentos estruturais da organização. Para o presente desenvolvimento, entende-se que a opção adequada, dentro da análise de Bes e Kotler (2011), seria o ponto central da evolução de análise para indicadores que trata de comparar e classificar evolução empresarial entre concorrentes. Trizotto e Geisler (2008), Bes e Kotler (2011), Scherer e Carlomagno (2009) e Ziviani (2013), apresentam características semelhantes sobre os indicadores que podem ser considerados excelentes instrumentos para a medição de desempenho do esforço de inovação, e desta forma de subsidiar os gestores e tomadores de decisões são subsidiados com informações que retratam a realidade empresarial. Só é possível avaliar o desempenho de uma organização, sobre o processo de inovação, com a utilização de indicadores corretos. Segundo Andreassi (2007); Bes e Kotler (2011), a utilização de indicadores para avaliar a capacidade de inovação das organizações é uma prática relativamente nova e pouco difundida e que ainda não conta com a importância em investimentos financeiros no meio científico e empresarial. Chamam, ainda, a atenção para que as empresas criem consciência da relação entre indicadores e os resultados da inovação e a importância de adoção de estratégia de sobrevivência em mercado competitivo. Segundo Rocha (2003), os indicadores de inovação aplicados para a América Latina e em países em desenvolvimento são adaptados para atender as características regionais, no caso do Brasil, os indicadores de inovação tomam como 41 base o Manual de Oslo, da OCDE, e relatam as experiências de inovação empresarial do país. Rocha (2003) apresenta a colaboração onde que no Brasil os esforços pioneiros de geração de indicadores de inovação tecnológica partiram da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras – ANPEI e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A ANPEI é uma organização privada que desenvolve desde a década de 90 a elaboração de uma base de dados de indicadores de inovação tecnológica em empresas sediadas no país. Em 1992 iniciou o desenvolvimento de trabalhos de geração e sistematização de informações sobre inovação tecnológica no setor industrial brasileiro, concretizou uma base de dados operada em sistema de rede. A ANPEI é composta de pessoal qualificado e atua como um elo de uma cadeia composta por entidades de classes setoriais, federações estaduais de indústria e núcleos acadêmicos, cada qual se responsabilizando por sua esfera quanto aos procedimentos de coleta de dados (ANPEI, 2000). O levantamento de dados realizado pela ANPEI apresenta periodicidade anual, e a série de levantamento inicia-se em 1992. A base de dados permite desagregações importantes que permite fazer recortes das empresas pelo porte de atuação (pequena, média e grande), origem do capital privado (nacional e estrangeiro), setor industrial e estado da federação onde se localizam as empresas. Os indicadores propostos pela ANPEI (2000) mensuram a intensidade das atividades inovadoras por meio dos gastos e elas associados, os recursos humanos e os resultados da inovação da organização. Os indicadores que elabora correspondem ao valor médio por empresa. A última edição publicada pela PINTEC registra-se em 2011/2013, ela deu continuidade à série que começou com a PINTEC 2000 (relativa ao triênio 1998-2000), seguida pela PINTEC 2003 (relativa ao período de 2001 a 2003), PINTEC 2005 (relativa ao período 2000 a 2005). Destaca-se que a base conceitual e metodológica da PINTEC é o Manual de Oslo: proposed guide lines for collections and interpreting technological innovation data, publicado pela OCDE (1997). O objetivo principal do desenvolvimento da PINTEC é de construir indicadores setoriais, regionais (caso da indústria) e nacionais das atividades de inovação tecnológica das empresas brasileiras, que sejam confrontáveis com as informações de outros países. A unidade de investigação se restringe a atividade industrial ativa, que possui dez ou mais funcionários. 42 Para Ziviani (2013), além da compreensão dos fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, suas estratégias, esforços empreendidos, incentivos, obstáculos em resultados da inovação. Permite às empresas avaliar seu desempenho setorial, às entidades de classe, analisar a conduta tecnológica de seu setor, e ao governo, avaliar e desenvolver políticas de inovação. Percebe-se que os indicadores sempre representam aspectos parciais do processo inovativo, sendo que devem ser utilizados em conjunto, para que se possa ter uma noção da realidade em matéria de inovação. Para fins desta pesquisa, é de grande relevância o modelo de sistema setorial de inovação, visto que o modelo de gestão da inovação adotado atualmente no setor elétrico brasileiro, pano de fundo para esta pesquisa, depende para seu sucesso das relações estabelecidas e dos fluxos de conhecimento entre empresas do setor, empresas fornecedoras, universidades e agências de regulação e fomento. Rocha (2003), relata que a contribuição sobre as fases de construção de indicadores de inovação, sendo atribuída esta evolução em três níveis, sendo que o primeiro está ligado a fase de experimentação dos indicadores concebidos institucionalmente, após vem a fase de desenvolvimento e validação dos indicadores, e por último, adota-se a fase de implementação e análises periódicas dos indicadores, como representado na figura 3. Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia Fase experimental • Conjecturas de pesquisadores e especialistas do meio acadêmico para montagem de modelo decompilação dos indicadores: formas de obtenção, análise e interpretação para a busca de sentido das informações representadas pelos indicadores. Fase de desenvolvimento de indicadores • Definição do marco preliminar e do sistema de informação correspondente. importancia do trabalho estatístico, de forma a legitimar os indicadores e subsidiar o lançamento das primeiras amostras nacionais de pesquisa oficial. Fase estatísticas governamentais recinhecidas • Implementação de amostras periódicas de pesquisa, cujo resultados, publicados em formatos estabelecidos, são utilizados de foorma permanente pelos tomadores de decisão no âmbito da política de ciência e tecnologia e pelo público interessado, em geral. Fonte: Rocha (2003, p. 57). Adaptado pelo autor 43 Tigre (2006) apresenta relevante informação sobre a ferramenta de análise do processo de inovação e indicadores, que é o Manual de Oslo, também desenvolvido pela OCDE, que constitui o meio utilizado para abranger e ampliar o proposto no Manual de Frascati. O Manual de Oslo, segundo este autor, permite realizar o tratamento estatístico e comparar as informações em uma abrangência internacional, servido também como base de dados para a União Europeia sobre inovação. No Brasil o órgão gestor de indicadores de inovação é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, que utiliza da Pesquisa Industrial sobre Inovação Tecnológica – PINTEC. Neste composto são monitorados três níveis de inovação sendo a de produtos, processos e produção (Mudanças organizacionais). O relatório PINTEC (2013) apresenta uma série de indicadores de inovação tecnológica compilados para o Brasil, agrupados em capacidade de inovação em produtos e processos, atividade inovativa, atividade interna de P&D, impactos da inovação, fontes de inovação, relação de cooperação para a inovação, apoio governamental e problemas e obstáculos à inovação. Sobre a composição de indicadores propostos pela PINTEC (2013), identificase a inovação em tecnologia, atividades inovativas, inovação organizacional, inovação em marketing, atividades internas de P&D, impactos da inovação, fontes de inovação e relações de cooperações e o problemas e obstáculos eu impedem a inovação. Quadro 3. Quadro 3 – composição de indicadores PINTEC Indicador Observação Inovação tecnológica Definida pela introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) novo ou substancialmente aprimorado ou pela introdução na empresa de um processo novo ou substancialmente aprimorado Atividades inovativas Referem-se aos esforços empreendidos pela empresa no desenvolvimento e implementação de produtos (bens ou serviços) e processos novos ou aperfeiçoados. A pesquisa procura mensurar estes esforços em termos monetários, através de estimativa dos dispêndios nestas atividades; Inovação organizacional Compreende a implementação de novas técnicas de gestão ou de significativas mudanças na organização do trabalho e nas relações externas da empresa. Inovação de marketing Consiste na implementação de novas estratégias ou conceitos de marketing ou de mudanças significativas na estética, desenho ou embalagem dos produtos, sem modificar suas características funcionais e de uso. Atividades internas de P&D Número de pessoas do quadro da empresa normalmente ocupadas nas atividades de P&D Número de empresas que informam ter realizado P&D de forma contínua 44 Impactos da inovação Fontes de informação e relações de cooperação Proporção de vendas internas e das exportações atribuídas aos produtos novos Percentual de empresas que implementaram inovação por grau de importância Frequência de resposta das empresas que implementaram inovação por grau de importância Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes nos últimos tempos Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações Número de empresas que implementaram inovações Frequência de respostas das empresas quanto a importância dos parceiros nos projetos de inovação Percentual de empresas inovadoras que afirmam ter encontrado problemas na inovação Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações Frequência de respostas das empresas que não implementaram inovações e sem projeto Fonte: PINTEC (2013). Adaptado pelo autor Problemas e obstáculos à inovação 2.2.1 Atividades inovativas A PINTEC (2013) considera como atividade inovativa as atividades representativas dos esforços da organização que são voltadas para a melhoria do acervo tecnológico e o desenvolvimento e implementação de produtos ou processos novos ou modificados. Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais como produtos ou processos novos ou substancialmente aprimorados. O desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações piloto constituem muitas vezes a fase mais importante das atividades de P&D. Inclui também o desenvolvimento de, desde que este envolva um avanço tecnológico ou científico. PINTEC (2013) As atividades inovativas são analisadas em duas perspectivas distintas sendo a primeira sob a ótica do Planejamento e Desenvolvimento (pesquisa básica, aplicada ou desenvolvimento experimental) e a segunda sobre as atividades não relacionadas a P&D – (aquisição de bens serviços e conhecimentos externos). Esta proposta de indicador apresenta a capacidade de revelar o esforço empreendido para a inovação de produto e processo. São contabilizados os gastos realizados nas inovações implementadas e nos projetos em andamento, concluídos ou não. Representados no quadro 4. 45 Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovativas Constructos Atividades P&D internas Descrição de Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimento e o uso destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações. Aquisições externas de P&D Compreende, além das características das atividades internas de P&D, a adição de outras atividades realizadas por outras organizações e adquiridas pela empresa. Aquisição de outros conhecimentos externos Acordos de transferência de tecnologia originadas da compra de licença de direitos de exploração de patentes e uso de marcas, aquisição de know-how e outros tipos de conhecimentos técnico-científicos de terceiros, para que a empresa desenvolva ou implemente inovações. Aquisição de software Compreende a aquisição de software específicos adquiridos para a implementação de produtos ou processos novos ou substancialmente aprimorados. Aquisição de máquinas e equipamentos Aquisição de máquinas e equipamentos especialmente comprados para a implementação de produtos ou processos novos ou substancialmente modificados. Treinamento Compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento de produtos ou processos tecnologicamente novos ou significativamente aperfeiçoados e relacionados às atividades inovativas da empresa. Introdução das inovações tecnológicas no mercado Compreende as atividades de comercialização, diretamente ligadas ao lançamento de novo produto ou aperfeiçoado, podendo incluir pesquisa de mercado e publicidade para o lançamento. Projeto industrial e outras preparações técnicas para produção Refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para efetivar a implementação de inovações de produtos ou processo. Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.2 Atividades internas de P&D Segundo PINTEC (2013) o indicador de atividades internas deve ser verificado com o levantamento de dados sobre a quantidade de pessoas do quadro funcional da empresa que normalmente ocupada nas atividades de P&D. Pondera que deve ser verificado a ocupação e nível de qualificação do corpo de empregados compatível com a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO – do Ministério do Trabalho e Emprego. Deve-se verificar, também, o tipo de dedicação (parcial ou exclusiva) para os colaboradores alocados em P&D. Quadro 5. 46 Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D Constructos Método de cálculo Quantidade de pessoas do quadro Quantidade de trabalhadores envolvidos com funcional da organização que normalmente atividade de P&D / Total de empregados estão ocupadas nas atividades de P&D, informados pela empresa Grau de qualificação – nível de Quantidade de trabalhadores com graduação / escolaridade (Nível médio, técnico, Total de empregados informados pela empresa graduado pós graduado e outros) Forma de dedicação que os funcionários e Quantidade de trabalhadores envolvidos com colaboradores tem para as atividades atividade de P&D / Total de empregados internas de P&D informados pela empresa Quantidade de organizações eu relataram ter realizado atividade interna de P&D de Quantidade de trabalhadores envolvidos com forma contínua e quantidade de atividade de P&D / Total de empregados funcionários que realizaram esta atividade, informados pela empresa ocasionalmente, em determinado período. Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.3 Impactos das inovações Segundo relatório da PINTEC (2013), os impactos das inovações priorizam a identificação de impactos associados ao Produto (melhorar a qualidade ou ampliar a gama de produtos ofertados); Mercado (manter ou ampliar a participação da empresa no mercado, abrir novos mercados); Processo (Aumentar a flexibilidade ou a capacidade produtiva, reduzir custos); Meio Ambiente; Saúde e segurança; Enquadramento em regulamentações e normas e Proporções de vendas internas e das exportações. Quadro 6. Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação Constructos Proporção das vendas internas e das exposições atribuídas aos produtos novos ou significativamente modificado no período de 2011 a 2013 Percentual de empresas que implementaram inovação tecnológica de produto ou processo no período de 2011 a 2013 Melhora na qualidade dos bens e serviço Ampliação da gama de bens ou serviços ofertados Permitiu manter ou ampliar a participação da empresa no mercado Permitiu acesso a novos mercados Aumentou a capacidade de produção ou de prestação de serviços Aumentou a flexibilidade da produção ou de prestação de serviços Reduziu o custo de produção ou dos serviços prestados Reduziu os custos do trabalho 47 Reduziu o consumo de matéria prima Reduziu o consumo de energia Reduziu o consumo de água Permitiu reduzir o impacto sobre o meio ambiente Permitiu controlar aspectos ligados à saúde e segurança Enquadramento em regulamentações e normas padrão relativas ao mercado interno ou Externo Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes durante o período de 2011 à 2013 Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.4 Fontes de informações Segundo PINTEC (2013) o indicador de fontes de informações é descrito pela capacidade que as empresas possuem para obter inspiração e orientação para desenvolver seus projetos de inovação de uma gama variada de fontes de informações. Também pode ser representado pelo desenvolvimento interno da capacidade de criação de novos conhecimentos. A PINTEC (2013) descreve que o uso de conhecimentos científicos e tecnológicos incorporados a patentes, máquinas e equipamentos, artigos especializados, software, entre outros também devem ser considerados fontes de inovação. O uso de informações geradas por instituições de produção de conhecimento tecnológico (universidades ou centros de ensino superior, institutos de pesquisa ou centros tecnológicos, centros de capacitação profissional e assistência técnica, ensaios e certificações. Outra fonte de indicadores está ligada a forma de inteligência competitiva, ou seja, o uso de conhecimento obtido através de empresas com as quais se relacionam comercialmente (fornecedores de máquinas, equipamentos, componentes ou software, clientes ou consumidores e concorrentes) para implementarem mudanças tecnológicas. Quadro 7. Quadro 7 – Constructos de indicadores das Fontes de informações Constructos Fontes internas de informações Departamento de P&D e outros Fontes externas à empresa Outra empresa do grupo, fornecedores de máquinas, equipamentos, matérias, componentes ou software, clientes ou consumidores, empresa de consultoria e consultoria independente 48 Centros educacionais e centros de pesquisa Universidades ou outros centros de ensino superior Institutos de pesquisa ou centros tecnológicos Centros de capacitação profissional e assistência técnica Instituições de testes, ensaios e certificações Outras fontes de informação Conferências, encontros e publicações especializadas Feiras e exposições Redes de informações informalizadas (Internet – extranet, intranet, entre outros) Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.5 Relações de cooperações para a inovação Segundo PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada cooperação. As questões que focam a cooperação para inovação, presentes na PINTEC (2013), buscam identificar as relações entre um amplo conjunto de atores que, interligados por canais de troca de conhecimento e/ou articulados em redes, formam o que se denomina Sistema Nacional de Inovação. A pesquisa identifica os parceiros das empresas nos projetos de cooperação, o objeto desta e a sua localização (mesmo estado, outros estados, Mercosul, Estados Unidos, Europa, outros países). 2.2.6 Apoio Governamental Segundo PINTEC (2013) as ações governamentais e políticas públicas englobam financiamentos, incentivos fiscais, subvenções, participação em programas públicos voltados para o desenvolvimento tecnológico e científico, entre outras. Para PINTEC (2013) é necessário identificar as características das Empresas como tamanho e porte, frequência de participação e uso de apoios das atividades inovativas e percentual de financiamento concedido pelo governo para as atividades de P&D. Quadro 8. 49 Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental Constructos Incentivos fiscais à P&D e inovação tecnológica (Lei 8.661 e Cap. III da Lei 11.196) Incentivo fiscal Lei de Informática (Lei nº 10.664, Lei nº 11.077) Financiamento a projetos de P&D e inovação tecnológica: 1 – Sem parceria com universidades ou institutos de pesquisa 2 - Em parceria com universidades ou institutos de pesquisa Financiamento exclusivo para a compra de máquinas e equipamentos utilizados para inovação Bolsas oferecidas pelas fundações de amparo à pesquisa e RHAE/ CNPq para pesquisadores Aporte de capital de risco Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação Os problemas identificados pela PINTEC (2013) e citados como obstáculos à atividade de inovação temos a Identificação dos motivos pelos quais a organização não desenvolveu atividades inovadoras ou não obteve os resultados esperados; Se a empresa não inovou e porque; Inovações prévias; Condições de mercado (deficiência de demanda, estrutura de oferta, desestímulo à inovação); Problemas e obstáculos, que engloba fatores macros e microeconômicos; natureza econômica (custo, risco, fontes de financiamento apropriadas); Problemas internos à empresa (rigidez organizacional); Deficiência técnica (escassez de serviços técnicos externos adequados, falta de pessoal devidamente qualificado); Problemas de informação (falta de informações sobre tecnologia e sobre mercados); Problemas com o Sistema Nacional de Inovação (escassas possibilidades de cooperação com outras empresas e instituições); Problemas de regulamentação (dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações). 50 Quadro 9 – Constructos de indicadores Problemas e obstáculos à inovação Constructos Identificar se a organização acusa dificuldades ou obstáculos que podem ter tornado mais lenta a implementação de determinados projetos ou que os tenha inviabilizado Razões, justifica o fato da empresa não ter realizado nenhuma atividade inovativa Riscos econômicos excessivos Escassez de fontes apropriadas de financiamento Elevados custos da inovação Rigidez organizacional Falta de pessoal qualificado Falta de informação sobre tecnologia Falta de informação sobre mercados Escassas possibilidades de cooperação com outras empresas/instituições Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos Escassez de serviços técnicos externos adequados Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor 2.2.8 Inovações operacionais e Marketing A terceira edição do Manual de Oslo (2005) adota como conceito de “inovação organizacional” a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas, visando melhorar o uso do conhecimento, a eficiência dos fluxos de trabalho ou a qualidade dos bens ou serviços. Ela é resultado de decisões estratégicas tomadas pela direção e deve constituir novidade organizativa para a empresa. Questiona-se se a organização implementa; Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades internas na empresa; Uso de novas técnicas de gestão ambiental; Novos métodos de organização do trabalho para proporcionar melhoria de distribuição de responsabilidades e poder de decisão, e Mudanças significativas nas relações com empresas e outras instituições sem fins lucrativos. As inovações em Marketing são consideradas como a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou 51 em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços, visando melhor responder às necessidades dos clientes, abrir novos mercados ou a reposicionar o produto no mercado para incrementar as vendas. As novas estratégias ou conceitos de marketing devem diferir significativamente daqueles utilizados previamente pela empresa. Especificamente, a empresa implementa mudanças significativas nos conceitos e estratégias de marketing e mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos. Quadro 10 – Constructos de indicadores Inovações operacionais e marketing Constructos Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades dentro da empresa. Por exemplo: reengenharia dos processos de negócio, gestão do conhecimento, controle da qualidade total, sistemas de formação/treinamento, SIG (sistemas de informações gerenciais), ERP (planejamento dos recursos do negócio). Novas técnicas de gestão ambiental para tratamento de efluentes, redução de resíduos, de CO². Novos métodos de organização do trabalho para melhor distribuir responsabilidades e poder de decisão, como por exemplo o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização ou integração de departamentos. Mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos, tais como o estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias, terceirização ou sub-contratação de atividades. Mudanças significativas nos conceitos/estratégias de marketing, como por exemplo novas mídias ou técnicas para a promoção de produtos; novas formas para colocação de produtos no mercado ou canais de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a comercialização de bens e serviços Mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor Percebem-se diante da abrangência de tratamento da PINTEC (2013) a complexidade que se exige para a construção de indicadores. Para a elaboração de um mapeamento de abordagens, a PINTEC (2013) inicia com a característica a empresa, e posteriormente visa identificar se ela adota mecanismos de inovação ou não. Sobre os conceitos apresentados pela PINTEC (2013) e aplicação do questionário de captação de análise aplicada ao mercado, identifica-se inicialmente a caracterização das empresas, fatores que podem influenciar na estratégia e no desempenho inovativo, como fonte de recursos, grau de dependência e abrangência geográfica. 52 O posicionamento produtos e processos novos ou substancialmente aprimorados, a PINTEC (2013) segue conceitos apresentados pelo Manual de Oslo, já tratado anteriormente. Neste posto da apresentação, define=se se a organização é ou não inovadora, caso seja considerada inovadora, passa pelos processos de descrição da inovação, caracterização das atividades inovadoras, fontes de financiamento da inovação, compra de P&D, P&D interno, impactos das inovações, fontes de captação de informações, cooperações, nível de apoio governamental e problemas e obstáculos das inovações. Caso seja identificado que a empresa não promova inovação inicia-se uma investigação para verificar quais foram as possíveis barreiras enfrentadas pela gestão organizacional. Segue representação na figura 4. Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC (2013) Fonte: PINTEC (2013, p.18) Segundo PINTEC (2013), o fluxograma de variáveis procura identificar se a empresa inova em produto ou processo, caso a empresa seja identificada como inovadora, pede-se para fazer a descrição das inovações, abordagem da atividade 53 inovativa, fontes de financiamento, processos de compras em P&D, P&D interno, impactos da inovação, fontes de informação, bases de cooperação e bases de apoio governamental. Os problemas e obstáculos enfrentados com a inovação podem ser apresentados pelas empresas que promovem ou não inovações. A partir deste ponto o fluxograma da PINTEC (2013) apresenta a investigação sobre as possibilidades de inovações operacionais e de marketing e posteriormente as ações de uso de biotecnologia e nanotecnologia, especificidades que não contemplam a elaboração deste trabalho. Furtado e Queiroz (2010) apresentam uma série de indicadores com frequência da utilização internacionalmente, sendo estes o indicador de tecnologia ou de P&D, intensidade inovativa, quantidade de patentes de invenção, taxa de inovação, número de inovações e impacto econômico das inovações. Com a apreciação destes indicadores, percebe-se que os indicadores de inovação apresentam capacidade de representar aspectos parciais do processo de inovação, o que induz a necessidade de utilização de um conjunto de indicadores para se obter uma representação da realidade da capacidade de inovação das organizações. 