Faculdade Internacional de Curitiba MBA em Planejamento e Gestão Estratégica Estratégias e Desenvolvimento Sustentável Prof. Marcos Rogério Maioli Aula 4 – Como utilizar e mensurar os indicadores de sustentabilidade nas empresas? Ao final dessa aula, o aluno deverá ser capaz de: • Identificar os diferentes indicadores referentes ao Desenvolvimento Sustentável. • Compreender os conceitos e como introduzir o tema no debate gerencial das empresas. • Aplicar os conceitos utilizados par mensurar a Sustentabilidade Empresarial. • Formular estratégias. Ementa desta Aula • Estratégias e indicadores de Sustentabilidade nas empresas. (Sachs, GRI - Indicadores de Ecoeficiência, Instituto Ethos, CEBDS). • A perspectiva estratégica e o debate gerencial. • Formas de mensurar a Sustentabilidade nas empresas. • Roteiro de um planejamento estratégico Apresentação da Aula Nesta aula procuramos apresentar os diferentes tipos de indicadores existentes para a elaboração de um balanço social e vamos tentar descobrir juntos o que mais se adapta à realidade da sua empresa e a forma com que ele pode ser utilizado. Para conhecimento geral vamos apresentar o que Ignacy Sachs informa como parâmetros de indicadores: Social, Cultural, Ecológico, Ambiental, Territorial, Econômico, Político (Nacional e Internacional). Já que estes indicadores foram usados como referências na elaboração e adequação dos variados indicadores existentes atualmente. Vamos conhecer também o que o GRI – Global Reporting Iniciative aponta como contemplar as três dimensões da sustentabilidade: Econômica, Ambiental e Social, além de determinar a hierarquia a ser seguida com as Categorias, Aspectos, Indicadores que podem ser genéricos ou específicos. Vamos conhecer a aplicabilidade de indicadores na realidade brasileira feita pelo Instituto Ethos e pelo CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável que contempla os indicadores econômicos, ambientais e sociais. Para concluir vamos conhecer algumas formas de elaborar balanços sociais consistentes e Relatórios Sustentáveis com indicadores críveis. Indicadores Nesta aula buscaremos demonstrar como aplicar nas organizações os conceitos e os critérios de sustentabilidade propostos por Sachs e de outras metodologias utilizadas no Brasil como é o caso do Balanço Social do IBASE, o Instituo Ethos e Indicadores do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, bem como as formas de mensurar e apresentar estes conceitos para os stakeholders. Para uma correta definição de indicadores é necessário que ele seja coerente com a realidade da empresa, adaptável às mudanças, e que seja de fácil compreensão para todos os envolvidos, da mesma forma que facilite a interação entre os outros diversos indicadores (e que tenha validade na avaliação do sistema). Não adianta uma empresa dizer-se ecoeficiente e socialmente responsável, ela tem que provar, e uma das formas de ratificar isto é a apresentação dos dados da empresa com a utilização de parâmetros confiáveis, já utilizados por outras empresas e que facilitam na hora de estipular fatores de medição e de apresentação em relatórios junto aos tomadores de decisões nas empresas e seus stakeholders. Um indicador eficaz deve apontar com clareza o que deve ser avaliado, como avaliar, por quanto tempo avaliar, por que avaliar, qual a quantidade de itens devem ser avaliados e a melhor maneira de divulgar os resultados obtidos. As questões que permeiam o estudo deste tema são: Por que empresas têm tanto trabalho em fazer/elaborar Relatórios de Sustentabilidade e/ou Balanços Sociais? O que ela ganha com isso? E se a organização não fizer estes documentos? Qual o verdadeiro impacto que a elaboração destes relatórios traz para o auxílio de tomada de decisões gerenciais? E como os stakeholders recebem a elaboração desses documentos? Procurando responder a estas questões e outras que poderão ser formuladas no fórum no posterior debate vamos conhecer alguns dos indicadores para formulação de documentos relativos à ecoeficiência empresarial. Ignacy Sachs Sachs nasceu em Varsóvia, Polônia e agora é cidadão Francês, viveu parte de sua juventude no Brasil onde estudou no Rio de Janeiro, foi professor na Universidade de Varsóvia e fez seu doutorado em economia pela Universidade de Delhi na Índia, cosmopolita e profundo conhecedor de diversas realidades, atua desde então no