COMUNICAÇÃO VISUAL NOS ANÚNCIOS DAS REVISTAS TRIBO SKATE E 100% SKATE Felipe Daniel Martins Cristiano Max Pereira Pinheiro Novo Hamburgo, junho de 2006 FELIPE DANIEL MARTINS COMUNICAÇÃO VISUAL NOS ANÚNCIOS DAS REVISTAS TRIBO SKATE E 100% SKATE Centro Universitário Feevale Instituto de Ciências Sociais Aplicadas Curso de Publicidade e Propaganda Trabalho de conclusão de curso Professor orientador: Cristiano Max Pereira Pinheiro Novo Hamburgo, junho de 2006. Monografia submetida ao corpo docente do Centro Universitário Feevale, como parte necessária para a obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda. Aprovada em: ___/___/___ por: _______________________ Prof. Ms. Cristiano Max Pereira Pinho Orientador _______________________ Prof.ª Ms. Vera Lucia Dones Banca Examinadora _______________________ Prof. Ms.Marsal Ávila Alves Branco Banca Examinadora Novo Hamburgo, junho de 2006. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha amada, Aline Inês Lottermann, pelo amor, carinho e auxílio dado nos momentos mais difíceis. Dedico também a todos os professores e colegas que demonstraram acreditar no meu potencial, estimulando-me. AGRADECIMENTO A Deus, que com seu amor, seu poder, sua bondade e sabedoria deu-me força e inspiração para chegar ao final desta jornada, tornando tudo possível. Ao meu orientador, Cristiano Max Pereira Pinheiro, pela ajuda neste trabalho e pela dedicação, demonstrando paciência e carinho. Aos meus amigos, que não ficaram longe de mim, mesmo nos momentos de mau humor, demonstrando que estavam prontos para me ajudar. RESUMO O presente trabalho versa sobre a comunicação visual e sua utilização nos anúncios veiculados nas revistas de skate. Neste trabalho, faz-se um comentário sobre a comunicação, o anúncio, a comunicação visual e os veículos de comunicação de massa, em especial a revista; aborda-se os esportes radicais, o skate e as revistas de skate existentes; comenta-se a respeito das revistas Tribo Skate e 100% Skate e analisa-se, quanto à comunicação visual, alguns anúncios dessas revistas. Este trabalho tem como objetivo verificar a eficácia da linguagem visual em cinco anúncios da revista Tribo Skate e cinco da 100% Skate, ambas do mês de dezembro de 2005. Palavras-chave: Comunicação, Anúncio, Comunicação Visual, Veículos de Comunicação de Massa – Revista, Esportes Radicais, Skate, Revistas de Skate e Revistas Tribo Skate e 100% Skate. ABSTRACT This work deals with visual communication and its use in advertisements published in skateboarding magazines. Here, comments are made about communication itself, the advertisements, visual communication, and the mass media, specially magazines. Focus is placed on radical sports, skateboarding, and skateboarding magazines. The Tribo Skate and 100% Skate magazines are reviewed, and some of the advertisements published in them are analyzed as far as visual communication in concerned. The purpose of this work is to check the effectiveness of visual communication in five advertisements of the Tribo Skate magazine and five of the 100% Skate magazine, both issues of December 2005. Key words: Communication, Advertisements, Visual Communication, Mass Media - Magazines, Radical Sports, Skateboard, Skateboard Magazines and the Tribo Skate and 100% Skate magazines. SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................ 08 1 COMUNICAÇÃO ................................................................................ 1.1 Anúncio (Definições e Funções) .............................................. 1.2 Comunicação Visual .................................................................. 1.3 Veículos de Comunicação de Massa – Revista....................... 11 14 18 29 2 ESPORTES RADICAIS ...................................................................... 2.1 O Skate......................................................................................... 2.1.1 Revistas de Skate............................................................... 33 38 51 3 REVISTAS TRIBO SKATE E 100% SKATE ...................................... 3.1 Análise, Quanto à Comunicação Visual, de Alguns Anúncios das Revistas Tribo Skate e 100% Skate do Mês de Dezembro 2005.................................................................................. 53 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 101 56 INTRODUÇÃO Percebe-se que há uma grande diferença entre os anúncios das revistas de skate e os anúncios das revistas de assuntos gerais, como, por exemplo, Veja, Isto É, Superinteressante, entre outras. As revistas de skate, geralmente, apresentam um destaque maior nos atletas e nas manobras praticadas por eles, deixando o produto anunciado em segundo plano. Já os anúncios das revistas de assuntos gerais, em geral, possuem um destaque mais intenso no produto anunciado, ficando os outros fatores em segundo plano. Acredita-se que isso ocorra porque o público das revistas de skate, na maioria das vezes, é o skatista, que se interessa primeiro pelas manobras e pelos atletas que as executam e apenas depois quer conhecer o produto anunciado. Por outro lado, o público das revistas de assuntos gerais é mais diversificado e se interessa por matérias variadas. Por isso, há uma necessidade de realçar o produto anunciado, para que ele atraia a atenção do leitor. O trabalho em questão constitui-se de três capítulos. No primeiro capítulo, cita-se alguns conceitos de comunicação e expõe-se a importância da comunicação interpessoal e da comunicação de massa; faz-se um comentário geral a respeito do anúncio; mostra-se alguns aspectos relevantes sobre a comunicação visual, a qual permite que o ser humano descubra diversos itens importantes e necessários. Por esses fatores ela deve ser atraente, interessante e informativa. Além disso, aborda- 9 se os veículos de comunicação de massa, em especial a revista, já que serão, posteriormente, analisados anúncios desse meio de comunicação. No segundo capítulo, menciona-se a definição de esporte radical e alguns esportes dessa modalidade; apresenta-se a história do skate, os principais atletas, modalidades e manobras; e cita-se algumas revistas de skate existentes. No terceiro capítulo, comenta-se a respeito das revistas Tribo Skate e 100% Skate e analisa-se, quanto á comunicação visual, alguns anúncios dessas revistas. Escolheu-se o tema da comunicação visual nas revistas de skate devido à constatação de que há, atualmente, um grande número de revistas de skate no Brasil e que algumas delas possuem anúncios que não se adequam aos conceitos de uma comunicação visual ideal, ou seja, não agradam os leitores, são de difícil compreensão, entre outros fatores. A partir disso, resolveu-se analisar cinco anúncios da revista Tribo Skate e cinco da 100% Skate, ambas do mês de dezembro de 2005. Optou-se pela revista Tribo Skate por ela apresentar nessa edição uma matéria com Paulo Galera, skatista gaúcho da nova geração e muito admirado por todos skatistas e simpatizantes do esporte. Já a 100% Skate foi escolhida porque possui a matéria do desafio de rua de 2005, evento realizado, todos os anos, pelos editores da revista. As revistas citadas são direcionadas a anunciantes e a leitores. Esses leitores possuem uma cultura específica, pois falam através de gírias, usam roupas largas, etc. Os anunciantes e leitores têm em comum a convivência e o trabalho com o skate, alguns praticam por diversão, outros por profissionalismo ou almejam o profissionalismo, outros ainda trabalham produzindo artigos específicos, como, por exemplo, roupas, acessórios, tênis, etc. A escolha das revistas de skate se deve ao fato do skate, esporte radical, estar em constante desenvolvimento no 10 mundo inteiro. Surgem, diariamente, novos adeptos desse esporte considerado perigoso, difícil e que exige do atleta atenção e agilidade. Este trabalho tem como objetivo verificar a eficácia da linguagem visual em alguns anúncios das revistas Tribo Skate e 100% Skate do mês de dezembro de 2005. 1 COMUNICAÇÃO Armando Sant’Anna (2002), em seu livro Propaganda: teoria, técnica e prática, explica que comunicação é um processo fundamental e vital de transmitir idéias entre indivíduos. É fundamental na medida em que toda sociedade humana, da primitiva à moderna, baseia-se na capacidade do homem de transmitir seus desejos, seus sentimentos, seus conhecimentos, suas intenções e suas experiências de pessoa para pessoa. É vital na medida em que a habilidade de comunicar-se aumenta as chances de sobrevivência do indivíduo, enquanto sua falta é geralmente considerada uma séria forma de patologia. Já Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), no Dicionário de comunicação, informam que a palavra comunicação deriva do latim communicare, cujo significado seria tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. Comunicar implica participação, interação, em troca de mensagens, em emissão ou recebimento de informações novas. A comunicação está presente no dia-a-dia do ser humano, em todas as suas ações, ou seja, no trabalho, na escola, na reunião com os amigos, nas festas, na leitura de um livro, de uma revista, de um jornal, no cinema, entre outros fatores, há comunicação. O ser humano, através da fala, da escrita, de gestos e de expressões 12 faciais, se comunica com outras pessoas, transmite suas angústias, sofrimentos, alegrias, tristezas, dúvidas, etc. João Benedito Pinho (1990), em seu livro Propaganda institucional: usos e funções da propaganda em relações públicas, salienta que a comunicação desempenha um papel de grande importância na sociedade. Além disso, ele apresenta um pensamento do autor Teobaldo, o qual afirma que nenhuma criatura, no exercício de qualquer atividade humana, poderá deixar de falar, escrever ou adotar alguma forma de comunicação para dar aos seus semelhantes a idéia do que está fazendo ou da sua predisposição para agir. Armando Sant’Anna (2002) comenta que os estudos que vêm sendo realizados abordam a comunicação de massa e a comunicação interpessoal: da palavra falada, do sinal, do gesto, da imagem, da exibição, da impressão, da radiodifusão, do cinema, ou seja, de todos os signos e símbolos por meio dos quais os humanos tratam de transmitir significados e valores a outros humanos. O processo é o mesmo, independente dos tipos de sinais transmitidos em uma onda de televisão ou ditos por um jovem ao ouvido da amada. O meio de comunicação coletivo é um comunicador que tem relação de entradas e saídas. Em sua forma mais simples, o processo de comunicação consiste em um transmissor, uma mensagem e um receptor. Para o autor, deve-se lembrar que um dos princípios básicos da teoria geral da comunicação é que os sinais emitidos só tem significado se o receptor souber interpretá-los. Pedro Gilberto Gomes (1997), no livro Tópicos de teoria da comunicação, informa que o processo de comunicação foi criado pelos engenheiros Shannon e Weaver, por volta de 1948, e é chamado de Teoria Matemática da Comunicação. O 13 autor afirma que, de acordo com o modelo apresentado por Shannon e Weaver, uma fonte de informação seleciona uma determinada mensagem. O transmissor converte tal mensagem em sinal, o qual é enviado ao receptor através do canal de comunicação. O receptor converte o sinal novamente em mensagem e encaminha essa última a seu destino. Os meios de comunicação são grandes transmissores de mensagens, uma vez que trazem notícias do mundo todo. O ser humano tem a oportunidade de adquirir conhecimentos através do rádio, da televisão, das revistas, dos jornais, etc. Os meios de comunicação, além de informar, apresentam propagandas de produtos de diferentes marcas e modelos, com o objetivo de instigar o público a comprá-los, mas existe uma enorme concorrência entre as marcas dos produtos anunciados e cabe ao consumidor a tarefa de escolher o produto que lhe agrada mais. Pinho (1990) explica que numa conversa pessoal podem ocorrer distorções, ou seja, um determinado fato, ao ser transmitido em cadeia para outras pessoas, sofre modificações como, por exemplo, a redução do número de palavras e de detalhes. Para o autor, nas relações públicas apenas uma versão deve ser transmitida, evitando os possíveis desencontros na informação prestada por fontes diferentes, às vezes antagônicas. Outro elemento relevante é a credibilidade de informação, que influencia grandemente na confiança que será dada aos fatos. Donis A. Dondis (1997), em seu livro Sintaxe da linguagem visual, salienta que, em sentido moderno, o conceito de comunicação está associado à idéia de audiência em massa. Em termos estritos, qualquer portador de mensagens, uma pintura mural, um discurso, uma carta pessoal, pode ser chamado de meio de comunicação. Essa referência seria válida por definição, mas, para o autor, hoje, 14 quando falamos em meios de comunicação, a idéia implícita é um grande, e possivelmente impessoal, grupo de pessoas. É em termos de grupo ou de muitos grupos que as mensagens de massa, com a intenção de obter uma resposta ou uma cooperação por parte do público, são concebidas. 1.1 Anúncio (Definições e Funções) Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998) descrevem a palavra anúncio como o ato de informar ao público qualquer assunto, através de notícias jornalísticas, comunicados oficiais, mensagens publicitárias, avisos, etc. Para os autores, o anúncio é uma mensagem de propaganda elaborada e veiculada com finalidades comercias, institucionais, políticas, etc, é uma informação publicitária de uma marca, de um produto, de um serviço ou de uma instituição, apresentada por meio de palavras, imagens, músicas, recursos audiovisuais, efeitos luminosos e outros, através dos veículos de comunicação. A forma e o conteúdo do anúncio, bem como sua característica de informação e de persuasão, variam de acordo com os objetivos da propaganda, o público visado e o veículo que irá transmiti-la. Armando Sant’Anna (2002) comenta que antigamente era comum existir anúncios que mostravam o produto, a fábrica e o próprio dono da fábrica. Esses tipos de anúncios eram típicos de uma concepção de propaganda que era geral: o anunciante dizia ao consumidor aquilo de que ele, consumidor, deveria gostar. Nenhum esforço era feito para saber quais eram as necessidades e as preferências dos consumidores. Hoje em dia, tudo mudou, pois, naquela época, o consumo também era importante, mas ocorreu uma inversão de quem dita o que quer. Em conseqüência disso, é o consumidor que se encontra no ponto central, absoluto do 15 universo comercial, uma vez que são as companhias que giram em torno do consumidor e não o inverso. Para o autor, o anúncio não é uma peça literária que tem por fim deleitar, distrair ou dar uma sensação de beleza, mas é a grande peça do imenso tabuleiro publicitário e o meio publicitário por excelência para comunicar algo com o propósito de vender serviços ou produtos, criar uma disposição, estimular um desejo de posse, divulgar e tornar conhecido algo novo e interessar a massa ou um de seus setores. Anunciar consiste em tornar interessante, apetecível um produto: criar, na maioria dos casos, um valor subjetivo psicológico que lhe exceda o valor intrínseco ou real. De acordo com Sant’Anna (2002), o anúncio deve basear-se no conhecimento da natureza humana. Para atrair a atenção é imprescindível saber como captá-la. O tamanho do anúncio é um dos fatores materiais da atenção. Quanto maior é o anúncio mais se destaca, mais se impõe à vista, independente de sua aparência e de seu conteúdo. Para interessar é necessário conhecer cada uma das reações do ser humano, seus instintos e sentimentos. O publicitário deve ter algo de psicólogo, precisa ter uma sólida base técnica, tem que conhecer os princípios da comunicação e saber as limitações que impõe os diferentes meios de comunicação com a massa. Além disso, o publicitário deve possuir um amplo conhecimento da estrutura e dos fatores do anúncio, para que esse seja potente, atrativo e alcance seu objetivo prático que é o de vender o produto anunciado. Bons anúncios têm efeito nulo em virtude de uma construção deficiente ou por algum defeito que reduz sua eficiência. Segundo o autor, os cínicos sustentam que um bom anúncio é aquele que o cliente aprovou. Outros dizem que o bom anúncio é aquele que tem força de 16 persuasão e é lembrado, tanto pelo público como pelo mundo publicitário, como um trabalho admirável. Há aqueles que acham que um bom anúncio é o que vende o produto sem chamar a atenção para si mesmo. Os homens de criação devem conhecer a experiência dos anunciantes de vendas pelo reembolso postal, pois eles sabem mais do que ninguém a respeito da realidade da propaganda, devem conhecer a experiência das lojas de departamentos e, além disso, precisam conhecer as experiências das campanhas de sucesso. Para o autor, aprende-se muito estudando as campanhas vitoriosas. Sant’Anna (2002) informa que o anúncio para ser eficiente precisa preencher os requisitos abaixo: 1. Ser original Destaca-se. No apelo, na forma, na ilustração, no layout, na apresentação, etc. 2. Ser oportuno Deve ser atual, atingir o leitor no momento mais adequado, da forma mais conveniente. 