Caro Professor:
A Pré-UNIVESP é uma publicação eletrônica, mensal e temática, com um dossiê baseado em
temas factuais e conteúdos distribuídos pela grade curricular do ensino médio e dos
vestibulares. São reportagens, artigos, infográficos, entrevistas, além de um blog com textos
sobre temas diversos. Nosso principal objetivo é oferecer um conteúdo relevante e em
linguagem acessível, que trata de assuntos de interesse dos principais vestibulares do país
(inclusive o da UNIVESP), dirigido a estudantes, a professores do ensino médio e a
vestibulandos.
Dentro do plano de reformulação editorial da revista Pré-UNIVESP, concebemos este plano de
atividades interdisciplinares. Voltado para o uso pedagógico no ensino médio, ele contempla
conteúdos da edição atual, que têm como tema a Luz, motivado pelas comemorações em
torno do Ano Internacional da Luz, proclamado pela Organização das Nações Unidas, ONU.
Nosso objetivo é incentivá-lo a utilizar a revista Pré-UNIVESP nas atividades escolares da sala
de aula.
Ao final do plano de atividades, reunimos exercícios complementares, relacionados ou não às
abordagens da revista.
Para a produção dos planos de atividades, contamos com a assessoria de professores de
diversas áreas do ensino médio. Eles serão publicados sempre na última semana do mês, no
fechamento do número. Esperamos que o trabalho escolar promova reflexão e
aprofundamento sobre os temas tratados, por meio da ação mediadora do professor, sem
prescindir de outros materiais fundamentalmente didáticos e das conexões entre as diversas
áreas do conhecimento.
Equipe Pré-UNIVESP
Proposta Interdisciplinar
Pré-UNIVESP - Edição 47 – LUZ
Assessoria Pedagógica

Bruno Aranha

Cristiane Imperador

Douglas Gouvea

Márcia Azevedo Coelho
Textos utilizados

Luz e trevas, de Chris Bueno

Sol, primeira fonte de luz e energia, de Mariana Castro Alves

Reações Fotoquímicas, de Victória Flório

Vida sem luz, de Chris Bueno
Ilustrações

Matheus Vigliar

Bruna Garabito

Charles Rubin
Disciplinas envolvidas

Arte

Biologia

História

Língua Portuguesa

Literatura
Recursos

Textos impressos

Computador

Celular
Introdução
A partir dos textos desta edição 47 da Pré-UNIVESP, que tem como tema a “Luz”, o
professor de ensino médio terá oportunidade promover discussões sobre a importância desse
fenômeno que revolucionou não só o campo das ciências naturais, mas também da arte e da
literatura, sob os mais diferentes enfoques.
A utilização da Pré-UNIVESP em sala de aula poderá ser um eficiente elemento
disparador para refletir, por exemplo, acerca das motivações que levaram a Organização das
Nações Unidas a proclamar o ano de 2015 como o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias.
Especificamente sobre os conteúdos programáticos do ensino médio, é possível utilizar
os textos da revista para ampliar os conceitos de Língua Portuguesa, abordando aspectos da
semântica e da estilística, tais como hiponímia, hiperonímia, campo semântico, conotação,
denotação e figuras de linguagem, ao enfocar os inúmeros significados atribuídos à luz no
decorrer da história e nas diferentes culturas.
Na Física, a luz pode ser trabalhada de forma muito produtiva no conteúdo em que se
trata de ondas, em Arte e em Literatura, a recorrente metáfora da Luz e a forma como foi
retomada pelos iluministas, para os quais a luz estava metaforicamente associada à
racionalidade, instiga ampla discussão do modo de conceber o conhecimento daqueles artistas
e intelectuais, que tinham na razão a fonte de inteligência e poder, conforme se lê na
reportagem Luz e Sombra, da jornalista Chris Bueno.
Em Biologia e Química é possível explorar os textos Sol, primeira fonte de luz e energia,
de Mariana Castro Alves, Reações Fotoquímicas, de Victória Flório e Vida sem luz, de Chris
Bueno, tratando da luz como um dos fatores norteadores para a manifestação da vida no
planeta Terra, na forma que conhecemos hoje, e como responsável pela possibilidade de
enxergarmos o vasto universo, micro e macroscópico, que nos circunda em seus mais amplos
aspectos.
Por fim, diante das inúmeras possibilidades de trabalho com esta edição da Pré-UNIVESP
em sala de aula, este plano indicará algumas atividades com a finalidade de unir a leitura dos
textos de divulgação científica a unidades de conhecimento, essenciais a qualquer conteúdo
programático de ensino médio.
ARTE, HISTÓRIA, LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
Sondagem
 Inicie a aula propondo aos alunos a observação das palavras luz e trevas, anotadas na
lousa, que intitulam o texto do qual farão a leitura.
 Solicite que identifiquem a que classe gramatical as palavras luz e trevas pertencem.
Oriente para que analisem também os aspectos semânticos.

Levante hipóteses a respeito do possível assunto a ser tratado no texto lido. Sugira aos
alunos para que anotem as suas suposições que serão, posteriormente, retomadas. As
anotações poderão ser realizadas no caderno ou no telefone celular.

Questione se é possível perceber a presença de alguma figura de linguagem no título
do texto. Aproveite para, a partir das respostas apresentadas pela turma, retomar que
as figuras de linguagem são usadas para realçar as palavras e dar a elas maior
expressividade. O conhecimento sobre as figuras de linguagem permite a sua utilização
na produção de textos, enriquecendo a linguagem.
 Professor, o primeiro contato com o texto nem sempre pressupõe a leitura em si,
mas uma preparação para ela. É muito importante, antes de começar a ler, levantar
hipóteses, principalmente, a respeito do título, o que cria expectativas em relação ao
conteúdo, levando o leitor a formular algumas hipóteses sobre o que ele expressa.
Porém, dependendo da experiência do próprio leitor ou das intenções do autor, nem
sempre essas hipóteses se confirmam.
Leitura do texto

Apresente o texto “Luz e trevas”, de Chris Bueno, e solicite aos estudantes que
realizem uma primeira leitura, buscando perceber se as hipóteses levantadas na
análise do título foram comprovadas ou refutadas.

Chame alguns alunos para que exponham aos colegas de que maneira comprovaram
ou não as antecipações realizadas.

