E STA D O D E M I N A S ● T E R Ç A - F E I R A , 2 9 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 7 TURISMO ❚ ESPÍRITO SANTO Comunidade de Vila Velha, que mantém tradições folclóricas, é gostosa surpresa cultural. Ilha Caieiras, na capital, oferece uma das melhores iguarias capixabas FOTOS: SHIRLEY PACELLI/EM/D.A.PRESS Muros do Jucu exibem arte de Natural. Obra com temática do congo, forte manifestação cultural do balneário, é uma das mais bonitas BARRA DOS MOMENTO DE ORAÇÃO ENCANTOS MADALENA DO JUCU “Eu fui lá pra Vila Velha Direto do Grajaú Só pra ver a Madalena E ouvir tambor de congo Lá na Barra do Jucu” Serviço VITÓRIA COMO IR Gol: voos a partir de R$ 230 por pessoa. TAM: voos a partir de R$ 282 por pessoa. SHIRLEY PACELLI Vila Velha – A música acima era cantada pelo saudoso mestre Antônio Rosa, mas foi escrita pelo mestre Zé Maria, autor da maioria das toadas de congo do Espírito Santo. Zé Maria fez a canção quando sua filha Madalena de Jesus Simões nasceu. Nascida e criada na Barra, Madalena faleceu em 2008. A canção foi eternizada na voz do sambista Martinho da Vila, em 1989. A Barra do Jucu, a 15 quilômetros do Centro de Vila Velha (ES), é uma comunidade que guarda tradições religiosas e folclóricas. O som da casaca e do tambor ditam a batida das rodas de congo. A casaca é um instrumento musical que lembra o reco-reco, mas com a cabeça esculpida em forma humana. A área também é bastante apreciada por surfistas e fãs da moqueca capixaba. É impossível passar pelas ruas do Jucu sem perceber as cores e relevos que sobressaem dos muros e postes das casas. Araras, cafeicultores, congadeiros e tambores dão Vale a pena subir os 116 degraus para chegar ao Convento da Penha, em VilaVelha (ES), principal atrativo da cidade. Sua história começou em 1562, com o frei Pedro Palácios. Certo dia, um painel da virgem, usado na capela na base do morro, apareceu no alto do penhasco de 154 metros. Depois de o painel ser encontrado outras duas vezes no topo do morro, o religioso entendeu que deveria construir a capela no local indicado. A Festa da Penha, realizada oito dias depois do domingo de Páscoa, é a terceira maior festividade católica do país. As vans cobram R$ 3 para levar o turista até a entrada do convento. Endereço: RuaVasco Coutinho, Prainha. Aberto das 5h às 17h. (27) 3329-0420 conventodapenha.org.br Trem: a partir de R$ 195 ida e volta/por pessoa. tremdepassageiros.vale.com Mascote da Quarta da Porca: a cada ano um tema diferente um ar ainda mais cultural para a comunidade. O responsável pelas obras é o artista Antônio Vieira Sampaio, de 48 anos, conhecido como Natural por ter nascido no local. Natural conta que as primeiras intervenções foram feitas com cimento, em 2004, nos postes. A irmã dele gostou tanto que pediu para fazer em sua residência. As obras caíram no gosto da vizinhança e se espalharam por toda parte, contabilizando cerca de 1 mil murais. Além das congadas, outro tradicional evento da Barra é a saída do bloco Quarta da Porca, que reúne cerca de 20 mil pessoas na quarta-feira de cinzas. Os jornalistas Rubens Gomes, de 71, e Pedro Maia, de 75, contam que a festividade se iniciou em 1970, a partir de um desfile com uma porca. O animal era solto e o público corria atrás dele. Quem o alcançasse o levava para a casa. Com o tempo, o bichinho foi substituído por um boneco gigante que a cada ano ganha um novo capítulo de sua história:casamento,batizadoeatéporquinho gay já desfilaram nas ruas da Barra do Jucu. COMFORT HOTEL VITÓRIA A partir de R$ 169 em apartamento duplo com café da ONDE FICAR manhã. Avenida Dante Michelini, 1.057 - Vitória (ES). (27) 3041-9500 comfortinn.com IBIS VITÓRIA – PRAIA DO CANTO A partir de R$ 154 em apartamento duplo com café da manhã. Rua João da Cruz, 385, Praia do Canto – Vitória (ES). (27) 2104-4850 ibis.com PORTOMARE Av. Dante Michelini, 991 (Praia de Camburi) – Vitória K][ k[ ONDE COMER (ES). 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O coentro é um caso de amor ou ódio. Caso você faça parte do segundo time, é possível pedir para retirar o condimento. Se quiser provar a verdadeira moqueca, com direito a entrada de casquinha de siri, vale conhecer a Ilha Caieiras, um dos bairros mais antigos de Vitória, sendo ocupado no início do século 20. A comunidade hoje é reconhecida pela pesca e a cultura das desfiadeiras de siri. A reportagem encontrou Eliete Barreto da Silva, de 51 anos, na porta de sua casa desfiando siri. Ela contou que trabalha nessa ativida- de desde os 16 anos e por 13 deles foi presidente da cooperativa das produtoras locais. Por dia, Eliete desfia cerca de 10kg de siri, vendidos a R$ 40 cada. “Agora a procura é grande. O preço melhorou”, conta. A gastronomia de Caieiras atrai um grande público, especialmente em temporadas de festivais, como o Panela de Barro, encerrado no dia 20. Nesse período, tentar estacionar o carro pode ser uma tarefa árdua, mas flanelinhas locais estão sempre a postos para ajudálo com as manobras. Iguaria é motivo de orgulho capixaba