estudo do ecodesenvolvimento, seja dirigindo inúmeros institutos de pesquisa, seja assessorando como, por exemplo, o secretário geral das Nações Unidas durante as Conferências de Estocolmo em 1972 e a do Rio de Janeiro em 1992 ou elaborando planos de desenvolvimento sustentável para os mais diversos países como Peru, México, Canadá, Brasil dentre outros. Integra inúmeros conselhos editoriais de revistas especializadas no tema e já atuou como professor convidado em inúmeras universidades da Inglaterra, Brasil, Bélgica, Países-Baixos, Suíça, Itália, Polônia, Portugal, Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela, Peru, Chile, Argentina, Senegal, Nigéria, Tanzânia, Irã, Índia, China e Japão. Atua em Universidades Francesas e presta assessoria ao governo Francês em temas de Desenvolvimento Sustentável. O resultado de seus estudos foram os Critérios de Sustentabilidade expostos abaixo: Critérios de Sustentabilidade Segundo Ignacy Sachs em 1976 1. Social - Alcance de um patamar razoável de homogeneidade social; - Distribuição de renda justa; - Emprego pleno e/ou autônomo com qualidade de vida decente; - Igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais. 2. Cultural - Mudanças no interior da continuidade (equilíbrio entre respeito à tradição e inovação); - Capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas); - Autoconfiança combinada com abertura para o mundo. 3. Ecológica - Preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos renováveis; - Limitar o uso dos recursos não-renováveis; 4. Ambiental - Respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais; 5. Territorial - Configuração urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações urbanas nas alocações do investimento público); - Melhoria do ambiente urbano; - Superação das disparidades inter-regionais; - Estratégias de desenvolvimento ambientalmente seguras para áreas ecologicamente frágeis (conservação da biodiversidade pelo ecodesenvolvimento). 6. Econômico - Desenvolvimento econômico interssetorial equilibrado; - Segurança alimentar; - Capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção; razoável nível de autonomia na pesquisa científica e tecnológica; - Inserção soberana na economia internacional. 7. Política (nacional) - Democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos; - Desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto nacional, em parceria com todos os empreendedores; - Um nível razoável de coesão social. 8. Política (internacional) - Eficácia do sistema de prevenção de guerras da ONU, na garantia da paz e na promoção da cooperação internacional; - Um pacote Norte-Sul do co-desenvolvimento, baseado no princípio de igualdade (regras do jogo e compartilhamento da responsabilidade de favorecimento do parceiro mais fraco); - controle institucional efetivo da aplicação do Princípio da Precaução na gestão do meio ambiente e dos recursos naturais; prevenção das mudanças globais negativas; proteção da diversidade biológica (e cultural); e gestão do patrimônio global como herança comum da humanidade; - Sistema efetivo de cooperação científica e tecnológica internacional e eliminação parcial do caráter de commodity da ciência e tecnologia como propriedade da herança comum da humanidade. Os indicadores propostos por Sachs serviram como base de inúmeros estudos sobre o desenvolvimento e puderam de uma forma ou de outra serem aplicados em inúmeras realidades que contribuíram significativamente no progresso das formas com que o desenvolvimento é visualizado na formas de condução de políticas públicas por governos e instituições. A forma com que são interligados e interagem entre si faz com que, em caso de projetos de Desenvolvimento Sustentável, o todo deve ser contemplado e, embora alguns dos indicadores propostos sofreram inúmeras críticas e outros foram acrescentados para acompanhar a realidade do ambiente que atualmente cerceia empresas e governos, sua proposta é válida e necessária para uma maior compreensão da realidade e dos conflitos gerados por decisões mal elaboradas ou irrefletidas, feitas por empresas ou governos que impactam na qualidade de vida das e do meio ambiente em que estão inseridas. Estes indicadores e os baseados em outros estudos serviram de fundamento para a formulação e adequação de parâmetros para utilização por organizações do mundo todo na elaboração de Relatórios de Sustentabilidade e/ou Balanços Sociais como é os casos que veremos a seguir. GRI - Global Reporting Iniciative Almeida (2002) nos explica que o GRI .