3. Ser persuasivo Ele deve ter credibilidade. O leitor tem que acreditar na mensagem. 4. Ser persistente Em publicidade não adiantam esforços isolados. Ele deve ir sedimentandose na mentalidade do público, ir incutindo o hábito. 5. Ter motivação Os seus apelos devem atender às necessidades e desejos, responder aos anseios, mostrar que o sonho pode se transformar em realidade. (SANT’ANNA, 2002, p. 153-154). José Benedito Pinho (1991), em seu livro Comunicação em marketing: princípios da comunicação mercadológica, afirma que o anúncio impresso, escrito com o propósito de convencer pessoas a usarem um produto ou serviço e a aceitarem uma idéia ou filosofia, provavelmente teve sua origem em épocas remotas. O homem civilizado, precisando trocar seus produtos com aqueles produzidos por outros, tinha que veicular os bens e induzir as pessoas à sua aceitação. Inicialmente, anunciar era simplesmente divulgar uma oferta. O anúncio 17 tinha um caráter apenas informativo, dando a conhecer aos interessados a existência do produto e os locais onde poderia ser comprado. Atualmente, o anúncio publicitário precisa atingir, convencer e levar à ação uma audiência, em princípio, desinteressada. Para o autor, os componentes principais do anúncio impresso são o título, o texto e a ilustração. A função básica do título de um anúncio é fixar a atenção, despertá-la e induzir a leitura do texto, que é uma extensão do título. O corpo do texto convence, persuade e diz ao leitor como responder, que comportamento deve adotar. A ilustração é a imagem utilizada com o propósito de expressar uma mensagem e tem de servir para reforçar a atenção, a compreensão e a credibilidade do texto. No anúncio, além das partes principais, é acrescentada a identificação do anunciante (através de sua assinatura, contendo o nome de fantasia, a razão social, o endereço e o número do telefone); o slogan1; e os elementos decorativos (molduras e tarjas) que dão um toque diferenciador ou servem para separar o anúncio das demais peças. Todo anúncio bem construído é um arranjo de harmonias e contrastes entre suas partes. Pinho (1990) comenta que o anúncio pode ter preços diferenciados para a veiculação, em função do uso de cores, da inserção nas capas internas ou na última capa da revista e da localização da peça em página determinada ou indeterminada. Para o autor, os encartes, material produzido pelo anunciante e distribuído junto com as revistas, também são uma opção que pode ser utilizada. Algumas publicações 1 De acordo com Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), slogan é uma frase concisa, marcante, geralmente incisiva, atraente, de fácil percepção e memorização, que apregoa as qualidades e a superioridade de um produto, serviço ou idéia. Para os autores, embora o slogan não seja um elemento indispensável na propaganda, a maior parte das mensagens publicitárias faz uso desse recurso, como forma de sintetizar a imagem que se pretende “vender” para o público e de fixar os princípios atribuídos do que é anunciado. 18 abrem a possibilidade de veiculação em cadernos regionais com custos mais acessíveis para as empresas. 1.2 Comunicação Visual Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998) descrevem o termo comunicação visual como um conjunto de técnicas, conhecimentos e procedimentos que buscam maior eficácia na transmissão visual de mensagens verbais ou não verbais através dos diversos meios de comunicação. Já Chaim Samuel Katz, Francisco Antonio Doria e Luis Costa Lima (1975), no Dicionário básico de comunicação, informam que a expressão comunicação visual é parte do desenho industrial que trata da imagem visível de uma empresa ou entidade: marcas, papéis de carta, padronizações no aspecto dos serviços ligados a ela (veículos de transporte, serviços de atendimento, veículos de comunicação interna), e similares. Num sentido amplo: a produção, em regime semi-industrial, de imagens e formas com alta pregnância e fácil divulgação. Joaquim da Fonseca (1990), em seu livro Comunicação visual: glossário, comenta que comunicação visual é o termo que designa a totalidade dos meios visuais, tais como fotografia, cinema, televisão, imprensa, moda, publicidade, etc. Praticamente tudo o que vemos é comunicação visual. O autor salienta que, para Bruno Munari, a comunicação visual pode ser casual ou intencional. Casual porque pode ser livremente interpretada por quem a recebe e intencional porque deve ser recebida na totalidade do significado pretendido pela intenção do emissor e pode ser examinada sob dois aspectos: o da informação estética e o da informação prática. 19 Rafael Souza Silva (1985), em seu livro Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa, explica que tudo aquilo que podemos captar através da visão acaba constituindo uma comunicação visual. Um cartaz, um edifício, um jornal, uma flor, ou seja, vários elementos visuais, inseridos numa paisagem onde o fenômeno espaço-tempo completa essa significação, a qual se desenvolve num processo de comunicação visual onde a mensagem é intencional e atende a fundamentos teóricos, culturais e operacionais. (...) numa comunicação visual a mensagem pode ser interpretada livremente pelo receptor, numa comunicação intencional o receptor deve captar a mensagem no exato significado que lhe atribui o emissor. Para que isso ocorra sistematicamente é necessário ter em conta o processo de produção da comunicação visual. (SILVA, 1985, p. 26). Acredita-se que a comunicação visual seja um fator de extrema relevância, pois através dela o ser humano tem a oportunidade de conhecer e descobrir vários itens importantes. A comunicação visual deve ser atraente, interessante e informativa. Silva (1985) afirma que com o aparecimento dos veículos de comunicação de massa eletrônicos, revolucionando a comunicação humana através da instantaneidade da informação provocada pelo som e o movimento da imagem, alterou-se radicalmente o comportamento da apresentação visual e editorial na veiculação impressa. Para o autor, quando nos propomos a analisar a comunicação por meio de qualquer tipo de manifestação estética que utiliza a palavra ou elementos de linguagem não verbal, vamos nos deparar com uma dúvida: o leitor ou o ouvinte entende o que é realmente transmitido. 20 Pensa-se da mesma forma que Rafael Souza Silva, quando ele comenta que ao analisarmos a comunicação podemos nos deparar com a dúvida citada acima, pois percebe-se que nem sempre as pessoas entendem a mensagem que lhes é transmitida. Lucia Santaella e Winfried Nöth (1998), no livro Imagem: cognição, semiótica, mídia, informam que, no campo visual, as figuras são percebidas, em sua totalidade, como formas. As totalidades aparecem como algo que é mais do que o somatório de suas partes. A percepção ocorre, não de maneira reprodutiva, mas sim, como um processo construtivo da nova organização do campo visual. Donis A. Dondis (1997) comenta que qualquer acontecimento visual é uma forma com conteúdo, o qual é influenciado pela importância das partes constitutivas, como a cor, o tom, a textura, a dimensão, a proporção e suas relações compositivas com o significado. O conteúdo e a forma são os componentes básicos, irredutíveis, de todos os meios (a música, a poesia, a prosa, a dança, e, como é nossa principal preocupação aqui, das artes e ofícios visuais). O conteúdo é fundamentalmente o que está sendo direta ou indiretamente expresso; é o caráter da informação, a mensagem. (DONDIS, 1997, p. 131). Para o autor, na comunicação visual, o conteúdo nunca está dissociado da forma. Muda de um meio a outro e de um formato a outro, adaptando-se as circunstâncias de cada um. Vai desde o design2 de um pôster, jornal ou qualquer outro formato impresso, com sua dependência específica de palavras e símbolos, até uma foto, com suas típicas observações realistas dos dados ambientais, ou uma 2 Conforme Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), a palavra design significa desenho industrial, ou seja, disciplina voltada para o projeto e desenvolvimento de produtos manufaturados, com ênfase nas características de uso e/ou perceptivas dos objetos. 21 pintura abstrata, com sua utilização de elementos visuais puros no interior de uma estrutura. Para Silva (1985), conteúdo e forma devem caminhar juntos, onde a peça arquitetônica final deve traduzir a consciência do seu valor informacional e estético. O artista diagramador, para transmitir visualmente a mensagem da página, utiliza as letras, as imagens, os brancos da página, os fios tipográficos e a vinhetas. Tem-se a mesma opinião do autor Rafael Souza Silva, quando ele afirma que conteúdo e forma devem caminhar juntas, pois acredita-se que um completa o outro na transmissão das mensagens. O autor cita em seu livro um pensamento da diagramadora Clara Conti, a qual define que a diagramação é uma arquitetura de forma. É uma arte artesanal cujo resultado, a página globalmente diagramada, nos dará a mensagem de comunicação visual, qualitativamente distinta da mensagem específica de cada componente da mesma página. É a comunicação linear consagrando o dinamismo pela associação de imagens. O autor salienta que, em termos de programação visual, a diagramação é o projeto, a configuração gráfica de uma mensagem colocada em determinado campo, ou seja, na página de um livro, de um jornal, de uma revista ou de um cartaz. A preocupação do programador visual e sua tarefa específica é dar a tais mensagens a devida estrutura visual, a fim de que o leitor possa discernir, rápida e confortavelmente, aquilo que para ele representa algum interesse. Para Celso Kelly, a arte gráfica começa pela diagramação; desdobra-se na escolha dos tipos; complementa-se na confecção das manchetes. Estabelecem-se as relações do gráfico com o assunto. Segundo ele as ilustrações aquecem o texto; dão visualidade pronta, antes da leitura. Fotos, 22 caricaturas, anúncios, enxertam-se em meio aos textos, quebram-lhe a monotonia, imprimem movimento ao todo. Eis o grande arranjo estético, a orquestração gráfica do jornalismo. As artes gráficas e plásticas se põem a serviço de atração e sugestão, em complemento da arte da palavra. (SILVA, 1985, p. 28). Allen Hurlburt (1999), no livro Layout: o design da página impressa, comenta que um diagrama é uma solução planejada para determinados problemas, sem, contudo, se basear num conjunto preestabelecido de proporções. O diagrama de um design organiza um conteúdo específico em relação ao espaço que ele irá ocupar. Quando funciona, o diagrama permite ao design criar diferentes layouts3 contendo uma variedade de elementos, sem, todavia, fugir da estrutura predeterminada. Segundo Silva (1995), cabe ao diagramador a tarefa de escolher de modo eficaz o tipo de letra para o título, fazendo com que realce não apenas o que o seu conteúdo transmite, mas também o seu valor visual dentro de um contexto gráfico. Para isso, é extremamente importante que o planejador gráfico domine perfeitamente a manipulação dos seus caracteres, saiba utilizar eficientemente os valores estéticos, definindo com o máximo rigor o tipo de letra adequado, e, além disso, calcule corretamente o seu espaço dentro de um arranjo gráfico. Pensa-se da mesma maneira que o autor, quando ele afirma que o diagramador precisa escolher para o título um tipo de letra que realce o conteúdo e o valor visual dentro de um contexto gráfico, pois acredita-se que o título seja um elemento importante que faz com que o ser humano se sinta atraído pela mensagem a ser transmitida. 3 Segundo Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), layouts são esboços de anúncios apresentados aos clientes (anunciantes) e posteriormente arte-finalizado e impresso. Nos layouts são apresentados (não de forma definitiva, mas aproximada) todos os elementos visuais básicos da peça publicitária. 23 Para o autor, os anúncios de publicidade são diagramados obedecendo normas técnicas de paginação, as quais mudam de uma página para a outra. Há um consenso de que a publicidade deve ser programada na parte inferior da página, em forma de escada, avançando na parte esquerda, nas páginas pares, e na direita, nas páginas ímpares. Isso nem sempre acontece, o que acaba prejudicando ainda mais no arranjo gráfico final da página impressa. É fundamental que redação e publicidade entrem num acordo de normatização técnica, evitando, dessa forma, que a comunicação impressa venha a ser prejudicada. Conforme o autor, com o avanço tecnológico, a partir da primeira guerra mundial e intensificado pela segunda guerra mundial, a comunicação impressa teve que adaptar-se à nova realidade sócio-industrial, encontrando no discurso gráfico a resposta para as suas preocupações, por meio de um planejamento racional de produção gráfica e a consciência de que hoje tudo tem significação, mesmo num discurso gráfico. Para Rafael Souza Silva (1985), com o discurso gráfico ficamos condicionados à dupla leitura: uma textual e outra gráfica. Com a utilização de novos recursos editoriais e formais, a diagramação tem como finalidade principal levar-nos, de maneira inconsciente, a esse processo de dupla leitura. Lucia Santaella e Winfried Nöth (1998) apresentam, de acordo com o autor Mitchell, os seguintes tipos de imagens: imagens gráficas (imagens desenhadas ou pintadas, esculturas); imagens óticas (espelhos, projeções); imagens perceptíveis (dados de idéias, fenômenos); imagens mentais (sonhos, lembranças, idéias, fantasias) e imagens verbais (metáforas, descrições). Para os autores, de um ponto de vista semântico, uma imagem verdadeira deve ser aquela que corresponde aos fatos que representa. De um ponto de vista sintático, deve ser aquela que 24 representa um objeto e transmite um predicado sobre esse. Do ponto de vista pragmático, deve haver uma interação de iludir por parte do emissor da mensagem pictórica. Já Donis A. Dondis (1997) comenta que expandir nossa capacidade de ver significa expandir nossa capacidade de entender uma mensagem visual, e, o que é ainda mais importante, de criar uma mensagem visual. A visão envolve algo mais do que o mero fato de ver ou de que algo nos seja mostrado. É parte integrante do processo de comunicação, que abrange todas as considerações relativas às belasartes, às artes aplicadas, à expressão subjetiva e à resposta a um objetivo funcional. Para o autor, a sintaxe visual existe, pois há linhas gerais para a criação de composições e há elementos básicos que podem ser aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação visual, sejam eles artistas ou não, e que podem ser usados, em conjunto com técnicas manipulativas, para a criação de mensagens visuais claras. O conhecimento de todos esses fatores pode levar a uma melhor compreensão das mensagens visuais. (...), há um sistema visual, perceptivo e básico, que é comum a todos os seres humanos; o sistema, porém, está sujeito a variações nos temas estruturais básicos. A sintaxe visual existe, e sua característica dominante é a complexidade. A complexidade, porém, não se põe à definição. (DONDIS, 1997, p. 19). Dondis (1997) salienta que expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis: o representacional, aquilo que vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência; o abstrato, a qualidade cinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares; e o simbólico, o vasto universo de sistemas de símbolos que o homem criou e ao qual atribui significados. 25 O processo de criação de uma mensagem visual pode ser descrito como uma série de passos que vão de alguns esboços iniciais em busca de uma solução até uma escolha e decisão definitivas, passando por versões cada vez mais sofisticadas. A interação entre propósito e composição, e entre estrutura sintática e substância visual, deve ser mutuamente reforçada para que se atinja uma maior eficácia em termos visuais. Constituem, em conjunto, a força mais importante de toda comunicação visual, a anatomia da mensagem visual. (DONDIS, 1997, p. 105). Lúcia Santaella e Winfried Nöth (1998) comentam que o mundo das imagens se divide em dois domínios. O primeiro é o domínio das imagens como representações visuais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, imagens cinematográficas, televisivas e infográficas. Imagens, nesse sentido, são objetos materiais, signos que representam o nosso meio ambiente visual. O segundo é o domínio imaterial das imagens, na nossa mente, que aparecem como visões, fantasias, imaginações, esquemas, modelos ou, em geral, como representações mentais. Ambos os domínios não existem separados, pois estão ligados já na sua gênese. O autor afirma que a tendência a associar a estrutura verbal e a visual é perfeitamente compreensível, pois os dados visuais possuem três níveis distintos e individuais, os quais segundo Donis A. Dondis são: o input4 visual, que consiste de miríades de sistemas de símbolos; o material visual representacional, que identificamos no meio ambiente e podemos reproduzir através do desenho, da pintura, da escultura e do cinema; e a estrutura abstrata, a forma de tudo aquilo que vemos, seja natural ou resultado de uma composição para efeitos intencionais. Para o autor, o caráter dos meios visuais é muito diferente do da linguagem, sobretudo no que diz respeito a sua natureza direta. Não se faz necessária a intervenção de 4 De acordo com Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), input significa qualquer sinal ou informação externa, introduzida em um determinado sistema; qualquer mudança de origem externa em um determinado sistema; uma operação pela qual se introduzem informações num computador. 