FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ALEGRE
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
EUFRÂNIO LUCINDO JUNIOR
MARLICE MARÍLIA CUSTÓDIO SUHETT
A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE NOS ANOS FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL, EM ESCOLAS DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO,
NO MUNICIPIO DE ALEGRE
ALEGRE
2014
EUFRÂNIO LUCINDO JUNIOR
MARLICE MARÍLIA CUSTÓDIO SUHETT
A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE NOS ANOS FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL, EM ESCOLAS DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL DO ESTADO DO ESPIRITO
SANTO, NO MUNICIPIO DE ALEGRE
Monografia apresentada ao curso de
Pedagogia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Alegre, como
requisito parcial para obtenção do título
de Pedagogo, na área da Educação,
com foco na distorção idade/série sob a
orientação da Profª. Rita de Cássia
Furtado Torres.
ALEGRE
2014
Aos nossos familiares que se mantiveram presentes durante
toda esta conquista em nossas vidas.
Dedico
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à vida, me guiando pelo caminho
certo durante a graduação e me abençoado com a presença persistente de pessoas
que me foram suporte.
Aos meus pais Eufrânio Lucindo e Noelia Maria Lucindo, pelo apoio e confiança
depositados em mim, fundamentais na construção do meu conhecimento como
profissional.
As minhas irmãs Simone, Sirlene e Shirley, pelo incentivo, companheirismo e
cumplicidade durante toda minha caminhada acadêmica.
Aos meus sobrinhos Lara, Diego e Nayara que contribuíram de alguma forma nessa
minha grande jornada.
Aos meus professores que me acompanharam, aconselharam e estiveram presentes
durante esse período de graduação e me transmitiram ensinamentos para vida
pessoal e profissional.
À minha turma pela amizade, auxílio, risadas, momentos de estudos e
principalmente pelos momentos de descontração, em especial à Edna Jovelino
Ramos Silva, Luciana de Andrade, Thaynara Moreira de Assis Lobato e, minha fiel
companheira, Marlice Marília Custódio Suhett.
Ao meu grande e incomparável amigo Guilherme de Resende Camara pela atenção,
aprendizado, paciência, auxílio e incentivo durante minha jornada acadêmica.
Aos meus amigos Kamyla Vaillant, Amanda Tristão Meneguelli, Kayque Meneguelli,
Lara Rodrigues Moreira, Maria das Graças Jorge, Onofre Augusto Miranda, Jaimel
de Oliveira Lima, Luiz Carlos, Anderson Luiz Kruger, Wellington Ronildo Clarindo,
Lorena de Castro Campos, Vivian Mainardi, Thayz Guimarães e Fabrício Buffon pela
amizade, apoio e incentivo dado, mesmos nas conversas mais descontraídas.
E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para este momento!
Agradeço – Eufrânio Lucindo Junior
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente а Deus, por ter me dado saúde е força pаrа superar as
dificuldades encontradas durante esta caminhada.
Ao meu amigo, companheiro de trabalhos е irmão na amizade, Eufrânio Lucindo
Junior, qυе fez parte da minha formação е vai continuar presente em minha vida,
com certeza.
A pessoa com quem аmо partilhar а vida, Nycolas Martins. Obrigada pelo carinho,
pela paciência е por sua capacidade dê me trazer paz na correria de cada semestre.
A minha filha Luisa Martins por existir, por estar ao meu lado iluminando todos os
meus dias, minha razão de buscar um futuro melhor.
Aos meus pais, Udson Suhett, Marli Suhett e irmãos, Marlison Suhett, Unison Suhett
com quem pude contar, com muito carinho e amor.
Agradeço também a minha segunda mãe, Maria Aparecida, e minha Amiga/irmã
Flaviane Vieira, pela torcida sempre fiel.
Agradeço a minha sogra Leila Martins e minha cunhada Nicoly Martins pela ajuda
com minha filha para chegar ao final desta jornada.
A todos os professores que me acompanharam durante a graduação.
Aos meus companheiros de turma com os quais convivi ao longo desses quatro
anos, em especial, ao meu eterno grupo Thaynara, Edna, Luciana e Eufrânio, as
experiências compartilhadas com vocês jamais serão esquecidas.
Obrigada a todas as pessoas que contribuíram para meu crescimento como pessoa.
Sentirei saudades!
Agradeço - Marlice Marília Custódio Suhett
A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a
preparação para a vida, é a própria vida.
John Dewey
RESUMO
O conhecimento produzido e acumulado pelo educando nos contextos social e
político, assume importância em sua formação como sujeito. O aprimoramento do
saber, da socialização e da indução ao conhecimento, inicia-se no ambiente escolar.
A presença do educando na escola durante sua formação é de grande importância
para que o mesmo desenvolva suas capacidades intelectuais, tornando-se
autônomo e crítico diante da sociedade. A aprendizagem no ambiente escolar é a
identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos. A
ausência ou a pouca aprendizagem pode levar o aluno à reprovação ou abandono
da escola. Quando a reprovação acontece seguidamente, ocorre a defasagem ou
distorção idade/série. Nessas condições, o educando continua em processo de
estudos, mas com defasagem em relação à idade considerada adequada para cada
ano de escolaridade. Verifica-se casos em que o aluno abandona o ambiente
escolar para suprir a renda familiar ou cuidar de irmãos mais novos, ocasionando a
evasão escolar cada vez mais cedo. O presente trabalho teve como principal
objetivo verificar, em escolas da rede estadual de ensino, os principais fatores que
acarretam a distorção idade/série dos alunos. Para o desenvolvimento deste, fez-se
uso de questionário fechado, aplicado aos alunos em situação de distorção
idade/série, em cinco escolas da rede pública estadual de ensino, localizadas no
município de Alegre (ES). Os questionários visavam captar, através das respostas
obtidas, as variáveis intervenientes ao aumento dos índices de distorção idade/série
nos anos finais do ensino fundamental. Através do proposto, verificou-se alta
prevalência nos índices de faltas contínuas por desinteresse nos estudos e mudança
familiar, como principais causadores da distorção idade/série
entrevistados nas escolas campo.
Palavras chave: Aprendizagem. Distorção idade/série. Evasão escolar.
dos alunos
ABSTRACT
The knowledge produced and accumulated by educating the social and political
contexts, assumes significance in its formation as a subject. The improvement of
knowledge, socialization and induction to knowledge begins in the school
environment. The student's presence in school during their training is very important
for it to develop their intellectual abilities, becoming autonomous and critical to
society. The learning in the school environment is the identity and the clear
relationship with what mold empirical knowledge. The absence or little learning can
lead the student to failure or dropping out of school. When failure happens then,
there is a lag or distortion age / grade. Under these conditions, the student still in the
process of studies, but with a lag with respect to age deemed appropriate for each
grade. There are cases where the student leaves the school environment to meet the
family income or take care of younger siblings, causing truancy at an earlier age.
This study aimed to verify, in the state schools schools, the main factors that lead to
distortion age / grade students. To develop this, made use of closed questionnaire
administered to students in a situation of age / grade distortion in five schools of the
state of public education, located in the municipality of Alegre (ES). The
questionnaires were designed to capture, through the replies, intervening variables to
increased rates of age / grade distortion in the final years of elementary school.