- Global Reporting Iniciative foi uma iniciativa internacional realizada por diversos organismos entre eles o CERES – Coalition for Environmentally Responsible Economies, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e por diversos stakeholders, buscando institucionalizar diretrizes e padrões para os relatórios de desempenho ambiental, econômico e social das empresas. Buscando padronizar as formas de elaborar um relatório de sustentabilidade que pudesse ser comparável, para tanto que utilizasse de dados consistentes, relevantes, confiáveis e comparáveis entre as diversas realidades existentes e auxiliar as empresas nos processos de tomada de decisão. Os indicadores são periodicamente revistos e atualizados de forma com que o valor dos relatórios seja maximizado tanto por que elabora quanto por quem o utiliza. No site www.globalreporting.org podemos encontrar o guia Sustabilitiy Reporting Guidelines on Economic, Environmental, and Social Performance que conforme a análise realizada por Almeida (2002) onde nos informa que um relatório de Sustentabilidade elaborado por empresas deve conter os seguintes princípios: • Ser pertinente com relação à proteção do meio ambiente, à saúde humana e/ou à melhoria da qualidade de vida; • Subsidiar o processo de tomada de decisão; • Reconhecer a diversidade das empresas; • Permitir a comparação entre as empresas; • Ser objetivo, mensurável, transparente e verificável; • Ser compreensível e significativo para os stakeholders; • Ser baseado numa avaliação global (holística) da organização. Aspectos relacionados com os fornecedores e com os consumidores devem ser também considerados. Ademais para o GRI este relatório deve contemplar as três dimensões da sustentabilidade. (Almeida 2002) Econômica: inclui informações financeiras, mas não se limita a isso. Incluem também salários e benefícios, produtividade dos trabalhadores, criação de empregos, despesas com pesquisa e desenvolvimento, despesas com terceirização e investimentos em treinamento de recursos humanos, entre outros. Ambiental: Inclui, por exemplo, os impactos de processos, produtos e serviços sobre o ar, a água, o solo, a biodiversidade e a saúde humana. Social: Incluem, entre outros, dados sobre segurança do trabalho e saúde do trabalhador, direitos trabalhistas, rotatividade de mão-de-obra, direitos humanos e salários e condições de trabalho nas operações terceirizadas. O GRI aponta ainda que a organização do relatório de Sustentabilidade deve seguir a seguinte hierarquia Categorias: As grandes áreas formadas por temas ou conjuntos de temas econômicos, ambientais e sociais de interesse dos stakeholders (por exemplo, ar, energia, trabalho, impostos sobre a econômica local). Aspectos: Os tipos de informação relacionados a uma categoria específica (por exemplo, emissões de gases do efeito estufa, consumo de energia por fonte, trabalho infantil, doações a comunidade). Uma categoria pode incluir vários aspectos. Indicadores: As medições de um aspecto individual que podem ser usadas para acompanhar e demonstrar desempenho. São geralmente, mas não necessariamente, quantitativa. Um determinado aspecto pode incluir vários indicadores (por exemplo, toneladas de emissões, consumo de água por unidade de produto, adesão a uma padrão internacional especifico relativo ao trabalho infantil, joules líquidos de energia usados durante a vida útil do produto, contribuições financeiras anuais para a comunidade). Indicadores de Ecoeficiência A ecoeficiência é alcançada mediante o fornecimento de bens e serviços a preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduz progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida, a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada da Terra este conceito foi elaborado pelo World Business Council for Sustainable Development – WBCSD, em 1992. (www.cebds.org.br) Almeida (2002) apresenta uma fórmula para medir e explicar a relação entre o desempenho financeiro e ambiental, baseada em fórmula do GRI que podem ser adaptados a diferentes tipos de empresas. valor do produto ou serviço Ecoeficiência = -------------------------------------Impacto ambiental Fórmula da Ecoeficiência Fonte: Almeida 2002 O