26 nenhuma decodificação que retarde o entendimento. Ás vezes, basta ver um processo para compreender como ele funciona. Em outras situações, ver um objeto já nos proporciona um conhecimento suficiente para que possamos avaliá-lo e compreendê-lo. Lucia Santaella e Winfried Nöth (1998) explicam que a relação entre a imagem e seu contexto verbal é íntima e variada, já que a imagem pode ilustrar um texto verbal ou o texto pode esclarecer a imagem na forma de um comentário. Nos dois casos, a imagem parece não ser suficiente sem o texto. A concepção defendida de que a mensagem imagética depende do comentário textual tem sua fundamentação na abertura semiótica peculiar à mensagem visual. Para os autores, a abertura interpretativa da imagem é modificada pelas mensagens do contexto imagético. O contexto mais importante da imagem é a linguagem verbal, mas outras imagens e mídias são também contextos que podem modificar a mensagem da imagem. Os autores informam que, de acordo com Kibédi Varga (1989), são três os tipos de relações entre a palavra e a imagem, os quais aparecem abaixo: 1 – Coexistência: palavra e escritura aparecem numa moldura comum, pois a palavra está inscrita na imagem. 2 – Interferência: a palavra escrita e a imagem estão separadas uma da outra espacialmente, mas aparecem na mesma página. 3 – Co-referência: palavra e imagem aparecem na mesma página, mas se referem ao mundo uma independente da outra. 27 Os autores também afirmam que com o crescimento e a satisfação da imprensa e da publicidade, a partir do início do século, novos campos de possibilidades, no tamanho e na variação dos tipos gráficos e no uso substantivo do espaço, foram se abrindo rumo à exploração da natureza plástica, imagética, do código alfabético. Esse código híbrido, com a nova geração de designers5 gráficos que se deliciam na manipulação das letras, das palavras, das configurações e dos desenhos nas telas informatizadas movidas a luz e cores que se multiplicam ao infinito, já preenche todas as condições para se tornar dominante. Allen Hurlburt (1999) destaca que a tipografia sempre foi o principal elemento da página impressa. Hoje em dia, sob o peso crescente de uma saturação visual e conseqüente ênfase em relação aos conceitos verbais, a tipografia atinge o seu ponto de mais alta prioridade no mundo do design. Isso não impede, todavia, que um surpreendente número de designers gráficos encare a tipografia como um mal necessário, havendo mesmo muitos layouts onde as palavras ocupam claramente um segundo plano. Donis (1997) salienta o seguinte: Em textos impressos, a palavra é o elemento fundamental, enquanto os fatores visuais, como o cenário físico, o formato e a ilustração, são secundários ou necessários apenas como apoio. Nos modernos meios de comunicação acontece exatamente o contrário. O visual predomina, o verbal tem a função de acréscimo. (DONDIS, 1997, p. 12). Pensa-se da mesma forma que o autor, pois percebe-se que realmente nos modernos meios de comunicação o visual predomina e o verbal tem a função de 5 Segundo Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), designers são desenhistas, técnicos em desenho gráfico ou industrial. 28 acréscimo. Nota-se que a maioria das pessoas prefere anúncios com elementos visuais destacados, pois entende com maior facilidade anúncios desse tipo. 1.3 Veículos de Comunicação de Massa - Revista José Benedito Pinho (1990) salienta que os veículos de comunicação de massa empregados pela propaganda recebem, segundo a terminologia corrente de mídia, a designação de mídia e são representados pelo rádio, televisão, cinema (mídias eletrônicas), revista e outdoor6 (mídias impressas). Essas mídias, diferentemente de outros meios conhecidos (como os papéis, os cartazes, os luminosos, a mala-direta), permitem atingir o público de forma massiva. O autor também informa que a comunicação de massa se diferencia da comunicação humana e interpessoal por se dirigir a uma grande audiência, heterogênea e anônima. Os veículos se estruturam em organizações complexas com profissionais altamente especializados que desempenham, por conseguinte, funções muito bem remuneradas. Armando Sant’Anna (2002) afirma que o veículo de comunicação de massa é todo o meio, forma ou recurso capaz de levar ao conhecimento do grupo consumidor a mensagem publicitária. As palavras mídia (de médium – meio), veículo e meio designam o elemento material que divulga a mensagem. Os veículos dividem-se em: revistas, jornais, outdoors, rádio, televisão, publicidade direta e mídia suplementar, que engloba o resto. 6 Conforme Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), outdoor é uma designação genérica da propaganda feita ao ar livre. Literalmente, designa qualquer propaganda feita fora, exposta em via pública. 29 Para o autor, os veículos de comunicação são classificados em: a) Veículos visuais (para serem lidos ou vistos): Imprensa: jornais, revistas e periódicos especializados; Outdoor: cartazes, painéis e luminosos; Publicidade direta: prospectos, folhetos, cartas, catálogos e congêneres; Exibições: displays7, vitrinas e exposições. b) Veículos auditivos (para serem ouvidos): Rádio e alto-falantes. c) Veículos audiovisuais (para serem ouvidos e vistos): Televisão, cinema e audiovisual (slides8 ou VT). d) Veículos funcionais (para desempenhar uma dada função): Amostras, brindes e concursos. Segundo o autor, todos os veículos apresentam vantagens e limitações. Para que possamos aproveitar integralmente as vantagens é preciso conhecer bem as suas características e saber selecionar os que se adaptam à natureza da mensagem e fazem uma boa cobertura do grupo consumidor visado. Para o autor, o melhor veículo para uma dada campanha é aquele que atinge maior número de consumidores, do modo mais impressivo, mais rapidamente e ao menor preço por cabeça. Para o autor, os fatores que devem influenciar na escolha dos veículos, ao fazer um anúncio publicitário, são: o público visado, o âmbito da campanha (nacional 7 De acordo com Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), displays são peças de propaganda ou promoção de vendas usadas para exibir determinados produtos e atrair a atenção do comprador. 8 Segundo Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), slides são diapositivos fotográficos, fotos positivas e transparentes com base em acetato de celulose e elementos dispostos horizontalmente. 30 ou local), a natureza do produto (caráter sazonal de seu consumo, ritmo de compra, qualidades que devem ser demonstradas, restrições jurídicas), atividade publicitária dos concorrentes, a natureza da mensagem (mídia e mensagem não podem ser disassociadas), a oportunidade, o prestígio do veículo, a verba disponível, o tipo de distribuição e a necessidade de influenciar revendedores. Como, no último capítulo deste trabalho, tratar-se-á de anúncios de revistas, resolveu-se, nesta parte do trabalho, fazer um apanhado desse veículo de comunicação. Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998) comentam que a revista é uma publicação periódica que trata de assuntos de interesse geral ou relacionados a uma determinada atividade ou ramo do conhecimento (literatura, ciência, comércio, política, etc). Produzida em forma de brochura, a revista apresenta-se, geralmente, em formato menor do que o jornal, com maior número de páginas e capa colorida, em papel mais encorpado. Para os autores, a revista é um veículo de comunicação e propaganda, quase sempre ilustrado, que atinge a um público determinado de acordo com suas características específicas e sua linha editorial: há revistas de informação, de entretenimento, de propaganda institucional ou doutrinária, artísticas, literárias, educativas, culturais, científicas, de humor, etc. Os gêneros mais comuns de revistas dirigidas ao grande público são: as noticiosas, as de interesse geral, as masculinas, as femininas, as de moda, as de fotonovela, as infanto-juvenis, as de histórias em quadrinhos, as de esportes, as de automobilismo, etc. Para Pinho (1991), a imprensa periódica nasceu, no Brasil, com o século XX. A primeira revista, Revista da Semana, foi lançada em 1900, vindo a seguir: O Malho 31 (1902); Fon-Fon e A Carreta, logo depois; Vida Paulista e Arara (1904). A estratégia atual adotada no mercado editorial é a da segmentação dos títulos. A multiplicação das revistas especializadas, entretanto, é um fenômeno que surge a exemplo do ocorrido nos Estados Unidos e alguns países da Europa. José Benedito Pinho (1991) afirma que a revista é um veículo de comunicação que permite melhor seletividade de mercado na cuponagem, pois, além da seletividade, esse veículo apresenta cores que dão maior impacto e aumentam a atenção e a memorização do leitor. A revista, por não ter uma vida útil curta, possui uma exposição mais prolongada. Sant’Anna (2002) salienta que a revista apresenta melhor reprodução e aparência dos anúncios, tem vida mais longa, é lida com mais vagar, o que permite textos mais longos, tem maior percentagem de leitores por número, o que faz ser a circulação bem maior do que a tiragem, é mais seletiva. Porém, a revista possui as seguintes limitações: não tem a maleabilidade dos jornais, representa grave desperdício nas campanhas estritamente locais. O mercado editorial tem praticado ultimamente a estratégia da segmentação dos títulos, com o conseqüente aumento no número de revistas técnicas ou especializadas em um determinado assunto, vendidas em bancas e destinadas a parcelas da população definidas e numericamente pequenas. A segmentação traz como resultado positivo permitir uma melhor caracterização dos seus público-alvo. No entanto, o perfil geral do leitor das revistas continua mostrando sua maior penetração nas camadas mais altas da população brasileira, para o que muito influi o alto preço de venda, conseqüência também da excelente qualidade editorial e da apurada técnica de produção que muitas revistas brasileiras atingiram. (PINHO, 1990, p. 143). Júlio Ribeiro (1989), em seu livro Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar, comenta que a revista é indispensável para a potencialização da comunicação e complementa cobertura e 32 freqüência nos segmentos poucos expostos à TV e/ou públicos secundários (utilização de encartes). O autor afirma que, quanto à cobertura geográfica, a revista apresenta informações dos principais títulos, os quais são autodidatas (Instituto verificador de circulação); cobertura nacional, porém, de acordo com a concentração de renda, típica de centros urbanos; cobertura geográfica por título, variável em função do tipo de distribuição, gênero da revista e público leitor. Além disso, a revista é limitada pelo baixo nível de alfabetização e hábito de leitura, porém com forte penetração nas classes altas. Neste capítulo, resgatou-se conceitos sobre comunicação, anúncio e comunicação visual, apresentou-se aspectos relevantes sobre os veículos de comunicação de massa e, em especial, sobre a revista. No próximo capítulo, serão abordados os esportes radicais, entre eles o skate9 e mencionadas algumas revistas de skate existentes. 9 Esporte radical. 2 ESPORTES RADICAIS Os esportes radicais são considerados esportes perigosos e que colocam a vida do ser humano em risco. As pessoas que praticam esse tipo de esporte gostam de grandes emoções. Segundo a reportagem da revista Veja, Adrenalina – Por que corremos riscos?, a descarga de emoção é uma reação bioquímica que envolve a liberação no cérebro da adrenalina, da endorfina e da dopamina. Quando uma pessoa se prepara para uma aventura, ela recebe uma descarga de adrenalina, o mediador químico que, desde que o mundo é mundo, prepara o corpo para duas reações primordiais à vida: a fuga e a luta. É dessa descarga que vem a boca seca, o aumento da freqüência cardíaca, a dilatação das pupilas e a redistribuição do fluxo sanguíneo. Durante a prática da atividade, entra em ação a endorfina, outro mediador químico, que tem a capacidade de amortecer a dor e o desconforto provocados por eventuais lesões. Por fim, entra em cena a dopamina, que atua no centro de prazer do sistema nervoso e é responsável pela sensação de satisfação no final da prova. De acordo com a reportagem, a seqüência de emoções é típica das situações de alto risco, que encantam e atraem um número cada vez maior de adeptos no Brasil e no resto do mundo. Algumas pessoas mergulham no meio de 34 tubarões, outras preferem andar em montanha-russa, vencer corredeiras em um bote inflável, subir e descer paredões de montanhas. Trata-se de uma tendência mundial, que tem sua maior comprovação no crescimento do número de praticantes de esportes radicais. Entre as várias formas de exercícios, essa é a modalidade que mais ganha adeptos no planeta. Nem todos os radicais têm problemas psicológicos e nem todos os problemas são radicais. O que empurra um esportista para o perigo, muitas vezes, é o simples fato de o pai, a mãe ou o irmão mais velho já praticarem uma modalidade perigosa, mas, no fundo, a prática do risco intenso, com possibilidade de um desfecho fatal, tem raízes complexas e, na maioria dos casos, está atrelada a um fascínio pela morte que a pessoa nem sabe que possui. Mary Jane P. Spink, Sérgio Seiji Aragaki e Marina Pigozzi Alves (2005), em seu texto chamado Da exacerbação dos sentidos no encontro com a natureza: contrastando esportes radicais e turismo de aventura, comentam que, nos esportes radicais, o risco é exacerbado, ou seja, são altas as probabilidades de ocorrência de eventos indesejáveis, tais como acidentes ou até mesmo a morte do praticante. Intensifica-se assim a emoção/adrenalina, isto é, ao praticar uma atividade marcada pela imponderabilidade e pela imprevisibilidade dos riscos, obtém-se emoção/adrenalina diretamente proporcional. Os riscos constituem elementos importantes. O esportista, ao invés de evitar os riscos, vai em busca deles e usa-os para o desenvolvimento de manobras complexas e arriscadas. Para os autores, a segurança emerge da experiência e do treinamento do praticante, assim como da checagem cuidadosa do equipamento e do exame das condições atmosféricas, ou seja, a dimensão treinamento/experiência se faz 35 presente de forma muito contundente, sendo enfatizada a responsabilidade individual e havendo pouca dependência em agentes externos. Já Ricardo Ricci Uvinha (2001), em seu livro Juventude, lazer e esportes, salienta que os esportes radicais parecem ter começado a ganhar expressão no Brasil na década de 1980. Desde essa época, vem sendo notado um considerável número de adeptos. Os esportes radicais têm em comum o gosto pelo risco e pela aventura e costumam ser classificados conforme o ambiente em que são praticados, tanto aqui no Brasil como em outros países, como aéreos, aquáticos e terrestres. Tais esportes variam também quanto ao custo de seus equipamentos, atingindo um público diferenciado de acordo com o seu potencial econômico. O não uso de equipamentos nos esportes radicais, em especial no skate, parece ser um ingrediente a mais para tornar a modalidade excitante, não convencional, radical, evocando os sentimentos de aventura e emoção. O autor também afirma que esse tipo de esporte é praticado por pessoas de todas as idades, movidas por um certo espírito ou sentimento de jovialidade que essa modalidade pode vir a proporcionar. A reportagem da revista Veja, o texto dos autores Mary Jane P. Spink, Sérgio Seiji Aragaki e Marina Pigozzi Alves e o livro de Ricardo Ricci Uvinha apresentam alguns esportes radicais existentes. Resolveu-se citar, nesta parte do trabalho, apenas aqueles presentes no livro de Ricardo, já que esse autor menciona um número maior de esportes radicais e a definição de alguns deles. Conforme Ricardo (2001), os esportes radicais existentes são: Aéreos: - Asa delta ou Vôo livre; 36 - Balonismo; - Base jump (salto de prédios, antenas ou pontes utilizando-se de páraquedas e procurando retardar o máximo possível a abertura do mesmo); - Bungy jump ou Bungee jump (salto de uma ponte ou guindaste, geralmente, de no mínimo 40 metros, preso a uma corda elástica); - Paraglide ou Parapente (salto de montanhas, sentado numa cadeira improvisada presa a um pára-quedas); - Pára-quedismo; - Rope swing (salto, geralmente, de uma ponte com corda de ancoragem pendular); - Sky surf (saltos como no pára-quedismo, o praticante vai com uma prancha presa aos pés e surfa no céu enquanto não abre o pára-quedas); - Treck (asa delta motorizada). Aquáticos: - Bóia cross, River board ou Aquaraid (descida de corredeiras de rios com bóias, geralmente, feitas com câmaras de pneus de caminhões ou pranchas adaptadas); - Bodyboard (semelhante ao surf, o praticante desce as ondas com o peito apoiado numa prancha menor que as dos surfistas); - Canoagem (caiaques, em corredeiras de rios ou ondas do mar); - Dive cave (mergulho em cavernas); - Esqui na água; - Jetski; - Mergulho; 37 - Rafting (descida de corredeiras de rios em botes grandes e coletivos, no qual vão de seis a dez pessoas); - Skyder parasail (cadeira especial puxada por lancha e acoplada a um páraquedas); - Surf; - Windsurf (semelhante ao surf, o praticante desce ondas utilizando pranchas maiores que as dos surfistas); - Wakeboard (o praticante realiza manobras numa superfície ovalada sobre as ondas produzidas pela lancha em que o praticante está ancorado). Terrestres: - Alpinismo ou Escalada; - Bicicross ou Bike; - Cascade (descida de cachoeiras por uma corda, valendo-se de técnicas verticais); - Canyoning (exploração de cursos de rios, geralmente, inclui o cascade); - Espeleologia (estudo sobre cavernas); - Esqui na neve; - Motocross; - Mountain bike; - Rapel arborizado (descida de árvores altas em cordas, técnica rapel); - Rapel urbano (descida de viadutos altos em cidades, por meio de cordas, mediante a técnica de rapel); - Off road ou Jeep cross; - Roller ou Skate in-line; 38 - Sandboard (semelhante ao skate, superfície alongada, como a do sky, usada na areia); - Skate ou Skateboard; - Snakeboard (semelhante ao skate, é praticado numa superfície dividida ao meio, presa por um pequeno engate, com eixos independentes); - Snowboard (semelhante ao skate, superfície alongada, como a do sky, usada na neve); - Trekking (caminhada em trilhas). 