2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores Após o desenvolvimento conceitual de indicadores de inovação, torna-se conveniente compreender as métricas e fatores de aferição que possibilitem analise da população pretendida para este desenvolvimento. Sabe-se que na literatura existe poucas referências bibliográficas sobre mensuração de indicadores de inovação tecnológica. Segundo Knox (2002), a caracterização de uma organização, sob a ótica de capacidade de inovação, deve abranger além dos recursos investidos em inovação tecnológica, habilidade de criar valor que atenda às necessidades do mercado demandante. Esta habilidade de atender ao mercado é julgada e comparada junto a competidores de um mesmo segmento. Entende-se que o processo de inovação está ligado a capacidade organizacional de desenvolvimento e implantação de uma inovação, produto, serviço ou processo. Entende-se que a métrica do grau de inovação de uma empresa pode ser realizada via indicadores de inovação, que possibilitam uma série de ângulos diferenciados como estratégico, tecnológico, cultural, financeiro, processuais, entre 54 outros, porém, sabe-se que os indicadores devem ser utilizados em conjunto para a mensuração de um resultado mais confiável e realista. A primeira coisa que um modelo de métricas de gestão de inovação deve considerar é que diferentes tipos de inovação demandam diferentes tipos de métricas. Outro aspecto a considerar é que, embora haja grande expectativa de mensuração do retorno econômico (criação de valor para o acionista em última instância), na prática isso nem sempre é facilmente calculável e outras métricas mais associadas ao ciclo de vida da inovação (da ideia até a sua implementação) também precisam ser analisadas visando um aprimoramento contínuo de todo o modelo de gestão de inovação da organização. Finalmente, é amplamente sabido que empresas que se engajam em inovação conseguem auferir vários resultados intangíveis nem sempre quantificáveis, mas de grande impacto na organização e nos negócios. (TERRA et al. 2012, p.181) Davila, Epistein e Shelton (2007) consideram que é fundamental e decisivo para o sucesso das organizações ter a prática de medição da inovação, porém deve-se ter preocupação acentuada com a quantidade de indicadores presentes no mercado e com soluções paliativas. Segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), o Balanced Scorecard – BSC vêm se tornando um dos mais sólidos conceitos em sistema de avaliação, este sistema de avaliação descreve a maneira pela qual a empresa será inovadora, e como os tomadores de decisão pretendem gerar valor a partir da inovação. 2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de coletores solares Entende-se, segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), que atualmente existem uma infinidade de indicadores capazes de apresentar diagnósticos organizacionais, e torna-se necessário adotar critérios para obter resultados satisfatórios e confiáveis a fim de reduzir riscos e incertezas. Os autores ainda acusam que a montagem de um modelo inovador de negócio deve ser considerada como um desafio, assim como sua representação gráfica resumida. A representação gráfica deve ser capaz de tornar explícita a forma de trato da inovação na cultura organizacional. Bes e Kotler (2011) assinalam que os indicadores de inovação necessitam ser agrupados para organizar o que se pretende avaliar e medir, e desta forma apresentam como categorias de agrupamento os indicadores econômicos, de intensidade de esforço, eficácia de atividade de inovação e o grau de disseminação de inovação. Os autores afirmam, ainda, que a necessidade de construção de um 55 protótipo para diagnóstico da capacidade de inovação de uma organização pode assinalar o nível de maturidade do processo de P&D na ótica da gestão e inovação. Bes e Kotler (2011) projetam, ainda, critérios que devem ser observados para se propor conjunto de indicadores para a mensuração de resultados empresariais como serem compreensíveis, ter clareza para compreensão e cálculo, explorar indicadores existentes utilizados com regularidade e devem estar relacionados com a proposta de análise. Segundo Rocha (2003) a relação de indicadores e o significado dos indicadores de inovação tecnológica devem ser apresentados de forma clara e que possibilite a correta identificação dos indicadores com seu objetivo de investigação. Rocha (2003) apresenta como indicadores o esforço inovador das organizações, a intensidade de tecnologia, a taxa de inovação, os mecanismos utilizados para patenteamento, uso de mecanismo de patenteamento, suporte e aparato recebido pelo governo, conforme representado no quadro 11. Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica Indicador Significado Mensura o valor do dispêndio das empresas em atividades inovativas em relação à receita líquida de vendas. São consideradas atividades inovativas - Desenvolvimento interno de pesquisa e desenvolvimento P&D Esforço inovador - Aquisição externa de P&D - Aquisição de máquinas e equipamentos - Treinamentos - Introdução de inovações tecnológicas no mercado - Projeto industrial Valor dos dispêndios das empresas inovadoras com a atividade de pesquisa e desenvolvimento P&D, em relação à receita líquida de vendas. A atividade de P&D compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o Intensidade tecnológica acervo de conhecimento e o uso destes para desenvolver novas aplicações, tais como produtos ou processos novos ou tecnologicamente aprimorados; o desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações pilotos, além do desenvolvimento de software, que envolva avanço tecnológico ou científico. Corresponde ao percentual do número de empresas que Taxa de inovação implementaram inovação de produto ou processo em relação ao total de empresas respondentes. Participação percentual do número de empresas com depósito de Mecanismo de patentes e patentes em vigor, em relação ao número total de patenteamento empresas respondentes. Participação percentual do número de empresas inovadoras com Uso do mecanismo de depósito de patente e patente em vigor, em relação ao número patenteamento total de empresas inovadoras. Percentual do número de empresas que recebem suporte do Suporte governamental – governo para as atividades inovadoras em relação ao número Painel respondente total de empresas respondentes. Percentual do número de empresas que recebem suporte do Suporte governamental – governo para as atividades inovadoras em relação ao número de empresas inovadoras empresas inovadoras. Fonte: PINTEC (2000), ANPEI (2000) citado por Rocha (2003) - Adaptado pelo autor 56 Entende-se, diante das propostas dos autores apresentados, que torna-se necessário a apresentação de um modelo conceitual de indicadores de inovação que deverá ser utilizado para a caracterização das empresas fabricantes nacionais de coletores solares. Para este sentido, pretende-se utilizar como sinalizadores a percepção de pessoas, tecnologia e processos. Estes elementos fundamentais para as organizações em estudo são balizadores para o dimensionamento de gerenciamento e métricas de indicadores. Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), apresentam relevantes análises sobre a construção de indicadores de inovação e seus constructos avaliativos. Dentro do desenvolvimento destes autores, foram selecionados os indicadores de atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais para a composição de índices avaliativos da capacidade de inovação deste trabalho. Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, inicia-se a investigação sobre o percentual de empregados envolvidos no processo de inovação. Esta análise se faz necessário para mensurar, dentro do quadro efetivo de empregados contratados, qual a porcentagem de trabalhadores que estão envolvidos diretamente com as atividades de inovação. Segundo Sbragia e Andreassi (2006), a participação dos funcionários nas ações de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são parte da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos de mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como fonte de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação para que se perpetue esta aliança. Segundo Ziviani (2012) é importante utilizar de forma eficiente as competências agregadas com o intuito de fortalecer as estratégias empresariais que proporcionem vantagem competitiva para as organizações nos mercados atuantes. Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, presume-se a quantidade do quadro de trabalhadores contratados possuem capacitação especializada para lidar com os equipamentos e máquinas. Este indicador pode assinalar a qualificação necessária dos trabalhadores que assumem condições de incorporar inovações implantadas pela gestão organizacional. O percentual de empregados que possui formação superior, curso de graduação concluído ou em fase de conclusão, assim como o percentual de mestres e 57 doutores, indica a qualificação acadêmica da mão-de-obra contratada, e desta forma o condicionamento científico que se pode dar para os processos de aperfeiçoamento e de inovações tratadas pelas organizações. Percentual de faturamento investido em capacitação e treinamento. Entende-se que as capacitações e treinamentos proporcionados aos trabalhadores fazem com que a organização esteja acompanhando as mudanças e atualizações de mercado. Proporciona aos trabalhadores condições de assimilar inovações lançadas e entender as novas demandas de insumos e de produtos, assim como o manuseio de matérias primas. Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a formação e treinamento de trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidar com problemas associados ao processo de inovar nas firmas. Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos problemas com a inovação. Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D, entende-se que este desenvolvimento assinala a intenção da gestão organizacional em envolver recursos financeiros para realizar pesquisas e desenvolvimentos que proporcionem maior entendimento do campo de inovação organizacional. Segundo Tigre (2006), os investimentos em aquisição e atualização de máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no mercado. Tigre (2006) relata ainda que todas as organizações teriam a qualquer momento de investir em inovações e abandonar as formas tradicionais de produção. Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação, pretende-se identificar o nível de investimento que as organizações estão dispostas a realizar para manter seus equipamentos (computadores) e similares de informatização atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes. Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante 58 investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera competitividade e inovação para as organizações. Sobre este contexto, pretende-se avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de aprendizagem nas organizações. Sobre o percentual de funcionários que recebem apoio financeiro para continuidade da formação acadêmica, avalia o quanto as organizações estão dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos trabalhadores contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com as mutações proporcionadas pelas inovações incorporadas. O investimento em licenças de tecnologias tem como pretensão avaliar os níveis de investimento realizados pelas organizações para manter atualizados seus programas e suas licenças para atuar no mercado com produtos inovadores, assim como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e Normas governamentais. O indicador de parceiros em projetos de inovação pretende avaliar o quanto a organização busca com outros atores de mercado a disseminação da inovação, e o quanto ela está atenta aos fatores externos para atuar com as mudanças de mercado. O percentual de projetos desenvolvidos com clientes assegura o quanto às organizações estão atentas e abertas para ouvir os clientes e adaptar seus produtos. Este constructo se torna importante para verificar como as empresas se relacionam com seus clientes e como se forma o processo de comunicação. Os projetos desenvolvidos com firmas privadas e outras empresas assinalam para a oportunidade de assimilação de inovações mercadológicas verificam-se neste campo como as organizações se relacionam com outras empresas, sejam do mesmo setor de atuação ou não. Os fornecedores podem ser considerados como fontes de inovação para as organizações, neste campo identifica-se que determinadas organizações desenvolvem peças específicas do composto de inovação, e para proteção da inovação, aderem os fornecedores como parceiros para o desenvolvimento específico de peças. Os desenvolvimentos realizados em conjunto com Universidades e centros universitários merecem destaque na percepção de parceria das organizações. Os centros universitários e universidades são considerados fontes ilimitadas de conhecimento, e merecem ter destaque pelos gestores organizacionais. 59 Sobre o percentual de investimentos realizados com a comercialização pioneira de inovação, pretende-se averiguar o comportamento das organizações para o lançamento de produtos novos ou substancialmente modificados para os mercados preteridos. Sabe-se que este nível de investimento deve ser considerado de risco e avaliativo da aceitação do produto para o mercado. A quantidade de patentes registrada e requeridas assinala sobre o potencial criativo das organizações e para a necessidade de proteção das inovações advindas do corpo funcional das empresas. O quadro 12 aborda a síntese de composição de indicadores e constructos avaliativos selecionado para este trabalho, onde pretende-se diagnosticar a capacidade de inovação dos fabricantes de coletores solares, vistas a indicadores de inovação. Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo Indicador Constructo avaliativo Empregados envolvidos no processo de inovação Empregados que possuem especialização Atividade interna de Empregados que possuem formação superior (Graduação) inovação Empregados mestres e doutores Faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento Faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação Investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos Faturamento investido em tecnologia da informação Investimento realizado com atividades de aprendizagem Empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica Esforço inovativo Faturamento investido em licenças de tecnologias Número total de parceiros em projetos de inovação Projetos desenvolvidos com Clientes Projetos desenvolvidos com firmas privadas Projetos desenvolvidos com Fornecedores Fontes de inovação Projetos desenvolvidos com universidades Impacto da inovação Investimento realizado com a comercialização pioneira Número de patentes registradas Número de patentes solicitadas Inovações operacionais Investimento realizado com registro de patentes Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008) Conforme abordagem da capacidade inovativa que está ligada a habilidade de trato com recursos múltiplos capacitadores, os constructos de indicadores foram agrupados em 5 conjuntos, sendo atividade interna de inovação, esforço inovador, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais. Em busca de um modelo teórico que sirva de base para demonstrar a avalição dos indicadores de inovação dos fabricantes de coletores solares brasileiros, chegouse ao modelo apresentado na figura 5. 60 Figura 5 – Modelo teórico Fonte: Elaborado pelo autor A partir da literatura aderente ao tema, estruturado mediante a seguinte formulação: Sobre os indicadores de atividade interna, projeta-se quatro constructos para verificar os percentuais de qualificação da mão-de-obra contratada e sua efetiva contribuição dentro do processo inovativo organizacional. Sobre o esforço inovativo estão elencados os constructos para verificação de investimento realizado nos processos inovativos organizacionais. Sobre as fontes de inovação deve-se elencar os níveis de parcerias firmadas com a organização que podem ser consideradas como motivadoras de inovação. As fontes de inovação apresentam como objetivo proporcionar a identificação dos procedimentos gerenciais que visam assimilação de novos conhecimentos organizacionais com os diversos parceiros de relacionamento empresarial. 61 Os impactos da inovação pretende identificar como a organização reage para realizar investimentos pioneiros para o lançamento de comercialização pioneira dos produtos inovadores. As inovações operacionais pretendem identificar como está o sistema de proteção das inovações por parte dos administradores organizacionais. Entende-se com a apresentação do modelo teórico que a composição dos indicadores abrange todas as propostas apresentadas pela PINTEC (2013). Desta forma, no que tange indicadores de atividade inovadora, serão questionamentos, sobre atividades internas de inovação serão apresentados apêndices sobre a capacidade de inovação serão apresentados quatro questionamentos, fontes de inovação serão apresentadas três questionamentos, impactos da inovação com três questionamentos, inovações operacionais e marketing dois questionamentos, problemas e obstáculos com a inovação um questionamento e relações de cooperações um questionamento. A composição do questionário será apresentada no terceiro capítulo, que trata dos procedimentos metodológicos. 2.3 Capacidade Inovativa A abordagem sobre o conceito de capacidade inovativa vem ganhando destaque na literatura nas últimas décadas porém, a construção definitiva do significado ainda não apresenta-se concluída. Diversos autores apresentam diferentes contribuições em diversas áreas para o entendimento desta temática. Segundo Bastos e Bueno (2003, p.184), “capacidade é tornar capaz, habilitar, pois o conceito apoia-se no potencial das pessoas e na qualidade que cada um possui para exercitar uma determinada habilidade, aptidão, que precisam ser valorizadas nas empresas para tornar o processo mais eficaz.” Observa-se a importância aferida no potencial e na qualificação pessoal alinhada a habilidades como determinante da capacidade. Cetindamar et al. (2009) tratam a capacidade inovativa como a habilidade que as organizações possuem para moldar e gerenciar as múltiplas capacidades. O esforço de trato com a inovação exige dos gestores empresariais habilidades para lidar com diversas atividades de processos como gestão do conhecimento e gestão de tecnologia, e estas habilidades devem estar alinhadas com as demandas e posicionamento de mercado. 62 Barbieux (2011) sugere que capacidade inovativa deva ser entendida como os recursos e habilidades que as organizações possuem para articular as informações e conhecimentos para estabelecer novas rotinas, novos produtos e novas tecnologias, de modo a gerar um desempenho superior para a empresa. Segundo PINTEC (2013) a capacidade de inovação do produto ou do processo pode ser definida pela ação identificada da organização em implementar produtos, bens ou serviços, ou processos novos ou substancialmente aperfeiçoados. A capacidade que uma empresa possui de especificar, ou seja, definir variáveis críticas no desenvolvimento de novos produtos (ou na melhoria significativa de produtos atuais) que atendam às demandas do mercado em que ela atua. Implica a empresa ser capaz de detectar as necessidades de mercado e de traduzi-las em especificações funcionais críticas que definam o conceito de seus produtos. OCDE (2005) Para Mello (2006) identificar a estreita relação entre a capacidade inovativa e a capacidade de competição das organizações, sendo que ambas estão ligadas à trajetória evolutiva em termos de crescimento nos campos de produtividade, geração de empregos, desenvolvimento tecnológico e inserção de mercado. Segundo Neely e Hii (1998), a capacidade de inovação de uma organização pode ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar saída inovadora e depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma vez que lhe permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades. Estudos recentes sugerem determinantes fundamentais da capacidade de uma empresa em inovar sendo a cultura da empresa, os processos internos adotados e o meio ambiente externo. Em termos de cultura organizacional as empresas inovadoras possuem cultura mais forte, um claro sentido demissão e finalidade, uma estratégia de atuação repensada e uma filosofia empresarial de melhoria contínua impulsionada pela verificação da satisfação total dos clientes e gestão da qualidade total. Segundo Burgelman, Christensen e Wheelwright (2009), os gestores organizacionais devem ser responsabilizados pelas adaptações e implementações dos processos de inovação. Eles descrevem que os gestores devem apresentar potenciais e habilidades para decidir quais inovações devem obter maior atenção e recursos organizacionais. O Conhecimento do potencial de inovação, ou capacidade inovativa, e suas possíveis barreiras devem ser consideradas como estratégicas para que sejam eficazes. Entende-se que esta responsabilidade deva ser dividida com os demais colaboradores envolvidos com as organizações. 63 Entre as estratégias apontadas por Burgelman, Christensen e Wheelwright (2009) destacam-se a realização de auditoria para investigar como a empresa tem sido inovadora nas áreas de oferta de produtos e serviços e/ou de sistemas de produção e distribuição. Esta auditoria deverá, também, reunir condições de apontar possibilidades de ajustes entre o negócio mercadológico praticado e as estratégias corporativas da empresa, suas capacitações para inovar e quais são as necessidades empresariais em termos de capacidade inovativas para suportar suas estratégias de negócios a longo prazo. A capacidade de inovação organizacional vai depender do alinhamento da capacidade tecnológica instalada, bem como de outras capacitações críticas em áreas como o pátio de fabricação com suas instalações, maquinários e equipamentos, marketing e distribuição, além da gestão dos recursos humanos. Papaconstantinou (1997) argumenta que a capacidade das empresas para inovar depende de múltiplos fatores como os esforços identificados para a criar novos produtos ou melhorar o processo de produção, a extensão das competências da força de trabalho contratada, a capacidade de aprender e o ambiente em que as organizações operam. Todas as atividades relacionadas com a inovação como pesquisa e desenvolvimento, design, marketing, aquisição de patentes, máquinas e equipamentos, contratação de pessoal qualificado, valores de P&D, seus volumes e intensidade ajudam a determinar a capacidade inovativa. A difusão da inovação molda a produtividade através de vários canais como a compra de maquinários e equipamentos novos e sofisticados, reforça a aquisição de licenças ou patentes que permitam o uso de ideias desenvolvidas em outros locais, ou o empréstimo de ideias e perícia, mas ao mesmo tempo um esforço inovador próprio é importante para permitir que os benefícios da tecnologia sejam compreendidos com o aprendizado organizacional. Neely e Hii (1998) relatam quatro fatores que possibilitam repercutir a capacidade de inovar de uma organização sendo a cultura, os recursos, competências e redes, conforme representado na figura 6. 64 Figura 6 – Fatores que repercutem na capacidade inovativa • Sistema Gerencial • Financeiro • Humanos • Estruturais • Sistema Físico Cultura Recursos Competência Ativos + + Conhecimento Competências Redes • Internas • Exernas Competência Habilidade de integrar • Oportunidade e mercado • Habilidade tecnológica Fonte: Neely e Hii (1998). Adaptado pelo autor. Para Neely e Hii (1998), a cultura de uma organização deve ser de valorização das competências e do conhecimento, incorporados em sistemas físicos e sistemas gerenciais, que são moldados pela cultura da empresa. Assim, a cultura desempenha papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de uma empresa para inovar. Ela influencia no “modo como as coisas são feito” dentro da empresa e as relações entre os funcionários da empresa. Entende-se que a cultura organizacional permeia a junção de várias culturas. O conjunto de ativos e competências que são utilizados para criar ou apoiar a competitividade e gerar vantagem para as empresas. A adoção de recursos, em termos de recursos financeiros, humanos e estruturais é crucial para a inovação. As empresas concorrentes são diferentes em termos de adoção de recursos e portanto, as diferenças surgem em termo de vantagem competitiva e de inovação. A competência de uma empresa lhe confere a capacidade de explorar suas ideias inovativas. Competência inclui habilidades como integrando as oportunidades de mercado com habilidades tecnológicas, de resolução de 65 problemas de maneira criativa compartilhando o conhecimento tácito e experimentação. A competência de uma empresa muitas vezes se concentra no setor de engenharia, design, recursos ativos e pesquisa e marketing. O papel do gestor organizacional é combinar as oportunidades de mercado com competência para gerar inovações. As Iniciativas de redes são essenciais para a capacidade de inovar, pois elas agem como um veículo para a importação de conhecimento externo e interno. Este veículo é crucial para muitas fontes de inovação e devem ser estimulados. Muitas vezes, a maior parte dessas iniciativas de redes são informais. Empresas inovadoras dependem de ambas as redes informais e formais para suas inovações. Neely e Hii (1998) concluem que o conhecimento é a base sobre a qual as ideias inovadoras são geradas. A inovação é fundamentalmente um processo cumulativo de aprendizagem, pesquisa e exploração. Este processo cumulativo reduz as incertezas embutidas em uma atividade inovadora. Inovações envolvem a combinação de ideias e conhecimentos novos e antigos para resultar em novos produtos, técnicas, formas de organização e novos mercados. Como pressuposto teórico, adota-se para a elaboração deste trabalho a definição de capacidade inovativa, ou de inovação, com base apresentada por Neely e Hii (1998), onde deve ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar saída inovadora que depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma vez que lhe permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades. Entende-se que a proposta de verificação da capacidade inovativa das empresas fabricantes de coletores solares devem ser embasadas na composição de indicadores de inovação, que estarão contidos nos compostos de verificação da cultura, recursos, competências e redes das empresas envolvidas. 