Valor do Produto ou serviço pode ser expresso por indicadores monetários, como as vendas líquidas ou o valor agregado, por unidade de nível de atividade, como a quantidade de produtos vendidos, ou pelo valor funcional que um produto confere a seu usuário, como mobilidade pessoal, higiene ou segurança. O Impacto Ambiental por ser expresso por indicadores de uso de energia, consumo de matérias-primas e insumos, poluição da água ou do ar. Os indicadores podem ser divididos em genéricos que podem ser aplicados a todos os tipos de empresas e organizações como é o caso de consumo total de energia, de materiais e de água, emissões de gases que agravam o efeito estufa e de substâncias danosas à camada de ozônio, e resíduos. E os específicos que são aplicáveis apenas a alguns tipos de empresas e organizações como é o caso de iniciativas para adotar fontes renováveis de energia, uso de materiais reciclados e de animais e vegetais silvestres em processos industriais, fontes de água significativamente afetadas pela empresa ou organização, entre outros. O GRI reconhece que estes indicadores são falhos porque apresentam de forma separada as três dimensões da sustentabilidade. Indicadores do IBASE – Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica No Brasil temos a utilização de indicadores sociais propostas pelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análise Sociais e Econômica, que é um ONG que foi criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que desenvolveu um modelo de relatório em parceria com representantes de empresas privadas e públicas e com consulta aos stakeholders, um modelo de relatório que foi chamado de “balanço social”. O documento computa gastos trabalhistas e sociais das empresas, relacionando-os com a receita líquida, com o resultado operacional e com a folha de pagamento bruta. Incluem ainda dados sobre segurança do trabalho, participação de minorias no quadro de pessoal, da mesma forma que as iniciativas, como participação de empregados em trabalhos voluntários, e exigência de padrões éticos dos fornecedores. Indicadores do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social Outro índice é o utilizado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social que formulou um questionário, batizado de “indicadores Ethos”, para ajudar as empresas a avaliarem seu desempenho social. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma ONG criada em 1998 por empresários e executivos comprometidos em auxiliar as empresas a buscarem a pratica socialmente responsável para na condução de seus negócios. O documento divide o desempenho empresarial em sete grandes temas: valores e transparência, público interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e sociedade. E propõe 2 grupos de indicadores: um para avaliar o estágio atual da responsabilidade social da empresa e outro para determinar a postura mais desejada, para permitir à empresa avaliar sua performance medida em relação à que considera ideal, ou a predominante no mercado. É um instrumento de auto-avaliação e uso interno, a empresa preenchendo o arquivo com os indicadores Ethos tem condições de verificar seus pontos fortes de gestão e se comparar a outras empresas. Os indicadores podem ser baixados no site www.ethos.org.br. Indicadores do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável Como podemos observar no site do CEBDS www.cebds.org.br o conselho foi fundado em 1997 é uma reunião dos maiores e mais expressivos grupos empresariais do Brasil. Representando 40% do PIB nacional, estas empresas juntas têm mais 600 mil empregos diretos e um número mais expressivo ainda de empregos indiretos. É o representante no Brasil do World Business Council for Sustainable Development – WBCSD, e atualmente tem a participação de 185 grupos multinacionais, que faturam anualmente US$ 6 trilhões e geram 11 milhões de empregos diretos, o CEBDS integra uma rede global de mais de 50 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios ao redor do mundo. O CEBDS formulou uma lista dos indicadores de sustentabilidade que considera relevantes para avaliar o grau de envolvimento das empresas com o desenvolvimento sustentável. Estes indicadores são utilizados no Relatório de Sustentabilidade Empresarial publicado a cada 2 anos pelo Conselho. 