Through the proposed, there was a high prevalence in the rates of continuous
absence due to disinterest in studies and family change, as main factors of age /
grade distortion of the interviewed students in schools field.
Keywords: Learning. Age / grade distortion. Truancy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10
2 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM NA VIDA DO EDUCANDO..................12
2.1 A APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR...............................................14
3 CONCEITOS DE DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE.......................................................18
3.1 DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE: CONCEITUANDO..............................................18
3.2 VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE....................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 22
4.1 METODOLOGIA............................................................................................... 22
5 CONCLUSÃO......................................................................................................... 37
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................38
APÊNDICE................................................................................................................. 41
10
1 INTRODUÇÃO
O conhecimento produzido e acumulado pelo educando nos contextos social e
político, assume importância em sua formação como sujeito. O aprimoramento do
saber, da socialização e da indução ao conhecimento inicia-se no ambiente escolar.
A presença do educando na escola durante sua formação, quando lhe é
oportunizado aprendizagens que contribuam à formação do conhecimento, é de
grande importância para que o mesmo desenvolva suas capacidades intelectuais,
tornando-se autônomo e, possivelmente, crítico diante da sociedade em que vive.
Durante o decorrer do ano letivo, o educando passa pelo processo de ensino
aprendizagem, por meio de atividades didático-pedagógicas, que levam à avaliação
destas durante sua execução em sala de aula. Ao realizar as avaliações, ao final do
ano letivo, o educando pode ser aprovado ou reprovado, de acordo com os objetivos
de aprendizagem que podem ou não terem sido alcançados.
A mudança familiar é um fenômeno que acomete a nossa sociedade, e cada vez
com maior incidência, famílias por necessidades econômicas ou outras, transferem
seu domicílio de uma cidade ou região à outra, fazendo com que o aluno muitas
vezes adaptado à uma escola, requeira sua transferência, fato que, durante o
período letivo, pode levar a dificuldade de adaptação em outras escolas, que utilizam
metodologias de ensino diferentes e um ambiente escolar diverso daquele que o
aluno estava acostumado, acarretando na aceitação na e da nova turma e, com isso,
podendo levar o aluno a uma queda no nível de seu rendimento escolar.
Alguns alunos, por necessidade, abandonam a escola para que possam, muitas
vezes, auxiliar seus familiares na renda mensal, abrindo mão da formação como
educando para se transformarem em trabalhadores. Esse abandono gera ao mesmo
um atraso na vida escolar, acarretando ao desinteresse em frequentar o ambiente
educacional.
Para o desenvolvimento desta pesquisa levantou-se o seguinte problema: ‘quais
situações vivenciadas pelos alunos das escolas: Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Sirena Rezende Fonseca; Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Oscar de Almeida Gama; Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Ana Monteiro de Paiva”; Escola Estadual de Ensino
11
Fundamental e Médio “Profª Célia Teixeira do Carmo” e; a Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio “José Corrente”, tem contribuído para que ocorra a
distorção idade/ série nas séries finais do Ensino Fundamental?’
Como objetivo geral da pesquisa buscou-se, através do conhecimento das diversas
situações que interferem no cotidiano da vida escolar desses alunos, elencar as
variáveis que mais direcionam os alunos à distorção idade/série, para tal, no
primeiro momento buscou-se conhecer a importância da aprendizagem adquirida na
escola para a vida do sujeito enquanto cidadão.
No segundo momento, buscou-se conceituar o que seja distorção idade/série de
forma a oportunizar melhor compreensão ao leitor sobre um fenômeno tão comum
na escola atualmente.
Na sequência, procurou-se conhecer, através da pesquisa bibliográfica, que
variáveis vem influenciando a ocorrência da distorção idade/série, identificando entre
eles, segundo a fala de autores como Vygotsky, Fornari e Piletti, a desistência e a
reprovação.
No desenvolvimento da pesquisa utilizou-se como metodologia a pesquisa de
campo, através da seleção, nas escolas da rede estadual de ensino, que ofertam o
Ensino Fundamental no município de Alegre/ES, alunos que apresentavam distorção
idade/série, aplicando aos mesmos um questionário estruturado por perguntas
fechadas, pretendendo-se conhecer o motivo causador da defasagem dos mesmos.
Do questionário aplicado aos alunos em defasagem, foi feita uma análise das
respostas cujo resultado encontra-se em gráficos, acompanhados por sua
interpretação, identificando as variáveis que mais contribuíram para a distorção
idade/série nas escolas campo.
12
2 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM NA VIDA DO EDUCANDO
Hamze (2013) nos mostra que a aprendizagem se constitui em um processo de
sucessivas mudanças de comportamento, obtido através das experiências
construídas por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais.
Alexandre (2010) leva a entender que a necessidade do processo de aprendizagem
é algo intrínseco em qualquer indivíduo, ocorrendo durante toda a vida do mesmo,
desde a infância até a velhice, não levando em consideração o grau de capacidade
ou de dificuldade que este apresente. Essa necessidade deve ser estimulada com
sabedoria e precisão, considerando o ambiente escolar, familiar e social, que são,
sem dúvida, os lugares onde esse processo ocorre com mais satisfação e precisão,
pois o indivíduo constrói seu saber cotidiano ao observar as pequenas coisas com
as quais convive nesses ambientes. A aprendizagem está diretamente integrada
com o desenvolvimento cognitivo.
Ainda citando Alexandre (2010), a aprendizagem corresponde a mudanças de
comportamento ocasionadas devido às experiências diárias, tendo como principal
objeto a aquisição de alguma habilidade ou competência. É um processo que
proporciona ao indivíduo a assimilação de determinados conhecimentos e modos de
ação, tanto física quanto mental, organizados e orientados no processo de ensino
aprendizagem.
Piletti (1993) orienta ser a aprendizagem um processo contínuo, que ocorre durante
toda evolução da vida. Crescemos e desenvolvemos na medida em que estivermos
abertos a novos conhecimentos, na medida em que nos encontrarmos dispostos a
modificar nossas opiniões, nossas crenças e nossas convicções. Se estagnarmos
em ideias, sem disposição para debatê-las e para modificá-las, permaneceremos
inertes no tempo.
A aprendizagem é a mudança de comportamento provocada pela experiência de
outro ser humano e não meramente pela experiência própria e prática em si, ou pela
repetição ou associação automática de estímulos e respostas (FONSECA, 1998).
13
De acordo com Santos (2006), é pela aprendizagem que o Homem se afirma como
ser pensante/racional, constrói sua personalidade e se prepara para cumprir o papel
que lhe foi reservado na sociedade a qual pertence.
Bertoldo (2010) afirma estar à importância da aprendizagem associada à
dependência de formação do cognitivo de cada ser, o que ocorre de forma gradativa.
Seu desenvolvimento está associado ao meio de vivência ou da importância a que
se é dada a sua formação. A eficiência da aprendizagem está, na íntegra, ligada à
existência de problemas, que com o tempo vão surgindo na vida do aprendiz,
acarretando uma situação de insegurança, que pode resultar em fracasso ou
dificuldades no processo da aprendizagem. Pelo medo de fracassar, o educando
busca cada vez mais se superar em relação aos seus métodos de resolução de
problemas.