66 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico Burrell e Morgan (1979), citados por Paiva (2011), desenvolvem a análise científica sobre o conjunto de pressupostos filosóficos que são considerados subjacentes às diferentes abordagens reconhecidas em ciências sociais sobre a ótica da geração de conhecimento, estes pressupostos são compostos da ontologia, epistemologia, natureza humana e metodologia, quadro 13. Quadro 13 – Pressupostos da análise científica Natureza Ontológica Descrição A natureza filosófica da questão é aproximada a realidade externa ao indivíduo, ou como se fosse produto de sua consciência, possui natureza objetiva ou subjetiva Nominalista quando o mundo social externo á cognição do indivíduo é construído por nomes, conceitos e títulos utilizados para estruturar a realidade, esses nomes utilizados para codificar o mundo, que possui qualquer estrutura real. Realista – Considera que o mundo social externo possui estruturas concretas, tangíveis, reais e relativamente imutáveis. Epistemológica A forma como o conhecimento é obtido, o que é considerado pelo indivíduo como falso ou verdadeiro, a possibilidade ou não de aquisição do conhecimento apenas pela experimentação, são aquelas que são evadas em consideração. Positivista - busca explicar o que acontece no mundo social, através da identificação de regularidades e de relações de causa e efeito. Baseado nas abordagens tradicionais predominantes nas ciências naturais. Antipositivismo - considera ser inútil a busca de regularidades e de relações causais no mundo social, que deve ser visto de forma relativizada. Natureza humana Procuram interpretar a relação dos indivíduos em seu ambiente, sendo essa relação sujeito de investigação e podendo ser vista sob duas perspectivas Voluntarismo predomina a visão de um homem completamente autônomo e com livre arbítrio Determinismo o homem é visto como sendo totalmente condicionado ao ambiente que habita Metodológico Ideográfica – considera que o entendimento do mundo social só é possível pela obtenção, em primeira mão, do conhecimento sob investigação. Monotética – dá ênfase ao protocolo sistemático e s técnica, estando voltada para a construção de testes científicos e técnicas quantitativas para análise de dados. Fonte: Burrell e Morgan (1979) – citados por Paiva (2011) 67 O entendimento sobre tais pressupostos e características torna-se importante para o presente desenvolvimento, desenvolver uma linha de abordagem metodológica para o trabalho de dissertação que se pretende. Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico Fonte: Burrel e Morgan (1979) Tendo como base os conceitos abordados, pretende-se caracterizar este trabalho sob o pressuposto da ontologia sendo realista, sob a epistemologia será positivista, a natureza humana voltada para o determinismo e a metodologia como monotético. Defende-se que a natureza ontológica do desenvolvimento seja realista por entender que as organizações fabricantes de coletores solares representam estruturas concretas e tangíveis, bem como o objeto proposto de análise que são os coletores solares de média capacidade. Quanto ao pressuposto epistemológico, considera-se que seja positivista pois, buscam-se explicar fatos que ocorrem no mundo social através da proposta de modelo conceitual de indicadores de inovação, que possuem métricas mensuráveis que beneficiam o entendimento de causa e efeito predominante nas ciências sociais. A natureza humana do desenvolvimento é pareada com a determinista, pois a população condiciona o estudo a ser desenvolvido sobre ele, já existe com suas práticas culturais e formas de atuação perante o mercado, e desta forma, objetiva-se apenas relatar as formas de fabricação dos coletores solares de média capacidade. 68 Por fim, a metodologia apreciada para este desenvolvimento é a monotética, pois, a proposta é de dar ênfase aos protocolos existentes e testados previamente em outros setores da economia nacional, afere-se técnicas científicas voltadas para testes e medições quantitativas para análise de dados. Em síntese, pretende-se adotar uma metodologia realista. 3.2 Tipologia de pesquisa Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) descrevem a pesquisa exploratória sendo útil para o tomador de decisões que dispõe de rasas informações, que desse ser orientado para a descoberta. Este tipo de pesquisa é indicado para o segmento de indústrias que assume características inovadoras, pois identifica novas técnicas e objetiva descoberta de tecnologias que atendem as necessidades da empresa ou do consumidor. Segundo Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) a pesquisa descritiva, são estruturadas e especificamente criados para medir as características descrita em uma questão de pesquisa. As hipóteses, derivadas da teoria, normalmente servem para guiar o processo e fornecer uma lista do que precisa ser mensurado. Quanto a pesquisa descritiva, Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) a considera transversal quando pode dar ao usuário um panorama ou uma descrição dos elementos administrativos em um dado intervalo de tempo, fornece dados transversais, sendo que os dados são coletados em um único ponto no tempo e sintetizados estatisticamente. A natureza deste trabalho assume-se a característica de ser exploratória descritiva, por assumir a necessidade de descoberta sobre o estado da arte das fabricantes de coletores solar de média capacidade, além de se tornar flexível e versátil pela iniciativa inédita de estudo deste segmento de mercado, sendo baseada em dados secundários e com levantamentos piloto acerca da atividade econômica. Segundo Machado et al. (2007) o método de pesquisa que se utiliza o Survey é mais usual para a realização de pesquisa quantitativa, pois envolve a realização de uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é realizada através da aplicação de questionário ou formulário junto à população investigada. O método Survey com a característica de corte transversal será útil na percepção da composição inovadora das fabricantes de coletores solares pois o campo de inovação é muito dinâmico podendo sofrer interferências de diversos atores internos e externos à organização. 69 Para complementar, caso necessário, a coleta de dados, projeta-se a possibilidade de visitar as empresas fabricantes e aplicar o questionário diretamente com os diretores das organizações, podendo este contato ser efetuado por prospecções realizadas em eventos pertinentes ao setor. 3.3 Universo de análise Segundo Malhotra (2006) a elaboração de uma análise amostral deve começar com a especificação da população-alvo, onde a coleção de elementos ou objetos que possuem a informação procurada pelo investigador, e sobre as quais se pretende investigar uma hipótese. Neste caso, o autor enfatiza que, a população alvo deve ser definida com precisão para que a resposta do que se pretende investigar tenha grande percentual de assertividade. Malhotra (2006) também define que o tamanho da amostra diz respeito a quantidade de elementos a serem incluídos no estudo pretendido, sendo que esta composição é complexa e envolve várias considerações de ordem quantitativa e qualitativa. Sabe-se que atualmente o setor produtivo de coletores solar nacional possui regulamentação, em processo, organizada e reconhecida pela ABRAVA, que atua mercadologicamente como sindicato que regulariza as atividades institucionais das principais organizações que poderiam ser averiguadas neste desenvolvimento. A ABRAVA trabalha em conjunto com o Governo Federal, inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de eficiência energética dos coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de fabricação dos coletores conforme normas internacionais. Segundo ABRAVA (2013) a quantidade de organizações envolvidas no segmento de aquecedores solares é de aproximadamente 200 organizações, distribuídas entre fabricantes, consultores, instaladores, centros de distribuição, representação comercial, representantes, entre outros, porém a quantidade identificada como fabricantes, objeto do estudo em análise é de 40 empresas (objeto de análise). O universo deste segmento de mercado apresenta-se limitada quanto a quantidade de atores que atuam na fabricação de equipamentos, uma característica que pode dificultar a obtenção de determinadas informações sobre os indicadores de inovação. 70 Inicialmente pretende-se abordar todo o universo das fabricantes através de emissão de um questionário eletrônico, este questionário foi enviado por link eletrônico, que foi encaminhado diretamente para os e-mails dos diretores e proprietários das organizações. Importante relatar eu todas as empresas descritas como fabricantes, identificadas pela ABRAVA, foram abordadas para colaborarem com a coleta de dados. O universo identificado foi de 40 organizações fabricantes de coletores solares, e desta quantidade, foi identificado o retorno de 20 organizações, o que corresponde a 50% de abrangência do território nacional. 3.4 Composição de instrumento de coleta de dados O questionário apresenta questões quantitativas para mensurar as porcentagens e índices quantificáveis dos indicadores de inovação, como também apresenta questões qualitativas, especificamente desenvolvidas para avaliar níveis de percepção dos gestores organizacionais acerca da capacidade inovativa. No plano de elaboração do questionário de pesquisa, utilizou-se na introdução do tema a apresentação dos objetivos de pesquisa, e desta forma trabalhar com clareza e transparência junto aos respondentes sobre os objetivos da proposta de trabalho. O presente questionário faz parte do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento - P&D - da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMIG e Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, com parceria do Centro Universitário UNA (Belo Horizonte/MG), cujo tema é a Caracterização da Dinâmica de Inovação dos Fabricantes de Coletores Solares Nacionais: Avaliação a partir de um conjunto de indicadores de inovação. Para a correta e confiável representação dos resultados, torna-se de suma importância que o questionário seja respondido pelas Indústrias que atuam no segmento de fabricação de painéis/coletores solares, pois objetiva-se que os resultados possam auxiliar no delineamento das políticas de tecnologia da cadeia produtiva do setor elétrico. O questionário deverá ser preenchido, preferencialmente, por um dos diretores da empresa e, para permitir uma avaliação estatística confiável, torna-se necessário que todas as questões sejam respondidas. Dessa forma, solicitamos especial atenção para que nenhuma questão seja apresentada sem resposta. Sabe-se que a ética no desenvolvimento de pesquisas científicas bem como a legislação vigente garantem o caráter confidencial das informações coletadas, as quais devem se destinar exclusivamente para a realização da pesquisa. Portanto, as informações aqui coletadas são de caráter sigiloso e confidencial. Contamos com sua colaboração no preenchimento cuidadoso de nosso questionário Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, Elaborado pelo autor. 71 Observa-se o cuidado necessário para apresentar aos respondentes quais bases estão norteando este trabalho de P&D. A figura 8 trata da identificação e caracterização de dados gerais da organização sendo que, inicialmente solicita-se a razão social da empresa e em seguida a identificação do nome fantasia praticado no mercado atuante. Sabe-se que diversas fabricantes de coletores solares atuam no mercado com mais de um nome fantasia. O último questionamento da figura 8 trata do ano de fundação da empresa, esta pergunta tem por objetivo de mensurar a quanto tempo a fabricante atua no mercado, e desta forma, buscar fazer um correlato do grau de capacidade de inovação ligado ao tempo de atuação mercadológica das fabricantes. Figura 8 – Caracterização da empresa respondente Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Seguindo a parte de caracterização da empresa respondente, questiona-se ao respondente sobre o estado e município a qual a fabricante está inserida, e desta forma compreender onde se localiza geograficamente as fabricantes no território nacional. Segundo manual da PINTE (2013), a unidade de investigação pleiteada para o trabalho é a empresa, neste caso, as empresas caracterizadas como fabricantes de coletores solares instaladas no território nacional. Estas empresas devem ser consideradas como unidades jurídicas, caracterizadas por uma denominação “firma” ou razão social. Estas unidades empresariais devem exercer atividades econômicas 72 em uma ou mais unidades locais, e ter responsabilidade pelo capital investido nestas atividades. Outro questionamento pertinente a se fazer sobre a empresa respondente trata a forma de constituição jurídica da fabricante, figura 9, onde pretende-se identificar a origem do capital formador. Neste quesito objetiva-se identificar se o capital de constituição é de origem nacional, estrangeira ou de capital misto. Capital controlador é aquele que é titular de uma participação no capital social que lhe assegura a maioria dos votos e que, portanto, possui direitos permanentes de eleger os administradores e de preponderar nas deliberações sociais, ainda que não exerça este direito, ausentando-se das assembleias ou nelas se abstendo de votar. (...) Origem do capital controlador – O capital controlador é nacional quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas residentes e domiciliadas no país. O capital controlador é estrangeiro quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas fora do país. (PINTEC 2011, p.02) Figura 9 – Constituição jurídica da empresa Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A figura 10 trata da verificação de evolução da quantidade de funcionários diretos e terceirizados que trabalham nas fabricantes, o objeto análise apresenta recorte temporal entre os anos de 2011 a 2013, neste trabalho o ano de 2014 foi suprimido, entende-se que os dados apresentados para o ano de 2014 seriam incompletos e poderiam afetar a representação do estudo proposto. Figura 10 – Composição do quadro funcional Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A figura 11 trata da investigação se a fabricante de coletores teve como origem algum projeto desenvolvido de incubadora de empresas, e desta forma, compreender o nível de capacitação e consultoria que seus fundadores tiveram acesso no ato de constituição empresarial. 73 Figura 11 – Participação em incubadora Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A figura 12 trata da identificação respondente do questionário, objetiva-se que este questionário seja respondido pelo diretor da empresa fabricante, porém, entendese que devido a especificidade de algumas indagações, que as respostas seriam mais facilitadas sendo assumidas pelo gestor de produção ou até mesmo do setor contábil. No caso de não compreensão das respostas fornecidas pelas organizações, toma-se o cuidado de solicitar a identificação do respondente para dirimir dúvidas. Figura 12 – Identificação do respondente Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A escolaridade do respondente foi questionada com o propósito de identificar o grau de instrução do respondente, e desta forma perceber o perfil da direção responsável pelos dados da fabricante. No que se refere ao objetivo de identificar os indicadores de inovação para o segmento de mercado proposto, o próximo questionamento teve como propósito que o respondente adotasse em uma escala de 1 a 5, onde 1 representasse um baixo grau de importância e 5 representasse um alto grau de representatividade, a frequência de introdução de produtos inéditos ou claramente aperfeiçoados no mercado atuante. Figura 13 que segue; 74 Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A figura 14 apresenta como questionamento, o percentual de faturamento que a fabricante obteve com a comercialização de produtos lançados durante o período de 2011 a 2013, novamente excluído das análises o ano de 2014. Figura 14 – Percentual de faturamento bruto Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor PINTEC (2011) apresenta definições adotadas por este trabalho para descrição de produtos e a forma de introdução no mercado atuante. Produto novo (bem ou serviço) é um produto cujas características fundamentais (especificações técnicas, componentes e materiais, software incorporado funções ou usos pretendidos) diferem significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa. (...). Significativo aperfeiçoamento de produto (bem ou serviço) refere-se a um produto previamente existente, cujo desempenho foi substancialmente aumentado ou aperfeiçoado. Um produto simples pode ser aperfeiçoado (no sentido de obter um melhor desempenho ou um menor custo) através da utilização de matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto complexo, com vários componentes ou subsistemas integrados, pode ser aperfeiçoado via mudanças parciais em um dos componentes ou subsistemas. (...)Não são incluídas: as mudanças puramente estáticas ou de estilo e a comercialização de produtos novos integralmente desenvolvidos e produzidos por outra empresa. (PINTEC 2011, p.3) Questiona-se na figura 15 se no período de 2011 a 2013 a fabricante introduziu ou comercializou no mercado produto novo ou substancialmente aperfeiçoado, caso a resposta do representante seja positivo, abre-se a possibilidade do respondente fazer comentários sobre qual produto a empresa lançou. 75 Figura 15 – Lançamento de novos produtos Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Com o objetivo de identificar o nível de participação internacional das fabricantes, questiona-se se a fabricante exporta seus produtos, no caso de afirmativo a resposta, questiona-se ao respondente o percentual de faturamento que a empresa obtém com esta atuação. Figura 16. Figura 16 – Participação em comércio exterior Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Do total de funcionários da empresa, considerando o ano base de 2013, incluindo os que efetivamente trabalham em tempo integral, incluindo os proprietários, que o respondente identifique a quantidade de funcionários que estão envolvidos diretamente com a atividade de inovação. Figura 17. 76 Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A próxima verificação tem como objetivo identificar a qualificação acadêmica que a organização apresenta em seu quadro de funcionários, neste caso, questiona-se ao respondente, considerando o ano base de 2013, do total de funcionários da empresa, incluindo proprietários, a quantidade que possuem formação universitária entre graduação, especialização, mestrado e doutorado, figura 18. Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Para identificar o nível de atuação da fabricante no que refere-se a qualificação da mão-de-obra contratada, se do total de funcionários contratados no ano base de 2013, indicar a quantidade de pessoas que receberam incentivos financeiros para a qualificação profissional. Figura 19. Figura 19 – Empregados incentivados pela organização Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor 77 Para identificar a forma de remuneração dos funcionários da empresa, solicitou-se ao respondente que indique a forma que melhor representa o praticado pela fabricante entre uma forma de remuneração baseada na estrutura de cargos e salários, baseada exclusivamente na forma variável, com base em resultados, desempenhos e competências ou baseado em cargos e salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários, considerado como uma forma mista. Figura 20. Figura 20 – Formas de remuneração empresarial Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Na figura 21 questiona-se ao respondente sobre os níveis de investimentos e gastos e investigue a fabricante desprendeu com a contratação de consultorias externas realizadas para o ano de 2013, distingue se entre as opções as consultorias realizadas por universidades, centros tecnológicos e institutos de pesquisa pública, por firmas privadas especialistas em consultorias e solicita-se ao respondente que apresente o total de despesas com serviços de consultoria realizados para o período de análise. Figura 21 – Investimento em consultoria especializada Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Sobre o questionamento se a fabricante teve algum investimento em capital de risco (venture capital), nesta análise considerando o período entre 2011 a 2013, o responsável pela empresa teve a opção entre a resposta negativa ou afirmativa. Figura 22. 78 Figura 22 – Capital de risco Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Questiona-se ao respondente que, em caso de afirmativo, que seja apresentado a quantidade de projetos conjuntos de inovação, segundo o tipo de parceiro, que a fabricante firmou durante o período de 2011 a 2013. Neste campo considera-se como parceiros universidades e centros tecnológicos, outras empresas privadas, fornecedores ou clientes da própria fabricante. Figura 23. Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Para compreender o nível de verificação que a empresa faz no mercado atuante, neste caso, se a empresa adora mecanismos para acompanhar o lançamento de inovações, as movimentações dos concorrentes, a inclusão de novos produtos e fatores que podem ser considerados oportunidades ou ameaças, foi questionado ao fabricante se ele adota medidas ou procedimentos de inteligência competitiva de análise de mercado, considerando para esta resposta a afirmativa ou negativa como resposta. Figura 24. Figura 24 – Procedimentos de inteligência Competitiva Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor 79 Adotando o método de aplicação de questionário Survey, foi solicitado ao respondente que ponderasse, no caso da representação da fabricante, por ordem de prioridade sobre os tipos de alianças tecnológicas firmadas para o período de 2011 a 2013. Considerando como respostas o Fornecimento – busca da redução de custos das transações comerciais, Posicionamento – busca da consolidação da participação da empresa no mercado atuante, e Aprendizado – busca pela expansão da capacidade tecnológica da fabricante. Figura 25. Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Ainda embasado pelo método survey questiona-se a fabricante, por ordem de importância, sobre os fatores que motivaram a empresa, caso afirmativo, a realizar investimentos durante o período de 2011 a 2013. Figura 26. Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Outra pergunta que foi lançada no questionário teve como pretensão, verificar como está a percepção do respondente quanto ao grau de inovação empresarial, foi indagado ao respondente se ele classifica a empresa como “Uma empresa inovadora”, neste caso as respostas possíveis seriam sim ou não. Figura 27. Figura 27 – Classificação de empresa inovadora Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor 80 Neste questionamento, pretende-se, verificar como o respondente compreende a organização sob a ótica de inovadora. Sabe-se da subjetividade desta questão, porém o foco de análise deverá ser a resposta de comentário do respondente. Figura 28. Figura 28–Descrição da classificação empresarial Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Diante da complexidade do questionário e da densidade de tempo para as respostas, questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas atividades empreendedoras como o Pesquisa e Desenvolvimento, Aquisição de maquinas e equipamentos de produção, Aquisição de licença tecnológica, Despesas com comercialização – lançamento de novos produtos, Aquisição de computadores e outro material informático, Despesas com registro e material de patentes, Despesas com capacitação de pessoal – treinamento, Despesas com consultorias realizada por universidades e centros de pesquisa, e Despesas com consultoria realizada por consultores privados. Figura 29. Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor 81 Para identificar o indicador de inovações registradas ou em processo de registro, questiona-se ao respondente se a empresa detém patentes ou se está em estágio de solicitação de patentes. Figura 30. Figura 30 - Patentes Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Questiona-se ao respondente se no período compreendido entre 2011 a 2013, se a fabricante realizou projetos de melhorias tecnológicas em produtos e processos, ou até mesmo para o lançamento de novos produtos, no caso de afirmativo, é solicitado ao respondente que faça um breve comentário em campo aberto sobre a quantidade. Figura 31. Figura 31 – Melhorias tecnológicas Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor Para identificar os fatores motivadores que a empresa adota medidas de atuação no mercado, questiona-se ao respondente a demarcação do grau de importância entre as opções de diminuir os preços dos produtos, aumentar a produção, melhorar a distribuição dos produtos, lançamento de novos produtos ou o fator de exportação das empresas. Figura 32. 82 Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor As duas últimas perguntas foram posicionadas estrategicamente para não corromper os respondentes, ou até desestimular a continuidade de respostas, entende-se que o teor do questionamento poderia ser considerado estratégicos para os respondentes e desta forma se prevê uma grande dificuldade em obter respostas para o que se propõe. Questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas atividades, e o total de despesas realizadas em atividades de aprendizagem e inovação, tendo como base o ano de 2013. Neste campo se questiona a Pesquisa e Desenvolvimento, Aquisição de Maquinas e Equipamentos, Aquisição de licença e tecnologia, Despesas com comercialização pioneira, Investimentos em compras de computadores, registros de patentes e o total de gastos realizados com aprendizagem e inovação. Figura 33. Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor A última informação solicitada ao respondente, igualmente estratégica e de complexa mensuração, contempla a citação do total de faturamento bruto da organização realizada no ano base de 2013. Diante deste questionamento espera-se que o respondente responsável pela organização apresente valores absolutos de faturamento. Figura 34. 