Oriente para que realizem uma segunda leitura do texto destacando as palavras de
significados desconhecidos e aquelas pertencentes ao mesmo campo semântico de luz
e trevas.
 Professor, relembre com os alunos que o conceito de campo semântico está ligado
ao conceito de polissemia e que uma mesma palavra pode assumir significados
diferentes em um mesmo texto, dependendo da maneira como é empregada. O
estudo do léxico deve superar a simples identificação de seus significados
dicionarizados, é preciso levar em consideração as especificações, expansões e
restrições que as palavras sofrem. O vocabulário de um texto está relacionado à sua
ideia central.

Peça aos alunos que pesquisem em um dicionário físico ou virtual o significado das
palavras desconhecidas e que compartilhem com os colegas as definições encontradas
para ampliação do vocabulário. A identificação de palavras de mesmo campo
semântico e o trabalho com vocabulário favorecerão a interpretação do texto.
Compreensão oral

Proponha um debate a respeito das seguintes questões:
1. Qual é o objetivo desse texto? A quem ele se dirige?
2. Qual ocasião deu origem ao texto lido?
3. Qual é o leitor que poderá se sentir atraído pelo assunto desenvolvido no texto?
4. Releia os três primeiros parágrafos do texto e explique de que forma se dá a
progressão de um parágrafo para outro.
5. Observe a linguagem do texto:
a. Que tempo e modo verbais predominam entre as formas verbais empregadas?
b. Quanto ao nível de linguagem do texto, qual foi utilizado?
6. No caso do texto lido, sua finalidade maior é transmitir conhecimento ou persuadir?
Explique.
7. Você observou que o texto lido apresenta um título e três subtítulos. Comente qual é o
assunto central de cada um dos subtítulos do texto.

A partir das respostas apresentadas pelos estudantes, destaque que o texto lido expõe
conteúdos e informações para torná-los acessíveis a estudantes e pessoas
interessadas. Para isso, desenvolve o tema central acrescentando-lhe subtemas e
aspectos novos que também serão desenvolvidos pelo texto. Sendo assim, apresenta
características de um texto expositivo.
 Professor, comente que um texto expositivo caracteriza-se por: exibir informações e
não opiniões, predicativos organizados em torno de verbos como ser, ter, significar,
etc.; desenvolver um conceito; possuir linguagem clara, objetiva e impessoal com
predomínio do padrão formal culto da língua; empregar exemplificações, definições,
ressaltando o significado de palavras ou expressões.

Dando continuidade ao estudo das características de um texto expositivo, questione os
alunos a respeito da função da linguagem presente no texto de Chris Bueno. Destaque
que, dependendo da intenção do falante, de suas escolhas e combinações e dos
elementos da comunicação sobre os quais se centra a mensagem, é possível
reconhecer diferentes funções da linguagem em um mesmo texto.

Exponha as principais características da função referencial, aquela cuja intenção é
transmitir ao interlocutor dados de uma forma direta e objetiva, e oriente os alunos
para que delimitem no texto trechos dessa função.

Deixe claro que, quando afirmamos que um texto é característico de um gênero,
observamos o que é predominante, mas não necessariamente o que é único, já que
um texto pode conter vários tipos textuais. Sendo assim, para avaliar o tipo textual de
um determinado texto é preciso observar as sequências textuais presentes e as suas
características.

Depois, comente sobre a função poética, explique que diferente da função referencial
para qual importa, predominantemente, a informação, a função poética centra-se na
forma da mensagem, mais no “como” do que no “o quê?”. Por isso, a função poética
trabalha com a combinação dos elementos de forma a causar o efeito desejado em
seu receptor.

Explique que a função poética trabalha fundamentalmente com a conotação e
consequentemente com as figuras de linguagem. Retome o conceito de metáfora,
explicando as expressões “trazer à luz”. Dar à luz. “Ter uma luz”, presentes no artigo
de Chris Bueno.
Ampliando o conceito I
 Solicite que releiam o trecho:
“Essa dualidade entre luz e sombras, noite e dia, vida e morte, razão e sensibilidade é
muito antiga. Mais do que antagônicos, esses princípios são complementares”.
 A partir da releitura, explique os conceitos de antítese, como termos antagônicos, e
paradoxo e oxímoro como termos complementares.
 Professor, a explicação de denotação e conotação, assim como das figuras de
linguagem mencionadas são importantes para o desenvolvimento das atividades
propostas, assim como para a revisão desses conteúdos para os estudantes de
ensino médio.
Aplicando o conceito I
 Apresente as seguintes imagens, projetadas ou em papel, para a turma e peça que
identifique qual das imagens poderia ter como legenda “luz” e qual delas poderia ter a
palavra “escuro” como título.
Obra: Natureza morta com crânio
Autor: Pieter Claesz
Ano: 1628
Tamanho: 24 x 36 cm
Onde ver: Metropolitan Museum of Art
Obra: A criação de Adão
Autor: Michelangelo Buonarroti
Ano: 1508 - 1510
Tamanho: 38 x 57
Onde ver: Capela Sistina
 Peça à turma que justifique, com elementos das imagens, a atribuição do título
“escuro” e da legenda “luz”. Questione sobre o que levou cada um a escolher a
imagem para o título e legenda.

Depois, divida a classe em dois grupos e proponha um jogo de perguntas e respostas.

Explique as regras do jogo:
1. Inicialmente, cada equipe escolherá um integrante para tirar “par ou ímpar”. Aquele
que ganhar, iniciará o jogo.
2. Depois, alternadamente, cada integrante de um dos grupos será chamado a responder
uma das perguntas.
3. Caso acerte a resposta, pontuará para a equipe da qual faz parte.
4. Caso erre a resposta, poderá passar a vez para a outra equipe.
5. Se a outra equipe acertar, pontuará, caso não acerte, a equipe inicial terá mais uma
chance de resposta.
6. O grupo que acertar marcará ponto. Se nenhum dos grupos souber alguma resposta o
professor poderá responder e aproveitar para explicar a questão e esclarecer as
dúvidas.
7. Haverá perguntas com tempo estipulado para pesquisa. Para essas questões a equipe
poderá ajudar o seu integrante no tempo estipulado pelo professor.
8. Ganha a equipe que ao final do jogo tiver maior numero de acertos.

Após dividir a turma e explicar as regras do jogo, inicie a competição com as seguintes
questões:
1. Observe a figura “Natureza morta com crânio” e justifique porque essa obra pode ser
considerada uma natureza morta. Exemplifique com elementos da obra (3 minutos
para dar a resposta, podendo consultar a equipe).
2. No centro da obra há um crânio. O que essa imagem representaria (resposta individual
e imediata)?