2.1 O Skate Conforme os sites10 da internet11, as modalidades do skate são as seguintes: Vertical - É praticado em half pipes12 ou em pistas. Essa modalidade é considerada de elite do skate, já que requer pistas especiais e muita experiência, pois as paredes do “U” chegam a 90º e as manobras aéreas são as de maior destaque. Street - É uma das modalidades que mais cresce no mundo todo, devido a facilidade de acesso ao terreno, que são: ruas, escadas, corrimãos, bancos e vários outros obstáculos urbanos. Em competições, ela sofre algumas modificações nos obstáculos, que não são mais naturais, mas sim construídos. Tudo, com a finalidade de se proporcionar um local mais adequado para as manobras. Nessas novas 10 Páginas com endereços na internet. Redes de computadores ligadas entre si. 12 Rampas em formatos de “U”. 11 39 condições, ela passa a se chamar street style13. Hoje em dia, alguns obstáculos são quase que obrigatórios nos campeonatos. Down Hill - Foi criado para os que gostam de fortes emoções e muita adrenalina. Essa modalidade é perfeita para quem gosta de muita velocidade, vento na cara e, acima de tudo, de ver suas rodinhas queimando o asfalto. Ele é praticado em ladeiras íngremes, com skates do tipo longboard14 e com rodinhas macias. A cada dia que passa, ele ganha mais adeptos e mais popularidade. Muitos dos seus praticantes são praticantes de surf e snowboard15. Long Board - Nessa modalidade, as rodinhas se mantêm no chão e a velocidade pode ser sentida nos pés. Em suma, o prazer de sentir o skate deslizar pelo asfalto. O Long Board é feito com madeira longa, rodas macias e eixos largos. É extremamente fácil de andar. Portanto, se você é novato e quer aprender a andar, essa modalidade é a ideal. Pool Riding - É uma das modalidades mais loucas do skate, pois é praticada em piscinas vazias de fundo de quintal, que, com suas paredes arredondadas, são verdadeiras pistas de skate. Na década de 70, alguns skatistas da Califórnia, mais precisamente de Santa Mônica, se aventuraram a andar em piscinas vazias, surgindo assim, o pool riding que, por enquanto, é uma modalidade underground16 praticada por alguns skatistas que gostam de transições rápidas. Mini Rampas - São populares em todo o mundo, pois, devido a pouca altura que elas possuem, as manobras são executadas com uma maior facilidade. Nessa 13 Nome novo dado à modalidade street. Skate com madeira longa. 15 Esporte radical. 16 Segundo Antonio Olinto, underground significa subterrâneo. 14 40 modalidade, há uma mistura de street com vertical. Na realidade, as mini rampas são um mini half pipe, no qual as paredes não chegam ao vertical. Elas variam de um a dois metros e dez centímetros de altura. Essas pistas são facilmente construídas. O risco de se machucar em uma manobra é bem pequeno e é uma prática necessária para a evolução de qualquer skatista. Segundo os sites da internet, as manobras do skate são: Flip - Consiste em fazer, com os pés, o skate sair do chão, rodando em parafuso. Grinds - Consiste em fazer o skate deslizar com os eixos sobre uma superfície, uma borda metálica ou de concreto. Board Slide - Consiste em fazer o skate deslizar com um pedaço da prancha sobre uma superfície, uma borda metálica ou de concreto. Ollie - Consiste em bater o tail17 e pular para frente mantendo o pé dianteiro colado no shape18. Para mandar ollies cada vez mais altos, é necessário força e agilidade, sincronizando os movimentos. Uma variação do ollie, o nollie19, consiste nos mesmos movimentos, só que pressionando o nose20 do skate. Olie-Flip - Também conhecido como kick-flip pelos americanos, consiste em dar um ollie usando a ponta do pé e virando o skate no seu eixo logitudinal. Na maioria das vezes, é a primeira manobra que um skatista iniciante aprende. 17 Parte traseira do skate. Tábua de madeira. 19 Manobra do skate. 20 Parte dianteira do skate. 18 41 Fakie Hardflip - Após dar uma acelerada no skate, vir de costas e mandar um ollie flip. Nesse momento, deve-se ficar atento porque, enquanto o skate precisa girar o flip em 180º para trás, o corpo gira para frente. 360º Kick Flip - Consiste em posicionar o pé de trás inteiro no tail e o da frente um pouco atrás dos parafusos como se fosse dar um flip. Deve-se atingir uma certa velocidade para se aproximar do obstáculo, pressionar o tail como se fosse dar um shove-it21 360 e, ao mesmo tempo, dar um toque no pé da frente para girar o flip. Espere o skate fazer a volta completa para encaixar nos pés, volte na base. Frontside Ollie 180º - Consiste em alcançar uma velocidade razoável e posicionar os pés como no ollie normal. O seu corpo é a grande ferramenta para executar a rotação. Portanto, quando bater o ollie, vire o corpo para frente. Como no ollie, mantenha o corpo equilibrado e vire o corpo acompanhando o movimento de 180º do skate. Seu tronco, auxiliado pelo movimento dos braços, vai ser o giro para inverter a base. O seu pé de trás carrega o tail para frente, quase com o calcanhar. Quando estiver no chão, equilibre-se na perna de apoio da frente. Tail Drop - Não é uma manobra. Na verdade, é uma forma de iniciar a session22 em rampas, bowls23, banks24, quarters25, etc, para se alcançar velocidade na descida da transição. É fundamental quando se trata de dropar uma transição. Posicionado na plataforma da pista ou rampa, segure firme o skate pelo nose e encaixe o tail na borda ou sobre o coping26. Em seguida, ajuste o seu pé de trás no 21 Manobra do skate. Encontro de atletas para treino. 23 Rampa em formato de círculo. 24 Rampa em formato de “U” em menores proporções. 25 Rampa em formato de meio “U”. 22 26 Cano galvanizado colocado nas bordas das rampas. 42 tail e pressione para segurar o skate na posição de drop27, mantenha a pressão nesse pé. Tire o outro pé da plataforma, o da frente, e o posicione na altura dos parafusos do eixo dianteiro. Mantenha seu peso no pé de trás, para que ainda fique com o skate encaixado na borda. A idéia é transferir o peso do pé traseiro para o pé da frente, pisando na parte dianteira. Flexione os joelhos para ter maior equilíbrio no drop, mantenha o seu corpo acompanhando a trajetória do skate, fique atento para que seu corpo não caia nem para frente e nem para trás, mantendo o equilíbrio ao acompanhar a velocidade do seu skate. 50/50 - Dependendo do tamanho do obstáculo, é preciso dar um ollie e encaixar com os trucks28, arrastando-os sobre o obstáculo, que pode ser uma caixa, um ferro, um corrimão, etc. É uma manobra fácil de aprender, mas é preciso muita prática. Conforme os sites da internet, o skate é composto basicamente por quatro partes: shape, truck, rolamento e roda. O shape é a tábua de madeira, na qual o skatista apóia os pés. Geralmente, os shapes são iguais dos dois lados, aumentando a variedade de manobras. A lixa é colocada sobre a parte superior e prende o pé do skatista. O truck é preso ao shape, tem grande importância e funciona como um elo de ligação entre o shape e as rodas. Os melhores são os que apresentam grande resistência e flexibilidade. O rolamento é essencial para um bom desempenho do skate e é quem determina a velocidade que o mesmo irá ter. Um rolamento mais resistente é utilizado para o street e os mais rápidos para o half pipe. Por último, vêm as rodas, que tem todo o contato com o chão e proporcionam a 27 28 Descer uma rampa. Eixos do skate. 43 estabilidade, além de dar velocidade ao atleta. Uma boa qualidade de rodas faz muita diferença na hora de andar. De acordo com Ricardo Ricci Uvinha (2001), o skate pode simbolizar, como prática vivenciada pelo adolescente, uma busca da identidade pessoal e uma forma de evidenciar sua cultura perante a sociedade. Para o autor, identifica-se o skatista perante a sociedade através da linguagem, da vestimenta, do gosto musical e outros fatores manifestados no interior dos grupos. Os skatistas utilizam gírias para se comunicarem uns com os outros. O skate é uma modalidade esportiva em que o jovem pode encontrar os seus pares, descobrindo sua personalidade e, ao mesmo tempo, se engajando num espírito comunitário. Segundo os sites da internet, o skate surgiu no início dos anos 60, mais precisamente na Califórnia, Estados Unidos. No auge do rock'n roll, os surfistas da época inventaram uma brincadeira para os dias em que o mar estava sem ondas. Juntando as rodinhas dos patins com um shape, estava sendo criado o skate. Apesar da precariedade do equipamento, o esporte fez a cabeça dos jovens, que logo se tornaram os primeiros skatistas. Os sites da internet informam que, no ano de 1965, foram fabricados os primeiros skates, juntamente com a organização dos primeiros campeonatos. Em todo território americano, as equipes viajavam divulgando o esporte. Num período de três anos, foram vendidos cinqüenta mil skates e após um curto espaço de tempo, em outubro de 1965, o skate simplesmente desapareceu. Foi constatado que a queda nas vendas de skate ocorreu devido à baixa qualidade dos materiais utilizados. A indústria do skate se preocupou tanto em atender a demanda que esqueceu de realizar aprimoramento tecnológico. As principais marcas enfrentaram 44 sérios problemas financeiros. A Clae Wheels era a marca de rodas mais barata, entretanto extremamente escorregadia. Marcas como Vita Pakt e Makaha perderam enormes somas de dinheiro com os pedidos do Natal de 1965 que foram cancelados. As modalidades da época eram downhill, barrel jumping, high jumping, slalon e freestyle. Em 1966, o primeiro filme sobre o skate chamado Skater Dater ganhou um Oscar. Os sites da internet também explicam que, em meados dos anos 70, a revista Skateboarder, que era uma das mais importantes do skate, anunciou que passaria a cobrir assuntos sobre competições de biker's29. Foi quando se deu a morte do skate, uma vez que muitas pistas fecharam e muitos abandonaram o esporte, apenas ficaram os que realmente gostavam do carrinho. As principais modalidades dessa época eram: o freestyle, o slalom, o downhill e o vertical. Esses skatistas, que perderam suas pistas, suas revistas e tudo que estava relacionado com eles, resolveram andar nas ruas, aplicando as técnicas aprendidas nas pistas, para criar novas manobras em guias, bancos e outros obstáculos urbanos. A partir disso, surgiu o street skate. Segundo os sites, também nos anos 70, houve o racionamento de água nos E.U.A, as pessoas esvaziaram suas piscinas. Os skatistas perceberam que essas piscinas vazias poderiam ser ótimos obstáculos e com isso surgiu o skate vertical. Ao mesmo tempo, os amantes do bowlriding30 começaram a construir rampas tipo half pipe, que mantiveram viva a modalidade outrora praticada nos skateparks31 ou então em piscinas de fundo de quintal. Com o desenvolvimento das modalidades, street e vertical, os campeonatos passaram a ser 29 Esporte radical. Andar em pistas com formato de círculo. 31 Pistas de skate. 30 45 realizados dentro de grandes estádios, com arenas especialmente construídas para esses mega eventos. Conforme os sites da internet, na mesma época, um surfista chamado Frank Nastworthy, em visita a um amigo em uma fábrica de plásticos em Purceville, Virginia, mudou a história do skate. Essa fábrica produzia rodas de uretano32 para uma empresa chamada Roller Sports, uma rede de pistas de patinação. Frank percebeu que as rodas eram melhores que as suas e que poderiam ser adaptadas facilmente em seu skate. Frank decidiu desenvolver uma roda de uretano especialmente para o skate. Para isso, foi a Califórnia para divulgar o novo produto, o qual sofreu, inicialmente, certa rejeição. Entretanto, as rodas de uretano, em pouco tempo, haviam dominado o mundo. A criação da roda de uretano foi considerada um marco na história do skate. Em 1973, Frank criou a Cadillac Wheels, marca que impulsionou novamente o skate e motivou marcas de trucks para patins, como Benett e Tracker a fabricar trucks especificamente para skate. De acordo com os sites da internet, no Brasil, o primeiro campeonato de skate aconteceu no Clube Federal (RJ), no final de 1974. Em outubro de 1975, foi realizado, na Quinta da Boa Vista (RJ), o primeiro grande campeonato. Em dezembro do mesmo ano foi inaugurada, em Nova Iguaçu, a primeira pista de skate da América Latina. Outras tantas foram construídas e mais campeonatos surgiram. Em 1975, uma marca chamada Road Rider lançou os primeiros rolamentos para skate. Era o fim da caixa de esferas, popularmente conhecido como bilhas. A revista Skateboarder retornou com força total, Bruce Logan, Russ Howell, Stacy Peralta, 32 Material usado para fabricar as rodas de skate. 46 Tom Sims e Gregg Weaver eram as estrelas do momento e suas fotos eram estampadas em todas as revistas. Segundo os sites da internet, a primeira skatepark coberta foi construída em 1978 e rapidamente surgiram skateparks cobertas por todo lugar. Os skates aumentaram a sua dimensão de seis para nove polegadas. Os skatistas Tony Alva, Jay Adams e Tom “Wally” Inoyoue, Wes Humpston e Jim Muir criaram a Dogtown, a primeira marca que tinha os seus shapes estampados. Em 1978, Alan Gelfand inventou o ollie air ou como era chamado na época no hands aerial, manobra que revolucionou o jeito de andar de skate, mas também trouxe novas críticas contra o esporte, porque, junto com outras manobras mais agressivas, causou muitas lesões e até mortes. Vários skateparks foram fechados e destruídos, e, novamente, o esporte caiu em declínio. Os sites da internet explicam que, nos anos 80, o skate voltou ao seu auge com a inovação dos skates, a utilização das pistas em "U", os half pipes, as manobras muito mais radicais e com o aparecimento de vários nomes do skate mundial: Steve Caballero, Tony Alva, Tom Sims, entre outros. Nesse mesmo ano, surgiu um garoto de apenas doze anos, Tony Hawk, que mesmo com pouca idade já deixava os skatistas mais velhos e experientes impressionados. Outro fator muito importante para o skate da época foi o vídeo da Bones Brigade, no qual Steve Caballero teve um papel bastante forte na sua existência. A partir disso, o skate nunca mais teve seu declínio. Os sites da internet também informam que, em 1981, a cultura punk era predominante e os gráficos dos shapes tinham como tema muitas caveiras. Em 1982, Tonny Hawk ganhou o seu primeiro campeonato em Del Mar Skate Ranch. 47 Uma nova fase se iniciou. Em 1984, o skate vertical, freestyle e as rampas de saltos se tornaram populares. A Powell Peralta criou o primeiro vídeo da Bones Brigade, levando o skate para todo o mundo. O skate vertical começou a mostrar as primeiras estrelas, Tony Hawk, Lance Mountain, Cristiam Hosoi, Mike McGill e Neil Blender. No street, nomes como Tommy Guerrero, Mark Gonzales, Natas Kaupas elevaram o ollie e o street skate a um patamar superior. Marc Gonzáles é um dos parênteses no mundo do skate, inventor de dezenas de manobras, entre elas o rockslide e o fiftyfifty grind. No freestyle, a hegemonia ficou a cargo de Rodney Mullem, que está na lista dos skatistas mais importantes, pois é o inventor de dezenas de manobras, entre elas o 360 kickflip. Conforme os sites da internet, no meio da década de 80, as marcas Powell Peralta, Vision, Santa Cruz dominaram o mercado. Os royalties33 dos shapes e a premiação de alguns campeonatos elevaram o salário de alguns skatistas a dezenas de milhares de dólares. Marcas de tênis como Vans, Airwalk e Vision se tornaram extremamente conhecidas e o jeito de vestir do skatista atingiu o público em geral. No final da década de 80, o skate vertical perdeu espaço para o street, que cada vez mais conquistou novos adeptos. Um grande número de profissionais decidiu abandonar os seus patrocinadores e iniciar suas próprias empresas. É o caso de Steve Rocco, que fundou a World Industries. Segundo os sites da internet, no começo dos anos 90, o street começou a ficar mais conhecido e o vertical ficou um pouco de lado. Foi a era de Mark Gonzáles, Natas Kaupas e Mike Vallely. Em 1992, com o advento da crise econômica mundial, o mundo do skate foi seriamente afetado. Obrigado a se 33 Porcentagem que o atleta ganha na venda dos shapes. 