RITUAIS DE (CON) FORMAÇÃO
Silvia Pandini1/ UFPR
Se quiséssemos assinalar em toda a história humana uma ordem de fenômenos que
fossem como que o eixo da existência moral do planeta, nada encontraríamos de mais
expressivo e eloqüente que as festas e comemorações que têm sempre alimentado as
grandes fés do mundo” (...) Não mais poéticas ou mais solenes, porém mais
extraordinárias, suntuosa e magníficas vão se tornando as festas cívicas, as
cerimônias do culto, à medida que se desenvolve a civilização e se eleva o espírito
humano.” Rocha Pombo2
Mencionar a palavra “rituais” certamente implica delimitá-la, ou ao menos, imprimirlhe um contorno particular para aproximar o leitor daquilo que se pretenderá anunciar.
Falaremos pois, das cerimônias e exposições ocorridos na Escola De Aprendizes Artífices do
Paraná, organizados por ela ou nos quais fez-se presente no início do século XX que,
pensadas em conjunto, podem ser consideradas responsáveis por instituir um conjunto de
práticas, lugares vivificadores de determinadas memórias e ainda de hábitos e rituais de
(con)formação. Assim, o que abordaremos neste texto, seguindo alguns indícios encontrados
nos Relatórios da Escola de Aprendizes Artífices, nas obras de Rocha Pombo, Olavo Bilac,
Afrânio Teixeira e nas teses proferidas na I Conferencia Nacional de Educação, constitui-se
uma tentativa de imprimir uma articulação entre algumas celebrações/rituais que se davam
no interior da referida Escola e as tentativas de disciplinamento e moralização da infância
vigentes no início do novecentos.
Disseminadoras
e afirmativas de um ideal
de nação e civilização progressistas,
instituidoras de preceitos morais, ordenadores e disciplinares; propagadoras de um forte
apelo nacionalista que permeava os primeiros anos da República, as festas de encerramento
do ano letivo, as comemorações públicas e desfiles em datas cívicas, as Exposições escolares,
a organização de batalhões infantis, a uniformização dos alunos materializavam mais uma
tentativa de formar a mente e conformar o corpo.
As escolas lançam mão de um modelo de militarização dos corpos infantis por meio de
diferentes rituais, concretizado nas práticas escolares acima mencionadas. Rosa Fátima de
Souza (2000), aponta que “ na representação de alguns educadores da época, a educação
militar possuía finalidades que incluíam o sentimento de patriotismo, o desenvolvimento das
virtudes cívicas, a moralização do hábitos, a eugenia e a disciplina corporal.” Logo,
“À semelhança das organizações militares, os batalhões infantis, reunindo pequenos soldados,
simbolizavam uma das finalidades primordiais da escola pública: a celebração cívica. Nesse sentido,
eles contribuíram não apenas para a ‘invenção das tradições’ conforme sugerem Hobsbawn e
Ranger(1997), participando das comemorações cívicas- as festas nacionais instituidoras de uma memória
nacional -, como ajudaram a reforçar o imaginário sociopolitico da República. Entende-se dessa forma,
o encantamento que tais agremiações provocavam na sociedade da época ao oferecerem a representação
de um corpo unido e harmônico, como deveria ser a pátria e a nova ordem. Ao desfilarem pelas ruas da
cidade, manifestavam todo o sentido simbólico da escola no meio social. (Souza, 2000, p.108)1
Diferentes instituições de assistência e instrução à infância carente e desvalida, criadas
ao longo do século XIX e inícios do século XX, contribuíram para a expansão da instrução
primária e da instrução de caráter profissional. Em 1909 são criadas3, por Nilo Peçanha, as
Escolas de Aprendizes Artífices e passam a ocupar lugar estratégico na tentativa de controlar
as classes operárias, disciplinar e definir o lugar do menor na sociedade. Atuaram também
como grandes difusoras dos ideais republicanos, quais sejam: romper com o Império e
construir a “Nação”4, baseada nos preceitos de uma “pátria ordeira e progressista”.
Relacionavam-se intrinsecamente à moral do trabalho, da disciplina, da civilização, da
eugenização e regeneração da raça.