A aprendizagem depende de inúmeras condições, que frequentemente atuam
interligadas,
como:
idade,
ambiente
sociocultural,
experiências
anteriores,
necessidades, comportamentos, condições ambientais, entre outros. Cada fator
citado torna-se fundamental para que a aprendizagem seja eficaz (BERTOLDO,
2010).
Segundo Torres (2005), o objetivo de continuar a aprender vai além do que
sabemos, não se tratando apenas de transmitir determinados conhecimentos,
exigidos hoje em cada cultura, para satisfazer as necessidades básicas, mas de
expandir/ampliar a capacidade de aprender/assimilar mediante
à múltiplos
processos de experiências, oferecendo-se desenvolvimentos básicos para o
aumento da capacidade de autoaprendizagem ou de busca sistemática de
conhecimentos.
Ainda segundo Torres (2005), a reflexão sobre a própria aprendizagem, contribui
para tomar consciência das estratégias e dos estilos cognitivos individuais,
reconstruir os itinerários seguidos, identificar as dificuldades encontradas, assim
como os pontos de apoio que permitem avançar. Todos esses fatores são parte
substancial do aprender e da possibilidade de aprimorar a própria aprendizagem.
Aprender, segundo Brougère (2012), oportuniza ao indivíduo ingressar no mundo
social e dominar os códigos, sendo verdade para família, para o mundo cotidiano,
para o ambiente escolar e para o mundo científico. O aprendizado é situado, mas
14
pode oferecer métodos para apoio, desenvolvendo performances em novas esferas.
A aprendizagem está presente em todos os lugares, mas, geralmente, é pouco
visível.
Augusti (2008) nos mostra que a aprendizagem não é apenas entendida como um
resultado de somatizações didáticas e pedagógicas, mas também cabe a ela os
fatores tempo e espaço, onde ambos ocupam lugar significativo em relação à
aprendizagem. Aprender resulta da interação entre estruturas mentais e o meio de
vivência (HAMZE, 2013).
Segundo Vygotsky (2007), quando o aprendizado está adequadamente organizado,
proporciona o desenvolvimento mental e coloca em movimento vários processos de
desenvolvimento que seriam impossíveis de acontecer. Gama (2012) afirma que “a
aprendizagem é a apropriação feita pelo indivíduo de informações e conhecimentos
por conta da interação com o meio em que vive”.
2.1 A APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR
Castro (1998) orienta que um cidadão, para atuar de forma responsável e crítica na
construção de uma sociedade democrática, deve possuir um perfil de qualificação no
desenvolvimento cognitivo, emocional e afetivo, ser decisivo em sua inserção social
e no mundo do mercado de trabalho. Para que esse processo ocorra, é de grande
importância uma formação ética e solidária, desenvolvendo a capacidade de
resolver problemas, selecionar e processar informações com autonomia e raciocínio
crítico. Assim, destacamos a educação e a aprendizagem como uma das prioridades
essenciais no processo de formação do sujeito, sendo uma das principais
responsáveis pela sua inclusão na sociedade (CASTRO, 1998).
A escola na contemporaneidade, segundo Augusti (2008), é o ambiente onde
acontece, com êxito, o acontecer pedagógico e didático da aprendizagem. Sendo
assim, é necessário que haja a compreensão de como ocorre e o que caracteriza
essa aprendizagem dentro desse espaço regado de conflitos e de relações de poder
que é a sociedade.
15
O que leva a caracterização e a efetivação da aprendizagem na escola é justamente
a identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos, como
os de cunho racional dedutivos. A aprendizagem escolar está ligada a efetivação
espontânea da capacidade de expressar e argumentar formas dialéticas do proposto
em ambas as partes envolvidas, educador e educando (AUGUSTI, 2008).
Para garantir a todos os educandos uma efetiva igualdade de oportunidade para
aprender, Davis e Oliveira (1990) afirmam que a escola que se considera
democrática deve atender a diversificação de sua clientela, considerando as
experiências de vida e as características psicológicas e socioculturais dos
educandos que atende, levando a busca de uma adequação pedagógica - didática à
sua clientela, tornando possível um processo de aprendizagem realmente
significativo. Consideram que quanto mais informações os educadores tiverem sobre
o processo de aprendizagem dos conteúdos escolares, maiores serão as chances
de melhoria das práticas pedagógicas.
A motivação, segundo Piletti (1993), é um fator fundamental no processo de
aprendizagem; sem motivação não há uma aprendizagem satisfatória. Pode ocorrer
aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem outros recursos, mas
mesmo que todos esses recursos estejam presentes no processo, se não houver
motivação, não haverá aprendizagem.
Do preparo do consciente até o amadurecimento de ideias, Augusti (2008, p. 5) nos
leva a entender que:
A aprendizagem se torna uma característica no ambiente escolar, surgindo
uma paisagem horizontal de decisões e de um esforço contínuo para a
contribuição da escola para com a sociedade em que se encontra inserida,
ou seja, o aluno está inserido em um processo de intensidade científicocultural, em que mais cedo ou mais tarde, esse contexto irá se tornar
propriedade ou capital comum, sujeito à crítica e à reconstrução conceitual.
Para Davis e Oliveira (1990), a interação entre professores/alunos e/ou
alunos/professores é fundamental para aprendizagem, tornando-se possível a
aquisição do saber e da cultura acumulados. O aluno não aprende apenas na
escola, mas também através do convívio familiar, dos amigos, de pessoas que ele
considera significativas em sua vida, dos meios de comunicação em massa, das
experiências do cotidiano e dos movimentos sociais.
16
A relação entre professores e alunos para Piletti (1993) deve ser uma relação
dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os
alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em objetos, coisas, que o
professor possa manipular; o aluno é gente, capaz de expor suas ideias e
pensamentos, capaz de refletir e discutir determinados assuntos, assim como o
professor.
Os educadores e os educandos, segundo Fonseca (1998) podem transformar
ativamente as suas formas de pensar, comunicar e agir e, por esse processo
pedagógico interativo e intencional, modificar suas estruturas cognitivas que
observam,
analisam,
selecionam,
organizam
e
categorizam
a
informação,
desenvolvendo conceitos supra-ordinários de qualidades ou atributos concretos e
abstratos. Tais componentes sistêmicos da cognição são necessários para todas as
situações de aprendizagem, o que requer uma análise crítica e criativa para que a
informação seja retida e posteriormente reutilizada com mais eficácia.
Cenci e Costas (2010) nos leva a entender que para que as atividades escolares
(conceitos científicos) tenham sentido no aprendizado do educando, o educador
deve
levar
em
consideração
as
operações
anteriores,
a
“bagagem
de
conhecimentos” que o educando traz de seu ciclo de convívio. Quando a
aprendizagem escolar está desintegrada da aprendizagem cotidiana, os conceitos
científicos não mobilizam a estrutura cognitiva, ocasionando a não promoção do
desenvolvimento.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), o educador é visto
como facilitador no processo de busca pelo conhecimento, sendo de sua
responsabilidade organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando
suas ações às características individuais dos alunos, desenvolvendo suas
capacidades e habilidades intelectuais. É de grande importância a participação
construtiva do educando e, ao mesmo tempo, da intervenção do educador para a
aprendizagem de conteúdos específicos que favoreçam/contribuam para o
desenvolvimento das capacidades necessárias à formação do indivíduo (BRASIL,
1997).
