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Rio de Janeiro, 04 de Fevereiro de 2013 - Número 4555
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NWalter Faria junta os cacos das mais diferentes garrafas
Parece até que Walter Faria, dono da cobiçada Petrópolis, está se preparando para um porvir longe de garrafas e
engradados. Seu percurso empresarial é cada vez mais inusitado e oblíquo, com negócios que passam a léguas do
mercado cervejeiro e, aparentemente, não guardam qualquer conexão ou sinergia entre si. Depois de investir no setor
elétrico, com a compra de uma participação na Electra Energy, Faria está perto de fincar raiz no agronegócio. Segundo
informações obtidas junto à Imcopa, o empresário é o principal candidato a salvar a lavoura da companhia paranaense,
uma das maiores produtoras de soja do Brasil. Fontes próximas a Frederico Busato Junior, controlador da empresa,
afirmam que ele vem mantendo negociações com Faria. As conversas envolveriam tanto a venda de uma participação
quanto a transferência integral do controle. Consultada, a Imcopa negou a operação. Walter Faria, por meio da assessoria
da Petrópolis, declarou "não ter informação sobre o assunto".
Não custa lembrar que a Petrópolis mantém uma parceria com a Imcopa para a venda de soja desde 2008. Na época,
circularam no setor informações de que o acordo era apenas um biombo, por trás do qual Faria teria acertado um contrato
para a aquisição da empresa paranaense. Às vezes, o tal mercado erra o santo e o milagre; às vezes, só não acerta o
horário da missa. O fato é que, hoje, a Imcopa se tornou um campo minado. Com dívidas na casa dos R$ 800 milhões, a
empresa entrou com pedido de recuperação judicial no início do ano. Há cerca de três anos, Busato apostou todas as suas
fichas em um acordo extrajudicial com os credores, na expectativa de ganhar fôlego para recapitalizar a companhia.
Desde então, no entanto, a situação se agravou. Ressalte-se que a Imcopa tem seus atrativos, a começar por dois
complexos industriais no Paraná, com capacidade para esmagar mais de dois milhões de toneladas de soja por ano.
Talvez uma coisa seja uma coisa e outra coisa não passe de outra coisa. No entanto, este processo de diversificação de
negócios suscita a ideia de que Walter Faria está preparando o terreno para a venda da Petrópolis. Olhando-se para as
atuais condições do mercado, o momento parece mais do que propício. A indústria cervejeira passa por um período de
apreciação generalizada. Deve isso ao fenômeno AmBev, que puxou o valuation dos demais ativos do setor. Por sua vez,
a Petrópolis nunca esteve tão valorizada e cobiçada. Passou a Kirin/Schincariol no ranking e tem feito sucessivos
investimentos no aumento do parque fabril. É por essas e outras que a Heineken não sai da porta de Walter Faria.
KKR
O fundo KKR tem feito gestões junto ao governo do Rio para comprar uma participação minoritária na Cedae. Não custa
lembrar que a empresa acaba de suspender seu IPO.
InBrands sua a camisa para manter grifes
A InBrands e a Herchcovitch, ao que parece, não cabem mais na mesma passarela. O estilista Alexandre Herchcovitch
teria feito uma oferta para recomprar sua grife, pendurada no cabide da holding da área de moda desde 2008. Segundo
uma fonte que participa das negociações, a marca vale aproximadamente R$ 12 milhões. Se confirmada, a ruptura será o
último ponto sem nó em uma relação cada vez mais esgarçada. Alexandre Herchcovitch está insatisfeito com a estratégia
imposta pelo grupo para a grife e com a própria performance do negócio. Consultada, a InBrands negou qualquer
negociação para a venda da Herchcovitch.
O episódio é o primeiro grande desafio de Michel Neves Sarkis, que assumiu a presidência da InBrands há cerca de dois
meses. Sarkis vem tentando debelar o descontentamento de Alexandre Herchcovitch com a promessa de um
realinhamento da marca e novos investimentos em marketing. Acena também com a possibilidade do estilista voltar a ter
maior ingerência sobre o negócio. Uma das maiores missões de Sarkis é justamente estancar a deserção de parceiros, que
se tornou uma marca da InBrands. Nos últimos anos, as grifes Isabela Capeto, Bintang e Roots House deixaram o
negócio ? todas foram recompradas pelos antigos controladores após desentendimentos com a holding. Em grande parte,
os atritos teriam sido motivados pelo estilo abrasivo de gestão de Bruno Medeiros, antecessor de Sarkis.
Kasinski
Após gastar muito combustível financeiro e dar vários cavalos de pau na gestão da companhia, a chinesa CR Zongshen
está conseguindo acelerar as vendas da Kasinski. A fabricante de motos deve fechar o primeiro semestre com um
aumento de 15% na receita em comparação com igual período em 2012.
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As informações puvlicadas neste veículo não exprimem declarações oficiais das empresas e personagens citados, à exceção de circunstanciais afirmações de caráter formal, identificadas pela divulgação entre aspas.
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Operação-trato
r O governo está semeando uma nova safra de crédito para estimular a venda de máquinas agrícolas. O adubo financeiro
sairá dos cofres do BNDES e do BB.
Freio na Anatel
O ministro Paulo Bernardo quer; a Anatel, logicamente, muito mais. No entanto, Dilma Rousseff não está muito disposta
a entregar à agência a responsabilidade pela regulação do marco civil da internet - o projeto de lei se arrasta no
Congresso há meses. Na visão do Planalto, a Anatel já está mandando demais.
Jekyll and Hyde
Isso sim é chinese wall. Nas últimas semanas, o BTG Pactual teria vendido um volume expressivo de ações da Gol. Há
pouco mais de um mês, o mesmo BTG, ou melhor, "outro" BTG, por meio de seu departamento de research, recomendou
a compra de papeis da companhia aérea. Consultado, o BTG declarou que "não comenta rumores de mercado".
Luz verde
Aos poucos, o presidente da Light, Paulo Roberto Pinto, está consertando os fios desencapados deixados por seu
antecessor, Jerson Kelman. O executivo conseguiu o aval dos acionistas, a começar, claro, pela Cemig, para ampliar os
investimentos e promover mudanças na diretoria.
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