ENSINO DE FILOSOFIA: NECESSIDADES FORMATIVAS
Elisete Medianeira Tomazetti1
Márcia Eliana Araújo Londero2
Resumo:
O presente texto enfoca a problemática sobre o ensino da disciplina de filosofia e também
identifica algumas necessidades apresentadas pelos professores da Rede Estadual de ensino
médio da cidade de Santa Maria. Apresentaremos alguns autores que tratam sobre o
assunto: Cerletti (2004), Favaretto (2004), Ghedin (2002), Gallo (2000), Navia (2004),
Gonçalves (2004), Silveira (2004), Ramborger (2003)... Serão apresentados alguns modelos
de diagnóstico de necessidades formativas descritos por Rodrigues e Esteves (1993), Garcia
(1999). Tomaremos como base os conceitos de “necessidades formativas” partindo da
definição de Esteves e Rodrigues (1993) onde afirmam que: Analisar necessidades significa
conhecer os interesses, as expectativas, os problemas da população a formar, para garantir o
ajustamento optimo entre programa-formador-formando (e a ordem desses fatores não é
arbitrária).... (1993: 20, 21). A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave: Ensino. Filosofia. Necessidades formativas.
O presente texto enfoca a problemática sobre o ensino da filosofia e também os
desafios de ser professor de filosofia, partindo de uma pesquisa bibliográfica, salientando
alguns autores como: Cerletti (2004), Favaretto (2004), Ghedin (2002), Gallo (2000), Navia
(2004), Gonçalves (2004), Silveira (2004), Ramborger (2003)... Também serão
apresentados alguns modelos de diagnóstico de necessidades formativas descritos por
Rodrigues e Esteves (1993). De uma forma mais abrangente, observa-se que a grande
maioria dos professores passa por dificuldades e necessidades em relação aos baixos
salários, falta de valorização por parte dos órgãos competentes e de uma infra-estrutura
inadequada com acesso às tecnologias, como tratar com a indisciplina do aluno, como
trabalhar com os alunos sem utilizar apenas texto filosófico entre outras. Tudo isso, somado
à desmotivação do professor, acarreta em prejuízo para o desafio de ensinar filosofia.
1
2
Profª. Dra. UFSM. elisetem@via_rs.net
Profª da Rede Estadual de Educação e aluna do PPGE da UFSM. [email protected]
As necessidades formativas dos professores muitas vezes manifestam-se na prática
quotidiana em sala de aula, frente a seus alunos. As diversas situações enfrentadas no
quotidiano ressaltam a necessidade de nos relacionarmos com os indivíduos, com a sua
cultura, seus valores que algumas vezes passam por mudanças provocados pela mídia e o
contexto, onde a partir daí é visível às mudanças. Fazendo parte dessas transformações
tanto discente quanto docente, enfrentam no cotidiano mudanças que necessitam ser “(re)
pensadas e estudadas”.
A leitura de alguns artigos sobre a filosofia e seu ensino nos mostra que os
professores de filosofia estão enfrentando algumas dificuldades, haja visto que em alguns
casos a própria formação que o professor vem recebendo das Universidades ou centros de
formação de professores estão formando professores que não sentem-se preparados para
exercer a docência.
Ramborger (2003), realizou sua pesquisa com professores de filosofia na cidade de
Santa Maria, esta constatou que: profissionais de outras áreas ministram aula na disciplina
de filosofia; professores inseguros de seu oficio na prática em sala de aula; a disciplina
segundo os professores não é importante porque não cai no vestibular; muitos professores
afirmam que a formação inicial não prepara o docente para os desafios da prática em sala
de aula;
Silveira (2004), também realizou uma pesquisa com professores de filosofia na
cidade de Santa Maria, onde constatou que ainda existe um distanciamento entre formação
inicial e a atuação docente; os professores em atuação no ensino médio, na cidade de Santa
Maria sentem a necessidade de um espaço para discutir as dificuldades do seu cotidiano;
tratou ainda de alguns dualismos: filosofia x filosofar, utilitarismo x imediatismo,
burocracia x docência; verificou que a formação inicial dos professores não possibilitou
discussões sobre as especificidades do ensino da filosofia no ensino médio; os professores
pesquisados não procuram uma formação continuada na área da filosofia e a construção do
profissional docente ainda não transcendeu a figura do professor explicador; em sua ação
docente o professor não identifica com clareza os dualismos que estão contidos na sua ação
docente.