Observem os outros elementos da imagem e levante hipóteses sobre o que poderiam
representar:
3. A taça de vinho vazia (resposta individual e imediata).
4. O livro e a pena (resposta individual e imediata).
5. Veja que do lado esquerdo do crânio há um castiçal vazio, um pouco queimado,
indicando, possivelmente que a vela, ora acesa, tenha acabado. Associe a vela à
simbologia da luz, já discutida por vocês nas aulas de História, e respondam. Se essa
hipótese for verdade, o que poderia simbolizar a extinção da luz na imagem? (3
minutos para dar a resposta, podendo consultar a equipe).
6. Nesta obra, o ser humano está sendo retratado como perene ou frágil, passageiro?
7. Considerando as simbologias da imagem e a época em que fora produzida, pode-se
dizer que, na imagem, há predominância de um ideal antropocêntrico ou teocêntrico?
Explique (3 minutos para pesquisar e conversar com a equipe).
8. A obra pode ser compreendida como uma metáfora. Explique que metáfora é essa.
9. Há evidente antítese na obra. Qual?
10. O crânio pode ser compreendido como uma metonímia. De quê?

A seguir, devem ser citadas algumas características comuns na arte barroca.
11. O representante de equipe deverá, na sua vez, comprovar a existência de cada uma
das características com elementos presentes na obra (agora a dinâmica pode ser de
ping-pong).
São características:
I. Percepção da efemeridade da vida.
II. Morbidez.
III. Oposição entre o mundo material e espiritual.
IV. Figuração.

Por fim, lance uma questão de desafio.
Desafio
12. As duas equipes devem responder ao desafio somente com a ajuda de seus
integrantes, sem pesquisas externas. Releiam o seguinte trecho da reportagem de
Chris Bueno e redija um parágrafo explicando a associação que pode ser estabelecida
entre trevas, conhecimento controlado, Idade Média e a expressão “natureza morta”,
na obra de Pieter Claesz.
A Idade Média por muito tempo foi chamada de idade das trevas. Isso porque o conhecimento
da época era controlado pela Igreja Católica, que impunha a fé como o único caminho a ser
seguido e impedia o desenvolvimento cultural, científico e tecnológico. O termo acabou sendo
abandonado conforme pesquisas sobre o período revelaram toda a riqueza do conhecimento da
Idade Média.

Termine a competição atribuindo uma premiação à equipe vencedora.
Ampliando o conceito II

Dando prosseguimento à abordagem do tema, faça a contextualização geográfica do
surgimento do Iluminismo na Europa, enfocando a Revolução Francesa e como esse
movimento conseguiu derrubar o rei Luís XVI do poder no ano de 1793, sendo esse
fato considerado como um marco da queda do poder absoluto dos reis que, por muito
tempo, não foram questionados por deterem o “direito divino” outorgado por Deus
para governar os seus súditos. Esse marco simbolizava o fim da “Era das Trevas” e o
início de um novo “amanhecer” para a humanidade. Nesse caso, o “amanhecer”
também serve como um paralelo para a luz que surge após a escuridão da noite.

Solicite que releiam a parte do texto intitulada “A luz da razão” e que expliquem
oralmente:
1. O significado da metáfora “trazer à luz”.
2. A que Platão relacionava a luz, já no ano de 400 a.C?
3. Por que, segundo o texto de Chris Bueno, a percepção do mundo exterior teria relação
com a luz?
4. Quando a analogia propagada, inicialmente por Platão, popularizou-se? O que, no
contexto do século XVI, propiciou a retomada das ideias de Platão sobre a associação
da Luz à racionalidade e ao conhecimento das coisas?
 Professor, reforce que os artistas do Iluminismo consideravam que um novo tempo
iluminado pela razão e pela ciência se descortinava livre do obscurantismo e da
ignorância, na época, muito associados à doutrina religiosa. Em consequência disso,
surge na época o anseio de reexaminar as tradições e valores consagrados sob
outros pontos de vista e enfoques.

Retome a imagem de “A criação de Adão”, de Michelangelo.

Peça que a comparem novamente com “Natureza morta com crânio”, de Pieter Claesz.
Pergunte se eles percebem a morte também como tema na obra de Michelangelo.
 Evidencie que na obra do artista renascentista há uma luminosidade que não se
percebe na imagem de Claesz.

Comente que Michelangelo pintou esse afresco na Capela Sistina, a pedido do Papa
Júlio II Della Rovere, como uma das cenas bíblicas do Gênesis, mas que, além das cenas
bíblicas, pintou figuras mitológicas, as Sibilas, indicando, talvez, que o artista não
estivesse tão atrelado à ideologia medieval e cristã, mas, pelo contrário, estreitamente
ligado ao seu tempo, pintando homens como uma criação divina e perfeita.

Esclareça que a associação de Michelangelo com os ideias iluministas atreladas à
ciência e a racionalidade, em razão das pinturas que indicam a anatomia, foi resultado
de uma associação muito recente, especificamente no ano de 1990, por Frank
Meshberger, médico americano, que percebeu na cena A criação de Adão, que o
manto de Deus representava fielmente um corte de um crânio e do cérebro nele
contido.
 Professor, caso considere importante, apresente a imagem abaixo para a turma.
Fonte: disponível em: <http://revoada.net/10-pinturas-famosas-com-codigos-escondidos/. Acesso
em: 25 maio 2015.

Informe que, posteriormente, em 2004, o médico nefrologista, Gilmar Barreto,
docente da Universidade Estadual de Campinas, publicou a obra A Arte Secreta de
Michelangelo, na qual revela que, em cada personagem dos afrescos da Capela
Sistina, há lições de anatomia, reveladas por meio da incidência de luz numa
determinada parte do corpo das personagens pintadas.

Reforce que, se as pesquisas estiverem corretas, poder-se-á afirmar que o artista viveu
em total consonância com os ideais iluministas naquele período de fortalecimento do
racionalismo e individualismo, em detrimento da total subjugação à fé e que utilizou a
luz para revelar o que por séculos ficara nas sombras, o estudo da anatomia humana.