83 Espera-se com os níveis de resposta deste questionamento fazer as análises d cruzamento de dados par aferir diversos indicadores de investimento de recursos financeiros. Figura 34 – Faturamento bruto empresarial Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor 3.5 Forma de abordagem Para este trabalho utiliza-se a elaboração de um questionário composto de questões quantitativas e qualitativas. Quantitativas para apurar métricas dos indicadores da capacidade inovativa e questões qualitativas para analisar os pontos de percepção dos gestores sobre indicadores de inovação. Para Gressler (2007) a forma de abordagem quantitativa se caracteriza pela formulação de hipóteses, definições operacionais das variáveis, quantificação nas modalidades de coleta de dados e informações, utilização de tratamentos estatísticos, que são bases para aferir resultados com precisão e evitar distorções de análise e interpretações. Para Martins e Theóphilo (2009) a pesquisa quantitativa assume a característica em que os dados e as evidências coletadas podem ser quantificados, mensurados. Os dados podem ser filtrados, organizados e tabulados para serem submetidos às técnicas e/ou testes estatísticos. Para Flick (2004) a metodologia quantitativa assume o objetivo de isolar causas e efeitos, operacionalizar relações teóricas, medir e quantificar fenômenos, criar planos de pesquisa e formular leis gerais. Segundo Pope e Marys (1995) os métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa não se excluem, cada forma apresenta diferentes formas e ênfases. O método quantitativo traz contribuição de cunho racional e intuitivo, já o método qualitativo possibilita uma abordagem subjetiva de análise Já o modelo qualitativo, segundo Gressler (2007), apresenta diferenciação quanto a forma de abordagem, sendo que é considerada à medida que não emprega 84 instrumentos estatísticos como base do processo de análise. É utilizada quando se busca descrever a complexidade de determinado problema. A aplicação do questionário contemplou 40 empresas fabricantes de coletores solares filiadas à ABRAVA. A ABRAVA desenvolve um trabalha em conjunto com o Governo Federal, inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de eficiência energética dos coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que tratase de um selo de garantia de fabricação dos coletores conforme normas internacionais. O registro de coleta dos dados ficou sob a responsabilidade de uma empresa terceirizada, contratada pela CEMIG, que utilizou o software Lime Survey. O questionário eletrônico foi encaminhado para as empresas fabricantes eletronicamente, estipulados prazos para respostas, e paralelamente feito contatos telefônicos para orientações diversas. A elaboração do questionário aplicado às empresas fabricantes de coletores solares teve como base os trabalhos desenvolvidos pela PINTEC (2013), sendo que foram selecionados os quesitos referentes aos indicadores de inovação para esta composição. O tratamento dos dados foi realizado pelo próprio autor deste desenvolvimento, com o auxílio do Orientador Professor Dr. Ricardo Paiva e Coorientador Professor Dr. Fabrício Ziviani, este último sendo considerado profissional com relevantes contribuições na área de indicadores de inovações. Sobre a consistência dos dados apurados, entendem-se que foram abordadas as fabricantes nacionais de maior expressão, que atuam formalmente no mercado e que possuem certificações de fabricação reconhecidas por agências governamentais reguladoras da atividade econômica. Foram abordadas todas as empresas fabricantes nacionais, e recolhido 50% de respondentes. Este desenvolvimento trabalha com 50% de respondentes instalados no território nacional. Importante destacar que o questionário foi destinado aos diretores e/ ou proprietários das empresas fabricantes, ou seja, os responsáveis pela gestão organizacional. Entende-se que a seleção dos gestores organizacionais daria mais credibilidade as respostas conquistadas. Cada empresa teve a possibilidade de contribuir com um único questionário, mesmo quando fabricante de modelos diferentes de coletores solares. Registra-se a opção de participação no 2º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar e Intersolar South América, ocorrido na cidade de São Paulo, no 85 final do mês de agosto de 2014, como forma de aproximação e abordagem junto às fabricantes de coletores solares. Evento realizado pela Solar Promotion International, Freiburg Management Marketing International, Aranda Eventos e ABRAVA, que reuniu temas de grande relevância técnica para os profissionais do setor de aquecimento solar, energias renováveis, construções sustentáveis e arquitetura. Durante a realização do congresso foi possível obter um dimensionamento do setor, coletar informações que compõem este trabalho e fazer a prospecção de fabricantes para a composição dos resultados de questionário. 3.6 Técnica de análise estatística de dados A forma de abordagem das organizações fabricantes se deu pelo envio do link do questionário, método survey, contatos telefônicos com representantes e diretores das empresas e participação de congressos do setor que possibilitasse uma abordagem direta para a apresentação e afirmação da importância de resposta. Para Bertucci (2008, p. 76) a análise de dados deve mencionar: “como os dados obtidos de fontes primárias e ou secundárias serão analisados, como a observação direta será operacionalizada e como as informações obtidas por meio de entrevistas serão analisadas”. Ou seja, na análise de dados deverão ser evidenciados os métodos utilizados para formar uma base de conclusões e constatações. Apresenta-se que o universo preterido para o desenvolvimento desta análise é de 40 organizações fabricantes de coletores solares. Todos os fabricantes foram abordados para participação deste desenvolvimento, foram respondidos 20 questionários, o que representa 50% do universo identificado. A limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes, 50% do total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o número absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a realização de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de correlações entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o sentido das relações entre as componentes da capacidade absortiva envolvidas no estudo, além de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de dados, haja vista a possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual de respondentes tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de questões abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita a realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações estruturais. 86 4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO Segundo Cometta (2000) uma das mais importantes características da energia solar é de ser uma forma de energia absolutamente pura; não origina fumaça, escórias e tampouco a descargas de gênero algum. Nesse sentido, o aproveitamento da energia solar constitui a solução ideal para a proteção do meio ambiente. Observa-se que o potencial total da energia solar que atinge a Terra representa cifras fantásticas. Anualmente chegam à Terra mais de 1018kWh; num só mês, o Sol envia à Terra o equivalente de cerca de 1013t de carvão, comparáveis às reservas total de carvão do Planeta. Além disso, que o consumo anual de energia pela humanidade, é avaliado atualmente em 1014kWh, apenas 1/10.000 da energia que o Sol envia à Terra (COMETTA, 2000). Mas, contudo, se a energia solar é tão abundante e barata porque ainda a utilizamos tão pouco como fonte energética? Nas palavras de Cometta (2000) questiona-se: À luz do que se disse, e considerando que a energia solar está disponível de forma absolutamente gratuita, surge espontaneamente a pergunta: como o aproveitamento da energia solar, para fins técnicos, é praticamente inexistente? A resposta é simples e esclarecedora: a energia solar se apresenta sob forma disseminada, e não concentrada, e sua captação e aproveitamento, ao menos para potências elevadas, requerem instalações complexas e custosas. A energia também, no local de instalação, é disponível de forma descontínua, sujeita a alternâncias periódicas (dia-noite; verão-inverno) e casuais (céu claro – nebuloso), pelo que é indispensável prover dispositivos de acumulação, com ulteriores complicações e elevação dos custos da instalação. (COMETTA, 2000, p. 29). Cometta (2000) identifica o surgimento do desafio de inovação de uma tecnologia capaz de captar e armazenar a energia solar, visto que é elevada necessidade de desenvolvimento de novas alternativas de energia, e a energia para atender as necessidades da sociedade deve ser procurada onde é mais abundante e barata. Existem constantes discussões sobre o fim dos combustíveis fósseis, com isso iniciou-se buscas por alternativas de energias renováveis que não causem impactos ambientais. Uma dessas alternativas é a energia solar térmica. DASOL (2013). Os meios de captação direta da energia solar são as estufas – por meio de chapas coletoras; espelhos; fotocélulas e as possíveis combinações entre esses meios. COMETTA (2000). 87 Segundo informações da DASOL a instalação de cada m² de coletores solares equivale às representações do quadro 14. Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares 56 metros quadrados de áreas inundadas (hidrelétricas); Cada m² de coletor solar instalado, utilizado durante um ano 215 quilos de lenha; 66 litros de diesel; 55 quilos de gás. Fonte: DASOL (2013) Adaptado pelo autor. De acordo com o DASOL (2013), atualmente no Brasil tem-se utilizado a energia solar para o aquecimento de água, o que reduz o uso do chuveiro elétrico, um dos grandes responsáveis pelo alto consumo da energia elétrica. Com a instalação do Sistema de Aquecimento Solar - SAS, há uma economia de até 50% na conta de energia elétrica. O uso dessa tecnologia ocorre predominantemente no setor residencial, mas há demanda significativa e aplicações em outros setores, como edifícios públicos e comerciais, hospitais, restaurantes, hotéis e similares. “Para o suprimento de água quente de uma residência típica (três ou quatro moradores), são necessários cerca de 4m² de coletor” – ANEEL (2013, p. 33). 4.1 Caracterização do setor Segundo a ANEEL (2013) atualmente existem vários projetos em operação para o aproveitamento da energia solar no Brasil, principalmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade para o atendimento às comunidades isoladas da energia elétrica. O setor de aquecimento solar engloba empresas que atuam com a fabricação, venda instalação, projeto, manutenção e consultoria. Existem aproximadamente 200 empresas que atuam no setor e movimentam cerca de R$500 milhões/ano (DASOL, 2014). Ressalta-se que o objeto de estudo para este trabalho se restringe somente as fabricantes de coletores solares. Conforme a ANEEL (2013) esclarece estes projetos recebem ajuda e apoio de órgãos nacionais e internacionais: Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos e instituições brasileiras (MME, ELETROBRÁS /CEPEL e universidades, entre outros), esses projetos tem todo o suporte de organismos internacionais, particularmente da Agência Alemã de Cooperação técnica (GTZ) e do laboratório de Energia Renovável dos 88 Estados Unidos. (National Renewable NREL/DOE). ANEEL (2013, p.37) Energy Laboratory - Além disso, segundo o DASOL (2013) os programas habitacionais CDHU; COHAB e Minha Casa, Minha Vida utilizam o Sistema de Aquecimento Solar (SAS) de água, tendo assim uma grande economia de energia elétrica e menor custo. O mercado de aquecimento solar tem crescido muito, acumulando uma área superior a 5 milhões de m² de coletores solares instalados. 4.2 Fabricantes de coletores identificados O mercado Nacional fabricante de coletores solares apresenta como principal agente normalizador a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), segundo dados divulgados, atualmente o setor envolvido com o segmento de aquecimento solar conta com 40 empresas distribuídas pelo país com uma tendência de concentração na região sudeste (ABRAVA, 2013). Como abordado anteriormente, a ABRAVA trabalha em conjunto com o Governo Federal, inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de eficiência energética dos coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de fabricação dos coletores conforme normas internacionais. Em análise ao banco de dados da ABRAVA, foram identificados 40 fabricantes de coletores solares instalados no território brasileiro, conforme quadro 15. Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares ID Fabricante Cidade UF 1 Aço Nobre Aparecida de Goiânia GO 2 Aquecemax Belo Horizonte MG 3 Arksol Belo Horizonte MG 4 Atual aquecedores Mogi Guaçu SP 5 Bosch Campinas SP 6 Brauer Ponta Grossa PR 7 ColSol Indaiatuba SP 8 Cumulus Birigui SP 9 E2Solar Barueri SP 10 Enalter Nova Lima MG 11 Excel Metalúrgica Juiz de Fora MG 12 Girassol Piracicaba SP 13 Kisol Mococa SP 89 14 Komlog São José SC 15 Mastersol Sorocaba SP 16 Maxtemper Belo Horizonte MG 17 Mondialle Solar Florestópolis PR 18 NGK-Rinnai São Paulo SP 19 Ouro Fino Ribeirão Preto SP 20 Pantho Vespasiano MG 21 Porto Solar Porto Alegre RS 22 Pro-sol Mauá SP 23 RM Aquecedores Sorocaba SP 24 Solar Life Ribeirão Preto SP 25 Solar Minas Poços de Caldas MG 26 Solar Nobre Aparecida de Goiânia GO 27 Solarpress Vargem Grande SP 28 Soletrol São Manuel SP 29 Solis Birigui SP 30 Soltec São Carlos SP 31 Soria Birigui SP 32 Taiyo Caçapava SP 33 Tégula Atibaia SP 34 Tempersol Taubaté SP 35 Termomax Brodowski SP 36 Termotron / JMS Contagem MG 37 ThermoSystem Tubarão SC 38 Transsen Birigui SP 39 Tuma Contagem MG 40 Unisol Brodowski SP Fonte: adaptado de ABRAVA, 2013. Importante relatar que todas as empresas descritas como fabricantes foram abordadas para a colaboração com o trabalho de coleta de dados, do universo descrito como 40 fabricantes de coletores solares. Conforme já abordado na investigação sobre a literatura disponível obteve-se a confirmação da existência de dois clusteres de fabricantes de coletores solares nacionais. São Paulo e Minas Gerais, que assumem respectivamente a referência de instalação das fabricantes, sendo que os outros estados nacionais assumem, de forma discreta, baixa quantidade de fabricantes instalados. Na Tabela 1 são apresentados os dados da localização das empresas respondentes. 90 Tabela 1 - Localização geográfica das fabricantes Unidade da Federação Frequência Percentual Válido Goiás 1 5,0% 5,0% Santa Catarina 1 5,0% 10,0% Minas Gerais 7 35,0% 45,00% São Paulo 11 55,0% 100,0% 20 100,0% Total Fonte: Dados da pesquisa Percentual Acumulado Observam-se a concentração das empresas na Região Sudeste (90% da amostra) sendo que a maioria delas está localizada no Estado de São Paulo (55% das respostas válidas) seguido de Minas Gerais (35% dos respondentes). Apenas 5% das empresas respondentes estão na Região Sul e o mesmo percentual no Centro Oeste, confirmando uma tendência dos fabricantes de coletores solares em se instalarem nos centros industriais mais desenvolvidos onde as condições de mercado favorecem o crescimento e a consolidação deste setor. Estes dados encontram-se em consonância com as informações divulgadas pela ABRAVA (2013) e DASOL (2014). 91 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS Este capítulo apresenta os resultados alcançados com a aplicação de um modelo de indicadores de inovação exposto aos fabricantes nacionais de coletores solares. O universo estatístico abordado foi de 40 fabricantes distribuídas no território nacional. Atendendo a questões de sigilo pactuado com as empresas fabricantes, neste trabalho não serão desenvolvidos tópicos que possibilitem a identificação dos respondentes nem das fabricantes que optaram por participar. 5.1 Perfil do setor e das Empresas A abordagem de mercado para coleta de dados contemplou as 40 empresas caracterizadas como fabricantes, e desta amostragem obteve-se como respondentes 20 fabricantes, ou seja 50% do total de empresas identificadas. Outra informação importante para a compreensão do setor pode ser extraída da mensuração do tempo em que estas empresas atuam formalmente no mercado, representado no gráfico 1. Gráfico 1 – Média de Idade das fabricantes Acima de 20 anos 25% Menos de 10 anos 25% Entre 10 e 20anos 50% Fonte: Dados da pesquisa Percebe-se com o gráfico 1 que 50% das fabricantes declararam possuir entre 10 e 20 anos de fundação. Segundo ABRAVA (2013), a evolução do setor fabril de aquecedores solares neste período passou por transformações marcantes, sendo que 92 houve uma atenção dedicada às questões de profissionalização da indústria, crise de abastecimento de outras fontes energéticas praticadas, advindo de conflitos internacionais entre nações, escassez de matéria prima, reajustes de preços, incidência de impostos e racionamento energético na matriz brasileira. O quadro 16 aborda-se os dados referentes à forma de constituição do capital controlador da empresa. Esta informação se torna importante para a correta mensuração das formas de tomadas de decisões gerenciais e mercadológica. Quadro 16 – Constituição da pessoa jurídica dos fabricantes Tipo de formação Id. Empresa A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1 Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Misto Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Empresa de Capital Nacional Fonte: Dados da pesquisa Percebe-se com esta apuração sobre a forma de constituição de capital controlador que 5% das empresas apresentam ser mista a forma de gestão financeira, o montante de 95% das organizações atua com o aporte de capital nacional. Este dado estatístico aponta para o nível interno nacional de empreendedores que assumem o risco financeiro de investimento no processo fabril de coletores solares. A tabela 2 descreve, diante dos respondentes, a representação nacional de constituição do capital acionário empresarial Tabela 2 - Constituição Jurídica do setor Frequência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado Empresa de capital nacional Empresa de capital estrangeiro Empresa de capital misto 19 0 1 95,00% 0,00% 5,00% 95,00% 0,00% 5,00% 95,00% 95,00% 100,00% Total 20 100,00% 100,00% Constituição Jurídica Fonte: Dados da pesquisa 93 Segundo PINTEC (2013) a identificação da fonte de constituição do capital formador empresarial se torna importante para mensurar a titularidade empresarial, e desta forma verificar de quais de onde podem prover as deliberações sociais. Esta característica pode apresentar a forma empresarial de lidar com os riscos de investimentos realizados em inovações de mercado. A tabela 2 apresenta a evolução do setor fabril estudado sob a ótica da quantidade de trabalhadores contratados diretamente pelas fabricantes, e apresenta em 2011 a quantidade de 1.263 postos de trabalhos, para o ano de 2012 houve um crescimento de 13,14% fechando o ano com 1.429 trabalhadores contratados. Para o ano de 2013 também é percebido acréscimo de 12,59% fechando o ano com 1.609 trabalhadores. Tabela 2 - Quantidade de empregados próprios e terceirizados ID A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1 Total 2011 10 200 19 120 11 0 15 9 12 90 50 8 70 173 57 60 27 84 200 48 1263 Próprios 2012 22 220 22 130 18 8 20 9 16 15 68 14 66 214 63 100 31 100 240 53 1429 2013 37 290 24 150 25 19 25 10 25 30 87 16 69 268 76 120 32 50 200 56 1609 2011 0 20 0 5 0 0 3 0 0 15 0 0 5 23 18 0 0 10 50 0 149 Terceirizados 2012 0 30 0 4 0 0 6 0 0 3 0 14 5 25 24 10 0 8 50 0 179 2013 0 40 1 5 0 0 8 0 0 6 0 18 3 31 31 20 0 6 50 0 219 Fonte: Dados da pesquisa A representação de empregados terceirizados apresenta evolução semelhante a de empregados próprios das organizações, sendo que em 2011 eram 149 terceirizados, em 2012 eram 179 terceirizados (acréscimo de 20,13%), e em 2013 anotado 219 trabalhadores terceirizados, com acréscimo de 22,34%. Quanto da análise comparativa entre as fabricantes é importante afirmar que no ano de 2013, a empresa que apresenta maior percentual de funcionários contratados, tendo como base o total apresentado pelo setor, é a empresa paulista A2, com 18% da totalidade, sendo acompanhada pela empresa B3 com 17% e a empresa C1 com 12%. 94 Outra base de análise relevante de análise está relacionada ao aumento de contratação de trabalhadores entre as fabricantes entre os anos de 2012 e 2013. A empresa que apresenta melhor performance é a A10 que no ano de 2011 possuía 90 trabalhadores contratados, passou por um processo de reestruturação em 2012 mantendo 15 funcionários e no ano de 2013 apontou para uma leve recuperação chegando a 30 trabalhadores contratados. A empresa A6 assume que suas atividades empresariais iniciaram-se no ano de 2012 com 8 trabalhadores, e no ano de 2013 tinha contratado 19 funcionários, relação considerada oportuna para uma empresa que está no processo de implantação mercadológica. Dentre as fabricantes que merecem destaques pela quantidade de trabalhadores, chama-se a atenção para a A2 que no ano de 2011 tinha registrado 200 trabalhadores, no ano de 2012 estava com 220 e no ano de 2013 apresentou 290 funcionários, esta evolução no último ano foi de 32% no nível de contratação. O destaque negativo quanto se compara níveis de contratação é a B7 e C1. A B7 apresenta uma redução em seu quadro funcional de 50%, sendo que no ano de 2012 obtinha 100 trabalhadores e no ano de 2013 apenas 50 funcionários. A empresa C1 relatou que no ano de 2011 tinha 200 contratações, no ano 2012 teve um acréscimo e atingiu 240 trabalhadores e no ano de 2013 teve sinais de depressão e passou novamente para 200 trabalhadores, fator de queda de contratação de 17%. Os dados comparativos sobre a movimentação de contratação e dispensa dos trabalhadores pelas fabricantes pode subsidiar relevantes observações sobre o comportamento financeiro das organizações e formas de atuação diante do processo de fabricação dos coletores solares. Importante destacar que as fabricantes de coletores solares mantiveram relativamente o perfil de contratação tanto de trabalhadores diretos quanto de terceirizados para os anos em análise. A análise sob a perspectiva nacional dos fabricantes em relação a quantidade de trabalhadores contratados, ano referência 2013, temos representado na tabela 3 que grande parte das empresas estão atuando entre 20 a 99 empregados contratados. 95 Tabela 3 - Número de empregados das fabricantes em 2013 Frequência Percentual Percentual Acumulado Até 20 3 15,00% 15,00% de 21 a 99 12 60,00% 75,00% de 100 a 499 5 25,00% 100,00% acima de 500 0 0,00% 100,00% Total 20 80,00% Número de Empregados Fonte: Dados da pesquisa Na caracterização do porte das empresas foi observado o critério proposto pelo IBGE, para o segmento industrial, que classifica as fabricantes nacionais quanto ao número de empregados, qual seja, indústrias de grande porte são aquelas com 500 ou mais empregados, de médio porte possuem entre 100 e 499 empregados, as indústrias de pequeno porte entre 20 e 99 funcionários e as microempresas possuem menos de 20 empregados. Diante do critério apresentado pelo IBGE, entende-se que 60% das empresas respondentes podem ser consideradas como indústria de pequeno porte, registrandose ainda que 15% devem ser microempresas (microindústrias), e 25% consideradas como indústria de médio porte. Esse resultado demonstra que o setor ainda está em processo de consolidação e que apresenta números discretos quando se trata de contratação de mão-de-obra operacional. Quanto o entendimento da origem de formação da empresa, foi questionado se a empresa participou de alguma incubadora de empresas de base tecnológica, sabese que o processo de incubadoras de base tecnológica oferece às empresas um ambiente de estímulo a criação e proteção ao desenvolvimento de inovações, além de se obter capacitação tecnológica e gerencial para novos empreendedores. Todas as empresas participantes do trabalho afirmaram não ter participado de incubadores de base tecnológica. 5.2 Análise dos dados A análise estatística dos dados coletados durante a distribuição do questionário será realizada de acordo com a proposta de indicadores selecionados para compor o modelo apresentado. 96 5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas Segundo PINTEC (2013) as atividades inovativas são consideradas todas as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais que visam a inovação de produtos ou processos. Compreende na dedicação que a empresa apresenta para realizar, de forma sistemática, o desenvolvimento de suas atividades com o objetivo de promover o conhecimento e o uso de novas aplicações para o desenvolvimento e implementação de produtos novos ou substancialmente aperfeiçoados. Para Fonseca (1998) as organizações que adotam ações de atividades inovativas criam condições culturais favoráveis para motivar comportamentos dos funcionários que favorecem as técnicas para o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica, e as estruturas organizacionais assume condições de criar uma base formal capaz de viabilizar a execução conjunta de projetos e concretização das inovações. A tabela 4 apresenta a apuração, por fabricante, da quantidade de funcionários que participam e estão envolvidos diretamente com as atividades de inovação nas organizações tendo como ano base 2013. Tabela 4 - Quantidade de funcionários envolvidos com atividade de inovação Id Quantidade Percentual ponderado A1 6 5% A2 10 8% A3 2 2% A4 5 4% A5 7 6% A6 19 15% A7 30 24% A8 10 8% A9 4 3% A10 3 2% A11 4 3% B1 - 0% B2 0 0% B3 3 2% B4 3 2% B5 2 2% B6 5 4% B7 3 2% C1 10 8% D1 1 1% Fonte: Dados da pesquisa 97 De acordo com a tabela 4, percebe-se um maior compromisso das empresas localizadas no estado de São Paulo no processo de envolvimento de trabalhadores contratados envolvidos com as atividades de inovação. Projeta-se diante do cenário apresentado que a fabricante A7 é a que apresenta maior quantidade de funcionários envolvidos com a atividade de inovação empresarial, 24% da média ponderada entre as respondentes, a segunda empresa com resultado positivo é a A6 com 15% dos funcionários contratados envolvidos com a atividade de inovação organizacional. Esta referência pode ser apontada como um indicativo do potencial criativo que a empresa apresenta no processo criativo, porém não se sustenta na potencialidade de sinalizador único da qualidade de ações de conhecimento e aplicação empresarial. Tabela 5 - Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor Número de Empregados Não respondeu 0 de 1 a 9 Acima de 10 Total Frequência 1 1 13 5 20 Percentual Percentual Acumulado 5,00% 5,00% 65,00% 25,00% 100,00% 5% 10% 75% 100% Fonte: Dados da pesquisa A tabela 5 aborda a percepção deste grupo analisado que 65% das empresas respondentes declaram possuir de um a mais funcionários envolvidos com a atividade de inovação durante o ano de 2013, e 25% das respondentes declaram possuir entre 10 e mais trabalhadores. Apenas uma empresa não respondeu este questionamento e uma empresa informou que não adota esta prática de investimento na qualificação de seus funcionários. Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de funcionários envolvidos diretamente com a atividade de inovação empresarial deve ser considerada como fator essencial para o bom desempenho da organização, a cooperação interna entre os indivíduos apresenta forte indício de eficácia da inovação. Para Howell e Higgins (1990) os indivíduos envolvidos com os processos de inovação dentro das organizações são capazes de entusiasmar outros trabalhadores com sua visão de inovação em potencial e promover a busca por inovações, sempre assegurado pelo suporte e o comprometimento alheio. A proposta de utilização destes indicadores assume como pretensão o ato de revelar o potencial do esforço de inovação nos produtos e processos. Considera-se para este indicador os funcionários envolvidos com atividade de inovação organizacional capazes de gerar novas ideias para a organização e aqueles 98 que participam das equipes de desenvolvimento dos projetos e pesquisas que pertencem a um setor de inovação. Sabe-se que este questionamento está ligado a forma com a qual a gestão da empresa busca incentivar a participação dos trabalhadores, e desta forma manter em seu quadro de funcionários pessoas aptas para lidar com inovações ou adoção de novas tecnologias. Este cenário possibilita entender o quanto as organizações analisadas estão envolvendo seus trabalhadores nas atividades de inovação, e posteriormente perceber quantos estão envolvidos diretamente na produtividade sem compromisso em inovar, produtividade para abastece a demanda de mercado. 5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação Segundo Tigre (2006) as atividades internas de P&D engloba o trabalho criativo que é realizado de forma sistemática, e que apresenta como objetivo o aumento e uso do acervo de conhecimento com o propósito de desenvolvimento de novas aplicações em produtos, processos ou lançamentos de inovações para o mercado. Para PINTEC (2013) existe um critério para distinguir as atividades de P&D de outras atividades relacionadas da empresa que é a presença da novidade e a resolução de um problema científico ou tecnológico. A mensuração das atividades de P&D são realizadas através dos dispêndios e do número de pessoas dedicadas a esta atividade. Sobre a aplicação deste indicador foram formuladas 6 questões para aplicação no questionário de campo, na primeira questão foi solicitado ao respondente que informasse, levando em consideração o ano base de 2013, o valor (em reais) em diversas modalidades consideradas internas de inovação. O primeiro questionamento solicitava ao respondente que apontasse o valor de capital investido em sete campos considerados pela PINTEC (2013) de atividade de inovação interna. a. Pesquisa e desenvolvimento (P&D) b. Aquisição de Máquinas e equipamentos c. Aquisição de licenças de tecnologia d. Despesas com comercialização pioneira e. Investimento em compras de computadores f. Registro de patentes g. Total de gastos com aprendizagem e inovação 99 Segundo PINTEC (2013) as atividades de inovação das empresas são aquelas que apontam para as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais que tem como ótica a inovação dos produtos ou processo, e que são necessárias para o processo de desenvolvimento e implementação da inovação no mercado. Quando da elaboração deste questionário, e da aplicação do pré-teste, foi previsto que os respondentes se recusariam a prestar determinadas informações. Inicialmente foram apontadas duas barreiras sendo a primeira pelo grau de dificuldade em apurar em registros financeiros empresariais, e a segunda pela importância estratégica que esta informação representa para o corpo gestor empresarial. A tabela 6 apresenta a síntese de investimentos realizados pelas empresas nas atividades internas de inovação. Verifica-se nesta representação que as empresas analisadas apresentam potenciais distintos de investimentos, sendo que, no que se refere a investimento em P&D, a empresa A1, localizada no estado de São Paulo e a empresa B7, localizada em Minas Gerais, apresentam níveis de investimentos superiores as demais participantes de mercado. Tabela 6 - Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação Aquisição de Máquinas Aquisição Comercialização de Pioneira Licenças Investimento em Computadores Registro de Patentes Total Investido em Aprendizagem 30.000,00 30.000,00 200.000,00 Cod P&D A1 500.000,00 300.000,00 30.000,00 100.000,00 A2 -- -- - - - - - A3 0,00 85.000,00 0,00 0,00 6.000,00 0,00 3.000,00 A4 - - - - - - - A5 25.000,00 100.000,00 0,00 0,00 10.000,00 0,00 135.000,00 A6 50.000,00 1.000.000,00 0,00 100.000,00 10.000,00 2.000,00 1.500,00 A7 - - - - - - - A8 0,00 15.000,00 0,00 0,00 5.000,00 0,00 20.000,00 A9 20.000,00 180.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 200.000,00 A10 15,00 40,00 0,00 30,00 7,00 5,00 - A11 60.000,00 438.000,00 0,00 235.000,00 51.000,00 0,00 784.000,00 B1 - - - - - - - B2 48.000,00 60.000,00 - - 24.000,00 - - B3 - - - - - - - B4 0,00 470.000,00 0,00 0,00 12.000,00 0,00 0,00 B5 40.000,00 150.000,00 0,00 0,00 30.000,00 0,00 220.000,00 B6 - - - - - - - B7 180.000,00 120.000,00 0,00 5.000,00 5.000,00 10.000,00 320.000,00 C1 - - - - - - - D1 10.000,00 50.000,00 0,00 0,00 20.000,00 0,00 80.000,00 Fonte: Dados da pesquisa 100 Sobre o questionamento do volume de aporte de investimentos realizados com atividade de P&D registra-se o montante informado pelas respondentes de R$ 933.015,00. Apresenta-se como destaque a empresa A1 com representação de 54% do montante informado pelas fabricantes respondentes. A segunda empresa com melhor nível de investimento informado é a B7 localizada em Minas Gerais com 19%. Segundo Trizotto e Geisler (2008), as atividades em P&D podem ser consideradas a mais clássica entre as atividades de inovação e assume um importante papel na identificação do potencial de competitividade das organizações no mercado, possibilitando apoiar e expandir a atividade empresarial, e impulsiona a organização para novos negócios e ampliar as capacidades tecnológicas. Segundo PINTEC (2013) as atividades em P&D compreendem no desenvolvimento do trabalho realizado pelas empresas de forma sistemática, que tem como objetivo principal o aumento do acervo de conhecimento e a forma de utilização do conhecimento para o desenvolvimento de novas aplicações. Na verificação de valores investidos com atividade de P&D, tabela 7, nota-se 13 fabricantes que informaram os valores de investimentos realizados. 65% dos questionários validados. O total de investimento informado neste constructo foi de R$933.015,00, tendo como referência o ano de 2013. Registra-se que expressiva parcela do valor investido é assumida pelas fabricantes de médio porte. Tabela 7 - Valores de investimento com atividades de P&D em 2013 Cálculo Contagem Resultado 13 Soma 933.015,00 Desvio Padrão 132015,78 Média 71770,38 Mínimo 20000 Valor médio 55000 Máximo 500000 Fonte: Dados da pesquisa O investimento médio que as fabricantes fazem é estimado em R$ 71.770,38, considerando-se esta importância, apenas duas fabricantes fazem investimentos superiores à média identificada. Segundo Rocha (2003) dentre as atividades que as organizações realizam aquelas relacionadas à P&D são consideradas particularmente relevantes, e a mensuração deste indicador se torna importante para verificar o nível de influência na configuração do processo inovador das fabricantes. As atividades de P&D podem 101 contribuir para o aumento do acervo de conhecimento tecnológico e sua forma de utilização para desenvolver novas aplicações em produtos, construção de protótipos, novas elaborações e outros desenvolvimentos conceituados como inovadores. Segundo PINTEC (2013) a aquisição de máquinas e equipamentos são fatores de indício de inovação se são utilizados para a fabricação ou implementação de produtos ou processos novos ou aperfeiçoados. Podem ser identificados se melhorarem o desempenho tecnológico da empresa ou se apresentam em estágio mais avançados em relação aos modelos anteriores. Sobre valores investidos em aquisição de máquinas e equipamentos, tabela 8, foi apurado 13 empresas respondentes, apura-se o montante de R$ 2.968.040,00 aplicados na melhora de condições de fabricação dos coletores solares, neste caso, percebe-se o maior volume de investimento realizado pelas empresas com menos de 10 anos de fundação. Tabela 8 – Valores totais de investimento do setor em aquisição de máquinas e equipamentos Cálculo Resultado Contagem Soma 13 2968040 Desvio Padrão 265729.55 Média 228310.77 Mínimo 40 Valor médio Máximo 100000 1000000 Fonte: Dados da pesquisa A média de investimentos praticados pelas organizações em investimentos de máquinas e equipamentos é de R$ 228.130,77, quando comparado com os investimentos individuais, temos que 5 empresas realizam investimentos acima da média como citado anteriormente, destaca-se a empresa A6, localizada em São Paulo, com investimento informado de R$ 1.000.000,00. Entre as empresas respondentes, pode-se verificar na tabela 6, que a empresa que apresenta maior destaque entre as fabricantes é a A6, localizada em São Paulo, com 34% do montante informado pelas respondentes. Outras empresas relevantes para o setor são a B4 com 16%, A4 com 15% e A1 com 10%. A apresentação deste levantamento sinaliza o nível de investimento que as organizações estão praticando para manter seus maquinários e equipamentos atualizados e em condições de atender a praticidade e competitividade industrial. Sobre o valor investido aquisição de licença de tecnologia foram respondidos 12 questionários, sendo que penas uma empresa apontou investimentos realizados 102 neste campo, 11 fabricantes informaram que não fazem investimentos em aquisição de licença de tecnologia. Como representado na tabela 6, apenas a empresa A1 relata ter feito investimentos em aquisição de licença tecnológica. Ou seja, a prática de investimento predomina em apenas 5% das fabricantes relacionadas, apuração de valores na tabela 9. Tabela 9 - Valores de investimento com aquisição de licença de tecnologia em 2013 Cálculo Resultado Contagem Soma 12 30000 Desvio Padrão Média 8291.56 2500 Mínimo 0 Máximo 30000 Fonte: Dados da pesquisa A comercialização pioneira de produtos, relativo a lançamentos de inovações, a empresa que apresenta destaque é A11, com participação superior ao dobro das demais participantes. No questionamento sobre investimentos realizados com a comercialização pioneira, tabela 10, projeta-se dos respondentes o valor investido para comercializar produtos novos que são lançados no mercado. Foram respondidos 12 questionários, sendo que 5 apresentaram valores investidos nesta forma de abordagem de mercado. Sobre a comercialização pioneira de produtos inovadores entende-se o aporte de capital investido, considerado de alto risco, para a apresentação do produto ou processo inovador, ou substancialmente modificado, para o mercado consumidor. Este aporte de capital é considerado especulativo uma vez que está intimamente ligado ao sucesso de aceitação e aprovação do produto em relação ao mercado apresentado. Tabela 10. Tabela 10 - Valores de investimento com comercialização pioneiras em 2013 Cálculo Contagem Soma Resultado 12 440030 Desvio Padrão 70186.93 Média 36669.17 Mínimo 0 Máximo 235000 Fonte: Dados da pesquisa 103 A tabela 10 apresenta média de investimentos na ordem de R$ 36.669,17, no comparativo deste valor, apenas duas das respondentes apresentam valores inferiores à média. De acordo com a tabela 6, a empresa A11 relata ter realizado o montante de R$ 235.000,00 de investimento em atividades de comercialização pioneira, este valor representa 53% do total investido pelo setor durante o ano de 2013, e pode indicar uma necessidade de posicionamento do produto ou processo inovador para o mercado consumidor. O nível de investimento em aquisição de computadores apresenta relativa similaridade entre os participantes, com ligeira tendência da empresa A11 em atualiza seu sistema de informatização. O total de investimento informado pelo setor foi de R$ 203.007,00, deste montante a empresa que apresenta maior destaque é a A11 que angaria 25% de participação em investimentos, as empresas A1 e B5 acusam 15% de participação e a empresa B2 com 12%. Sobre os investimentos realizados com a compra de computadores e equipamentos de informática, tabela 11, verifica-se como a fabricante está acompanhando o processo de informatização do mercado. Foram obtidas 13 respostas dos fabricantes, e somente um não acusa investimentos realizados neste tópico. Esta apuração demonstra o interesse das fabricantes em manter seus equipamentos de informática atualizados. Tabela 11 - Valores de investimento com compras de computadores em 2013 Cálculo Resultado Contagem 13 Soma 203007 Desvio Padrão 14242.02 Média 15615.92 Mínimo 0 Máximo 51000 Fonte: Dados da pesquisa Para Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de ideias que a organização apresenta capacidade de gerar e registrar pode representar seu potencial criativo, e desta forma mensurar sua capacidade de inovar. O sistema de patentes existente existe para beneficiar as organizações, pode ser considerada como uma premiação para aquelas que investem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Este indicador ganha relevância de acordo com o montante financeiro de faturamento percebido com as inovações realizadas. 104 Sobre investimentos realizados com registro de patentes, tabela 12, foram contabilizadas 12 respostas, deste total 3 empresas realizaram investimentos em registro de patentes no ano base de 2013. Percebe-se com este registro que, entre as respondentes, existe pouco movimento de registro e proteção de inovações. Destacase novamente o aporte de investimento realizado pela empresa respondente A1, localizada em São Paulo. Ainda sobre o questionamento de registro de patentes, tem-se como respondente apenas três empresas, A1 com investimento de R$ 30.000,00 (71%), A6 com R$ 2.000,00 (5%), e B7 com 10.000,00 (24%). Este questionamento teve comportamento de fragilidade entre os respondentes sob a ótica do respondente A10 que apresenta valor de investimento infinitamente inferior aos demais respondentes. Tabela 12 - Valores de investimento com registros de patentes em 2013 Cálculo Resultado Contagem 12 Soma 42005 Desvio Padrão 8450.67 Média 3500.42 Mínimo 0 Máximo 30000 Fonte: Dados da pesquisa O total de investimentos realizados em aprendizagem apresenta montante de R$ 1.963.500,00. A empresa A11 apresenta como destaque o nível de investimento de R$ 784.000,00 esta participação representa 40% do total informado. A empresa B7 apresenta R$ 320.000,00 de investimentos, 16% de participação e a A1 e A9 com R$ 200.000,00 cada (11%). Segundo Vasconcelos e Mascarenhas (2007) a aprendizagem pode ser compreendida como um processo de mudança de comportamento. Assume crescente relevância para as organizações devido às constantes mudanças organizacionais. Para Garvin (2002) Uma organização que aprende apresenta condições de apresentar uma organização hábil na criação, aquisição, interpretação, transferência e retenção de conhecimento, e também na modificação deliberada de seu comportamento para refletir novos conhecimentos e insights. Sobre o nível de investimentos realizados com aprendizagem e inovação, foram validados 11 questionários, tabela 13, somente uma empresa informou que não realiza investimentos neste campo, o restante de 10 fabricantes, relataram valores investidos, neste caso, destaca-se a empresa A11, localizada em São Paulo com R$ 784.000,00 de investimentos realizados em 2013. 105 Tabela 13 - Total de investimentos com aprendizagem e inovação em 2013 Cálculo Resultado Contagem 11 Soma 1963500 Desvio Padrão 217424.49 Média 178500 Mínimo 0 Máximo 784000 Fonte: Dados da pesquisa Entende-se com este cenário que a fabricante A11 é a que apresenta melhores condições de investimento em atividades de aprendizagem organizacional, e desta forma, destina parte dos recursos financeiros empresariais para ações de médio e longo prazo no processo de qualificação da estrutura e dos funcionários contratados. O gráfico 2 apresenta em síntese, a evolução de investimento das empresas que compõem o setor sob a ótica de atividades internas de inovação. Gráfico 2 - Percentuais de investimento em atividades internas de inovação P&D 14% Aprendizagem 30% Patentes 1% Computadores 3% Comercialização Máquinas 45% Pioneira Licenças 7% 0% Fonte: Dados da pesquisa Segundo Trizotto e Geisler (2008), os indicadores que possibilitam avaliar os níveis de investimentos realizados em inovação são importantes para quantificar os riscos que as empresas estão dispostas a assumirem em relação ao mercado. Para a OCDE, os investimentos realizados em atividades de inovação podem ser considerados uma característica da competência organizacional de uma empresa considerada inovadora. Trizotto e Geisler (2008) revelam ainda que o nível de investimento realizado em atividades de inovação podem revelar o esforço empreendido pela empresa para a inovação. Podem ser investimentos em recursos humanos e financeiros. 106 Observa-se no gráfico 2 que 45% dos investimentos realizados pelas empresas respondentes em atividades internas de inovação estão concentrados em aquisição de máquinas e equipamentos, o segundo nível com maior índice de investimento está relacionado à aprendizagem e inovação, o terceiro refere-se a pesquisa e desenvolvimento – P&D com 14% de investimentos. Fatores que podem ser considerados negativos, diante da representação, são os aportes de investimentos realizados em aquisição de patentes de tecnologia e registros de patentes, ambas com menos de 1% de participação nos investimentos declarados. Seguindo análise proposta sobre indicadores de atividades internas de inovação, foi questionado sobre o total de funcionários contratados pelo setor analisado, ano base 2013, incluindo os proprietários, que receberam incentivos financeiros da organização para a qualificação dos trabalhadores contratados. Tabela 14. Tabela 14 - Quantidade de funcionários que receberam investimentos para a qualificação profissional Cod Quantidade A1 5 Percentual ponderado 3,03% A2 0 0,00% A3 0 0,00% A4 35 21,21% A5 4 2,42% A6 0 0,00% A7 0 0,00% A8 1 0,61% A9 2 1,21% A10 4 2,42% A11 9 5,45% B1 - 0,00% B2 6 3,64% B3 35 21,21% B4 2 1,21% B5 2 1,21% B6 0 0,00% B7 0 0,00% C1 30 18,18% D1 30 18,18% Fonte: Dados da pesquisa 107 A apreciação dos dados apresenta que a empresa em destaque é a A4 e B3, ambas com 21,21% de participação entre as respondentes. A terceira empresa com dados representativos é a C1 com 18,18% de participação. As demais organizações do setor apresentam discreta participação diante do grupo analisado. Segundo OCDE (2014) o equilíbrio de competências dos trabalhadores podem afetar positivamente ou negativamente no desempenho operacional e técnico das organizações, como por exemplo, as organizações que atual no mercado com foco no preço atuam com baixo percentual de escolaridade de seus trabalhadores contratados, pois desta forma sua produção é padronizada na baixa qualidade exigente na gama de produtividade. Este cenário deixa os funcionários expostos à demissão devido aos fatores de inovação e à competitividade nos mercados globais. Os trabalhadores apresentam baixos níveis de incentivos para se manterem na educação porque os empresários não buscam competências de alto nível nem apresentam condições de recompensa financeira pelo esforço apreendido. Para a OCDE (2014) no que se refere às organizações que atuam em complexos sistemas de competitividade e inovativo, o nível de qualificação da mão-deobra contratada ou comprometida com a organização deve ser altamente qualificada, o investimento na oferta de competência pode ajudar a transformar os tipos de empregos oferecidos e qualificar o trabalho realizado. A qualificação dos trabalhadores podem aferir a organização condições favoráveis para lidar com a inovação, além de facilitar o desenvolvimento de novos arranjos produtivos. Quando se analisa o nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados pelas fabricantes de coletores solares, incluindo proprietários, foram selecionados quatro níveis sendo a graduação básica, especialização, mestrado e doutorado. Tabela 15. Tabela 15 - Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da empresa Cod Graduação Especialização Mestrado Doutorado A1 14 2 1 0 A2 80 10 - - A3 2 2 0 0 A4 40 15 5 2 A5 3 1 0 0 A6 5 1 0 0 A7 3 1 0 0 A8 3 1 0 0 A9 7 1 0 0 A10 4 1 0 0 A11 11 0 0 0 Continua 108 Continuação B1 - - - - B2 12 5 0 0 B3 3 - - - B4 4 2 - - B5 - - - - B6 5 2 0 0 B7 4 2 1 - C1 20 50 3 1 D1 50 - - - Fonte: Dados da pesquisa Os comparativos de formação acadêmica contratada. As fabricantes A2, A4 e D1 são as que mais se destacam com relação a contratação de funcionários com graduação. Juntas estas empresas são responsáveis por 64% do total de trabalhadores com graduação que são contratadas pelo setor. Sob a ótica de especialização, a fabricante C1 é a que apresenta relevância com informe de 50 funcionários especialistas, este valor representa 52% do total de especialistas contratados pelo setor. A empresa A4 novamente apresenta destaque quanto à contratação de pessoas com mestrado e Doutorado. Sobre o nível de formação acadêmica informada pelas fabricantes, gráfico 3, foi apurado um total de 379 trabalhadores com registro de formação complementar em relação ao Ensino Médio regulamentar. Do total apresentado, 71,24% apresentam-se com a graduação completa, ou seja 270 trabalhadores graduados, 25,33% são considerados como especialistas, total de 96 trabalhadores. Quanto ao nível de escolaridade de mestrado e doutorado percebe-se uma bruta redução de contingente de trabalhadores, a proporção de trabalhadores com mestrado representa 2,63%, apenas 10 trabalhadores e com doutorado, apenas 3 pessoas são credenciadas, valor que não chega a 1% dos trabalhadores envolvidos com a fabricação de coletores solares. Esta apresentação pode representar a necessidade de uma atenção por parte das fabricantes na continuidade e no incentivo que deveria ser proporcionada aos trabalhadores na busca de uma qualificação para contribuição organizacional. 109 Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados 300 270 250 200 150 96 100 50 10 3 0 Graduação Especialização Mestrado Doutorado Fonte: Dados da pesquisa Sobre a forma de remuneração dos trabalhadores contratados foram apresentados aos respondentes três formas básicas sendo a primeira baseada exclusivamente na estrutura de cargos e salários, a segunda baseada exclusivamente variável, com base em resultados, desempenhos e competências, e a terceira baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários. A identificação da forma de remuneração predominante praticado pelas organizações se torna relevante para mensurar o grau de relevância que os gestores apresentam na distribuição financeira de produtividade e a distinção hierárquica predominante. O que se refere a forma de remuneração exclusivamente variável, com base em resultados, desempenho e competências, percebe as empresas A1, A5, A7, A9, B5, B6, e B7 como respondentes, ou seja, 7 empresas adotam esta forma de remuneração, o que representa dentro do grupo analisado o percentual de 36,84%. Quanto a representatividade de empresas que adotam a forma de remuneração baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários temos como respondente as organizações A2, A3, A4, A6, A8, A10, B2, B3, B4 E C1, o que representa 52,63% do grupo analisado. 110 A forma de remuneração baseada exclusivamente na estrutura de cargos e salários foi respondida pelas empresas A11 e D1, ou seja 10,52% do grupo participante. Tabela 16. Tabela 16 - Formas de Remuneração Cod A1 A2 A3 A4 Respostas Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências) Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários A5 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários A6 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários A7 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências) A8 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários A9 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências) A10 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários A11 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários B1 B2 B3 B4 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários B5 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários B6 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências) B7 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários C1 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários D1 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários Fonte: Dados da pesquisa Segundo Fleury e Fleury (2000) existem fatores que devem ser considerados como motivadores para a realização de investimentos como o preço dos produtos fabricados e os serviços oferecidos, a qualidade dos produtos e serviços, distribuição e entrega dos produtos e serviços, diversidade da produção e inovação de produtos e serviços das organizações. A proposta do questionamento foi de apreciar e comparar a percepção da própria respondente quanto a ser ou não inovadora sob o aspecto de importância que foi aferida a cada opção apresentada. Quanto à classificação, por ordem de importância, sobre os fatores considerados que motivaram a empresa a realizar investimentos no período de 2011 a 2013, foram apresentados 5 campos sendo preço, qualidade, distribuição, inovação e 111 diversidade de produtos. A tabela 17 apresenta as respostas obtidas dos fabricantes. Destaca-se a ênfase que se tem com relação a qualidade e inovação de produtos. Tabela 17 - Fatores motivacionais Cod A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1 Preço 2 4 2 4 4 3 3 4 1 5 5 1 4 3 2 4 1 4 5 Qualidade 3 4 3 5 5 4 4 4 5 5 5 2 5 3 5 3 4 5 3 Distribuição 1 2 1 4 3 4 2 4 4 2 3 3 4 2 1 2 5 5 4 Inovação 5 4 4 4 5 5 3 2 4 4 3 3 4 2 3 5 2 5 4 Diversidade 4 3 1 3 2 3 1 1 1 1 1 4 4 2 4 4 3 5 3 Fonte: Dados da pesquisa O grau de importância máximo aferida para a percepção de inovação foi percebida para as empresas A1, A5, A6, B6 e C1, que representa 26,31% dos respondentes. Sobre esta tabela, chama-se a atenção para a percepção de distribuição com 42% dos respondentes considerando de baixa ou moderada importância entre os tópicos apresentados. O gráfico 4 apresenta a média de ponderação dos fabricantes quanto ao grau de importância aferidas entre as variáveis. Os itens com menor apontamento foram o nível de diversidade que os produtos possam apresentar e a forma de distribuição dos produtos no mercado Importante destacar que sobre a forma de distribuição, os fabricantes nacionais assumem a característica de atuação regional, presume-se desta forma que a demanda pelos produtos ofertados no mercado atende as expectativas empresariais, e desta forma não se aplica a inevitável necessidade de aumentar a abrangência de atuação. O tópico demarcado como mais relevante pelos respondentes está ligado sobre fatores que atestam a qualidade dos produtos, com média superior a 4, que representa uma importantíssima importância que os empresários dão para este construto. 