A aprendizagem no ambiente escolar, segundo Augusti (2008), é justamente a
identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos, como
os de cunho racional dedutivos. Não se pode caracterizar a aprendizagem escolar
17
desvinculada da efetivação dinâmica da capacidade de expressão e argumentação
dialética do proposto em ambas as partes envolvidas.
Piletti (1993) nos leva a entender que o educador, além de ser o “transmissor do
conhecimento” para seu corpo estudantil, também aprende enquanto ensina, e o
educando, enquanto aprende, também ensina. O educador não é o senhor absoluto,
dono da verdade e dos educandos; os educandos são pessoas humanas, tanto
quando ele (educador), e seu desenvolvimento e sua liberdade de manifestação
precisam ser respeitados pelo educador.
Para Augusti (2008) a aprendizagem no ambiente escolar, ocorre de modo a ser
regrado e conduzido por uma didática efetiva. Mas, antes de tudo, o ambiente
escolar é o lugar onde os sujeitos possam reelaborar suas experiências, levando a
mudanças de opinião e postura, tornando-se versões melhores delas mesmas, mais
diferentes e ricas e capazes de respostas mais plurais ao meio ao qual estão
inseridas.
18
3 CONCEITOS DE DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE
3.1 DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE: CONCEITUANDO
Quando o aluno (re) ingressa na escola tardiamente ou sofre reprovação estará em
atraso escolar, ou seja, com idade superior a esperada para aquela etapa escolar. A
distorção idade/série é a proporção de alunos com mais de dois anos de atraso
escolar.
A distorção de idade/série ocorre quando o educando reprova e/ou abandona os
estudos por dois anos ou mais, acarretando a repetência de uma mesma série.
Nessas condições, o educando continua em processo de estudos, mas com
defasagem em relação à idade considerada adequada para cada ano de estudo, de
acordo com o que propõe a legislação educacional do país (QEDU, 2013). Digamos
então que a distorção nos apresenta a existência de um descompasso entre a idade
do aluno e a série cursada pelo mesmo.
Para que se saiba o nível de distorção idade/série, é realizado um cálculo a partir de
dados que são coletados no Censo Escolar, sendo que o Censo é realizado
anualmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de Educação e
com a participação assídua de todas as escolas públicas e privadas do país
(OBSERVATÓRIO JOVEM, 2014).
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) (BRASIL, 1998),
vê a defasagem idade/série como um indicador que permite avaliar o percentual de
alunos, em cada série, com idade superior à idade recomendada.
De acordo com o INEP (BRASIL, 1998), a defasagem idade/série atinge 46,7% dos
alunos do ensino fundamental e 53,9% do ensino médio. Traduzindo em números,
significa que 16,7 milhões de alunos, de um total de 35,8 milhões que estão
matriculados no ensino fundamental estão atrasados em relação aos seus estudos.
Destes 16,7 milhões, mais da metade (8,5 milhões) têm 15 anos ou mais de idade.
19
3.2 VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE
Para o INEP (BRASIL, 1998), as principais causas da distorção idade/série são a
reprovação e o abandono escolar. Outro fator que contribui para a distorção é a
"retenção" de alunos nas chamadas classes de alfabetização – um subnível de
ensino entre o pré-escolar e o ensino fundamental.
Uma das principais consequências da distorção idade/série é o baixo desempenho
dos alunos em atraso escolar quando comparados aos alunos regulares, o que pode
ser evidenciado pelos resultados inferiores aos esperados nas avaliações nacionais
do Ensino Fundamental (JUSBRASIL, 2013).
Saraiva (2014) afirma que a situação de distorção pode ser desencadeada por três
fatores principais: a repetência; a entrada tardia na escola e; o abandono e retorno
do aluno evadido, e que as mesmas representam um grave problema na educação
brasileira.
A distorção idade/série tem sido uma presença tão marcante na educação nacional,
que a legislação brasileira, dentre elas o Regimento Comum das Escolas da Rede
Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo (2010), tem buscado abrir espaços
para minimizar a mesma.
Art. 137 A unidade de ensino pode oferecer um programa especial de
estudos para educandos do ensino fundamental com atraso de, pelo menos,
dois anos na relação idade cronológica e série/ano, ciclo, etapa ou outra
modalidade de organização ou regime escolar, para que possa haver uma
correção da defasagem, ocorrendo uma melhoria no índice de distorção
idade/série do âmbito escolar (ESPÍRITO SANTO, 2010).
Para Moreira (2013), na busca da melhoria da educação básica e da qualidade da
mesma, pensando em melhor conhecer o nível da educação nacional para tentar
minimizar o problema da distorção idade/série, o Ministério da Educação (MEC)
instituiu o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que utiliza uma
medida de fluxo para avaliar as escolas, com o objetivo de melhoria nos índices
educacionais.
20
De acordo com o Ideb (Brasil, 1998), o mesmo busca reunir em um único indicador,
dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação que são o
fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
O Ideb, de acordo com Moreira (2013), nos leva a entender que o aluno, para ter um
interesse maior pelo ambiente educacional, necessita que a educação básica
oferecida seja de qualidade, para possibilitar um bom desempenho do mesmo.
Quando o aluno não encontra interesse pela educação ofertada, os níveis de
desistência e reprovação aumentam, interferindo no Índice de Desenvolvimento
Educacional.
Segundo Lopes (2010), a problemática do abandono escolar e da desistência
preocupa os educadores. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a
desistência atinge 6,9% dos alunos no Ensino Fundamental (dados de 2005). São
mais 2,9 milhões de alunos (dados de 2007) que abandonam as aulas num ano e
retornam no seguinte, elevando outro índice preocupante: o da distorção idade/série.
A reprovação e a desistência escolar, para Fornari (2010), são temas abordados
diariamente no ambiente educacional. Ambos são elementos submetidos pelo
convívio familiar, onde quanto menor for o nível de escolaridade dos pais ou
responsáveis, mais tempo o aluno permanecerá na escola. O desinteresse dos pais
pela vida escolar de seus filhos e o não acompanhamento de suas atividades
escolares são apontados como um dos principais causadores da evasão e do baixo
rendimento escolar do aluno.
Lopes (2010) aponta que o fracasso escolar continua sendo o resultado de
condições sociais dos alunos e educadores assim como das condições de trabalho
nas escolas. Muitos são os motivos que levam os alunos a deixarem os estudos,
como a necessidade de trabalho precoce, a falta de interesse pelo ambiente
educacional, dificuldades no processo ensino-aprendizagem, falta de incentivo dos
familiares, difícil acesso ao ambiente escolar, entre outros. Para que ocorra uma
diminuição desses fatores, cabe ao poder público surgir com ações que promovam a
melhoria dessa situação, através da implementação de políticas publicas.
Moreira (2013) complementa que em alguns casos de distorção idade/série o aluno
abandona o ambiente escolar para suprir a renda familiar ou cuidar de irmãos mais
novos, acarretando a evasão escolar cada vez mais cedo. Em outros casos, a
21
desestrutura familiar, a falta de proficiência do corpo docente e a oferta de um
ambiente escolar pouco atrativo contribuem para comportamentos indisciplinados,
acarretando resultados num quadro de repetências.
