Grupo de Acompanhamento de Bolonha na Academia do Porto A implementação do Processo de Bolonha em Portugal iniciou o seu percurso legislativo com a alteração da Lei de Bases da Educação, através da Lei 49/2005, e foi completamente regulamentada com a recente publicação do Decreto-Lei 74/2006 - “ Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior” – que estabeleceu a data do passado dia 31 de Março como o prazo a cumprir na entrega de pedidos de registo de adequação, de autorização de funcionamento de novas formações e de registo de alterações para o funcionamento no ano lectivo 2006/2007. Na Universidade do Porto, num universo de 60 licenciaturas e 120 mestrados, são 14 os cursos que transitam para Bolonha já no próximo ano lectivo. A FEUP, FPCEUP e Belas Artes avançam já com os novos modelos sendo que os cursos de Engenharia e Psicologia adoptam um mestrado integrado de 5 anos, o curso de Ciências da Educação oferece uma licenciatura de 3 anos que pode ser complementada com um mestrado de 2 anos, enquanto que na FBAUP foram criados novos cursos, com licenciaturas de 4 anos. No Instituto Politécnico do Porto serão adequados à nova formulação de Bolonha 21 cursos sendo que a ESEIG reformula todos os seus cursos e o ISEP assume opção idêntica exceptuando-se, contudo, a licenciatura bietápica em Engenharia Civil. Já o ISCAP faz apenas a adequação das licenciaturas em Línguas e Secretariado e em Comunicação Empresarial e a ESTGF adequa 4 licenciaturas. Na Universidade Católica – Centro Regional do Porto, a Faculdade de Direito foi pioneira e tem vindo a aproximar a sua estrutura curricular de há vários anos a esta parte, num modelo de 4 anos de licenciatura, enquanto que a Faculdade de Economia e Gestão, Escola das Artes e Escola Superior de Biotecnologia adoptarão um modelo de licenciatura de 3 anos já a partir de 2006/7. No subsistema de Ensino Superior privado a Universidade Portucalense reformulou a globalidade dos seus cursos de forma a receber Bolonha no próximo ano lectivo, postura também assumida pela Universidade Lusíada. Na Escola Superior de Enfermagem S. João a adequação curricular continua algo indefinida. A descrição deste cenário é reflexo de uma verdadeira revolução no Ensino Superior e é extremamente importante que, num momento em que tantas e tão profundas mutações se verificam no Ensino Superior, os estudantes saibam e estejam preparados para desempenhar uma parte activa neste processo e envolver-se no trabalho que as instituições têm que levar a cabo no que se refere à adequação dos cursos às prerrogativas legais impostas pela implementação de Bolonha. Apesar de já terem sido apresentadas algumas reestruturações, o trabalho em torno de Bolonha ainda não terminou e grande parte do processo será discutido até 15 de Novembro, momento em que termina o prazo para entrega de propostas de adequação de cursos para entrar em vigor no ano lectivo 2007/2008. Contudo, todo este processo vai muito além de uma mera adequação formal e assume até mais importância a alteração do paradigma pedagógico e a definição de um correcto modelo de transição. E, neste ponto, ainda existem muitos esforços a ser desenvolvidos. Assim, a comunidade estudantil deve permanecer actualizada, informada e mobilizada em torno da reformulação de Bolonha e, nesse sentido, a Assembleia Geral da Federação Académica do Porto aprova a constituição de um Grupo de Trabalho que acompanhará a implementação do Processo de Bolonha nas Instituições de Ensino Superior cujas Associações de Estudantes se encontrem federadas ou em processo de adesão a esta estrutura estudantil. Os objectivos deste Grupo de Trabalho são: - actuar como plataforma de informação e análise que acompanhe todas as reestruturações curriculares realizadas no âmbito da adequação do sistema de Ensino Superior ao Processo de Bolonha, decorrente das prerrogativas da Lei 49/2005 de 30 de Agosto, Decreto-Lei 64/2006 de 21 de Março e Decreto-Lei 74/2006 e de novas disposições legais que eventualmente sejam publicadas sobre esta matéria; - promover a divulgação das práticas nacionais e internacionais no que se refere aos modelos de transição de modo a proporcionar aos representantes dos estudantes todos os meios de estudo que permitam apoiar uma mais esclarecida posição sobre a matéria; - promover, em parceria com as AAEE, a mobilização da comunidade estudantil para a discussão sobre as reformulações curriculares em cada Instituição e em cada curso; - desenvolver relatórios periódicos actualizados sobre o estado da implementação das normativas de Bolonha nas Instituições acima citadas; O Grupo de Trabalho obedecerá a uma representação igualitária por cada Subsistema de Ensino representado pela Federação Académica do Porto e será presidido pelo Presidente da Direcção da FAP. Assim, para além deste, será constituído da seguinte forma: - 1 representante do subsistema Universitário Público - 1 representante do subsistema Politécnico Público - 1 representante do subsistema Concordatário - 1 representante do subsistema Privado e Cooperativo Os representantes supracitados deverão ser indicados pelas Associações de Estudantes pertencentes a cada subsistema de ensino através das suas formas habituais de organização e reunião e deverão ser comunicados ao Presidente da Assembleia Geral da FAP num prazo de 15 dias posterior à aprovação deste documento. Porto e FAP, 4 de Abril de 2006