1. Indicadores Econômicos 1.1 Produção (massa, quantidade) 1.2 Volume total de vendas 1.3 Exportação – volume exportado em relação à produção (%) 1.4 Participação no PIB (%) 1.5 Faturamento Bruto (valor em mil R$) 1.6 Receita líquida – faturamento bruto menos impostos e contribuições, devoluções abatimentos e descontos comerciais (valor em mil R$) 1.7 Lucro operacional (valor em mil R$) 1.8 Valor agregado – vendas líquidas menos custo dos insumos (valor em mil R$) 1.9 Folha de pagamento bruta (valor em mil R$) 1.10 Tributos – excluídos encargos sociais (valor em mil R$) 2. Indicadores Ambientais 2.1 Consumo de energia – total (em gigajoules) • Por tipo de combustíveis fosseis (carvão, gás natural, óleo combustível, óleo diesel etc, em gigajoules) • Por fonte (renováveis e não-renováveis) participação %. Quantidade de energia gerada na própria unidade, se aplicável (descrever fonte). Iniciativas em eficiência energética e substituição de combustíveis nãorenováveis. 1 • Emissões (toneladas de SO21, NO22, VOC3, gases do efeito estufa) • Benefício econômico (R$) versus investimento realizado (R$). Dióxido de Enxofre Dióxido de Nitrogênio 3 Índice de Substancia Poluente 2 2.2 Consumo de Materiais • Total – excluindo combustíveis e água (em toneladas) • Por tipo – matérias-primas, materiais secundários/auxiliares (em toneladas) • Por fonte – renováveis, não-renováveis, reciclados, de embalagens (em toneladas) • Por características – materiais/produtos químicos perigosos (em toneladas) • Substituição de materiais – descrição dos objetivos, programas e metas (exemplo: troca de produtos químicos perigosos por alternativas menos perigosas) • Benefícios econômicos (R$) versus investimentos realizados (R$) 2.3 Consumo de Recursos Naturais • Total – água, madeira, minerais, outros (em toneladas) • Por fonte (renováveis, não-renováveis; exemplo água subterrânea, água superficial, água salgada) • Uso do solo (exemplo: hectares pra conservação da biodiversidade) • Água (exemplo: consumo como utilidade, no produto). Iniciativas para reduzir o consumo. Benefício econômico. 2.4 Geração de Emissões, Efluentes e Resíduos • Emissões atmosféricas – por tipo (exemplo: toneladas de NO/NO2, SO2/SO2, gases de efeito estufa, substâncias que reduzem a camada de ozônio, VOCs, POPs4, metais). Práticas preventivas adotadas e sistemas de tratamento. 4 POPs – Definição Comitê Econômico e Social da União Européia Os poluentes orgânicos persistentes (POP-persistent organic pollutants) são substâncias químicas que resistem à degradação sob condições naturais e que, dispersas no ambiente, se propagam através dos elementos (vento, chuva e água) ou de vetores animais, a distâncias consideráveis das suas fontes. Estas substâncias são bio-acumuláveis através da rede alimentar e podem pôr em risco a saúde humana e o ambiente. Os seus efeitos adversos, que podem ser próximos ou afastados das suas fontes, estão finalmente demonstrados e são universalmente reconhecidos. Como este perigo diz, todavia, respeito a todo o planeta, há algum tempo, a comunidade internacional decidiu enveredar pela via da eliminação destas substâncias, proibindo dentro de prazos concretos a sua produção, comercialização e utilização. Fonte: http://www.netresiduos.com/cir/incin/doc/PropConvEstocolmo.htm • Efluentes líquidos – por tipo (exemplo DBO,DQO5, sólidos em suspensão, óleos e graxas, metais, POPs, N&P – Não poluentes). Corpo receptor – quantidade lançada em águas superficiais, injeção no subsolo. Práticas preventivas adotadas e sistemas de tratamento. • Resíduos totais (toneladas de resíduos perigosos e não perigosos). Tratamento e destinação (exemplo: reciclagem primaria, secundária, comercialização, incineração, disposição no solo) – avaliações percentuais anuais em relação ao total gerado (%). Benefícios econômicos com sistemas de reciclagem e comercialização (em R$). 2.5 Acidentes Ambientais • Número de ocorrências. 