112 O segundo tópico com maior relevância está ligado ao fator de inovação dos produtos e processos ofertados ao mercado, onde a percepção dos empresários aponta para relevante importância aferida. Este cenário sugere que os mecanismos de inovação do setor ainda podem passar por transformações e adapta para atender ao mercado. Gráfico 4 – Fatores motivadores de investimento (2011/2013) 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Preço Qualidade Distribuição Inovação Diversidade Fonte: Dados da pesquisa Importante destacar que este questionamento foi respondido por 19 respondentes, desta amostra, o tópico com maior representatividade entre os respondentes está ligado ao fator de qualidade dos produtos. Percebe-se que a importância referente à inovação está mais forte do que a precificação, quantidade, distribuição e diversidade dos coletores solares disponibilizados para o mercado consumidor. O último questionamento deste indicador foi referendado sobre valores gastos com diversas atividades da empresa no campo de atividade interna de inovação sobre pesquisa e desenvolvimento, aquisição de maquinas e equipamentos de produção, aquisição de licenças de tecnologia, despesas com comercialização pioneira (lançamentos de novos produtos), aquisição de computadores e outro material de patentes, despesas com capacitação de pessoal (treinamento), despesas com consultoria realizada por universidades e centros de pesquisa, e despesas com consultoria realizada por especialistas. Os dispêndios observados em P&D são considerados pela PINTEC (2013) como aquelas que decorrem de formas diretas e indiretas, estão relacionadas com custos de mão-de-obra e seus encargos legais, valores creditados a empresas terceirizadas contratadas especializadas referentes ao fornecimento de serviços 113 indiretos à atividade de P&D e aquisição de materiais e equipamentos para atividades de P&D. Sobre os dispêndios com aquisição de máquinas e equipamentos, a PINTEC (2013) considera os valores investidos com a aquisição que foram comprados para a implementação de produtos ou processos novos ou aperfeiçoados. A tabela 18 apresenta uma abordagem sobre investimento das fabricantes, valores em moeda corrente, com atividades de inovação. Pretende-se com esta tabela identificar valores realizados com atividades de P&D, aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de licenças, comercialização pioneiras de inovações, aquisição de equipamentos de informática, registros de patentes, capacitações e treinamentos, investimentos em consultorias de centros universitários e privadas, e o total de investimentos realizados exclusivamente com a atividade de inovação organizacional. Trata-se de uma pergunta estratégica, e que alguns respondentes se omitem de resposta por não apresentar a intensão de revelar sua forma de trato deste tema considerado de inteligência competitiva. Sobre a coluna de total de investimentos, ela não terá a obrigatoriedade de fechamento com a soma das outras colunas, visto que as organizações podem realizar outras formas de investimentos em campos considerados de inovação que não estão elencados neste desenvolvimento. 114 Tabela 18 – Valores investidos em atividades de inovação A1 500.000,00 Aquisição de máquinas 300.000,00 30.000,00 Comerc. Pioneira 100.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 Cons. de Univers. 50.000,00 A2 - - - - - - - - - 0,00 A3 0,00 155.000,00 0,00 0,00 6.000,00 0,00 3.000,00 0,00 5.600,00 169.600,00 A4 10.000,00 1.500.000,00 - 300.000,00 350.000,00 25.000,00 35.000,00 0,00 100.000,00 2.320.000,00 Cod P&D Licenças Informática Patentes Capacitação Consultoria Privada 50.000,00 Total 1.180.000,00 A5 25.000,00 100.000,00 0,00 15.000,00 10.000,00 0,00 12.000,00 0,00 0,00 162.000,00 A6 200.000,00 1.500.000,00 0,00 150.000,00 15.000,00 3.000,00 20.000,00 0,00 100.000,00 1.988.000,00 A7 1.000,00 130.000,00 0,00 0,00 2.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 133.000,00 A8 - 15 000 - - 2.000,00 - 2.000,00 - 12.000,00 16.000,00 A9 20.000,00 180.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15.000,00 0,00 12.000,00 227.000,00 A10 15.000,00 40.000,00 0,00 30.000,00 7.000,00 5.000,00 3.000,00 0,00 0,00 100.000,00 A11 60.000,00 438.000,00 0,00 235.000,00 51.000,00 0,00 93.000,00 0,00 30.000,00 907.000,00 B1 - - - - - - - - - 0,00 B2 36.000,00 48.000,00 - 36.000,00 156.000,00 B3 250.000,00 1.800.000,00 0,00 45.000,00 200.000,00 15.000,00 35.000,00 0,00 120.000,00 2.465.000,00 B4 - - - - - - - - - 0,00 B5 40.000,00 150.000,00 0,00 0,00 50.000,00 0,00 20.000,00 0,00 30.000,00 290.000,00 12.000,00 24.000,00 B6 72.000,00 0,00 0,00 24.000,00 10.000,00 2.000,00 5.000,00 0,00 5.000,00 118.000,00 B7 150.000,00 180.000,00 15.000,00 20.000,00 5.000,00 8.000,00 4.000,00 0,00 15.000,00 397.000,00 C1 - - - - - - - - - 0,00 D1 70.000,00 50.000,00 0,00 0,00 20.000,00 0,00 10.000,00 0,00 2.500,00 152.500,00 1.449.000,00 6.571.000,00 45.000,00 919.000,00 790.000,00 108.000,00 331.000,00 50.000,00 518.100,00 10.781.100,00 Desvio Padrão 134.418,75 614.580,98 8.987,17 96.685,54 93.872,88 14.193,33 24.026,98 13.363,06 39.828,70 803.017,98 Média 96.600,00 438.066,67 3.461,54 65.642,86 49.375,00 7.714,29 20.687,50 3.571,43 32.381,25 539.055,00 Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Máximo 500.000,00 1.800.000,00 30.000,00 300.000,00 350.000,00 50.000,00 93.000,00 50.000,00 120.000,00 2.465.000,00 Soma Fonte: Dados da pesquisa 115 De acordo com a tabela 18, apura-se a participação de 13,44% do montante aplicado por este setor em atividades de P&D, 6,09% estão destinados a investimentos de aquisição de máquinas e equipamentos, 4,1% em licenças, 8,5% na comercialização pioneira de produtos inovadores, 7,3% em equipamentos de informática, 1% em registro de patentes, 3,07% em capacitações e treinamentos aos trabalhadores, 4,6% em consultorias realizadas por centros universitários e 4,8% em contratação de consultorias provenientes de firmas privadas. Apura-se que a fabricante que apresenta maior percentual total de investimento geral é a B3 com 23% do total informado pelo setor, a segunda é a A4 com 22% de participação, seguida pela A6 com 18% e A1 com 11%. Este cenário aponta para os fabricantes B3 e A4 como as empresas de destaque em níveis de investimento nas atividades de inovação organizacional. Observa-se no gráfico 5, que o maior aporte de investimentos das fabricantes em atividades internas de inovação é na aquisição de máquinas e equipamentos, montante de R$ 6.571.000,00, equivalente a 60,95%. O segundo item de referência dos fabricantes de coletores solares está ligado aos investimentos de P&D com 13,44% de investimentos seguidos por fatores de comercialização pioneira com 8,53%, compra de equipamentos e materiais de informática com 7,33%, contratação de consultorias especializadas privadas com 4,81%. Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros Capacitação; 3,07% Consultoria de Universidades; 0,46% Patentes; 1,00% Consultoria Privada; 4,81% P&D; 13,44% Informática; 7,33% Comercialização Pioneira; 8,52% Licenças; 0,42% Aquisição de máquinas; 60,95% Fonte: Dados da pesquisa 116 Sobre o gráfico 6 destaca-se como valores negativos os volumes de investimentos realizados com as aquisições de licenças e consultorias realizadas por centros universitários que representa menos de 1% de participação, registro de patentes com 1% e capacitações realizadas com 3,07%. Valores expressados em moeda corrente no gráfico 6. Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais. Aquisição de licenças R$ 45.000,00 Despesas com consultoria de universidades R$ 50.000,00 Despesas com registro de patentes Despesas com treinamento Despesas com consultoria especializada Aquisição de computadores Depsesas com comercialização pioneira Pesquisa e Desenvolviemento (P&D) R$ 108.000,00 R$ 331.000,00 R$ 518.100,00 R$ 790.000,00 R$ 919.000,00 R$ 1.449.000,00 Aquisição de maquinas e equipamentos de produção R$ 6.571.000,00 Fonte: Dados da pesquisa 5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação O próximo indicador apresentado para análise é referente a capacidade de inovação, este tópico teve o tratamento com quatro questões representadas no questionário de campo. Sendo elas a verificação se a empresa introduziu no mercado de coletores solares produto novo, ou substancialmente modificado, se foi realizado melhoria tecnológica em produtos e processos para o lançamento de novos produtos, fatores que motivaram a organização a desenvolver modificações no processo produtivo e a identificação do faturamento bruto organizacional. O primeiro tratamento, sobre a introdução pelas empresas, de produto novo ou substancialmente modificado. Nesta abordagem foram coletadas 18 respostas, desta amostra, 74% dos respondentes afirmaram que no período entre 2011 e 2013 foram lançados, já 26% ou seja 5 de fabricantes, relataram não haver ter lançado inovações para o período. Este dado mostra como o setor de fabricantes de coletores estão buscando inovar no mercado. 117 Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos Não 26% Sim 74% Fonte: dados da pesquisa Segundo relatos apurados dos fabricantes, observa-se que alguns estão direcionando as inovações para o sistema de aquecimento de piscinas e algumas empresas estão atentas aos incentivos praticados pelo governo em facilitar a aquisição da casa própria para a população brasileira. PINTEC (2013) define que uma inovação de produto ou processo pode ser definida pela ação da empresa em introduzir no mercado atuante um produto novo ou substancialmente aprimorado, ou pela inserção de um novo processo produtivo durante determinado intervalo de tempo. PINTEC (2013) ainda apresenta que a inovação se refere a um novo produto ou processo para a organização, ou substancialmente aprimorado, neste caso, não seria necessário ser uma inovação para o mercado de atuação. Sobre a abordagem da PINTEC (2013) foi questionado as organizações sobre a introdução de produtos novos ou substancialmente modificados. Importante destacar que os representantes das organizações foram provocados a tecer comentários acerca da resposta. A empresa caracterizada como A1 argumentou o início das atividades operacionais datada em 2011, com a produção de coletores e reservatórios termo solares com inovações tecnológicas, no ano de 2012 e 2013 foi necessário que a gestão da operação adotasse novas medidas para manter a situação de competitividade no mercado, e desta forma foram lançados 4 novos produtos competitivos. A empresa A2 relata que existe uma cultura de inovação empresarial, e que esta atitude é adotada com periodicidade, que há o desenvolvimento de novos 118 produtos e processos, aperfeiçoamento que culminam em patentes. Atualmente a empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores solares e seus acessórios, assim como a equipe dedicada e capacitada para lidar com produtos inovadores. Sob este aspecto, a PINTEC (2013) relata adoção de novas tecnologias nas linhas de produção devem ser considerados como um expressivo indicador de inovação, pois tem ele representa a intenção da organização em fomentar seu método de atuação mercadológica. A empresa A3 relatou possuir hábitos periódicos de processos de melhoras, principalmente sobre a fabricação dos coletores solares, contudo não atingiu níveis satisfatórios de mudanças, e desta forma, não obteve sucesso no lançamento de novos produtos para o mercado de atuação. A empresa A5 relata que foram lançados no mercado novos coletores com maior eficiência, e que este lançamento possibilitou a redução de custos e por consequência menor preço para o mercado, melhor custo benefício para os consumidores. A empresa A6 relatou ter participado com maior ênfase no campo de aquecedores para piscinas, com ganho significativo de produção de energia e resistência a pressão. A empresa A10 descreve que passou no ano de 2011 por uma séria crise administrativa, que estava com excesso de funcionários, processos administrativos não coerentes com os praticados pelo mercado e com baixíssima participação de competitividade, no ano de 2012 passou por uma reestruturação, e em 2013 ainda apresenta sintomas de recuperação administrativa. Que diante do cenário exposto, não teve condições de atuar com inovação, e por este fato está presa a condições de fabricação tradicional para recuperar o aporte industrial. A empresa B3 relata ter introduzido no mercado novos dispositivos para a fixação e interligação dos sistemas de aquecimento solar para atender aos requisitos do programa Minha Casa Minha Vida, além de apresentação de novos modelos para atender a casas populares. Quatro fabricantes apresentam relatos similares onde asseguram que estão buscando aumentar a eficiência energética de seus coletores, prevendo uma maior demanda pelo mercado consumidor, porém relatam a pretensão de experiência com os tubos solares a vácuo e fotovoltaica. O próximo questionamento deste indicador está ligado a melhorias de projetos tecnológicos e processos para lançamento de novos produtos, para o período de 2011 e 2013. Dentre as declarações dos respondentes, destaca-se o representante da 119 empresa A2 que relata ser um processo constante da empresa, que não divulgam os valores investidos nesta atividade por se tratar de informações estratégicas. A empresa A5 relata que o conjunto de melhorias em projetos, processos, componentes e conhecimentos possibilitou o desenvolvimento e produção de coletores solares com melhor eficiência energética para serem comercializados. O gráfico 8 apresenta que 5%, ou seja uma empresa não adotou a estratégia de melhorias para lançamento de produtos. Já 95% apontam relatam estarem atentas as necessidades de ajuste junto ao mercado consumidor. Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamento de produtos Não 5% Sim 95% Fonte: dados da pesquisa Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação foram apresentados aos fabricantes as condições de preço, produto, distribuição, lançamento e exportação, tabela 19. Tabela 19 – Composto de posicionamento de mercado Cod A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1 Preço 4 3 2 5 4 2 3 5 1 5 5 5 3 2 4 1 5 - Produto 5 5 4 5 4 4 4 5 5 5 5 5 5 3 5 2 5 - Fonte: Dados da pesquisa Distribuição 3 5 1 4 4 5 2 3 4 2 3 4 2 2 2 4 5 - Lançamento 5 4 1 4 5 5 2 3 4 5 3 5 4 3 3 3 5 - Exportar 2 3 1 1 2 1 3 1 1 1 1 1 1 5 - 120 Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação tem-se maior representatividade pelos representantes respondentes é o aumento da produtividade das fábricas, seguido pela necessidade de lançar inovações com 22,8%, redução dos preços com 21,2% e a melhoria de distribuição dos produtos com 20,1%. Sobre este mercado, é importante registrar que o fator exportação dos produtos representa apenas 8,5%, esta indicação possibilita afirmar que as fabricantes estão preocupadas em atender o mercado interno, e não estão considerando a hipótese de competição pela participação do mercado mundial Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias período de 2011 a 2013. Aumentar produtividade 71 Lançar inovações 59 Diminuir preços 55 Melhorar distribuição Exportar produtos 52 22 Fonte: dados da pesquisa Segundo Rodrigues (1997) o aumento da produtividade deve ser considerado aspecto ligado a fatores de condicionamento do maquinário e equipamentos disponibilizado pelas empresas, está intimamente ligado ao design dos produtos fabricados, a normalização técnica aferida por órgãos competentes e a disponibilidade e qualidade de recursos humanos que a organização pode contar. Gomes (2007) defende que as empresas adotassem mecanismos para compreender os consumidores e os valores que são existentes pelos produtos ofertados, o lançamento de inovações deve levar em consideração o que efetivamente pode gerar valor para os consumidores. Relata ainda que sem o lançamento de inovações não há diferenciação empresarial, e desta forma a empresa se torna comum sob a ótica do consumidor. Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a redução de preços dos produtos ofertados pode aumentar a abrangência de participação de mercado das empresas, porém pode afetar seu desempenho a nível de investimentos em processos de inovação e qualificação profissional de seus trabalhadores. O valor agregado está associado ao aumento de participação de mercado, trava-se uma batalha entre qualidade e preço. 121 Entende-se diante do exposto que as organizações selecionadas para este estudo apresentam pouca relevância para a exportação dos coletores solares, esta despreocupação pode estar associada ao fator de satisfação com o consumo interno ou ao alto nível de competitividade que pode representar o mercado externo. O que se apura sobre o questionamento o nível de investimento de venture capital, também conhecido como Capital Empreendedor ou Capital de Risco, esta forma de aporte financeiro assume a modalidade de investimento de compra, por um período pré-determinado, de participação acionária em empresas inovadoras de pequeno/médio porte, de capital fechado, em um estágio primário de desenvolvimento e com perspectivas positivas de crescimento a curto prazo. Sobre este acompanhamento, teve-se 19 respostas validadas, e por unanimidade, ou seja, 100% das fabricantes relataram não ter tido o apoio de capital de risco para financiamento de inovações. Esta afirmativa pode estar relacionada ao pouco grau de incentivo governamental no setor. Sobre a informação do faturamento bruto empresaria, previa-se obstáculos para a obtenção deste dado devido a sua dificuldade de obtenção junto ao processo administrativo organizacional e sua natureza estratégica. Para a obtenção de 10 respondentes, teve-se a participação dos parceiros deste projeto, que asseguraram aos respondentes o sigilo sobre a identidade das empresas envolvidas. Tabela 20. Tabela 20 – Faturamento bruto das fabricantes Cod A1 Valor (R$) R$ 7.500.000,00 R$ 2.760.000,00 A2 A3 - A4 - A5 A6 R$ 2.000.000,00 A7 - A8 - A9 - A10 - A11 - B1 - B2 R$ 11.000.000,00 B3 R$ 33.308.996,96 B4 R$ 15.000.000,00 B5 R$ 16.000.000,00 B6 R$ 2.400.000,00 B7 R$ 3.000.000,00 C1 - D1 R$ 9.963.250,85 Total R$ 102.932.247,81 Fonte: Dados da pesquisa 122 Observa-se com a tabela 20 o faturamento bruto das respondentes em R$ 102.932.247,81, entre as respondentes, teve-se maior contribuição de informação as fabricantes localizadas no estado de Minas Gerais. A tabela 21 apresenta como média de faturamento bruto o valor de R$ 9.195.834.52, no comparativo, 5 fabricantes apresentam faturamento superior ao apontado pela média. Tabela 21 – Faturamento bruto do setor Cálculo Contagem Soma Resultado 10 102932247.81 Desvio Padrão 9195834.52 Média 9357477.07 Mínimo 0 Máximo 33308996.96 Fonte: Dados da pesquisa Projeta-se com esta tabela, que apesar de se ter apenas 10 fabricantes que responderam o questionamento, que o segmento da economia se encontra ativo e com ótimas perspectivas de faturamento. 5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação Para esta apuração foram selecionados três questionamentos sendo a primeira sobre o nível de investimento feito com serviços de consultoria especializada, tendo como ano base 2013, se a empresa adotou mecanismos de inteligência competitiva (gestão do conhecimento) e classificação dos tipos de alianças tecnológicas firmadas. Segundo PINTEC (2013) este indicador deve descrever a capacidade que as fabricantes possuem para obter “inspiração e orientação” para a captura de ideias e desenvolvimento de projetos de inovação O primeiro tópico deste indicador tem como objetivo identificar os níveis de investimentos realizados em contratação de consultoria especializada contratado para o ano base de 2013. Segundo respostas apuradas, 7 empresas relataram já ter efetuado consultorias por meio de Universidades, centros tecnológicos e institutos de pesquisa pública, o aporte de investimento neste tipo de consultoria foi estimado em R$ 190.000,00. Tabela 22. 123 Tabela 22 - Investimento em consultoria Universidades e Cod Firma privada centros tec. R$ 20.000,00 R$ 40.000,00 A1 R$ R$ 150.000,00 A2 R$ 85.000,00 R$ 7.000,00 A3 R$ 20.000,00 R$ 15.000,00 A4 R$ 5.000,00 R$ A5 R$ R$ 100.000,00 A6 R$ R$ A7 R$ R$ 12.000,00 A8 R$ 20.000,00 R$ A9 R$ R$ A10 R$ R$ A11 B1 R$ R$ 36.000,00 B2 R$ R$ 120.000,00 B3 R$ R$ 45.000,00 B4 R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 B5 R$ R$ 5.000,00 B6 R$ R$ 15.000,00 B7 R$ R$ C1 R$ 10.000,00 R$ 50.000,00 D1 Fonte: Dados da pesquisa Outros Total R$ R$ R$ R$ 65.000,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ - R$ 60.000,00 R$ 150.000,00 R$ 92.000,00 R$ 100.000,00 R$ 5.000,00 R$ 100.000,00 R$ R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ R$ R$ 36.000,00 R$ 120.000,00 R$ 45.000,00 R$ 60.000,00 R$ 5.000,00 R$ 15.000,00 R$ R$ 60.000,00 No comparativo entre as empresas observa-se que a fabricante A2 apura 17% de participação do montante informado pelas organizações de investimentos realizados em atividades de consultoria, em especial, no caso da referida empresa, este aporte financeiro foi realizado por empresa privada. A empresa B3, com participação de 14% similarmente informa ter realizados investimentos em firmas privadas. Dentre as empresas que realizaram investimentos em universidades e centros tecnológicos, destaca-se a A3 com investimento de 9%. 13 fabricantes relataram ter efetuado investimentos em firmas privadas especialista, o montante financeiro investido neste tipo de consultoria, o total de despesas foi de R$ 839.000,00, deste montante pode se extrair que R$ 65.000,00 foram investidos em outras formas de consultoria, como relatou a empresa A4. Representado no gráfico 10. 124 Gráfico 10 – Investimentos em consultoria especializada, ano base 2013 Outros 7% Firmas privadas 71% Universidades e centros tecnológicos 22% Fonte: Dados da pesquisa Entre as iniciativas que compreendem ações de inteligência competitiva, espera-se que a gestão organizacional esteja atenta a todas movimentações de atores, internos e externos, que possam afetar economicamente e mercadologicamente seu posicionamento. Entre as ações de inteligência competitiva estão elencados a verificação de inovações surgidas, participação em feiras, congressos e encontros relativo ao setor, monitoramento dos concorrentes e dos produtos lançados e que podem ser considerados como concorrentes, para o caso de fabricantes de coletores solares, entende-se a entrada de placas fotovoltaicas e de tubo a vácuo, participação de monitoração das ações governamentais de incentivo ao setor, entre outros. Diante do cenário exposto foi verificado 19 respostas válidas para este questionamento, sendo que desta amostra, 13 fabricantes relataram não adotar em sua gestão ações de inteligência competitiva, e 6 fabricantes relataram adotar medidas de monitoramento do mercado. Importante relatar 66,67% das que responderam estar atentas ao mercado possuem fundação empresarial com menos de 10 anos de idade. O último quesito relatado por este indicado trata da classificação, por ordem de prioridade dos tipos de alianças tecnológicas, considerando o período de 2011 a 2013. Foram considerados com fatores de escolha para os respondentes, o fortalecimento, onde se busca reduzir custo de transações comerciais da empresa; posicionamento com a busca por consolidação da participação das empresas no mercado e aprendizado, onde se busca expandir a capacidade tecnológica da empresa, representado na tabela 23. 125 Tabela 23 - Tipos de alianças tecnológicas Cod Fornecimento Posicionamento Aprendizado A1 3 4 5 A2 2 5 4 A3 4 4 4 A4 3 5 3 A5 4 4 5 A6 4 5 4 A7 3 3 3 A8 4 4 5 A9 4 4 4 A10 4 4 4 A11 5 5 4 B1 B2 2 3 2 B3 5 5 4 B4 5 5 5 B5 4 5 4 B6 5 5 5 B7 5 3 4 C1 5 5 4 D1 5 5 4 Fonte: dados da pesquisa O gráfico 11 pode representar a tendência do mercado em adotar alianças de posicionamento, ou seja, reflete a perspectiva de que as fabricantes adotam a cobertura regional de mercado, que existe uma demanda a ser atendida e que no momento, não há necessidade de buscar novos mercados fora da área de atuação. Gráfico 11 –Tipos de aliança tecnológicas Aprendizado 10% Fornecimento 37% Posicionamento 53% Fonte: Dados da pesquisa Importante na análise deste gráfico que 53% das respondentes relatam que o tipo de aliança mais importante, segundo percepção dos respondentes, está 126 relacionado ao posicionamento. Registra-se também a pouca expressão que os respondentes aplicam ao fator aprendizado. 5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação Segundo a PINTEC (2013) os impactos das inovações estão alinhados com a identificação da necessidade de melhoria, qualidade ou ampliação da gama de atuação, atento ao mercado, processo, meio ambiente, saúde e segurança e enquadramento das normas vigentes governamentais. Para apurar os impactos da inovação para o setor de fabricantes de coletores solares foram projetados dois questionamentos sendo o primeiro sobre a capacidade da empresa em introduzir um produto inédito ou claramente aperfeiçoado no mercado e o segundo sobre sua capacidade de exportar os produtos e participar do comércio exterior. A primeira abordagem está relacionada ao grau de importância que a empresa referenda sobre aspectos de participações de mercado. Neste campo são propostos para mensurar a introdução de produtos novos, ou substancialmente modificados, adoção de processos internos inéditos, cooperação com empresas elétricas ou o interesse em cooperar com o setor elétrico. Tabela 24. Tabela 24 - Grau de importância de participação de mercado Cod Introdução de novos produtos Adoção de processos inéditos Cooperação com empresas elétricas Interesse em cooperar com setor elétrico A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1 5 5 2 5 5 5 1 3 4 5 2 2 3 1 3 5 4 4 3 5 4 3 5 5 5 1 3 5 5 2 1 3 1 4 5 3 3 3 3 4 1 2 1 2 5 1 1 1 1 2 3 2 4 5 3 3 3 5 4 4 4 5 5 5 3 5 5 5 3 4 5 5 5 3 3 5 Fonte: Dados da pesquisa 127 Segundo Lisboa et al. (2013) a introdução de novos produtos ou serviços está ligado a receptividade diante dos consumidores, caso o produto obtenha sucesso de aceitação, estes produtos podem ser amplamente divulgados e desta forma obtêm-se maior participação de mercado, e assim mesmo abre-se uma maior margem para que apareçam novos concorrentes, diminuindo o crescimento das vendas dos produtos. O período de atuação de mercado com o lançamento de novos produtos deve obedecer um ciclo de maturidade e declínio. O primeiro questionamento está ligado a percepção se a fabricante tem introduzido no mercado produto(s) inéditos ou claramente aperfeiçoados. Sobre a análise do gráfico 12 temos que o interesse de cooperar com empresas do setor elétrico no desenvolvimento de tecnologias é considerado como representativamente importante para os fabricantes de coletores solares, porém, o questionamento a seguir, se a empresa tem colaborado com empresas do setor elétrico no desenvolvimento de tecnologias apresenta baixa representatividade. Este cenário apresenta uma disposição das empresas em acolher os projetos de parcerias para o desenvolvimento tecnológico, desde que estas propostas surjam por parte das companhias elétricas. Gráfico 12 – Percepção de importância na frequência de lançamento de inovações Interesse em cooperar Cooperação setor elétrico Adoção de processos Introdução de produto 0 Elevadíssimo Fonte: Dados da pesquisa 2 4 Elevado Indiferente 6 8 Baixo Baixísso 10 12 128 Sob a adoção de processos inéditos ou claramente aperfeiçoados, os respondentes apresentam divididos entre os que consideram importantíssimo esta ação e os que julgam indiferença. Sobre as ações empresariais de introdução de inovações no mercado elevado percentual de respondentes consideram importantíssimo, porém, existe nesta análise forte tendência a ser considerada como irrelevante ou de baixa atratividade. No quesito de verificação da participação das empresas sobre a exportação de seus produtos, teve-se 19 respostas válidas, sendo que 4 fabricantes relataram já ter exportado seus produtos. 