1 Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Lato Sensu em Língua Inglesa Trabalho de Conclusão de Curso O ENSINO DA PRONÚNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL Autor: Túlio Oliveira Freire Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior Brasília - DF 2013 2 TÚLIO OLIVEIRA FREIRE O ENSINO DA PRONÚNCIA DA LÍNGUA INGLESA NO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação Lato Sensu em Língua Inglesa da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do certificado de Especialista em Língua Inglesa. Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior BRASÍLIA 2013 3 4 Dedico este trabalho aos meus alunos, que são os responsáveis por minha busca pelo conhecimento, aos professores colegas, às pessoas que trabalham diariamente para melhorar a educação pública no Distrito Federal. 5 AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos aos professores que nos acompanharam durante esse tempo em que estivemos em busca desse conhecimento, aos alunos que nos incentivam dia-a-dia a nos melhorar, e a todos que contribuíram e contribuem de uma forma ou de outra para a viabilização da educação de qualidade. 6 RESUMO Referência: FREIRE, Túlio Oliveira. O ENSINO DOS SONS DA LÍNGUA INGLESA NO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL. 2013, 43 folhas. Pós-graduação Lato Sensu em Língua Inglesa na Universidade Católica de Brasília. Brasília. 2012. Este trabalho visa a estudar a importância do ensino dos sons da língua inglesa dentro das salas de aula e mais especificamente como esse processo se dá no contexto do nono ano de ensino fundamental da rede pública de ensino no Distrito Federal. Para isso, foi analisado o livro didático usado nessa etapa do seguimento de ensino. Essa análise foi feita por um apanhado geral do livro didático, como aconselhado por Byrd (2000), seguida de uma análise da abordagem dos aspectos de ensino dos sons e da pronúncia contidos no material usado pelos alunos e no guia usado pelos professores. Foi, ainda, realizado um questionário com os professores que atuam nesse contexto, com o intuito de checar a opinião deles, e entender o processo como um todo. Palavras-chave: inglês LE, livro didático, pronúncia. 7 ABSTRACT This paper aims to study the importance of teaching the sounds of English in the classroom and more specifically how this process occurs in the context of the ninth year of primary education in the public school system in Distrito Federal. For this, the textbook used in this stage of the educational segment was analyzed. This analysis was done by an overview of the textbook, as advised by Byrd (2000), followed by an analysis of the approach of teaching sounds and pronunciation in the material used by students as well as in the guide used by teachers. A survey with teachers who work in this context was also conducted in order to check their opinion and understand the process as a whole. Keywords: English as a Second Language, textbook, pronunciation. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 1.1 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA ..................................................... 9 1.2 OBJETIVO E PERGUNTA DE PESQUISA ...................................................... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12 2.1 APRENDER OUTRA LÍNGUA ......................................................................... 12 2.2 ENSINO DOS SONS ....................................................................................... 13 2.3 OS LIVROS DIDÁTICOS ................................................................................. 16 2.4 CRENÇA DOS PROFESSORES DE LÍNGUAS .............................................. 17 3 METODOLOGIA DO ESTUDO .............................................................................. 19 3.1 CONTEXTO DA PESQUISA ............................................................................ 20 3.2 ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO ...................................................................... 21 3.3 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO ....................................................................... 21 4 ANÁLISE................................................................................................................ 21 4.1 ASPECTOS GERAIS DO LIVRO DIDÁTICO ................................................... 22 4.1.1 Alunos e o livro ........................................................................................ 22 4.1.2 Professor e o livro ................................................................................... 23 4.2 ANÁLISE DOS ASPECTOS DO ENSINO DE SONS E PRONÚNCIA NO LIVRO DIDÁTICO .................................................................................................. 24 4.2.1 Livro dos alunos ...................................................................................... 25 4.2.2 Livro do professor ................................................................................... 28 4.2.3 Análise ...................................................................................................... 30 4.3 QUESTIONÁRIO.............................................................................................. 31 4.3.1 Apresentação dos dados do questionário ............................................ 31 4.3.2 Resultados ............................................................................................... 34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 APÊNDICES...............................................................................................................40 9 1 INTRODUÇÃO Este trabalho versará a respeito do ensino dos aspectos fonológicos no contexto de uma sala de aula de inglês como língua estrangeira em escola regular de ensino público. A primeira seção tem por objetivo justificar o tema e apresentar os objetivos e perguntas de pesquisa. 1.1 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA No mundo atual vemos a iminente necessidade de comunicação. O desenvolvimento pós-segunda guerra nos trouxe um globo conectado, é a chamada globalização. E esse novo mundo se conecta de uma forma sem precedentes na história mundial. Se no passado aprender uma língua estrangeira era para aqueles que viajavam para outro país, agora isso se tornou uma necessidade daqueles que querem sobreviver ainda que sem sair de suas cidades. Os profissionais de diversas áreas são convocados a aprender outro idioma para facilitar intercâmbios comerciais e ideológicos. O mundo globalizado trouxe a ideia de um comércio internacional, de um intercâmbio de ideologias e conhecimentos, de um turismo abrangente, enfim, de um mundo interligado. Em todos esses setores encontramos a necessidade de comunicação. Precisamos, portanto, de uma língua comum para que essa comunicação se dê de forma satisfatória. A língua inglesa é atualmente falada amplamente em relações comerciais, eventos esportivos, códigos que controlam o espaço aéreo mundial e muitas outras interações inclusive quando nenhum dos países envolvidos tem inglês como língua oficial. Esse fenômeno é classificado por Jenkins (2008) como Inglês como Língua Franca (ELF – English as a Língua Franca), que é uma forma de se referir à comunicação em língua inglesa entre falantes que têm diferentes línguas maternas. Esse fenômeno se torna comum no mundo, pois, segundo George (2006 apud JENKINS, 2008) aproximadamente 80 por cento dos falantes de inglês no mundo não são falantes nativos. Isto se dá de certa forma pelo histórico econômico de alguns países que falam inglês. O Império britânico, quando alcançou seu auge, cobria cerca de um quarto da superfície terrestre entre território próprio (pequeníssimo), rede de colônias, territórios, bases e portos ao redor de todo o mundo, e comandados por Londres. Mais tarde, com a emancipação das colônias 10 britânicas, perdeu-se território, mas a semente da língua inglesa estava plantada nesses países e em muitos deles o inglês prevaleceu sobre as línguas nativas da região. Além disso, houve a ascensão pós-segunda guerra da potência econômica Estados Unidos da América, que se tornou referência em diversas áreas para a maioria dos países ocidentais e até orientais (ZAKARIA, 2008). Levando em consideração a situação atual do mundo, é de suma importância o aprendizado de uma língua estrangeira, e levando em consideração a relevância que a língua inglesa tem no mundo, justifica-se a preferência do ensino dessa língua como língua estrangeira nos mais diversos países do globo terrestre. Em se tratando do aprendizado de uma língua estrangeira (sendo ela o inglês ou não), as principais habilidades a serem assimiladas pelos alunos devem ser: escrita, fala, compreensão auditiva e leitura. Essas habilidades são parte de um processo de aquisição da língua e são relevantes de tal forma que são complementares entre si. Nesse trabalho, temos como foco a análise de aspectos referentes à habilidade da fala, mais especificamente à pronúncia e ao ensino de sons no sistema de ensino público regular no Distrito Federal. Como foi supracitado, todas as habilidades são relevantes ao processo de aquisição de uma língua. A pronúncia envolve, porém, a questão de ser compreendido na língua uma vez que possíveis enganos na pronúncia de pequenas palavras podem levar à má compreensão e a problemas de comunicação. Por exemplo, a palavra ‘sinking’ (afundando) e a palavra ‘thinking’ (pensando) diferem-se, no que concerne à pronúncia, apenas no fonema inicial. No caso da primeira, temos