A Escola de Aprendizes Artífices do Paraná, entre as décadas de 1910 e de 1930,
partilhou desses propósitos e articulou a criação de Batalhões Infantis em prol do almejado
intuito de amoldamento do sentimento patriótico de nação. Serviu-se ainda da organização de
outros rituais cívicos e da organização de feiras e eventos que contribuíam para a formação
moral, física e cívica de seus alunos, bem como para a divulgação da escola e dos idéias
republicanos de educação que representava. Embora transcendessem o espaço escolar, pois
ocorriam em praças públicas, em teatros, ou ainda percorrendo diferentes lugares de poder,
conforme cita QUELUZ, estes rituais tinham um caráter bastante peculiar naquilo que se
entendia ser a efetiva formação dos alunos:
“Os duzentos alunos, militarmente formados dois a dois, partiram em marcha elegante, ao anoitecer,
portando em suas mãos iluminadas lanternas chinesas auri-verdes. O cenário da cidade era rasgado
pelo espetáculo cênico patriótico, na sua cadência ordenada, ritmada, uniforme, demonstravam os efeitos
sobre a morfologia do corpo das modernas medidas disciplinares existentes na escola. A marcha e os
corpos normatizados transmitiam ao ‘povo que se aglomerava’ pelas ruas, o comportamento desejado, a
ordem social que as multidões urbanas deveriam assumir para si. O trajeto pelas ruas não era acidental,
pois marcava uma hierarquia social. Primeiro convergia para o centro do poder, o Palácio do Presidente
do Estado, onde a autoridade era saudada e legitimada com vivas entusiasmados dos alunos. O cortejo
tinha seu fim no grande palco das principais atrações artísticas e cívicas da cidade, o Teatro Guaíra.
Nele, a teatralização dos valores republicanos e da sociedade do trabalho se completava.”5 (QUELUZ,
2000, p.85)
Na tentativa de civilizar as massas de desvalidos e estrangeiros concorriam todos os
esforços possíveis e aliavam-se a política de educação elementar, profissional, moral e cívica à
política de conformação dos corpos.
A demanda por mais normatização da sociedade levada a
cabo pela moral do trabalho ganhava força desde meados do século XIX. Somaram-se, então, os
discursos de médicos, juristas, higienistas, professores e engenheiros em uma ânsia permanente
por “medicalizar a sociedade” e constituir, pela disciplinarização e pelo trabalho, corpos dóceis e
úteis.
Afirmações de que o futuro do país dependia em grande parte do ensino profissional
e, paralelamente da instauração do hábito de trabalho, eram recorrentes na época. Além disso,
conforme defendia Paulo Ildefonso d’Assumpção6,
por meio das instituições de ensino
profissional o governo auxiliaria indiretamente a instrução primária dos Estados, sem acarretar
ônus para o Tesouro Público. Argumentos similares foram proferido em 1912, pelo Sr. Ernesto
de Oliveira, então
secretário da Agricultura, na cerimônia de premiação dos alunos, e
reproduzido pelo Diretor:
“discorreu longamente sobre ao alcance da educação profissional no Brasil, no qual diz concretar-se
todo o futuro da nossa nacionalidade que só será grande, forte, verdadeiramente independente sob o
ponto de vista econômico, quando o povo estiver apto a produzir intensamente por si, emancipando o
país das indústrias estrangeiras, e mais ainda, fazendo o Brasil a forja e o celeiro do mundo onde todos
os povos venham comprar o que necessitarem. Não é uma conjetura hipotética e sim um fato
rigorosamente previsto que se efetivará dentro de alguns séculos quando a Europa completamente
esgotada pela sua super-população e pelo imenso consumo de materiais de que dependem a industria,
não mais puder produzir. Belo na forma e no fundo, o discurso foi terminado sob intensa salva de
aplausos. E o Secretário ‘saudando nos pequenos artífices o Brasil do amanhã.’”(RELATÓRIOS, 1912,
p.81)7
Ao trabalho cabiam inúmeras funções e aos seus seguidores, neste caso as crianças;
benesses infindáveis. Além dos papéis de regeneração,
ação moralizadora, preventiva e
combativa de possíveis desvios a que estavam sujeitos por estarem nas ruas, ou por serem filhos
de “lares miseráveis e decompostos”, o trabalho, sempre pensado paralelamente à instrução
elementar, também ganhava o atributo de ser capaz de eliminar desigualdades sociais e combater
todas as mazelas sociais. Paulo Ildefonso, reproduzindo o discurso “O trabalho e a educação
profissional” proferido por Chichorro Jr - Secretário de Finanças, Comércio e Indústrias-, salienta
as vantagens físicas, morais e materiais do mesmo:
(...) encarando o magno problema da educação e da instrução, em face da moderna evolução das
