Centro Federal de Educação Tecnológica CEFET-SP Mecânica dos fluidos Caruso - 1999/2008 1 Sólido Um corpo sólido, elástico, quando submetido a uma tensão de cisalhamento inicia um deslocamento (ou se rompe) 2 1 Fluido (a) (b) Substância que muda continuamente de forma enquanto existir uma tensão de cisalhamento, ainda que esta seja muito pequena 3 Diferença entre Sólido e Fluido (a) (b) Nos sólidos, há deformação elástica, plástica e eventualmente ruptura. Nos fluidos, há deformação contínua 4 2 Fluidos Líquidos e Gasosos Os fluidos gasosos ocupam todo o volume do recipiente que os contêm, ou expandem-se infinitamente Os fluidos líquidos têm volume próprio 5 Propriedades dos Fluidos - I Mobilidade Os líquidos e gases se adaptam à forma dos corpos que os contêm, sem oferecer resistência Compressibilidade Os líquidos são praticamente incompressíveis Os gases podem ter seu volume variado, de acordo com o volume do recipiente que o contém 6 3 Propriedades dos Fluidos - II Peso específico É o peso por unidade de volume: G V Massa É a quantidade de matéria contida no corpo Massa específica (densidade absoluta) É a massa contida no volume: m V 7 Propriedades dos Fluidos - III Densidade relativa Relação entre a massa específica de um corpo e a massa específica de outro tomado como padrão (normalmente a água é tomada como padrão nas aplicações comuns). δ ρ ρ1 Problema: densidade do gelo 8 4 Propriedades dos Fluidos - IV Coesão É a propriedade com que as partículas fluidas resistem a reduzidos esforços de tensão Adesão É a propriedade que permite a um líquido "molhar" uma superfície 9 Propriedades dos Fluidos - V Tensão superficial AR Líquido (a) (b) 10 5 Propriedades dos Fluidos - VI Coeficiente de Viscosidade Dinâmica () B Placa móvel F U A D y y v v v A C v y Problema: Telescópio Hale Placa fixa Problema: bloco em PI 11 Propriedades dos Fluidos - VII Viscosidade Cinemática () 12 6 Propriedades dos Fluidos - VIII Viscosidade Técnica Utilizada na prática diária, mede-se a viscosidade pelo tempo de escoamento num dispositivo padrão, denominado viscosímetro. •Saybolt (EUA) •Redwood (GB) •Engler (RFA) 13 Viscosidade Técnica Viscosímet ro Saybolt Redwood Engler Unidade Universal Furol I II Segundos Graus Símbolo SUS ou SSU SFS ou SSF Redwood Redwood II o E Volume [ml] 60 50 200 Temperat ura [ o F] 70, 100, 130,210 77, 100, 122, 210 70, 100, 140, 200 77, 86 20 oC, 50 oC, 100 14 7 Propriedades dos Fluidos - IX Viscosidade SAE Sistema prático de classificar-se óleos lubrificantes tendo como base exclusivamente a viscosidade. 15 Viscosidade - sistema SAE Tabela de valores de viscosidade SAE Nº SAE 5W 10W 20W 20 30 40 50 Viscosidade, [SSU] 0 OF 210 OF Mínimo Máximo Mínimo Máximo – 6000 – – 6000 < 12000 – – 12000 < 48000 – – – – 45 <58 – – 58 <70 – – 70 <85 – – 85 <100 16 8 Teorema da Variação da Pressão Teorema de Stevin 17 Teorema de Stevin "A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso específico do fluido em questão e a diferença de cotas dos dois pontos." P0 P2 y1 y0 P1 p1 – p0 = (y0 – y1) p2 – p0 = (y0 – y2) p2 – p1 = (y1 – y2) y2 Problema: mergulho do menino Problema: mergulho do menino P3 18 9 Princípio de Arquimedes O empuxo 19 Princípio de Arquimedes "Um fluido em equilíbrio age sobre um corpo total ou parcialmente nele imerso com uma força vertical, orientada de baixo para cima, chamada empuxo. Ela é a resultante das forças devidas à pressão que o fluido exerce sobre o corpo. A intensidade do empuxo é igual ao peso do fluido que o corpo desloca." E Vlíquido Vcorpo G corpo líquido P 20 10 Princípio de Pascal 21 Princípio de Pascal "Quando se produz uma variação de pressão num ponto de um líquido em equilíbrio, essa variação se transmite integralmente para todos os pontos do líquido." F2 F1 p1 = p2 