a fricativa alveolar surda [] e no caso da segunda a fricativa dental surda []. Esses são dois fonemas semelhantes (diferentes apenas no lugar em que são articulados), por isso podem ser, não raro, confundidos em algumas frases, o que pode comprometer o significado da mesma. Por exemplo, na frase ‘We are sinking’ (nós estamos afundando) se trocarmos o fonema, temos ‘We are thinking’ (nós estamos pensando). Podemos dizer, então, que a pronúncia é peça-chave da comunicação oral. Entretanto, esse aspecto da língua é, muitas vezes, negligenciado por professores, livros didáticos e programas de ensino, sobretudo, no sistema de ensino público no Brasil. Autoridades governamentais que são responsáveis pelos 11 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) entendem que a habilidade oral não deve ser priorizada no ensino de uma língua estrangeira: ...considerar o desenvolvimento de habilidades orais como central no ensino de Língua Estrangeira no Brasil não leva em conta o critério de relevância social para a sua aprendizagem. Com exceção da situação específica de algumas regiões turísticas ou de algumas comunidades plurilíngues, o uso de uma língua estrangeira parece estar, em geral, mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer. Note-se também que os únicos exames formais em Língua Estrangeira (vestibular e admissão a cursos de pós-graduação) requerem o domínio da habilidade de leitura. (Brasil, 2012, página 20). Haja vista que se trata de um documento oficial, entendemos que as autoridades não sustentam a priorização de um elemento crucial na aquisição de uma língua estrangeira, o que, de certa forma, dificulta o empenho de professores, livros didáticos e programas de ensino das escolas públicas (que devem se nortear pelo documento) de fazer com que essa habilidade seja tão priorizada quanto às outras, que, como foi citado, são complementares no que tange ao ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira. Essa dificuldade de tratar da habilidade oral no contexto do ensino da rede pública faz com que o ensino da pronúncia seja ainda mais difícil. Sobre essa problemática este trabalho será norteado. 1.2 OBJETIVOS E PERGUNTAS DE PESQUISA Esta pesquisa teve por objetivo investigar como se dá o ensino da pronúncia da língua inglesa no nono ano da rede de ensino público do Distrito Federal, assim como averiguar as crenças dos professores que atuam nesse ambiente e o uso do material didático para o ensino da pronúncia. Buscou-se, portanto, responder às seguintes perguntas de pesquisa: - Como se dá o ensino da pronúncia da língua inglesa na rede de ensino público do Distrito Federal? - O livro didático utilizado trabalha a pronúncia como tópico prioritário? - Qual a opinião dos professores que atuam no ensino da pronúncia nesse contexto? 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para compreendermos melhor o que ocorre no contexto a ser analisado, temos que adentrar no campo das teorias do ensino de línguas, sobretudo do ensino da pronúncia das línguas. 2.1 APRENDER OUTRA LÍNGUA O aprendizado de uma língua estrangeira é um assunto que envolve muitas teorias. Algumas teorias defendem uma ideia mais psicológica do processo, outras defendem uma ideia mais sociológica, enquanto os teóricos cognitivistas estão mais interessados em saber como se dá esse processo de acessar o conhecimento linguístico (ALVES MAGRO, 2001). Acredita-se que esse processo pode ocorrer de forma consciente ou não, no sentido de que a língua pode ser ensinada por meio de regras gramaticais e explanação de peculiaridades linguísticas, ou simplesmente adquirida de maneira natural, sem a interferência de um professor ou de algum conjunto de regras. A assimilação, ou aquisição, segundo Schütz (2006), é o processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo. Esse processo guarda semelhança com o processo de aquisição da língua materna em que a criança é exposta à língua por meio do contato com familiares e, com isso, adquire, além de vocabulário, familiaridade com o sistema fonético e, é claro, a capacidade de compreender e ser compreendida por meio da língua. A um processo semelhante se submetem as pessoas que aprendem uma língua por meio de uma imersão em um país onde o idioma é falado por determinado tempo sem o ensino formal do sistema linguístico, e ainda assim adquirem uma fluência que possibilita comunicação. Essas pessoas, muito embora não tenham tido explanação explícita de como a língua funciona sintaticamente, têm habilidades linguísticas semelhantes às de um falante nativo. A aprendizagem, ou ensino formal, é aquele que se dá em ambientes como escolas, cursos e locais de estudo onde o aluno é exposto ao funcionamento gramatical da língua por meio de um plano didático que desenvolve as quatro habilidades. O aluno aprende seguindo uma estratégia progressiva, em que lhe são 13 ensinadas as estruturas mais simples da língua primeiramente, para gradativamente aprender as mais complexas e assim continuar até ser considerado um falante fluente. O aluno nesse sistema é avaliado e o que é certo é aceito e o que é errado é rejeitado. O aprendizado é controlado pelo programa, professor ou metodologia aplicada (SAPUCAIA, 2008) Nesse caso, nós temos duas realidades, o ensino de inglês como segunda língua (L2) que é o processo que ocorre com o aluno que aprende a língua em um país onde ela é amplamente falada, muitas vezes em situação de imersão linguística; e o ensino de inglês como língua estrangeira (LE), que é o processo que ocorre com o aluno que aprende a língua em um país onde ela não é amplamente falada. O aluno que aprende outra língua se submete a um desses processos. Dentro desses processos, ele tem acesso ao desenvolvimento das habilidades (já citadas) e aprende a pronúncia de formas diferentes também. No caso da assimilação, o aluno é exposto às pronúncias das palavras e, por imitação, a desenvolve. Os alunos submetidos à instrução formal recebem, de acordo com a metodologia, instruções com o uso do alfabeto fonético, uso de contraste entre fonemas, sistema de repetição, entre outros. Porém, nem todo ensino formal preza pelo ensino da pronúncia, como veremos a seguir. 2.2 ENSINO DOS SONS O ensino de pronúncia na aprendizagem de uma LE é cercado de crenças. Alguns creem que o ensino dos sons não precisa ser explicitado, uma vez que o aluno pode simplesmente ‘pegar’ com o passar do tempo por meio da exposição na qual foi submetido (seguindo a ideia da assimilação natural). Outros creem que se deve ensiná-la desde os primeiros contatos com a língua, com instrução explícita ou não, tendo alguns métodos o objetivo de alcançar uma pronúncia ideal e outros almejando apenas algo que possa ser compreendido de uma forma suficiente ainda que a pronúncia não se iguale à de um falante nativo (SILVEIRA, 2002). De acordo com Alves (2001), a aquisição de sons é um processo muito complexo. Para a aquisição ocorrer, os alunos têm que observar e assimilar as características fonológicas da L2. As características a serem assimiladas são lugar e maneira de articulação e vibração ou não das pregas vocais (voicing). Esse 14 processo é inconsciente na maioria das vezes. O aluno pode se tornar totalmente inteligível sem que saiba o que é uma oclusiva bilabial sonora, por exemplo. Essa assimilação pode ser difícil uma vez que essas características não são, na maioria das vezes, as mesmas da L1; portanto, não são percebidas corretamente. Existem fonemas que são muito comuns na língua inglesa e que não têm nenhum correspondente no sistema linguístico do português brasileiro, por exemplo, as fricativas dentais [] e []. Em casos como esse Zimmer (2009) sustenta que o aluno tende a produzir o som mais parecido, compartilhando alguma característica do fonema como, por exemplo: lugar ou maneira de articulação, ocorrendo o fenômeno citado na introdução, no qual as palavras ‘sinking’ e ‘thinking’ que compartilham algumas características fonológicas, são frequentemente confundidas, uma vez que em ‘thinking’ o fonema inicial [] não existe no português brasileiro. Outros exemplos ilustram essa situação, pois existem também fonemas que fazem parte do sistema fonológico de ambas as línguas, mas as ocorrências em determinados lugares na palavra não são articuladas em uma e articuladas em outra. Observe: as consoantes nasais, que no inglês ocorrem antes e depois de vogais, no português do Brasil são articuladas apenas antes de vogais, pois palavras com consoantes nasais pósvocálicas perdem a consoante, que deixa a vogal nasalizada. Existe outra forma de interferência, quando o aprendiz é induzido a pronunciar a palavra correspondendo ao grafema da L2 com o fonema por ele representado na L1, e essa interferência pode começar com a leitura em voz alta, mas, com a repetição, pode chegar à automatização e fossilização. Um exemplo disso é a palavra ‘house’, que é frequentemente pronunciada como [], pois o grafema ‘-e’ é, no português brasileiro, pronunciado [i]. Tal transferência ocorre, necessariamente, por influência dos padrões grafo-fônico-fonológicos da L2 (ALVES; BAUER, 2011). A vogal ‘intrusa’ no final das palavras, que é uma epêntese de paragoge, é um erro muito comum entre aprendizes falantes de português brasileiro. Há, ainda, nesta palavra, a dificuldade com o “s”, que é pronunciado por aprendizes brasileiros como “z” já que, em português, “s” entre vogais é pronunciado como “z”, mas em inglês esse “s” deve soar como “s”. É defendido por alguns teóricos que essas interferências podem ser corrigidas com a instrução explícita. Se o