sociedades que assentam as fundações de sua organização do ensino em todos os ramos, colhendo
argumentos e fazendo paralelo entre o que se passa nas nações mais adiantadas em civilização.(...) Em
belíssima síntese mostrou as vantagens físicas, morais e materiais que servem para os povos que
concentram no aperfeiçoamento do trabalho manual e na perfectibilidade do operário-artista as bases da
educação profissional; que tem como conseqüência o pleno domínio da matéria, e o adestramento do
intelecto no conhecimento direto das coisas.(RELATÓRIOS, 1911,p. 85)8
Nas primeiras décadas do século XX também floresceu a poesia carregada de ideais de
civismo e enaltecedora da pátria-nação de Olavo Bilac, cujas obras voltadas ao público
infantil, davam a tônica da formação das crianças pretendida pelas escolas e pensadores
brasileiros. Na página “Ao leitor” 9 do livro “Poesias infantis”, Olavo Bilac afirma: “é um
livro em que não há animais que falam , nem as fadas que protegem ou perseguem crianças,
nem as feiticeiras que entram pelos buracos das fechaduras; há aqui descrições da natureza,
cenas de família, hinos ao trabalho, à fé, ao dever, alusões ligeiras à história da pátria, [grifos
nossos] pequenos contos em que a bondade é louvada e premiada.”10 E no “Prefácio a
primeira edição” reitera o desejo de “contribuir para a educação moral das crianças de seu
país.” 11[grifos nossos]
A poesia de Olavo Bilac é ilustrativa do lugar ocupado pelo trabalho na formação do
ideário de nação civilizada, tão apregoado no início do novecentos, que poderia ser adivinhada
e instaurada já a partir da infância conforme desejava Paulo Ildefonso, uma vez que “a pátria
brasileira” carecia de elementos que favorecessem a expansão econômica, de seres que
trabalhassem conscientemente e produzissem “qualquer coisa na elaboração do progresso
nacional.”12 Acompanhemos esta ode ao trabalho escrita por Bilac:
O Trabalho
Tal como a chuva caída
Fecunda a terra, no estio,
Para fecundar a vida
O trabalho se inventou.
Feliz quem pode, orgulhoso,
Dizer: “Nunca fui vadio:
E se hoje sou venturoso
Devo ao trabalho o que sou”
É preciso, desde a infância,
Ir preparando o futuro;
Para chegar a abundancia,
É preciso trabalhar
Não nasce a planta perfeita,
Não nasce o fruto maduro;
E, para se ter a colheita,
É preciso semear.
(O Trabalho – Poesias Infantis, In: Bilac, Olavo. Obra Reunida. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1996, p. 336-7)
A ênfase dada à instrução elementar, à profissional e ao ensino do civismo e da moral
nas escolas brasileiras podem ser notadas nas obras de três escritores: Rocha Pombo, Afranio
Peixoto e Olavo Bilac. Nelas encontramos o incitamento da Pátria por meio dos seus
símbolos, o encorajamento e a valorização do trabalho e a primazia da formação do caráter
para o progresso da nação brasileira que se constituía.
“Para que haja pátria, é necessário que haja consciência, coesão e disciplina. Mas, para que isto exista, é
necessário que haja instrução, intensa e extensamente disseminada, fácil e gratuitamente distribuída,
constante e sabiamente dirigida. Não trata da educação secundaria e superior. Trato apenas da instrução
elementar, daquela que se deve dar a todo os homens do povo, com a higiene do corpo, a instrução
primaria, cívica, e militar; com a capacidade para o trabalho, a instrução profissional.” (BILAC, 1996,
p,968)13
O livro “Minha Terra, Minha Gente” de Afranio Peixoto, foi aclamado no
Brasil e
em Portugal como “um dos melhores manuais de civismos” escritos na época. Nele, o autor
defendia, dentre outras idéias, a difusão do caráter salvacionista da instrução pública e sua
capacidade
de criar a consciência coletiva nacional:
“Cumpre, como medida de salvação
pública, cuidar da instrução primária, da instrução profissional, da educação moral e cívica,
sem as quais os povos degeneram na barbaria passiva, preliminar da submissão aos mais
capazes.”(PEIXOTO, 1916, p.190)14 Nas páginas intituladas “O que é uma nação. O futuro do
Brasil”, também reafirma o discurso reinante no início do novecentos: a urgência de se
preparar o Brasil de amanhã!
“o que nos cumpre é preparar, hoje, o Brasil de amanhã. Educar o brasileiro de agora para lhe dar uma
consciência de si e, portanto, dar a todos uma consciência nacional. Mostrar-lhes suas origens de espírito
e civilização para que as preze e as saiba honrar; as suas origens mesologicas [sic] e etnográficas para
que as saiba conhecer e aperfeiçoar. Contar-lhe a sua historia, ou a moralidade da sua história, para que
do passado algum bem possa colher e aplicar, com proveito, no presente e por prevenção, no futuro.”