5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing Segundo Manual de Oslo (2005) as inovações operacionais e de marketing estão alinhadas com o método organizacional na prática de negócio da empresa. Ela resulta das decisões estratégicas tomadas pela direção e deve constituir novidade organizacional para a empresa. Sobre as inovações operacionais, foram questionados aos respondentes se as organizações possuem o hábito de registrar as inovações empresariais por meio de patentes, em caso de afirmativo, quantos patentes possuem. Tabela 25. Tabela 25 - Constituição de patentes empresariais Cod Detém A1 7 A2 27 A3 0 A4 50 A5 0 A6 2 A7 0 A8 1 A9 0 A10 3 A11 Não B1 B2 Não B3 2 B4 0 B5 Não B6 Sim B7 Sim C1 Sim D1 Não Fonte: Dados de pesquisa Solicitou 3 Sim 0 5 0 1 0 Não 0 0 Não Não 0 0 Não Não Sim Não Não 129 Diante da tabela exposta, chama-se a atenção para a empresa A4, localizada em São Paulo, com o montante de 50 patentes registradas. Contempla-se registrar que o mercado de fabricantes relata possuir quantidade superior a 92 patentes registradas, e 9 empresas relatam não possuir registros. No que se refere a solicitações de patentes, neste caso, considera-se os registros que ainda não foram oficializados, destaca-se novamente a empresa A4, com 5 registros em análise. Segundo Rocha (2003) os indicadores de patentes das empresas inovadoras apontam para a natureza estratégica que estas assumem no cenário da competitividade econômica mundial e pela complexidade que suas atividades envolvem. A preocupação das empresas inovadoras em articular mecanismos de proteção do conhecimento por meio das patentes, revela-se mais intensa nas organizações onde se identifica maior potencial e intensidade tecnológica. 5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações Segundo PINTEC (2013), entre os obstáculos e problemas para a inovação empresarial temos os motivos pelos quais a empresa não inovou, dentre estes problemas podem se identificar custos operacionais, rigidez organizacional, deficiência técnica, problemas de formação, problemas com o Sistema nacional de inovação, problemas de regulamento, entre outros. Sobre este tema, foi questionado aos respondentes se eles consideram a fabricante inovadora, e em seguida disponibilizado espaço para relato do respondente. 19 respostas foram validadas, sendo que 13 respondentes consideram a organização como inovadora e 6 não consideram inovadora. Entre os depoimentos, extrai-se que os que consideram a empresa como inovadora levam em consideração o fortalecimento da empresa e as chances de ancorar maiores fatias de participação no mercado, outras relatam que o princípio de inovador está enraizado na cultura organizacional, uma organização relata a questão da competitividade como fator primordial para a sobrevivência em mercado competitivo. Percebe-se uma crença de positividade na visão dos respondentes quanto as atividades desenvolvidas que conduzem as organizações para a inovação. Extrai-se o relato da empresa A2 que relata que a empresa inova constantemente, desenvolvendo novos produtos, processos e aperfeiçoamentos que culminam em patentes e DIs. A 130 empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores solares e seus acessórios, assim como equipe dedicada de técnicos especializados. O responsável pela empresa relata o desenvolvimento de novas tecnologias em produtos e aplicações desde o início de suas atividades, exercendo forte liderança no setor baseada a partir da inovação e capacitação de profissionais para todo o mercado. Destaca-se como depoimento a condição de inovadora, a organização A5 que apresenta que a empresa foi fundada tendo como princípio a inovação tecnológica em seus absorvedores; para que estes objetivos fossem atingidos, foram buscar no mercado mundial os processos mais avançados na fabricação dos coletores solares. Iniciamos nossa produção com as aletas soldas por ultrassom; em tubos de cobres e fitas de alumínio. Atualmente tem o coletor mais eficiente na tabela do INMETRO; com o menor preço de venda. Entre os depoimentos que destacam as fabricantes como “não inovadoras”, ou seja, em condições contraditórias, destaca-se a fabricante A3, que descreve; “Temos alto comprometimento com a qualidade e a relação custo x benefício. Buscamos melhorar nossos processos e produtos continuamente. Buscamos parcerias com universidades e demais organismos para isso. Contudo, não acredito que nos encaixamos em inovação, mas apenas acompanhamos o avanço tecnológico natural do setor.” Percebe-se que o gestor não acredita em grandes mudanças no setor, porém adota a postura de acompanhar as alterações provocadas pelo mercado. Segundo Reis e Armond (2012) uma empresa inovadora é aquela que aplica a inovação em seu dia-a-dia, inicia-se na indústria que permite que inovações sejam criadas, que esteja aberta a receber diversos inputs como sinalizadores de inovação. A organização para ser considerada criativa deve estar aberta para buscar soluções para as soluções de problemas que se apresentam das mais diversas formas. Buscam sempre a melhor maneira de atuação de mercado, mesmo que isto implique realização de investimentos e redução de lucros. Como estratégia as organizações inovadoras podem estreitar relacionamentos com os clientes, promover interatividade com parceiros de mercados, realizar promoções a inovação e qualidade, exercer liderança no segmento que atua, ter excelência de atendimento, assumir riscos com oportunidades, entender as necessidades do mercado consumidor, estar atendo ao grau de satisfação dos clientes e buscar por oportunidades emergentes. 131 5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação Para a PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada cooperação. Segundo PINTEC (2013) a relação que a organização pode apresentar na captura de projetos em conjuntos com Universidades, centros tecnológicos, outras empresas, fornecedores de insumos e clientes, pode assinalar fontes de cooperação para a inovação, e neste caso, assume-se a postura de identificar o quanto a organização está atenta as modificações que ocorrem nos mercados, nas novas oportunidades de lançamentos de produtos ou processos que possam atender a demandas reprimidas. Sobre este tema, foi questionado aos respondentes sobre as redes de cooperação para a adoção de inovações, foram considerados como possíveis parceiros que cooperam para a inovação as universidades e centros tecnológicos, participação em conjunto com outras empresas privadas, obtenção de informações junto a fornecedores e observação e atendimento a demanda dos clientes. Tabela 26. Tabela 26 - Projetos conjuntos de inovação Empresas privadas A1 0 0 A2 0 0 A3 0 0 A4 0 0 A5 0 0 A6 0 0 A7 0 0 A8 0 1 A9 0 0 A10 1 1 A11 0 1 B1 B2 0 0 B3 0 0 B4 0 0 B5 0 0 B6 1 0 B7 1 0 C1 0 0 D1 0 0 Fonte: Dados da pesquisa Cod Universidades Fornecedores Clientes 0 0 0 0 0 0 0 0 2 3 6 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 132 Para este setor da economia, O gráfico 13 traz a abordagem geral das empresas quanto a participação de colaboração para o desenvolvimento de inovação nas fabricantes. Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação Clientes 17% Fornecedores 57% Univesridades 13% Empresaas privadas 13% Fonte: Dados da pesquisa Entende-se com o gráfico 13 que os fornecedores das fabricantes são fortes aliados na cooperação para o desenvolvimento das inovações, oura fonte importante para o desenvolvimento das inovações são os clientes das empresas, diante desta evidência, permite-se compreender que 74% da cooperação para as inovações empresariais provem do relacionamento das organizações com os fornecedores e com os clientes. 5.3 Métricas dos indicadores de inovação O quadro 17 apresenta a forma de abordagem quantitativa dos dados apurados diante dos fabricantes de coletores solares. Neste contexto foram desenvolvidos a análise de cinco fatores de indicadores de inovação. Atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais. No que se refere à mensuração das atividades internas de inovação, foi desenvolvido a análise sobre o percentual de empregados envolvidos com o processo interno de inovação, percentual de colaboradores, por empresa, que possuem especialização, graduação e mestrado/doutorado. Sobre o esforço inovativo foram abordados o percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento dos colaboradores, percentual de 133 faturamento investido em atividade de P&D, percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos, percentual de faturamento investido em tecnologia da informação, percentual total de investimento realizado com a atividade de aprendizado organizacional, percentual de colaboradores que receberam incentivos financeiros para o aperfeiçoamento profissional e o percentual de faturamento investido em aquisição de licenças. Sobre os indicadores de fontes de inovação, apura-se a quantidade total de parceiros que a organização possui para o desenvolvimento de projetos de inovação, percentual de projetos desenvolvidos com clientes, firmas privadas, fornecedores e universidades. No que se refere aos indicadores de impacto da inovação, apresenta-se o percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira. Sobre os indicadores de inovações operacionais apresenta-se a quantidade de patentes registradas, solicitadas e o percentual de investimento realizado com registro de patentes. Quadro 17. Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas Fontes de inovação Esforço inovativo Atividade interna de inovação ind Quesito Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação Percentual de empregados que possuem especialização Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação) Percentual de empregados mestres e doutores Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias Número total de parceiros em projetos de inovação Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores Cálculo (número de colaboradores envolvidos no processo de inovação x 100)/ número de colaboradores da empresa (número de colaboradores com especialização x 100)/ número de colaboradores da empresa (número de colaboradores em formação superior x 100)/ número de colaboradores da empresa (número de mestres e doutores x 100)/ número de empregados (Valor investido em treinamentos e capacitações x 100)/ faturamento (valor investido em P&D x 100)/ faturamento (Valor investido em aquisição de máquinas e equipamentos x 100)/ faturamento ( valor investido na compra de tecnologia incorporada x 100)/faturamento (Valor investido em atividades de aprendizagem x 100)/ faturamento Número de funcionários que receberam apoio sobre o número total de empregados (valor investido na compra de tecnologia x 100)/ faturamento Quantidade de parceiros ativos em projetos de inovação (número total de projetos de P&D em parcerias com clientes x 100)/ número total de projetos de P&D (número total de projetos de P&D em parcerias com firmas privadas x 100)/ número total de projetos de P&D (número total de projetos de P&D em parcerias com fornecedores x 100)/ número total de projetos de P&D Continua 134 Inovações operacionais Impacto da inovação Continuação Percentual de projetos desenvolvidos com universidades (número total de projetos de P&D em parcerias com universidades x 100)/ número total de projetos de P&D Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira (Valor investido em comercialização pioneira de inovações x 100)/ faturamento Número de patentes registradas Quantidade de patentes registradas pela empresa Número de patentes solicitadas Quantidade de patentes solicitadas pela empresa (Valor investido em registro de patentes x 100)/ faturamento Percentual de investimento realizado com registro de patentes Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008) A tabela 27 apresenta os valores aferidos com a aplicação das fórmulas de cálculo dos indicadores das 20 empresas, valores que mensuram o valor total, média, valor mínimo, valor máximo e desvio padrão. Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores Esforço inovativo Atividade interna de inovação ind Quesito Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação Valor Total Média Valor Valor Mínimo Máximo Desvio Padrão 445,07 22,25 0,00 100,00 37,2333 155,54 7,78 0,00 57,89 13,0813 381,40 19,07 0,00 89,29 19,7532 11,37 0,57 0,00 4,67 1,2695 2,67 0,27 0,00 1,00 0,3147 26,70 2,67 0,00 10,00 3,4705 97,90 9,79 0,00 75,00 23,0476 2,90 0,29 0,00 0,75 0,2513 15,69 1,57 0,00 10,67 3,3134 1,89 0,09 0,00 0,54 0,1255 0,60 0,03 0,00 0,40 0,0979 23,00 3,29 1,00 8,00 2,6904 162,50 23,21 0,00 100,00 35,9926 129,17 18,45 0,00 100,00 36,6301 291,67 41,67 0,00 75,00 30,0463 116,67 16,67 0,00 50,00 23,5702 10,64 1,06 0,00 7,50 2,3137 95,00 5,00 0,00 50,00 12,5255 11,00 0,58 0,00 5,00 1,3045 1,21 0,12 0,00 0,67 0,2109 % Percentual de empregados que possuem especialização Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação) Percentual de empregados mestres e doutores Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias Número total de parceiros em projetos de inovação Fontes de inovação Unid. % % % % % % % % % % UN. Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes % Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas % Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores % Percentual de projetos desenvolvidos com universidades Inovações operacionais Impacto da inovação % Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira Número de patentes registradas Número de patentes solicitadas Percentual de investimento realizado com registro de patentes Fonte: Dados da pesquisa % UN. UN. % 135 Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, os resultados apurados com a aplicação do questionário indicam que o percentual médio do setor de empregados envolvidos no processo de inovação organizacional é de 2,25% do efetivo contratado. Existe a incidência de empresas que não possuem empregados nesta atividade e empresas que possuem 100% de seus funcionários envolvidos com atividade de inovação. Segundo Sbragia e Andreassi (2006) a participação dos funcionários nas ações de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são parte da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos de mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como fonte de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação para que se perpetue esta aliança. Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, admite-se que em média 7,78% dos contratados possuem capacitação especializada para lidar com os equipamentos e máquinas. Este indicador assinala a qualificação necessária dos trabalhadores que assumem condições de incorporar inovações implantadas pela gestão organizacional. O percentual médio de empregados que possui formação superior, curso de graduação concluído ou em fase de conclusão, é estimado na média de 19,07%. Já a média percentual de mestres e doutores está estimada em 0,57%, o que sinaliza a existência de poucos mestres e doutores envolvidos com as organizações fabricantes, e um considerável percentual de trabalhadores com graduação. O apontamento dos indicadores de esforço inovador apresenta o percentual médio de faturamento investido em capacitação e treinamento é estimado em 0,27%. Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a formação e treinamento de trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidarem com problemas associados ao processo de inovar nas firmas. Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos problemas com a inovação. Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D, identifica-se a média empresarial de 2,67%. Entende-se que este 136 desenvolvimento assinala a intenção da gestão organizacional em envolver recursos financeiros para realizar pesquisas e desenvolvimentos que proporcionem maior entendimento do campo de inovação organizacional. Segundo Tigre (2006) os investimentos em aquisição e atualização de máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no mercado. Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação, identifica-se a média 0,29%, o que demonstra valores tímidos de investimentos realizados para manter equipamentos (computadores) e similares de informatização atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes. Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera competitividade e inovação para as organizações. Sobre este cenario, pretende-se avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de aprendizagem nas organizações. Sobre o percentual médio de funcionários que recebem apoio financeiro para continuidade da formação acadêmica é de 0,09%, o que revela o quanto as organizações estão dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos trabalhadores contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com as mutações proporcionadas pelas inovações incorporadas. O investimento médio em licenças de tecnologias é de 0,03%, revela o baixo nível de investimento realizado em licenças para atuar no mercado com produtos inovadores, assim como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e Normas governamentais. A quantidade média de parceiros em projetos de inovação é estimado em 3,29 unidades por organização, esta média revela a busca com outros atores de mercado a disseminação da inovação, e o quanto as organizações estão atentas aos fatores Sobre o percentual médio de investimentos realizados com a comercialização pioneira de inovação tem-se 1,06%, Destaca-se um dos respondentes que relata ter investimentos em torno de 7,5% do faturamento. Este percentual sinaliza o 137 comportamento das organizações para o lançamento de produtos novos ou substancialmente modificados para os mercados preteridos. A média de quantidade de patentes registradas é de 5 por empresa, e as patentes solicitadas é de 0,58, e o valor percentual médio investido em registro de patentes é de 0,12%. Diante do cenário exposto por este setor, fez-se a opção por selecionados 4 fabricantes para o desenvolvimento de uma análise comparativa entre os resultados aferidos. Dentre os critérios para selecionar as fabricantes deste setor, optou-se pelas organizações que apresentassem maior quantidade de indicadores respondidos e a localização geográfica, sendo uma representante de cada estado, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina. Tabela 28. Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas Esforço inovativo Atividade interna de inovação ind Quesito Unid. A1 B7 C1 D1 % 16,22 5,36 4,00 1,79 % 5,41 3,57 20,00 % 37,84 7,14 8,00 % 2,70 1,79 1,60 % 0,67 0,13 % 6,67 5,00 % 4,00 6,00 % 0,67 0,17 Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem % 2,67 10,67 Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica % 0,14 % 0,40 Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação Percentual de empregados que possuem especialização Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação) Percentual de empregados mestres e doutores Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias Fontes de inovação Número total de parceiros em projetos de inovação Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores Inovações operacionais Impacto da inovação Percentual de projetos desenvolvidos com universidades Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira % % % % 0,50 - 89,29 0,10 0,70 0,50 0,20 0,80 0,12 0,54 - - 2 UN. % - - - - 0 - - - 0 - - - 50 - - - 50 - - 1,33 0,67 - - Número de patentes registradas UN. 7 1 1 0 Número de patentes solicitadas UN. 3 1 0 0 0,67 0,27 - - Percentual de investimento realizado com registro de patentes Fonte: Dados da pesquisa % 138 Sobre a tabela 28 apresenta-se que sobre os indicadores de atividade interna em análise ao setor analisado, a empresa que apresenta maior porcentagem de empregados envolvidos com atividades do processo de inovação é a D1 com 16,22% de participação, as empresas B7 apresenta participação de 5,36% a C1 com 4% e a empresa D1 com 1,79%. Sobre o percentual de empregados com especialização a empresa que apresenta melhor percentual é a C1 com 20% do efetivo contratado. A empresa A1 apresenta 5,41% e a empresa B7 apresenta 3,57%. Neste tópico a empresa D1 não registrou a informação. Sobre a qualificação acadêmica sob a ótica de graduação a empresa que apresenta maior percentual é a D1 com 89,29% do efetivo que possui formação superior, a empresa A1 apresenta 37,84%, C1 com 8% e a empresa que apresenta menor porcentagem é a B7 com 1,79%. Percebe-se a empresa D1 possui expressivo potencial de qualificação acadêmica dos profissionais contratados. Este fator pode ser considerado relevante para adoção e incorporação de inovações tecnológicas. Sabese que os profissionais com qualificação assumem maior potencial de contribuição para as ações de criatividade das organizações. O percentual de trabalhadores que possuem doutorado ou mestrado é registrado em 2,7% para a empresa A1, seguida por 1,79 para a empresa B7 e 1,6% para a empresa C1. A empresa D1 não registra esta informação. Estas porcentagens sinalizam para a baixa quantidade de profissionais que possuem pós-graduação agregado ao quadro funcional das organizações, este indicador pode assinalar o baixo grau de investimentos na qualificação acadêmica dos trabalhadores. Entende-se que o trabalhador com mestrado ou doutorado, ou quanto maior seu nível de graduação, maior será o potencial deste trabalhador contribuir para a absorção ou implementações de inovações para o setor. Sobre os indicadores de esforço de inovação, o questionamento sobre o percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento apresenta a empresa A1 com maior percentual, 0,67% do faturamento, seguidos pela empresa B7 com 0,13% e D1 com 0,10%. Entende-se que estes níveis de investimentos são considerados relativamente baixos para aferir qualidade e quantidade no processo de capacitação e treinamento dos profissionais contratados. Sobre o percentual de faturamento investido em atividades de P&D, registra-se que a empresa A1 apresenta 6,67% de investimento e a empresa B7 relata 5% estes 139 níveis de investimentos assinalam uma tendência das organizações em desenvolver ações de criatividade e conhecimento para potencializar suas condições de competitividade regional. Sobre os percentuais investidos em aquisição de máquinas e equipamentos temos como destaque a empresa B7 com 6% seguido pela empresa A1 com 4%. Neste tópico temos as duas organizações como as que mais realizam investimentos para manter o setor fabril em condições de atuar face às inovações propostas para atender as demandas do mercado. O campo de tecnologia da informação, aquisição de computadores e equipamentos de informática, as empresas selecionadas apresentam condições similares de investimento, com breve destaque para a empresa A1 com 0,67% de investimento sobre o faturamento bruto. Este indicador sinaliza o quanto as organizações estão atentas e investindo para manter seus equipamentos de informática atualizados com o que é praticado pelo mercado. Sobre o montante investido em atividades de aprendizagem temos como destaque a empresa B7 com 10,67% do faturamento informado. Esta informação é relevante para pontuar como as organizações estão disponibilizando e facilitando o acesso de qualificação que proporcione o aprendizado para os colaboradores contratados. Entende-se que o conhecimento e a aprendizagem são fatores que geram condições de modificar a cultura organizacional e gerar potenciais de competitividade. O percentual de colaboradores que recebem incentivos financeiros para a qualificação e formação acadêmica apresenta a empresa D1 como destaque entre as selecionadas para este comparativo com 0,54%, este indicador acena para uma preocupação da gerência para o aperfeiçoamento do quadro funcional capaz de lidar com as inovações e as alterações propostas pelas mudanças de mercado. Sobre os níveis percentuais de investimentos realizados em aquisição de licenças de tecnologia, temos que a empresa A1 realiza 0,40% e a empresa B7 0,50%, estes valores são considerados tímidos face o montante de faturamento bruto empresarial informado. Sobre os indicadores de fontes de inovação temos uma breve análise dos parceiros que contribuem para projetos de inovação das organizações, dentre as empresas selecionadas apenas a B7 apresenta 2 parcerias firmadas, sendo uma realizada com fornecedores e outra com Universidades e centros tecnológicos. Este 140 indicador revela a baixa relação que as empresas possuem com parceiros de atuação de mercado. O indicador de impacto da inovação revela que sob a ótica de comercialização pioneira de inovação as empresas A1 acusa ter investido 1,33% do faturamento e a empresa B7 com 0,67%, valores que representam o quanto as empresas estão dispostas a divulgar e apresentar suas inovações para o mercado. Sobre os indicadores de inovações operacionais, que trará especificamente de registro de patentes, temos a empresa A1 com maior representatividade sobre a quantidade de patentes registradas somando 7, seguidas pela empresa B7 e C1 com 1 registro cada. A empresa D1 não relata ter registrado patentes para o período. Quanto às patentes solicitadas a empresa A1 segue em destaque com 3 solicitações requeridas, e a empresa B7 com uma. Sobre o percentual do faturamento investido com os registros de patentes temos a empresa A1 com 0,67% e B7 com 0,27% do faturamento investido. Estes valores denotam o quanto as organizações estão dispostas a investir financeiramente para proteger suas inovações face o mercado atuante. 