Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo lição: O progresso científico não é sinônimo de progresso da humanidade. Código de Nuremberg 1947 Define normas de experimentação em seres humanos, destacando-se: consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa, experimentação em animal precedendo experimentação em seres humanos, ausência de risco, qualificação do experimentador, interrupção do experimento a qualquer momento dos ensaios. DECLARAÇÃO DE HELSINQUE 1964_1975 A finalidade da pesquisa médica envolvendo seres humanos deve ser o aperfeiçoamento do diagnóstico, procedimentos terapêuticos e profiláticos e a compreensão da etiologia da patologia da doença DECLARAÇÃO DE HELSINKI 1964_1975 O processo médico baseia-se na pesquisa a qual em última análise deve alicerçar-se em parte em experiências envolvendo seres humanos. DECLARAÇÃO DE HELSINKI distinção entre objetivos: diagnóstico ou terapia de um doente; conhecimento científico a experimentação laboratorial e com animais o pensamento bioético 1978 The Nacional Commission for the Protection of Human Subjects Relatório Belmont BIOÉTICA - REICH - 1978 estudo sistemático da conduta humana, na área das ciências da vida e dos cuidados de saúde, quando se examina esse comportamento à luz dos valores e dos princípios morais”. [email protected] CONFLITO DE INTERESSES É um conjunto de condições nas quais o julgamento (profissional) relacionado aos interesses primários (bem estar do paciente ou a validade de uma pesquisa) podem ser indevidamente influenciados por um interesse secundário (obter ganhos financeiros) Thompson D. NEJM 1993 Pesquisa: movimenta US 30 bi por ano; 18% das receitas com as industrias de inovação no Brasil, em 2002 foram investidos R$ 112 milhões o Brasil participar de menos de 1% dos trials internacionais. ÉTICA EM PESQUISA A Resolução 196/96 CNS_referências: • Código de Nuremberg (1947) • Declaração de Helsinki (1964, 1975, 1983 e 1989) • Propostas de Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisa Biomédica Envolvendo Seres Humanos (CIOMS/WHO 1982 e 1993) • Diretrizes Internacionais para Revisão Ética dos Estudos Epidemiológicos (CIOMS/WHO 1991) 196/96 Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196 10 / 10 / 1996 196/96 ... incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatros princípios básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça 196/96 descrição da pesquisa /protocolo; sujeito da pesquisa; qualificação do pesquisador; instituição; promotor/patrocinador; risco / possibilidade; dano: imediato e tardio Sujeito da pesquisa: diagnóstico acurado ou tratamento mais efetivo; baixo risco; “interesse do pesquisador acima de qualquer outro” Sujeito da pesquisa: Resolução n° 251/97 - Conselho Nacional de Saúde: IV.1 - O protocolo de pesquisa deve incluir: Acesso ao medicamento em teste deve ser assegurado pelo patrocinador, pela instituição ou pelo pesquisador, se este se mostrar superior ao tratamento convencional. Sujeito da pesquisa Consentimento Livre e Esclarecido termo autorizando sua participação voluntária Vulnerabilidade autodeterminação reduzida Sujeito da pesquisa Vulnerabilidade “o movimento de considerar a chance de exposição de pessoas ao adoecimento como resultante de um conjunto de aspectos não apenas individuais, mas também coletivos e contextuais” Promoção de Saúde: conceitos, reflexões, Tendências. Rio de Janeiro:Fiocruz; 2003 Vulnerabilidade humana e a complexidade ambiental “a exposição a riscos não depende apenas de aspectos individuais, mas ambientais, contextuais e coletivos, acarretando maior suscetibilidade a torna-se vulnerável devido a ameaça do entorno natural e social” Patrocinador - indústria: pesquisa relevante para as necessidades do mercado; mínima demora na aplicação das pesquisas; mínimo custo; proteção dos interesses financeiros (patentes). 