aluno for submetido a uma breve 15 explicação da anatomia do aparelho fonador e de como se dá o processo da produção do som, em conjunto com uma explicação dos símbolos fonéticos relacionados ao seu correspondente na escrita comum de LE, o desenvolvimento de sua pronúncia e a diminuição de interferências tornar-se-á mais fácil (STEINBERG, 1985, P. 34). O ensino dos sons de uma LE é, como foi dito na introdução, deixado de lado com frequência por alguns professores. Isso pode ocorrer, pois eles podem achar que o ensino da pronúncia leva muito tempo na preparação de aulas, no decorrer das aulas e na aprendizagem do aluno, tempo esse que, segundo eles, deveria ser preenchido com o ensino de outras habilidades. Não queremos aqui defender a absoluta prioridade do ensino dos sons em ambientes de ELT (English Language Teaching), mas sim a integração desse aspecto às outras habilidades linguísticas. Nesse sentido Barreto e Alves (2009) defendem que a pronúncia deveria ser vista como um meio pelo qual os alunos sejam capazes de desenvolver a expressão do conteúdo comunicativo deles, e não a mera repetição de sons. Esses mesmos autores também defendem que os professores devem usar o mesmo tempo e prioridade adotados nas outras habilidades, consideradas mais essenciais (ALVES, 2001). Para um efetivo ensino de sons, Alves e Bauer (2011) defendem que se tomem determinadas atitudes para que o processo possa ser efetivado: A fim de pormos em prática um ensino comunicativo de pronúncia, são necessários vários passos metodológico-pedagógicos. Para que tais passos sejam aplicados de maneira eficaz, é preciso que haja uma combinação de fatores, a saber: professores de LE com domínio dos tópicos a serem ensinados, materiais que apresentem o ensino de pronúncia como um fator tão importante quanto o ensino de outros componentes linguísticos (tais como a morfologia e a sintaxe), o desenvolvimento de novas técnicas de ensino que visem a facilitar a abordagem comunicativa de pronúncia, dentre outros (Alves e Bauer, 2011, pg. 2). Se essa preocupação de uma mudança nesse sentido se tornar prioridade em metodologias, sistemas de ensinos, livros didáticos, etc, alunos serão beneficiados e alcançarão o aperfeiçoamento das habilidades comunicativas, bem como o desenvolvimento de autoconfiança, que é muito importante para a comunicação do aprendiz, uma vez que os alunos têm mais problemas de inibição falando do que escrevendo. 16 2.3 OS LIVROS DIDÁTICOS Em se tratando do processo de aprendizagem de uma segunda língua, o que nos vem à cabeça é a relação professor-aluno, pois são as pessoas envolvidas no processo, mas pensamos também no meio que conecta essas pessoas e assegura que o processo seja possível. Os livros didáticos ajudam com que o processo de ensino-aprendizagem tenha início, meio e fim (pelo menos de cada nível). O livro didático tem um papel importante no ensino da língua inglesa, particularmente na sala de aula de inglês como uma língua estrangeira (LE), onde temos a primária (talvez única) forma de ingestão linguística (KIM; HALL, 2002). Muitos profissionais do ensino de línguas e alunos de línguas consideram os livros didáticos indispensáveis para o processo de ensino e aprendizagem de uma segunda língua. Os livros didáticos são tidos como a estrutura que regula o programa e o conteúdo. Se não se usasse o livro didático, alguns alunos tenderiam a achar que sua aprendizagem não está sendo levada a sério, e tornar-se-ia difícil para ele ter uma noção de progresso dentro da própria aprendizagem. O aluno se tornaria muito dependente do professor e não contaria com um material para estudo em casa (ANSARY; BABAII, 2002). Por outro lado alguns professores dizem que o uso de livros didáticos não é tão necessário e até dizem que eles podem ser prejudiciais para o processo. Um dos motivos que suportam essa visão é que cada grupo tem suas necessidades peculiares e, até dentro de cada grupo os alunos têm necessidades e propósitos específicos, então, para satisfazer cada aluno de um grupo de 12 alunos, por exemplo, o professor usaria 12 livros diferentes, o que seria impossível. Há uma corrente metodológica atual que defende o não uso de livros, de planos de ensino e nem mesmo de preparação de aulas. ‘Dogme’ ou ‘teaching unplugged’, como é chamada, se baseia no ‘aqui e agora’ para retirar os conteúdos relevantes a serem explorados pelo professor na sala de aula. De acordo com Thornbury (2000), existe uma grande quantidade de materiais impressos, com figuras e recursos guiados nos livros didáticos, mas onde está a história? onde entra a vida pessoal do aluno? Segundo ele, elas ficam oprimidas por uma avalanche de cópias de livros, portanto, essa tendência visa a aproximar o aluno da aprendizagem. O professor, o ambiente da sala de aula, um quadro, pincéis e papel 17 são os recursos materiais e o interesse demonstrado pelos alunos é guiado pelo professor para formar um currículo espontâneo. Sendo prejudicial ou útil, o fato é que a maioria dos alunos e das escolas requer, e muitas vezes impõe, o uso de determinado livro para o professor. Professores devem tomar cuidado para não se tornarem escravos de livros didáticos, o que inibiria sua criatividade e apagaria suas formas próprias de didática. Os professores devem encontrar uma forma de usá-los como uma ferramenta útil que deve ser entendida como um guia e não ficarem acorrentados aos livros. O ensino de pronúncia é, por vezes, negligenciado ou mesmo rejeitado por livros didáticos, tendo em vista que procuram na sua grande maioria contemplar as quatro grandes habilidades: fala, escrita, leitura e compreensão auditiva, olvidando, porém, a importância de subitens como pronúncia. O livro didático é o elemento principal de que dispõe os professores de inglês da rede pública do Distrito Federal, portanto, no que tange ao ensino de pronúncia, ele deve ser ferramenta útil que impulsione o professor a não negligenciar essa questão crucial para o ensino de uma língua estrangeira. 2.4 CRENÇA DOS PROFESSORES DE LÍNGUAS O professor de língua estrangeira se depara com uma série de crenças íntimas em relação ao processo de ensino/aprendizagem. Ele carrega consigo algumas metodologias e procederes herdados das experiências que deram certo quando ele estava aprendendo a língua que agora ensina, e tem receio das experiências que não deram certo enquanto aprendiz. A essas crenças são adicionadas a instrução que teve como professor em formação bem como suas experiências iniciais em sala de aula. Esse cabedal de conhecimento/experiência ajuda a formar o estilo de ensinar de cada professor. Garbuio (2005) traz a ideia de que as crenças são: ... baseadas nos objetivos, valores e crenças do professor em relação ao conteúdo e ao processo de ensino, a sua compreensão do sistema onde trabalha e o seu papel dentro dele. Essas crenças e valores são antecedentes de suas decisões e ações e, portanto, constituem sua cultura de ensinar. De acordo com os autores, os sistemas de crença são construídos gradualmente e constituídos através das dimensões subjetiva e objetiva. Algumas crenças podem ser simples como aquelas de que os erros devem ser corrigidos imediatamente. Outras podem ser mais complexas, como por exemplo, a crença de que o aprendizado é mais efetivo 18 quando envolve colaboração ao invés de competição (GARBUIO, 2005, pg. 92). Ainda de acordo com Garbuio (2005), a influência dessas crenças na prática docente sugere atitudes que conduzem às ações na sala de aula e influencia o processo de mudança do professor. Em se tratando do ensino de línguas, mais especificamente de inglês, o professor tende ainda mais a se pautar em um esquema inconsciente moldado por suas experiências e conhecimentos formados. Como retrata Barbo (2008), o conceito “crença” sobre aprendizagem de língua varia desde suposições, opiniões, ideias, expectativas, conhecimento intuitivo-implícito ou explícito, ou ainda atitudes, preconceitos e teorias pessoais. Todas essas variantes influenciam ainda mais, quando se tratando do ensino de sons da língua inglesa, pois, como já foi citado, o ensino de sons é particularmente cercado de crenças diversas que frequentemente ditam a maneira pela qual o professor vai conduzir essa habilidade no seu ambiente de sala de aula e se ele vai ensiná-la ou não. Algumas das crenças difundidas entre os professores de inglês, sobretudo entre os que atuam na rede regular de ensino público, são, como nos aponta Villani: Manter uma rotina de aulas focadas no ensino da gramática, pensar que saber a língua “corretamente” antecede ao “ter permissão de usá-la”, que é impossível aprender inglês nas salas regulares da escola pública, que os alunos não gostam de aprender inglês por saber que a sala de aula não é o espaço para seu aprendizado, que aprender inglês é aprender a falar (seja lá o que isso signifique!), que os professores não ensinam a língua por não serem proficientes no idioma que ensinam, que a falta do livro didático de língua inglesa (não privilegiado nas indicações do PNLD – Programa Nacional do Livro Didático) impede o trabalho do profissional; são exemplos das crenças que os professores trazem para o contexto escolar e que são reproduzidas em sala de aula sendo perpetuadas pelo grupo envolvido. (VILLANI, 2009) Essas crenças são muito comuns nos corredores e salas dos professores, porém, cabe ao professor, nesse caso, refletir sobre a sua prática dentro do processo de ensino e aprendizagem com a finalidade de atribuir as vantagens e desvantagens oriundas da prática guiada pela sua crença, conseguindo, assim, aproveitar o máximo de seu potencial docente. O professor, ainda, não deve olvidar o fato de que seu grupo específico de alunos tem necessidades peculiares e que, portanto, o uso de determinada tática didática, oriunda de suas crenças, que 19 funcionou com algum grupo, ou com o próprio professor, não necessariamente será de fatídica ajuda aos alunos envolvidos no processo. 