(PEIXOTO, 1916, p.230)15
Mas se os educadores chamavam a si a responsabilidade de “construir o Brasil de
amanhã”, não era sem muitos percalços que o intentavam. Ao referir-se a freqüência escolar, já no
ano de fundação da escola, e nos anos subseqüentes, Paulo Ildefonso queixava-se reiteradas vezes
da dificuldade em estabelecer a constância às aulas e ao trabalho das oficinas, afirmando não
haver “(...) corretivo bastante, dentro das linhas regulamentares, para trazer os aprendizes à
desejada assiduidade no trabalho, das oficinas e assistência aos cursos noturnos.”(RELATÓRIOS,
1911, p.13)16 Apresentava, então,
o que julgava serem as causas motivadoras das faltas e
implicavam a dificuldade de subordinar os alunos à assiduidade almejada. Categorizava-as como:
“exteriores, alheias aos remédios escolares, a distância, os trabalhos industriais caseiros, as doenças e a
falta de vigilância paterna. De outro lado é o ócio, a negação a disciplina escolar a repugnância dos
horários. Entre os mais devotados ao trabalho, há alunos que fazem percursos de 3 a 5 km quatro vezes
em um único dia; dificuldade nas estações de chuva em que as estradas vicinais viram atoleiros de lama.
(...) as famílias pobres, dedicadas ao trabalho dos campos e pequenas industrias domésticas, furtam
horas e dias ao trabalho dos menores (...) faina das plantações e colheitas, podas e vindimas.(...)
epidemia de varicela e escarlatina, [quando} 50% dos alunos foram afastados, mais prejudicial que
outras causas é a falta de vigilância paterna e de policia nas ruas acoroçoa o menor a gazear a escola,
vagabundeando na mais deplorável ociosidade.” (RELATÓRIOS, 1910, p.12-14)17
E, posteriormente, em 1913, afirmaria: “ (...) são constante e ininterruptos os esforços
em vigiar individualmente a presença dos alunos, desviados por insignificantes serviços, pelos
múltiplos feriados religiosos, motivos esses que influem especialmente sobre as classes
operárias.18 Paulo Ildefonso enumera, então, os esforços que despendia para combater a
ociosidade. Salientando lançar mão do “incitamento da emolução[sic] e amor ao trabalho
infantil que lhes prepara a facilidade da resistência, tudo tenho empenhado para dirimir o
grande mal”.19
Queixas quanto à dificuldade de imprimir regularidade e assiduidade na freqüência às
aulas não eram recorrentes apenas no discurso de Paulo Ildefonso. Maria dos Anjos
Bittencourt, professora do Grupo Escolar de Telêmaco Borba, em tese intitulada “O Ensino
Obrigatório e o civismo nas Escolas” proferida na I Conferência Nacional de Educação, ocorrida
em Curitiba em 1927, defendia que o ensino primário fosse decretado obrigatório, pois
somente assim seria possível não somente trazer mas manter os alunos na escola. Informava
ainda que: “embora o ensino primário tem sido melhorado gradativamente, graças à medidas
aplicadas pela Inspetoria Geral do Ensino (...) recente-se de certas providências para mais
ampla difusão(...) [pois] (...)efetivamente, a instrução primária tem sido completamente
descurada pelos pais que preferem para seus filhos misteres. (...) tal irregularidade modifica,
como conseqüência natural, a marcha do ensino, tornando-o moroso. (BITTENCOURT,
1997.p. 191-2).”20
À maneira de outros participantes da Conferência, Maria dos Anjos Bittencourt
defendeu ainda uma segunda causa, muita cara à educação brasileira naquele período: o
ensino do civismo nas escolas. Argumentava que a educação cívica deveria ocorrer em todas
as escolas primárias do Brasil e tornar-se obrigatória , por ser “um dos fatores da formação do
caráter
do homem”. A idéia de educação como fôrma, na qual poderiam ser modelados
caráter, comportamentos, atitudes de respeito e subserviência e de onde sairia o progresso do
Brasil, ideal tão almejado e presente no discurso de diferentes profissionais da
época,
transparece na passagem abaixo:
“(...) o acatamento às leis e autoridades e a obrigação que temos de respeitar os nossos superiores são
noções que a escola ministra, a fim de cooperar eficazmente para o grande ideal – o progresso do nosso
país. É então desde a escola primária que o professor tem o dever de incutir na mente da criança o amor
à Pátria, dar-lhe a exata compreensão de seus nobres ideais. Devemos explicar-lhes o Hino Nacional, a
Constituição Brasileira,, a nossa bandeira, em suma, tudo o que possa despertar-lhes o interesse e o
sentimento pátrio. (BITTENCOURT, 1997.p. 193-4)21
Para obter a assiduidade desejada, Paulo Ildefonso assegurava ainda a
ausência
absoluta de castigos corporais. Ao invés disso buscava servir-se de outras estratégias como:
permitir que as crianças pudessem recrear-se no amplo e belo pátio da escola nos intervalos de
trabalho, permitir que confeccionassem pequenas obras que necessitassem para o seu uso e
para sua casa, o estabelecimento de
correspondência diária com os responsáveis para
averiguarem a freqüência dos filhos nas aulas e oficinas; as revistas diárias, as pequenas
penas; as restrições nas horas de recreio e os
Afirmava o diretor que
exercícios prolongados de formatura.22
as aulas de ginástica sueca23 e os
exercícios de formatura,
contribuíam para “a boa ordem e disciplina interna do estabelecimento e no avigoramento
físico dos alunos e preparo para o serviço militar”.24
Em 1911, a produção das oficinas concentrou esforços quase “unicamente em dotar os
aprendizes artífices de uma vestimenta singela, porém decente, com a qual pudessem se
apresentar em público”. O desfile dos alunos corretamente constituídos em batalhão escolar e
trazendo roupas, armas, viaturas e equipamentos como: carabinas, mochilas, correiames,
viaturas, tambores, areios[sic] de montaria para uso escolar,25 confeccionados no próprio
estabelecimento, segundo relato de Paulo Ildefonso, “impressionou a população”.
