-Brüseke(1996) localiza os primeiros debates sobre sustentabilidade na década de 1960 e início dos anos 70. O autor cita Georgescu-Roegen e Ignacy Sachs como alguns dos pioneiros neste debate. - A contribuição de Sachs ao se apropriar e desenvolver a noção de ecodesenvolvimento lançada por Maurice Strong em 1973, parte da premissa da necessidade deste modelo estar baseado sobre três pilares: eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica. Para ele o desperdício e a má distribuição da riqueza acarretam simultaneamente a destruição do planeta através da poluição causada tanto pela riqueza quanto pela pobreza. - O critério da eficiência econômica procura o rearranjo das estruturas econômicas por meio de um planejamento que perceba o meio ambiente como parte do desenvolvimento. - As disparidades sociais devem ser sanadas através da equidade social - A prudência ecológica é um princípio orientador do desenvolvimento - O ecodesenvolvimento tinha em vista o longo prazo Fazia-se necessário um grande conhecimento das culturas e dos ecossistemas, sobretudo sobre como as pessoas se relacionam com o ambiente, como elas enfrentam seus dilemas cotidianos, suas técnicas para a produção de alimentos. Nesta perspectiva era fundamental o envolvimento dos cidadãos no planejamento estratégico do seu desenvolvimento, pois são os maiores conhecedores das realidades locais além de serem os diretamente interessados no processo. A cultura local, nesta visão deve ser a determinante do desenvolvimento Sachs (1986) defendia o pluralismo tecnológico, envolvendo tanto as tecnologias tradicionais como inovações adequadas, escolhidas com critério. Para ele “nada justifica o otimismo tecnológico ilimitado segundo o qual a sociedade encontra sempre uma solução técnica aos problemas econômicos, sociais ou ecológicos por mais difíceis que possam parecer” (Sachs, 1986, p.42) Outro ponto importante do ecodesenvolvimento era: - o limite ao consumo material, procurando gratificação em esferas não-materiais, enfatizando a dimensão cultural da vida humana e a procura de soluções específicas, originais e locais, reagindo àquelas pretensamente universalistas e às fórmulas generalizadas (Sachs, 1986). A tese do desenvolvimento sustentável que ganhou maior repercussão internacional, defendia a idéia de que seria o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem arriscar a satisfação das necessidades das futuras gerações” (CMMAD, 1998). A premissa básica da Comissão Brundtland era que independente do que ocorreu no passado que tenha originado a atual crise ambiental, independente da existência de atores sociais implicados na responsabilidade da degradação ambiental, a busca de soluções seria uma tarefa comum de toda a humanidade (CMMAD, 1998). Apesar da relativa antiguidade das formulações sobre sustentabilidade, o modelo hegemônico de desenvolvimento continua reproduzindo no mundo desigualdades, pobreza e exclusão social, pondo em evidência suas contradições e limites. Apenas alguns grupos sociais e indivíduos têm acesso ao que há de mais moderno em termos de tecnologia, e usufruem de bens e serviços essenciais e supérfluos (Turismo?), enquanto a grande maioria da população mundial está excluída destes consumos, inclusive do que é mais básico para sua reprodução vital: a alimentação.