Novas tecnologias trazem benefícios O DataBar é a nova família de código de barras para uso no varejo "As empresas devem estar preparadas para o uso global do código de barras DataBar a partir de 2010." Os avanços da tecnologia trazem desafios cada vez maiores de como coletar e compartilhar informações – fundamentais para o sucesso de empreendimentos e a materialização de oportunidades. Empresas de vários segmentos no mundo todo vêm implementando novas tecnologias e obtendo benefícios. Quem afirma é o gerente de Soluções de Negócios da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação –, Roberto Matsubayashi, que participou do workshop “Tendências para o setor atacadista e distribuidor e as alianças corporativas na distribuição”, promovido, em julho, pelo Sindiatacadistas. 1. Quais as principais tecnologias que estão sendo implementadas por empresas de vários segmentos? O EPC (Código Eletrônico de Produto), a GDSN (Rede Global de Sincronização de Dados) e o DataBar – considerado a nova família de código de barras. 2. Quais as características de cada uma delas? O EPC é o padrão da tecnologia RFID - identificação por radiofreqüência para uso em gerenciamento da cadeia de suprimentos. Acredito que essa tecnologia vai revolucionar o mercado, mas está sendo implantada com calma. Ela pode ser usada, por exemplo, em chaves para carros, bibliotecas, identificação de bagagens e eventos esportivos. A GDSN é uma solução para a sincronização de dados cadastrais entre empresas. O fabricante envia eletronicamente informações sobre o produto, como medida e peso, para seus parceiros comerciais. Todos têm, então, os mesmos dados de forma eficiente. Pode ser usada para combater a falsificação de remédios, por exemplo. E o DataBar, que é a nova família do código de barras para uso no varejo. Ele é menor e permite codificar mais dados. 3. Quem desenvolve essas tecnologias? São desenvolvidas e mantidas pelas organizações GS1 no mundo todo. No nosso país, a GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação – é a responsável por representar as necessidades das empresas brasileiras e harmonizar as datas de adoção, que são mundiais. 4. Por que o DataBar é considerado a nova geração do código de barras? Ele foi projetado para ser melhor que a geração atual. É menor, ocupa cerca de 40% da área do código de barras atual. E permite disponibilizar mais informações. No mesmo espaço do que existe hoje, é possível colocar, além da identificação do produto, o número de lote e a data de validade, o que ajuda no controle de produtos perecíveis. 5. Ele vai substituir totalmente o atual código de barras? A intenção não é substituir o atual; é que eles convivam, porque são compatíveis. Se as empresas vislumbrarem algum ganho na substituição, como ganhar espaço na embalagem do produto, elas podem fazê-lo. 6. Para que tipo de produto é recomendável a substituição? Nos Estados Unidos, por exemplo, a aplicação mais interessante que está sendo feita é com produtos a granel, principalmente frutas. O DataBar é colado na unidade. Outro exemplo é no setor de saúde. Eles põem o número do lote e a data de validade, porque é uma questão importante. A sua utilização se dá, principalmente, em hospitais. Mesmo no Brasil, no setor farmacêutico, na indústria farmacêutica, especialmente em São Paulo e Santa Catarina. Algumas indústrias como a Hipofarma também já estão utilizando o DataBar. A aplicação que existe é em ampolas e é colocado em cada uma. Se houver problema em algum lote, ele traz a rastreabilidade. 7. O uso desse código é obrigatório? Não. Trata-se de uma campanha de adoção voluntária. Não é obrigatório. Pode ser que alguns estabelecimentos decidam postergar essa adoção. Porém, o varejo deve ir se preparando. Daqui por diante, toda a aquisição de equipamentos deve ser compatível com essa nova geração, porque os produtos modernos ofertados hoje são compatíveis com o DataBar. A GS1 Brasil vem trabalhando com os fabricantes para que eles saibam o que o mercado está esperando. Mas o ideal é definir uma data para que isso possa acontecer. As empresas devem estar preparadas para o uso global desse código de barras a partir de 2010. 8. E quem não estiver preparado, vai ter algum prejuízo? Vai poder ter algum prejuízo, sim, porque não vai conseguir fazer a captura automática dos dados do produto e vai ter que realizar a operação manual, o que demanda mais tempo. Isso no caso de grandes empresas, mas se for um pequeno negócio, ele pode aguardar um pouco mais. 9. É necessário que as empresas implementem todas essas tecnologias, ou optem por alguma delas? Todas são padrões de uso voluntário. Estamos desenvolvendo estudos para que todas sejam complementares e funcionem conjuntamente. Cada situação vai indicar qual a melhor tecnologia a ser usada.