3 METODOLOGIA DO ESTUDO 20 Serão apresentados os passos metodológicos para alcançar os objetivos e responder as perguntas de pesquisa. 3.1 CONTEXTO DA PESQUISA A educação básica brasileira é composta por educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. O ensino fundamental é obrigatório e tem duração de nove anos. Ele é dividido em séries iniciais do 1º ao 5º ano e séries finais do 6º ao 9º ano. É obrigatória a inclusão do ensino de pelo menos uma língua estrangeira a partir do 6º ano do ensino fundamental. Essa língua estrangeira é escolhida pela comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição (Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, 1996). O governo disponibiliza um documento denominado Parâmetros Curriculares Nacionais, que é composto de propostas norteadoras acerca do currículo e do conteúdo que deve ser ministrado nas salas de aula de língua estrangeira em todo o país. Nesse mesmo documento há uma sugestão de critérios para a escolha da língua estrangeira a ser ministrada, que são: fatores históricos, fatores relativos às comunidades locais e fatores relativos à tradição. Os fatores históricos estão relacionados ao poder econômico e político que determinado país tem para que se explique ensinar a língua desse país nas salas de aula brasileiras. Os fatores relativos às comunidades locais estão relacionados à proximidade da escola com região de fronteira, o que explicaria o ensino de certa língua para viabilizar atividades concernentes à atividade cotidiana dessas comunidades. Os fatores relativos à tradição estão relacionados com a presença de comunidades de imigrantes ou descendentes de estrangeiros que demandariam o ensino de outra língua (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998). O Distrito Federal oferece, na maioria dos seus estabelecimentos de ensino fundamental, a língua Inglesa como língua estrangeira. Essa disciplina é ministrada na grade curricular regular do ensino com carga horária semanal de 1h 40min, que pode ser em uma ou duas vezes na semana. As turmas de 9º ano contêm até 36 alunos que são separados por idade, tendo, assim, dentro de uma mesma turma uma grande variedade de conhecimentos linguísticos, oportunidades de exposição à língua-alvo, níveis de motivação e interesse, entre outros fatores que podem influenciar a capacidade de assimilação linguística. 21 3.2 ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO O primeiro instrumento de pesquisa foi uma análise do livro didático “Links English for Teens – Nono ano” de Denise Santos e Amadeu Marques, publicado pela Editora Ática em 2010, cujo público-alvo são os alunos do nono ano do ensino fundamental regular da rede de ensino público do Distrito Federal. Os alunos têm de 12 a 15 anos e estudam a língua Inglesa no sistema regular desde o sexto ano. A análise foi procedida a partir de um apanhado geral aconselhado por Byrd (2000), seguido de uma avaliação acerca dos aspectos de ensino de sons e pronúncia da língua, abordados no livro didático. Os critérios seguidos para a análise são a existência ou não de exercícios de prática ou de desenvolvimento da pronúncia, e se o material destinado ao professor conta com subsídios para que o professor desenvolva as habilidades. 3.3 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO O segundo instrumento de pesquisa foi a análise de um questionário respondido por seis professores de inglês do nono ano da rede de ensino público do DF. O questionário (apêndice A) tratou de assuntos referentes ao ensino de sons no contexto da pesquisa. Queremos saber se os professores consideram importante o ensino de sons, se concordam com a maneira pela qual é feito com essa abordagem nesse contexto educacional, e o que acham do incentivo do sistema educacional e do livro didático no que concerne ao ensino de pronúncia. Todos os professores participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice B). 4 ANÁLISE 22 A análise será divida em duas partes. A primeira contém a análise do livro didático, que foi procedida por meio de uma análise dos aspectos gerais do livro seguida de uma análise dos aspectos fonológicos contidos no livro dos alunos e a versão no livro do professor. A segunda parte contém a análise de um questionário aplicado aos professores que atuam nesse contexto educacional. 4.1 ASPECTOS GERAIS DO LIVRO DIDÁTICO Antes de iniciarmos a análise sobre o ponto de vista do ensino da pronúncia, faremos uma análise dos aspectos gerais do livro. A análise foi seguida como aconselhada por Byrd (2000) quando ela menciona a relação entre o aluno e o livro, e entre o livro e o professor. Ela divide a análise em quatro tópicos: 1. Conteúdo/explicação; 2.Exemplos; 3.Exercícios/tarefas; 4.Apresentação/formatação. O livro Links - English for Teens – Nono ano faz parte de uma série com quatro módulos que inicia no 6º ano (primeiro ano em que o aluno está em contato com a língua estrangeira). Essa série apresenta como tema principal, no qual gira a história e a contextualização, o ambiente de uma escola: Rio International School, em que os personagens são alunos de duas turmas - professor Greg o americano; e professora Jane, uma inglesa. Os alunos são de diferentes nacionalidades e interagem entre si no decorrer das atividades que o livro proporciona. O livro conta com 10 unidades com temas como meio ambiente, ética, multiculturalismo e trabalho, entre outros. O livro conta com um ‘workbook’ nas páginas finais, seguido de um glossário. Ele é acompanhado, também, por um CD que contém todas as atividades de áudio do livro. 4.1.1 Alunos e o livro 1. Conteúdo/ explicação: o conteúdo está de acordo com a necessidade dos alunos e segue os parâmetros curriculares nacionais. As explicações são coerentes com os pré-requisitos dos alunos e os temas são bem contextualizados e prendem a atenção dos alunos. Ele contempla os conteúdos que são indicados para o nono ano segundo os PCN, por exemplo: revisão do simple present e do simple past, question words, entre outros, que são comuns nesse nível. 23 2. Exemplos: Os exemplos são apropriados para a forma de vida e os interesses de alunos dessa faixa etária. São coerentes com o conteúdo que exemplificam e aparecem em pontos estratégicos das unidades. Por exemplo, na aula destinada ao vocabulário referente ao meio ambiente, os exemplos são postos em formas de perguntas e com figuras ilustrando: ‘Do you recycle plastic bottles?’, ‘Do you sort out your waste?’, entre outros (página 41). 3. Exercícios/tarefas: O livro tem uma grande variedade de exercícios no decorrer das unidades e também como dever de casa. Os exercícios correspondem às necessidades dos alunos de uma maneira geral. Há exercícios suficientes para cada tópico. O exercício de fixação feito em sala, é rápido e geralmente é para ser feito em dupla, tem os comandos ‘complete a tabela’ ou ‘ligue as colunas’. Os exercícios de prática feitos em casa estão no final do livro e são mais elaborados, com comandos como ‘faça frases usando’ ou ‘leia o texto e marque true or false’. 4. Apresentação/formato: o livro contém figuras e textos de forma equilibrada visualmente no seu formato. Os textos são legíveis e inteligíveis com tamanhos de letras variados para devido destaque. A estrutura física do livro é resistente, o que é necessário, pois trata-se de um livro que será manuseado pelo aluno durante o ano inteiro. 4.1.2 Professor e o livro 1. Conteúdo/explicação: os conteúdos contemplam a necessidade dos alunos com relação aos PCN, logo contemplam também a dos professores, uma vez que eles compartilham a obrigação de seguir um conteúdo pré-determinado, confiantes de que esse conteúdo é o que os alunos precisam para o seu desenvolvimento. O livro conta com um guia para o professor. Esse guia tem todos os procedimentos, com dicas e sugestões para o dia-a-dia da sala de aula e um planejamento anual, muito útil para o preparo do professor. 2. Exemplos: os exemplos são muito úteis, pois o professor pode usá-los para expandir outros temas se necessário. Por exemplo, aquelas frases já citadas a respeito do vocabulário de meio ambiente: ‘Do you recycle plastic bottles?’, ‘Do you sort out your waste?’ (página 41) podem ser usadas para prática oral, perguntando aos alunos se assim o fazem ou não e por quê. Os exemplos aparecem em lugares oportunos como já foi mencionado. 24 3. Exercícios/ tarefas: o livro conta com exercícios em quantidade suficiente e é coerente com a idade e nível dos alunos. O professor pode contar com gabaritos e sugestões para conduzir diferentemente as atividades. Assim o professor tem um pouco de liberdade para escolher a melhor maneira de proceder, o que é um ponto interessante, pois não inibe a criatividade e não limita o professor – isso é algo que realmente deve ser levado em conta quando se trata de livros didáticos. Alguns materiais didáticos fazem o professor parecer uma máquina que segue ordens apenas, um escravo didático. Alguns escritores não levam em consideração que o professor é a pessoa que está diretamente envolvida com o processo e saberia mais lidar com o aluno de modo mais adequado do que qualquer livro escrito por alguém que não conhece tão bem o íntimo daquele aluno específico. 