2.6 Produtos e serviços • Características (exemplo: reaproveitamento, reciclagem, biodegradabilidade, durabilidade, segurança/risco) • Resíduos de Embalagens (toneladas vendidas). Fonte (exemplo: material reciclado ou não) • Consumo de energia – no uso. Além dos indicadores mensuráveis, o CEBDS sugere aos associados que incluam nos seus relatórios informações sobre as principais questões relacionadas ao uso e disposição final de resíduos, incluindo estimativas desses impactos. Pede e descrição de programas ou procedimentos para prevenir ou minimizar os impactos potencialmente adversos dos produtos e serviços; e o relato das medidas de atendimento dos regulamentos ambientais locais e nacionais, bem como do cumprimento de acordos internacionais, como declarações, convenções e protocolos 5 Definição de DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio Definição de DQO – Demanda Química de Oxigênio A estabilização ou decomposição biológica da matéria orgânica lançada ou presente na água envolve o consumo de oxigênio (molecular) dissolvido na água, nos processos metabólicos desses organismos biológicos aeróbicos. Em função do citado anteriormente, a redução da taxa de oxigênio dissolvido em um recurso hídrico pode indicar atividade bacteriana decompondo matéria orgânica. Logo, surge o conceito da demanda de oxigênio em relação à matéria orgânica, sendo muito utilizada as demandas bioquímicas de oxigênio (DBO) e a demanda química de oxigênio (DQO); entende-se por DBO a quantidade de oxigênio molecular necessária à estabilização da matéria orgânica carbonada decomposta aerobicamente por via biológica e DQO, a quantidade de oxigênio molecular necessária à estabilização da matéria orgânica por via química. Fonte: www.tratamentodeagua.com.br relativos à biodiversidade, mudanças climáticas, proteção da camada de ozônio e movimentação transfronteiriça de materiais perigosos. (Almeida 2002) 3. Indicadores Sociais 3.1Indicadores Funcionais • Empregos diretos gerados (no) • Dependentes de empregados (no) • Admissões no período (no) • Mulheres empregadas na empresa (no) • Índice de desligamento – em relação ao efetivo (%) • Nível de formação (superior, técnico, sem formação específica) – em relação ao número de empregos diretos gerados(%) • Salário base anual médio (R$/empregado), em níveis gerencial e operacional • Produtividade geral • Taxa de absenteísmo em relação ao número de horas passíveis de trabalho (%) • Horas extras trabalhadas (no) 3.2. Indicadores laborais (valor total gastos para cada indicador em mil R$ e em % do lucro líquido e da receita líquida) • Encargos sociais • Previdência privada – planos especiais de aposentadoria, fundações previdenciárias, complementações de benefícios aos aposentados e seus dependentes. • Programas de saúde – planos de saúde, assistência médica, programas de medicina preventiva, programas de qualidade de vida e outros gastos com saúde, inclusive dos aposentados, freqüência de exames periódicos, readaptações funcionais. • Segurança no trabalho – valores gastos, especificando equipamentos de proteção individual e coletiva. Acidentes de trabalho com afastamento (no) e acidentes de trabalho sem afastamento (no). • Educação – treinamento, programas de estágios (excluídos salários), reembolso de educação, bolsas escolares, assinaturas de revistas, gastos com bibliotecas (excluindo pessoal), outros gastos com educação e treinamento de funcionários, capacitação e treinamento (No de horas/empregados/ano e % das horas trabalhadas/empregado/ano) • Alimentação – restaurante, tíquetes-refeição, lanches, cestas básicas e outros. • Participação dos empregados nos lucros. • Outros benefícios – seguros (parcela paga pela empresa), empréstimo (só o custo), gastos com atividades recreativas, transportes, creches/auxílio-creche, moradias e outros. 3.3. Indicadores sociais na comunidade – valor total gastos para cada projeto em mil R$ e em % do lucro líquido e da receita líquida, número de pessoas beneficiadas. • Educação e cultura; • Saúde e saneamento; • Habitação; • Esporte e lazer; • Alimentação; • Outros. Tabela Comparativa entre os indicadores existentes e os Propostos por Sachs Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Propostos Propostos Propostos Propostos por Sachs pelo GRI pelo IBASE Instituto Ethos pelo propostos pelo CEBDS Social X X X X Cultural X X X X Ecológico X X X X Ambiental X X X X Territorial X X X Econômico X X X X Político X X X X (nacional e Internacional) Fonte: Maioli, 2008. Como podemos observar os indicadores propostos por Sachs são utilizados como referência para os demais padrões de indicadores, às vezes de uma forma mais abrangente outras de uma maneira mais relativizada. Estes indicadores são responsáveis pela forma com que a empresa ou organização presta contas a sociedade da tomada de suas decisões. Os índices propostos são referenciados