Riscos da Soja 2a safra para o
controle da ferrugem-asiática
CLÁUDIA GODOY
Embrapa Soja
Sintomatologia
Ferrugem-asiática - Phakopsora pachyrhizi
Biotrófico - só sobrevive e se
multiplica em plantas vivas
6 a 7 dias
começa a
liberar
esporos
Deposição
Doença
Tempo
Reprodução
Uma única
urédias produz
esporos por 3
semanas
Infecção
Danos:
- Desfolha precoce
- Má formação de grãos
- Redução na produtividade de até 100%
Custo:
- Acima de US$ 2 bilhões / ano
Números do site do CAF
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
01/dez
11/dez
2010/11
21/dez
2011/12
31/dez
2012/13
10/jan
2013/14
20/jan
30/jan
2014/15
Estratégias de manejo
 Vazio sanitário;
 Escape – cultivares precoces semeadas no
início da época recomendada;
 Cultivares com gene de resistência;
 Monitoramento da lavoura;
Controle químico
Número de produtos registrados
140
115
120
107
100
88
95
77
80
69
60
45
40
21
20
5
27
51
34
11
0
2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
Safras
Modos de ação
Modo de ação
Nome do grupo
Inibição da biossíntese de DMI, “triazóis”
esterol
(SBI: Class I)
Nome comum
ciproconazole;
epoxiconazole;
tebuconazole;
flutriafol;
metconazole;
propiconazole;
prothioconazole
Respiração
QoI, “estrobilurinas”
azoxistrobina;
complexo III
picoxistrobina;
piraclostrobina;
trifloxistrobina
Respiração
SDHI, “carboxamidas”
benzovindiflupyr
complexo II
fluxapyroxad
Fungicidas
avaliados em
ensaios em rede
2003/04
Ensaio em rede – ferrugem 2014/15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Tratamentos
Testemunha
Tebuconazol
Ciproconazol
Azoxistrobina
Azoxistrobina + ciproconazol
Picoxistrobina + ciproconazol
Trifloxistrobina + protioconazol
Picoxistrobina + tebuconazol
Piraclostrobina + fluxapyroxad
Azoxistrobina + benzovindiflupyr
Azoxistrobina + ciproconazol
Azoxistrobina + tebuconazol
Azoxistrobina + tebuconazol
Piraclostrobina+epoxiconazol+ fluxapyroxad
Bixafen + prothioconazol +trifloxistrobina
g i.a. ha-1
SEV (21)
%C PROD (26)
76,9 A
0
2278
J
100
63
B 18
2455
HI
30
56,4 D 27
2632
FG
50
59,8 C 22
2435
I
60 + 24
45,6 E 41
2764
E
60 + 24
32,3 F 58
2873
D
60 + 70
19,7 I
74
3237
B
60 +100
27,4 G 64
2929
D
116,55 + 58,45
27,3 G 64
3078
C
60 + 30
13,6 J 82
3448
A
60 + 24
44,4 E 42
2709
EF
62,5 + 120
56,2 D 27
2582
G
60 + 100
57,2 D 26
2555
GH
64,8 + 40 + 40
23,7 H 69
3135
BC
62,5 + 87,5 + 75 18,4 I
76
3361
A
8,9
7,8
T2 a T15 - 3 aplicações: R1 (máximo R2) reaplicados em 21 e 35 dias após a primeira
RP
40
34
28
35
23
20
7
18
13
0
25
30
31
11
3
DMI, “triazóis”
100
DMI+QoI
80
% Controle
DMI
60
40
20
0
2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
Safras
Fig. 1. Percentage of soybean rust severity control in uniform field trials in the growing seasons 2003/04 (11 trials), 2004/05 (20 trials), 2005/06 (15
trials), 2006/07 (10 trials), 2007/08 (7 trials), 2008/09 (23 trials), 2009/10 (15 trials), 2010/11 (11 trials), and 2012/13 (21 trials) , 2013/14 (16 trials),
2014/15 () in different soybean-producing regions in Brazil. Source: Godoy (2005a,b); Godoy et al. (2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015).
QoI, “estrobilurinas”
100
DMI+QoI
80
% Controle
QoI
60
40
20
0
2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
Safras
Fig. 2. Percentage of soybean rust severity control in uniform field trials in the growing seasons 2003/04 (11 trials), 2006/07 (10 trials),
2007/08 (7 trials), 2008/09 (23 trials), 2009/10 (15 trials), 2010/11 (11 trials), and 2012/13 (21 trials), 2013/14 (16 trials), 2014/15 (21) in
different soybean-producing regions in Brazil. DMI + QoI = cyproconazole + azoxystrobin; QoI = azoxystrobin. Source: Godoy (2005a,b);
Godoy et al. (2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015).