Segundo Expoente (2014), os alunos por ajudarem no sustento familiar através do
trabalho precoce, podem, futuramente, enfrentar sérios problemas em sua
educação, como a repetência e o atraso escolar, fato que leva o aluno a distorção
em relação aos demais da mesma idade. Tal fato gera um círculo vicioso, por ter
repetido a série, o aluno pode acabar abandonando os estudos para se dedicar de
vez ao trabalho, já que muitas vezes recai sobre ele o rótulo de “fracassado” por não
ter tido um desempenho escolar adequado.
Com relação ao ciclo vicioso entre abandono e repetência, Aplicativos, (acesso em
25 nov. 2014), acredita que no Brasil persiste no sistema educacional um ciclo
vicioso entre abandono e repetência, que levam a distorções entre idade e série
cursada que, por sua vez, levam a baixo desempenho escolar.
Fornari (2010), ao invés de se deter em martirizar a educação nacional, nos leva a
entender que a mesma possui solução clara para seus próprios problemas, pois a
solução dos mesmos, como nos casos de desistência e reprovação escolar, está a
urgência de se implementar a transformação social, pois grande parte da mesma é
influenciada pelo ambiente escolar.
A distorção idade/série é resultado de uma cultura antiga da educação brasileira,
baseada na meritocracia, que retém os alunos em uma determinada série. Quando
os alunos não alcançam os objetivos ou não demonstram expectativas de
aprendizagens predeterminadas nas propostas curriculares, obrigatoriamente
repetem, no ano seguinte, tudo o que foi visto em uma determinada série. No Brasil,
essa postura é acentuada nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio
(GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2012).
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida em 05 escolas da rede pública de ensino do estado do
Espírito Santo, localizadas no município de Alegre.
As escolas campo escolhidas foram: Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio “Sirena Rezende Fonseca”, localiza na rua José Loureiro Prata, nº 190, no
distrito de Celina; Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Oscar de
Almeida Gama”, localizada na Praça Santo Antônio, no distrito de Araraí; Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Ana Monteiro de Paiva”, localizada na
rua Sebastião José Vial, nº 320 distrito de Anutiba; Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Profª Célia Teixeira do Carmo”, localizada na rua Theodoro
Pinto de Souza, no distrito de Rive e; a Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio “José Corrente”, localizada na rua Lucindo Rodrigues Pinto, s/nº, no distrito do
Café. Todas as escolas encontram-se sediadas em distritos pertencentes ao
município de Alegre – ES.
Para o desenvolvimento do presente trabalho procurou-se as escolas selecionadas,
apresentando as mesmas um termo de consentimento para o desenvolvimento da
pesquisa, assinado pelo diretor da escola e os pesquisadores. Na sequência,
buscou-se a secretaria da escola solicitando uma relação dos alunos que se
encontravam declaradamente defasados idade/série e frequentando a escola no
corrente ano.
Listagem fornecida, marcou-se com a escola a data para que se pudesse contatar
com os alunos defasados para solicitar dos mesmos as respostas aos questionários.
Aplicou-se ao todo 44 (quarenta e quatro) questionários aos alunos previamente
selecionados, através de informações da escola, todos em defasagem idade/série
nos anos finais do ensino fundamental. Desses 44 (quarenta e quatro) alunos 24
(vinte e quatro) alunos pertenciam ao sexo masculino e 20 (vinte) alunos pertenciam
ao sexo feminino.
23
O questionário aplicado consistia de 08 (oito) perguntas fechadas e pretendia
conhecer as variáveis que contribuem para a existência dos índices de distorção
idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental, nas escolas selecionadas.
Na análise dos dados, procurou-se captar as relações e interferências entre os
conteúdos das respostas com as variáveis que contribuem para o aumento dos
índices de distorção idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental.
4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para confirmar a distorção idade/série achou-se necessário conhecer a idade dos
alunos que responderam o questionário, visto que, considera-se a existência da
mesma, quando o aluno apresenta um distanciamento de dois anos entre a idade e
a série cursada, baseando-se nas orientações de Qedu (2013).
Gráfico 1. IDADE DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA PESQUISA.
Quantitativo de Alunos
5
4
12
3
13
2
14
15
1
16
17
0
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro de
Paiva
Sirena
Resende da
Fonseca
Célia Teixeira José Corrente
do Carmo
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
24
Na análise das respostas verificou-se que em relação à idade dos alunos
entrevistados, na escola Sirena Resende da Fonseca 09 (nove) alunos encontramse em distorção idade/série, sendo que 01 (um) possui 13 (treze) anos e está
cursando a 5ª série, 03 (três) possuem 14 (quatorze) anos onde, destes, 01 (um)
cursando a 5ª série e 02 (dois) cursando a 6ª série e; 05 (cinco) estão com 15
(quinze) anos onde, destes, 02 (dois) cursando a 5ª série e 03 (três) cursando a 6ª
série. Na escola Ana Monteiro de Paiva 19 (dezenove) alunos foram entrevistados,
sendo que 13 (treze) alunos se encontram em distorção idade/série. Desses 13
(treze) alunos, 03 (três) alunos possuem 13 (treze) anos e estão na 5ª série; 01 (um)
aluno com 13 (treze) anos encontra-se na 6ª série; 03 (três) alunos com 14
(quatorze) anos encontram-se na 6ª série; 02 (dois) alunos com 15 (quinze) anos, 01
(um) na 5ª série e 01 (um) na 6ª série; 03 (três) alunos possuem 16 (dezesseis)
anos, 02 (dois) alunos na 7ª série e 01 (um) aluno na 8ª série e; 01 (um) aluno
possui 17 (dezessete) anos e está na 8ª série. Na escola José Corrente 04 (quatro)
alunos foram entrevistados e encontram-se em distorção idade/série, sendo que 03
(três) alunos encontram-se com 13 (treze) anos na 5ª série e 01 (um) com 15 anos
na 5ª série. Na escola Oscar de Almeida Gama, 04 (quatro) alunos foram
entrevistados e encontram-se em distorção idade/série, sendo que 01 (um) aluno
com 14 (quatorze) anos encontra-se na 6ª série, 02 (dois) alunos com 16 (dezesseis)
anos encontram-se na 7ª série e 01 (um) aluno com 17 (dezessete) anos encontrase na 8ª série e, na escola Célia Teixeira do Carmo, 08 (oito) alunos foram
entrevistados, sendo que 06 (seis) alunos encontram-se em distorção idade/série.
Desses 06 (seis) alunos, 02 (dois) alunos com 14 (quatorze) anos encontram-se na
5ª série e 01 (um) aluno com 14 (quatorze) anos na 6ª série, 01 (um) aluno com 15
(quinze) anos encontra-se na 6ª série e 02 (dois) alunos com 16 (dezesseis) anos
encontram-se na 6ª série.
Achou-se pertinente conhecer o sexo dos pesquisados, de forma a observar se o
mesmo tem contribuído na defasagem, ou seja, conhecer se é maior o número de
adolescentes do sexo masculino ou do sexo feminino em defasagem.
25
Quantitativo de Alunos
Gráfico 2. SEXO DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA PESQUISA.