em pressupostos que podem ser aplicadas em empresas que atuam nas mais diversas áreas, caso algum item não é necessário basta considerá-lo, porém não deve ser relativizado sua importância nem desconsiderado em caso de dúvidas. A boa prática na elaboração de Relatórios de Sustentabilidade e Balanços Sociais é o almejado por estas associações que desenvolveram os mais diferentes indicadores para que a empresa encontre suporte e parâmetros adequados quando for elaborar seus documentos e a sociedade já saiba de antemão os itens que podem ser verificados e comparados. Oliveira (2007) nos fornece 7 dicas para elaborar Balanços Sociais consistentes: • Padronize e dê nome aos bois – as informações, principalmente as de natureza quantitativa, devem ser padronizadas para que possam ser comparadas. Cite as fontes de todas as informações, com detalhamento suficiente para que possa ser checadas. • Mostre a evolução dos projetos – Apresente um conjunto de informações com referências temporais. A descrição de um projeto, por exemplo, deve trazer o período de funcionamento. Sempre que possível, mostre a evolução dos dados no tempo. • Use linguagem acessível – A linguagem deve ser clara, auto-explicativa e simples sem o uso de expressões rebuscadas ou extremamente técnicas. Quando isso for inevitável, notas explicativas podem ajudar a compreensão. • Aceite e Publique as Críticas – O balanço social pode trazer os motivos de orgulho da diretoria da empresa, mas também deve apresentar as críticas dos stakeholders, externos e internos. Identifique onde e como a organização pode melhorar sua governança. • Seja Transparente – Expresse abertamente a opiniões e posições da empresa sobre determinados temas, mesmo que isso desagrade aos stakeholders. A transparência aumenta o grau de confiança nas ações da companhia em outras áreas e ajuda no dialogo com as partes discordantes. • Faça Auditoria Externa – Busque, além de empresas de auditoria, o aval dos mais importantes stakeholders ao balanço social. A revisão pelas partes interessadas pode melhorar o processo de confecção do balanço social e a qualidade do documento final. • Abra a Porta – Mencione o nome da pessoa responsável pelo documento dentro da organização, indicando para onde devem ser direcionados as criticas e os comentários. Toda a série de exemplos de indicadores citados tem que ser utilizado de uma forma clara e responsável e utilizando todos os seus indicadores correspondentes, o que não pode ocorrer é a empresa querer destacar apenas aspectos que lhe sejam mais favoráveis, deixando alguns mais depreciativos sem nenhuma atenção ou “suprimidos” dos relatórios. A aplicabilidade na elaboração de Relatórios de Sustentabilidade e/ou Balanços Sociais é indicada para organizações que procuram ter uma transparência na condução de suas atividades empresariais e disponham de capital humano competente. Quando a empresa deixa de apresentar estes documentos o mercado entende que geralmente tem alguma coisa a esconder e dependendo do stakeholders envolvido isso pode gerar uma imagem negativa para a empresa. Estes relatórios como podem servir de base para elaboração de comparativos a serem realizados por diferentes tipos de stakeholders, entre realidades de diferentes países e seguramente servem de base documental para pressionar a empresa a cumprir o que comprometeu-se a fazer. Podemos concluir, buscando a resposta a alguma questões baseadas nos conceitos de Sachs: • Como buscar o desenvolvimento sustentável, apoiado em princípios éticos que respeitem as necessidades das gerações atuais sem comprometer as gerações futuras? • Como estabelecer um novo padrão social de comportamento em que o homem atue como um parceiro da natureza e não como um ser dominante que a tudo utilizar pode sem prestar contas? • Como deixar de explorar sistematicamente a natureza de forma predatória para um modelo mais equânime de atuação respeitando os limites e as outras espécies que dividimos o globo? Roteiro básico para Planejamento Estratégico Segundo Lodi (1969), “estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito nacional ou internacional visando atingir objetivos a longo prazo.” Os principais expoentes da área de planejamento estratégico LodiI (1969), Ackoff (1976), AnsofF (1977), Mintzberg, Lampel & Ahsltrand (2000), Valadares (2003), Serra (2004), geralmente sugerem uma