FEX 1001 3 - COLISÃO INELÁSTICA 1 Objetivo Obter o coeciente de restituição entre uma bola e o chão. 2 Teoria Uma colisão entre dois corpos pode ser classicada considerando-se a energia cinética total antes e depois da colisão. Se a energia cinética se conserva, a colisão é chamada totalmente elástica; se parte da energia cinética se transforma em outra forma de energia, a colisão é inelástica. Quando os dois corpos permanecem unidos após a colisão, esta é dita totalmente inelástica. Considere uma bola que, sendo solta do repouso da altura inicial Hi , chega ao chão com uma velocidade vi . Imediatamente após o contato com o chão, a bola se deforma e segue sofrendo uma compressão, até atingir o repouso (situação de compressão máxima). A partir desse instante, ela passa a se expandir e salta, deixando o chão com velocidade vf , indo até a altura Hf . Observe que, em geral, a bola deixa o chão com uma velocidade menor que a velocidade que possuía quando atingiu o chão, visto que a altura Hf é menor que a altura inicial da qual ela foi solta. A gura 1 ilustra esta situação. Hi Hf vf vi Figura 1: A bola cai de uma altura atingindo a altura Hi e chega ao solo com velocidade vi . Após a colisão, ela sai com velocidade vf Hf . Pode-se denir o coeciente de restituição, r, de uma colisão deste tipo através da razão entre as velocidades de saída do solo e de chegada ao solo, ou seja r= |vf | . |vi | (1) O coeciente de restituição pode ser utilizado como um indicativo de quão elástico é o choque entre a bola e o chão. A perda de energia cinética nessa colisão é dada pela diferença entre a energia cinética da bola ao colidir com o chão e a energia cinética da mesma ao deixar o chão, ou seja ∆K = 1 1 mv 2 − mv 2 , 2 f 2 i que, em termos do coeciente de restituição, pode ser colocada na forma ∆K = 1 mv 2 r2 − 1 . 2 i (2) Observe que esta variação de energia cinética é negativa, indicando uma perda de energia cinética. Na realidade, esta perda corresponde, sicamente, a uma transformação de energia cinética em outras formas de energia durante a colisão. As equações (1) e (2) mostram que, numa colisão totalmente elástica r =1 e a energia cinética é conservada durante a colisão. Numa colisão inelástica, devido a transformação de parte da energia cinética em outras formas de energia, a velocidade de saída do chão vf 1 que dá ∆U = mg (Hf − Hi ) , 1 Considerando-se o nível zero de energia potencial gravitacional no chão. 1 r<1 e, portanto, ∆K < 0. energia potencial gravitacional no Ui = mgHi . Após colidir com o chão, a bola retorna Uf = mgHf . Logo, a variação de energia potencial vale momento em que a bola é solta vale potencial gravitacional vale vi , o U. A é menor do que a velocidade de chegada ao chão Vamos analisar a situação em termos de energia potencial gravitacional à altura Hf , onde sua energia (3) que também é negativa, pois Hf < Hi . Considerando que a energia mecânica se conserva entre o instante inicial quando a bola foi solta e o instante imediatamente anterior ao choque com o solo, podemos escrever mgHi = 1 2 2 mvi , o que dá para a variação de energia cinética ∆K = mgHi r2 − 1 . Mas ∆K = 1 1 mvf2 − mvi2 = mgHf − mgHi 2 2 (4) que, inserida na equação (4), nos dá mgHi r2 − 1 = mg (Hf − Hi ) , ou seja, r2 = Hf , Hi dando o coeciente de restituição em termos da razão entre as alturas antes e após a colisão da bola com o chão. Desta forma, a altura que a bola atinge após colidir com o chão será sempre uma fração xa da altura inicial da qual ela caiu. 3 Descrição do Experimento O experimento consiste em deixar uma bola cair de uma altura e medir a altura que ela sobe após a colisão com o chão. A seguir, solta-se novamente a bola desta nova altura, medindo-se novamente a nova altura nal. Serão anotadas cerca de cinco alturas diferentes. Como existem erros na altura de lançamento e na leitura da altura de subida, é conveniente repetir o lançamento seguidas vezes da mesma altura, am de se obter o valor médio da altura de subida. 4 Equipamento/Material 1. Régua decimetrada. 2. Bola de silicone. 5 (a) Procedimento Experimental Antes de começar suas medidas, treine um pouco a maneira de observar e medir para possibilitar um melhor resultado, com menor erro. (b) Deixe a bola cair da uma altura Ho (desconhecida) acima de 18, 0 dm e anote a altura H1 atingida após a primeira colisão inelástica com o solo. Repita a operação quatro vezes e determine o valor médio da altura o desvio médio da mesma, ou seja, (c) Em seguida, solte a bola desta altura média o valor médio hH2 i atingida e hH1 i e meça o valor de H2 , repetindo o procedimento am de determinar e de seu desvio médio. Faça o procedimento acima para as cinco primeiras colisões, anotando os dados na Tabela da folha de questionário. (d) hH1 i h∆H1 i. Responda as demais questões da folha de questionário. 2 FEX 1001 3 - COLISÃO INELÁSTICA Tabela 1 Altura ( ) medida 1 medida 2 medida 3 medida 4 medida 5 altura média: desvio médio: hHi h∆Hi H1 H2 H3 H4 H5 1. A relação entre a n-ésima altura (Hn ) e a altura inicial (Ho ) é Hn = Ho r2n . Linearize esta equação mostrando claramente os coecientes angular e linear da reta. 2. Construa o gráco linearizado em papel adequado utilizando os dados de sua Tabela 1. 3. Calcule, a partir do gráco linearizado, o valor do coeciente de restituição entre a bola e o chão e o valor da altura inicial de lançamento 4. Usando o fato de que 5. r2 = Ho . Indique no gráco os pontos lidos. Mostre os cálculos com clareza. H2 H3 Hn H1 = = = ··· = , Ho H1 H2 Hn−1 Usando a igualdade acima e os valores médios de hHi i mostre que Hn = Ho r2n . da Tabela 1, calcule os diferentes valores do coeciente de restituição e complete a tabela 2 abaixo. Tabela 2 p H2 /H1 6. p H3 /H2 Calcule o valor médio de hri p H4 /H3 p H5 /H4 hri e compare com o valor que você obteve a partir do gráco linearizado, calculando o erro percentual. Adote o valor médio como valor de referência. Mostre os cálculos com clareza. 3