Dando prosseguimento ao estudo, questione os estudantes se conseguem perceber a
ambiguidade do título da obra “A criação de Adão”.
Deus criou Adão
“A criação de Adão”
Adão criou Deus

Pergunte à classe se consegue entender de que forma o homem poderia criar Deus e,
caso os estudantes não consigam associar a obra a essa conclusão, explique que uma
possibilidade de interpretar “Adão criando Deus” seria a de que Deus sairia do cérebro
humano, ou seja, de que o Criador possa ser um produto da mente, da imaginação,
humana.

Depois, indo adiante nos conceitos, relembre que os ideais iluministas se espalharam
pelo mundo, como leram na reportagem de Chris Bueno, chegando até a América e
influenciando movimentos revolucionários como a Independência dos Estados Unidos
e a Inconfidência Mineira. Enfatize que ambos foram movimentos que questionavam o
poder absoluto dos reis, respectivamente, da Inglaterra e de Portugal. Sendo que,
apenas o primeiro teve sucesso na tentativa de se libertar do poder absoluto do rei.
Ampliando o conceito III

Retome as interpretações mais recentes a respeito da obra de Michelangelo que o
colocam em consonância com os ideais de racionalismo e individualismo para realizar
um paralelo com os filósofos iluministas do século XVIII. Se, no contexto iluminista, o
homem era o centro do universo, tal pensamento abriria margem para o
questionamento da autoridade divina dos reis, o que acabou possibilitando o
surgimento de novas ideias dentro da política que ditaram os rumos do mundo a partir
de então.

Para ilustrar a situação descrita, retome a parte do artigo intitulada “A luz da razão”
destacando o seguinte trecho a respeito do filósofo iluminista Montesquieu:
Montesquieu trabalhou pela reforma política, defendendo que cada país deveria ter sua
própria instituição política e propondo a doutrina dos três poderes – executivo, legislativo e
judiciário –, cada um devendo agir de forma a limitar a força dos outros dois, para impedir que
um se tornasse absoluto.

A partir da leitura do trecho, questione a turma lançando as seguintes questões:
1. Qual era a intenção de Montesquieu ao sugerir essa divisão dos poderes?
2. No campo da política, como as ideias racionalistas presentes no pensamento de
Michelangelo encontram consonância com o pensamento de Montesquieu?
3. A divisão dos poderes poderia ser representada pela luz?
4. Pensando no trecho acima selecionado, reflitam a respeito do conceito de
Absolutismo. Poderia ele ser representado pela escuridão em meio às ideias
iluministas?
 A partir dos resultados do debate acima, esclareça que essas ideias chegaram ao Brasil
através da literatura clandestina, trazida por estudantes brasileiros que regressavam
da Universidade de Coimbra em Portugal. Obras como “O Espírito das Leis”, de
Montesquieu, circularam no país, exercendo influência direta nos movimentos de
independência no Brasil Colônia. Alguns escritores vislumbravam ideias separatistas a
partir de ideias “importadas” e a expressão artística do período não foi diferente. Os
árcades se inspiraram nas ideias da Renascença europeia, mas, ainda que
fundamentada por ideais “importados”, na fatura do fazer artístico, percebe-se que no
tratamento da poesia renascentista imprimiam as marcas locais. Nesse sentido, o
resultado da produção Árcade brasileira consolidou marcas que tornaram a poesia do
período peculiar em função da cor local que imprimia nas obras produzidas na época.
 Professor, para complementar o estudo, apresente aos alunos o vídeo
disponibilizado em: https://www.youtube.com/watch?v=L8LMkG7Rju4
Aplicando os conceitos IV
 Divida a sala em nove grupos e solicite aos estudantes que pesquisem as principais
características temáticas e formais da produção árcade, conceituando-as e
apresentando um exemplo aplicado a um trecho da poesia árcade brasileira.
 Grupo 1: Bucolismo.
 Grupo 2: Fugere urbem.
 Grupo 3: Aurea mediocritas.
 Grupo 4: Locus amoenus.
 Grupo 5: Inutilia truncat.
 Grupo 6: Pastoralismo.
 Grupo 7: Linguagem simples (de modo direto e claro).
 Grupo 8: Estruturas poéticas consagradas (soneto, canção, ode e elegia).
 Grupo 9: Natureza equilibrada e harmoniosa.
 Marque de apresentarem na aula posterior as características pesquisadas.
 Professor, nessa aula será importante fazer um quadro comparativo na lousa, a fim
de deixar claras as principais semelhanças e diferenças entre o projeto literário do
Arcadismo europeu e o tratamento peculiar dessa estética desenvolvida pelos
Inconfidentes.
 Comente ainda que a poesia árcade brasileira teve forte influência barroca, já que, no
Brasil, o Barroco desenvolveu-se tardiamente e que a religiosidade em Vila Rica ainda
era predominante na ocasião da produção Árcade em Minas Gerais.
Para saber mais
 Professor, antes de solicitar a próxima atividade, sugerimos que seja feita a leitura e
análise
do
Soneto
XXII,
de
Claudio
Manuel
da
Costa,
disponível
no
http://cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/claudiomanueldacosta_sonetoXXI
I.htm
 Para finalizar, divida a sala em quatro grupos e proponha que preparem a leitura
dramatizada e a análise de cada um dos poemas elencados a seguir. Faça um sorteio
entre os grupos da classe, já que a extensão e nível de aprofundamento da análise dos
poemas não são similares.
1. Caramuru, Santa Rita Durão;
2. O Uraguai, Basílio da Gama;
3. Lira 77, Tomás Antônio Gonzaga;
4. Poema I, Cláudio Manuel da Costa.
 Oriente para que preparem uma apresentação em PowerPoint com a seguinte
estrutura:
1. Nome do poema
2. Contextualização histórica
3. Autor
4. Leitura do poema
5. Análise da forma
6. Identificação do tema
7. Identificação de semelhanças e diferença de características de poemas
renascentistas e o que está sendo analisado.
8. Breve análise do poema.
9. Conclusão do grupo
 Professor, na apresentação dos poemas, assegure-se que características como a
descrição da natureza bruta, nos poemas de Claudio Manuel da Costa, o índio em
Uraguai e em Caramuru, o sentimentalismo menos convencional, nos versos de
Tomás Antônio Gonzaga e o universalismo relativizado, apareçam nas análises como
peculiaridades da poesia Árcade brasileira. Caso isso não ocorra, aproveite para
aprofundar as análises e demonstrar como essas marcas estão presentes nas obras.
Biologia
A luz é um dos fatores norteadores para a manifestação da vida no planeta Terra na forma que
conhecemos hoje. É a partir da energia luminosa emitida do Sol que a matéria orgânica
sintetizada pelos produtores inicia seu fluxo pelos diversos componentes das teias alimentares
no globo. É através da luz do Sol que alguns organismos vivos produzem o oxigênio, essencial
para a grande maioria dos seres vivos no planeta Terra. E também graças à luz que somos
capazes de enxergar este vasto universo, micro e macroscópico, que nos circunda em seus
mais amplos aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais. No entanto, quando a luz não está
presente em determinadas regiões do globo, a natureza encontra um jeito e para que animais
possam sobreviver.
A luz compõe apenas uma pequena faixa de um amplo espectro de ondas, conhecido
como o espectro eletromagnético. Essa faixa, conhecida como luz visível, é crucial para os
fenômenos citados anteriormente, os chamados fenômenos fotobiológicos. E é nesse pequeno
espectro visível que os cientistas têm focado esforços para aprimorar a eficiência da energia
solar, uma importante energia renovável e sustentável que pode garantir um futuro com
menos impactos ambientais para a nossa biosfera.
Leitura e interpretação do texto
 Solicite aos alunos leiam o texto Sol, primeira fonte de luz e energia, de Mariana Castro
Alves, e peça para que respondam oralmente às seguintes questões:
1. Qual é a importância do Sol para o planeta Terra? Qual é o fenômeno
fotobiológico citado no texto no qual a luz solar é crucial?
2. Quais são as três formas de aplicar a energia solar para gerar energia?
3. Qual é a vantagem da energia elétrica comparada à outras fontes de energia?
4. Quais seriam os desafios a serem superados pelo governo brasileiro para implantar
o sistema de captação de energia solar de forma massiva no Brasil?
Pesquisa e aprofundamento do conteúdo
 Após a leitura do texto, divida a sala em quatro grupos pequenos, solicite que cada um
pesquise um dos tópicos abaixo. A pesquisa deve ser rápida utilizando o livro didático
ou a internet nos telefones celulares:
1. O que é fotossíntese?
2. Qual é a sua importância para a vida na Terra?
3. Quais seres vivos são capazes de realizar esse processo?
4. Quais são os componentes essenciais para que ela aconteça e quais são os seus
produtos?