A organização do batalhão escolar, apresentação e desfile dos alunos devidamente
fardados e constituídos em formações militares contemplava diferentes objetivos, conforme
esclarece o Relatório do Diretor: realizar a propaganda e divulgar a Escola levando à público
a eficiência
das oficinas –
pois os aprendizes desfilavam os artigos que produziam;
promover a demonstração da disciplina interna
e da concepção pedagógica voltada ao
trabalho a que estavam sujeitos os alunos, dar comprovação da eficácia dos métodos
empregados pela Escola nos ensinamentos cívicos e morais e assegurar a visibilidade do papel
da mesma na sociedade curitibana e nacional.
Os rituais organizados pela escola eram ainda: exercício de formatura e formações
patrióticas,
exposição em exames públicos, festas de encerramento do ano escolar
e
participação em feiras e exposições locais, nacionais e internacionais. A organização de festas
de encerramento, as exposições anuais, fossem no interior da escola ou em outros espaços
públicos, as exposições nacionais e internacionais combinavam-se em prol da divulgação da
presença da escola na sociedade, bem como para o incitamento ao trabalho e a disciplina por
parte dos alunos. Não raro, ocorriam premiações aos melhores alunos ou àqueles aprovados
com distinção.
Em 1911, segundo ano de funcionamento da escola, foram enviadas peças ao Museu
Comercial do Rio de Janeiro para serem destinados à Exposição de Turim. Os diversos
artefatos produzidos nas oficinas e que foram enviados
“obtiveram boa classificação”.
Entretanto o diretor advertia a necessidade de apresentar a organização completa da escola,
para que o Brasil não saísse em desvantagem frente aos outros centros e países:
“não me parece acertado enviar esta escola um ou outro, artefato que vá figurar disperso pelos sessões
de várias indústrias, pouco adiantando assim para a apreciação do Estado de desenvolvimento do país, e
sofrendo prejudicial confronto com obras provenientes de industrias perfeitas. (...) apresentar a escola
em sua organização completa de instituto profissional como exige o ‘Programa Explicativo’ das
Instruções do Ministérios para a organização da sessão brasileira na exposição de Turim. Expor
fotografias, prospectos, plantas, notas ilustrativas do edifício, seu valor didático, disciplinas e higiênico,
instalações, locais de trabalho, materiais, exercícios preparatórios; cada sessão acompanhada de uma
coleção de matéria prima, organizada com metodologia pedagógica, escolhido a riqueza vegetal, mineral
e animal do território do estado. O desenho seria representado abrangendo o ornamental, arquitetural.26
É fundamental observar aqui a preocupação de Paulo Ildefonso com a imagem que se
formava da Escola e do próprio país na Exposição internacional. Desejando expor o maior
número de elementos e/ou matérias-primas além de fotos e prospectos a fim de bem
representar as riquezas naturais e o desenvolvimento e progresso no qual embebia-se o país.