48 adequar à nova realidade, as marcas passaram a investir em vídeos com pouco orçamento e o skate voltou a crescer, mas lentamente. O street era a principal modalidade praticada e as manobras eram totalmente técnicas. Foi um período de mudanças radicais no skate. O freestyle desapareceu, seus praticantes passaram a praticar o street e incorporaram as suas manobras a essa modalidade. Em 1993/1994, o skate continuou a crescer e a se difundir pelo mundo. As manobras ficaram mais altas e perfeitas. O vertical começou a renascer com a incorporação do estilo e da técnica do street. De acordo com os sites, em 1995, o skate ganhou espaço fundamental com a criação dos Extreme Games34, que são transmitidos pela rede de TV ESPN para todo o mundo. Até o final da década de 90, o skate se manteve como um esporte predominantemente de street. Marcas de Tênis como Etnies e Vans começaram a vender enormes quantidades de produtos com a ajuda de capital externo do skate. De atividade discriminada, o skate se tornou moda. Também nos anos 90, o punk35 rock continuou popular no skate, mas o hip hop36 ganhou espaço no meio dos skatistas. As roupas largas dos skatistas acabaram virando influência na moda até hoje. Os skatistas ganharam as ruas e essa tendência ainda não mudou. A atitude mais hard-core37 e o estilo cada vez mais agressivo equilibram-se com a comercialização do estilo de vida skate, que aparece em propagandas de chocolate e nos salários milionários de campeões nos Estados Unidos. No Brasil, muito bem representado por campeões mundiais em várias categorias, como Ferrugem, Mineirinho, e tendo como ídolo Bob Burnquist, a situação para os esportistas tem melhorado ano a ano. 34 Campeonato mundial. Estilo de música. 36 Estilo de música. 37 Estilo de música. 35 49 Os sites da internet explicam que, atualmente, o skate é um dos esportes radicais mais conhecidos. Isso se deve aos grandes ídolos do esporte e a grande cobertura da imprensa. Nos últimos anos, o crescimento do skate trouxe um grande número de patrocinadores e os campeonatos são cada vez mais disputados. O skate deixou de ser apenas um esporte e, hoje, é um estilo de vida. Os principais skatistas vivem desse esporte, que movimenta milhões de dólares todos os anos e sua indústria é uma das mais prósperas indústrias do esporte no mundo. Os skatistas norte-americanos e brasileiros são os melhores do mundo e os que, geralmente, ganham a maioria dos campeonatos. Infelizmente, os principais atletas brasileiros ainda têm que competir no exterior para poder ganhar mais dinheiro. Os sites da internet informam que, o skate, nos dias de hoje, se encontra em franco desenvolvimento, com muitas pistas sendo construídas no mundo todo, com uma enorme variedade de manobras e terrenos, escadas, calçadas, meios-fios, bancos, hidrantes, rampas de madeiras, piscinas abandonadas, que são apenas alguns dos locais possíveis de presenciar toda a energia do skate. Hoje em dia, o skate competitivo se divide basicamente em duas modalidades, street e vertical, com a grande maioria dos campeonatos sendo disputados nessas duas modalidades, mas ainda existem outras amplamente praticadas como o downhil slide, speed, minirampa e pool riding. Conforme os sites da internet, o circuito brasileiro de skate profissional realizado pela UBS (União Brasileira de Skate) conta com provas passando por estados com São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Brasilia, realizadas pela CBSK (Confederação Brasileira de Skate). O Circuito Mundial, WCS (World Cup of Skateboarding), conta com um calendário com provas 50 passando por países como Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Brasil. Com um cálculo de 10 milhões de participantes no mundo (6.2 milhões só no E.U.A.), o skate entra em sua quarta onda de popularidade. Eduardo Britto (2000), em seu livro A onda dura: 3 décadas de skate no Brasil, comenta que vários skatistas brasileiros estão nas posições de cima do ranking38 mundial e que o skate ocupa, hoje, um lugar de destaque no cenário (jovem, esportivo, cultural) brasileiro, com uma indústria própria que inclui vídeos, revistas e programas de TV especializados com direito até a transmissão ao vivo de alguns dos principais eventos nacionais e internacionais. De acordo com os sites da internet, o atleta mais conhecido do skate mundial é, atualmente, o brasileiro Bob Burnquist. O nome, apesar de ser diferente, é explicado pela descendência norte-americana que herdou do pai. O skatista começou a andar de skate aos nove anos e chamou a atenção pela facilidade em andar com os pés de posição invertida (o pé da frente vai para trás e o de trás vem para frente), switchstance. Em 1994, quatro anos após começar a andar de skate, decidiu se mudar para os Estados Unidos e se tornar um profissional na modalidade. Um ano depois, conquistou o título do Slam City Jam39 em Vancouver (Canadá). A partir daí, ele passou a despertar a atenção do mundo do skate. Em 1997, 1998 e 1999, foi eleito o skatista do ano pelos principais veículos do esporte. Porém, seu apogeu foi em 2000, quando conquistou o Münster Monster Mastership40 e o mundial. Outros atletas que vem ganhando muito destaque no mundo do skate são: Sandro Dias, o 38 Soma da pontuação dos atletas. Campeonato realizado no Canadá. 40 Campeonato realizado na Alemanha e considerado o de maior importância no esporte. 39 51 Mineirinho, atual campeão mundial, Lincon Ueda, o japonês voador, Cara de Sapo, entre outros. A safra brasileira de skatistas nunca foi tão boa e, hoje em dia, nossos skatistas são melhores que os outros. Segundo os sites da internet, as competições de skate são divididas em duas categorias. A street, na qual o competidor atravessa um circuito com obstáculos e o half pipe, que consiste em uma rampa com um formato de "U". Nas duas modalidades, o que determina o vencedor são os juízes que dão as notas de acordo com a dificuldade e a maneira como foram executadas as manobras. Geralmente, as competições são realizadas em dois dias. No primeiro dia, os melhores se classificam para a final. Já na final, os melhores skatistas têm duas oportunidades de mostrar a sua volta. Aquele que somar a maior nota em uma volta é considerado o campeão. 2.1.1 Revistas de Skate As revistas de skate são direcionadas a anunciantes e leitores. Elas, em geral, apresentam propagandas de artigos específicos, (destinados a skatistas ou adeptos do skate), como, por exemplo, acessórios, roupas, tênis, entre outros; entrevistas com skatistas; matérias de campeonatos e eventos; dicas de músicas e do esporte; além de muitas fotos de manobras. Existe uma variedade infinita de revistas de skate, mas resolveu-se apresentar apenas as mais importantes e conhecidas pelos skatistas. Eduardo Britto (2000) menciona em seu livro as seguintes revistas de skate: 52 - Quartely Skateborder (surgiu em 1965) - Thrasher (surgiu em 1981) - Transworld Skateboarding (surgiu em 1983) - Tribo Skate (surgiu em 1991) - 100% Skate (surgiu em 1995) Já os sites da internet citam as revistas abaixo: - Brasil Skate (surgiu em 1978) - Yeah (surgiu em 1986) - Skatin (surgiu em 1988) Neste capítulo, foram abordados os esportes radicais, entre eles o skate e citadas algumas revistas de skate. Já no último capítulo, comentar-se-á a respeito das revistas Tribo Skate e 100% Skate e analisar-se-á alguns anúncios dessas revistas. 3. REVISTAS TRIBO SKATE E 100% SKATE As revistas Tribo Skate e 100% Skate são bastante conhecidas e lidas pelos skatistas. Ambas estão sendo vendidas a um custo acessível de R$ 4,90. Pôde-se perceber que alguns anúncios presentes na revista Tribo Skate acabam se repetindo na 100% Skate e vice-versa. A revista Tribo Skate surgiu em setembro de 1991. César Gyrão, editor chefe da revista e uma das pessoas que criou a mesma, comentou, em entrevista informal através de e-mail41, que, no início, ele e seus companheiros que trabalham na revista enfrentaram um período de hiperinflação causado pelo Plano Collor, do presidente Fernando Collor de Mello. Para César Gyrão, o confisco do dinheiro de pessoas físicas e jurídicas foi um golpe duro para muitos indivíduos e foi uma fase de reordenamento estrutural do país. Ele afirmou que foi presidente da UBS (União Brasileira de Skate) e que enfrentou com a revista as mesmas dificuldades que a UBS enfrentou para realizar os eventos, ou seja, recursos escassos. Os empresários, numa reunião da ABESK (Associação Brasileira dos Empresários do Skate), fizeram cheques pré-datados para pagar seus anúncios, para que a primeira edição pudesse ser impressa. Após quatro meses, a primeira edição saiu com cinco 41 Correio eletrônico 54 mil exemplares e com vinte e oito páginas, sendo apenas o caderno de capa em quatro cores. César Gyrão salientou que, aos poucos, a equipe foi crescendo, departamentos foram sendo criados e novas edições foram surgindo. O Reinaldo Zap foi responsável pela arte da revista, por um longo tempo, e introduziu o computador para a diagramação. A edição número oito, de 1993, veio com a cobertura das etapas do Circuito Mundial na Europa. Antes disso, a revista Tribo Skate teve outras coberturas internacionais, com participação de colaboradores. Por volta de 1993, a Tribo Skate já estava registrada como Sociedade Civil, mas os processos foram lentos e graduais para a formação da empresa. Após várias dificuldades, em 2001, a revista completou dez anos de estrada, os quais foram comemorados com uma sólida edição de 132 páginas. Para isso, foi utilizada uma quinta cor na capa e feito um editorial marcante para a ocasião, além de promover uma grande festa em São Paulo. De acordo com César Gyrão, ao longo do tempo, a revista Tribo Skate desenvolveu eventos através de seus colaboradores, como, por exemplo, campeonatos brasileiros profissionais e o primeiro campeonato mundial de skate no país. Na verdade, uma experiência ímpar de trazer a WCS (World Cup Skatebording), pela primeira vez, ao Brasil. A Tribo Skate continua em franca evolução rumo ao décimo-quinto ano, que serão completados no mês de setembro de 2006. Em 1996, foi criado um dos primeiros sites especializados em skate, o www.triboskate.com.br. Em 2005, foi firmada uma parceria com o Terra, maior provedor de Internet do país, para ganhar maior visibilidade. O contato com a distribuidora, Fernando Chinaglia, foi mantido, para que a revista tenha sempre boa 55 exposição na banca. Além disso, a revista fechou permuta com a rádio Ipanema FM, de Porto Alegre, procurando sempre estar em evidência. César Gyrão comentou que, antes de 1997, a periodicidade era bimestral, mas a partir desse ano e da edição número vinte e sete ela se tornou mensal. Essa transformação foi possível através da duplicação da tiragem da época e do barateamento do custo gráfico, pois a administração da revista Tribo Skate optou por um papel mais barato e por um sistema de impressão diferente, já que a impressão era feita em máquinas planas e passou a ser feita em máquinas rotativas. Esses fatores permitiram a baixa de custo. A tiragem atual da Tribo Skate é de quarenta mil exemplares por mês e a circulação é nacional através da Fernando Chinaglia S.A, uma das maiores distribuidoras de publicações do país. Essa revista também apresenta uma pequena distribuição para a Argentina, para o Chile e para Portugal. Conforme César Gyrão, a editora SNV LTDA tem dois editores, ele, César Gyrão, e Fábio Bolota. Atualmente, o último comanda o administrativo e o primeiro o editorial, mas ambos participam do controle de todas as áreas. Os outros colaboradores da editora são: Financeiro: Tatiana e Karen Distribuição: Vanessa Estoque: Édio e Samuel Recepção: Karina Comercial: Ana Flávia, Jorge Costa, Marcos Fornabaio e Mauro Redação: Rodrigo “K-b-ça”, Cecília, Marcos ET, Kiko Arte: Edílson e Mari Fotografia: Shin, Otávio, Rafael e Heverton. 56 A revista 100% Skate42 está no mercado a onze anos. Ela possui uma edição mensal, sendo doze revistas por ano. O editor chefe da 100% Skate é o Alexandre Viana. 3.1 Análise, Quanto à Comunicação Visual, de Alguns Anúncios das Revistas Tribo Skate e 100% Skate do Mês de Dezembro de 2005 Nesta etapa do trabalho, realizar-se-á uma análise, quanto à comunicação visual, de cinco anúncios da revista Tribo Skate e cinco da 100% Skate, ambas do mês de dezembro de 2005, para verificar sua adequação aos conceitos de uma comunicação visual ideal, ou seja, que agrada os leitores, que é de fácil compreensão, entre outros fatores. Na análise, serão verificadas as leis da Gestalt e as categorias conceituais, as quais são divididas em duas classes: fundamentais e técnicas visuais aplicadas. Esses itens estão presentes no livro Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma de João Gomes Filho. Joaquim da Fonseca (1990) afirma que a forma é a relação das partes com o todo na imagem visual, é a disposição, a distribuição ou a ordem que recebem os elementos de uma obra de arte. É o sistema ou o método de apresentação das idéias. As formas podem ser imitativas, sugeridas, simbólicas, de associação, ou de exposição. As formas visuais estabelecem relações polarizadoras exclusivas, como anguloso-arredondado ou aberto-fechado, além das três direções pregnantes fundamentais (altura, comprimento e profundidade) e dos chamados fenômenos 42 Não foi possível acrescentar mais informações sobre essa revista, pois tentou-se entrar em contato inúmeras vezes com o editor da mesma, mas não se teve nenhum retorno. 57 pregnantes (linha reta, ângulo reto, curva contínua, fenômeno figura-fundo, fenômeno da constância, fenômeno da cor, etc). Por outro lado, João Gomes Filho (2003) salienta o seguinte: A forma pode ser definida como a figura ou a imagem visível do conteúdo. A forma nos informa sobre a natureza da aparência externa do objeto. Tudo que se vê possui forma. A percepção da forma é o resultado de uma interação entre o objeto físico e o meio de luz agindo como transmissor de informação, e as condições e as imagens que prevalecem no sistema nervoso do observador, que é, em parte, determinada pela própria experiência visual. Para se perceber uma forma, é necessário que existam variações, ou seja, diferenças no campo visual. As diferenças acontecem por variações de estímulos visuais, em função dos contrastes, que podem ser de diferentes tipos, dos elementos que configuram um determinado objeto ou coisa. (GOMES FILHO, 2003, p. 41). De acordo com João Gomes Filho (2003), as leis da Gestalt são: - Unidade: Conforme o autor, uma unidade pode ser ligada a um único elemento ou pode ser entendida como o conjunto de mais de um elemento. Uma ou mais unidades formais podem ser segregadas ou percebidas dentro de um todo através dos seguintes elementos: pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, textura e outros, isolados ou combinados entre si. - Segregação: Segundo o autor, segregação significa a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar unidades formais em um todo compositivo ou em partes desse todo. Uma ou mais unidades podem ser segregadas. A segregação pode ser feita através dos elementos citados no item anterior. - Unificação: Para o autor, a unificação da forma consiste na igualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual, pelo objeto. A unificação se verifica quando os fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual, coerência da linguagem ou 58 estilo formal das partes ou do todo estão presentes no objeto ou composição. A unificação varia em função de uma melhor ou pior organização formal. - Fechamento: De acordo com João Gomes Filho (2003), o fechamento é relevante para a formação de unidades. As forças de organização da forma dirigemse espontaneamente para uma ordem espacial que tende para a formação de unidades em todos fechados, ou seja, obtém-se a sensação de fechamento visual da forma pela continuidade numa ordem estrutural definida. - Continuidade: Para o autor, a boa continuidade é a impressão visual de como as partes se sucedem através da organização perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupções na sua trajetória ou na sua rigidez. A boa continuidade atua, geralmente, no sentido de se alcançar a melhor forma possível do objeto, a forma mais estável estruturalmente. - Proximidade: Conforme o autor, elementos ópticos próximos uns dos outros tendem a ser vistos juntos e a constituírem um todo ou unidades dentro do todo. Os estímulos mais próximos entre si, seja por forma, cor, tamanho, textura, brilho, peso, direção e outros, terão maior tendência a serem agrupados e a constituírem unidades. - Semelhança: Segundo o autor, a igualdade de forma e de cor desperta a tendência de se construir unidades, ou seja, de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes. Os estímulos mais semelhantes entre si, seja por forma, cor, tamanho, peso, direção e outros, terão maior tendência a serem agrupados, a constituírem partes ou unidades. Em condições iguais, os estímulos originados por semelhança e 59 em maior proximidade terão também maior tendência a serem agrupados e a constituírem unidades. - Pregnância da forma: João Gomes Filho (2003) comenta que a pregnância é a lei básica da percepção visual da Gestalt. Para ele, uma boa pregnância pressupõe que a organização formal do objeto, no sentido psicológico, tenderá a ser sempre a melhor possível do ponto de vista estrutural. Assim, para efeito desse sistema, o autor afirma e estabelece o seguinte critério de qualificação ou julgamento organizacional da forma: 1. Quanto melhor for a organização visual da forma do objeto, em termos de facilidade de compreensão e rapidez de leitura, maior será o seu grau de pregnância. 