CLASSICISMO EM PORTUGAL
1527- 1580
Introdução : volta de Sá de Miranda
da Itália. (Medidas novas)
CONTEXTO HISTÓRICO
• Grandes navegações
• Descobertas marítimas
• Renascimento
• Antropocentrismo
CARACTERíSTICAS DO CLASSICISMO
1. Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da
antiguidade, valorizando, além do soneto, as epopéias.
2. Uso da mitologia
Os deuses e as musas, inspiradores dos clássicos gregos e
latinos, aparecem também nos clássicos renascentistas.
Por exemplo, em Os Lusíadas, Vênus (a deusa do amor) e
Marte (o deus da guerra) protegem os portugueses nas
suas conquistas marítimas, ao passo que Baco (o deus do
vinho) tenta atrapalhá-Ias e destruí-Ias.
3. Predomínio da razão sobre os sentimentos
A linguagem clássica não é subjetiva nem impregnada de
sentimentalismo e de figuras, porque procura filtrar, através
da razão, todos os dados fornecidos pela natureza e, desta
forma, expressar verdades universais.
4. Uso de uma linguagem sóbria, sem excessos de figuras
literárias.
5. Idealismo: busca da perfeição estética, da pureza das
formas e dos ideais de beleza.
Os clássicos abordam como tema o homem ideal, liberto de
suas necessidades diárias, comuns. Os personagens centrais
das epopéias são apresentados como seres superiores
verdadeiros semideuses, sem defeitos.
Por exemplo, Vasco da Gama, em Os Lusíadas.
6. Amor platônico
Os poetas clássicos revivem a idéia de PIatão de que o amor
deve ser sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico.
7. Busca da universalidade e impessoalidade
Luís Vaz de Camões
Luís Vaz de Camões(1524 ? 1580) é, sem dúvida, a maior
figura do período clássico.
Camões teve uma vida bastante
conturbada. Combateu como
soldado na África, onde perdeu
o olho direito. Retornou então a
Portugal e, após envolver-se
numa disputa, foi preso, só
conseguindo perdão ao
concordar em ir para a Índia.
Ao finalmente regressar a
Portugal, publica, em 1572 Os
Lusíadas. Alguns anos depois,
morreu na miséria.
PRODUÇÃO LITERÁRIA
Camões foi poeta lírico e épico.
Camões como poeta lírico, escreveu cerca de 300 sonetos
de notável valor artístico - todos humanos, profundos,
elegantes.
Usou as medidas :
Medida velha – redondilha maior
Temas : - amor associado a paisagem bucólica
- saudade
- Injustiças do mundo
Medida nova – decassílabo ( sonetos, éclogas, odes,
elegias..)
Temas : - amor platônico
- mudanças , transformações ( a natureza e o
homem estão sujeitos a mudanças. )
“Os
Lusíadas” Luís Vaz de
Camões
Publicado em 1572, sob a
proteção do Rei D. Sebastião , o
poema épico Os Lusíadas tem como
assunto central a viagem de Vasco
da Gama às Índias (1497-1498). O
navegador , mais que um herói
individual, é o porta-voz e símbolo
de toda a nacionalidade portuguesa,
exaltando as conquistas
ultramarinas, os novos reinos da
Ásia, África e América, impregnado
tanto dos ideais expansionistas da
Monarquia Lusitana, como dos
ideais de expansão da fé católica.
Estrutura Formal de OS LUSÍADAS:
•Os versos : O poema totaliza 8.816 versos
decassílabos(medida nova) .
•As estrofes: O poema compõe-se de 1.102 estrofes ou
estâncias, cada uma delas contém regularmente 8 versos ,
são portanto oitavas. A disposição das rimas obedece ao
esquema ABABABCC.
•Os cantos: O poema divide-se em 10 cantos, cada canto
contém em média 110 estrofes. O canto mais curto é o III
canto, com 87 estrofes; o canto mais longo é o X , com 156
estrofes.
Canto I - A narração se inicia com a frota portuguesa em
pleno oceano Índico, portanto , já no meio da viagem.
Canto II – Narra a viagem de Mombaça a Melinde . Mais uma
vez , Baco tenta destruir a frota portuguesa , que é salva pela
interferência de Vênus.
Canto III – Vasco da Gama inicia aqui a narração da História
de Portugal.
Canto IV – Vasco conta ao rei de Melinde a história da
Segunda disnastia , que reinou desde a Revolução de Avis
até a partida de sua frota para o Oriente, já no governo de D.
Manuel.
Canto V – Ainda em Melinde , Vasco relata a viagem de
Portugal ao Canal de Moçambique, no Índico.São vários
obstáculos , doenças , fenômenos naturais e o Gigante
Adamastor.
Canto VI – Os portugueses partem de Melinde em direção a
Calicute, na Índia.Baco e Netuno armam uma violenta
tempestade e mais um vez Vênus salva os lusitanos.
Canto VII – Há neste Canto uma descrição da Índia e os
primeiros contatos com os mouros.
Canto VIII – Continua o relato dos acontecimentos na Índia,
com referência ao comércio e a problemas com os mouros.
Canto IX – Relato dos últimos acontecimentos na Índia.
Navios vindos de Meca ameaçam destruir os
portugueses.Vasco apressa a partida .Os navegadores tem
como prêmio a Ilha dos Amores, ( das Ninfas) .
Canto X – Descrição da Ilha dos Amores e dos favores
recebidos das ninfas.Há ainda uma descrição do universo e
a exaltação dos feitos portugueses. Regresso a Lisboa.
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
1
Estrutura da Epopéia
Proposição – É a apresentação do poema.
Invocação – O poeta pede inspiração às ninfas do rio Tejo .
Dedicatória – O poema é dedicado ao rei D. Sebastião .
Narração – O poeta desenvolve o tema contando os episódios
da viagem de Vasco da Gama e a história de Portugal.
Epílogo – é a parte final, Camões mostra-se angustiado ,
abatido com a Pátria .
Download

Classicismo