141 6 CONCLUSÕES Assume-se com a elaboração desta dissertação o tema “Dinâmica de Inovação dos Fabricantes Brasileiros de Coletores Solares”, um desenvolvimento a partir da conjuntura de indicadores de inovação. Dissertação apresentada a Banca examinadora do Centro Universitário UNA Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Esta dissertação é parte integrante do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMG, sob o supervisão da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, sob o registro de P&D 438, que trata do desenvolvimento de novos coletores solares para sistemas de condicionamento de ar e refrigeração. A avaliação da capacidade inovativa dos fabricantes de coletores solares teve como base de elaboração os indicadores de inovação aferidos pela PINTEC (2013), fez-se uma ampla pesquisa bibliográfica para atualização de conceitos e referências acerca do tema proposto. Dentre os objetivos traçados para este desenvolvimento tem-se como objetivo geral a análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores solares, a partir da utilização de um conjunto de indicadores de inovação. É possível estabelecer algumas conclusões acerca desta investigação, onde se identifica que existe uma considerável concentração das fabricantes no estado de São Paulo e Minas Gerais, e que 50% das fabricantes possuem idade média entre 10 e 20 anos. Sobre a composição jurídica das fabricantes, identificou-se que 95% possui fonte de capital nacional, este indicador assinala para o potencial interno de investimento. Quanto a composição do quadro de trabalhadores, aponta-se para a evolução crescente de contratação nos últimos anos, sendo que é possível identificar pequena parcela de trabalhadores terceirizados. Diante dos dados identificados, percebe-se que as grandes empresas localizadas no estado de São Paulo são as que mais possuem trabalhadores contratados. Diante do quadro geral de trabalhadores contratados, é tímida a quantidade de funcionários envolvidos com as atividades internas de inovações nas organizações, e este cenário pode ser alterado por parte dos gestores administrativos para potencializar novas fontes de inovação e melhorar a capacidade interna criativa. 142 Os indicadores de inovação selecionados para este desenvolvimento foram elencados em atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação, impacto da inovação e inovações operacionais. Sobre os valores financeiros investidos em atividades de aprendizado e inovação, duas organizações assumem destaque em investimentos em atividades de P&D, aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de licenças, comercialização pioneira, registro de patentes e o valor total investido em aprendizagem. É possível verificar que nas análises de outros indicadores, estas empresas apresentam destaque positivo, dentro de um contexto, se apresentando como líderes em seu segmento. Sobre o nível de investimento identificado pelas fabricantes nos trabalhadores, com incentivos para a qualificação profissional, chama-se a atenção para 4 fabricantes que declaram quantidades superiores a 30 trabalhadores em processo de incentivo, fator que pode ser considerado como positivo para a formação de profissionais qualificados e com condições técnicas para contribuir para a capacidade inovativa organizacional. O nível de qualificação acadêmica dos trabalhadores contratados pelas fabricantes apresenta um bom indicador para os campos de graduação e especialização, porém se apresenta deficitário quanto a formação de mestres e doutores. Este indicador deve ser observado com mais enfoque por parte dos gestores, pois, entende-se que profissionais efetivos com formação acadêmica de mestre e doutores possuem condições de contribuir para o processo inovativo por possuir maios expertise no desenvolvimento de pesquisas. Entre os fatores motivacionais apresentados, apura-se com destaque a necessidade de produção com qualidade e às inovações proporcionadas para a fabricação dos coletores solares, porém o campo de diversidade foi o que apresentou menor grau de importância dos fabricantes, este cenário aponta para a possibilidade dos fabricantes estarem atentos à linha de produção, porém dispersos a diversificação de produtos para atender ao mercado. Sobre o potencial de investimentos realizados em atividade de inovação, chama-se a atenção para os valores informados em aquisições de máquinas e equipamentos, com valor informado pelo grupo de fabricantes de R$ 6.571.000,00, praticamente todas as empresas respondentes relataram estarem fazendo investimentos neste quesito. Outro fator relevante neste questionamento refere-se a investimentos realizados em consultoria realizada por centros universitários e 143 universidades, caracterizando-se como o de menor expressão na destinação de verbas dos empresários. Observa-se que 74% das empresas fabricantes relataram participar ativamente no mercado com o lançamento de novos produtos e 96% declararam possuir projetos de melhorias par lançamento de produtos, estes indicadores assinalam o quanto as organizações estão se movimentando para acompanhar as inovações lançadas no mercado. Sobre o posicionamento de produto no mercado, chama-se a atenção para o baixo grau de importância que os gestores organizacionais aferem para a exportação de seus produtos. Este indicador assinala para a tendência de as fabricantes atenderem ao mercado interno, e que as organizações estão atentas ao atendimento das demandas regionais. Neste quesito o indicador que teve maior potencial de atenção está relacionado ao aumento de produtividade. No processo de classificatório de quatro empresas selecionadas, chama-se a atenção para a empresa A1, que apresenta melhor composto de indicadores de capacidade inovativa. O comportamento de verificação dos indicadores e seus constructos se apresentaram de forma satisfatória durante a realização desse trabalho, porém chama-se a atenção para a necessidade e possibilidade de novas aplicações e novos estudos acerca do tema proposto. O objetivo geral de análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores solares, a partir da utilização de um conjunto de indicadores de inovação, foi desenvolvido com êxito, porém com algumas restrições e aprofundamentos que foram limitados pela quantidade de questionários respondidos. A realização deste trabalho possibilita selecionar 4 fabricantes com resultados satisfatórios da conjunção de indicadores de inovação, o que credencia a um cenário favorável de capacidade inovativa. Tendo em vista as deficiências apresentadas pelas empresas e constatadas nos resultados da pesquisa, recomenda-se a realização de novos estudos de diagnóstico mais detalhado para evidenciar as fragilidades que esses fabricantes possam apresentar em relação à capacidade inovativa. Este diagnóstico poderá orientar e estimular agentes do setor elétrico que tenham interesse no desenvolvimento de produto inovador em parceria com essas 144 empresas, a constituírem programas que objetivem a capacitação e o desenvolvimento de capacidade absortiva dessas empresas. De outra forma, importante destacar as limitações para a realização desta pesquisa, iniciando-se pelo baixo percentual de empresas que responderam ao questionário utilizando-se da plataforma eletrônica, on line, acarretando a necessidade de se buscar a aplicação desse instrumento de pesquisa, presencialmente, o que foi conseguido pela participação no 2º CB Sol Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar, realizado em São Paulo, no período 26 a 28 de agosto de 2014, que contou com a presença de diversas empresas objeto desta pesquisa. Outra limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes, 50% do total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o número absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a realização de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de correlações entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o sentido das relações entre as componentes da capacidade inovativa envolvidas no estudo, além de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de dados, haja vista a possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual de respondentes tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de questões abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita a realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações estruturais. Esta condição foi agravada também pela premência do tempo para a efetivação da pesquisa. Dessa forma, recomenda-se, para futuras pesquisas envolvendo este mesmo setor, que sejam implementadas estratégias que estimulem a participação e envolvimento de uma maior gama de empresas, se possível, contemplando todo o universo. Para tal, a disponibilização de um prazo mais dilatado para se obter as respostas aliado a uma programação de visitas às empresas poderão facilitar o alcance deste objetivo. Finalmente, há de se destacar a percepção clara de que há interesse dos fabricantes de coletores solares, foco desta pesquisa, em se aproximarem das empresas do setor elétrico para o estabelecimento de parcerias com vistas à implantação e desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadoras, conforme referendado nas respostas obtidas ao questionamento da capacidade inovativa, sobre esta cooperação que representou um resultado de 87,4% favoráveis, que sinaliza a abertura de um canal de relacionamento que fortalece a perspectiva da concessionária de energia elétrica em viabilizar seus projetos de P&D junto aos fabricantes nacionais de coletores solares. 145 O desenvolvimento desta dissertação possibilitou a revisão da literatura de dois conceitos de enfoque na sociedade atual, sendo a capacidade inovativa e indicadores de inovação. Os conceitos foram abordados com o que se tem de maior referência de conhecimento e atuação acadêmica e mercadológica. A realização desta dissertação possibilitou uma nova observação sobre as empresas fabricantes de coletores solares, e como estas fabricantes se comportam diante da proposta de indicadores de inovação. Com os resultados aferidos torna-se possível o desenvolvimento futuro de novas análises e estudos de casos, que podem ser atribuídos para outras organizações do segmento. 146 REFERENCIAL ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Energia solar. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf>. Acesso em: 18 dez. 2013 ANDREASSI, T. Gestão da Inovação tecnológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. ANPEI. Indicadores Empresariais de Inovação Tecnológica: Instrumento de coleta de dado, São Paulo: ANPEI/MCT/FINEP, 2000. 9p. Disponível em: <www.anpei.org.br>. Acesso em dez.2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO, AR CONDICIONADO, VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO – ABRAVA – Disponível em http://www.abrava.com.br/associados; Acesso em Dezembro de 2013. BARBIEUX, Denise. A capacidade inovativa a indústria cosmética brasileira, Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Administração, Programa de Pós-Graduação em Administração, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2011. BASTOS, João Augusto de S. A.; BUENO, N. L. Capacitação tecnológica. In: BASTOS, João Augusto de Souza Almeida (Organizador). Capacitação Tecnológica e Competitividade: o desafio para a empresa brasileira. Curitiba: IEL/pr. 2003. BERTUCCI, Janete Lara. Metodologia Básica para elaboração de Trabalhos de Conclusão de Cursos. São Paulo: Atlas, 2008. BES, F. T. de; KOTLER, P. A bíblia da inovação: princípios fundamentais para levar a cultura da inovação contínua às organizações. São Paulo: Leya, 2011. BRASIL. Lei de Inovação Tecnológica n.º 10.973/2004. Brasília, DF: Congresso Nacional. Atos do Poder Legislativo, DOU, n.º 232 de 03.12.2004. BRASIL. Lei de Incentivo de investimentos em pesquisa e desenvolvimento em eficiência energética n.º 9991/2000. Brasília, DF: Congresso Nacional. Atos do Poder Legislativo, de 24.07.2000. BRASIL. Lei de Inovação Tecnológica n.º 10.848/2004. Brasília, DF: Congresso Nacional. Atos do Poder Legislativo, DOU, n.º 232 de 15.03.2004 BURATTINI, Maria Paula T. de Castro. Energia: uma abordagem multidisciplinar. Claudio Zaki Dib (coord.; org.). São Paulo: Editora Livraria da Física, 2008. BURGELMAN, R.A.; MAIDIQUE, M.A. Strategic Management of Technology and Innovation. Illinois: Irwin,1988. BURGELMAN, Robert A,; CHRISTENSEN, Clayton M.; Wheelwright, Steven C. Strategic Management of Thecnology and Innovation. 5. ed. Boston: McGraw-Hil Irwin, 2009. BURRELL, G.; MORGAN, G. Social pardigms and organisational analysis: elements of the sociology of corporate life. London: Heinemann, 1979 Bautzer, D (2009); “Inovação: repensando as organizações”; São Paulo: Atlas CETINDAMAR, D.; PHAAL, R.; PROSTRE, D. Understanding Technology management as a dynamic capability: A framework for Technology management activities. Technovation, 29, 2009. GARVIN, D. A.: Aprendizagem em ação: um guia para transformar a sua empresa em uma learning organization. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 147 CEMIG. P&D 051 - Usina termelétrica solar experimental de 10 kW utilizando concentradores cilíndrico-parabólicos. Disponível em: <http://cemignet/tec/pd_cemig_aneel/ped_cemig_aneel/ped-htm/051.htm>. Acesso em: 18 de abr. 2013. COMETTA, Emílio. Energia Solar: utilização e empregos práticos. São Paulo: Hemus, 2000. DAVILA, Tony; EPSTEIN, Marc J.; SHELTON, Robert D.; RUBENICH, Raul. As regras da inovação: como gerenciar, como medir e como lucrar. Porto Alegre: Bookman, 2007 DASOL. Departamento Nacional de Aquecimento Solar. O setor. Disponível <http://www.dasolabrava.org.br/informacoes/o-setor/>. Acesso em: 28 dez 2013. em: DRUCKER, Peter Ferdinand. Prática de administração de empresas. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1969. 2v DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor: (entrepreneurship) prática e princípios. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1987. EIA. U.S. Energy Information Administration. Disponível em:<http://www.eia.gov/energyexplained/index.cfm?page=renewable_home>. Acesso em: 14 set. 2013. ELETRIC POWER RESEARCH INSTITUTE. Energy Savings and Carbon Emissions Reductions Enabled. Disponível em: <http://www.smartgridnews.com/artman/uploads/1/SGNR_2009_EPRI_Green_Grid_June_2008 .pdf >. Acesso em: 17 de mai. 2013. EMPRESA DE ENERGIA ENERGÉTICA – Disponível em <https://ben.epe.gov.br/downloads/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_201 3_Web.pdf > Acesso em Janeiro de 2014 EPE. Empresa de Pesquisa Energética. Estudo de oferta energética 2012. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 24 out. 2013. FERRAZ, João Carlos; KUPFER, David; HAGUENAUER, Lia. Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria. Rio de Janeiro: Campus, 1996. FLEURY, C.A.; FLEURY,M.T. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. FONSECA, S. A. A parceria empresa universidade gera inovação na empresa? In: Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, 20, Anuais... São Paulo, 1998. FREEMAN, C. The long wave in the world economy. Internacional library of ceritical writings in economics. Aldershot: Elgar, 1997 FREEMAN, C; PEREZ, C. Structural crisis of adjustment: business cycles and investment behaviour. In: DOSI, G. et al.. (orgs.). Technical change and economic theory. London: Pinter Publishers, 1988 GELMAN, A.; HILL, J. Data Analysis Using Regression and Multilevel/Hierarchical Models. New York: Cambridge University Press, 2007. GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – Disponível em < http://minas-gerais.all.biz/gestaoda-inovacao-tecnolgica-s1320#show0> Acesso em Fevereiro de 2014 GOMES, Francisco Rodrigues. Difusão de Inovações, Estratégia e a Inovação. O modelo D.E.I para os Executivos. E-papers. Rio de Janeiro. 2007. 148 GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Loyola, 2007 GREENPEACE. Concentrating Solar Power Global Outlook 2009. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/international/Global/international/planet2/report/2009/5/concentrating-solar-power-2009.pdf>. Acesso em: 15 de maio de 2013. HOWELL, J. e HIGGINS, C. Champions of technological innovation. In: Administrative Science Quarterly, v 35, nº 2, 1990, pp. 317-41. HAIR, Joseph F. et al.. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005. HAMEL, G. The Future of Management. Boston: Harvard Business School Pub., 2007. HONORATO, Gilson. Conhecendo o marketing. Barueri, SP: Manoel, 2004. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Technological Roadmap: Concentrating Solar Power. Disponível em: <http://www.iea.org/papers/2010/csp_roadmap.pdf> Acesso em: 22 de mai. 2013. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. World Energy Outlook. Disponível em: <http://www.iea.org/textbase/nppdf/free/2008/weo2008.pdf>. Acesso em: 19 de mai. 2013. JOINT RESEARCH CENTRE. PV Status Report 2009. Disponível <http://re.jrc.ec.europa.eu/refsys/pdf/PV-Report2009.pdf>. Acesso em 25 de mai. 2013. em: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Technological Road map: Solar Photovoltaic Energy. Disponível em: <http://interenerstat.org/papers/2010/pv_roadmap.pdf>. Acesso em: 5 de jun. 2013. KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. Mapas estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 KNOX, S. The boardroom agenda: Developing the innovative organization. Corporate Governance, v. 2, n. 1, Bradford,UK, p. 27-36, 2002. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. LISBOA, Joao. COELHO, Arnaldo. ALMEIDA, Felipe. Introdução à Gestão de Organizações. 3 ed. Vida Econômica. Porto. 2013. LOPES, Jorge. O fazer do trabalho científico em ciências sociais aplicadas. Ed. Universitária da UFPE, 2006. MACHADO, Lourdes Marcelino; MAIA, Graziela Zambão Abdian; LEBAGALINI, Andréia Cristina Fregate Baraldi. Pesquisa em Educação: passo a passo. Marília, M3T Tecnologia e Educação. 2007. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. MARTINS, G. de A.; THEÓPHILO, C. R. Metodologia de investigação científica para ciências sociais aplicadas, 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. MELLO, Adriana Marotti de,. Manutenção da capacidade inovadora na externalização do desenvolvimento de produtos: o caso da indústria automobilística – Dissertação – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP. 2006. 149 MONTANHA JUNIOR, I. R.et al.. Importância, definições e modelos de inovação. In: CORAL, E.; OGLIARI, A.; ABREU, A. F. de (org). Gestão Integrada da Inovação: estratégia, organização e desenvolvimento de produtos. São Paulo: Atlas, 2008. NEELY, Andry; HII, Jasper. The Innovative Capacity of Firms. Report commissioned by the Government Office for the East of England. Cambridge: University of Cambridge, 1999. MOREIRA, D. A.; QUEIROZ, A. C. S. (coord.). Inovação organizacional e tecnológica. São Paulo: Thonson Learning, 2007. NT-SOLAR. Energia Solar Fotovoltaica. Disponível <http://www.pucrs.br/cbsolar/energia.php>. Acesso em: 18 de mai. 2013. em: OCDE. Manual de Oslo. 3ª ed. FINEP/OECD, 2005 ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO (2014), Melhores competências, melhores empregos, melhores condições de vida: uma abordagem estratégica das políticas de competências, publicação OCDE. http://dx.doi.org/10.1787/9788563489197-pt ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. FINEP, 2005. Disponível em: <http://download.finep.gov.br/dcom/brasil_inovador/arquivos/manual_de_oslo/prefacio.html>. Acesso em: 15.10.2013 PAIVA, Ricardo Viana Carvalho de, Competitividade, Estratégia e Desempenho Financeiro: Um estudo das instituições privadas de educação superior brasileiras, Faculdade de Ciências Econômicas, Departamento de Ciências Administrativas – CEPEAD – UFMG 2011 PAPACONSTANTINOU, G. Technology and industrial performance. The OECD Observer, OECD, n. 204 pp. 6-10, February/March, 1997. Disponível em: http://www.oecdobserver.org/news/get_file.php3/id/67/file/Technology+and+industrial+performa nce.pdf. Acesso em 06/12/2014. PEREIRA, E. B. (Coord.) Atlas Brasileiro de Energia Solar. Disponível em: <http://mtcm17.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m17@80/2007/05.04.14.11/doc/atlas_solar-reduced.pdf>. Acesso em: 20 de mai. 2013. PINTEC. Pesquisa de Inovação Tecnológica. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2005. PINTEC. Pesquisa de Inovação Tecnológica. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2008. PINTEC. Pesquisa de Inovação Tecnológica. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2013. POMPERMAYER, F. M. et al. Rede de pesquisa formada pelo programa de P&D regulado pela ANEEL: abrangência e características. In: POMPERMAYER, F. M.; DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. (org). Inovação tecnológica no setor elétrico brasileiro: uma avaliação do programa de P&D regulado pela ANEEL. Brasília: Ed. IPEA, 2011. POPE, Catherine; MAYS, Nick., Reaching the parts other methods connot reach; na introduction to qualitative methods in health service research, In British Medical Journal, nº 311, 1995. PORTER, M. Clusters and the new economics of competition. Harvard Business Review, nov-dec, 1998. pp 77-90 150 RABAGLIO, Maria Odete. Ferramentas de Avaliação de Performance com Foco em Competência. Rio de Janeiro: Qualit Mark, 2008 REIS, Evandro Paes dos: ARMOND, Álvaro Cardoso. Empreendedorismo. Curitiba: IESDE. Brasil S.A., 2012 ROCHA, Elisa M. P.; Indicadores de Inovação: uma proposta a partir da perspectiva da informação e do conhecimento. Belo Horizonte: Escola de Ciência da Informação/UFMG, 2003 RODRIGUES, José dos Santos: O Moderno Príncipe Industrial: O pensamento da Confederação Nacional da Indústria. Campinas. Editora Autores Associados. SP. 1997. SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line. Disponível em: <http://www.calculoamostral.vai.la>. Acesso em: novembro de 2014. SBRAGIA, Roberto (Coord.), ANDREASSI, Milton de Abreu Campanário Tales. Inovação: Como vencer esse desafio empresarial. São Paulo: Clio, 2006. SCHERER, F. O.; CARLOMAGNO, M. S. Gestão da Inovação na prática: como aplicar conceitos e ferramentas para alavancar a inovação. São Paulo: Atlas, 2009. SCHUMPETER, Joseph Alois. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984. SENGE, P. M. A quinta disciplina: Arte e prática da organização que aprende. 25. Ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2009. SILUK, J.C.; MARQUES, K.F.S. (2011); “A gestão da inovação no varejo do RS: um estudo de caso com os empresários da expoagas. Revista Race, 10 (2), 313 - 336 SHAYANI, R. A., OLIVEIRA, M. A. G., CAMARGO, I. M. T. Comparação do Custo entre Energia Solar Fotovoltaica e Fontes Convencionais. Disponível em: <http://www.gsep.ene.unb.br/producao/marco/sbpe_2006.pdf>. Acesso em: 20 de jan. 2014. STOECKICHT, I. P.; SOARES, C. A. P. Modelos e estratégias de Gestão da Inovação e o mercado brasileiro. In: RODRIGUEZ, M. V.R. (org.). Gestão do conhecimento e inovação nas empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. TERRA, José Cláudio Cyrineuetal.. 10 dimensões da gestão da inovação: uma abordagem para a transformação organizacional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2006 TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. Trad. Elizamari Rodrigues Becker et al.. 3ª. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. TIGRE, P. Gestão da Inovação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 TRIGUEIRO, André. Brasil ocupa o 6º lugar no ranking mundial de coletores solares. Jornal da Globo. Edição do dia 09/08/2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-daglobo/noticia/2012/08/brasil-ocupa-o-6-lugar-no-ranking-mundial-de-coletores-solares.html>. Acesso em: 9 set. 2013. TRIZOTTO, Joahne, GEISLER, Lisiane. Indicadores de inovação. In: CORAL, E.; OGLIARI, A.; ABREU, A. F. de (org). Gestão Integrada da Inovação: estratégia, organização e desenvolvimento de produtos. São Paulo: Atlas, 2008 UTTERBACK, J. The dynamics of product and process innovation in industry. In: HILL, C; UTTERBACK, J. Technological innovation for a dynamic economy. NewYork, Pergamon Press, 1983. pp 40-65 151 VASCONCELOS, I. F. G.; MASCARENHAS, A. O.: Organizações em aprendizagem. São Paulo: Thomson Learning, 2007. WAPSEC WATER & POWER SECURITY. Concentrating Solar Power. Disponível em: <http://www.zulenet.com/electriceco/CSP-Concentrating-Solar-Power.html>. Acesso em 10 de mai. 2013. ZIVIANI, Fabrício, FERREIRA, Marta Araújo Tavares, Indicadores Gerenciais de Inovação para o Setor Elétrico Brasileiro, XVI SEMEAD, Seminário em Administração, São Paulo: 2013. ZIVIANI, Fabrício, A dinâmica de conhecimento e inovação no setor elétrico brasileiro: proposta de um conjunto de indicadores gerenciais, Tese, Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, Belo Horizonte. 2012. 152 APÊNDICES 153 APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de inovação 154 155 156 157 158 159 160 161 APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas 162 A1 Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação Percentual de empregados que possuem especialização A2 A3 16,22 3,45 A4 8,33 A5 3,33 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B4 100,00 120,00 100,00 16,00 10,00 4,60 0,00 0,00 1,12 - - 7,25 - 5,41 3,45 8,33 10,00 4,00 57,89 4,00 10,00 4,00 3,33 37,84 27,59 8,33 26,67 12,00 26,32 12,00 30,00 28,00 13,33 12,64 Percentual de empregados mestres e doutores 2,703 0 4,67 0 0 0 0 0 0 Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento 0,67 Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação 6,67 Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem 2,67 Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica 0,14 - - Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias 0,40 - - 0,11 0 - 17,39 0 1,12 0 B5 3,95 B7 2,63 - 6,25 4,00 25,00 5,26 - 15,63 8,00 10,00 89,29 2 0 0 - 0,13 0,21 0,13 0,10 3,00 5,00 0,70 6,00 0,50 0,17 0,20 10,67 0,80 0,75 - 0,25 4,00 5,62 75,00 0,44 5,40 - 0,94 0,67 0,22 0,75 0,06 - 0,31 - 1,38 - 0,02 - 0,23 - 0,16 - - 0,10 - - - - 0,08 - 1 Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes - Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas 100,00 Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores - Percentual de projetos desenvolvidos com universidades 1,33 - 0,10 - - - - 7,000 27 - 50 - Número de patentes solicitadas 3,000 1 - 5 - percentual de investimento realizado com registro de patentes 0,67 2 1 0,15 - - - 0,13 - 0,03 - 0,42 - - - 0,20 6 8 1 33,33 16,67 12,50 100,00 16,67 12,50 - 50,00 75,00 - 50,00 50,00 - 50,00 50,00 1,00 0,67 66,67 - 1 0,09 - 3 16,67 - 7,50 Número de patentes registradas - 0,13 - - 2 0,33 - 1,79 0 10,00 0,08 5,00 0 - 0,11 6,00 D1 15,63 0,22 0,11 C1 1,67 0 0,11 B6 1,00 Número total de parceiros em projetos de inovação Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira B3 28,00 Percentual de empregados que possuem formação superior ( curso superior completo) 0 B2 2 - - - 3 - - 2 - - - - - - - - - - 0,05 - - 1 0,08 - - 1 - - - - 0,14 0,54 2 - - 0,15 1 1 - 0,27 - 163