Em seguida divida a lousa em quatro partes e peça que os alunos apresentem os
resultados das pesquisas, anotando-os na lousa. Explique que, após as anotações na
lousa, um membro de cada grupo deverá narrar o que descobriram na pesquisa.
 Professor para concluir esse segmento, alinhe os resultados das pesquisas, de modo
a enfocar a relação da luz com a vida no planeta Terra.

Para aprofundar o papel da luz na fotossíntese, projete o infográfico "Reações
Fotoquímicas", de Victória Flório, e lance perguntas como provocação para que os
estudantes interpretem as imagens e as descrições de forma conceitualmente correta.
 Professor, neste ponto, explique a diferença entre reações de fotossíntese e fotólise.
E, se for o caso, descreva a fase do claro e do escuro da fotossíntese. Além disso, é
importante ressaltar o que é e qual o papel de um pigmento fotossensível, em
especial, a clorofila.
 Para que os alunos entendam a relação da clorofila com a luz visível e o crescimento
do vegetal. Proponha o seguinte experimento em grupo:
1. Traga uma pequena muda de algum vegetal e coloque-a sob uma fonte de luz verde
(garanta que o vegetal não esteja exposto a nenhuma outra fonte de luz de outra cor).
2. Traga uma segunda muda de mesmo tamanho e espécie e deixe em condições de
luz natural.
3. Observe o crescimento dos vegetais, duas vezes semana, por um mês e descreva as
observações em forma de relatório e fotografias.
4. Ao final de um mês, monte uma apresentação em Prezi e apresente para a turma as
observações feitas e as fotos tiradas pelo grupo.
 Utilize essa situação experimental para retomar as etapas do método científico e a
importância do grupo controle no experimento. Conclua o experimento com os alunos
salientando a importância da absorção e reflexão do espectro de luz pela clorofila.
 Professor, no decorrer de um mês necessário para o resultado das observações,
trabalhe com a importância da luz, abordando a relação do Sol e da saúde da pele e
dos olhos.
 Projete novamente o infográfico e lance a seguinte questão para a turma:
1. "Qual a importância da luz para a saúde do ser humano?"