A1 A2 F2 F1 A2 A1 22 11 Equação da Continuidade Vazão 23 Equação da continuidade - Vazão m = 1.A1.v1. t Tubo de corrente m 1. A1.v1 2 . A2 .v2 t P2 Tubo de Corrente A2 . A.v constante Linha de Corrente A1 Como = constante A.v constante P1 24 12 Equação da continuidade - Vazão Vazão: Vazão volume de fluido que atravessa determinada seção transversal na unidade de tempo. V Q t 25 Equação da continuidade - Vazão Vazão mássica: ssica massa do fluido que atravessa determinada seção transversal na unidade de tempo m Qm t 26 13 Equação da continuidade - Vazão Vazão em peso: peso peso de fluido que atravessa determinada seção transversal na unidade de tempo G QG t 27 Equação de Bernoulli Perdas de carga 28 14 Equação de Bernoulli l2 p2 A2 v2 l1 v1 z1 z2 p1 A1 Plano de Referência z - energia potencial, [m] H gz 2 2 v p v p z 2 2g v2/2g - energia cinética, [m] p/ - energia de pressão, [m] 29 Equação de Bernoulli na presença de máquina p1 v2 p v2 1 z1 H M 2 2 z2 2 g 2 g M z1 z2 SL Plano de referência H M z2 z1 H M z p2 p1 v22 v12 2 g p v22 v12 2 g Se H2 > H1, a máquina é bomba Se H1 < H2, a máquina é turbina 30 15 Potência e Rendimento Potência da corrente fluida p v2 Q H N Q z 2 g Rendimento Wu N u 1 Wf N f 31 Equação de Bernoulli - Representação geométrica Linha de carga Linha piezomét rica hp H = const ant e v12 2g v22 2g p1 .z1 p2 Plano de referência .z2 32 16 Equação de Bernoulli para fluido real Na Equação de Bernoulli: Considerando-se as perdas: z1 p1 v12 p v2 z2 2 2 2 g 2 g p1 v12 p2 v22 z1 z2 hp 2 g 2 g hp = hd + hs Perda total: 33 Perda de carga (Darcy) Perda de carga distribuída: L v2 hd f DH 2 g ƒ - coeficiente de perda de carga distribuída, função de Re L - comprimento do conduto, [m] DH - diâmetro hidráulico, [m] Re v DH v DH - coeficiente de viscosidade cinemática, [m2/s] 34 17 Diâmetro Hidráulico (DH) DH = 4 ·RH RH = A / RH Raio hidráulico, [m] A Área transversal ao escoamento do fluido, [m2] Perímetro do duto "molhado" pelo fluido, [m] 35 Número de Reynolds (Re) É um parâmetro adimensional, obtido experimentalmente. Classificação do escoamento: Re 2320, o escoamento é laminar 2320 < Re < 4000, o escoamento é de transição Re 4000, o regime é turbulento 36 18 Figura 24 Diagrama de Moody 37 Fator de atrito ou coeficiente de perda de carga distribuída (ƒ) Da fórmula universal da perda de carga: Se regime laminar (Re 2320): Se regime turbulento (Re 4000): ƒ é função de Re e da rugosidade do duto. hp f f L v2 DH 2 g 64 64 Re vDH Diagrama de Moody ou Tabela de fórmulas racionais. 38 19 FÓRMULAS PARA CONDUTOS LISOS NO REGIME TURBULENTO Validade Fórmula 0,314 f 4 3000 Re 105 Re 2,51 f 2 log 104 Re 3,4 106 e Re f 800 Re f 0,221 f 0,0032 105 Re 108 0, 237 Re 2 Turbulência plena (Re > 4000) f 1,8 log Re 1,5 FÓRMULAS PARA CONDUTOS RUGOSOS NO REGIME TURBULENTO E DE TRANSIÇÃO 2k 1 18,7 1,74 2 log d f Re f k 1 18,7 d 14 Re f 200 2 log d 3,71 Re f k f k 10 6 f 0,0055 1 20000 d Re 1/ 3 4000 < Re < 107 Tabela 16 Tabela de Fórmulas Racionais FÓRMULAS PARA CONDUTOS RUGOSOS NO REGIME DE TURBULÊNCIA PLENA 1 2k d 1,74 2 log Re f 200 f d k 39 Perdas de carga singulares (hs) São as perdas de carga em componentes e elementos de tubulação tais como: •válvulas •reduções •curvas sendo ks o coeficiente de perda singular: v2 hs k s 2 g 40 20 Perdas de carga singulares (hs) ks A2 1 22 A1 A1 2 A2 Estreitamento abrupto, borda aguda A1 A2 Cotovelo 90o Cotovelo 90o raio longo (r = d) Cotovelo 90o raio médio (r > 2 d) Curva de raio curto (r > 6 d) Te Válvula angular (100% aberta) Válvula de retenção (100% aberta) Válvula gaveta (100% aberta) Válvula globo (100% aberta) (A2/A1) Ver Erro! A origem da referência não foi encontrada. Tabela 14 SINGULARIDADE Alargamento abrupto, borda aguda 0,90 0,60 0,75 2,20 1,80 5,00 2,50 0,20 10,0 41 21