Gonçalves (2004), em sua dissertação de mestrado constatou que na formação
inicial até bem pouco tempo, o professor de filosofia não discute sobre o sentido ou os
objetivos do ensino de filosofia na escola e nem sobre a didática da filosofia. Frente a essa
realidade o estagiário de filosofia que no futuro será o professor de filosofia não sabe “o
quê”, “como” e “para quê” ensinar filosofia, a autora ainda sugere que a grande dificuldade
para o ensino de filosofia está na formação inicial, que prioriza a formação de
pesquisadores, que dificilmente interessam-se pelas questões de ensino.
É necessário que os docentes tenham condições de definir seus objetivos e
concretizá-los. Convém lembrar que a sala de aula é um espaço complexo, com
contradições, pois sabemos que a educação é produto do trabalho de indivíduos, retrata e
reproduz a sociedade, e também projeta a sociedade que se quer. Devemos pensar a
diferença entre a informação e o conhecimento - conhecer é trabalhar as informações,
organizar, analisar e trabalhar as informações no sentido de transformá-las em
conhecimento; é tarefa da escola.
Com este texto pretendemos ressaltar a problemática sobre o ensino de filosofia e
também os desafios de ser professor, além de pensarmos a respeito da bibliografia que trata
sobre os modelos de diagnóstico das necessidades formativas dos professores. Tomaremos
como base os conceitos de “necessidades formativas” partindo da definição de Esteves e
Rodrigues (1993) onde afirmam que:
Analisar necessidades significa conhecer os interesses, as
expectativas, os problemas da população a formar, para garantir o
ajustamento optimo entre programa-formador-formando (e a ordem
desses fatores não é árbitraria)... A analise das necessidades
desempenha, então uma função social que, em nome da eficácia e
da racionalidade de processos, procura adequar a formação às
necessidades socialmente detectadas (1993, p.20-21).
Quando pensamos em superar dificuldades profissionais devemos estar cientes de
que é possível quando os profissionais estão pré-dispostos a aceitar, e também estarem
cientes das necessidades reais. Muitas dificuldades surgem no cotidiano e, às vezes, é difícil
entendê-las. Quando essas dificuldades prejudicam o professor em sua função docente é
necessário rever essa prática e para tanto muitas vezes é necessário verificar quais são as
necessidades formativas que os mesmos necessitam, a partir daí deve-se pensar em
formação continuada.
Entendemos que ensinar é uma prática complexa, ainda mais nas condições de
desigualdade social que o docente enfrenta face aos seus alunos e das diferentes condições
de escolarização com que tem de lidar no sistema. Logo, podemos dizer que atualmente,
torna-se necessário que os docentes sejam também discentes de seus saberes, que reflitam
sobre sua prática e consigam trabalhar temas ou conteúdos em que possam fazer
contextualizações históricas.
Favaretto (2004) fez uma reflexão sobre a importância dos problemas tipicamente
filosóficos com aqueles que surgem da experiência individual, ou seja, a respeito dos
saberes docentes. Para o autor, a formação cultural do professor, sua versatilidade e seu
entusiasmo serão um dos pontos chaves para o bom desenvolvimento profissional do
docente com seus alunos. Aqui percebemos como a atitude do professor frente aos seus
alunos é fundamental para que ocorra uma interação do professor, aluno e disciplina.
Ghedin (2002) nos diz que a filosofia se lança na direção da verdade, ela é um
espaço que procura abrir caminho no horizonte. Provavelmente esse caminho no horizonte
além de estar relacionado ao conhecimento e a verdade também deva fazer com que o aluno
possa refletir sobre as questões que enfrenta no seu dia a dia.
Cerletti (2004) distingue três questões problemáticas sobre o “ensinar filosofia”: a
delimitação de um campo teórico e contextual (a filosofia); o reconhecimento de uma
atividade ou uma prática singular (o filosofar) e por último a possibilidade de introduzir
outrem neste campo teórico e textual e de iniciai-lo nesta prática (ensinar filosofia/a
filosofar). Também discorre sobre a dificuldade de iniciar uma aula de filosofia para um
público leigo no assunto, neste inicio irão surgir perguntas como “o que é filosofia?”, “para
que serve?”, “o que fazem os filósofos?”.