Segundo KUHLMANN JR.(2001), nas organizações das exposições cada país participava com
suas particularidades, fossem potências industriais, como a Alemanha, ou as colônias e seus
artigos exóticos. Assim:
“cada país, ao sediar uma Exposição, mostrava aquilo que seria a prova de seu lugar no
‘concerto das nações’ civilizadas. Demonstração tanto à sua própria população quanto aos visitantes dos
demais paises, que também ali compareciam para exibir seus produtos e atributos de modernidade e
buscar o referendo das premiações. Cada um deles contribuía com suas peculiaridades, desde as
potencias industriais (como a Alemanha, destaque em vários eventos) até as colônias ultramarianas, que
adornavam os espetáculos com seus toques exóticos. Nesse processo comparativo entre as nações, as
comissões organizadoras das Exposições elaboraram classificações minuciosas dos produtos exibidos,
visando abarcar o universo produtivo e a totalidade da vida social.” (KUHLMANN JR., 2001, p.233)
O intuito de adequar-se aos padrões da Exposição Internacional, presente no relato de
Paulo Ildefonso, coincide com a existência de comissões organizadoras das Exposições e com
participação do Estado na organização e divulgação de critérios para regular a participação
dos envolvidos, explicitado por KULMANN JR:
“Uma série de procedimentos foram adotados para organizar tanto a participação brasileira nos
eventos internacionais quanto a realização dos nacionais, demonstrando o esforço em apresentar o país
como civilizado, parte desse mundo moderno, cientifico, industrial. O Estado sempre subsidiava, e até
se fazia representar diretamente nas comissões organizadoras. Estas solicitavam às províncias amostras
de materiais para serem enviados e promoviam a seleção dos mesmos por meio das exposições
regionais e nacionais que julgavam os objetos expostos. Alem disso, as comissões promoviam a
produção de publicações: regulamentos, catálogos, revistas, livros sobre o país, álbuns e edições
comemorativas e relatórios. Os jornais e revistas dedicavam espaço considerável aos acontecimentos”
(KUHLMANN JR., 2001, p.27)
Ainda em 1911, cumprindo o regulamento de 15 de janeiro de 1910, efetuou-se a
primeira distribuição de prêmios aos alunos. A festa de premiação ocorrida no Teatro Guaíra
apregoava a harmonia e convivência entre as classes sociais, por ter envolvido “desde o mais
simples operário até os mais altos representantes do poder público”, foi comentada pelos
diferentes jornais locais. “O Paraná Moderno”, de 07/05/1911, escreveu sobre a cerimônia:
“A Escola de Aprendizes: aliando a necessidade de estimular o animo de seus juvenis alunos e
falar-lhes ao coração, o competente diretor da escola, promoveu uma festa belíssima (...).27
A distribuição dos prêmios repetiu-se em 1912 e assim descreve-a Paulo Ildefonso:
“estavam a platéia e os camarotes literalmente cheios de familiares que apreciam sempre essas
festas de estímulo
à infância que estuda e se aparelha para os nobres prélios da vida.”
Descreveu também a marcha que os aprendizes fizeram da escola até lá; a disposição no
palco do teatro, a banda de música do Regimento de Segurança do Estado, da ornamentação e
o troféu em forma de águia.28
Anualmente, coincidiam o encerramento das aulas e a abertura da exposição no
interior da escola, onde figuravam Obras e Estudos dos aprendizes e conferiam-se prêmios
aos alunos das aulas de Instrução Elementar e também para o curso de desenho29. Em 1912,
Paulo Ildefonso assegurava o
sucesso daquela “Exposição; longamente comentado pela
imprensa local, [e os] progressos apresentados em confronto com anos anteriores e pela
abundância e variedade de artigos.”30
Semelhante relato encontramos também no ano de 1915: “(...) a última exposição
escolar assinalou verdadeiro progresso na manufatura de artefatos apresentados e na variedade
dos produtos exibidos (...).31 Conquanto o diretor insistisse em dar “demonstrações públicas e
solenes” do quanto a Escola teria “feito na obra de remodelação dos costumes nacionais”32,
na Exposição do Centenário33, parte das
Independência,
comemorações alusivas ao Centenário da
os objetos remetidos pela Escola de Aprendizes Artífices não receberam
menção ou recompensa e foram extraviados no Rio de Janeiro, o que ocasionou protestos por
parte de Paulo Ildefonso:
“Vindo do ano de 1922 em que a maior atividade foi desenvolvida na produção das oficinas e na
atividade do ensino, todo esse grande estimulo viu-se (...) prejudicado, não só pelo insucesso do destino
que coube ao trabalho dedicado de professores e alunos, que se esforçaram pela boa representação deste
estabelecimento na Exposição do Centenário, não merecendo esses trabalhos a menção ou recompensa;
como pela depreciação de seu justo valor a que pela primeira vez foram expostos os artefatos desta
escola, desde a sua fundação.”34
A escolha da data para a abertura da exposição escolar e festa de encerramento do
ano letivo, certamente nada aleatória, foi o Dia da Bandeira.