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
masculino
feminino
Oscar de
Ana
Sirena
Célia
José
Almeida Monteiro Resende Teixeira Corrente
Gama
de Paiva
da
do Carmo
Fonseca
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao sexo dos alunos
entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 10 (dez) alunos são do sexo
feminino e 09 (nove) alunos pertencem ao sexo masculino. Na escola Sirena
Resende da Fonseca, 06 (seis) alunos são do sexo feminino e 03 (três) alunos são
do sexo masculino. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 07 (sete) alunos são do sexo
masculino e 01 (um) do sexo feminino. Na escola José Corrente, 03 (três) alunos
são do sexo masculino e 01 (um) do sexo feminino. Já na escola Oscar de Almeida
Gama, 02 (dois) alunos pertencem ao sexo feminino e 02 (dois) alunos pertencem
ao sexo masculino.
No montante dos alunos que responderam o questionário, constatou-se serem 24
(vinte e quatro) alunos do sexo masculino e 20 (vinte) alunos pertencentes ao sexo
feminino. Sendo a diferença entre eles de apenas 04 (quatro) alunos, acreditamos
não haver influencia do fator ou variável sexo na defasagem idade/série.
Mais uma vez, verificando confirmar a existência da defasagem nos anos finais do
ensino fundamental, procurou-se conhecer o ano de ingresso do mesmo neste nível
de ensino.
26
Gráfico 3. ANO DE INGRESSO NA 5ª SÉRIE.
Quantitativo de Alunos
6
5
4
3
antes de 2011
2
2011
2012
1
2013
0
Oscar de
Ana
Sirena
Célia
José
Almeida Monteiro Resende Teixeira Corrente
Gama
de Paiva
da
do
Fonseca Carmo
2014
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas verificou-se que em relação ao ano de ingresso na 5ª série
dos alunos entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 06 alunos ingressaram
em 2013, já em situação de distorção idade/série. Na escola Sirena Resende da
Fonseca, 05 (cinco) alunos ingressaram em 2013, já em situação de distorção
idade/série. Na escola José Corrente, 03 (três) alunos ingressaram em 2014, já em
situação de distorção idade/série. Na escola Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo
de alunos que ingressaram na 5ª série nos anos de 2013 são de 03 (três) alunos e,
em 2014, são de 04 (quatro) alunos, já em situação de distorção idade/série e, na
escola Oscar de Almeida Gama, o quantitativo de alunos que ingressaram na 5ª
série nos anos de 2012 e 2013 são de 02 (dois) alunos, também em situação de
distorção idade/série. Todos os alunos envolvidos no levantamento de dados
sofreram distorção idade/série nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Após conferir a idade dos alunos, verificou-se que um total de 24 (vinte e quatro)
alunos vieram defasados dos anos iniciais do ensino fundamental.
27
Considerou-se importante conhecer a série atual desses alunos, de forma a
compará-las com sua idade, verificando, através da subtração idade/série, a
presença ou não da defasagem na vida desses alunos.
Gráfico 4. SÉRIE ATUAL DOS ALUNOS.
Quantitativo de Alunos
6
5
4
3
5ª série
2
6ª série
1
7ª série
0
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro
de Paiva
Sirena
Resende
da
Fonseca
Célia
José
Teixeira Corrente
do Carmo
8ª série
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação à série atual dos alunos
entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, o quantitativo de alunos que estão
na 5ª e 6ª séries são de 12 (doze) alunos, onde desses, 09 (nove) se encontram em
defasagem, pois 03 (três) desses alunos tem apenas 12 (doze) anos, não
apresentando dois anos de defasagem. Nas escolas Sirena Resende da Fonseca e
Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos estão atualmente na 6ª série. Já na
escola José Corrente, 04 (quatro) alunos se encontram na 5ª série e na escola
Oscar de Almeida, 02 (dois) alunos se encontram na 7ª série.
Conhecendo a série atual dos alunos e comparada com a idade dos mesmos,
podemos constatar se há ou não distorção idade/série.
28
Quanto à existência de reprovação e repetência, buscou-se conhecer se o aluno
encontra-se cursando a série na qual não conseguiu avançar, ficando reprovado.
Quantitativo de Alunos
Gráfico 5. TEMPO DE PERMANÊNCIA NA SÉRIE ATUAL.
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1 ano
2 anos
3 anos
mais de 3 anos
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro de
Paiva
Sirena
Resende da
Fonseca
Célia
Teixeira do
Carmo
José
Corrente
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao tempo de permanência na
série atual dos alunos entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 19
(dezenove) alunos permaneceram na série atual no período de 01 ano. Na escola
Sirena Resende da Fonseca, 09 (nove) alunos permaneceram na série atual no
período de 01 (um) ano. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos
permaneceram na série atual no período de 01 (um) ano. Na escola José Corrente,
03 (três) alunos permaneceram na série atual no período de 01 (um) ano e, na
escola Oscar de Almeida Gama, 04 (quatro) alunos permaneceram na série atual no
período de 01(um) ano.
29
Observou-se quanto à reprovação na série atual, que dos alunos submetidos ao
questionário, 02 (dois) alunos ficaram reprovados na 6ª série na escola Célia
Teixeira do Carmo e apenas 01 (um) aluno se encontra repetindo a 5ª série na
escola José Corrente.
Os demais alunos não apresentam reprovação na série que cursam atualmente.
Buscando verificar se houve repetência em séries anteriores a série cursada,
perguntou-se aos alunos sobre reprovações anteriores.
Quantitativo de Alunos
Gráfico 6. REPETÊNCIA ANTES DA SÉRIE ATUAL.
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
sim
não
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro de
Paiva
Sirena
Célia Teixeira
Resende da
do Carmo
Fonseca
José
Corrente
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao quantitativo de alunos que
já repetiram alguma série antes da série atual, na escola Ana Monteiro de Paiva, 17
(dezessete) alunos disseram que já repetiram outra série antes da atual. Na escola
Sirena Resende da Fonseca, 09 (nove) alunos disseram que já repetiram outra série
antes da atual. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos disseram que
30
já repetiram outra série antes da atual. Na escola Oscar de Almeida Gama, 04
(quatro) alunos disseram que já repetiram outra série antes da atual. Já na escola
José Corrente, 02 (dois) alunos já repetiram outra série antes da atual e 02 (dois)
alunos disseram que não repetiram antes da série atual.
Sobre já haver repetido séries anterior à cursada, observou-se que 37 (trinta e sete)
alunos dos 44 (quarenta e quatro) alunos que responderam o questionário,
apresentam reprovação em alguma série.
Como verificou-se a existência de repetência pelos alunos, procurou-se conhecer
em quais séries tais reprovações aconteceram.
Quantitativo de Alunos
Gráfico 7. SÉRIES DE REPETÊNCIAS ANTES DA SÉRIE ATUAL.
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
nenhuma série
antes da 5ª série
5ª série
6ª série
7ª série
8ª série
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro de
Paiva
Sirena
Resende da
Fonseca
Célia Teixeira José Corrente
do Carmo
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação a série de repetência antes
da série atual, na escola Ana Monteiro de Paiva, 14 (quatorze) alunos repetiram
antes da 5ª série. Na escola Sirena Resende da Fonseca, 06 (seis) alunos repetiram
31
antes da 5ª série. Na escola Oscar de Almeida Gama, 02 (dois) alunos repetiram a
5ª série. Na escola Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo de alunos que repetiram
antes da 5ª série e da 6ª série, foram de 02 (dois) alunos em cada série. Já na
escola José Corrente, o quantitativo de alunos que repetiram antes da 5ª série e da
6ª série, foi de 01 (um) aluno em cada. Os alunos que repetiram antes da 5ª série,
repetiram a 2ª série do Ensino Fundamental.