Anote na lousa em forma de mapa conceitual as respostas mais relevantes para a
abordagem do tema. Depois, divida os alunos novamente em pequenos grupos e
solicite que cada grupo pesquisa e conceitue adequadamente, os seguintes termos:
a) Melanina
b) Vitamina D e Raquitismo
c) Raio Ultravioleta A, B e C e envelhecimento da pele
d) Protetor solar e Bronzeadores
e) Raios solares e câncer de pele
 A partir das definições dos estudantes, elabore um mapa conceitual de forma a
relacionar todos os conceitos com a importância do cuidado da pele e da saúde óssea.
 Professor, se os alunos não tiverem acesso à internet, peça a tarefa para a aula
seguinte.
Retomando conceitos
 Professor utilizando o infográfico "Vida sem luz", de Chris Bueno, retome conceitos
básicos de ecologia, evolução e taxonomia.
 Após a retomada dos conceitos, divida a turma em grupos e solicite que:
1. Observem os nomes científicos citados no texto, por exemplo, Proteus anguinus, e
retome as regras gerais da nomenclatura binomial de Lineu;
2. Escolham três seres vivos citados no texto e pesquise os níveis taxonômicos (reino,
filo, classe, ordem, família, gênero e espécie) de cada um.
3. Pesquisem as estratégias de sobrevivência e as possíveis presas ou predadores
desses seres nas regiões afóticas.
4. Expliquem como esses animais se adaptaram ao meio afótico e qual o papel da luz,
no caso, sua ausência, nesse processo evolutivo.
5. Preparem uma apresentação das pesquisas realizadas e as apresente em forma de
seminário de até 5 minutos.
 Professor utilize os exemplos que os alunos trouxeram e apresentaram para
conceituar habitat, nicho ecológico, relação de predatismo e cadeia alimentar.
Habilidades:
 Entender a importância da energia solar como fonte energética sustentável e
promissora;
 Entender o papel da luz para a manutenção da vida no planeta Terra;
 Descrever as etapas de fotossíntese;
 Diferenciar reação de fotossíntese e de fotólise;
 Entender o papel da luz solar para a saúde do ser humano;
 Citar os principais níveis de classificação taxonômicos;
 Definir o que é habitat, nicho ecológico, predatismo e cadeia alimentar;
 Caracterizar a luz como fator de seleção natural em ambientes afóticos.
Produção de texto
Agora que você já conhece as características estruturais e de linguagem de textos
expositivos, sua tarefa será produzir um texto desse gênero supondo que ele fará parte de um
material que poderá ser utilizado nas aulas dos alunos do Ensino Fundamental II de sua escola.
O texto deverá, além de apresentar características do gênero, expor de uma maneira clara e
didática o tema que será desenvolvido. Para isso, utilize os conhecimentos que adquiriu com
as leituras dos textos apresentados pela revista Pré-UNIVESP e com as atividades realizadas.
1. Planejamento
1.1 Escolha um dos temas a seguir:
 Iluminismo
 Fotossíntese e sua importância para a existência de vida na Terra
 Fenômenos ópticos: refração, reflexão e absorção
 Dualidade da luz
 Luz: processo evolutivo
1.2 Utilize os conhecimentos adquiridos por você nas aulas de Artes, Biologia, História,
Língua Portuguesa e Literatura. Recorra às anotações e pesquisas realizadas e se
necessário, pesquise mais sobre o tema. Recorra a, pelo menos, três fontes diferentes.
Certifique-se de que as fontes consultadas são seguras. Não se esqueça de anotar as
referências bibliográficas do material utilizado.
2. Elaboração
2.1 Inicie a escrita de seu texto, combinando as informações adquiridas durante o
desenvolvimento das atividades propostas nesse plano com aquelas coletadas.
2.2 Divida as informações em parágrafos e organize a sequência de ideias, garantindo a
manutenção do tema e progressão das ideias.
2.3 Utilize a norma-padrão, cuidando para o uso adequado da pontuação, ortografia,
concordância e regência. Seja cuidadoso.
2.4 Atente-se ao vocabulário utilizado em seu texto. Lembre-se de que a sua produção
será lida por alunos do Ensino Fundamental II e as palavras deverão estar adequadas
ao tema tratado.
2.5 Utilize, caso seja preciso, imagens que possam complementar visualmente as
informações transmitidas pelo texto elaborado. A imagem utilizada deve apresentar
uma legenda explicativa que estabelece com o texto uma relação e a fonte de.
2.6 Insira, no final do texto, a referência bibliográfica das fontes consultadas, de acordo
com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
 Professor, retome com os alunos as imagens apresentadas no texto “Sol, primeira
fonte de luz e energia” de Mariana Castro Alves, a fim de que observem a inserção
da legenda e fonte.
3. Reescrita do texto
3.1 Após redigir, releia o texto prestando atenção ao uso da linguagem. Verifique se as
informações foram apresentadas de maneira clara e objetiva e se os termos utilizados
expressam o sentido desejado. Lembre-se de que a função predominante será a
referencial e que as figuras de linguagem, quando utilizadas, devem enriquecer a
linguagem.
3.2 Reescreva o texto fazendo as alterações necessárias para garantir a objetividade, a
clareza e a imparcialidade.
3.3 Digite o texto, cuide para que as imagens inseridas apresentem uma boa resolução e
encaminhe a um professor responsável para que seja divulgado aos alunos do Ensino
Fundamental II.
Habilidades

Compreender o texto expositivo como um gênero textual de circulação em nossa
sociedade, com características sócio comunicativas específicas reconhecíveis;

Observar aspectos discursivos próprios do texto expositivo;

Compreender as relações lexicais que promovem a coesão textual;

Identificar os procedimentos linguísticos de construção de um texto expositivo, como
objetividade e impessoalidade;

Relacionar a manutenção temática e a introdução de subtemas à progressão textual;

Compreender os processos e estratégias de leitura para ler textos com proficiência e
compreensão;

Observar aspectos discursivos próprios de determinados gêneros textuais;

Refletir sobre as estruturas de leitura de um texto.

Produzir texto expositivo de acordo com o conhecimento de determinado tema e a
ampliação do repertório cultural proporcionada pelo desenvolvimento de atividades;

Relacionar a pintura e a literatura como meio de organização cognitiva da realidade;

Analisar e comparar elementos formais e recursos expressivos da arte e da literatura
do Século das Luzes, relacionando-os ao seu contexto sócio histórico;

Compreender os elementos do iluminismo que influenciaram nos rumos das mudanças
da estrutura política na Europa, sobretudo no tocante ao rompimento com os poderes
absolutistas.

Realizar conexões entre as ideias iluministas e os movimentos separatistas do Brasil
Colônia que pregavam o rompimento com a Coroa Portuguesa;

Relacionar o contexto histórico brasileiro do século XVIII, sobretudo o de Minas Gerais,
à produção artística do Arcadismo;