Conforme almejava
BITENCOURT (1997): era preciso despertar o “interesse e o sentimento pátrio”. Assim,
“novamente o ritual da afirmação do valor social da instituição misturava-se ao ritual de
afirmação da República através da exaltação de seus símbolos. (QUELUZ, 2000, p.87)”35
Aproximação também defendida por Rocha Pombo
em “Nossa Pátria”36, onde propunha
nutrir e firmar na criança e no homem simples do povo aquilo que entendia serem os símbolos
de nação e civilidade, porque cultuar os símbolos da Pátria significava cultuar a própria Pátria
e seus feitos. Anseios bastante pertinentes e similares às idéias circulantes à época, quando o
Brasil, jovem República, almejava e carecia configurar-se como nação dotada de identidade
própria, embora referenciada nos padrões de civilidade europeus. Mas,
“Se não tínhamos ainda atingido a modernidade, embora estivéssemos para lá seguindo, isto
seria em virtude de não se ter generalizado pelo país a educação: esta era representada como fator
propulsor de desenvolvimento e não como sua conseqüência. A responsabilidade por esta defasagem era
atribuída aos próprios excluídos e não ao governo (...) Os discursos povoavam-se de ambigüidades: por
um lado eram proclamadas iniciativas no campo educacional, enquanto por outro se lamentava a
situação real do ensino.” (KUHLMANN JR., 2001, p.233)
KUHLMANN JR(2001) serve-se de diferentes metáforas para localizar os múltiplos
papéis assumidos
pelas Exposições Internacionais, das
quais
participava a Escola de
Aprendizes Artífices e que podem ser transpostas para outras cerimônias, exposições e
celebrações organizadas no início do séc.XIX. Vitrines, ou “vitrines do progresso” na
expressão de
NEVES,37 pelo caráter ordenado e o modo de organizar os materiais das
exposições, “ boa parte deles no interior de móveis envidraçados”. Palcos ou Teatros: pois
nelas encenava-se a moral do progresso em que pretendiam inserir-se todos países. Templos,
já que a instrução e educação popular poderiam restaurar princípios morais e religiosos,
elementos constituintes da ordem social. E ainda, Escola, dadas as dimensões educativas
assumidas pelas mesmas.
1
Mestranda em História da Educação – Linha de Pesquisa: Instituições, Intelectuais e Cultura Escolar - pela
Universidade Federal do Paraná.
2
ROCHA POMBO, José Francisco da. O Paraná no Centenário (1500-1900). 2ªed. Rio de Janeiro: J. Olympio; Curitiba:
Secretaria da Cultura e do Esporte do Estado do Paraná, 1980.p.7-8.
3
“O Decreto n. 7566, de 23 de setembro de 1909, do presidente Nilo Peçanha, que criou as escolas de
aprendizes artífices, estipulava sua manutenção pelo Ministério da Agricultura, Industria e Comércio, a quem
cabiam os assuntos relativos ap ensino profissional não superior.” CUNHA, Luiz Antônio. O ensino de ofícios
nos primórdios da industrialização. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
4
Para maiores esclarecimentos acerca dos usos e modificações do conceito conferir: p HOBSBAWN, Eric J.
Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. / A Era dos
Impérios 1875-1914. 7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. / A Era do Capital 1848-1875. 9ª ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1996.
5
QUELUZ, Gilson. Concepções de ensino técnico na República Velha 1909-1930. Curitiba: CEFET-PR, 2000,
p.85.
6
Paulo Ildefonso d’Assumpção, foi Diretor da Escola de Aprendizes Artífices do Paraná entre os anos 1910 e
1928, nesse período era o responsável pela elaboração dos relatórios da escola. As informações desse parágrafo
constam no Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1910, p.66.
7
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1912, p. 81
8
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1911, p. 85.
9
BILAC, Olavo. Poesias Infantis. In: Obra Reunida. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996,
p.293.
10
A status de inquestionabilidade assumido pela ciência e pela racionalidade, fez com que alguns intelectuais e
pensadores da educação defendessem um racionalismo excessivo, como foi o caso de Maria Lacerda de Moura
que desejava que os contos de fadas fossem banidos da educação das crianças. (ver: KUHLMANN JÚNIOR,
Moysés. As grandes festas didáticas, - A educação brasileita e as exposições internacionais(1862-1922).
Bragança Paulista:Editora da Universidade São Francisco, 2001, p.243.) A intenção de Olavo Bilac parece
aproximar-se desta perspectiva, pois pretendia deixar de fora situações imaginárias e irreais.
11
Ibid, nota 9, p.294.
12
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1915, p.79.
13
BILAC, Olavo. Últimas Conferências e Discursos. In: Obra Reunida. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1996, p.968.
14
PEIXOTO, Afranio. Minha Terra, Minha Gente. 2ª ed.. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves; Paris-Lisboa:
Livrarias Aillaud e Bertrand, 1916, p.190.
15
Ibid. , p.230.
16
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1911, p.13.
17
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1910, p.12-14.
18
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1913, p.17
19
Id nota 17.
20
BITTENCOURT, Maria dos Anjos. “O ensino Obrigatório e o civismo nas escolas” In: I Conferencia Nacional
de Educação / org. de Maria José Franco Ferreira da Costa, Denílson R. Shena, Maria Auxiliadora Schmidt.
Brasília: INEP, 1997.p. 191-2.
21
Ibid.,p.193-4.
22
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1910, p.12-14.