2. Naturalmente, quanto pior ou mais confusa for a organização visual da forma do objeto menor será o seu grau de pregnância. Para facilitar o julgamento da pregnância, pode-se estabelecer um grau ou um índice de pontuação como, por exemplo: baixo, médio, alto ou uma nota de 1 a 10, respectivamente, no sentido da melhor para a pior qualificação. (GOMES FILHO, 2003, p. 37). Gomes Filho (2003) explica que a Gestalt é uma escola de psicologia experimental e que o movimento gestaltista atuou no campo da teoria da forma com contribuição aos estudos da percepção, linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação, conduta exploratória e dinâmica de grupos sociais. Os gestaltistas formularam, através de estudos e pesquisas, suas teorias acerca dos campos mencionados. A teoria da Gestalt sugere uma resposta ao porquê de umas formas agradarem mais e outras não. Essa maneira de abordar o assunto vem oporse ao subjetivismo, pois a psicologia da forma se apóia na fisiologia do sistema nervoso, quando procura explicar a relação sujeito-objeto no campo da percepção. O autor também informa que o termo Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma do todo. É, geralmente, traduzido em inglês, espanhol e português 60 como estrutura, figura, forma. Em termos de design industrial, o termo se vulgarizou significando boa forma. Allen Hurlburt (1999) salienta que a palavra alemã Gestalt não é facilmente traduzível para o português. Imagem e forma são as expressões que mais se aproximam do significado original, que todavia constitui uma combinação de vários elementos para formar um todo, como acontece no design ou na criação de um layout. O autor comenta que os psicólogos da corrente Gestalt, do estudo dos efeitos visuais de um determinado objeto submetido a diferentes intensidades de luz, descobriram e explicaram o fenômeno do contraste de valor, ou seja, um mesmo objeto parecerá mais escuro quando tiver um fundo claro e mais claro sobre um fundo escuro. A Gestalt também se deve a explicação do fato de percebermos movimento numa imagem ou objeto fixo, como, por exemplo, a lua que se move através das nuvens, quando, na realidade, essas é que se movimentam. Para Hurlburt (1999), os psicólogos da Gestalt ainda confirmaram que as palavras e a disposição ou o arranjo das palavras são mais importantes para a legibilidade tipográfica do que a forma e as características individuais das letras. Com base nos estudos da criança e do processo de aprendizagem, é que concluíram que a percepção do espaço tridimensional, para a criança, é mais imediato e mais fácil do que a compreensão do plano bidimensional e da ilusão da terceira dimensão. A Gestalt continua ainda hoje a ser a principal fonte de informação científica sobre percepção e reação. A capacidade do olho e da mente humana de reunir e ajustar elementos e de entender seu significado constitui a base do processo de design e proporciona o princípio que torna possível o layout de uma página. (HURLBURT, 1999, p. 137). 61 João Gomes Filho (2003) informa que as categorias conceituais fundamentais têm como finalidade, além de dar embasamento e consistência às leis da Gestalt, concorrer também como poderosas forças de organização formal nas estratégias compositivas, que suportam o sistema em termos dos rebatimentos levados a efeito nas diversificadas manifestações visuais dos objetos. Já as categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas possuem a finalidade de, além de funcionar para a leitura visual da forma, fornecer subsídios valiosos para procedimentos criativos com relação à concepção de trabalhos e desenvolvimento de projetos de qualquer natureza. Devido ao fato de ser muito grande o número de categorias conceituais, serão explicadas, na análise dos anúncios, apenas as categorias conceituais presentes nos anúncios analisados. Para Fonseca (1990), a comunicação visual acontece por meio de mensagens visuais, as quais são constituídas de dois componentes: a informação transportada pela mensagem e o suporte visual. O ponto, a linha, a forma, a cor, a textura, a estrutura, o módulo, a luz e o movimento são elementos que não se manifestam isoladamente, se apresentam todos juntos. A combinação desses elementos possibilita organizações, estabelecendo condições de harmonia, simetria, ritmo, equilíbrio, etc, que, somadas às associações contextuais psicossociais e cuturais, são as formas de expressão da comunicação visual. Lucia Santaella e Winfried Nöth (1998) afirmam que, segundo Bertin (1967), as imagens se compõem de seis unidades elementares: tamanho, grau de claridade, padrão, cor, direção e forma. Os autores destacam que, apesar de Bertin caracterizar essas unidades como portadoras de significado, os semioticistas posteriores como Cossette (1983) e Saint-Martin (1987) interpretam as imagens 62 como unidades do segundo plano de articulação. Saint-Martin chama suas unidades elementares pictóricas de coloremas. Trata-se de um complexo de variáveis visuais compostas por fatores perceptíveis como cor, textura, tamanho, orientação ou contorno. De acordo com os autores, Thürlemann (1990) distingue duas formas de unidades de expressão mínimas: categorias eidéticas (contornos, cantos, côncavo/ convexo, simetria, compacticidade, direção e dimensão) e categorias cromáticas (tonalidade e saturação). Donis A. Dondis (1997) explica que o ato de ver envolve uma resposta à luz, ou seja, o elemento mais importante e necessário da experiência visual é de natureza tonal. Todos os outros elementos visuais nos são revelados através da luz, mas são secundários em relação ao elemento tonal, que é, de fato, a luz ou a ausência dela. Para o autor, o que a luz nos revela e oferece é a substância através da qual o homem configura e imagina aquilo que reconhece e identifica no meio ambiente. Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos. Não se devem confundir os elementos visuais com os materiais ou o meio de expressão, a madeira ou a argila, a tinta ou o filme. Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. (...): o ponto, a unidade visual mínima, o indicador e marcador de espaço; a linha, o articulador fluido e incansável da forma, (...); a forma, as formas básicas, (...); a direção, o impulso de movimento que incorpora e reflete o caráter das formas básicas, (...); o tom, a presença ou a ausência de luz, (...); a cor, a contraparte do tom com o acréscimo do componente cromático, (...); a textura, óptica ou tátil, o caráter de superfície dos materiais visuais; a escala ou proporção, a medida e o tamanho relativos; a dimensão e o movimento, ambos implícitos e expressos com a mesma freqüência. (DONDIS, 1997, p. 23). 63 Para o autor, esses são os elementos visuais, pois a partir deles se obtém matéria-prima para todos os níveis de inteligência visual e se planejam e expressam todas as variedades de manifestações visuais, objetos, ambientes e experiências. De acordo com o autor, os elementos visuais constituem os ingredientes básicos com os quais contamos para o desenvolvimento do pensamento e da comunicação visual. Além disso, apresentam o dramático potencial de transmitir informações de forma fácil e direta, mensagens que podem ser apreendidas com naturalidade por qualquer pessoa capaz de ver. Essa capacidade de transmitir um significado universal tem sido universalmente reconhecida, mas não buscada com a determinação que a situação exige. A linguagem separa, nacionaliza; o visual unifica. A linguagem é complexa e difícil; o visual tem a velocidade da luz e pode expressar instantaneamente um grande número de idéias. Como a percepção da cor é o mais emocional dos elementos específicos do processo visual, ela tem grande força e pode ser usada com muito proveito para expressar e intensificar a informação visual. A cor não apenas tem um significado universalmente compartilhado através da experiência, como também um valor informativo específico, que se dá através dos significados simbólicos a ela vinculados. Além do significado cromático extremamente permutável da cor, cada um de nós tem suas preferências pessoais por cores específicas. (DONDIS, 1997, p. 69-70). Armando Sant’Anna (2002) comenta que a cor tem uma ação estimulante sobre os indivíduos e eficiência em reter a sua atenção. Quando bem escolhidas e harmonizadas, as cores tornam mais aprazível, mais bela e, portanto, mais atrativa a peça publicitária, e, com isso, prendem mais a vista do leitor no anúncio e dão prestígio à coisa anunciada. Por outro lado, as cores, desde que bem adequadas, formam uma atmosfera agradável e apropriada ao espírito da mensagem ou ao próprio produto, pois elas têm o poder de evocar sentimentos e sensações. 64 O autor cita, de acordo com Hepner, diferentes associações de idéias ou estados de espíritos provocados pelas seguintes cores: • • • • • • • • • • • • • vermelho lembra fogo, calor, excitação, força rosa, suavidade, frescor, fragrância laranja, calor, ação, força, sabor marrom, riqueza, solidez, luxúria, desenvoltura amarelo, claridade, esportividade, desenvoltura azul-marinho, frio, formalismo, meditação azul-claro, frescor, fragilidade, juventude verde-escuro, doentio, barato verde-claro, refrescante, novo, arejado púrpura, realeza, imponência, opulência cinza, maciez, docilidade, cautela branco, pureza, limpeza, castidade preto, força, mistério, suspense, frieza. (SANT’ANNA, 2002, p. 182) Lucia Santaella e Winfried Nöth (1998) explicam que os elementos da imagem se combinam em um todo através de regularidades como simetria, harmonia, tensão, contraste, oposição, forma geométrica ou complementaridade cromática. De acordo com os autores, a escolha das cores não segue uma inspiração espontânea do artista, mas sim regularidades da doutrina das cores. Para eles, a escolha das formas está sujeita às leis da geometria. Ponto, linha e superfície são selecionados na sua forma de acordo com uma morfologia e sintaxe visual próprias e os elementos da composição são coordenados uns em relação aos outros. Sant’Anna (2002) salienta que os elementos visuais são manipulados pelas técnicas de comunicação visual. Ele cita essas técnicas e informa que a mais dinâmica e importante delas é o contraste, que se manifesta numa relação de polaridade com a técnica oposta, a harmonia. As técnicas são os agentes no processo de comunicação visual e é através de sua energia que o caráter de uma solução visual adquire forma. O autor também comenta que o contraste, no processo de articulação visual, é uma força vital para a criação de um todo coerente. Em todas 65 as artes, o contraste é um poderoso instrumento de expressão, o meio para intensificar o significado e simplificar a comunicação. Além disso, o contraste desequilibra, choca, estimula, chama a atenção. Sem ele, a mente tenderia a erradicar todas as sensações, criando um clima de morte e de ausência do ser. Donis A. Dondis (1997) afirma que o contraste, no nível básico de construção e decodificação, pode ser utilizado com todos os elementos visuais, ou seja, linha, tom, cor, direção, forma, movimento, proporção e escala. Todas essas forças são valiosas para a ordenação do input e do output43 visual, enfatizando a importância fundamental do contraste no controle do significado. Como estratégia visual para aguçar o significado, o contraste não só é capaz de estimular e atrair a atenção do observador, mas pode também dramatizar esse significado, para torná-lo mais importante e mais dinâmico. Se, por exemplo, quisermos que alguma coisa pareça claramente grande, basta colocarmos outra coisa pequena perto dela. Isso é o contraste, uma organização dos estímulos visuais que tem por objetivo a obtenção de um efeito intenso. (DONDIS, 1997, p. 118-119). Tem-se a mesma opinião do autor, quando ele explica que o contraste, além de outros fatores, atrãe a atenção do observador, que, na maioria das vezes, demonstra gostar daquilo que é diferente e ousado. Allen Hurlburt (1999) comenta que o contraste se verifica entre as cores neutras e as cores de alta intensidade; entre cores frias (azul e verde) e cores quentes (vermelho e amarelo); e na justaposição de cores complementares (que não combinam). Para o autor, o contraste de escalas, ou seja, imagens amplas ao lado 43 De acordo com Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), output significa qualquer sinal ou informação que sai de um determinado sistema, qualquer mudança introduzida por um sistema num ambiente que lhe é exterior, ou ainda, uma operação que consiste em transferir informações da memória interna de um computador a uma memória externa ou a suportes externos de informação. 66 de imagens reduzidas, pode reproduzir efeitos até mesmo mais dinâmicos do que o relacionamento de tonalidades. Já Armando Sant’Anna (2002) explica que o anúncio, pelo princípio do contraste, adquire uma relevância particular em relação aos anúncios concorrentes. Uma forma similar de contraste pode conseguir-se de vários modos: escolha de uma ilustração adequada, de caracteres tipográficos ou de cores, etc. O layoutman44 aplica o contraste, inconscientemente, quando trata de evitar a monotonia, recorrendo a formas geométricas insólitas, a jogos de cores e combinações originais e ao uso original desses e de outros elementos. Conforme Dondis (1997), o equilíbrio é, depois do contraste, o elemento mais importante das técnicas visuais. O oposto do equilíbrio é a instabilidade. O primeiro é uma estratégia de design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos. O segundo é a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora. Para o autor, o equilíbrio é a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e inconsciente para fazer avaliações visuais. Tanto para o emissor como para o receptor da informação visual, a falta de equilíbrio e regularidade é o meio mais eficaz para criar um efeito em resposta ao objetivo direto e econômico de transmitir a informação visual. Silva (1985) salienta que há dois estilos básicos de planejamento gráfico, que dará a publicação um aspecto harmônico em suas formas, com unidade, ritmo e equilíbrio marcantes: 44 De acordo com Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), layoutman é a pessoa que executa o layout. 