25% dos pesquisadores, em Universidade, recebem financiamentos da indústria; os resultados positivos são publicados, os negativos raramente; há um vínculo entre a retenção e demora na publicação de resultados com o interesse do financiador; Instituição: reputação acadêmica; investimentos financeiros proteção de investimento; prestígio. Comunidade científica: boa reputação da ciência; acesso aos produtos e resultados de pesquisas. Público: mínima demora na aplicação dos resultados da pesquisa; pesquisas com menor custo possível; “confiança na comunidade científica” A Imprensa: “Estudos cresceram 71% em 2000, mas boa parte dos participantes desconhece riscos e benefícios”; “Brasil já tem 500 mil “cobaias” humanas”; “Há 11 anos, técnico faz testes por dinheiro”. Folha de São Paulo 2001 “Na experimentação com seres humanos são tênues os limites entre a ciência e o terror. Cumpre cuidar para que prepondere a primeira.” Editorial da Folha de São Paulo. Altruism and trust lie at the heart of research on human subjects Etapas da Pesquisa e Desenvolvimento de medicamentos Númeo de Compostos 2 a 10 anos 5.000- 10.000 (in vitro e anim ais) 250 5 DESCOBRIMENTO 2 a 6 anos Poucos voluntários saudáveis(segurança e doses) FAS E PRÉ-CLÍNICA 1 ano pacientes volu ntár ios (Indicação inicial de eficá cia e efeito s co late rais) FAS E I 2 anos pacientes volu ntár ios em grande número (rea çõe s adversas e eficá cia) 1 0 2 4 6 FAS E II 3 anos anos+ + FAS E III Apr ovação para comercializa ção 2 anos 8 10 Tempo em ano s 12 14 16 Fonte: PhRMA, baseado nos dados do Centro para Estudo do desenvolvimento de drogas, Tufts University, 1995 Investigador: conhecimento, esforço e tempo investido na pesquisa; reputação pelas pesquisas publicadas; compensação econômica (bolsas, incentivos); Patrocinador - indústria: pesquisa relevante para as necessidades do mercado; mínima demora na aplicação das pesquisas; mínimo custo; proteção dos interesses financeiros (patentes). Published at www.nejm.org September 8, 2004 Cli n ica l Tr i al Reg istr ati o n: A St atemen t fr om th e In ter na tio n al Com mi ttee of Med ica l Jo ur n al Ed it or s Catherine De Angelis, M.D., M.P.H., Jeffrey M. Drazen, M.D., Frank A. Frizelle, M.B., Ch.B., M.Med.Sc., F.R.A.C.S., Charlotte Haug, M.D., Ph.D., M.Sc., John Hoey, M.D., Richard Horton, F.R.C.P., Sheldon Kotzin, M.L.S., Christine Lain e, M.D., M.P.H., An a Marusic, M.D., Ph.D., A. Jo hn P.M. Overbeke, M.D., Ph.D., Torben V. Schroeder, M.D., D.M.Sc., Hal C. Sox, M.D., and Martin B. Van Der Weyden, M.D. Editor-in-Chief, JAMA , Editor-in-Chief, New England Journal of Medicine , Editor, The New Zealand Medical Journal, Editor-in-Chief, Norwegian Medical Journal, Editor, CMAJ , Editor, The Lancet , Executive Editor, MEDLINE - National Library of Medicine, Senior Deputy Editor, Annals of Internal Medicine , Editor, Croatian Medical Journal, Executive Editor, Nederlands T ijdschrift voor Geneeskunde (Dutch Journal of Medicine) , Editor, Journal of the Danish Medical Association , Editor, Annals of Internal Medicine, Editor, The Medical Journal of Australia Altruism and tru st lie at th e heart of rese arc h o n h um an su bjects. A ltruistic ind ividu als vo lun teer for research becau se th ey tru st th at their p articip atio n will con trib ute to imp ro ved health for o th ers and th at research ers will m inim ize risks to participan ts. In retu rn for th e altru ism an d trust th at m ake clinic al re search po ssible, the research enterprise h as an ob ligation to con du ct research eth ically and to repo rt it h on estly. Hon est rep orting b egin s with revealin g the e xisten ce of all clin ical stu dies, even tho se th at reflect u nfavorab ly on a research spo nso r's pro du ct. Un fo rtu nately, selectiv e re po rting of trials d oes o ccur, an d it d isto rts th e bo dy of e viden ce availab le fo r clinical d ecisio n-makin g. Res earchers (and jou rn al ed ito rs) are gen erally m ost enthu siastic abo ut th e pu blication of trials th at sho w either a larg e effect of a n ew treatm ent (p ositive trials) or equ ivalen ce of two ap pro ache s to treatmen t (no n-infe rio rity tria ls). Re searchers (and jou rnals) ty pically are less excited abo ut trials that sho w that a new treatm ent is inferior to sta nd ard treatmen t (neg ative trials) and even less in tereste d in trials th at are n eith er clearly p ositive no r clearly ne gative, since in co nclu sive trials will n ot in them selves ch ang e p rac tice. Irrespe ctive o f their scien tific interest, trial results th at p lace fin ancia l inte res ts at risk are pa rticularly like ly to rem ain u np ub lished and hid den fro m p ub lic view. Th e interests o f the sp on so r o r autho rs no twith stan din g, anyo ne sh ou ld b e ab le to learn o f an y trial's existe nce an d its im po rtant cha rac teristics .