Identificar os ideais do Iluminismo em algumas em obras literárias e pinturas.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1. (UFSM 2015) O momento da refeição sempre foi uma ocasião para conversar. Em O
Uraguai, de Basílio da Gama, o narrador aproveita o banquete dos oficiais, que se segue ao
desfile das tropas portuguesas, no Canto I, para apresentar as causas da guerra, conforme
mostra o excerto a seguir.
[...]
Convida o General depois da mostra,
Pago da militar guerreira imagem,
Os seus e os espanhóis; e já recebe
No pavilhão purpúreo, em largo giro,
Os capitães a alegre e rica mesa.
Desterram-se os cuidados, derramando
Os vinhos europeus nas taças de ouro.
1
Ao som da ebúrnea cítara sonora
Arrebatado de furor divino
Do seu herói, Matúsio celebrava
Altas empresas dignas de memória.
[…]
Levantadas as mesas, entretinham
O congresso de heróis discursos vários.
Ali Catâneo ao General pedia
Que do principio lhe dissesse as causas
Da nova guerra e do fatal tumulto.
Glossário
1
Ebúrnea: relativa ao marfim.
Fonte: GAMA, Basílio da. O Uraguai. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
A partir da leitura do fragmento, bem como da obra a que pertence, assinale verdadeira (V) ou
falsa (F) em cada afirmativa a seguir.
( ) Ao introduzir, no Canto I, as causas da guerra, percebe-se a preocupação do narrador em
contar a história respeitando a ordem cronológica dos eventos, o que se dá desde o início
do poema.
( ) A guerra, cujas causas são inquiridas por Catâneo, ocupara grande parte do relato, o que
confere a obra seu tom épico, ainda que certas passagens de O Uraguai também
apresentem traços de puro lirismo.
( ) O poema e todo composto em versos decassílabos brancos, predominantemente de ritmo
heroico, como se pode ver claramente no excerto.
( ) A glorificação do General Gomes Freire de Andrade no excerto evidencia que ele e o herói
do poema, símbolo da civilização europeia que chega aos Sete Povos e que se
contrapõe aos indígenas, apresentados no poema como selvagens, sem quaisquer
qualidades heroicas.
A sequência correta é
a) F – V – V – F
b) V – V – F – F
c) V – F – F – V
d) F – F – V – F
e) V – F – V – V
2. (UFSM 2014) O poeta árcade Cláudio Manuel da Costa valeu-se, em alguns momentos, da
natureza brasileira para compor sua poesia, fugindo, assim, pelo menos em parte, do
convencionalismo neoclássico. A partir dessa ideia, leia o poema a seguir.
LVIII
1
3
Altas serras, que ao Céu estais servindo
De muralhas, que o tempo não profana,
Se Gigantes não sois, que a forma humana
Em duras penhas foram confundindo;
Já sobre o vosso cume se está rindo
4
O Monarca da luz, que esta alma engana;
Pois na face, que ostenta, soberana,
O rosto de meu bem me vai fingindo.
Que alegre, que mimoso, que brilhante
Ele se me afigura! Ah qual efeito
Em minha alma se sente neste instante!
Mas ai! a que delírios me sujeito!
Se quando no Sol vejo o seu semblante,
2
Em vós descubro ó penhas o seu peito?
Acerca do poema, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O poema é um soneto composto de versos decassílabos heroicos, com rima intercalada nos
quartetos e cruzada nos tercetos.
b) O eu lírico tem como interlocutor de seu poema as “Altas serras” (ref. 1), às quais se dirige
diretamente também ao final, em “ó penhas” (ref. 2), caracterizando assim o uso de
apóstrofes.
c) O eu lírico emprega algumas inversões sintáticas no poema, como em “[...] que ao Céu
estais servindo! De muralhas” (ref. 3), a que se chama de hipérbatos e que remetem mais ao
estilo barroco que ao árcade.
d) O eu lírico compara o Sol, a que chama de “Monarca da luz” (ref. 4), ao rosto de sua amada,
o que caracteriza uma personificação.
e) Ao olhar o Sol sobre as serras, o eu lírico enxerga uma imagem de sua amada, cujo peito
seria composto então pelas penhas, visão essa que enche sua alma de alegria.
3. (UFSM 2014) Em Caramuru, poema épico de Santa Rita Durão, o herói, Diogo Álvares
Correia, em determinado momento narrado no Canto VII, chega com Paraguaçu, sua amada, à
França, onde, instado pelo rei, relata as belezas da terra brasileira. Entre as flores, uma é
destacada:
XXXIX
É na forma redonda, qual diadema
De pontas, como espinhos, rodeada,
A coluna no meio, e um claro emblema
Das chagas santas e da cruz sagrada:
Veem-se os três cravos e na parte extrema
Com arte a cruel lança figurada,
A cor é branca, mas de um roxo exangue,
Salpicada recorda o pio sangue.
XL
Prodígio raro, estranha maravilha,
Com que tanto mistério se retrata!
Onde em meio das trevas a fé brilha,
Que tanto desconhece a gente ingrata:
Assim do lado seu nascendo filha
A humana espécie, Deus piedoso trata,
E faz que quando a graça em si despreza,
Lhe pregue co’esta flor a natureza.
A partir desse fragmento, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir.
(
(
(
(
) As duas estrofes podem ser classificadas como oitavas compostas apenas de versos
decassílabos.
) A estrofe XXXIX é basicamente descritiva, em que detalhes da anatomia da flor são
aproximados da tradicional imagem de Jesus Cristo na cruz.
) A estrofe XL apresenta uma interpretação da personagem, que considera a presença da
flor uma manifestação misteriosa da graça de Deus entre os índios, os quais, por meio da
visão da planta, convertem-se.
) Na análise conjunta das duas estrofes, percebe-se a presença de duas características
marcantes da primeira literatura feita no Brasil: a descrição da natureza local e a
preocupação com a conversão do nativo à fé do colonizador
A sequência correta é
a) V – V – F – V
b) F – V – F – V
c) V – F – V – F
d) F – V – V – V
e) V – F – F – F
4. (UFSM 2014) Em O Uraguai, Basílio da Gama situa a ação em um cenário até então pouco
retratado na literatura brasileira: o sul do Brasil. Ali, portugueses, espanhóis e guaranis serão
personagens de uma batalha de final trágico para os últimos. Assim, sobre as personagens de
O Uragual, é correto afirmar que
a) o Padre Balda é retratado como um vilão, como se pode perceber na sua maquinação para
a morte de Sepé, cujo objetivo era alçar Baldetta ao posto de líder indígena.
b) o Irmão Patusca é representado satiricamente na obra como guloso e covarde, o que
aparece claramente ao final da história, quando é surpreendido pelos soldados enquanto
fugia da aldeia destruída.
c) Tanajura é uma velha feiticeira que revela o futuro para Lindoia, momento em que a jovem
indígena descobre que morreria em breve.
d) o General Gomes Freire de Andrade é o herói do poema, impondo a vontade do Rei de
Portugal a todo custo, sem procurar uma saída que evitasse a chacina dos indígenas.
e) Cacambo tem um sonho em que o espírito de Sepé ordena-lhe que incendeie a aldeia para
que se afaste o inimigo, dando tempo para a fuga dos indígenas.
5. (Espcex (Aman) 2014) Leia os versos abaixo:
“Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”
A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é
a) aurea mediocritas
b) cultismo
c) ideias iluministas
d) conflito espiritua
e) carpe diem
6 (UECE 2013) Analise o seguinte comentário acerca da sociedade européia, no século XVIII:
“Os filósofos se erigiram como preceptores do gênero humano. Liberdade de pensar, eis seu
brado, e este brado se propagou de uma extremidade a outra do mundo.”
Denúncia do Advogado Séquier, em 1770. In DUPÂQUIER, J. e LACHIEUR, M. Les Temp