Resistência
Resistência – é uma alteração herdável e estável
de um fungo em resposta a aplicação de um
fungicida, resultando na redução de
sensibilidade a um produto.
Resistência na prática – quando uma dose
registrada de um fungicida não proporciona
controle comercial aceitável (falha de controle)
Como ocorre?
Seleção natural: fungicida atua como
agente de seleção para isolados menos
sensíveis/ resistentes
Sensíveis
Resistentes
Fatores de risco
 Utilização de fungicidas como única forma de controle;
 Utilização em áreas extensas;
 Utilização de fungicidas sítio-específico;
 Mudança da dose recomendada;
 Aplicações repetitivas do mesmo produto;
 Utilização erradicante do produto;
 Características inerentes ao patógeno (número de
gerações, esporulação, disseminação).
DMI, “triazóis”
Desde 2005: Bayer CropScience, BASF, Syngenta e FRAC Brasil
(http://www.frac.info/)
Redução de sensibilidade aos DMIs:
 Mutações de ponto F120L, Y131F/H, K142R, I145F e I475T;
 superexpressão CYP51
(Schmitz et al. 2013 )
DMI, “triazóis”
http://frac-brasil.org.br/frac/
SOJA
Triazóis e Triazolintione (DMIs)
 Alta variabilidade da sensibilidade a DMIs entre as populações de
ferrugem asiática da soja foi observada nos estudos de monitoramento
conduzidos no Brasil;
 A ferrugem da soja apresenta significativa redução de sensibilidade ao
grupo químico dos DMIs, sendo assim sua utilização isolada não é
recomendada;
 Indica-se a associação de DMIs (triazóis e triazolintione) com
estrobilurinas.
QoI, “estrobilurinas”
Mutações associadas com a resistência a QoI
Três substituições de aminoácido tem sido detectadas no gene do
citocromo b: G143A; F129L; G137R
Isolados com G143A apresentam resistência completa.
Isolados com F129L ou G137R apresentam resistência parcial.
Alto risco
QoI, “estrobilurinas”
G143A
Puccinia sp
Uromyces appendiculatus
Phakopsora pachyrhizi
Hemileia vastatrix
Alternaria solani
Pyrenophora teres
(Grasso et al. 2006)
QoI, “estrobilurinas”
http://frac-brasil.org.br/frac/
SOJA
A mutação F129L foi detectada pela primeira vez na
ferrugem asiática da soja na safra 2013/2014.
Esta mutação pode conferir, a exemplo do ocorrido
em outros patossistemas, alteração parcial na
sensibilidade deste patógeno aos fungicidas do grupo
das estrobilurinas (resistência parcial)
Mecanismos de resistência
Alteração bioquímica do sítio de ação;
Detoxificação do fungicida;
Super expressão do sítio de ação;
Exclusão e expulsão de fungicida;
Desenvolvimento de uma via metabólica alternativa.
triazóis
estrobilurinas
QoI + DMI
Fonte: CAF / ensaios cooperativos
SDHI, “carboxamidas”
Resistência é conhecida para
várias espécies em populações
de campo e mutantes de
laboratório.
Sítio alvo das mutações nos
genes sdh , ex. H/Y (or H/L)
at 257, 267, 272 or P225L,
dependendo da espécie do
fungo.
Médio a alto risco
Histórico
Protetores (multi-sítios)
Aplicações frequentes
Baixa penetração
Novos SDHI
benzamidas
phenylpyrroles
anilopyrimidines
Estrobilurinas - QoI
Phthalimidas
ex. captan,
captafol
Cloreto de sódio - TS
Chlorotalonil
Organomercuriais
1755
1913
1873
1873
1940s 1950s
1960s
1970s
1996 -
Sulfato de cobre
Orgânicos
Dithiocarbamatos
ex. thiram, maneb, mancozeb
Carboxamida - SDHI
Benzimidazol - MBC
Triazol - DMI
Phenylamida
Fosetyl-Aluminio
Soja depois de soja
Média de 5 aplicações
Soja depois de soja
Instrução Normativa 001/2015 – MT - Indea
Instrução Normativa 08/2014 – GO Agrodefesa
SUMÁRIO
 A resistência/ menor sensibilidade de P.
pachyrhizi aos DMI e QoI é uma realidade;
 Semeaduras tardias exercem alta pressão de
seleção para resistência em função do elevado
número de aplicações;
 Reduzir a pressão para resistência aos
fungicidas que ainda são eficientes deve ser
uma prioridade.
OBRIGADA !!
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embrapa soja