Navia (2004), professor da Universidade da República- Uruguai, comenta sobre as
dificuldades do ensino secundário da filosofia na América Latina e no momento atual,
ressaltando as precárias condições materiais do ensino médio público, onde encontra-se
turmas com excesso de alunos, falta de materiais didáticos, o baixo salário pago aos
docentes, professores não formados em filosofia ministrando aulas de filosofia... no que se
refere a questões ideológico - político as discussões sobre o assunto são muito superficiais
ou quase não existem.
Gallo e Kohan (2000), descrevem três formas dominantes para o ensino da filosofia:
um ensino baseado na história da filosofia (o ensino da filosofia é o ensino da história da
filosofia... ensinar filosofia significa ensinar o que a história da filosofia produziu até hoje.
Há duas formas: baseado nos filósofos (Heráclito, Platão, Descartes, Heidegger...) ou
conceitos ou conteúdos filosóficos (liberdade, verdade, justiça...); a outra um ensino
baseado em problemas filosóficos (em torno de problemas: relação corpo-mente, a
existência de Deus ou o conhecimento); e a última um ensino baseado em habilidades
cognitivas e ou atitudes filosóficas (propiciar aos alunos um conjunto de habilidades de
pensamento).
Gallo (2002), afirma que:
ensinar filosofia é um exercício de apelo a diversidade, ao
perspectivismo; é um exercício de acesso a questões fundamentais
para a existência humana; é um exercício de abertura ao risco, de
busca de criatividade, de um pensamento sempre fresco; é um
exercício da pergunta e da desconfiança da resposta fácil. Quem
não estiver disposto a tais exercícios, dificilmente encontrará prazer
e êxito nesta aventura que é ensinar filosofia, aprender filosofia
(2002, p.199).
O ensino não deve tornar-se apenas uma transferência de conhecimentos, uma mera
recepção de dados. Este ensino deve favorecer a formação do indivíduo e não somente a
informação. A disciplina de filosofia deve ser pensada a partir de “atividades, estudos" que
dê ênfase ao desenvolvimento do senso crítico, através de atividades críticas e criativas,
caso contrário seria apenas um "repasse de conteúdos".
Segundo Cerleti (2004) pensar supõe o desafio de se abrir ao novo, à vontade de
conhecer o estranho. Acima de tudo pensar é um apropriar-se ou confrontar os
conhecimentos, de modo inédito. Aqui também o autor ressalta que nas instituições
educativas o que costumeiramente se faz é transmitir o pensamento de outros (através dos
conteúdos), acrescenta ainda que o professor de filosofia deve estimular a vontade do aluno
e convidá-lo apensar, e que acima de tudo a filosofia não deve ser considerada como uma
questão privada, pois ela constrói-se no diálogo.
Para Favaretto (2004) o professor de filosofia deve pensar em primeiro lugar quais
são os objetivos educacionais da disciplina.
[...] Situar a filosofia como disciplina escolar no horizonte dos
problemas contemporâneos – científicos, tecnológicos, éticopolíticos, artísticos ou os decorrentes das transformações das
linguagens e das modalidades e sistemas de comunicação – implica
uma tomada de posição para que a sua contribuição seja
significativa quanto aos conteúdos e processos cognitivos”
(Favaretto. 2004, p.48).
A tradição filosófica para Marcondes (2004) evidencia que não existe uma única
resposta sobre “o que é a filosofia”, pois ao longo dos séculos a filosofia foi gerada de
várias maneiras, originando assim várias tradições. Ele descreve duas concepções: uma que
descreve a filosofia como busca e não um saber pronto e acabado – buscar nos transforma,
e a outra concepção com caráter histórico onde a filosofia é o estudo da tradição filosófica
através da leitura das obras dos filósofos mais importantes.
A partir dessas duas concepções podemos perceber que ambas são importantes para
o ensino da filosofia.
Segundo Marcondes (2004)
[...] O grande desafio para o ensino da filosofia consiste em motivar
aquele ainda não possui qualquer conhecimento do pensamento
filosófico, ou sequer sabe para que serve a filosofia, a desenvolver o
interesse por este pensamento, a compreender sua relevância e a vir
a elaborar suas próprias questões ( Marcondes, 2004, p.64).