Modernes. Paris: Bardas, 1970, p. 221.
De acordo com o seu conteúdo, é correto afirmar que:
a) os filósofos franceses apoiaram o absolutismo, a fim de garantir a difusão do saber.
b) a ideologia dos pensadores iluministas direcionava-se contra o absolutismo monárquico.
c) a implantação da República Francesa, na 1ª metade do século XVIII, resultou da aliança Da
burguesia com o clero.
d) a teoria do Direito Divino, fruto do iluminismo, consistia numa crítica à nobreza e aos
desmandos da Igreja.
7. (Unifor-CE 2001) Em O espírito das leis afirma-se: “É uma verdade eterna: qualquer pessoa
que tenha poder tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas
de maneira que o poder seja contido pelo poder”.
Essa afirmação reflete
a) o espírito clássico renascentista.
b) a filosofia política do Cardeal Richelieu.
c) os princípios da teoria do Direito Divino.
d) o pensamento político de Luís XIV.
e) o liberalismo político iluminista.
8.(UFPE 2001) Um dos filósofos iluministas que exerceram uma enorme influência entre as
camadas populares na França, como também nos movimentos mais radicais durante a
Revolução
Francesa, foi:
a) René Descartes, que escreveu o livro clássico O Discurso do Método, em que apontava
a forma como o povo deveria se comportar face às elites dirigentes num momento
revolucionário.
b) John Locke, por ter sido um dos inspiradores do empirismo, e defensor que todos quando
nascemos somos como uma tábula rasa e as influências da sociedade é que nos
molda.
c) Erasmo de Rotterdam, que escreveu uma obra clássica denominada O Elogio da Loucura,
na qual satiriza os costumes da época, o que veio a influenciar enormemente as
revoluções burguesas do século XIX.
d) Jean-Jacques Rousseau, que de certa forma tornou- se uma exceção entre os iluministas,
pela crítica à burguesia e à propriedade privada, escrevendo livros clássicos como
Contrato Social e Discurso sobre a origem da Desigualdade.
e) Thomas Morus, que escreveu a Utopia, uma obra em que retrata a vida em uma ilha
imaginária, cujos habitantes consideram estupidez não procurar o prazer por todos os
meios possíveis.
9. (ENEM/2011) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem
para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao
seu encontro. Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os
machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o macho Photinus se
aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a
aventura da tecnologia. São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).
A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é
um exemplo de
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) cooperação.
d) predatismo.
e) mutualismo.
10. (UNESP/2013-2ºSem.) Um vaso com uma planta de folhas verdes foi colocado sobre uma
mesa, no centro de um quarto totalmente vedado, de modo a impedir a entrada da luz externa,
e ali permaneceu por 24 horas.
Durante as 12 primeiras horas (período I), a planta foi iluminada com luz verde, de
comprimento de onda na faixa de 500 a 550 nm. Nas 12 horas seguintes (período II), a planta
foi iluminada com luz laranja-avermelhada, de comprimento de onda na faixa de 650 a 700 nm.
Considerando a incidência da luz sobre a planta e a taxa fotossintética, é correto afirmar que,
aos olhos de um observador não daltônico que estivesse no quarto, as folhas da planta se
apresentariam
a) de cor verde no período I e enegrecidas no período II, e a taxa de fotossíntese seria maior
no período II e reduzida ou nula no período I.
b) enegrecidas no período I e de cor vermelha no período II, e a taxa de fotossíntese seria
maior no período I e reduzida ou nula no período II.
c) enegrecidas no período I e enegrecidas no período II, e em ambos os períodos a planta não
realizaria fotossíntese, mas apenas respiração.
d) de cor verde no período I e de cor vermelha no período II, e a taxa de fotossíntese seria
maior no período I do que no período II.
e) de cor verde no período I e de cor verde no período II, e a taxa de fotossíntese seria a
mesma em ambos os períodos.
11. (ENEM/2010) Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um
município localizado no interior de um pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil
acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água para consumo, irrigação das
lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial, a
incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município
apresentado.
Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser
implantada nesse município de modo a causar o menor impacto ambiental?
a) Termelétrica, país é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.
b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é sufi ciente para abastecer a usina construída.
12. (UNESP/2014-2ºSem.) Um pequeno agricultor construiu em sua propriedade uma estufa
para cultivar alfaces pelo sistema de hidroponia, no qual as raízes são banhadas por uma
solução aerada e com os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Para obter
plantas maiores e de crescimento mais rápido, o agricultor achou que poderia aumentar a
eficiência fotossintética das plantas e para isso instalou em sua estufa equipamentos capazes
de controlar a umidade e as concentrações de CO2 e de O2 na atmosfera ambiente, além de
equipamentos para controlar a luminosidade e a temperatura.
É correto afirmar que o equipamento para controle da
a) umidade relativa do ar é bastante útil, pois, em ambiente mais úmido, os estômatos
permanecerão fechados por mais tempo, aumentando a eficiência fotossintética.
b) temperatura é dispensável, pois, independentemente da temperatura ambiente, quanto
maior a intensidade luminosa maior a eficiência fotossintética.
c) concentração de CO2 é bastante útil, pois um aumento na concentração desse gás pode,
até certo limite, aumentar a eficiência fotossintética.
d) luminosidade é dispensável, pois, independentemente da intensidade luminosa, quanto
maior a temperatura ambiente maior a eficiência fotossintética.
e) concentração de O2 é bastante útil, pois quanto maior a concentração desse gás na
atmosfera ambiente maior a eficiência fotossintética.
13. (UNICAMP/2013) Olhos pouco desenvolvidos e ausência de pigmentação externa são
algumas das características comuns a diversos organismos que habitam exclusivamente
cavernas. Dentre esses organismos, encontram-se espécies de peixes, anfíbios, crustáceos,
aracnídeos, insetos e anelídeos. Em relação às características mencionadas, é correto afirmar
que:
a) O ambiente escuro da caverna induz a ocorrência de mutações que tornam os organismos
albinos e cegos, características que seriam transmitidas para as gerações futuras.
b) Os indivíduos que habitam cavernas escuras não utilizam a visão e não precisam de
pigmentação; por isso, seus olhos atrofiam e sua pele perde pigmentos ao longo da vida.
c) As características típicas de todos os animais de caverna surgiram no ancestral comum e
exclusivo desses animais e, portanto, indicam proximidade filogenética.
d) A perda de pigmentação e a perda de visão nesses animais são características adaptativas
selecionadas pelo ambiente escuro das cavernas.
Gabarito:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
A
E
A
B
A
B
E
D
D
A
D
C
D
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