Das respostas analisadas, verificou-se que 24 (vinte e quatro) alunos, dentre os 44
(quarenta e quatro) que responderam ao questionário reprovaram antes da 5 a serie,
ou seja, ao cursarem as séries iniciais do ensino fundamental.
Comprovada a repetência do aluno, buscou-se verificar, junto aos mesmos, os
motivos que possam ter ocasionado à mesma.
Gráfico 8. MOTIVO CAUSADOR DA REPETÊNCIA.
Quantitativo de Alunos
7
6
mudança familiar
5
necessidade de trabalhar para
ajudar na renda familiar
4
3
2
faltas contínuas por desinteresse
nos estudos
1
não gostava de ir a escola
0
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro
de Paiva
Sirena
Célia
Resende Teixeira do
da Fonseca
Carmo
José
Corrente
outros
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da
repetência, na escola Ana Monteiro de Paiva, 07 (sete) alunos repetiram a série por
32
faltas contínuas e por desinteresse nos estudos. Na escola Sirena Resende da
Fonseca, 05 (cinco) alunos repetiram por motivos de mudança familiar. Na escola
José corrente, 04 (quatro) alunos também repetiram por motivos de mudança
familiar. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 03 (três) alunos repetiram a série por
outros motivos. Na escola Oscar de Almeida Gama, 02 (dois) alunos repetiram por
necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar.
Constatou-se que dos 44 (quarenta e quatro) entrevistados, 09 (nove) alunos
repetiram a série por faltarem às aulas, visto não gostarem de estudar, 17
(dezessete) alunos repetiram a série por motivos de mudança familiar (maior índice),
04 (quatro) alunos repetiram a série por terem de trabalhar e ajudar na renda familiar
e 08 (oito) alunos alegaram serem outros o motivo de sua repetência, mas não
identificando o mesmo.
Como constatou-se haver reprovações por todos os alunos e sabendo-se que a
mudança pode dificultar a socialização do aluno, dificultando a aprendizagem,
buscou-se conhecer se entre os alunos existe a incidência de mudanças.
33
Gráfico 09. QUANTITATIVO DE ESCOLAS QUE OS ALUNOS
Quantitativo de Alunos
ESTUDARAM ANTES DA ESCOLA ATUAL.
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
nenhuma escola
1 escola
2 escolas
3 escolas
mais de 3 escolas
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Monteiro
de Paiva
Sirena
Célia
Resende Teixeira do
da Fonseca
Carmo
José
Corrente
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao quantitativo de escolas
que os alunos estudaram antes da escola atual, na escola Sirena Resende da
Fonseca, 05 (cinco) alunos estudaram em 02 (duas) escolas antes escola da atual.
Nas escolas Oscar de Almeida Gama e Ana Monteiro de Paiva, 03 (três) alunos
também estudaram em 02 (duas) escolas antes escola da atual, sendo que na
escola Ana Monteiro de Paiva, 11 (onze) alunos não estudaram em nenhuma escola
antes da atual. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 03 (três) alunos estudaram em
01 (uma) escola antes da escola atual, sendo que 04 (quatro) alunos não estudaram
em nenhuma escola antes da atual. Já na escola José Corrente, 03 (três) alunos
estudaram em 03 (três) escolas antes da escola atual.
Após análise, verificou-se que dos 44 (quarenta e quatro) alunos entrevistados, mais
da metade deles passou por processos de mudança e de readaptação em novas
escolas.
Como a mudança aparece como interveniente na distorção idade/série, buscou-se
conhecer quais fatores levaram os alunos à mudança.
34
Quantitativo de Alunos
Gráfico 10. MOTIVO CAUSADOR DA MUDANÇA ESCOLAR.
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
nenhum motivo
necessidade de trabalhar para
suprir a renda familiar
mudança familiar
local de difícil acesso
Oscar de
Ana
Sirena
Célia
José
Almeida Monteiro Resende Teixeira Corrente
Gama
de Paiva
da
do Carmo
Fonseca
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da
mudança escolar, na escola Sirena Resende da Fonseca, 08 (oito) alunos tiveram
como motivo a mudança familiar. Na escola Ana Monteiro de Paiva, 06 (seis) alunos
também tiveram como motivo a mudança familiar e 11 (onze) alunos nunca
mudaram de escola. Na escola José Corrente, 04 (quatro) alunos também tiveram
como motivo causador a mudança familiar. Já nas escolas Oscar de Almeida Gama
e Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo para os motivos ‘mudança familiar’ e ‘local
de difícil acesso’ foram de 02 (dois) alunos para cada motivo, sendo que na escola
Célia Teixeira do Carmo, 04 (quatro) alunos nunca mudaram de escola.
Como resultado observou-se que apenas um dos alunos mudou-se por necessidade
de trabalho; 22 (vinte e dois) alunos mudaram acompanhando suas famílias e 06
(seis) moravam em lugar de difícil acesso a escola, contribuindo a sucessivas faltas.
Constatada a existência da mudança do aluno para outra escola, procurou-se
conhecer se a mesma influenciou na desistência dos estudos.
35
Quantitativo de Alunos
Gráfico 11. DESISTÊNCIA DOS ESTUDOS.
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
sim
não
Oscar de
Almeida
Gama
Ana
Sirena
Célia
Monteiro Resende da Teixeira do
de Paiva
Fonseca
Carmo
José
Corrente
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação à desistência dos estudos, na
escola Ana Monteiro de Paiva, 14 (quatorze) alunos responderam que não
pensaram em desistir dos estudos. Na escola Sirena Resende da Fonseca, 08 (oito)
alunos disseram que não pensaram em desistir dos estudos. Na escola Célia
Teixeira do Carmo, 08 (oito) alunos disseram que não pensaram em desistir dos
estudos. Na escola Oscar de Almeida Gama, 03 (três) alunos também disseram que
não pensaram em desistir dos estudos. Já na escola José Corrente, nenhum dos 04
(quatro) alunos disseram já ter pensado em desistir dos estudos.
Mesmo ficando fora da escola por um tempo, trocando de escola, não gostando de
estudar ou ficando reprovados, observa-se que 11 (onze) alunos nunca pensaram
em desistir da escola.
Constatada a existência de alunos que já pensaram em desistir dos estudos,
procurou-se conhecer o motivo causador dessa desistência.
36
Quantitativo de Alunos
Gráfico 12. MOTIVO CAUSADOR DA DESISTÊNCIA DOS ESTUDOS.
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
nenhum motivo
sentiu dificuldade na
aprendizagem
repetiu a mesma série várias
vezes
precisou trabalhar para
complementar a renda familiar
não gostava da escola
Oscar de
Ana
Sirena
Almeida Monteiro Resende
Gama
de Paiva
da
Fonseca
Célia
José
Teixeira Corrente
do
Carmo
gostava da escola, mas não
gostava das aulas
Escolas Campo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de
Alegre – ES (Apêndice).
Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da
desistência dos estudos, na escola José Corrente, 03 (três) alunos sentiram
dificuldade na aprendizagem. Na escola Ana Monteiro de Paiva, 02 (dois) alunos
gostavam da escola, mas não gostavam das aulas. Já nas escolas Oscar de
Almeida Gama e Sirena Resende da Fonseca, apenas 01 (um) aluno, em cada
escola, sentiu dificuldade na aprendizagem.
Visto que, conforme apresentado no Gráfico 11 (onze), 33 (trinta e três) alunos
nunca pensaram em desistir dos estudos, o elevado número de respostas referentes
à ‘nenhum motivo’ apresentados neste gráfico, justifica-se.
37
5 CONCLUSÃO
No presente estudo, concluímos que os dados obtidos apresentam alta prevalência
nos índices de mudança familiar e faltas contínuas por desinteresse nos estudos,
constatando-se, através dos resultados obtidos nos questionários, como principais
causadores da distorção idade/série dos alunos entrevistados, a mudança familiar,
acometendo 38,64% dos alunos entrevistados (17 alunos) e faltas contínuas por
desinteresse nos estudos em 20,46% dos alunos entrevistados (09 alunos),
acarretando a distorção idade/série nas escolas campo. Nas demais variáveis,
acometeu a 40,90% dos alunos entrevistados (18 alunos). Constatou-se também
que os altos índices de distorção idade/série ocorrem nas séries inicias do Ensino
Fundamental, portanto, o aluno já ingressa nas séries finais do Ensino Fundamental
em distorção idade/série.
38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Revista de Letras (UEG. São Luís de Montes Belos), v. 06, p. 51-60, 2010.
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BERTOLDO, A. A importância da aprendizagem na vida do ser humano. Web
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<http://portal.inep.gov.br/c/journal/view_article_content?groupId=10157&articleId=20
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41
APÊNDICE
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ALEGRE - FAFIA
AUTARQUIA MUNICIPAL
Rua Belo Amorim, 100 - Centro – Alegre/ES – CEP: 29500-000 Telefax: (028) 3552-9850
Questionário
Este questionário faz parte de uma pesquisa monográfica feita pelos alunos
Eufrânio Lucindo Junior e Marlice Marília Custódio Suhett do 8º período de
pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre.
Para que possamos apresentar dados reais e fidedignos com relação as causas que
mais contribuem com a evasão escolar no município de Alegre, gostaríamos que
você participasse de nossa pesquisa, respondendo o questionário abaixo.
Muito Obrigada.
Anote na frente sua idade: _________________
Escreva o nome da escola onde encontra-se estudando atualmente:
___________________________________________________________________
Assinale seu sexo: ( ) masculino
( ) feminino
1) Em que ano você entrou na 5ª série?
____________________________
2) Em que série você se encontra hoje?
a) ( ) 5ª série
b) ( ) 6ª série
c) ( ) 7ª série
d)( ) 8ª série
42
3) Por quanto tempo você está nessa série?
a)( ) 1 ano
b)( ) 2 anos
c)( ) 3 anos
d)( ) mais de 3 anos
4) Você já repetiu alguma série antes da que está cursando?
a) ( ) sim
( ) não
b) Qual série?
( ) nenhuma série
( ) antes da 5ª série
( ) 5ª série
( ) 6ª série
( ) 7ª série
( ) 8ª série
5) Qual o motivo causador de sua repetência?
( ) mudança familiar
( ) necessidade de trabalhar para ajudar na renda da família
( ) faltas contínuas por desinteresse nos estudos
(
) não gostava de ir a escola
( ) outros
6) Em quantas escolas você estudou antes da escola atual?
( ) nenhuma escola
( ) 3 escolas
( ) 1 escola
( ) mais de 3 escolas
( ) 2 escolas
7) Qual motivo levou você a estudar em outras escolas?
( ) nenhum motivo
( ) necessidade de trabalhar para suprir a renda familiar
( ) mudança familiar
( ) local de difícil acesso
43
8) Em algum momento pensou em desistir dos estudos?
a) ( ) sim
( ) não
b) Por quê?
( ) nenhum motivo
( ) sentiu dificuldade na aprendizagem
( ) repetiu a mesma série várias vezes
( ) precisou trabalhar para complementar a renda familiar
( ) não gostava da escola
(
) gostava da escola mais não gostava das aula
44
TERMO DE CONSENTIMENTO INSTITUCIONAL PARA REALIZAÇÃO DE
PESQUISA
Titulo da Pesquisa: A distorção idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental
nas escolas da rede pública estadual do estado do Espírito Santo no município de
Alegre.
Pesquisadores responsáveis: Eufrânio Lucindo Junior; Marlice Marília Custódio
Suhett e Rita de Cássia Furtado Torres.
Justificativa: Este projeto vem contribuir para pesquisas na área da Pedagogia
sobre o conhecimento dentre as variáveis mudança familiar, a necessidade do
trabalho, reprovação e abandono escolar, qual delas tem contribuído com maior
intensidade para que aconteça a distorção idade/série nos anos finais do Ensino
Fundamental das escolas estaduais do município de Alegre-ES.
Descrição dos procedimentos a que o participante será submetido: Serão
entrevistados, através de questionário fechado, alunos que se encontram em
situação de defasagem nos anos finais do Ensino Fundamental. Todas as
informações decorrentes das entrevistas serão gravadas e, posteriormente,
transcritas e analisadas.
Benefícios da pesquisa: Esta pesquisa terá os seus resultados publicados por
meio de congressos e de artigos em periódicos especializados, com vistas a
contribuir com a ampliação do corpo de conhecimentos que se tem produzido sobre
alunos em situação de distorção idade/série. Esperamos ainda, que nossa pesquisa
possa gerar referencias e subsídios para futuras pesquisas na área.
Esclarecimentos e direitos: A participação de cada aluno nas entrevistas
individuais será mediante a autorização, por escrito, da instituição e dos
responsáveis pelos mesmos, bem como o seu próprio consentimento.
Serão garantidos a liberdade e o direito de o entrevistado recusar em participar da
pesquisa. Forneceremos, ainda, informações sobre quaisquer etapas dessa
pesquisa, sempre que houver necessidade. A participação do aluno nesta pesquisa
não ocasionará riscos à sua saúde física ou mental.
Confidencialidade: Todos os tipos de informação que possam identificar os
participantes dessa pesquisa deverão ser mantidos sob sigilo, por tempo
indeterminado, tanto pelos pesquisadores, quanto pela instituição onde os dados
serão coletados. Desta forma, ficam assegurados o anonimato e sigilo de todas as
informações coletadas.
Consentimento pós-informação: Após as devidas informações e esclarecimentos
sobre o conteúdo deste Termo de Consentimento, e da pesquisa vinculada a ele,
45
concordo com a participação dos alunos matriculados nesta instituição, bem como
com o fato de as entrevistas individuais serem feitas nas dependências físicas deste
local.
Estando, portanto, de acordo, assinam o Termo de Consentimento em duas vias.
Identificação do Diretor (a) da Instituição de Ensino
Nome da escola:__________________________________________________
Nome do Diretor (a):_______________________________________________
Concordam com a realização da pesquisa descrita neste documento, conforme os
termos nele estipulados.
______________________________________________________
Diretor da Instituição
_______________________________________________________
Orientador da Pesquisa
_______________________________________________________
Responsáveis pela coleta de dados
Alegre, _____de ____________de 2014.
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a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em