As aulas de filosofia deveriam propiciar aos alunos reflexão critica em relação as
suas dificuldades e que auxiliasse o jovem na descoberta de sua direção frente ao mundo
que está ai para ser desvelado por ele. Para isso é necessário que os professores estejam
minimamente preparados para essa função. Penso que tentar entender como os professores
constroem suas práticas pode auxiliar no estudo das necessidades formativas dos
professores.
Documentar práticas e tentar explicitar teorias é o início de uma reflexão, é estudar
a experiência.
Ao revermos nossa prática, iniciamos uma reestruturação de nossos
conhecimentos, tornando possível oferecer condições para uma aprendizagem mais
significativa a partir dos questionamentos e expectativas dos discentes. Tais mudanças
tornam-se difíceis, principalmente quando requerem modificações na formação dos
professores que também são “formadores”. Nenhuma lei ou norma irá mudar a situação
aqui apresentada, pois a mudança somente pode advir do próprio indivíduo envolvido no
problema.
Hoje ser docente não significa apenas transmitir conhecimento, mas ter condições
de refletir sobre sua trajetória docente e avaliar qual a melhor atitude a tomar em relação às
suas dificuldades profissionais. As práticas docentes na disciplina de filosofia certamente
exigem mudanças. No entanto, pesquisas apontam as dificuldades que os professores
enfrentam para lidar com os problemas em aula: falta de interesse dos alunos; indisciplina;
metodologia expositiva. Esses problemas podem ser considerados como necessidades
formativas dos professores o que implica a relevância de investigarmos formação
continuada.
Discute-se muito sobre o porquê da filosofia, qual sua importância, o que ensinar,
como ensinar e o que é importante para o aluno, ou até mesmo o que um professor de
filosofia deve ter de conhecimentos.
Dentre tantas dificuldades e desafios, é preciso pensar sobre a diversidade de
tipologias existentes sobre como diagnosticar as necessidades formativas dos indivíduos.
Sabemos que existem pesquisas, obras e artigos que tratam do assunto em questão,
consideramos que em nosso estudo é importante apresentar duas autoras que muito tem
contribuído para os estudos sobre necessidades formativas dos professores.
Rodrigues e Esteves (1993), usam o termo necessidades educativas associando “a
um dispositivo de pesquisa, que se quer científica, susceptível de fornecer informação
precisa para orientar e guiar a ação” (1993, p.12). Nessa mesma obra, os autores fazem um
estudo a respeito do termo “necessidade”, comentam da variedade de significados e de
tipologias existentes. Também citam alguns autores que realizaram estudos sobre o termo
necessidade.
Barbier e Lesne citados por Rodrigues e Esteves (1993) dizem que:
toda expressão de necessidades é uma expressão de necessidades
em situação (seja a situação criada por constrangimentos
profissionais ou por constrangimento institucionais ou por
constrangimentos pedagógicos), que diferentes agentes podem
intervir no processo (direcções das empresas, superiores
hierárquicos, assalariados, agentes externos), os quais tendem a
exprimir objetivos, interesses ou necessidades totalmente diversos
se não mesmos apostos (1993, p.56).
Esteves e Rodrigues (1993) citam Barbier e Lesne que também pensam a analise de
necessidades onde se questiona a cientificidade e definem-se objetivos, isso faz parte de
práticas sociais. Estes dizem que “Analisar necessidades... é produzir objetivos de mudança
para os indivíduos, ou seja, produzir objetivos indutores de formação” (Esteves; Rodrigues.
1993, p.23-24).
Ao consultar-mos algumas bibliografias observamos que existem uma série de
tipologias a respeito das necessidades dos indivíduos. Assim de acordo com Rodrigues e
Esteves (1993), Maslow (1943, 1954) descreve cinco categorias de necessidades
fundamentais: necessidades fisiológicas; de segurança; de pertença; de estima e
finalmente necessidade de realização pessoal.
D’Hainaut (1979) citado por Rodrigues e Esteves (1993) também descreve cinco
categorias de necessidades: necessidades das pessoas versus necessidades dos sistemas;
necessidades particulares versus necessidades coletivas; necessidades conscientes versus
necessidades
inconscientes;
necessidades
atuais
versus
necessidades
potenciais;
necessidades segundo o setor em que se manifestam.