67 No estilo simétrico, a diagramação pode se firmar em blocos quadrados de composição, utilizando a horizontalidade nos arranjos tipográficos, enquanto que a verticalização desses arranjos é mais recomendada, pois provoca melhor nível de aproveitamento e racionalidade da leitura. No estilo assimétrico, a diagramação pode se firmar em outros conceitos estruturais de página. Fugindo das limitações da simetria, o diagramador tem a liberdade de criação, podendo para isso deslocar os elementos gráficos tradicionalmente utilizados juntos (títulos – texto – ilustração), e dispô-los de outra forma gráfica, provocando no leitor maior interesse na leitura e dando à página maior leveza e realce estético. (SILVA, 1985, p. 51). Armando Sant’Anna (2002) explica que o equilíbrio pode ser formal e informal. O formal se baseia na simetria e o informal na assimetria. Um anúncio possui equilíbrio formal quando, partindo-se em sentido vertical, se obtém duas partes simétricas, uma parecendo o espelho da outra. O equilíbrio formal é usado quando o anúncio deve refletir dignidade, estabilidade, espírito conservador, apego à tradição, etc. No anúncio informal ocorre o contrário, o equilíbrio não se baseia nas leis elementares da simetria. O equilíbrio informal permite maior liberdade no layout, tornando-o muito mais atrativo sob o ponto de vista estético, mas de solução mais difícil de ser encontrada. O anúncio informal é indicado nos casos em que a velocidade da vida atual obriga um maior dinamismo nos anúncios para captar a atenção dos leitores. Há casos em que o anúncio possui características que assimilam tanto o equilíbrio formal como o informal, sendo que, quando isso ocorre, a eficiência do anúncio pode ser muito maior do que aqueles que refletem exatamente um ou outro tipo de equilíbrio. Já Allen Hurlburt (1999) informa que o equilíbrio é o elemento-chave do sucesso de um design, tanto simétrico quanto assimétrico. No estilo simétrico, é fácil entender o equilíbrio formal de um layout, com o centro da página servindo de fulcro e a área dividida uniformemente dos dois lados, é relativamente simples criar. Já no 68 design assimétrico, as múltiplas opções e tensões provocadas pela inexistência de um centro definido requerem considerável habilidade. O autor comenta que as antigas culturas mediterrâneas dos egípcios, gregos e romanos criaram estilos fortemente baseados no equilíbrio da forma, ou seja, se dedicavam à simetria clássica. Somente no século XX é que a assimetria começou a ser apreciada como uma força alternativa no design gráfico e arquitetônico. Isso, todavia, não diminuiu a importância da simetria. Segundo Dondis (1997), em todo esforço compositivo, as técnicas visuais se sobrepõe ao significado, o reforçam e, em conjunto, oferecem ao artista e ao leigo os meios mais eficazes de criar e compreender a comunicação visual expressiva, na busca de uma linguagem visual universal. No universo dos meios de comunicação visual, inclusive nas formas mais causais e secundárias, algum tipo de informação está presente, tenha ela recebido uma configuração artística ou seja ela resultado de uma produção casual. Para o autor, cada um dos meios de comunicação visual tem seus próprios elementos estruturados, uma metodologia única para a aplicação das decisões compositivas e a utilização de técnicas em sua conceitualização e formulação. As opções visuais da televisão são profundamente influenciadas pelas pequenas dimensões da tela e pelas perturbações do ambiente. Essas limitações tornam prioritária uma formulação visual clara e enfática. O criador de um programa deve ter um grande domínio das forças capazes de neutralizar as perturbações provocadas por crianças que choram, pessoas que andam pela casa e tefefones que tocam, e para fazê-lo deve recorrer a técnicas visuais fortes e dominantes, que vão do contraste ao exagero, à ênfase, à ousadia, à agudeza e a outras que possam reforçar os efeitos obtidos. (DONDIS, 1997, p. 223). Como os itens a serem analisados nos anúncios já foram abordados e como já foi feito um comentário sobre alguns elementos e algumas técnicas visuais 69 existentes, iniciar-se-á, logo abaixo, a análise dos anúncios. Primeiramente, serão analisados os cinco anúncios da revista Tribo Skate e, posteriormente, os cinco anúncios da revista 100% Skate. Revista Tribo Skate: Anúncio: Black Sheep – Figura 1 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em seis unidades distintas, as quais são: o atleta executando a manobra; o obstáculo, na qual a manobra está sendo executada; a marca do anunciante; o efeito utilizado juntamente com o nome do atleta e o nome da manobra; o telhado sustentado pela coluna; e a paisagem do ambiente urbano, ao fundo da fotografia. O anúncio apresenta um fechamento sustentável, pois o efeito utilizado envolve a ação do atleta, captura a atenção do leitor para o movimento da manobra executada e, além disso, remete para a marca do anunciante. O anúncio possui média pregnância da forma, devido à disposição informal dos elementos gráficos diagramados sobre a fotografia, na qual o movimento do skatista foi capturado. Com relação às categorias conceituais fundamentais, pode-se salientar que o anúncio possui desarmonia, que, segundo João Gomes Filho (2003), é o resultado de uma desarticulação na integração das unidades ou partes constitutivas do objeto. No anúncio, a desarmonia está presente na ordenação das unidades em um padrão informal, devido ao ângulo apresentado pela fotografia. O equilíbrio assimétrico, que, de acordo com o autor, ocorre quando nenhum dos lados opostos são iguais, ou mesmo semelhantes, em nenhum dos eixos de referência: horizontal, vertical ou diagonal. No anúncio, encontra-se essa categoria no movimento da manobra que é 70 executada e no restante das unidades inseridas dispostamente em relação a esse movimento. O contraste, que, para o autor, é a força que torna visível as estratégias da comunicação visual, aparece no anúncio através do contraste em movimento e do contraste em dinamismo por apresentar a ação da manobra. Além desses, há o contraste de cores entre os tons da foto com o tom do efeito e o contraste de proporção, pois o efeito sobre o plano de fundo se fecha envolvendo o atleta. Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, pôde-se perceber que o anúncio possui a complexidade, que, para João Gomes Filho (2003), é a existência de numerosas unidades formais na organização do objeto. Essa categoria está presente através do número de unidades que o compõe. Outras categorias que aparecem no anúncio são: a espontaneidade e a aleatoriedade. A primeira, segundo o autor, é uma técnica visual que se caracteriza por uma falta aparente de planejamento visual. Já a segunda, conforme o autor, é a aleatoriedade, que se caracteriza por elementos colocados numa composição ou num objeto de maneira a obedecer a um esquema rítmico, de modo seqüencial. Para o autor, a técnica aleatória dá uma sensação de falta de planejamento prévio, de uma desorganização ou apresentação acidental da informação visual. Essas duas categorias aparecem no anúncio através da disposição das unidades. O logotipo e o efeito foram simplesmente inseridos sobre a fotografia, destacando o movimento do atleta. Pôde-se notar também, com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, no anúncio analisado a presença da profundidade, que, conforme João Gomes Filho (2003), se sustenta principalmente nas variações de imagens retilíneas. Essa categoria aparece através do efeito, que nos dá a sensação de 71 profundidade e movimento. Além disso, o anúncio apresenta a sobreposição, que, segundo o autor, é a organização dos elementos uns em cima dos outros. Para o autor, a técnica da sobreposição expressa a interação de estímulos visuais, situando pelo menos duas figuras e ativando a composição relacionada. Essa categoria aparece no anúncio através do efeito que está se sobrepondo ao plano de fundo da fotografia. Outra categoria presente nesse anúncio é o ruído visual, que, para o autor, diz respeito a interferências ou distorções que perturbam a harmonia ou a ordem num objeto ou composição, geralmente de maneira parcial, seja em formas orgânicas ou inorgânicas, bi ou tridimensionais. Há um ruído visual nas pichações que perturbam a harmonia do objeto. 72 Figura 1: Anúncio Black Sheep – Revista Tribo Skate. 73 Anúncio: Qix – Figura 2 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em duas grandes unidades distintas, sendo a unidade principal aquela localizada no lado direito da página, na qual se visualiza cinco subunidades que formam o anúncio do produto. Essas subunidades são: o produto tênis em destaque; o nome do tênis, na parte superior da página; os textos especificando as características do produto; a imagem de fundo; e o logotipo da marca. A segunda grande unidade está no lado esquerdo da página, no qual há outras sete subunidades que formam o destaque ao atleta patrocinado pela marca. Essas subunidades são: o atleta executando uma manobra de extrema radicalidade e técnica; o nome do atleta e da manobra; a rampa e a grade que foram utilizadas como obstáculo; o emblema do evento que a marca realiza; o logotipo da associação mundial de skate que homologa o evento; o plano de fundo com o prédio ao lado e o prédio ao fundo; e os carimbos do logotipo espalhados em volta da imagem. Acredita-se que a unidade principal seja a da direita porque, geralmente, ao se olhar uma revista, fixa-se a visão primeiro no lado direito da página e depois no lado esquerdo. Outro fator importante de salientar é que a página direita apresenta a cor vermelha que atrãe atenção do leitor. Na unidade principal, na parte direita da página, o anúncio apresenta a unificação através dos dois tênis que, mesmo em posições diferentes, possuem a unificação por estarem sobre o fundo com o logotipo, o nome do tênis e a assinatura do anúncio. Devido a isso, considera-se que o anúncio possui também fechamento e proximidade. Em contrapartida, no lado esquerdo da página, encontra-se um fechamento sustentável por tratar-se de um ambiente urbano, uma vez que o atleta executa a sua manobra num obstáculo totalmente natural ao convívio urbano. Nessa 74 unidade do anúncio, verifica-se que o mesmo apresenta proximidade e continuidade entre os prédios aglomerados no mesmo ambiente acima. O anúncio possui alta pregnância da forma na unidade principal, pois o tênis anunciado contém as subunidades organizadas e bem distribuídas na página. Na segunda unidade, pode-se dizer que o anúncio apresenta média pregnância da forma, uma vez que possui a complexidade do ambiente urbano, representado pelos edifícios, pela casa, pela rampa e pela grade utilizada pelo atleta para executar a manobra. Quanto às categorias conceituais fundamentais, o anúncio possui, na unidade principal, harmonia e equilíbrio assimétrico com relação a organização e a disposição do par de tênis sobre o anúncio. Para João Gomes Filho (2003), a harmonia é o resultado de uma perfeita articulação visual na integração e na coerência formal das unidades ou partes daquilo que é apresentado. Além disso, há um desequilíbrio do logotipo que está sob o par de tênis. Segundo o autor, desequilíbrio é o estado no qual as forças não conseguem equilibrar-se mutuamente. Essa unidade possui contraste de cores entre o branco, o vermelho e o preto. A segunda unidade contém uma certa desarmonia por apresentar os objetos do ambiente urbano e o atleta em movimento, o qual também demonstra ter equilíbrio assimétrico justamente devido ao movimento. Essa segunda unidade possui um contraste de tons claros e escuros e um jogo de luzes que forma esses tons. Isso acontece devido à iluminação do dia e a iluminação artificial utilizada para a captura da fotografia. Com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, a unidade principal apresenta simplicidade, pois há um número pequeno de elementos 75 inseridos nessa unidade. Para João Gomes Filho (2003), a simplicidade é livre de complicações e elaborações secundárias, uma vez que, normalmente, tende a ter baixo número de informações ou unidades visuais. A clareza e a coerência são outros itens presentes nessa unidade principal, já que o par de tênis possui harmonia em seu posicionamento no anúncio. De acordo com o autor, a clareza é uma técnica muito funcional que exige facilidade de leitura e rapidez na decodificação e/ou compreensão imediata do objeto. Já a coerência, para o autor, se caracteriza por uma organização visual do objeto em que o resultado formal se apresenta absolutamente integrado e harmonioso em relação ao seu todo. Percebese também a presença da sobreposição, uma vez que o par de tênis está sobreposto ao logotipo. A segunda unidade possui, com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, complexidade e incoerência, pois existe um grande número de elementos desarmônicos inseridos nessa unidade, como os edifícios, a casa ao fundo, a rampa e a grade através do qual o atleta executa a manobra e o próprio atleta. A seqüencialidade aparece através das grades, das divisões presentes nas paredes externas dos edifícios, através de traços contínuos. Segundo João Gomes Filho (2003), a seqüencialidade é uma técnica que se refere à ordenação das unidades ou de elementos organizados de modo contínuo e lógico, em qualquer tipo de disposição visual. A espontaneidade e a aleatoriedade estão igualmente presentes, uma vez que o atleta está em destaque já que usa a marca de tênis anunciada. Os outros elementos foram dispostos sem planejamento prévio, pois se trata de um ambiente urbano comum. 76 Figura 2: Anúncio Qix – Revista Tribo Skate. 77 Anúncio: Lost – Figura 3 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em seis unidades, as quais são: o carro em chamas que o atleta utilizou como obstáculo; o próprio atleta executando a manobra; o logotipo do anunciante, no canto superior esquerdo; o texto com o nome do atleta e o desenho de uma ovelha; o plano de fundo que está bem escuro e sem foco; e a marca do anunciante, no canto inferior direito do anúncio. A disposição das unidades forma um fechamento adequado mesmo o anúncio apresentando ruídos de comunicação. A continuidade pode ser notada na posição estabelecida pelas unidades que formam uma leitura dinâmica do anúncio, o qual também possui média pregnância da forma, pois todos os espaços da página foram utilizados para compor o anúncio. Com relação às categorias conceituais fundamentais, o anúncio possui harmonia por apresentar as unidades ordenadas em posição de prática leitura e com um equilíbrio assimétrico. O contraste pode ser notado entre o branco dos logotipos e o escuro proporcionado pela ausência de luz no fundo da imagem, entre a intensidade de luz provocada pela chama do fogo colocado sobre o carro e o fundo escuro. Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio apresenta a transparência física que é obtida através dos vidros do carro. Para João Gomes Filho (2003), a transparência física é utilizada para permitir a visualização de objetos ou de coisas sobrepostas, de modo que o que está atrás possa ser percebido pelo olhar. Há uma difusidade que, para o autor, é uma técnica que dá uma sensação de diluição, não se associa à precisão, mas cria ambiente, calor, 78 sonho, ilusão e outros sentimentos. É possível observar essa categoria no rapaz que está próximo ao carro e nas placas presas no poste atrás do carro. Pôde-se notar também, com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, que a exageração aparece através do tamanho da parte frontal do carro que é extremamente grande em relação aos outros elementos. Segundo o autor, a exageração trata-se de uma técnica que recorre a configurações extravagantes, visando a uma expressão visual intensa e amplificada, no todo ou em partes definidas do objeto. O arredondamento que, para o autor, tem como característica marcante a suavidade e a maciez que as formas orgânicas geralmente transmitem. Essa categoria pode ser verificada na parte frontal do carro que é arredondada. O anúncio apresenta a espontaneidade e a aleatoriedade, pois o fogo presente no carro aparece de forma aleatória e espontânea, obedecendo um esquema rítmico. Além desses elementos, há um ruído visual, o qual é provocado pela cor amarela do fogo que causa uma sensação de desordem no anúncio. 79 Figura 3: Anúncio Lost – Revista Tribo Skate. 80 Anúncio: Urgh – Figura 4 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em oito unidades. Uma delas é a caixa de texto “URGH! INT. que possui duas subunidades: a placa de trânsito que num primeiro momento aparenta estar compondo o plano de fundo, mas está ligada a essa caixa de texto; e a seta, posicionada no lado direito do texto. As outras unidades são: o fundo do anúncio que é a unidade que mais chama a atenção, devido às cores e ao estilo de grafia utilizado; a caricatura do atleta, que veste camiseta preta, com o seu respectivo nome; a caricatura do atleta, que está de óculos, com o seu nome; a caricatura do atleta, que usa boné, com o seu nome; o logotipo que está sendo apontado pela seta; o texto com o crédito para a criação e a arte do anúncio; e a tarja, localizada na parte inferior da página, com o logotipo, no lado esquerdo, o endereço eletrônico e os números de telefone, no lado direito. O fechamento encontra-se isoladamente em todas as unidades, pois em um contexto geral não está bem definido. A pregnância da forma é baixa pelo ruído apresentado no fundo e as inúmeras unidades que transmitem uma impressão de poluição visual no anúncio. Com relação às categorias conceituais fundamentais, nota-se também uma desarmonia e um desequilíbrio, pois os elementos estão dispostos de modo irregular e desequilibrados, eles não possuem uma ordem seqüencial. Há também, no anúncio, um contraste de cores quentes, o vermelho e o amarelo/laranja e cores frias, preto e branco. O anúncio, quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, possui complexidade e profusão, já que há várias unidades que dificultam a leitura do anúncio. Para João Gomes Filho (2003), a profusão é uma técnica visual que 81 contém o fator de complexidade em termos de apresentação de numerosas unidades informacionais na elaboração de um objeto ou de uma composição. A incoerência aparece através da forma desordenada dos elementos inseridos no anúncio. A transparência sensorial está presente na barra que apresenta o logotipo e nas caricaturas, nas quais transparece partes do fundo do anúncio. Para o autor, a percepção da transparência, que passa uma sensação muito próxima de realidade dos objetos, é produzida pelo uso de técnicas pictóricas tradicionais e/ou computacionais. Com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio apresenta a fragmentação que, segundo o autor, é uma técnica de organização formal que geralmente está associada à decomposição dos elementos ou de unidades em peças separadas que se relacionam entre si, porém, conservando seu caráter individual. Essa categoria aparece através de fragmentos de vários objetos dispostos no fundo do anúncio. Há uma sobreposição da faixa que contém o logotipo sobre uma das caricaturas e o fundo do anúncio, da caixa de texto sobre outra caricatura e o fundo do anúncio. O ruído visual é causado pela ordem irregular dos objetos do fundo e das unidades. Além disso, o anúncio possui a aleatoriedade e a espontaneidade. 