4. Apresentação/formato: a estrutura é a mesma daquela apresentada na análise da seção “alunos e o livro didático”, contando ainda com o manual do professor que vem em anexo auxiliando o professor com os planejamentos e com dicas sobre questões linguísticas consideradas importantes pelos autores. De acordo com a análise, o livro didático é satisfatório, no que diz respeito às características analisadas, porém esse tipo de análise não contempla tudo que o livro didático oferece aos alunos e ao professor. Como citado no início deste trabalho, a questão do ensino dos sons e do treino da pronúncia é muito negligenciada pelos autores de livros didáticos. Com isso em mente, o professor que se preocupa com esse aspecto deve procurar os livros didáticos que se preocupam com esse ensino. Procederemos a uma análise desse mesmo livro didático sobre os aspectos da pronúncia e ensino de sons da língua inglesa. 4.2 ANÁLISE DOS ASPECTOS DO ENSINO DE SONS E PRONÚNCIA NO LIVRO DIDÁTICO Procederemos à análise acerca dos aspectos do ensino dos sons e pronúncia do livro Links - English for Teens – Nono ano. Separamos a análise em livro do aluno – onde abordaremos todos os conteúdos das habilidades orais que os alunos têm acesso, e em livro do professor – onde abordaremos as dicas e as instruções contidas no manual do professor (que é anexo ao livro didático destinado ao docente). Logo após esse levantamento, temos a discussão dos resultados da análise. 25 4.2.1 Livro dos alunos O livro Links - English for Teens – Nono ano é composto de 10 unidades. Em seu índice as unidades são separadas por ‘gramática’, ‘vocabulário’ e ‘comunicação’. Todas as unidades se dividem em ‘let’s read’, ‘let’s listen’ , ‘let’s speak’, ‘grammar in action’, ‘grammar notes’, words in action’, ‘let’s write’, ‘let’s play’ e ‘let’s stop and think’ . A parte de ‘let’s speak’ é destinada ao desenvolvimento das habilidades orais dos alunos, uma vez que a parte de ‘let’s listen’, que tem correlação com o ensino de pronúncia, não trata, especificamente sobre ensino de sons. Discutiremos, então, o ‘let’s speak’. Esse tópico, que totaliza 10, tem diferentes atividades. A análise a seguir busca flagrar o que o aluno deve fazer em cada uma dessas atividades e averiguar se elas ensejam o desenvolvimento da pronúncia. Na unidade um, cujo tópico é ‘jobs’, a parte destinada à habilidade oral é composta por um diálogo – uma entrevista a respeito de um emprego. Na primeira atividade, os alunos devem ouvir a gravação enquanto repetem, e os tópicos aos quais devem prestar atenção são as expressões: ‘that’s interesting’, ‘that’s brilliant’ e ‘it sounds like an interesting job’. Na segunda, os alunos devem, em pares, montar diálogos semelhantes, explorando as expressões que são o objetivo da atividade. Dessa forma, temos na parte referente à habilidade oral o ensejo da repetição como única fonte de desenvolvimento da pronúncia nessa unidade. Na segunda unidade, onde temos como tópico ‘fashion’, a parte que trata da habilidade oral é composta por um pequeno diálogo – o professor e os alunos comentando sobre a figura de um homem com chapéu nos slides. Na primeira atividade, os alunos devem ouvir a gravação e repetir o pequeno diálogo. Os tópicos aos quais devem prestar atenção é a entonação das expressões ‘How ellegant’ e ‘How old-fashioned’. Na atividade seguinte, os alunos devem, em pares, montar frases usando expressões com ‘how’ seguido de um adjetivo a partir de figuras que constam nos seus livros. Nessa atividade, temos como fontes de desenvolvimento de pronúncia a repetição ensejada pelo áudio e também a prática de entonação, que é de grande importância para a comunicação e a inteligibilidade. Na unidade três, o tópico é ‘technology’, e a parte destinada à habilidade oral é composta por um pequeno diálogo – dois alunos comentando a respeito de uma novidade tecnológica – ‘a speaker chair’ que eles estão vendo em um website. 26 Como parte da primeira atividade, os alunos devem ouvir a gravação e repetir o pequeno diálogo, e devem discutir entre si a opinião acerca da novidade: ‘Is it useful or useless?’, ‘Is it clever’ e ‘Is it interesting?’. Já na atividade posterior, os alunos devem, em pares, imitar o primeiro diálogo, mas, com outras novidades: ‘super keyring’, ‘funky phone and alarm clock’ e ‘illuminating slippers’. A única fonte de desenvolvimento de pronúncia nessa atividade é, mais uma vez, a repetição incentivada pelo áudio. Na unidade ulterior, a quarta, o tema é ‘cleaner planet’, e a parte concernente à habilidade oral é composta por um pequeno diálogo – dois alunos comentando a respeito de reutilização de sacolas de supermercado. O tópico é a repetição de palavras para a desambiguação do significado: “A: Do you reuse supermarket plastic bags? B: Reuse? A: Yes, reuse, use again”. Na primeira atividade, os alunos devem ouvir a gravação, repetir o pequeno diálogo e atentar para a repetição do verbo que não foi compreendido. Na segunda atividade, os alunos devem, em pares, imitar o primeiro diálogo, mas com outros verbos relacionados à preservação do meio ambiente que são ilustrados no livro. A única fonte de desenvolvimento de pronúncia nessa atividade é, mais uma vez, a repetição proveniente do áudio. Na unidade cinco, cujo tema principal é ‘culture’, a parte destinada à habilidade oral é composta por um pequeno diálogo – alunos comentando sobre bonecos. O tema da lição é a entonação no uso de ‘very’, ‘so’ e ‘too’ antes de adjetivos para expressar opiniões. Na atividade, os alunos devem ouvir a gravação e repetir o pequeno diálogo, e atentar para a entonação. Na outra atividade, os alunos devem, em pares, imitar o primeiro diálogo, mas, com outros adjetivos e outros bonecos que são ilustrados no livro. O livro traz, ainda como fontes de desenvolvimento de pronúncia, a repetição ensejada pelo áudio e a prática de entonação. Na sexta unidade, na qual o tema principal é ‘teens’, a parte que trata da habilidade oral é composta por um diálogo – a resposta de duas pessoas à pergunta ‘what makes you happy?’. O objetivo é atentar para a hesitação na resposta, marcada pelo uso das expressões: ‘ probably’ e ‘I guess’. Na primeira atividade, os alunos devem ouvir, repetir e identificar a hesitação. Na atividade posterior, os alunos, em grupos, devem montar diálogos semelhantes, respondendo à mesma pergunta e sendo enfáticos, ou usando expressões que denotam dúvida ou 27 hesitação, como ‘hmm’, ‘I think’, ‘I guess’, ‘well’, entre outras. Não há fontes de desenvolvimento específico de pronúncia a não ser a repetição. Na unidade sete, cujo tópico é ‘communication’, a parte concernente à habilidade oral é composta por uma atividade em que os alunos devem atentar para os diálogos que escutam. É o mesmo diálogo com entonações diferentes. Na primeira atividade, o aluno deve ouvir, repetir e identificar entre os diálogos o que se encaixa com a figura ilustrada. Na segunda atividade, os alunos devem, em pares, montar diálogos e praticar as diferentes entonações e seus significados. Nessa atividade, o comando da questão não exige a repetição. Assim sendo, a atividade no livro não tem exercício específico de pronúncia, conta apenas com a prática de entonações sem se aprofundar ou dar explicações explícitas sobre pronúncia. Na oitava unidade, cujo tópico é ‘better world’, a parte destinada à habilidade oral é composta por algumas frases de previsão para o futuro. Na primeira atividade, os alunos devem, em duplas, ler as previsões. Na segunda atividade, os alunos, ainda em duplas, devem expressar suas opiniões acerca das previsões, usando ‘yes, they will’ ou ‘no, they won’t’ para praticar. A atividade não tem exercício de desenvolvimento explícito de pronúncia. Na unidade seguinte, nove, o tópico é ‘Relationship’, a parte destinada à habilidade oral é composta por um fórum na internet, no qual uma jovem pergunta o que deve fazer em relação a um relacionamento com um rapaz. A pergunta tem respostas variadas. Na primeira atividade, os alunos devem, em pares, ler e discutir se as respostas são boas ou más ideias. Na segunda atividade, os alunos devem dramatizar, em duplas, diálogos semelhantes, usando as expressões: ‘yeah, that sounds like a good Idea!’ ou ‘hmm... I’m not sure this is a good idea...’. Nessa atividade não há exercícios de desenvolvimento explícito de pronúncia. Na décima e última unidade, cujo tópico é ‘talent’, a parte destinada à habilidade oral é composta por duas colunas, uma com a figura e nome de alguma personalidade, outra com a profissão e nacionalidade. Na primeira atividade, os alunos devem, em duplas, estabelecer correspondência entre as colunas. Na segunda atividade, os alunos devem montar diálogos sobre as personalidades citadas no exercício. Nessa atividade não há exercícios de desenvolvimento de pronúncia, a não ser que o professor faça com que os alunos pratiquem os diálogos criados. 28 Há ainda, no tópico ‘words in action’, algumas atividades que se relacionam, de certa forma, com o ensino das habilidades orais. Na unidade seis, há exercícios com exemplos de homófonos (flour – flower, hear – here, there – their, entre outros). Na unidade sete, essa atividade merece atenção especial, pois ela contrasta palavras que, segundo o manual do professor, costumam causar dificuldade na pronúncia para aprendizes de inglês. Os alunos devem, na primeira parte, ouvir ao CD, que traz frases que contrastam essas palavras, por exemplo: ‘a. We need to buy some soap. b. How about some soup tonight?’, contrastando ainda: ‘birds – beard’, ‘sticks – steak’ e ‘CD-ROM – rooms’. Os aprendizes devem repetir e ficar atentos a essas palavras, que estão em negrito no livro. Na segunda atividade, há duas colunas, a primeira com as palavras citadas acima e a segunda com palavras que ‘rimam’ com elas. Os alunos devem relacioná-las, por exemplo ‘Soap – hope’, ‘bird – heard’, entre outras. Temos, assim, uma atividade mais relacionada com o ensino de pronúncia. Nela, o uso de outras palavras para comparar a pronúncia é positivo, pois auxilia os alunos. 