Garcia (1999) cita vários autores que discorrem sobre necessidades formativas,
entre eles o estudo de Hewton (1988 apud Garcia, 1995), que estabelece diferentes níveis e
categorias quanto ao tipo de necessidades de formação marcada e ressaltada pelos
professores. A primeira são necessidades relativas aos alunos, no que diz respeito a
aprendizagem dos alunos, disciplina, motivação. A segunda são necessidades relativas ao
currículo, onde os novos planos curriculares fazem com que os professores necessitem de
aperfeiçoamento profissional. A terceira são as necessidades dos próprios professores no
que se refere a sua profissionalização e a quarta são as necessidades da escola/ instituto
enquanto organização, aqui seriam as mudanças impostas pela escola ao trabalho do
professor. Podemos ainda dizer que essas categorias são apenas exemplos de algumas
necessidades apresentadas pelos professores.
Penso que dentre os modelos citados por Rodrigues e Esteves (1993) o que mais vai
de encontro para verificar as necessidades formativas dos professores é o de D´Hainaut
(1979) que procura um equilíbrio entre as necessidades das pessoas e do grupo e também as
exigências do sistema. O modelo de diagnóstico de necessidades educativas é composto
por quatro fases: primeiro se faz um diagnóstico das necessidades, em segundo se deve
diagnosticar o tipo de papel e ou função que os interessados querem assumir e se é possível,
em terceiro decidir quais as necessidades que deverão ser satisfeitas, sanadas pelos
pesquisados e em quarto lugar a partir das necessidades escolhidas no item três verificar
quais os saberes, saber fazer e saber ser , são necessários para superar as necessidades.
D’Hainaut (1979) descreve cinco abordagens, para aquelas situações em que as
necessidades já existam. A primeira abordagem pela procura de formação que traça os
interesses e características dos indivíduos que sentem a necessidade de freqüentar cursos ou
outras atividades de formação. A dificuldade da abordagem esta em saber o conhecimento
que o público estudado tem dos serviços que podem satisfazer as suas necessidades. A
segunda abordagem através dos profissionais de educação que enfatiza a opinião dos
especialistas (planificadores, administradores, pessoal docente) que estão preocupados com
os interesses e necessidades dos seus clientes.
A terceira abordagem pelos informantes-chave é feita a partir de informações
recolhidas em uma determinada comunidade numa perspectiva pessoal. Os instrumentos
estando corretos é possível que os resultados sejam razoavelmente válidos. A Quarta
abordagem através de assembléias comporta um número maior de indivíduos para análise
de necessidades. A discussão é realizada através de tópicos selecionados e aqui se trabalha
com a representatividade, o que fazer com que alguns indivíduos não manifestem sua
opinião. A quinta e última abordagem através de sondagens (survey), ocorre quando pela
amostra, rigorosamente constituída, da população. Nesta abordagem pode existir a
dificuldade segundo Pennington (1985) de gerar e conduzir a sondagem.
Barbier e Lesne (1977) citados por Rodrigues e Esteves (1993) expõem três
categorias de analise de necessidades ou modos de determinação de objetivos indutores de
formação. A primeira categoria refere-se a determinação a partir da definição de exigências
de funcionamento das organizações; a Segunda categoria a determinação a partir da
expressão das expectativas dos indivíduos ou dos grupos; a terceira e última categoria
refere-se a determinação a partir da definição dos interesses sociais nas situações de
trabalho. (Rodrigues; Esteves, 1993, p.107).
Entendemos que verificar as necessidades formativas dos professores de filosofia é
um tanto complexo, no entanto pensamos que este estudo bibliográfico, poderá contribuir
futuramente para os processos formativos dos professores.
O professor historicamente vem construindo a sua profissão, tem passado por
transformações, está atento às mudanças, embora muitas vezes não consegue respostas para
os novos desafios que surgem diariamente. Muitas são as teorias existentes sobre a
educação, sobre o ensino, sobre a formação de professores. O papel do professor ao longo
dos anos tem sofrido modificações, provocando uma certa insatisfação profissional que
vem gerando desconforto em alguns profissionais.
Nossa intenção, foi apenas apresentarmos um pequeno panorama, no sentido de
tentar entender as questões que emergem do ensino da disciplina de filosofia, e de seus
professores, e, também a respeito dos modelos de diagnóstico de necessidades formativas.
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