82 Figura 4: Anúncio URGH – Revista Tribo Skate. 83 Anúncio: Volcom – Figura 5 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em seis unidades. Uma delas é o nome da marca e o slogan que está dividido em quatro subunidades: o “V” que está sobre uma tarja preta; o primeiro “O” que possui o mesmo estilo da primeira letra, mas com outras cores; o restante do nome da marca que está pintado em uma parede de uma pista de skate; e o slogan logo abaixo do nome da marca. As outras unidades são: a tarja, posicionada no lado esquerdo do anúncio; a mão segurando o logotipo; o texto com o endereço do site na internet; o grupo de atletas, posicionados um ao lado do outro e encostados na parede; e a caixa de texto com o nome dos atletas. Pôde-se notar também, no anúncio, a presença da unificação e da proximidade através do posicionamento dos atletas, os quais estão parados, num mesmo lugar, um ao lado do outro, mas com uma postura diferente. O fechamento, em geral, ficou um pouco comprometido no nome da marca, pois foi utilizado o logotipo pintado no fundo da parede e complementado com as subunidades “V” e “O” para formar o nome da marca. Em relação a cada unidade, o fechamento existe distintamente. A pregnância da forma é alta por causa da organização formal das unidades. Quanto às categorias conceituais fundamentais, o anúncio apresenta harmonia devido à disposição coerente dos objetos sobre a página. Existe um equilíbrio entre a unidade do grupo de atletas que está posicionado mais a direita do anúncio e a faixa preta que está mais a esquerda, o que compensa esse deslocamento. Há um contraste entre o preto da faixa da esquerda e o branco da 84 parede e do nome da marca. Além disso, há um contraste entre os tons de verde no logotipo da marca do anunciante e os tons de verde das roupas dos atletas. Com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio apresenta clareza e simplicidade somente na parte em que os atletas estão posicionados. Há coerência na organização das unidades com exceção das subunidades “V” e “O” que parecem estar fora do restante do anúncio. A exageração está presente no tamanho das letras, que formam o nome da marca, pintadas na parede. A seqüencialidade está representada por meio dos atletas, os quais estão dispostos um ao lado do outro. A sobreposição pode ser vista através do posicionamento dos atletas sobre o slogan e da faixa preta sobre a parede ao fundo. O nome da marca apresenta ruído visual através do logotipo que está pintado na parede e que é completado com as subunidades “V” e “O” em outro estilo. 85 Figura 5 Anúncio Volcom – Revista Tribo Skate. 86 Revista 100% Skate: Anúncio: Venom – Figura 6 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio possui oito unidades segregadas, as quais são: o destaque do atleta, no lado esquerdo da página; a caixa de texto com o nome do esportista e outros elementos; a mesma caixa de texto só que escrita de outra cor, na parte superior do anúncio, em tamanho maior e com uma faixa vermelha logo abaixo; o atleta realizando a manobra; o muro e a escada que são utilizados pelo esportista para fazer a manobra; a faixa vermelha que contém o nome da manobra que o atleta está executando e separa a foto da parte inferior do anúncio; o logotipo com o número de telefone; e a seguinte frase em inglês: “The art of movement /// summer 2006”. O fator de fechamento está presente através do destaque de cada uma das unidades que estão fechadas entre si e com o todo do anúncio. O fechamento se dá mais na frase incompleta, na parte superior da página, pois nossos olhos conseguem ler apesar de faltar partes na composição das letras. Há semelhança nas faixas vermelhas, uma na borda superior e outra na borda inferior da página, e na camiseta que o atleta está usando, que aparece na parte direita e na parte esquerda da página. O anúncio apresenta média pregnância, pois existem unidades que acabam dificultando a leitura completa do anúncio. Quanto às categorias conceituais fundamentais, o anúncio possui desarmonia e equilíbrio assimétrico. Há um contraste entre o branco, o vermelho e o preto. Além disso, há um contraste entre o tamanho do atleta que é apresentado em ambos os lados da página de forma diferente e as caixas de texto que também possuem tamanhos distintos. 87 Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio contém uma certa complexidade e incoerência, uma vez que existem aspectos desarticulados e desarmônicos, como, por exemplo, as faixas em vermelho. A exageração está presente através da foto que destaca o skatista, no lado esquerdo da página. Há espontaneidade e aleatoriedade na apresentação do atleta suado, no lado esquerdo da página, e do atleta realizando a manobra, no lado direito da mesma. A seqüencialidade aparece através das escadas. Existe sobreposição das faixas vermelhas e da faixa preta em cima do esportista e do resto da foto. As faixas vermelhas são elementos que provocam ruído visual. 88 Figura 6: Anúncio Venon – Revista 100% Skate. 89 Anúncio: Snoway – Figura 7 Com relação às leis da Gestalt, o anúncio apresenta nove unidades. Uma delas é a fotografia, no lado direito da página, que possui três subunidades: o skatista realizando a manobra, a escadaria utilizada como obstáculo, e o prédio ao fundo. As outras unidades são: o nome da manobra; o endereço do site na internet; os shapes, no lado esquerdo da página; o logotipo; as faixas vermelhas; a caixa de texto, na parte superior da página esquerda, que contém o apelido do atleta que está na fotografia; o fundo do anúncio que representa a lateral ampliada dos shapes; e o nome da empresa e o número de telefone, na faixa branca. Esse local remete a um ambiente de escola, com o prédio, a escadaria e a quadra esportiva ao fundo, ofuscando a imagem do atleta. O anúncio possui média pregnância da forma, uma vez que contém um grande número de unidades. Quanto às categorias conceituais fundamentais, o anúncio apresenta desarmonia através da disposição dos elementos na página, uma vez que de um lado há uma foto e do outro um elemento totalmente diferente. O equilíbrio assimétrico pode ser observado entre a foto, na parte direita da página, e os elementos da parte esquerda da página. Há um desequilíbrio no movimento do atleta e da foto sobre o fundo do anúncio. O contraste está presente nos jogos de cores, como, por exemplo, o azul claro e o azul escuro do prédio, o vermelho e o branco que aparece na parte superior e na parte inferior da página, o amarelo da camiseta do skatista com o escuro da calça usada por ele e o amarelo das letras no skate com a cor escura que também está presente no skate. Com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio possui complexidade e incoerência, as quais existem por causa do número de 90 unidades que o anúncio contém, o que acaba dificultando um pouco a leitura do mesmo. A aleatoriedade e a espontaneidade estão presentes através da maneira como as unidades foram dispostas nas duas páginas, sem planejamento prévio, pois a foto simplesmente demonstra ter sido colocada sobre a página. Existe seqüencialidade nas escadas e na lateral ampliada dos shapes que aparece ao fundo e com mais intensidade na parte esquerda da página. Há sobreposição da foto que está sobre o fundo e a faixa vermelha; do endereço do site na internet, da faixa vermelha e do nome da manobra sobre a foto, na parte inferior da página direita; e dos shapes sobre o fundo e a faixa vermelha. O ruído visual existe na fotografia, devido ao aspecto do prédio, o qual apresenta uma péssima pintura e pichações na escada que dão a impressão de ser um ambiente sujo e mal conservado. Apesar disso, o anúncio, em geral, é bem limpo. 91 Figura 7: Anúncio Snoway – Revista 100% Skate. 92 Anúncio: Hocks – Figura 8 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio possui as seguintes unidades: o skatista; a faixa vermelha com duas subunidades: o nome do atleta, o endereço do site e o número de telefone. As outras unidades são: o nome da marca anunciada; e o fundo do anúncio. O fechamento ocorre através da atração visual provocada pelo anúncio. Há alta pregnância da forma, uma vez que o anúncio contém clareza e simplicidade. Com relação às categorias conceituais fundamentais, o anúncio apresenta harmonia através da disposição dos elementos. Há um equilíbrio assimétrico na posição do atleta em relação ao resto da página. O contraste aparece entre o vermelho e o branco e entre o preto e o branco. Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio possui clareza, simplicidade e coerência devido à presença de poucas unidades. A aleatoriedade e a espontaneidade podem ser vistas no fundo do anúncio e na posição do skatista. A sutileza está presente na apresentação da marca e a sobreposição aparece através do atleta que está sobre a faixa vermelha e o fundo. 93 Figura 8: Anúncio Hochs – Revista 100% Skate. 94 Anúncio: Globe – Figura 9 Com relação às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em nove unidades, as quais são: o skatista; um dos pés do tênis levitando; as faixas preta e cinza; o nome da marca do fabricante; o outro pé do tênis; o texto escrito, na parte esquerda da página; a assinatura do atleta; o nome do tênis, na parte superior esquerda da página; e o mesmo nome do tênis, só que na parte inferior esquerda da página. O anúncio possui fechamento pela clareza e pela organização formal de suas unidades. O fechamento também pode ser visto no momento em que o atleta parece estar fazendo o tênis levitar. A pregnância da forma é alta, uma vez que é fácil compreender o anúncio. Quanto às categorias conceituais fundamentais, o anúncio apresenta harmonia e equilíbrio. Há um desequilíbrio que pode ser percebido no pé de tênis que o atleta está olhando, já que o tênis parece estar levitando. Existe um contraste das cores laranja, branco, cinza e preto. Com relação às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio apresenta clareza e coerência, pois é possível compreender imediatamente qual é o objeto que é anunciado. Há uma certa exageração no tamanho da foto em que o skatista aparece. A aleatoriedade e a espontaneidade podem ser percebidas no gesto do atleta que aparenta estar fazendo o tênis levitar. Há sutiliza na expressão do rosto do skatista e na parte gráfica que reveste a foto. A sobreposição aparece nas faixas preta e cinza sobre o atleta e de um dos pés do tênis sobre essas duas mesmas faixas. 95 Figura 9: Anúncio Globe – Revista 100% Skate. 96 Anúncio: Dekton – Figura 10 Quanto às leis da Gestalt, o anúncio segrega-se em quatro unidades, as quais são: o logotipo da marca; os produtos anunciados que podem ser divididos em sete subunidades: a camiseta, a regata, a bermuda, o calção, o shape, o boné e o banner45. As outras duas unidades são: o enunciado, o endereço de e-mail e o número de telefone sobre a faixa preta; e o fundo que possui um brasão com o nome da marca. A pregnância da forma é baixa mesmo o anúncio apresentando poucas unidades, as quais estão sobrepostas umas as outras confundindo a visualização do anúncio. Com relação às categorias conceituais fundamentais, o anúncio contém desarmonia devido à organização dos objetos no anúncio. Há um contraste entre o preto do logotipo com o amarelo e o branco, que estão no fundo do anúncio, e entre o branco e o preto, que estão na parte inferior da página. Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, o anúncio possui complexidade e incoerência, já que as unidades apresentam muita informação e um ruído visual, representado pelo brasão, no fundo do anúncio. Há uma exageração no tamanho do brasão, no fundo do anúncio. Existe sobreposição nos produtos anunciados, uma vez que uns estão sobre os outros, como, por exemplo, o shape está sobre a regata e o calção. Esses mesmos produtos e o logotipo estão sobre o brasão ao fundo, o enunciado está sobre parte do brasão. O ruído visual está presente nos produtos anunciados devido à disposição dos mesmos e no logotipo e no brasão, os quais aparentam estar riscados. A parte 45 De acordo com Carlos Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa (1998), banner é uma pequena bandeira de papel, plástico ou tecido, de diversos formatos, nos quais são impressas, de um de ou de ambos os lados, mensagens promocionais. 97 inferior do brasão provoca um ruído visual no Figura 10: Anúncio Dekton – Revista 100% Skate. enunciado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a aplicação das técnicas na análise dos anúncios, pôde-se perceber que realmente a comunicação visual é um fator de extrema relevância para a compreensão dos anúncios publicitários, presentes em qualquer veículo de comunicação, já que é através dela que o leitor conhece o produto anunciado, a mensagem transmitida, entre outros fatores. Justamente por isso que a comunicação visual precisa ser clara, objetiva, etc. Observou-se, através da realização deste trabalho, que há uma vasta bibliografia a respeito da comunicação visual que pode ser utilizada, ao produzir um anúncio publicitário, pelos diretores de arte. Com essa bibliografia existente, eles terão como recorrer a variadas técnicas na criação e na produção dos anúncios, fazendo com que esses tentem atrair o interesse e induzir o público leitor a comprar o produto anunciado. Conclui-se também que o skate, considerado um esporte radical, é um esporte que faz com que seus praticantes, além de terem emoção, adrenalina, prazer e divertimento, alcancem o profissionalismo, uma vez que há, atualmente, vários atletas que vivem do skate, pois, através de patrocínios, conseguem ter uma vida digna, sustentar suas famílias e ainda praticar esporte. Infelizmente, muitas pessoas ainda não reconhecem o skate como esporte. Acredita-se que isso ocorra devido à continuação de um pensamento de épocas anteriores, nas quais os 99 skatistas eram considerados vândalos, bagunceiros, arruaceiros, etc. Sabe-se que, hoje em dia, ainda há skatistas que realizam pichações, depredam prédios, etc, mas isso ocorre em um número bem menor, quase mínimo em relação a épocas passadas. Além do que foi dito anteriormente, é importante salientar que existe de fato um diferencial nos anúncios das revistas de skate, entre elas a Tribo Skate e a 100% Skate, que foram objeto de estudo neste trabalho, já que os anúncios desse tipo de revista privilegiam os interesses dos leitores, geralmente skatistas, que procuram conhecer as manobras e os atletas que as realizam. A apresentação do produto anunciado é transferida para um segundo plano. Pôde-se perceber, através da análise dos anúncios das revistas Tribo Skate e 100% Skate, que, quanto às leis da Gestalt, a maioria dos anúncios apresenta fechamento e média ou alta pregnância da forma. Essa alta pregnância pode ser considerada através da cultura dos skatistas, que admiram um visual mais dinâmico e diferenciado. Com relação às categorias conceituais fundamentais, grande parte dos anúncios possui desarmonia, equilíbrio assimétrico e contraste. Quanto às categorias conceituais/técnicas visuais aplicadas, a maioria dos anúncios tem complexidade, espontaneidade, aleatoriedade, sobreposição, ruído visual, incoerência e exageração. Os anúncios analisados e, em geral, a comunicação visual, aplicada em veículos de comunicação direcionado ao público skatista, exigem ousadia e criatividade na utilização das categorias conceituais, para que o público alvo sinta-se atraído pela peça publicitária. Os nomes das categorias fundamentais, desarmonia e contraste, podem ser relacionados com a linguagem utilizada pelos skatistas, que é 100 informal e completa de gírias que contrastam e são desarmônicas com a linguagem formal. Além disso, há uma relação desses dois nomes com a imagem que se faz do skate como esporte, que é considerado pela sociedade como uma prática desarmônica e contrastante. Para finalizar, pode-se dizer que realizar este trabalho foi de grande relevância, pois teve-se a oportunidade de conhecer vários esportes radicais e o pensamento de diversos autores sobre comunicação, anúncio, comunicação de massa, em especial a revista. Além disso, obteve-se a chance de descobrir como são os anúncios das revistas Tribo Skate e 100% Skate, quanto à comunicação visual. Espera-se ter contribuído para ampliar o tema da comunicação visual nessa área específica. Não se pretende esgotar o assunto, já que é uma temática ampla da área de publicidade e propaganda. 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