4.2.2 Livro do professor O livro do professor conta com um manual com o passo-a-passo das aulas sugerido pelos autores. Todos os procedimentos das atividades do livro são descritos para o professor. Além desse manual, o professor conta ainda com o ‘teacher’s notes’, seção em que são apresentadas ao professor dicas sobre os seus procedimentos. Entre essas dicas, há o tópico “Pronunciation tips”, que traz dicas de pronúncia para o professor. Esse material está no final do livro. Na unidade um, a dica é: “em slide pronuncia-se uma sílaba só, rimando com side” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 13). Nessa dica, os autores trazem a questão das palavras que iniciam com [] + consoante em inglês, e são facilmente pronunciadas como [], pois a construção do inglês CCV com [s] no primeiro C não existe no sistema fonológico do português brasileiro. Na unidade dois, os autores explicam: “Feces [::. Pronunciam-se duas sílabas, sendo a primeira a tônica, que soa como fee. O som final é []’’ (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 16). Há também a explicação fonética das palavras 29 ‘Weird’, “pronuncia-se uma sílaba só, que rima com beard” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 17), e ‘accessories’, “pronunciam-se quatro sílabas, sendo a segunda a sílaba tônica acCESsories.” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 17) Na unidade três, os autores tratam sobre a pronúncia da palavra ‘mobile’, apresentada como abreviação de ‘mobile phone’, e rima com ‘smile’. Trazem, ainda, uma explicação sobre a pronúncia dos adjetivos dissilábicos terminados em –ked (wicked e naked). Na quarta unidade, a dica é sobre a pronúncia da palavra ‘habitat’. Os autores lembram que “pronunciam-se três sílabas, sendo a primeira tônica, que rima com cab ou lab. O h é aspirado. O t final é pronunciado [t]” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 21). Na unidade cinco, a dica é sobre a pronúncia da palavra ‘tortoise’. Os autores indicam que: Pronunciam-se apenas duas sílabas, sendo a primeira a tônica TORtoise, que soa como tore (passado tear: rasgar), rimando com four. O i e o e são mudos e o fonema final é /s/. Na pronuncia britânica o r não é pronunciado e então a palavra rima com taught us (nos ensinou). (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 24 do manual do professor). Eles trazem também a explicação sobre a pronúncia da palavra ‘circus’, “pronunciam-se duas sílabas, sendo a primeira a tônica CIRcus, que soa como sir (senhor)” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 25) Na unidade posterior, seis, a dica é sobre a pronúncia da palavra ‘flour’, “tem duas silabas; acentua-se a primeira FLOUr, que rima com now. A palavra tem o mesmo som de flower (flor)” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 27). Na unidade sete, não há dicas. Na oitava unidade, as dicas são das palavras ‘robot’, ‘use’ e ‘tablet’. A palavra ‘robot’ “tem duas sílabas, sendo a primeira a tônica RObot, que soa como row (fila). O t final é pronunciado [t]” (SANTOS; MARQUES, 2009, pgs. 30 e 31). A palavra ‘use’ como substantivo ou verbo “... tem uma sílaba só, o u com o mesmo som de you. No verbo o s tem som de [z]” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 31). “No substantivo o s tem som de [s] e rima com Bruce” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 31). Na palavra ‘tablet’, a explicação dos autores é: “Tem duas sílabas, sendo a primeira a sílaba tônica (TABlet), que rima com tab” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 31). 30 Na unidade nove, as dicas são sobre as pronúncias das palavras ‘recess’ e ‘laughs’. Para a primeira, a explicação é: “Tem duas sílabas, sendo possível acentuar a primeira REcess ou a segunda, como tônica reCESS” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 33). E para a segunda, a explicação é “Rima com staffs” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 33). Na décima unidade, as dicas são sobre as pronúncias das palavras ‘definitely’, ‘can’t’ e ‘recite’. Em ‘definitely’, explicam: “pronunciam-se quatro sílabas, sendo a primeira tônica DEFinitely, que soa como deaf (surdo/a), rimando com chef (chefe de cozinha). O e entre o t e o l não é pronunciado” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 35). Em ‘can’t’, os autores explicam: “Nos Estados Unidos o som da vogal é // como em hand. No Reino Unido o som da vogal é longo e aberto, como em father, representado pelo símbolo //” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 35). Em ‘recite’, os autores sustentam: “Pronunciam-se duas sílabas, sendo a segunda a tônica, que soa como site. Recite rima com invite” (SANTOS; MARQUES, 2009, pg. 36). Essas dicas não estão nas atividades, ou seja, são para consultas e o livro não traz indicações para usá-las com os alunos. Para a aula, o professor conta ‘let’s speak’, que tem todas as respostas das atividades, instruções acerca delas, e a transcrição do áudio (para aquelas que contam com atividades desse tipo). 4.2.3 Análise Sobre o ponto de vista dos alunos, o que o livro oferece em relação ao ensino de pronúncia é extremamente limitado, uma vez que as atividades propostas são focadas em outros subtemas das habilidades orais. Como podemos constatar, o uso de expressões é priorizado nessas atividades de tal forma que os poucos ensejos que o livro dá para a prática da pronúncia são os momentos em que os alunos devem repetir o material de áudio, momentos esses que não constam em todas as unidades do livro. O livro não traz lições explícitas de pronúncia, ou ensino de sons específicos do inglês. Essas lições contribuiriam sobremaneira para o desenvolvimento das habilidades orais desses alunos. Os professores contam com material referente à pronúncia para uso próprio. Esse material tem dicas relevantes sobre aspectos fonológicos da língua, porém não 31 tem o incentivo de compartilhá-los com os alunos. Não contam com nenhum aconselhamento os incentivando a ir além no que tange ao ensino de sons. Os professores ficam reféns do tempo, e para explorarem essas habilidades, devem abdicar de outros componentes que constam no livro. Vale lembrar que os professores, como já foi dito, não devem se ater ao livro de forma radical, uma vez que o material não deve ofuscar a sua criatividade. Um professor preocupado com o ensino dos aspectos fonológicos pode utilizar das dicas destinadas ao professor para explorar atividades de pronúncia que julgar necessárias para o melhor desenvolvimento de seu aluno. Esta análise confirma que os aspectos fonológicos são realmente negligenciados, deixados de lado, ou não são considerados tão importantes quanto outros aspectos linguísticos e algumas obras didáticas, mesmo quando temos diversos autores que defendem uma priorização maior desses aspectos como Alves (2001), Flege (2005), Silveira (2002), Zimmer, Alves e Silveira (2009) entre outros. 4.3 QUESTIONÁRIO O questionário, que consta no apêndice A foi respondido por seis professores de inglês que atuam na rede pública de ensino do Distrito Federal com o material didático acima analisado, com o intuito de avaliar a opinião e crença dos professores acerca do ensino de sons da língua inglesa ligado com a prática em sala de aula. 4.3.1 Apresentação dos dados do questionário A apresentação será procedida pergunta por pergunta para a melhor compreensão das opiniões dos professores. Na primeira pergunta, que trata da hierarquia considerada ideal para o ensino de línguas, obtivemos os resultados demonstrados pelo quadro abaixo, no qual foi computado a quantidade de vezes que a área foi marcada pelos professores. Quadro 1 – Prioridades no contexto ideal de ensino HIERARQUIA ESCOLHIDA ÁREA GRAMÁTICA 1º 2º 3º 4º 5º 1 vez 1 vez 6º 7º 4 vezes 32 VOCABULÁRIO 2 vezes 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez LEITURA 1 vez 1 vez 1 vez 2 vezes 1 vez COMPREENSÃO ORAL 3 vezes 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 2 vezes PRODUÇÃO ORAL 1 vez PRONÚNCIA 3 vezes 1 vez 2 vezes 1 vez 1 vez PRODUÇÃO ESCRITA 1 vez 4 vezes 1 vez No quadro um, podemos constatar que o item mais priorizado (item com maior marcação para 1ª prioridade) pelos professores é a pronúncia e que o item menos priorizado (item com maior marcação para 7ª prioridade) nesse contexto ideal para os professores foi a gramática. Na questão seguinte a pergunta trata da hierarquia que de fato é priorizada na sala de aula do professor. A amostragem das respostas será feita como na tabela acima. Quadro 2 – Hierarquia que de fato é priorizada nas salas de aula HIERARQUIA ESCOLHIDA ÁREA GRAMÁTICA 1º 1 vez COMPREENSÃO ORAL PRODUÇÃO ORAL PRONÚNCIA 3º 4º 5º 6º 4 vezes 1 vez VOCABULÁRIO LEITURA 2º 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 2 vezes 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 2 vezes 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 2 vezes 1 vez 1 vez PRODUÇÃO ESCRITA 7º 1 vez 1 vez 1 vez 1 vez 4 vezes 2 vezes 2 vezes 1 vez Constata-se que como prioridade que mais foi marcada pelos professores é a gramática (4 vezes), e a que mais foi marcada como última prioridade é a pronúncia (4 vezes). Na pergunta 2.1, que é relacionada com a anterior, questiona-se se, caso houve diferença entre a hierarquia ideal e a hierarquia que é de fato priorizada nas salas de aula, o que ocasiona essa diferença e o que poderia ser feito para viabilizar a hierarquia ideal no contexto da sala de aula de todos os professores. As respostas foram: Resposta um: “O sistema de ensino permite as turmas cheias, desniveladas e o currículo exigido é muito gramatical. A solução seria menos alunos, nivelamento das turmas e mudança no currículo”. 