seqüência muito similar para a implantação de estratégias. Este modelo, padrão, exemplo ou arquétipo diferem pouco na separação entre um e outro em etapas ou fases que em uma forma generalista podemos dividir segundo Gramms e Lotz (2004) e Coral, Rossetto e Selig (2003) em 4 macro-temas ou etapas. • Diagnóstico Estratégico; • Elaboração de missão, objetivos, estratégias e metas; • Implementação do plano estratégico; • Controle dos resultados. O diagnóstico estratégico está relacionado com a análise dos ambientes interno e externos a organização, o ambiente interno com um levantamento da infra-estrutura da organização, com poucas variações metodológicas está examinando e analisando seus pontos fracos, fortes, as oportunidades e as ameaças em que à organização está inserida. O diagnóstico do ambiente externo está relacionado com dados atualizados sobre o meio ambiente em que organização está inserida, esquadrinhando fatores que cooperam direta ou indiretamente sobre a forma de gerir da organização. O conceito de estratégia tem levado organizações a repensarem suas missões, visão, valores e objetivos para responder a questões como, por exemplo: o que é a nossa empresa? Onde queremos chegar? Como mudar o que somos para o que quer ser? Em alguns dos modelos a definição primordial para a organização é definição de missão que para alguns autores antecipam até a análise interna e externa da organização onde os objetivos podem e devem ser revistos após o diagnóstico estratégico. A definição dos objetivos da organização está relacionada com o foco procurado por ela e como os colaboradores irão conseguir cumprir com os objetivos propostos. Determinado os objetivos a serem perseguidos chegamos à escolha da estratégia adequada para fazer frente aos empecilhos encontrados pela organização e determinar o que fazer para cumprir os objetivos propostos, esta(s) estratégia(s) deve(rão) determinar qual ação deverá ser utilizada, de que forma e quanto. Druker nos apresenta o Conceito SMART onde indica que as estratégias deverão ser ESpecíficas, Mensuráveis, Factíveis (Achiveable), Realistas e que tenham um Tempo definido para apresentarem resultados. O estabelecimento de metas claras e compreensíveis, a meta desde que atingível e que desafie os colaboradores dentro de um prazo determinado a realizarem com esforço e dedicação o cumprimento. Quando mal elaborada ou com critérios difusos a meta somente complica a gestão de uma organização, a liderança deve optar pela concepção de metas que consigam atingir determinados objetivos, cumprindo estrategicamente modos distintos de suprir as necessidades da organização frente ao mercado. O estabelecimento de metas também pode determinar de que forma as estratégias escolhidas mensuradas e quais indicadores podem ser utilizados como referência para tanto. Com a escolha da estratégia empresarial a ser utilizada temos que dar resposta frente a uma série de problemas relacionados da organização, esta implementação das estratégias deverá ser baseada no conhecimento da mais assertiva e que contribua com maiores realizações para a organização que estejam dentro de um orçamento realista e condizente para fazer frente às demandas organizacionais. O controle dos resultados vem responder a questões relacionadas com uma avaliação do desempenho das estratégias adotadas pela organização e ainda com uma possível revisão das estratégias adotadas. Esses modelos foram ao longo do tempo sendo refinados e adaptados as diferentes necessidades com variação do encadeamento de itens a serem seguidos. Síntese da Aula Nesta aula você viu que apesar da diversidade existente de indicadores que são recomendados para serem utilizados por empresas eles tiveram como base os itens propostos por Sachs. Também observamos que como existe uma diversidade de empresas e organizações foi criado alguns parâmetros para auxiliar na elaboração de Relatórios de Sustentabilidade ou Balanço Social de forma com que facilitem a forma de serem feitos e analisados pelos diversos stakeholders existentes. Contribuindo para que estes documentos sejam passiveis de verificação, comparação e comprovação. Concluímos apresentando um resumo dos indicadores e a forma como devem ser previstos pelas empresas na tomadas de decisões, lançamentos de novos produtos, etc, e um roteiro resumido do processo estratégico dentro das organizações.