23
O método Alemão de ginástica, cujas características eram o militarismo e autoritarismo, foi introduzido no
Brasil em 1852. Posteriormente, Rui Barbosa aconselhou sua substituição pelo Método Sueco “por entendê-lo
mais adequado a realidade da escola, sustentando a opinião de que não se objetivava a formação de acrobatas,
mas sim o desenvolvimento nas crianças do vigor físico necessário ao equilíbrio da vida, preservação da pátria e
da saúde.” SANTOS, Edmar Joaquim dos & SÁ, Nicanor Palhares. Eugenia à ginástica: do séc. XIX à reforma
educacional
de
1910
em
Mato
Grosso.
Disponível
em:
KWWSZZZXIPWEUUHYLVWDDUTXLYRUHYGDHXJHQLDKWPO. Acessado em 03 de setembro de 2004.
24
Ibid., p,51.
25
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1911, p.45 e 62.
26
Ibid., p.58.
27
ibid., p.86.
28
Relatório do Diretor da Escola de Aprendizes Artífices, 1912, p.80.
29
Os prêmios eram respectivamente: – livros e um estojo de desenho.
30
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1912 ,p.91.
31
Relatório Do Diretor Da Escola De Aprendizes Artífices, 1915, p.53.
32
Relatório do Diretor da Escola de Aprendizes Artífices, 1918, p.3.
33
“A Exposição era enorme para os padrões brasileiros. O visitante percorria 2.500 metros entre pavilhões
descritos pela imprensa como "deslumbrantes monumentos arquitetônicos". A entrada principal ficava na avenida
Rio Branco. Foi construída uma "porta monumental" de 33 metros de altura. Na avenida das Nações se
alinhavam os palácios e representações estrangeiras. Mais adiante, avistava-se a praça na qual se erigiam os
palácios brasileiros, considerados "monumentos majestosos de nossa riqueza e de nossa capacidade de
trabalho".Foram erguidos 15 pavilhões estrangeiros. Na área nacional havia os palácios de festas, dos estados, da
música, das diversões, da caça e pesca e muitos outros. Alguns desses prédios ainda podem ser vistos nos dias de
hoje.A Exposição Universal durou até abril de 1923, e o número de expositores chegou a dez mil.” Disponível
em http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/anos20/ev_centindep_expuniversalrj.htm , acessado em
06/09/2004.
34
Relatório do Diretor da Escola de Aprendizes Artífices, 1923, s.p.
35
Ibid, nota 5, p.87.
36
ROCHA POMBO, José Francisco da. Nossa Pátria: narração dos fatos da História do Brasil, através da sua
evolução com muitas gravuras explicativas. São Paulo –Caieiras – Rio de Janeiro: Companhia Melhoramentos de
São Paulo, 79ª edição, 1917.
37
NEVES, Margarida de Souza. As vitrines do progresso: o conceito de trabalho na sociedade brasileira na
passagem do século XIX ao XX; a formação do mercado de trabalho na cidade do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 1986. [Relatório de Pesquisa, Depto de História, PUC-RJ.] apud KUHLMANN JÚNIOR, Moysés. As
grandes festas didáticas, - A educação brasileita e as exposições internacionais(1862-1922). Bragança
Paulista:Editora da Universidade São Francisco, 2001, p.24-5.
FONTES
ARQUIVO DA BIBLIOTECA DO CENTRO DE FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA (CEFET- PR)
Relatórios do Diretor da Escola de Aprendizes Artífices - Anos 1910, 1911, 1912, 1913, 1915,
1918, 1923.
PUBLICAÇÕES
I CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO / org. de Maria José Franco Ferreira da Costa,
Denílson R. Shena, Maria Auxiliadora Schmidt. Brasília: INEP, 1997.p. 191-2.
BILAC, Olavo. Obra Reunida. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.
BITTENCOURT, Maria dos Anjos. “O ensino Obrigatório e o civismo nas escolas” In: I
Conferencia Nacional de Educação / org. de Maria José Franco Ferreira da Costa, Denílson R.
Shena, Maria Auxiliadora Schmidt. Brasília: INEP, 1997.p. 191-2.
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Paris-Lisboa: Livrarias Aillaud e Bertrand, 1916, p.190.
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através da sua evolução com muitas gravuras explicativas. São Paulo –Caieiras – Rio de Janeiro:
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ROCHA POMBO, José Francisco da. Para a História. Notas sobre a invasão Federalista no
Estado do Paraná.Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, 1980.
ROCHA POMBO, José Francisco da. O Paraná no Centenário (1500-1900). 2ªed. Rio de Janeiro:
J. Olympio; Curitiba: Secretaria da Cultura e do Esporte do Estado do Paraná, 1980.
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Editora Unesp, 2000.
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_________________.Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de
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____________________. A militarização da infância: Expressões do nacionalismo na cultura
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VIDAL, Diana Gonçalves & Hilsdorf, Maria Lúcia S. Brasil 500 anos: Tópicas em História da
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