33 Resposta dois: “Deveríamos ter livros à disposição para pesquisas. Se faz necessário ter, em sala de aula, material para listening.” Resposta três: “Faço o possível para que ocorra a coerência”. Resposta quatro: “A habilidade que se dá mais importância na educação básica é a gramática por conta da exigência do cumprimento do currículo, por isso não é fácil introduzir e trabalhar com habilidades orais e pronúncia”. Resposta cinco: “O maior problema é a exigência de um currículo pautado em conteúdos gramaticais, sobretudo de tempos verbais. A nossa obrigação de cumprir esse currículo não nos deixa abranger pronúncia em sala de aula”. Um dos professores marcou que a hierarquia ideal é a mesma que usa em sua sala de aula e não respondeu à questão. Na questão seguinte, foi perguntado aos professores qual a importância do ensino da pronúncia em sala de aula. Foi dada uma escala de 0 a 5, onde 0 é sem importância e 5 é muito importante. As respostas foram: o número 5 (muito importante) foi marcado por quatro professores, o número 1 por um professor e o número 3 por um professor. Os demais números não foram marcados. Na questão 3.1, relacionada à questão anterior, foi perguntado aos professores se eles acham que os alunos gostariam de aulas ou momentos de aulas de pronúncia, obtivemos as seguintes respostas: Resposta um: “Sim”. Resposta dois: “Sim, e as aulas são necessárias”. Resposta três: “Sim, a expectativa dos alunos quando entram na aula de inglês é de saber falar, aprender a criar e falar diálogos sem pausas, com pronúncia correta e etc. Porém não é o que eles encontram”. Resposta quatro: “Verdadeiras aulas de pronúncia”. Resposta cinco: “Sim, os alunos gostam desse contato com a forma correta de falar para poderem cantar músicas e etc”. Resposta seis: “Sim, eles adoram isso”. Na questão subsequente, foi perguntado se é possível ensinar pronúncia na sala de aula da rede pública. Foi dada uma escala de 0 a 5, onde 0 é impossível e 5 é completamente impossível. As respostas foram: o número 3 (metade) foi marcado por cinco professores, o número 5 (completamente possível) por um professor. Os demais números não foram marcados. 34 Na questão ulterior, os professores devem apontar as dificuldades do ensino da pronúncia. As dificuldades apontadas foram: Resposta um: “Falta de nivelamento, turmas cheias, currículo”. Resposta dois: “A dificuldade é o currículo que não dá abrangência para tal exercício. A falta de tempo e quantidade de conteúdo gramatical e textual para assimilar com outras atividades”. Resposta três: “Honestamente é possível. A dificuldade pode ser ou por parte do educador e/ou da estrutura da escola”. Resposta quarto: “Falta de material e sala cheia”. Resposta cinco: “As dificuldades são muitas. Os alunos não têm o mesmo nível dentro da mesma sala; o currículo a ser seguido é muito gramatical e não sobra tempo”. Resposta seis: “A principal dificuldade são as turmas cheias”. Na pergunta posterior, os professores foram questionados se eles se sentem preparados para o ensino da pronúncia do inglês. Foi dada uma escala de 0 a 5, onde 0 é de modo nenhum e 5 é completamente. As respostas foram: o número 5 (completamente) foi marcado por três professores, o número 4 por três professores. Os demais números não foram marcados. Na última pergunta, questiona-se a opinião sobre a abordagem do ensino de pronúncia por parte do livro didático, as respostas obtidas foram: Resposta um: “Ainda precisa evoluir, mas alguns autores estão bem encaminhados”. Resposta dois: “Muito fraca”. Resposta três: “O livro não apresenta base alguma para o exercício da pronúncia, não apresenta exemplos, exercícios e nem cita atividades relacionadas à pronúncia”. Resposta quatro: “Pobre, só contém repetições pelo CD”. Resposta cinco: “O livro não tem exercícios de prática explícita de pronúncia, mas tem diálogos e exercícios no CD que podem ser usados pelo professor para tal fim”. Resposta seis: “Muito pobre”. 4.3.2 Resultados 35 Podemos inferir, dos dados coletados nas duas primeiras perguntas, que o que se considera mais importante pelos professores num contexto ideal de ensino, de acordo com a questão um (pronúncia), é a área que menos se prioriza na prática docente nas salas de aula. E o que menos se priorizaria no contexto ideal (gramática) é o que é mais priorizado no contexto real. Dessa forma, temos um conflito de prioridades. Essa diferença do contexto ideal para o contexto real foi explicada pelos professores na questão 2.1. Os professores alegam que o que ocasiona essa diferença é, principalmente, a quantidade de alunos nas turmas, a falta de nivelamento dos alunos, a exigência de um currículo gramatical e a falta de materiais para listening. Dois professores marcaram a mesma hierarquia, um alegou ser possível a coerência. Os professores, na sua maioria, responderam ser muito importante o ensino da pronúncia em sala de aula, o que demonstra uma preocupação por parte dos docentes, muito embora não priorizando a área em sua prática por conta das dificuldades citadas, há a preocupação. Todos responderam que os alunos gostariam de momentos de ensino de pronúncia, o que também reflete no trabalho desses professores. Ao serem questionados a respeito da possibilidade de se ensinar pronúncia na sala de aula da rede pública, cinco dos seis professores marcaram a opção que sinaliza a metade, entre impossível e completamente possível, enquanto um considerou completamente possível. Para ilustrar essas dificuldades, os professores citaram, principalmente, as turmas cheias, o desnivelamento, o currículo muito gramatical, o tempo e a falta de materiais. Em relação a se sentirem preparados para ensinar a pronúncia do inglês para os alunos, os professores disseram que sim, estão preparados. Três marcaram a opção 5 (totalmente) e três marcaram a opção 4. O que demonstra que se sentem preparados a ensinar aos alunos a pronúncia, muito embora se deparem com muitas dificuldades ao longo do processo de ensino. A opinião dos professores em relação à abordagem do livro didático em questão é que o livro é fraco, pobre, não enseja atividades concernentes à pronúncia nem conta com suporte para isso. Podemos, então, concluir que há professores que se preocupam com o ensinar, o praticar desse subitem da língua estrangeira com vistas a atingir um padrão compreensível por parte do seu aluno, mas, são, de certa forma, impedidos 36 de fazer um trabalho mais dedicado nesse aspecto pela falta de condições propícias para se desenvolver habilidades tão importantes na formação de um falante. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37 A pronúncia da língua estrangeira é, sem dúvida, um item essencial para se ensinar a um aluno de LE. A formação de um falante considerado competente na comunicação tramita por áreas como essa. O ensino da pronúncia é peça-chave da comunicação, como já foi dito. Entretanto, esse aspecto tão importante é deixado de lado, como vimos, até pelos documentos oficiais que norteiam o que deve ser ensinado em todo o país. Com a finalidade de melhor entendimento, volvemos às perguntas de pesquisa para elucidá-las. Como se dá o ensino da pronúncia da língua inglesa na rede de ensino público do Distrito Federal? Os aspectos de ensino da pronúncia são dificultados por limitações em todo o processo. O tempo destinado às aulas, a quantidade de alunos em sala, a falta de incentivo dos PCNs, o material didático com pouco ensejo são fatores que limitam o ensino de pronúncia. O livro didático utilizado trabalha a pronúncia como tópico prioritário? A pronúncia no livro não tem enfoque satisfatório. Embora tenha partes destinadas à prática, não incentiva o professor a aprofundar o tema em sala de aula. Qual a opinião dos professores que atuam no ensino da pronúncia nesse contexto? Os professores, em sua maioria, acreditam que o ensino de pronúncia nesse contexto precisa ser melhorado, o sistema como um todo não favorece a excelência no ensino de pronúncia. No livro didático utilizado pelos alunos e professores do nono ano do ensino fundamental da rede pública do Distrito Federal o ensino da pronúncia é limitado às atividades gerais, como exercícios de repetição e entonação, não havendo, no material disponibilizado aos alunos, o ensino específico de sons da língua inglesa, e no material destinado aos professores, não há incentivo do uso das aulas para esse fim, mostrando que ainda não é um tema que é considerado prioridade no sistema de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira. No contexto específico dos docentes dessa pesquisa - que de certa forma foi limitada, uma vez que a constatação do que os professores dizem, não necessariamente coincide com o que eles põem em prática - as salas de aula não têm propiciado aos alunos o ensino de pronúncia de modo satisfatório do ponto de vista da maioria dos professores e as dificuldades que obstaculizam o ensino satisfatório dessa área é demonstrado pelos professores como sendo a organização do sistema, que permite turmas cheias e desniveladas, exige um currículo extenso gramaticalmente, não sobrando tempo para o desenvolvimento de outras 38 habilidades. O esforço de alguns professores é visível no que tange ao desenvolvimento dessa habilidade, entretanto, não depende apenas do docente, mas de todo um sistema que deve ser propício ao ensino de pronúncia da língua inglesa. O que acontece no ambiente da sala de aula é a linha de frente de um sistema organizado que é muito maior, que começa nas intenções de um programa governamental. A organização responsável pela definição de objetivos e currículos do ensino fundamental se pauta em justificativas que excluem a priorização do ensino de pronúncia, como foi citado nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Entretanto, esse viés de teoria não vai de acordo com autores como Alves (2001), Flege (2005), Silveira (2002), Zimmer, Alves e Silveira (2009), entre outros, que defendem um olhar maior para essa área. É fato que se as aulas de inglês da escola regular exigissem um maior estudo dessa área, a formação dos alunos entraria em um patamar diferente, que possibilitaria o desenvolvimento pleno desses aprendizes e ensejaria uma mudança mais satisfatória na fluência dos mesmo e na sua formação como um todo. REFERÊNCIAS 39 ALVES, Magro. Raising awareness of L2 phonology - explicit instruction and the acquisition of aspirated p by Brazilian Portuguese speakers, 2001. Disponível em : <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/9746/6672>. Acesso em 2 de outubro de 2012. ALVES, Ubiratã Kickhöfel; BAUER, Daniela de Almeida. O ensino comunicativo de pronúncia nas aulas de inglês (L2) para aprendizes brasileiros: análise de um livro didático. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em <http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/view/29>. Acesso em 22 de outubro de 2012. ANSARY, H.: BABAII, E. Universal Characteristics of EFL/ESL Textbooks: A Step Towards Systematic Textbook Evaluatio, 2002. Disponível em: <http://iteslj.org/Articles/Ansary-Textbooks/>. Acesso em 3 de outubro de 2012. BARBO, Maria Aparecida de Castro. Influencia das crenças do professor de língua inglesa sobre o aprendizado. 2008. Disponível em: <http://www.cce.ufsc.br/~clafpl/23_MariaACastro_Barbo.pdf>. Acesso em 13 de Janeiro de 2013. BARRETO, Fernanda; ALVES, Ubiratã Kickhöfel. Como inserir o ensino comunicativo de pronúncia na sala de aula de L2. Porto Alegre, 2009. Disponível em <http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=4ocyKLIIhJ8C&oi=fnd&pg=PA173&dq=+BARRETO,+Fernanda%3B+ALV ES,+Ubirat%C3%A3+Kickh%C3%B6fel.+Como+inserir+o+ensino+comunicativo+de+ pron%C3%BAncia+na+sala+de+aula+de+L2.+&ots=1AutRokyQq&sig=t45nDQHA9t HR6L13TQ0lvqG6bP4#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 23 de Outubro de 2012. BRASIL. Lei n. 9394 de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> acesso em 22 de outubro de 2012. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais de língua estrangeira moderna inglês. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivis/pdf/pcn_estrangeira.pdf> acesso em 21 de outubro de 2012. BYRD, P. Textbooks: Evaluation for Selection and Analysis for Implementation. 2000. Disponível em <http://people.uwec.edu/cumminad/methods/handouts/textbooks_byrd.pdf> Acesso em 24 de Maio de 2012. FLEGE, James E. Origins and development of the speech Learning Model. 1st ASA Workshop on L2 Speech Learning, Vancouver, BC, 2005. Disponível em: <http://jimflege.com/files/Vancouver_April_2005.pdf>. Acesso em 20 de outubro de 2012. GARBUIO, Luciene Maria, Revelação e origens de crenças da competencia implicita de professores de lingua inglesa. Universidade Estadual de Campinas, 2005. Disponível em: 40 <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000386243&fd=y>. Acesso em 27 de setembro de 2012. JENKINS, Jennifer. English as a Lingua Franca. 2008. Disponível em: <http://www.jacet.org/2008convention/JACET2008_keynote_jenkins.pdf>. acesso em 24 de setembro de 2012. KIM, D.; HALL, J. K. . The role of an interactive book reading program in the development of second language pragmatic competence. Modern Language Journal, 2002. SANTOS, Denise; MARQUES, Amadeu. Links, English for Teens: Nono ano: Manual do professor. Editora Ática, 1 ed. São Paulo, 2009. SAPUCAIA, Michele. Aquisição e Aprendizado: dois processos no Ensino de uma Segunda. Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/CCL/projeto_todasasletras/inici e/MicheleSapucaia.pdf>. Acesso em 2 de novembro de 2012. SCHÜTZ, Ricardo. Assimilação natural x ensino formal: English Made in Brasil. Disponível em <http://www.sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em 4 de setembro 2012. SILVEIRA, Roseane. Pronunciation instruction Classroom practice and empirical research, 2002. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/49196214/2pronunciation-instruction-classroom-pracitce-and-empirical-research>. Acesso em 23 de setembro de 2012. STEINBERG, Martha. Pronúncia do Inglês norte-americano. São Paulo. Editora Ática 1985. THORNBURY, Scott. A Dogma for EFL. 2000. Disponível em: <http://www.thornburyscott.com/tu/sources.htm>. Acesso em 5 de setembro de 2012. VILLANI, Fábio Luís. O Efeito Das Crenças Dos Professores De Língua Inglesa Na Escola Pública, 2009. Disponível em: <http://www.metodista.br/ppc/multiplasleituras/multiplas-leituras-02/o-efeito-das-crencas-dos-professores-de-lingua-inglesana-escola-publica#id6>. Acesso em 26 de janeiro de 2013. ZAKARIA, Fareed. O mundo pós- Americano. São Paulo, Companhia das letras, 2008. ZIMMER, Márcia Cristina; SILVEIRA, Rosane; ALVES, Ubiratã Kickhöfel. Pronunciation instruction for Brazilians: bringing theory and practice together. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing, 2009. Disponível em: <http://www.c-sp.org/flyers/978-1-4438-0346-5-sample.pdf>. Acesso em 12 de setembro de 2012. 41 APÊNDICES 42 QUESTIONÁRIO Esse questionário faz parte da pesquisa de campo do Trabalho de Conclusão de Curso de Pósgraduação Lato Sensu em Língua Inglesa pela Universidade Católica de Brasília e tem por objetivo conhecer e estudar o ensino dos sons da língua inglesa na escola pública regular do DF. Peço-lhes para que respondam calmamente e com sinceridade, pois os dados são sigilosos e contribuirão para a pesquisa. Obrigado. 1. Qual seria, na sua opinião, a hierarquia correta das áreas abaixo em um contexto ideal para o ensino de línguas? 1. ( 2. ( 3. ( 4. ( 5. ( 6. ( 7. ( ) Gramática ) Vocabulário ) Leitura ) Compreensão oral (listening) ) Produção oral ) Pronúncia ) Produção escrita 2. Qual a hierarquia que de fato é priorizada na sua aula? 1. ( 2. ( 3. ( 4. ( 5. ( 6. ( 7. ( ) Gramática ) Vocabulário ) Leitura ) Compreensão oral (listening) ) Produção oral ) Pronúncia ) Produção escrita 2.1 Se houve diferença entre a hierarquia ideal e a que de fato acontece na sala de aula, o que você acha que ocasiona essa diferença? O que poderia ser feito para que fosse possível utilizar sua hierarquia ideal na sala de aula de inglês na rede pública? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _______________ 3. Qual a sua opinião sobre o ensino da pronúncia em sala de aula? Sem importância 0 1 2 3 4 5 Muito importante 3.1 Você acha que os alunos da rede pública gostariam de aulas ou momentos de aula sobre a pronúncia? 43 __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _____________ 4. É possível ensinar a pronúncia na sala de aula da rede pública? Completamente impossível 0 1 2 3 4 5 completamente possível 4.1 Quais são as dificuldades? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ______________ 5. Você se sente preparado para ensinar a pronúncia do inglês a seus alunos? De modo nenhum 0 1 2 3 4 5 completamente 6. Qual a sua opinião sobre a abordagem do ensino de pronúncia por parte do livro didático usado na sua escola? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ______________ 44 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Desde logo fica garantido o sigilo das informações. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: O ENSINO DOS SONS DA LÍNGUA INGLESA NO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL Pesquisador Responsável: TÚLIO OLIVEIRA FREIRE Esse trabalho visa a estudar a importância do ensino dos sons da língua inglesa dentro das salas de aula e mais especificamente como esse processo se dá no contexto do nono ano de ensino fundamental da rede pública de ensino no Distrito Federal. Para isso, foi analisado o livro didático usado nessa etapa do seguimento de ensino. Essa análise foi feita por um apanhado geral do livro didático, como aconselhado por Byrd (2000), seguido de uma análise da abordagem dos aspectos de ensino dos sons e da pronúncia contidos no material usado pelos alunos e no guia usado pelos professores. Foi, ainda, realizado um questionário com os professores que atuam nesse contexto, com o intuito de checar a opinião deles, e entender o processo como um todo. O participante vai responder ao questionário. CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu, _________________________________, ____________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo _____________________________________________ , como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador ______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido o sigilo das informações e que posso retirar meu consentimento a qualquer momento. Brasília, dezembro de 2012 45 Nome: ____________________________________ Assinatura do sujeito: ____________________________________